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Osteopatia
Estrutural
•Introdução à Osteopatia
•Lombar
•Ilíaco
•Sacro
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Índice
Introdução a Osteopatia
Conceitos, Princípios e Filosofia Osteopáticas.......................................................................................................................08
Conceitos de macrofisiologia articular e microfisiologia articular...........................................................................................11
As Aferências e Eferências do Sistema Nervoso...................................................................................................................14
Porção central do fuso ou área sensorial................................................................................................................................16
Fisiopatologia do espasmo muscular.....................................................................................................................................19
Manifestação Clínica dos Tecidos..........................................................................................................................................21
Técnicas Osteopáticas...........................................................................................................................................................24
Princípios Universais da Raqui...............................................................................................................................................25
As técnicas funcionais...........................................................................................................................................................26
Ações das Técnicas nas Disfunções Osteopáticas................................................................................................................27
Ficha de Avaliação do IDOT...................................................................................................................................................29
Coluna Lombar
Anatomia Óssea.....................................................................................................................................................................37
Sistema Ligamentar...............................................................................................................................................................39
Sistema Nervoso....................................................................................................................................................................41
Sistema Muscular..................................................................................................................................................................45
Movimentos da Coluna Lombar..............................................................................................................................................50
Biomecânica Vertebral Segundo as Leis de Fryette................................................................................................................51
Lesão Osteopática ou Disfunção Somática............................................................................................................................52
Disfunções Somáticas Vertebrais...........................................................................................................................................53
Lesões em Grupo Bilateral.....................................................................................................................................................54
Lei de Martindale e Lovet Brother .........................................................................................................................................55
Avaliação da Coluna Lombar..................................................................................................................................................56
Técnicas Osteopáticas Para Lesões Lombares.......................................................................................................................59
Disfunções Musculares..........................................................................................................................................................63
Técnicas Mobilização de Baixa Amplitude.............................................................................................................................69
Exames Complementares do Segmento Lombar....................................................................................................................70
Radiologia Osteopática...........................................................................................................................................................75
Contra-Indicações Radiológicas.............................................................................................................................................75
Ficha Avaliação do IDOT........................................................................................................................................................77
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Ilíaco
Anatomia Óssea.....................................................................................................................................................................85
Sistema Ligamentar...............................................................................................................................................................87
Sistema Nervoso....................................................................................................................................................................88
Sistema Vascular...................................................................................................................................................................89
Sistema Muscular..................................................................................................................................................................90
Biomecânica Sacroilíaca........................................................................................................................................................94
Lesões Ilio-Sacras..................................................................................................................................................................95
Lesões Fisiológicas................................................................................................................................................................97
Lesões Traumáticas...............................................................................................................................................................98
Diagnóstico Osteopático das Lesões Íliosacras....................................................................................................................100
Avaliação da Articulação Ílio-Sacra......................................................................................................................................100
Testes Clínicos.....................................................................................................................................................................101
Técnicas Osteopáticas.........................................................................................................................................................104
Disfunções Musculares........................................................................................................................................................112
Sacro
Anatomia Óssea...................................................................................................................................................................119
Sistema Ligamentar.............................................................................................................................................................121
Sistema Nervoso..................................................................................................................................................................123
Sistema Vascular.................................................................................................................................................................127
Sistema Muscular................................................................................................................................................................128
Biomecânica........................................................................................................................................................................130
Avaliação da Articulação Sacroilíaca...................................................................................................................................139
Técnicas Osteopáticas para Lesões Sacras.........................................................................................................................142
Disfunções Musculares........................................................................................................................................................149
Exames Complementares do Sacro......................................................................................................................................153
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Módulo I
Introdução
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Introdução a Osteopatia
A osteopatia é um meio de diagnóstico, tratamento e cura que se utiliza de recursos manuais para interferir na estrutura
e função do organismo para obter os resultados desejados. Está fundamentada em sólidos conhecimentos de anatomia e
fisiologia. Requer uma experiência prática e holística que a permite lidar com os tecidos e estruturas do organismo de uma
forma extremamente hábil.
Reconhece que a patologia se instala devido a ocorrência de disfunções das estruturas músculo-esqueléticas (músculos,
ligamentos, fáscias, articulações, etc.) e que o próprio organismo tem uma capacidade de se auto-curar e recuperar. A
osteopatia tem como objetivo principal devolver as funções e auxiliar o organismo a encontrar seu próprio caminho de cura,
reestabelecendo e revertendo os seus processos patológicos.
Suas teorias e fundamentos foram observados há muito tempo.
Hipócrates, médico grego, já dizia desde antes de Cristo que a doença era provocada pela relação do homem com
agentes externos como: alimentação e meio ambiente. Estes fatores poderiam influenciar negativamente o sistema de
funcionamento do organismo, gerando situações internas que acabavam em doenças. Também percebia a força natural do
organismo de lutar contra essas situações.
Se olharmos para a osteopatia hoje, podemos afirmar que os conceitos de Hipócrates e suas observações foram
incorporados à filosofia osteopática.
Por volta de 1874, um médico chamado ANDREW TAILLOR STILL, americano da Virgínia, após anos de pesquisas
anunciou os princípios fundamentais nos quais baseava a prática de sua medicina:
1) O corpo produz suas próprias substâncias curativas.
2) A saúde depende da integridade de estrutura.
3) A estrutura viciosa é a causa fundamental das doenças.
Além dos princípios, criou um sistema de manipulações manuais que combinava o uso de medicamentos e cirurgias
baseado em um conhecimento apuradíssimo de anatomia, fisiologia e química existentes na época.
Still percebeu que era possível, através do toque manual, modificar o comportamento dos tecidos e que as doenças
tinham uma relação estreita com a estrutura corporal.
O Dr. Still teve uma carreira brilhante. Ficou muito conhecido em seu país e recebia doentes vindos de todas as partes.
Foi extremamente combatido por seus colegas de profissão, assim como até hoje a osteopatia continua sendo vítima
dos profissionais da saúde que não a conhecem.
Still sempre foi convicto de seus métodos e nunca se deixou abater pelas críticas. O reconhecimento dos seus pacientes
e os resultados obtidos foram a confirmação da validade de seus métodos.
Em 1917, falecendo aos 89 anos, deixou inúmeros seguidores, que continuam até os dias de hoje praticando medicina
manual.
Atualmente, conhecemos melhor os conceitos fisiológicos, anatômicos e patológicos do que naquela época. A
osteopatia evoluiu, bem como suas técnicas, mas os princípios de Still permanecem intocáveis e ainda hoje é um tesouro
guardado por qualquer osteopata que se preze.
A osteopatia é muito mais do que algumas técnicas manipulativas. É um sistema de cuidados com a saúde que tem
princípios filosóficos, que deverão ser embutidos no espírito de quem a pratica.
Requer um conhecimento de anatomia, fisiologia, biomecânica e um aprendizado prático que leva tempo para ser
adquirido. Somado a tudo isso é necessário ainda incorporarmos a idéia inicial de Still, que é realizar algo com um único
intuito: o de ajudar pessoas.
Esta é a osteopatia e também o perfil do osteopata idealizado por esta instituição.
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Conceitos, Princípios e Filosofia Osteopáticas
Osteopatia – É um sistema de cuidados com a saúde que reconhece que a auto-cura e a habilidade de auto-regular o
corpo depende de determinado número de fatores, incluindo condições favoráveis do meio ambiente (internas e externas),
nutrição adequada e integridade estrutural normal. Ela se utiliza de métodos de diagnósticos comumente aceitos, bem como
alguns métodos específicos desenvolvidos para facilitar uma avaliação estrutural precisa.
Dá ênfase especial à importância mecânica do corpo e utiliza técnicas para detectar e corrigir estruturas e funções
imperfeitas.
LEON CHAITON
Um osteopata deve ter em mente um objetivo básico quando examina um paciente: descobrir e corrigir aquilo que está
estruturalmente incorreto e sempre que possível, recuperar a função normal. Para que isso ocorra é necessário conhecer
muito a estrutura corporal (os tecidos, órgãos e articulações), as suas relações e como todo esse sistema funciona. A partir
desse conhecimento é que podemos apontar as falhas, quando essas existirem.
“A osteopatia não é apenas uma abordagem mecanicista da doença, mas um sistema autêntico e efetivo que tenta eliminar
as causas de uma saúde prejudicada e busca fortalecer o poder curativo básico que existe dentro do próprio corpo.”
ANDREW TAYLOR STILL
Não é possível separar a prática osteopática das teorias que lhe dão origem e a fundamentam.
2 – Princípio da auto-cura
A osteopatia reconhece que dentro do corpo existe uma tendência constante em direção à saúde. Através de mecanismos
complexos, o corpo humano busca se auto regular ou auto-curar quando é atacado por algum processo patológico. Ele está
sempre em busca da homeostase ou equilíbrio.
Vejamos alguns exemplos práticos.
A escoliose acontece numa tentativa do organismo de manter seus centros de gravidades. É uma adaptação que
possibilita ao corpo ajustar-se à posição bípede contra as pressões gravitacionais, mantendo seu equilíbrio.
Uma infecção leva imediatamente a uma reação do organismo contra agentes agressivos. Essa batalha resulta em
febre. Isso nada mais é que a visualização da capacidade do organismo em se auto-curar ou auto-regular.
Devemos reconhecer que essa capacidade de auto-regulação e auto-cura vai ocorrer em qualquer situação de agressão
ao organismo, sendo ela tanto de caráter viral, quanto mecanicista ou traumático, etc. Cabe ao osteopata interpretar essa
linguagem corporal e reconhecer o caminho que o organismo está tomando para se auto-curar. Nesse momento, deverá
interferir para ajudar o corpo a retomar o caminho certo.
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3 – Segmento facilitado
Este conceito é muito importante para filosofia e fisiologia osteopáticas. Permite-nos entender como uma disfunção
pode gerar sintomas à distância, ou como tecidos que aparentemente não fazem parte de uma disfunção poderão vir a
sofrer.
Um segmento é o mesmo que um metâmero (unidade funcional vertebral composto de duas vértebras mais seus
elementos nervosos, vasculares, articulares, etc.).
Quando uma lesão osteopática atinge um segmento, que pode ser por uma perda mecânica normal ou uma aferência
exagerada, ela provocará neste segmento um estado de hiperexcitação. Esta hiperexcitação ou facilitação neural poderá
afetar os vários elementos de um metâmero. Isto equivale dizer que tecidos como músculos, ligamentos, vasos, nervos,
sofrerão por conta deste estado de facilitação.
Estes tecidos uma vez afetados poderão atingir novos segmentos, formando desta forma uma cadeia lesional.
Vejamos um exemplo:
- Um paciente, ao realizar bruscamente um movimento de rotação do tronco, fará, através da ativação dos
mecanorreceptores articulares e musculares, com que ocorra uma forte aferência no sistema nervoso central, que por sua
vez, em resposta, manda uma hiperatividade gama que provoca um espasmo dos músculos monoarticulares, instalando
desta forma uma lesão osteopática. (Este mecanismo será detalhado nos capítulos seguintes).
Uma vez instalada uma disfunção somática (lesão osteopática), esta produzirá um estado de hiperexcitação gama, e
todos os elementos que tiver ligação com este segmento estarão sujeitos a sofrer alterações.
Continuando com o exemplo, imaginamos que este segmento acometido seja T12-L1. Ele poderá provocar um espasmo
no psoas, que por sua vez, influenciará na articulação sacro-ilíaca, criando um novo segmento facilitado, que por sua vez
poderá afetar outros elementos deste metâmero, por exemplo, os ligamentos sacro-ilíacos, e assim por diante.
Então podemos concluir que, a partir de um segmento facilitado, podemos influenciar praticamente todos os sistemas
do organismo, se entendermos que não existe no organismo um só tecido que não pertença a um determinado metâmero.
Para que tenhamos uma estrutura saudável e funcional, necessitamos que estas estruturas recebam um bom aporte
sanguíneo e também tenham um bom influxo nervoso.
Uma disfunção somática poderá alterar o bom andamento do sistema ortossimpático, que por sua vez controla a
vasomotricidade das artérias e veias, influenciando desta forma a boa irrigação para os tecidos, ou provocando congestões
(edemas) pela perda de capacidade de reabsorção do sistema venoso.
Uma das funções da osteopatia através de suas técnicas é fazer com que os tecidos sejam bem nutridos (condição
indispensável para a saúde deles) e também que os processos patológicos que geram estase venosa sejam o mais rápido
possível reabsorvidos, restaurando, desta forma, o livre fluxo de sangue para os tecidos.
“Ele é mais do que apenas uma estrutura que sustenta e contém as vísceras do corpo. É o seu principal componente
dinâmico.” (Irwin Koor).
Os gestos de nosso cotidiano, bem como os gestos desportivos, são realizados pelos sistemas músculo-ósteo-
articular, que se utilizam de um complexo jogo articular e funções musculares distintas. Todo este sistema é controlado por
uma rede nervosa e nutrido por uma rede vascular, que nos possibilita realizar os gestos de forma harmônica e perfeita. Cada
articulação participa com sua função e se integra a este complexo sistema que nos possibilita os movimentos.
Quando nos movemos, colocamos para funcionar todo o complexo ou quase todo o complexo, e nunca apenas uma
articulação.
Podemos afirmar que um gesto de nosso cotidiano necessita de vários músculos e várias articulações para acontecer.
(Exemplo: sentar, levantar, caminhar).
Algumas situações que vão desde alterações nervosas, traumatismos, fatores emocionais, postura inadequada etc.
podem interferir na fisiologia dos tecidos (músculos, ligamentos) que comprometem a liberdade articular influenciando desta
forma a biomecânica (vida mecânica) normal do sistema músculo-ósteo-articular. Isto é o que caracteriza uma disfunção
osteopática ou disfunção somática (perda da função articular).
Para a osteopatia, uma perda da mobilidade articular significa que o conjunto está comprometido, mas devido a sua
versatilidade e incrível capacidade de se adequar, o sistema ósteo-músculo-articular se adapta para continuar funcionando.
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Muitas vezes este ônus é a instalação de uma patologia.
Temos que nos lembrar ainda de que este sistema é todo interligado. Qualquer repercussão local poderá influenciar
tecidos que se relacionam direta ou indiretamente com ela. Cria, desta forma, no organismo uma seqüência de disfunções
que a osteopatia denomina cadeia lesional adaptativa, ocasionada por uma disfunção primária que é a restrição que
iniciou todo o processo.
A osteopatia deve entender todo este contexto e ter como metas devolver as funções normais, restaurar a mobilidade
articular, romper arcos-reflexos patológicos, normalizar os tecidos, nutrir todo o sistema, devolvendo desta forma ao organismo
uma boa condição de se auto curar.
Como vimos anteriormente o organismo se utiliza de todo um complexo articular para se mover e realizar suas funções
biomecânicas.
Uma perda de função articular, que para a osteopatia significa uma articulação hipomóvel, fará com que outras
articulações que participam da mesma função sofram uma sobrecarga funcional ou realizem uma hiperfunção, que a
denominamos articulação hipermóvel.
Podemos entender melhor essa afirmação descrita anteriormente. Toda vez que tivermos uma articulação hipomóvel, o
organismo não deixará de realizar funções biomecânicas, mas utilizará mais de uma determinada articulação, em detrimento
daquela que está bloqueada.
Vamos supor que nesta situação tivéssemos um bloqueio dos ilíacos em rotação posterior provocada por uma
tensão parcial dos mm. isquiotibiais (hipomobilidade). Para que este indivíduo conseguisse pegar o objeto no chão, teria que
aumentar a flexão dos joelhos ou a flexão das vértebras lombares (hipermobilidade), compensando a perda da função dos
ilíacos ao alcançar o seu objetivo mecânico.
Neste exemplo, tem-se a idéia do conceito que faz criar no organismo as zonas de hipomobilidade e hipermobilidade
que desenvolverão hipermobilidades nas articulações que forem submetidas a hiperfunções e desenvolver hipermobilidade
naquelas articulações que forem impedidas por seus tecidos periarticulares (músculos, ligamentos, cápsulas, superfícies
articulares) em sua função normal.
A osteopatia atua, por tradição, sobre as zonas de hipomobilidade ou fixação articular, devolvendo a elas as funções
normais, atuando, para que isto ocorra, diretamente sobre a articulação e também sobre os tecidos periarticulares que por
ventura contribuam para o bloqueio.
Pensamos que ao desbloquearmos, estamos, de forma indireta, tratando as zonas de hipermobilidade, pois elas são
conseqüências de uma hipomobilidade.
Entendemos também que as zonas de hipomobilidade são regiões assintomáticas, ou seja, não são nestes locais que
as patologias vão se manifestar.
Já as zonas de hipermobilidade, como o próprio nome sugere, são regiões de muitas funções ou função exagerada e
é natural que as patologias ocorram com maior freqüência.
Será um erro grave um osteopata aplicar uma manipulação sobre uma zona hipermóvel.
Será um grande acerto manipularmos uma zona hipomóvel.
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• Marcas morfofuncionais de uma hipermobilidade:
- Aumento do jogo articular,
- Teste de mobilidade negativo,
- Hipotonia seguida de flacidez,
- Tecido subcutâneo hipermóvel,
- Não temos presença de cordões ou sensações de enrijecimento subcutâneo,
- Na pele, a presença de estrias sugere que o seguimento ou articulação que estiver abaixo esteja hipermóvel.
Exemplo:
-Antiversão pélvica vista em um exame postural (fisiologia articular estática).
- Um movimento de extensão da coluna vertebral seguida de uma extensão do quadril leva a um movimento de
antiversão pélvica (fisiologia articular dinâmica).
Retornando a explicação inicial, podemos, então, observar no organismo dois tipos de fisiologia articular: a macro e a
micro.
A macrofisiologia articular
É utilizada para determinar as atitudes posturais tais como antiversão pélvica, retroversão pélvica, cifose dorsal,
escoliose etc. (macrofisiologia estática). É também utilizada para determinar os grandes gestos, antipulsão do ombro,
extensão do quadril, flexão do punho etc. (macrofisiologia dinâmica).
É a fisiologia estudada pela medicina tradicional.
Microfisiologia articular
São os movimentos acessórios ou micromovimentos existentes nas articulações, que muitas vezes não podemos
enxergar a olhos claros, mas sabemos que existe e que faz parte das funções articulares. Podemos observá-la através de
exames osteopáticos específicos.
Da mesma forma que um ombro realiza antipulsão, retropulsão, adução, abdução..., ele também permite
micromovimentos de anterioridade, posterioridade, inferioridade e superioridade da cabeça umeral com relação à glena.
Esta ambigüidade encontramos em todas as articulações do corpo e o que temos que entender é que elas se completam
ou acontecem simultaneamente.
É fácil compreendermos esta relação. Vejamos um exemplo na articulação do ombro:
- Durante um movimento de abdução (macrofisiologia) ocorre em uma determinada angulação um abaixamento da
cabeça umeral (microfisiologia) para que o trocânter maior do úmero e os músculos do manguito possam passar livremente
evitando, desta forma, o atrito com o ligamento córaco-acromial.
Imaginamos agora uma outra situação: se por uma disfunção de microfisiologia, não for possível o abaixamento
da cabeça umeral durante o movimento de abdução, certamente teremos o confronto das estruturas do manguito com o
ligamento córaco-acromial ou acrômio, e também, um impedimento de um bom gesto de abdução.
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Este exemplo não tem a intenção de explicar toda a biomecânica da abdução, mas somente ilustrar a interação entre
a macro e a micro e como uma pode afetar diretamente na outra.
A osteopatia trabalha quase que exclusivamente com os conceitos de microfisiologia.
Estas duas fisiologias podem ocorrer simultaneamente; mas também podem ocorrer de forma independente. Vejamos
a situação a seguir:
- Podemos ter um indivíduo que apresenta uma hiperlordose lombar, portanto uma antiversão pélvica, uma alteração
postural típica de macrofisiologia estática. Este mesmo indivíduo ao praticar esporte, sofre um traumatismo, cujo mecanismo
é uma flexão da coxa direita. Este gesto poderá levar a um bloqueio posterior do ilíaco direito (microfisiologia articular
estática) – lesão osteopática.
Esta situação só é possível devido a existência de duas fisiologias diferentes que, apesar da interação, são totalmente
independentes.
Quando realizarmos uma avaliação, será fácil enxergar a macrofisiologia (antiversão pélvica), que continuará existindo
neste paciente, mas será difícil enxergar a microfisiologia (lesão posterior do ilíaco), a não ser que o examinador conheça a
existência da microfisiologia, ou seja, for um osteopata.
É preciso entender que, quando as fisiologias se apresentam em disfunções, temos que fazer uma correlação com a
clínica do paciente, para que possamos interferir adequadamente e corrigi-las. Haja visto que entendemos as disfunções, em
muitos casos, como causas do aparecimento das patologias.
Portanto, podemos tirar uma conclusão óbvia: não existe um método ou terapêutica melhor que outra. O que existe são
conceitos e formas de trabalho diferentes, com abordagens diferentes.
A lesão de parâmetro maior se caracteriza por uma lesão estrutural do tecido seguido de reação inflamatória. Essas
lesões são utilizadas pela medicina convencional para determinar o diagnóstico das patologias. Está inserido nesse contexto
rupturas cápsulo-ligamentares, musculares, tendinoses, fraturas, deformações congênitas, patologias degenerativas (artrose,
osteoporose, etc).
São detectáveis aos exames laboratoriais e radiológicos.
As lesões de parâmetro menor têm como característica principal a manutenção estrutural do tecido e é a principal
responsável pelas deformidades, incapacidades e disfunções, pode acometer todos os tecidos e sistemas. Passa desapercebido
pelos exames laboratoriais e radiológicos, sendo em grande parte ignoradas nos exames clínicos.
Para a terapia manual e osteopatia é a principal responsável pela formação das patologias de parâmetro maior. É de
grande importância para o terapeuta manual, pois podemos através de técnicas modificar e normalizar a condição patológica
dos tecidos. É o principal elemento de trabalho de um osteopata. Em 80% dos casos clínicos, os sintomas são devido às
disfunções de parâmetro menor.
Patologia Neural:
- Compressão
- Sensibilização
- Restrição Mecânica
Patologia Articular:
- Sub-luxação (hipomobilidade)
- Hipermobilidade
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Neurofisiologia das Patologias de Parâmetro Menor do Tônus Muscular
C) Ainda temos uma terceira categoria, mais rara e intermediária entre as duas primeiras. É rápida como as fásicas
e também muito resistente.
Fisiologia neuromuscular
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Nelas encontraremos todos os elementos necessários para que os músculos se mantenham saudáveis ou não. Qualquer
que seja a patologia teremos necessariamente uma alteração em pelo menos uma dessas propriedades.
Apesar dessas fisiologias serem diferentes e independentes, elas relacionam-se entre si para manter as funções
musculares. Isto equivale dizer que qualquer alteração em uma delas afetará a outra. Tomemos como exemplo uma situação
onde isso ocorre:
- Uma hiperatividade gama (distúrbio da tonicidade) influenciará o fuso neuromuscular, que afetará de forma a estimular
o motoneurônio alfa (distúrbio de excitabilidade), que por sua vez, através de seus influxos nervosos, fará com que o músculo
se contraia (distúrbio de contratibilidade), instalando um espasmo. Se este estado se mantiver por período relativamente
longo, o tecido conjuntivo pode se densificar (distúrbio de elasticidade), instalando um processo de encurtamento ou fibrose,
influenciando uma peça óssea e causando uma lesão osteopática.
Como vimos no exemplo acima, basta uma das fisiologias se desequilibrar, que certamente comprometerá as outras.
Partindo deste princípio, podemos afirmar que a saúde dos músculos depende da saúde das suas quatro fisiologias. Se
quisermos curá-los temos que entendê-las.
As Aferências e Eferências
do Sistema Nervoso
São as vias pelas quais o sistema nervoso transmite informações de sua periferia para o centro (SNC) e, também, do
centro para sua periferia.
As vias que levam informações da periferia para o centro (SNC) são denominadas vias aferentes.
As vias que levam informações do centro (SNC) para a periferia são chamadas vias eferentes.
Proposta por SHERRINGTON, esta classificação leva em conta sua localização e a natureza dos elementos que as
atingem.
Com base nesses critérios, distinguem-se três categorias de receptores: Exteroceptores, Interoceptores e
Proprioceptores.
A – Os Exteroceptores
Localizam-se na superfície externa do corpo, onde são ativados por agentes externos como calor, frio, tato, pressão,
luz e som.
B – Os Interoceptores
Localizam-se nas vísceras e nos vasos. Dão origem a diversas formas de sensações viscerais como a fome, sede, o
prazer sexual, dor visceral, etc.
C – Proprioceptores ou Mecanorreceptores
Localizam-se nos músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares. São estimulados a partir de uma deformação
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mecânica. Dentre os vários tipos de receptores proprioceptivos, temos: Ruffini, Paccini, Corpúsculo de Golgi, Mazzoni, que
estão presentes nos tecidos periarticulares. O órgão tendinoso de Golgi e o fuso neuromuscular se encontram presentes nos
tendões e ventres musculares, respectivamente.
Esses receptores aferentes são extremamente importantes para osteopatia. Através de estímulos originados por eles,
poderemos ter um segmento facilitado em nível medular, que por sua vez poderá afetar vários tecidos ou órgãos através de
uma eferência perturbada.
Para osteopatia, em especial, o fuso neuromuscular tem uma importância capital. Através do seu conhecimento,
podemos entender perfeitamente os mecanismos que levarão a uma lesão osteopática.
Antes, porém, de abordarmos o fuso neuromuscular, faremos uma revisão nas estruturas de uma sinapse e sobre suas
substâncias neurotransmissoras, assunto importante para o entendimento de todo o processo neurofisiológico muscular.
Um motoneurônio típico é composto de três partes principais: o soma, que é o corpo do neurônio; um axônio único,
que se estende do soma em direção ao nervo periférico; e os dendritos, que são projeções finas que se originam do soma.
Sinapse refere-se a uma região de comunicação entre neurônios, ponto no qual um estímulo passa de um neurônio a
outro.
Uma sinapse é formada basicamente por três partes: Terminal pré-sináptico, fenda sináptica e neurônio pós-
sináptico.
Os terminais pré-sinápticos estão localizados em sua maior parte nos dendritos, e uma pouca quantidade sobre o
soma. Possuem em seu interior duas estruturas importantes: as vesículas sinápticas e as mitocôndrias.
As vesículas sinápticas contêm substâncias transmissoras que, quando liberadas na fenda sináptica, poderão inibir ou
excitar o neurônio pós-sináptico, dependendo da origem de seu receptor.
As mitocôndrias fornecem ATP, que serve para a síntese de substâncias transmissoras.
Logo após o terminal pré-sináptico, encontramos a fenda sináptica. Em seguida, temos a membrana pós-sináptica,
que faz parte do neurônio pós-sináptico.
Quando um potencial de ação se propaga sobre um terminal pré-sináptico vindo de algum receptor sensorial aferente,
a despolarização da membrana causa o esvaziamento das vesículas no interior da fenda sináptica e o transmissor liberado
causa, por sua vez, modificações na permeabilidade da membrana pós-sináptica que levará a uma excitação ou inibição do
neurônio ou do músculo, dependendo das características dos seus receptores.
Substâncias excitatórias, como acetilcolina, norepinefrina, etc., têm a capacidade de abrir os canais de Na+ e Ca+, que
são substâncias positivas, que uma vez no meio intracelular, vai levar a fibra nervosa ou muscular a um estado de contração
ou de facilitação.
O fuso neuromuscular é um receptor que faz sinapses essencialmente excitatórias. Isto equivale dizer que toda
vez que estimularmos um fuso provocaremos um estado de facilitação ou uma contração muscular reflexa.
Já o órgão de Golgi é um receptor que possui em seu terminal pré-sináptico substâncias inibidoras como glicínia, ácido
gama-aminobutínico (Gaba), etc. que, uma vez na fenda sináptica, provocam abertura dos canais de potássio. Isso permite
a difusão rápida de íons potássio carregados positivamente para fora do neurônio pós-sináptico, aumentando a negatividade
intracelular, o que é inibitório. Também aumenta a condutância de íons cloreto carregados negativamente no interior do
neurônio pós-sináptico, o que também é inibitório. Isto eqüivale dizer que toda vez que acionam o órgão tendinoso de Golgi,
seus influxos farão com que ocorra a sinapse inibitória nervosa ou músculo-nervosa, o que vai levar a um estado de inibição
muscular. Ficará mais difícil de obter uma contração neste estado.
Cada fuso é construído por uma dezena de pequenas fibras musculares esqueléticas denominadas fibras intrafusais.
Recebem este nome por pertencerem ao fuso.
Essas fibras intrafusais estão ligadas às fibras dos músculos esqueléticos denominados fibras extrafusais, de forma a
estarem em paralelo com essas fibras.
Cada fibra intrafusal é, na verdade, um músculo digástrico de pequeno calibre, que possui dois ventres musculares,
um em cada extremidade das fibras. Entre eles, temos uma porção central, formada de tecido conjuntivo, que corresponde à
parte tendinosa de um músculo digástrico. Desta forma, temos as duas extremidades do fuso que equivalem a suas porções
motoras. A sua parte central equivale à área sensorial do fuso.
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Porção central do fuso ou área sensorial
Esta região receptora do fuso muscular está localizada na sua parte central, onde os fusos não possuem elementos
contráteis.
Há dois tipos de área sensorial nos fusos:
1) Com bolsas nucleares – grande número de núcleos está congregado no interior de um saco expandido na porção
central da área receptora.
2) Em cadeias nucleares – possuem os núcleos alinhados em cadeia ao longo da área receptora.
Obs. Acredita-se que esses sacos contêm substâncias neurotransmissoras e fazem parte da especialização do fuso
em suas respostas reflexas dinâmicas e estáticas, como veremos mais adiante.
Na área receptora do fuso, são encontrados dois tipos de terminações sensoriais, que são: Terminação primária e
terminação secundária.
B) Terminação secundária
Geralmente se encontra em um dos lados da terminação primária a fibra sensorial do tipo II com diâmetro bem menor.
Esta terminação também é chamada de terminação em buquê, devido ao seu aspecto se assemelhar a um buquê de flores.
Elas também envolvem o fuso da mesma maneira que a anterior.
Essas vias aferentes sensoriais entram na medula pelas raízes sensoriais posteriores e seguem dois caminhos distintos:
primeiro um ramo do nervo sensorial termina na substância cinzenta, onde faz uma sinapse com o motoneurônio alfa, que
é responsável pela inervação das fibras musculares esqueléticas. Segundo, transmite sinais para níveis mais elevados do
sistema nervoso central.
Vindo de centros superiores, mais especificamente do tronco cerebral, desce pela medula anteriormente na substância
cinzenta. O motoneurônio gama inerva as fibras intrafusais dos fusos neuromusculares, portanto, são denominados de
eferentes gamas.
Uma descarga deste motoneurônio acarretará na contração das fibras intrafusais, que por sua vez, deformará (provocará
um estiramento), ativando a área sensorial do fuso.
Os nervos motores gama podem ser divididos em dois tipos diferentes:
• Gama dinâmico (gama d)
Excita principalmente as fibras intrafusais com saco nuclear, portanto a resposta dinâmica do fuso torna-se
tremendamente aumentada. A resposta estática é muito pouco afetada.
• Gama estático (gama e)
Excita principalmente as fibras fusais em cadeia nuclear, o que torna a resposta estática maior, influenciando muito
pouco a resposta dinâmica.
Esses dois tipos diferentes de resposta do fuso neuromuscular são extremamente importantes para os diferentes tipos
de controle muscular.
Como vimos anteriormente, o fuso muscular é considerado um mecanorreceptor. Isto quer dizer que ele será ativado
a partir de uma deformação mecânica, que poderá ser um estiramento (estímulos excitatórios) ou uma aproximação de suas
inserções (estímulos negativos ou inibidores).
Estirando-se os fusos neuromusculares, ocorrerá um aumento na freqüência de disparo e conseqüentemente, como já
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vimos, levará a um estado de facilitação ou até mesmo de despolarização na sinapse, ou seja, por via reflexa teremos uma
contração muscular.
Enquanto que o encurtamento do fuso diminui essa freqüência de estímulos.
Desta forma os fusos podem enviar à medula espinhal sinais positivos, gerados por estiramentos, e sinais negativos,
gerados por encurtamento, e desta forma controlar e proteger o músculo, que é seu papel.
Podemos ter duas formas de comportamento do fuso ao ser estirado: resposta dinâmica e resposta estática.
Ela se deve ao comportamento da fibra sensorial tipo Ia ou terminações sensoriais primárias e acontece nas fibras em
saco nucleares dos fusos.
Toda vez que estiramos o fuso de maneira brusca e rápida há um aumento de influxo através das fibras sensoriais tipo
Ia, que é proporcional a intensidade e velocidade do estímulo.
Isto que dizer que o fuso reage rapidamente ao estiramento de sua porção central. À medida que o estímulo para de
aumentar, também cessam os influxos das fibras sensoriais do fuso tipo Ia, que voltam a uma condição extremamente baixa,
a níveis das fibras secundárias que reagem muito pouco com este tipo de situação.
Acredita-se que este comportamento deve-se às fibras sensoriais do tipo II ou terminação sensorial secundária e
acontece nas fibras em cadeias nucleares dos fusos.
Quando a porção receptora do fuso muscular é estirada lentamente, observamos que, tanto as fibras sensoriais
primárias tipo Ia, como as secundárias tipo II, descarregam proporcionalmente ao estiramento.
No entanto, quando o estiramento é interrompido, ou para de crescer com relação à sua intensidade e é mantido,
observamos que as fibras primárias tipo Ia cessam imediatamente e cai a níveis extremamente baixos de influxos e a fibra
secundária tipo II, começa a diminuir seus influxos, mas de uma forma bastante lenta e gradativa, permanecendo por um
longo período tempo, mandando influxos até que estes cheguem a níveis extremamente baixos. É como se o sistema de
defesa do músculo (fuso) interpretasse que aquele estiramento, não representasse mais perigo algum ao músculo e que
já não era mais necessário ficar ligado. A esta forma de comportamento, damos o nome de resposta estática do fuso ou
capacidade de adaptação lenta do fuso.
Esses comportamentos (dinâmicos e estáticos) são extremamente importantes para a clínica osteopática e podemos
observá-los na forma de manifestação fisiológica dos receptores, que são chamados de reflexos.
Quando aplicamos as técnicas manuais osteopáticas, temos como objetivo romper os reflexos patológicos, devolvendo
aos tecidos ou à articulação as suas funções neurais e mecânicas normais.
Os motoneurônios alfa e gama presentes na substância cinzenta da medula formam a eferência do SNC para os
músculos esqueléticos; o alfa para os músculos esqueléticos extra-fusais e o gama para os músculos esqueléticos intra-
fusais.
Porém eles não estão sozinhos. Presentes em toda substância cinzenta da medula, encontramos os interneurônios.
Os interneurônios são pequenas células, muito excitáveis, que fazem conexões entre si e muitas delas inervam
diretamente os motoneurônios anteriores, ou seja, através dos interneurônios o sistema alfa e gama se relacionam.
Este sistema é responsável por muitas funções integrativas da medula espinhal, que não serão abordadas neste
livro.
A razão desta citação está na importância de mostrar como um impulso que possa ser dirigido para um determinado
nervo pode acabar interferindo um outro sistema nervoso. Isto tem uma implicação prática bastante interessante para
entendermos os arcos reflexos que vamos estudar.
Um fuso é estimulado a partir da deformação de sua área central de forma positiva, com estiramento, e de forma
negativa, com encurtamento de suas fibras.
Duas possibilidades existem para estirarmos a porção central do fuso.
1.O alongamento de todo o músculo causará estiramento da região média do fuso, portanto, ocorrerá uma excitação
do receptor.
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2. A contração das fibras intrafusais pelas fibras motoras gamas causará estiramento da porção central do fuso e,
conseqüentemente, uma excitação do receptor.
Uma vez excitado, um fuso vai agir de forma reflexa na medula espinhal.
O impulso gerado pelo fuso caminha através das fibras sensoriais, que por sua vez fazem uma sinapse excitatória
com o motoneurônio alfa na medula, que descarrega sobre a placa motora dos músculos esqueléticos, desencadeando uma
contração. Esta é a descrição e o mecanismo do reflexo de estiramento ou reflexo miotático descrito por Sherrington.
O reflexo de estiramento dinâmico é desencadeado a partir de uma deformação brusca da área sensorial do fuso, que
faz proporcionalmente as fibras sensitivas primárias mandar influxos para medula e, através da sinapse com motoneurônios
alfa, desencadear uma forte contração muscular em resposta. Este reflexo termina assim que o estímulo parar de subir, ou
seja, enquanto o estímulo estiver aumentando teremos, como resposta reflexa, uma contração muscular proporcional. Assim
que cessar o estímulo, cessa imediatamente a ação reflexa de contração.
Observamos este reflexo durante um estiramento mantido do fuso e conseqüentemente do músculo esquelético.
Ao mantermos um estiramento, observamos um comportamento gradativo e decrescente das fibras sensoriais tipo II
e, conseqüentemente, das fibras eferentes alfa. Também terão o mesmo comportamento que as sensoriais tipo II, já que elas
fazem sinapses, desta forma observaremos também uma perda gradativa e decrescente de contração muscular.
Na prática se formos alongar um músculo e mantivermos um estado de estiramento constante, ao início haverá uma
contração reflexa deste músculo, proporcional à intensidade do estiramento. À medida que o tempo passa, o fuso vai se
descarregando lentamente até chegarmos a níveis bem baixos.
Obs. do autor: Este mecanismo possibilita realizar um exercício de estiramento mantido (alongamento) ou estiramentos
repetidos sempre com a mesma intensidade e ritmo (técnica de stretching) para abaixar a descarga do fuso, normalizando o
excesso de descarga que pode ser a causa de um arco reflexo patológico. Também diminuimos a qualidade (tonicidade) para
melhor agirmos na qualidade (elasticidade) – já que não teremos um protetor (tônus reflexo) que nos impeça de chegarmos
até os elementos elásticos dos músculos.
As técnicas funcionais se utilizam da ação reflexa negativa para conseguir descarregar os fusos e quebrar o arco
reflexo patológico, que se traduz em espasmos musculares mantidos, normalizando desta forma, as funções musculares e
articulares.
São receptores sensoriais que possuem fibras encontradas na junção dos músculos com seu tendão. Consistem em
fibras nervosas sensitivas aferentes do tipo Ib.
A principal diferença entre o órgão tendinoso de Golgi e o fuso é que o fuso muscular detecta o comprimento do
músculo e suas alterações e o órgão tendinoso de Golgi detecta a tensão muscular.
Os sinais no órgão tendinoso de Golgi são transmitidos por fibras nervosas do tipo Ib e, da mesma maneira que as
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fibras primárias do fuso, elas transmitem influxo para a medula e também para áreas centrais distantes.
Aqui está o fato que mais interessa em termos de osteopatia. É que quando estimulamos um Golgi por um aumento
de tensão muscular (contração muscular), os sinais são transmitidos para medula espinhal para causar efeitos reflexos
no próprio músculo estimulado. Esse reflexo é, no entanto, inteiramente inibitório, ou seja, a sinapse com motoneurônio
alfa libera substâncias inibitórias como vimos anteriormente. Essas substâncias ocasionam nos músculos um estado de
hiperpolarização. Na prática significa que o meio intracelular ficará com um aumento de cargas negativas, dificultando, desta
forma, a contração do músculo.
Este reflexo evita que a tensão do músculo se torne excessiva de tal modo que, quando esta tensão chegar a limites
extremos, a interferência via reflexos do órgão tendinoso faz com que o músculo sofra relaxamento instantâneo.
Da mesma forma que no fuso, também no golgi podemos observar uma resposta dinâmica e estática.
Na prática, a importância clínica deste reflexo para os osteopatas é que as técnicas de músculo energia e as
técnicas miotensivas se utilizam dos reflexos propiciados pelo Golgi para alcançar objetivos terapêuticos, como relaxamento
muscular.
Veremos melhor este mecanismo nas descrições das técnicas osteopáticas.
Toda esta fisiologia discutida até aqui é extremamente importante para os praticantes de osteopatia.
A lesão osteopática acontece devido a um arco reflexo patológico e as técnicas empregadas têm a função de normalizar
essa ação reflexa patológica.
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coluna, produzirá seguimentos facilitados, ou um estado de excitação anormal dos metâmeros. Como já vimos anteriormente,
isso trará repercussões a distância, através das eferências anormais que estes seguimentos produzirão, em músculos,
ligamentos, ossos, vísceras, componentes vasculares, etc.
Desta forma, poderá ocorrer desorganização de todo o sistema músculo esquelético, propiciando condições favoráveis
ao aparecimento de patologias.
O músculo espasmado apresenta ainda ponto gatilho (trigger points), que são áreas de acúmulo de influxos facilitadores
proporcionados pela proximidade da placa motora, formada pelo motoneurônio alfa. É o local que este motoneurônio se
relaciona com o músculo.
A distribuição dos influxos na fibra muscular se dá em forma de caracol. Isto explica porque no local da junção
mioneural temos mais influxos do que nas fibras mais afastadas, ou seja, na periferia. Desta forma, todos os músculos
espasmados têm um ou vários trigger points, por possuírem mais de uma placa motora.
Da mesma forma, encontraremos esta situação nos músculos hipertônicos.
A manutenção de um estado de espasmo poderá, com o passar do tempo, levar a uma estruturação (encurtamento,
perda de elasticidade) do tecido conjuntivo, instalando-se encurtamentos musculares e até mesmo a fibrose.
Toda essa fisiologia é imprescindível e se torna indispensável ao praticante de osteopatia. Nela estão embutidos
todos os mecanismos que levarão aos distúrbios neuro-músculo-esqueléticos, que denominamos de lesões osteopáticas, e
também todos os princípios de ação das técnicas utilizadas por esses profissionais para a normalização deste sistema.
A definição de um ponto gatilho é um ponto hipersensível em um tecido, que quando é pressionado mostra maior
sensibilidade do que as zonas adjacentes e pode dar dores referidas. Podemos ter um ponto gatilho em ligamentos, ossos,
cápsulas, tecidos cicatricial e etc. neste caso estamos nos referindo ao ponto gatilho miofascial (PGM).
- Ativo: zonas hipersensíveis na musculatura ou na fáscia, que são dolorosos à palpação sobre esse ponto, e de forma
espontânea referem padrão de dor em repouso ou em movimento. Este padrão de dor é especifico para cada músculo.
Um ponto gatilho ativo é sempre sensível, produz uma limitação da extensibilidade máxima do músculo e também é débil,
apresentam uma sensação de rebote e endurecimento a palpação seguido de dor. Com freqüência produzem alterações
vegetativas especificas e referidas geralmente nas zonas de dor.
- Latente: zona ou ponto hipersensível localizado no músculo ou na fáscia. Não produz dor espontânea e é doloroso
somente a palpação. Pode apresentar as demais características descritas para o ponto gatilho ativo.
- Primário: ponto hipersensível dentro de uma banda de musculatura esquelética tensa, que pode ser ativado por um
sobre-uso crônico ou agudo de um músculo. Não pode ser ativado como resultado da atividade de um outro PGM em outra
musculatura.
- Secundário: ponto hipersensível na musculatura ou na fáscia. Pode ser ativado a partir de um PGM primário, porque
o músculo é submetido a um sobre-esforço como sinergista ou antagonista suportando uma tensão maior do que o normal,
com respeito ao músculo que contem um PGM primário.
- Satélite: é um ponto hipersensível na musculatura ou na fáscia, que pode chegar a ativar-se porque o músculo está
localizado dentro da zona de referência de outro PGM. Deve ser distingüido do ponto gatilho secundário.
O tecido fascial pode ser acometido de duas formas em parâmetro menor, por encurtamento ou tensionamento.
No encurtamento ocorre uma densificação do tecido conjuntivo que se caracteriza por um aumento das fibras
colagenosas e diminuição do fluído, que pode estar associado ao uso repetido e intenso da musculatura esquelética,
provocando desta forma, uma perda da capacidade elástica desses tecidos. A outra forma de encurtamento que encontramos
no tecido conjuntivo ocorre devido a uma exposição mantida desse tecido em encurtamento devido às deformações posturais
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ou posições viciosas dos ossos. Isto faz com que ocorra uma densificação conjuntiva que se caracteriza pela diminuição do
número e tamanho do sarcômero, diminuição dos fluídos e conseqüentemente perda da capacidade elástica tecidual. Esses
dois fatores acima citados são importantes pois podem determinar posições viciosas dos ossos e articulações, alterando
a mecânica normal do corpo e gerando vícios posturais. São responsáveis em grande parte pelas alterações posturais
segmentares. Ex: cifose, lordoses, escolioses.
Os encurtamentos fasciais provocam alterações esqueléticas aproximando as peças ósseas.
O tensionamento é ocasionado pelo estiramento excessivo do tecido conjuntivo. Normalmente se encontra de forma
antagônica ao encurtamento.
Ocorre igualmente uma força tensil sobre as inserções e uma adaptação do tecido conjuntivo a essa posição, o que
muitas vezes resulta em desconforto e dor ao paciente.
Sempre devemos ter em mente que ao encontrarmos um encurtamento fascial encontraremos no lado antagônico
sofrimento tensional do tecido conjuntivo. Podemos fazer uma analogia com as alterações de tônus muscular, de um lado
temos um espasmo e do lado antagônico encontraremos uma hipertonia, que também é um estado de tensão.
O tecido neural pode ser acometido de três formas em parâmetro menor, por compressão, sensibilização ou restrição
mecânica.
A compressão tem como sinais clínicos dor neural crônica, formigamentos crônicos, parestesias, membros cansados
e pesados, diminuição dos reflexos, défict muscular crônico, aumentam os sintomas com a pressão sobre o nervo. Está
associada a diminuição da condutibilidade nervosa.
Os sinais clínicos da sensibilização são: dor neural aguda que aumenta com o estiramento do nervo. É desencadeada
com movimentos que coloque o tecido sobre tensão. A dor obedece o trajeto do nervo. Está associada ao edema intra-neural
e irritação do nervo nervorium.
A restrição mecânica não apresenta características dolorosas observadas acima (compressão e sensibilização),
apenas restringe a mecânica normal, devido ao encurtamento do tecido conjuntivo neural. Se manifesta com uma limitação
de movimentos nos testes de provocação neural, sem desencadear sintomas.
É uma dor óssea precisa, centrada sobre a vértebra concernida, a dor geralmente é surda. Aumenta no final do
movimento quando chega a barreira óssea. Em caráter específico na função das articulações lesionadas, uma dor da
faceta articular lombar se manifestar durante os movimentos de F/E ou de S e R homolateral, quando se põe a faceta em
sofrimento.
DOR DISCAL:
É uma dor aguda que se manifesta principalmente quando o corpo está sobre pressão da gravidade (posição de pé ou
sentado: sentado retropulsa o núcleo para trás e põe em tensão o LCVP).Esta dor aparece imediatamente em latência não
consegue amortizar as pressões. Aumenta na anteflexão que retropulsa o disco. Aumenta com a defecação que aumenta as
pressões abdominais e intra-discal.
DOR LIGAMENTÁRIA:
A dor aparece quando o local é mantido na posição por muito tempo e também no final das amplitudes articulares.
Se produz depois de um período de latência de 10 minutos a 1 hora. A dor é descrita como em queimação.Segundo Cyriax
existem características dolorosas próprias:
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- Cápsula inter-apofisárias: são responsáveis pelas dores lombares unilaterais quando sentam do lado lesado. Esta dor
na S-R homolateral.
- Ligamento Ílio-lombares: A dor é na lateral lombar. A dor na F e S contralateral. Podem provocar dores projetadas tipo
ciáticas.Trocam de perna com freqüência para melhorar a dor.
- Ligamento Interespinhosos: é responsável por dores na F mantida e ao endireitar-se. Provoca dores em barra e dores
sobre a linha média raquídea. Estes ligamentos podem apresentar dores referidas devido aos reflexos segmentários.
- Ligamentos SI: São responsáveis por dores tipo ciáticas localizadas no glúteo e face posterior do músculo. A ciática
depende da parte ligamentária posta em tensão: A parte superior do sulco provoca uma ciática tipo S1; O sofrimento da parte
inferior do sulco provoca uma ciática tipo S2.
- Ligamentos Sacro-ciáticos: são responsáveis por dores tipo radicular que irradiam para a região do tornozelo e
panturrilha (ciatalgia S2)
DOR MUSCULAR:
A dor se manifesta no movimento, na contração muscular. A dor que se sente é descrita como surda ou difusa, do tipo
de contração muscular.
Espasmo: quando as fibras de actina e miosina estão no máximo de suas contrações ocorre uma liberação de toxinas
devido ao uso do sistema anaeróbico, tornando-o fraco com a resistência diminuída de força muscular e possui uma barreira
elástica.
DOR NERVOSA:
A dor de origem nervosa (raiz, nervo raquídeo, nervo periférico) é descrito pelo paciente como filiforme, radicular,
descrevendo o seu trajeto com o dedo. A dor aumenta com certos movimentos do tronco e quando é provocado.
DOR VISCERAL:
A dor projetada não aumenta com movimentos e obedece ao ciclo circadiano e da função visceral. A zona somática
dolorosa não apresenta uma disfunção importante.
ANÁLISE RADIOLÓGICA
Análise radiológica
• Descartar contra-indicações e dar informações Osteopáticas.
• Análise global, buscando algo que desperta a nossa atenção (anomalia anatômica)
1.Estudo da densidade
Zonas claras:
- Localizada na interlinha articular indicam excesso de pressão (artrose e fixação articular)
- Localizada no segmento ósseo indicam osteocondensação (infecção, tumor)
Zonas escuras:
- Indicam carga cálcica menor (osteoporose, osteolise).
2. Estudo da morfologia
- Anomalias congênitas
- Destruição óssea
- Proliferação óssea
- Desaparição das interlinhas articulares
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- Geodas (câncer, cistos, reumatismos)
5. Pedículos
- Mais densos (tumores osteocondensantes)
- Desaparição (câncer osteolítico primário e secundário)
6. Lâminas
- Fraturas (espondilolistese)
- Desaparecimento (laminectomia)
B) Radiografias Dinâmicas
1. Exames de perfil:
- Flexão / extensão isolada de uma vértebra
- Hipermobilidade e zonas de rigidez
- Instabilidade em casos de entorse
- Fixações articulares
- Bocejo discal antero-posterior
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Técnicas Osteopáticas
São instrumentos utilizados pelos osteopatas para tratar as disfunções, normalizar os tecidos restabelecer a mobilidade
e devolver a saúde ao organismo.
As técnicas podem ser estruturais ou funcionais:
Obs: Cada técnica tem uma ação específica sobre um elemento anatômico concreto com um objetivo neurológico e
mecanismo preciso.
Técnicas Estruturais
Técnicas Rítmicas
Esta categoria de técnicas controla o ritmo de aplicação da técnica e a repetição.
- Cada movimento ativo e passivo são acompanhadas de numerosos reflexos de regulação e adaptações que incluem
fenômenos de facilitação e de inibição.
Estas técnicas se utilizam de movimentos de: translações, trações e compressões, angulações, empurres que forçam
o limite articular motriz.
1. Técnicas de Stretching
O objetivo destas técnicas é estirar os ligamentos, as fáscias, os músculos e os tendões utilizando alavancas.
- Utiliza-se uma amplitude curta para atuar sobre os elementos articulares (ligamentos, cápsulas e músculos)
- A força deve ser aplicada lenta e gradualmente para produzir uma mudança e um relaxamento dos tecidos; a medida
que os tecidos mudam, se aumenta o estiramento para aproveitar uma nova amplitude conseguida.
2. Técnicas de Bombeio
Dirigem-se essencialmente as aponeuroses e aos ligamentos.
Uma vez localizada a zona de trabalho se faz uma alternância de trações no eixo da estrutura a estirar e de relaxamento
até que se obtenha uma sensação de diminuição das tensões e da dor.
3. Técnicas de articulações
Dirige-se aos elementos periarticulares e estão baseadas em movimentos passivos e repetidos, associados a uma ou
varias alavancas e com um ponto fixo para aumentar a potência.
O terapeuta aumenta e diminui a intensidade de sua ação de acordo com as informações recebidas dos tecidos.
A utilização de um pequeno rebote ao final da amplitude permite produzir mudanças mais rápidas nos tecidos. Essas
técnicas permitem ganhar amplitude de movimento.
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mas sem a aplicação do Thrust.
É nesse momento em que a tensão é mantida e o paciente utiliza ciclos respiratórios até se obter o relaxamento dos
tecidos.
5. Técnicas de inibição
Dirige-se ao espasmo muscular, consistem em exercer uma pressão perpendicular as fibras musculares; esta pressão
é mantida até que o músculo se distende, o terapeuta diminui lentamente a pressão.
A técnica é aplicada em função das reações dos tecidos e do ritmo respiratório, o que permite obter um relaxamento,
um aumento da circulação e uma diminuição da resposta aferente.
2o princípio: thrust.
O thrust necessita de uma força mínima se a posição do terapeuta é correta em relação ao plano articular e a colocação
é correta.
O thrust se dá por uma contração breve e explosiva dos peitorais, dorsais e tríceps do terapeuta, permitindo alta
velocidade da manipulação, o que surpreende as facetas articulares.
Contra indicações as técnicas com thrust
Ósseas
Câncer, osteoporose, raquitismo, reumatismo infeccioso e inflamatório, anomalias congênitas e fraturas.
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Nervosas
Compressão medular, hérnia discal exteriorizada, neuropraxia.
Vasculares
Calcificações artérias (cervical), câncer visceral (risco de metástase óssea), não integridade dos elementos
periarticulares: rotura de músculos e ligamentos, receio do paciente (resistência, espasmo, medo), feeling do terapeuta. Tem
casos que nossos instintos nos adverte que não devemos aplicar o thrust.
1. Técnicas indiretas
A colocação em tensão e o thrust são realizados unicamente com ajuda das alavancas superior e inferior.
Posição do terapeuta
O terapeuta deve colocar seu corpo no espaço sobre a articulação à manipular. Seu centro de gravidade deve estar
colocado acima da lesão.
Posição do paciente
Deve permitir a colocação das alavancas necessárias para normalização da articulação: este posicionamento deve ser
confortável para o paciente, indolor para que se obtenha um relaxamento.
Plano articular
Está determinado pela anatomia: permite definir em que direção deve aplicar a força redutora.
As alavancas
A redução do slack, a redução do jogo articular depende da combinação dos parâmetros de movimento maiores mas
também pelos menores.
Os parâmetros maiores são flexão/extensão, latero flexão e rotação.
Os parâmetros menores são compressão/tração deslizamentos laterais e ântero posteriores.
2. Técnicas diretas
Se faz um contato simples (pisiforme) doble tênar ou doble pisiforme, diretamente sobre a articulação à manipular.
A redução do slack se fará com ajuda de contatos diretos sem grandes alavancas, associando a um “tissue pull”
(estiramento cutâneo) em direção a redução para eliminar o deslizamento de pele.
O thrust deve ser o mais rápido possível, as forças não devem ser absorvidas pelos tecidos e sim passar pelos tecidos
que deverão ser surpreendidos, gerando um alto poder reflexogeno. Utiliza-se macas especificas de drop.
3. Técnicas semidiretas
Combina-se técnicas indiretas e diretas. O contato é feito de forma direta sobre a articulação a ser manipulada,
reduzindo o slack. Depois a tensão deve ser organizada através das alavancas para aumentar a eficácia do contato, bloqueando
os níveis suprajacentes e subjacentes.
As técnicas funcionais
O princípio é ir no sentido da lesão, no sentido oposto à barreira, nos sentido da facilitação até o ponto neutro de
mobilidade (ponto de Still) e manter esta posição de equilíbrio, tridimensional até a liberação total dos elementos periarticulares.
Estas técnicas vão no sentido da redução do espasmo muscular e da hiperatividade gama, e utilizam como ajuda os ciclos
respiratórios e as forças bioenergéticas do paciente.
Permite obter a nível medular um silêncio neurológico sensorial que permite a normalização do tônus muscular.
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nervosa).
Esta zona de hiperexcitabilidade esta situada no tecido miofascial e pode se localizada em diferentes níveis (aponeuroses,
músculos, tendões, cápsulas articulares, ligamentos, periósteo).
- Buscar o ponto de trigger com um dedo, depois com a outra mão buscar a posição da articulação no espaço, na
medida que diminui a dor do trigger, se produz também uma diminuição da tensão dos tecidos.
- Manter esta posição durante 90 segundos para permitir normalizar o circuito gama.
- Colocar muito lentamente a articulação na posição neutra sem provocar o reflexo de contração e estiramento.
Como acabamos de constatar, fica clara a relação desses mecanismos com as lesões e técnicas osteopáticas.
O conhecimento desta neurofisiologia se torna indispensável para o terapeuta que se utiliza de técnicas manuais.
Este conhecimento trará, com certeza, ao profissional uma confiança maior e também uma capacidade melhor para obter
resultados e fazer prognósticos.
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Ficha de Avaliação do Idot
Nome: Idade:
Profissão:
Endereço:
Cidade
Telefone: Data:
Avaliação Clínica
Queixa principal:
Queixa secundária:
Inspeção
- Estática
Vista anterior:
Vista de perfil:
Vista posterior:
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Inspeção Dinâmica (Mobilidade Global) – Lesões Osteopáticas
Lombar/ Sacro-Iliaco/ Toracica/Cervical
- Palpação Estática
- Tetes Ortopédicos
- Exames Complementares
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Análise do Sistema Nervoso
Slump: D:
E:
D 1 2 3 4 5 E 1 2 3 4 5
Ciático Ciático
Crural Crural
Obturador Obturador
PLEXO BRAQUIAL
D 1 2 3 4 5 E 1 2 3 4 5
Mediano Mediano
Ulnar Ulnar
Axilar Axilar
Radial Radial
Musculocutâneo Musculocutâneo
Sistema Estabilizador
Sistema Visceral
Crânio
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Cadeia Lesional
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