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APTRAESP

Associação Profissional dos Técnicos


em Radiologia e Auxiliares
Do Estado
de São Paulo

Almir Inácio da Nóbrega


Aimar Aparecida Lopes
Elvira Barbosa Miranda
JUNHO / 2001

Almir Inacio da Nobrega

 Técnico em Radiologia - Biólogo.


 Professor de Ressonância Magnética Nuclear e Radiologia Digital no
Centro Universitário São Camilo - SP.
 Técnico em Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética
Nuclear nos Hospitais Santa Catarina e Oswaldo Cruz de São Paulo.

Aimar Aparecida Lopes

 Técnica em Radiologia
 Técnica em Ressonância Magnética Nuclear no Hospital Alvorada –
SP.
 Instrutora do curso de Mamografia da APTRAESP.

Elvira Barbosa Miranda

 Técnica em Radiologia - Biomédica.


 Professora de Técnicas de Diagnóstico por Imagem no Centro
Universitário São Camilo – SP
 Técnica em Ressonância Magnética Nuclear no Hospital Santa
Catarina - SP
...................................................................................

Curso: Introdução à Imagem por Ressonância Magnética Nuclear


Realização: APTRAESP – Associação Profissional dos Técnicos em
Radiologia e Auxiliares do Estado de São Paulo.

Diretor Presidente: Almir Inacio da Nóbrega.


Vice Presidente : Laércio Tonelo.
Secretário Geral : Lucia Helena Solha
1o. Secretário : Adalberto Marolo de Oliveira
o
2 . Secretário : Aimar Aparecida Lopes
Secretário de Finanças: Eugênio Tadashi Arashiro
1o. Tesoureiro : Elvira Barbosa Miranda
o
2 . Tesoureiro : Felix Luiz da Silva

2
Índice

I – PRINCÍPIOS FÍSICOS DE RMN


 Ressonância Magnética Nuclear 5
 Magnetização Longitudinal 6
 O sinal de RMN / F.I.D. 8
 Relaxação Longitudinal 9
 Relaxação Transversal 10

II – SEQUÊNCIAS DE PULSOS
 Seqüências de Pulsos 12
 Inversion Recovery 13
 Spin Echo – SE 14
 Fast Spin Echo – FSE 15
 Sigle Shot Fast Spin Echo – SSFSE 16
 Echo Planar Image - EPI 17
 Gradiente Eco 18

III – FORMAÇÃO DA IMAGEM

 A Equação de Larmor 20
 Campos Gradientes 21
 Formação da Imagem 23
 Gradientes Codificadores Gy / Gx 25
 O espaço K 27

IV – QUALIDADE DA IMAGEM

 Relação Sinal Ruído - SNR 29

V - SEGURANÇA
 Aspectos de Segurança 32
 Riscos Potenciais 33
 Riscos Ocupacionais 34

VI – EQUIPAMENTO / ACESSÓRIOS

 O Equipamento de RMN 37
 Bobinas 38
 Opções de Imagem 39

3
VII – EXAMES POR RMN

 Exames por RMN 41


 RM do Crânio 43
 RM do Tórax 47
 RM do Abdômen 51
 RM do Joelho 54
 RM da Coluna 60
 RM da Coluna Cervical 62
 RM do Ombro 64
 Angio RMN 65
 Aq. TOF – Time of Flight 67
 Aq. 2DTOF 69
 Aq 3DTOF 70

VIII - PROTOCOLOS

 CRANIO 71
 HIPÓFISE 72
 COL. CERVICAL 73
 CRANIO ESPECIAL 74
 COLUNA DORSAL 75
 COLUNA LOMBO-SACRA 76
 JOELHO 77
 OMBRO 78
 TÓRAX 79
 ABDOMEN 80

4
I. Princípios Físicos de RMN

Ressonância Magnética Nuclear

A Ressonância Magnética é um fenômeno físico de troca de


energia entre forças periódicas (ondas eletromagnéticas) e corpos animados
de movimento (certos núcleos atômicos).
A RM aplicada ao diagnóstico por imagem utiliza-se dos núcleos
dos átomos de hidrogênio que trocam energia com ondas eletromagnéticas
aplicadas por pulsos de radiofreqüência. A obtenção da IRM a partir do
hidrogênio se deve ao fato deste elemento responder à campos magnéticos
externos e também por ser um dos principais constituintes da matéria
orgânica, chegando a representar 70 % do corpo humano. A obtenção de
imagens a partir de outros elementos como o fósforo, por exemplo, também
é possível, no entanto, a baixa constituição deste elemento inviabiliza o seu
uso.

1 - HIDROGÊNIO

O Hidrogênio é um átomo constituído por uma carga


positiva no seu núcleo ( próton + ) e uma carga negativa em sua eletrosfera
(elétron e- ).
Apresenta movimento de rotação do núcleo (SPIN nuclear) em torno do próprio
eixo. Este movimento, dependendo do campo magnético externo, pode ser
discretamente alterado gerando um movimento característico conhecido por
precessão.

2 - MOVIMENTO DE PRECESSÃO

Quando o átomo de hidrogênio fica submetido à forte


campo magnético, observa-se uma alteração nas características do spin
nuclear.
O núcleo, nestas condições, altera o seu eixo giratório de uma
“linha” para um “cone”, resultado da força externa que atua sobre o átomo.

5
Este movimento é denominado PRECESSÃO, e se assemelha ao
movimento giratório de um pião no momento em que este está perdendo a sua
força (cambaleando).

Movimento de Precessão.

O núcleo do átomo de hidrogênio, reponde


ao torque da forca magnética externa,
nestas condições o núcleo se assemelha a um pequeno
imã.

3. MAGNETIZACÃO LONGITUDINAL

O comportamento do núcleo do hidrogênio como um


pequeno imã lhe confere uma força magnética microscópica representada pela
letra “  “ ( força microscópica ).
Na IRM a resultante magnética que contribui para a
formação da imagem está representada pela somatória das forças
microscópicas de uma grande quantidade de núcleos orientados em uma
mesma direção. Esta resultante magnética quando observada ao longo das
linhas de força do campo magnético principal é denominada Magnetização
Longitudinal. Se as linhas de força estiverem orientadas na direção do
eixo “Z “ do equipamento a magnetização longitudinal recebe a notação Mz .

A Magnetizacão Longitudinal é a Forca


magnética resultante no sentido das linhas de
forca do campo principal. ( Eixo Z” do
equipamento de RM nos magnetos
supercondutores )

6
4.1 - O Equilíbrio Dinâmico:

Quando um paciente é introduzido no equipamento de RM


os seus átomos de hidrogênio sofrem uma orientação paralela com as linhas de
força do campo principal. Nesta situação observa-se que uma grande
quantidade de hidrogênios se orienta para uma das extremidades do eixo Z do
equipamento (população de baixa energia) e uma quantidade ligeiramente menor
se orienta para o lado oposto (população de alta energia). A somatória vetorial
dos hidrogênios de ambas as populações resulta numa força magnética na
direção dos prótons de baixa energia denominada magnetização longitudinal.
Freqüentemente os átomos de baixa energia absorvem
energia do meio e “pulam”para o lado mais energético. Os átomos de alta
energia, por sua vez, fazem o contrário, liberam energia para o meio e vão se
posicionar no lado de baixa energia, estabelecendo o que se conhece por
equilíbrio dinâmico.
Elétrons de baixa energia

e- e-
Elétrons de alta energia

4.2 - O Fenômeno da Ressonância aplicado à imagem.

O fenômeno da ressonância baseia-se em perturbar o


equilíbrio dinâmico de tal forma que a resultante magnética Mz mude a sua
orientação no espaço e vá preferencialmente assumir uma posição no plano
transversal ( X,Y ). Para que isto ocorra faz-se necessário que corpos em

7
movimento (núcleos de hidrogênio em precessão) troquem energia com uma
força periódica externa (ondas eletromagnéticas de radiofreqüência).
Quando as ondas de RF oscilam na mesma freqüência de
precessão dos núcleos de hidrogênio observa-se o fenômeno da ressonância,
em outras palavras, os núcleos de baixa energia absorvem a energia das ondas
externas e “pulam” em grande quantidade para o lado energético, conseguindo
assim, levar a resultante magnética Mz para o plano transversal.
A nova resultante magnética que surge no plano
transversal assume a denominação Magnetização Transversal - “Mxy “. Esta
magnetizacão é capaz de induzir corrente elétrica em bobinas
apropriadas. As correntes observadas nessas bobinas constituem-se, em
última análise, no SINAL DE RM.

- O Sinal da Ressonância Magnética.

A força magnética Mxy que surge no plano transversal do


equipamento é de natureza oscilatória, ou seja, inverte a sua polaridade em
relação à bobina induzindo corrente elétrica alternada.
Todo o sistema de RM está projetado para permitir que a
forca magnética Mxy induza correntes elétricas apreciáveis em diferentes
tipos de bobinas. Cada corrente observada nessas bobinas, representa o sinal
de ressonância magnética proveniente de uma região do paciente.
O comportamento do sinal de ressonância é fundamental
para uma perfeita compreensão dos fatores que interferem na qualidade das
imagens e como este afeta a relação Sinal/Ruído.

O F.I.D. ( Free Induction Decay )

A magnetização transversal é obtida a partir da excitação de


uma determinada “população” de hidrogênios. Se esta excitação for
suficiente para provocar uma báscula da resultante magnética de 90 graus,
dizemos que foi aplicado um pulso de 90 graus ou /2. Se o pulso de
excitação provocar uma báscula menor da resultante, por exemplo 70 graus,
teremos uma magnetização transversal parcial. A magnetização transversal
parcial permitirá a indução de correntes de menor amplitude, no entanto,
suficientes para produzir imagens diagnósticas.

8
Mxy

Pulso 70 graus

Mz

O FID (free inducction decay) ou simplesmente “


Queda Livre da Indução” indica que o sinal de RM vai diminuindo de
intensidade em função do tempo. Isto ocorre porque a população de
hidrogênios, inicialmente excitada, libera a energia absorvida para o meio,
buscando o equilíbrio através da recuperação da magnetização longitudinal.

A RELAXACÃO LONGITUDINAL ( T1 )

Na busca do equilíbrio dinâmico os prótons que


absorveram energia no processo de excitação passam a liberá-la para o meio e
voltam para o estado de menor energia.
Os diferentes tecidos do corpo humano recuperam suas
magnetizações longitudinais em tempos diferentes o que possibilita o estudo
da RM por contraste em T1.
Considera-se T1 de um tecido em particular, o tempo
necessário para uma recuperação de aproximadamente 63% da magnetização
longitudinal dos prótons deste tecido. ( Figura ).

100%

xy
63%

M
Mxy

Mz z T1 t
63%

9
Graficamente podemos visualizar o instante em que
dois tecidos apresentam o melhor contraste por T1 ( Fig. ). A
obtenção da imagem neste momento produz uma imagem de alto contraste .

Mz

t
T1

A RELAXAÇÃO TRANSVERSAL ( T 2 )

Já vimos que quando o pulso de RF é aplicado ao


paciente uma determinada quantidade de hidrogênio responde pelo fenômeno
da ressonância. A população de hidrogênios excitada, desvia a resultante
magnética para o eixo transversal. Nestas condições, todos os átomos que
contribuem para a resultante transversal, possuem a mesma fase e o valor da
resultante magnética é máximo, porém, o contraste entre os tecidos é mínimo.
Após algum tempo, os átomos excitados alteram
as suas fases, resultado da interação com átomos vizinhos e da falta de
homogeneidade do campo magnético principal.
É possível obter contraste entre os tecidos
neste momento. O padrão de imagem estabelecido nestas condições é o que
conhecemos por T2. Em outras palavras podemos dizer que: T2 é a
imagem formada no momento da perda da coerência de fase no plano
transversal.

10
A principal característica da imagem T2 é que os
líquidos se apresentam claros. Tecidos musculares, vísceras, parênquimas,
dão pouco sinal, e se apresentam escuros.
O tempo de relaxação transversal ( T2 ) de um
tecido em particular , é o tempo necessário para que a resultante magnética no
plano transversal decaia até aproximadamente 37% do seu valor original.

Mxy
100%........

37%.........

T2 t

11
II - Seqüências de Pulsos

SEQUÊNCIAS DE PULSOS

A forma como os pulsos de RF são aplicados


influenciam o contraste das imagens. É possível a partir da aplicação de pulsos
de diferentes ângulos obter diferentes contrastes entre os tecidos.
Alguns conceitos são importantes para uma boa compreensão da dinâmica das
seqüências .:

TR ( Tempo de Repetição )

É o tempo medido entre o primeiro pulso e a sua repetição.


Exemplo:
180 180

90 90
t

TR = 400 ms

TE ( Tempo de Eco ).

É o tempo medido entre o primeiro pulso e a amplitude máxima do


sinal de RM (eco).

180
90 sinal

TE = 20 ms

1 - INVERSION RECOVERY
( Recuperação da Inversão ).

É uma sequência que utiliza-se basicamente de 3 pulsos:

12
 1 pulso de inversão de 180 graus.
 1 pulso de 90 graus.
 1 pulso de recuperação de fase de 180 graus.

Aplicação: - Usada para obtenção de imagens com alto contraste


por T1.
- Suprime o sinal da gordura ou outro tecido em particular,
utilizando-se do tempo de inversão adequado. (técnica de
saturação )

180 180 180 180


90 sinal 90

T.R.

TI

TE

R.F.

Gz

Gy

Gx

Sinal

13
2 . SPIN ECO

A sequência spin eco é a mais utilizada. Os padrões de imagem


T1 , T2 e DP, estão intimamente relacionados com esta seqüência.
A seqüência spin-eco constitui-se de 2 pulsos : Um de
excitação de 90 graus e um de recuperação de fase de 180 graus.
Se aplicados 2 pulsos de 180 graus é possível a obtenção de
imagens em diferentes ponderações. ( D.P. e T2 por exemplo )

180 180
90 90

T.E.

T.R.

Seqüência Spin Eco com dois pulsos de 180 graus.

RF

Gz

Gy

Gx

Sinal

14
3. A Sequência Fast Spin Eco ( Turbo Spin Eco )

A seqüência FSE (TSE) utiliza-se de uma cadeia de pulsos de 180


graus aplicados à uma única imagem (trem de ecos), fazendo-se variar a
codificação de fase após cada pulso de refasamento. O vários sinais
codificados preenchem o espaço K muito rapidamente. Cada linha do espaço K
é preenchida pela codificação de cada pulso de 180 graus.

Seqüência Fast Spin Eco ( Múltiplos pulsos de 180 graus )

4 – SEQUENCIA SINGLE SHOT FAST SPIN ECO - SSFSE

A sequência SSFSE utiliza-se de uma cadeia de ecos suficiente para


preencher todas as linhas do espaço K após um único TR.
Para uma matriz 256, são utilizados 256 pulsos de 180 graus após o
pulso inicial de 90 graus.
Uma seqüência completa dura apenas alguns segundos.
Esta seqüência, dado a grande quantidade de ecos produzidos,
pondera as imagens quase que tão somente em T2 e é muito utilizada nas
colangiorressonâncias, urorressonâncias e mielorressonâncias.

15
. . . . . .

SSFSE - Cadeia longa de ecos

A Técnica EPI – Echo Planar Image

A técnica EPI é a maneira mais rápida de se obter imagens


por RMN. Permite a codificação e preenchimento de todo o espaço K com um
único TR, sem que para isto, se utilize dos pulsos de refasamento de 180 graus
como os usados na seqüência FSE.
Esta técnica consiste em inverter a polaridade dos gradientes
codificadores de fase e de freqüência de forma contínua, conseguindo-se
desta forma, o preenchimento de todo o espaço K em apenas fração de
segundos.
Esta técnica pode ser acoplada às seqüências Spin Eco e também
por Gradiente de Eco, sendo largamente utilizada nos estudos funcionais de
difusão, perfusão e ativação por ressonância magnética.

RF

Gz

Gy

Gx

Sinal

Aquisição Eco Planar ( EPI )

16
3 - Seqüência Gradiente de Eco

A seqüência gradiente de eco utiliza-se de um pulso inicial de ângulo


variável entre 5 e 180 graus ( Flip angle ).
O refasamento dos prótons é obtido pela aplicação de um campo
gradiente invertido.
Na seqüência gradiente de eco os tempos TR e TE são muito
curtos, reduzindo o tempo total do exame, no entanto, observa-se muitos
artefatos na imagem.

RF

Gz

Gy

Gx

Sinal

Seqüência Gradiente Eco com Flip Angle de 90 graus

As seqüências gradiente de eco são muito utilizadas nas aquisições


vasculares e aquisições dinâmicas por RMN.

Principais Sequências de Pulsos .

 SE ( Spin Eco ): Seqüência convencional em RM, utilizada para obtenção


de imagens ponderadas em T1, T2 e D.P com alto grau de definição.

17
 FSE ( Fast Spin Eco / Turbo Eco ) : Seqüência que utiliza múltiplos
pulsos de 180 graus para um mesmo corte reduzindo drasticamente o
tempo de aquisição das imagens. O fator turbo ( quantidade de pulsos de
180 graus) , determina a magnitude da redução da seqüência.

 FSE-XL : Seqüência fast spin eco com tempo de espaçamento mais


curto entre pulsos de 180 graus. Melhor SNR nas imagens T2.

 SSFSE – Seqüência spin eco com disparo único. ( 128 ou 256


codificações de fase )

 I.R. – Seqüência Inversion Recovery. O parâmetro TI ( Tempo de


inversão) usado nesta seqüência influenciará o padrão da imagem.
 No equipamento de 1,5 Tesla:
 TI = 160 ms - Satura a gordura.
 TI = 800 ms - Aumenta o contraste por T1.
 TI = 2.200 ms - Satura o sinal do Liquor.

 FLAIR – Seqüência Inversion Recovery com tempo de inversão de


aproximadamente 2000/2200 ms utilizado para obtenção de imagens T2
com supressão do sinal do liquor.

 STIR – Seqüência inversion recovery com ponderação T1.

 SPIR – Seqüência inversion recovery com saturação espectral da


gordura.

 GRE / GRASS / FFE / FISP – Seqüência gradiente eco coerente.


Imagens ponderadas em T2*. Alta sensibilidade para líquidos.

 SPGR / FFE-T1 / FLASH - Sequência gradiente eco incoerente.


Imagens gradiente com ponderação T1 e sensibilidade para fluxo.

 FAST GRE / FAST SPGR / TFE / TURBO FLASH : Sequências


gradiente eco ultra-rápidas.

18
 TOF GRE 2D – seqüência vascular pelo método Time of Flight em
seqüência gradiente eco coerente de aquisição de imagens planas
bidimensionais.

 TOF GRE 3D – Seqüência vascular pelo método Time of Flight em


seqüência gradiente eco coerente de aquisição de um volume de imagens.

 TOF SPGR 2D – Seqüência vascular gradiente eco incoerente ( T1W ).


Aquisição Bidimensional.

 TOF SPGR 3D – Seqüência vascular gradiente eco incoerente ( T1W ).


Aquisição volumétrica.

 PC 2D – Seqüência vascular gradiente eco phase contrast com


codificação de fluxo/velocidade. Aquisição bidimensional.

 PC 3D – Seqüência vascular gradiente eco phase contrast com


codificação de fluxo/velocidade. Aquisição volumétrica.

 CeMRA – Seqüência vascular gradiente eco com contraste a base de


gadolíneo

 DW-EPI – Seqüência de difusão pela técnica Echo Planar Image.

 PERFUSION-EPI – Seqüência de perfusão pela técnica Echo Planar


Image.

19
III - Formação da Imagem

A Equação de Larmor.

A frequência com que o próton de hidrogênio precessiona depende:

1. - Da razão giromagnética “  “
2. - Do campo magnético a que ele é submetido.

W = Bo . 
W = Frequência de precessão : Define a quantidade de
giros por segundo ( precessão ).
Bo = Campo Magnético Principal : Define Intensidade do
Campo Magnético do Equipamento
= Razão Giromagnética: Constante Característica de
cada átomo. Para o Hidrogênio vale:
6
42,58 x 10 Hertz/s.

A freqüência de precessão de um próton de hidrogênio


depende do campo magnético que atua sobre o próton e da sua razão
giromagnética “ ”.
Definido a freqüência de precessão de um próton,
podemos excitá-lo por ressonância a partir da aplicação de uma força
periódica externa de mesma freqüência.

Considerando um equipamento de 1,5 T

Wo = Bo ( 1,5 T ) . ( 42,58 106 Hz/s )

Wo = 63,87 . 106 Hz/s

20
Aproximadamente 63 milhões, oitocentos e setenta mil vezes
por segundo é a freqüência de precessão dos prótons de hidrogênio do corpo
de um paciente que se encontra no interior de um equipamento de 1,5 Tesla.

Campos Gradientes

A informação obtida pela equação de


Larmor mostra que para a realização de imagens por ressonância de
diferentes regiões do corpo é preciso fazer variar o campo magnético numa
certa direção provocando assim diferentes freqüências de precessão dos
prótons de hidrogênio ao longo deste campo magnético.
Campos magnéticos que variam gradativamente de
intensidade numa certa direção são denominados campos gradientes. No
sistema de RM os campos gradientes ocupam os três eixos físicos X, Y, Z,
respectivamente horizontal, vertical e longitudinal e servem para selecionar o
plano e a espessura do corte e codificar espacialmente os sinais provenientes
do paciente.

Campo Magnético Gradiente ( Intensidade Variável )

-4 -2 0 +2 +4 mT

Campos Gradientes são adicionados ao campo


magnético principal, para diferenciar a freqüência com que prótons de
diferentes regiões do corpo precessionam. Nestas condições a equação de
Larmor fica assim definida:

21
W x = ( Bo + Gx ) . 

Campos gradientes são adicionados ao longo dos três eixos físicos do


equipamento.
O gradiente responsável pela seleção do corte é denominado Gradiente
Seletivo ( Gz ).
O gradiente codificador da fase é denominado Gy.
O gradiente codificador da freqüência ou gradiente de leitura é
denominado Gx.

22
RM - Formação da Imagem.
Codificação espacial.

Um paciente no interior do magneto experimenta um campo


magnético proporcional à Bo. Todos os prótons que ficam sob ação do
campo principal precessionam na mesma freqüência ( Equação de Larmor).
Para que possamos obter imagens de regiões específicas do paciente é
necessário codificar espacialmente os prótons, diferenciando-os quanto
às suas freqüências de precessão, somente desta forma, poderemos
obter imagens dos pés, do abdômen ou da cabeça do paciente.
A codificação espacial é obtida a partir da aplicação de campos
magnéticos que variam de intensidade numa certa direção, alterando as
freqüências de precessão dos prótons de hidrogênio na direção do
campo gradiente. Uma vez codificado espacialmente os prótons de
hidrogênio, torna-se possível a excitação seletiva de uma região ou corte
em particular a partir da aplicação de pulsos de RF direcionados (campos
B1 ) .

Campos Gradientes

Campos gradientes são campos magnéticos que apresentam


variações lineares de intensidade ao longo de uma certa direção

23
aumentando ou diminuindo o campo magnético local. No equipamento de
RM os campos gradientes atuam a partir do isocentro magnético
aumentando gradativamente a intensidade em uma direção e diminuindo
também de forma gradativa a intensidade na direção oposta. No
isocentro magnético o campo magnético local será sempre equivalente à
Bo.
G+

Bo

G-
0.996 T 1.0 T 1.004 T

Uma vez aplicado o campo gradiente os prótons precessionam


segundo a equação:

 =  x ( Bo + G)

Gradientes do Sistema de RMN

O sistema de RM apresenta 3 eixos físicos:

Eixo Z - Longitudinal
Eixo Y - Vertical
Eixo X - Horizontal

Ao longo de cada eixo encontra-se as bobinas gradientes.


No momento da formação da imagem as bobinas geram os
campos gradientes necessários para a seleção do corte e codificação espacial
do sinal de RM.

24
O gradiente responsável pela seleção de corte é denominado
Gradiente Seletivo ( Gz ). Os gradientes que codificam o sinal no plano de
cortes são denominados; Gradiente de Fase ( Gy ) e Gradiente de Freqüência
(Gy ).

O Gradiente Seletivo ( Gz )

O gradiente seletivo é responsável pela determinação do plano


corte. Quando escolhemos imagens axiais o gradiente seletivo fica posicionado
ao longo do eixo Z do equipamento. Nestas condições observamos que os
prótons do paciente apresentam diferentes freqüências de precessão entre os
pés e a cabeça. Quando a escolha da imagem for coronal o gradiente seletivo
ficará ao longo do Eixo Y, neste momento os prótons apresentarão diferentes
freqüências de precessão entre a anatomia posterior e anterior do paciente.
Nos cortes sagitais o campo gradiente estará ao longo do eixo X e as
frequências de precessão será diferenciada entre os lados direito e esquerdo
do paciente.
No processo de formação da imagem o gradiente Gz é o
primeiro a entrar em ação codificando os prótons pela suas freqüências de
precessão. A aplicação dos pulsos de RF direcionados permite obtenção do
sinal de RM em qualquer plano ao longo desta direção .

Gradiente Codificador de Fase - Gy

Uma vez selecionado o corte, o plano correspondente, precisará


ainda ser codificado em duas dimensões para a reconstrução de uma imagem
bidimensional - 2D.
Em uma das dimensões a codificação será feita pela fase dos
prótons de hidrogênio.
A codificação por fase é obtida pela aplicação durante um
determinado período de tempo de uma campo gradiente ao longo de uma das
direções do plano de corte. O Gradiente aplicado acelera a freqüência de
precessão fazendo com que a fase dos prótons se diferenciem na direção do
gradiente. Em RM a codificação pelo gradiente de fase Gy é individual para

25
cada linha da imagem. Imagens de alta resolução, matrizes altas, demoram
mais tempo para serem adquiridas, por este motivo, é muito comum a
utilização de matrizes assimétricas ( 256 x 192 por exemplo).

Gradiente Codificador de Freqüência - Gx.

A outra dimensão da imagem é codificada pela freqüência de


precessão dos prótons de hidrogênio. O gradiente responsável por isto é o
gradiente codificador de freqüência Gx, também denominado gradiente de
leitura. A denominação gradiente de leitura se deve ao fato do sistema
interpretar o sinal de RM no momento em que este encontra-se em ação e que
coincide com o eco verificado na seqüência spin-eco.

A determinação da espessura do corte.

A espessura de corte pode ser obtida de duas formas:


- Variando a banda de radio freqüência – B1.
- Variando a amplitude do gradiente.

B1 – banda estreita B1 – banda larga

 Quanto mais larga a Banda RF B1 maior será a espessura


do corte.

26
Gradiente de Pequena Rampa Gradiente de Grande Rampa

B1 B1

 Quanto maior a rampa do gradiente (amplitude) menor será


espessura de corte.

O Espaço K

As informações obtidas no processo de codificação


do sinal são enviadas para uma área do processador de
imagens definida como espaço “K “.
O espaço K armazena as informações dos dados
brutos relativos às linhas e colunas que formarão a imagem
por ressonância magnética.
Os dados são processados matematicamente pela
Transformação Bidimensional de Fourier e convertidos em
escala de cinza.
A forma como os dados adquiridos e armazenados
influenciam a qualidade da imagem.
O espaço K pode ser representado graficamente
como uma matriz composta de linhas e colunas
correspondentes às da imagem por ressonância.

Representação esquemática do Espaço K

0
0 0 0
0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0

27
F 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Isocentro
A 0 0 0 0 0 0 0 0 0
S 0 0 0 0 0 0 0
E
0 0 0 0 0
0 0 0
0

Freqüência

As linhas centrais do espaço guardam as informações


codificadas por gradientes de baixa amplitude –

As linhas periféricas do espaço K guardam as informações


codificadas pelo gradiente de alta amplitude.

Sinal forte -
0 0 0 0 0 0 0
Baixa resolução.
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 Sinal Fraco -
0 0 0 0 0 0 0 Alta Resolução.
0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0
Preenchimento 0 0 0 0 0 0 0 parcial de dados
Eco Parcial / 0 0 0 0 0 0 0 Fracional.

A codificação do sinal por gradientes “ negativo/positivo” permite a


obtenção de informações especulares de sinais invertidos. É possível
adquirir parcialmente os dados e deixar que o computador “calcule” as demais
linhas numa análise comparativa. Neste caso será necessária a codificação de pelo
menos um pólo do gradiente.

28
Gy

Aquisição parcial dos dados.


Nos ecos parciais coleta-se aproximadamente 60% dos dados.
Os 40% restantes são calculados pelo computador.

IV - Qualidade da Imagem

SNR - ( Signal to Noise Ratio )


Relação Sinal - Ruído

Em ressonância magnética a qualidade da imagem pode


ser medida pela SNR (signal to noise ratio ) ou Relação Sinal - Ruido.
SNR mede em termos qualitativos o sinal puro de RM.
Quanto maior o seu valor menor será a influência dos fatores que
contribuem para a degradação da imagem.
O ruído se caracteriza pela formação da imagem
"granulada" que se sobrepõe à imagem real do objeto, dificultando a sua
visualização. Imagens com baixos valores de SNR são pobres em
detalhes, por isso, estamos constantemente preocupados com os
parâmetros que possam elevar esta relação.

Principais Fatores que afetam a Relação Sinal-Ruido.

1 - Intensidade do Campo Magnético Principal - Bo.

Quanto maior Bo, maior SNR.

29
Altos Campos permitem a excitação de uma maior quantidade de
prótons, resultando numa melhora direta do sinal de RM.

2 - Tipo de Bobina utilizada.

As bobinas influenciam decisivamente na qualidade das imagens.


Basicamente são de 4 tipos:.

2.1 - Bobina de Corpo: De grandes dimensões, é utilizada nos


exames que requerem grandes campos de exploração. FOV ( Field of View )
maior que 30 cm.

2.2 - Bobinas de Superfície ( Receptoras ): Os fabricantes


costumam apresentar diferentes tipos de bobinas que se ajustam de forma
anatômica aos diferentes órgãos, melhorando com isto a relação sinal-ruído.
Assim, encontramos bobinas próprias para: punho; joelho; ombro;
coluna; etc.... Quanto menor a bobina e quanto melhor esta envolver
o órgão em estudo, melhor será a relação sinal-ruído.
2.3 - Bobinas de Quadratura: Duas ou mais bobinas de superfície,
conjugadas de tal forma a obter simultaneamente o sinal de uma
mesma região. Apresenta melhor SNR comparada às bobinas de superfície
comuns.
2.4 – Bobinas de Arranjo de Fase ( Phased-Array) :
Múltiplas bobinas conjugadas que apresentam melhor
relação sinal-ruído comparada às bobinas de quadratura.

3. FOV ( Field of View ) - Campo de Visão.


Quanto maior o FOV - maior SNR.

Quando se aumenta o campo de exploração, obtém-se


uma quantidade maior de prótons no processo de formação imagem,
conseqüentemente há um aumento de sinal.

4. THICKNESS – ( Espessura de Corte )


Quanto maior a espessura - maior SNR.

Maior quantidade de prótons contribuindo no sinal.

30
5. NEX - Número de Excitações.
Quanto maior o NEX - maior a SNR.

Na formação da imagem por RM é possível excitar


mais de uma vez um mesmo tecido e obter múltiplas respostas desta região.
Quanto maior for o número de excitações, melhor será a relação sina-ruído,
no entanto, o tempo de aquisição das imagens aumentará na proporção do
número de excitações utilizado.

6. MATRIZ
Quanto maior a resolução da matriz, menor a SNR.

Ao contrário da tomografia computadorizada,


usamos mudar constantemente as dimensões das matrizes das imagens em
RM . Quanto maior a resolução da matriz, particularmente na direção de
codificação da fase, maior será o tempo de aquisição da imagem. Com objetivo
de reduzir os tempos de aquisição das imagens, também usamos trabalhar com
matrizes assimétricas (192 x 256 por exemplo ) , com a menor dimensão da
matriz ajustada na direção de codificação da fase.
______________________________________

Tempo = TR x NEX x Matriz ( fase ).


______________________________________
Exemplo:. Uma série T1 (Spin Eco) realizada com TR = 500 ms
2 Nex , e matriz 192 (fase) x 256 (freqüência), leva exatos 3 minutos e 12 segundos
para se completar.

7 . - O Tempo de Repetição ( T.R. )


Quanto maior o TR, maior a SNR.

Aumentando-se o TR permitimos que uma quantidade


maior de prótons de hidrogênio recuperem a magnetização longitudinal,
aumentado-se assim a população a ser excitada no próximo pulso.

31
8. - BANDWIDTH ( Largura da Banda de Leitura )
Quanto maior BANDWIDTH - menor a SNR.

A banda de leitura pode ser variável e ajustar-se à amplitude do


sinal.
Bandas estreitas fazem a leitura de sinal de grande amplitude o
que diminui o ruído nas imagens.

V - Segurança

RM – Aspectos de Segurança

As pessoas envolvidas na marcação dos exames devem apresentar um


conhecimento mínimo sobre o método, bem como, as suas contra-indicações.
Este procedimento é importante para se evitar possíveis acidentes.

Estão contra indicados de realizar o exame os pacientes:

 Portadores de marcapasso cardíaco


 Portadores de implantes eletrônicos
 Portadores de grampos de aneurisma ou clips metálicos
 Com cirurgia pregressa do ouvido interno
 Que apresentam fragmentos metálicos
 Que contenham metal no interior de seu(s) olho(s).
 Gravidez durante o primeiro trimestre(embriogênese).

Apresentam contra indicação parcial os pacientes:

 Portadores de próteses metálicas em geral.


 Portadores de claustrofobia.
 Gestantes após o terceiro mês de gravidez.

32
Nenhum objeto ferro-magnético que possa ser atraído pelo magneto deve
entrar na sala de exame.
E recomendável que o paciente troque de roupa e remova pertences
como relógios,
brincos, colares, correntes, adornos de metal para cabelo, celulares,
pagers, cartões
magnéticos, bilhetes de metrô ou quaisquer outros objetos metálicos que
possam sofrer atração magnética.

Riscos potenciais em RMN

Objetos metálicos podem transformarem-se em projéteis.


Interferência elétrica em implantes.
Torção de objetos metálicos.
Aquecimento local de tecidos e objetos metálicos.
Interferência elétrica com a função normal de células nervosas e fibras muscula-
res (neuroestimulação ).

O serviço de ressonância deve dispor de cartazes de advertência e sistema


de segurança nas portas a fim de impedir a entrada de pessoas não
autorizadas.
Nos casos de parada respiratória ou cardíaca, o paciente deve ser retirado
para fora da sala para o atendimento de emergência.
Torpedos de O2, bombas de infusão, equipamentos de monitorização, cadeiras
de roda e macas não são permitidos dentro da linha de 50 Gauss. Nesta área só
serão permitidos os equipamentos projetados exclusivamente para RM.

Interferência elétrica com implantes eletromecânicos.

O campo magnético pode causar danos aos marcapassos cardíacos, o pulso


de radiofreqüência pode induzir voltagem, alterando as derivações do
marcapasso, outros dispositivos também podem ser afetados como os
neuroestimuladores, estimuladores do crescimento ósseo e implantes

33
cocleares, estes, devem permanecer fora da linha de 5Gauss(G). Já os
cartões e fitas magnéticas, relógios analógicos, devem ser mantidos fora
da linha de 10 Gauss(G).

Torção de objetos metálicos.

Nesse caso tratamos da interação dos grampos e clips cirúrgicos e sua


localização dentro do corpo do paciente e sua interação com o campo
magnético estático, onde o campo pode causar torção do objeto e lesão do
tecido adjacente ou local cirúrgico. Nesses casos o risco maior são os clips
de aneurisma que podem sofrer torção exceto se for conhecido o tipo
exato e for comprovado que o mesmo não é ferromagnético. Algumas
próteses de estribo também são contra-indicadas. Recomenda-se que
seja feito um rastreamento por RX nos casos de pacientes que tenham
ferimentos por arma de fogo e estilhaços metálicos intraoculares.

Aquecimento local de tecidos e objetos metálicos.

O aquecimento de objetos metálicos dentro do corpo do paciente pelo


pulso de radiofreqüência é outro motivo de preocupação. A absorção de RF
é medida por Watts por kilograma, sendo a taxa de absorção denominada
razão de absorção específica (SAR- Specific Absorption Rate ). Para que
o equipamento possa controlar a absorção de RF torna-se imprescindível
informar o peso correto do paciente no momento do registro dos seus
dados.
Até o momento não se conhece nenhum caso onde o aquecimento tecidual,
decorrente do deposito de RF, tenha sido prejudicial para o paciente, não
obstante, as pacientes gestantes no primeiro trimestre de gravidez
precisam ser avaliadas quanto aos riscos do aumento da temperatura fetal.

Interferência elétrica com funções normais das células nervosas e fibras


musculares.

Os campos magnéticos induzidos por gradiente e que se modificam


rapidamente podem causar corrente elétrica nos tecidos e podem ser

34
suficientemente grandes para interferir com a função normal das células
nervosas e fibras musculares.

RISCOS OCUPACIONAIS

◊Efeitos biológicos

Não se tem notícia de efeitos biológicos adversos a longo prazo para pessoas
que trabalham no departamento de RM , por precaução, recomenda-se, que as
funcionárias grávidas não permaneçam dentro da sala de exames quando os
gradientes estiverem ativados.
Com relação aos funcionários do setor de RM deve-se proceder a uma
investigação do eventual risco potencial de cada um, bem como, oferecer-lhes
treinamento adequado para condutas de rotina visando as normas de segurança
em RM.

◊Quenching

É o processo de perda súbita do campo magnético gerado pelas bobinas do


magneto, de modo que elas deixam de ser supercondutoras e passam a ser
bobinas de resistência,isto faz com que o hélio escape do banho criogênico
rapidamente. Este processo pode acontecer por acidente ou por indução manual
no caso de emergência. A decisão de induzir o quench deve ser tomada em
conjunto pelo operador, médico e engenheiro do serviço, pois implica em danos
irreparáveis as bobinas supercondutoras. Os alarmes que detectam a baixa dos
níveis de O2 na sala e que pode significar escape de gás Hélio, devem sempre
ser testados, e quando forem acionados, o paciente deve ser removido
imediatamente da sala de exames.

DICAS DE SEGURANÇA

1-Antes de marcar um exame para um paciente, verifique se ele não se


enquadra na lista de contra-indicações para este estudo.

35
2-Verifique se ele sofre de claustrofobia.

3-Esclareça corretamente o paciente , pois grande parte de sua


ansiedade é pelo desconhecido.

4-Tente atende-lo e conforta-lo da melhor maneira possível enquanto


aguarda a sua vez .

5-O paciente deve ser entrevistado antes do início do exame, a fim de


que se possa investigar cirúrgias feitas, ferimentos por metais, presenca
de marcapassos e outros.

6-Assegure-se de que todos os metais foram removidos como: cartões


magnéticos, jóias, bijouterias, relógios, moedas, chaves, maquiagem e
todos os objetos metálicos não fixos, inclusive piercings.

7-Tatuagens devem ser cobertas com panos umedecidos e se forem na


região dos olhos haverá contra-indicação, pois podem se aquecer.

8-Sutiãs e cintos devem ser removidos. A roupa do paciente deve ser


substituída por avental ou roupão do hospital.

9- Investigue sempre. Os pacientes em geral nada sabem sobre os


efeitos do forte campo magnético. Cheque as informações do
prontuário. Retire as duvidas com o acompanhante se este for
esclarecido.

10- A ansiedade provocada pela claustrofobia pode ser atenuada:


- Pelo uso de um espelho retrovisor , para que o paciente possa ver a
saída do túnel do magneto.
- Posicionando o paciente em decúbito ventral.
- Pedindo para o paciente manter os olhos fechados ou cobertos por uma
venda.
- Removendo o travesseiro a fim de que o rosto do paciente fique mais
afastado do teto do magneto.

36
- Conversando com o paciente a cada seqüência ou tira-lo brevemente do
magneto pode ajuda-lo a realizar o exame sem anestesia.
-iluminar e ventilar o magneto é outra boa idéia.
-mantendo, se for necessário, o acompanhante do paciente junto a ele
durante o exame.

VI - O Equipamento de Ressonância Magnética


Nuclear

Magneto - Equipamento de 1.5 Tesla

37
Console Equipamento de 1.5 Tesla.

Bobinas

Bobina de Crânio – Head Coil Bobina de Coluna - CTL

38
Bobina de Joelho / Tornozelo Bobina de Punho

Bobina de Mama Bobina de Tórax / Abdômen


(Breast – Array ) ( Torso – Array )

Principais opções de imagens:

Na mesa de comando de um equipamento de ressonância encontramos


entre as principais opções:

 Seqüência de Pulsos: Parâmetro que nos permite escolher a melhor


seqüência para o exame.

 Thickness ( Espessura do corte ): Permite a escolha de cortes com


espessura que variam entre 2 mm e 20 mm.

39
 GAP ( Intervalo entre cortes ): Permite a definição do espaçamente
entre duas imagens.

 Matriz: A matriz em RMN pode ser simétrica ou assimétrica. As


matrizes assimétricas com a menor dimensão codificada pelo gradiente
de fase permite a obtenção de imagens com tempos mais curtos.

 Número de cortes # : O número de cortes deve ser definido de forma a


cobrir a região de interesse.

 Flow Compensation ( FC ) – Compensação do fluxo liquórico. Utilizado


nas seqüências vasculares e com ponderação em T2.

 Pré-saturação ( SAT / A-P-L-R-S-I- FAT – WATER ) : Pulso adicional


de saturação de tecidos e fluxos direcionais.

 No Phase Wrap / Wrap Around / Foldover : Recurso para suprimir os


artefatos de “dobra da imagem no FOV” ( Aliasing ). O artefato ocorre
na direção de codificação da fase.

 Respiratory Compensation ( RESP COMP ): Compensa os artefatos de


movimento na região torácica e abdominal produzidos pela respiração.

 Cardiac Gating : Acoplamento com ECG para evitar os artefatos


produzidos pelo batimento cardíaco.

 Peripheral Gating: Acoplamento com sensor periférico ( Dedo ) para


evitar os artefatos produzidos pelo ciclo cardíaco.

 Multi-Phase : Opção para aquisição múltipla de um mesmo planejamento.


Utilizado nas opções cine RM. ( Acoplamento cardíaco multi-fásico ).

 Echo Train ( Fator Turbo ): Define o número de pulsos de 180 graus na


seqüência fast spin-eco.

 Variable Bandwith : Define a banda de freqüências utilizadas na leitura


do sinal de RM.

40
 Magnetization Transfer: Pulso adicional de saturação do efeito T2 de
macromoléculas ( substâncias branca e cinzenta do cérebro ).

 Retangular FOV : Field Of View assimétrico.

 Matriz Retangular: Matriz assimétrica por redução do número de linhas


de codificação da fase e conseqüente redução do tempo da seqüência.

 NEX / NSA : Número de excitações. Número de medidas.

VII - EXAMES POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Estão contra indicados de realizar exames de RM os pacientes portadores:

De marca passo cardíaco.


De "Clips " de aneurisma
De neuro-estimuladores.

Apresentam contra indicacão parcial os pacientes:

Portadores de próteses metálicas em geral.


Portadores de claustrofobia.
Gestantes até o terceiro mês.

** Constitui-se num procedimento comum entrevistar o paciente ante do


exame para determinar se o mesmo apresenta algum risco potencial para esta
técnica.

Tabela de Contra-Indicações:

SIM PRÓTESES DE NÃO


CLIPS DE ANEURISMA ESTRIBO

MARCA PASSO CARDIACO SIM PROTESE DENTÁRIA NÃO

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ELETRODO MARCA PASSO SIM PROTESE DE NÃO
QUADRIL

PROTESES DE CORDAS SIM STENTS NÃO


VOCAIS

PROJÉTEIS NA REGIÃO SIM PROJÉTEIS ARMA NÃO *


ORBITÁRIA FOGO

PRÓTESE PENIANA DACOMED/OMNIPHASE GRAVIDEZ 3 MESES

Cuidados Preliminares:

Antes de iniciar o exame, é imprescindível tomar alguns cuidados,


para evitar acidentes que, não raramente, se apresentam com gravidade:

1 . Entrevista com o paciente:

A entrevista serve inicialmente para coletar as


informações clínicas que irão ajudar o radiologista na condução do exame e nas
suas conclusões diagnósticas. Serve também para que possamos orientar o
paciente do seu procedimento no transcorrer do exame e esclarecer
eventuais dúvidas sobre o método.
Na entrevista devemos investigar ainda se o paciente
apresenta alguma contra-indicação ao exame. Normalmente os serviços
dispõem de questionários prontos com esta finalidade.

2. Informações importantes a serem transmitidas:

 O tempo de exame ( Em média de 20 minutos à 01 hora )


 O barulho que o paciente vai ouvir durante as aquisições das
imagens.
 A possibilidade de comunicação com o operador nos intervalos
entre as séries.
 A imobilidade que o paciente deverá manter, principalmente
durante o barulho.
 A comunicação de qualquer fato estranho que possa ocorrer
durante o exame ( calor, cefaléia, etc... )

42
Durante o exame é importante o operador estabelecer uma comunicação
com o paciente, isto costuma tranquilizá-lo e evita aquela sensação de ter sido
abandonado. É importante estarmos atentos também aos eventuais estados
de angústia ou ansiedade, situação comum na rotina diária.

1. - RM DO CRANIO

A RM do crânio está indicada principalmente:

 Nas pesquisas de Tumores


 Nos processos Inflamatórios
 Nos estudos das alterações da substância branca e cinzenta.
 Nas malformações.
 Nos estudos vasculares; venoso e/ou arterial.
 Nas patologias isquêmicas.
 Nas síndromes convulsivas.
 Em análises funcionais.
 Em estudos de espectroscopia por RM.

O exame do crânio segue na maior parte dos serviços um


protocolo básico compreendido por:
 Série Sagital T1.
 Série Axial T2.
 Série Axial FLAIR.
 Série Coronal T2.

Sagital T1

A série Sagital T1 é a primeira a ser


realizada. Normalmente são feitos de

43
15 à 20 cortes com 5 mm de espessura e “gap” de 2 mm em seqüência spin-
eco ou turbo spin-eco.
A seqüência sagital T1 permite um estudo anatômico no plano sagital e
serve de imagem de planejamento para as demais séries.

Axial T2

A série axial T2 apresenta


alta sensibilidade para a maior parte
das patologias cerebrais. A capacidade
de demonstrar hipersinal dos líquidos
permite, muitas vezes, demonstrar
edemas associados à tumores, traumas,
processos infecciosos, etc...
Nesta série os cortes
devem cobrir todo o parênquima
cerebral, indo desde a região do
forame magno até a região do seio
sagital superior. Os planos de cortes são paralelos ao plano formado pelas
comissuras anterior e posterior do encéfalo. Normalmente são feitas 20
imagens de 5 mm de espessura e 2 mm de gap.

Axial FLAIR

A técnica FLAIR ( Fluid Atenuated Acquisition in Inversion


Recovery) é obtida através da sequência Recuperação da Inversão, onde o
tempo de inversão é da ordem de 2200
ms. Esta técnica permite a saturação
do líquido cefalorraquidiano e produz
uma imagem na ponderação DP
(Densidade Protônica) onde o líquido
cefalorraquidiano se apresenta escuro
(em hiposinal).
A sequência FLAIR é muito
útil para diferenciar o sinal de
edemas, coleções, tumores com
conteúdo líquido, do líquido

44
cefalorraquidiano normal presente no encéfalo.
O planejamento da seqüência Axial Flair é o mesmo da seqüência
Axial T2.

Coronal T2

A série Coronal T2 apresenta a mesma sensibilidade da série


Axial T2, no entanto, a visão coronal
pode ser útil na localização e no
dimensionamento de patologias neste
plano.
Os cortes da série Coronal
T2 devem, na medida do possível,
serem perpendiculares aos cortes
axiais. A espessura média é de 5 mm,
com gap de 2 à 3 mm.

A partir deste protocolo básico e em função das informações clínicas o


médico radiologista planeja a continuidade do exame. O uso do contraste
será importante nas pesquisas de tumores, processos
inflamatórios/infecciosos e sempre que houver quebra na barreira hemato-
encefálica.

Nas síndromes convulsivas o estudo dos lobos temporais e da


região hipocampal será feito em cortes coronais perpendiculares aos lobos
temporais, com pequena espessura dos cortes (3 ou 4 mm ) e nos padrões
de imagem T2 e FLAIR.

As isquemias cerebrais, particularmente as de instalação


recente, são estudadas pelas técnicas de difusão e perfusão e
freqüentemente também complementadas com angiorressonância arterial.

A angiorressonância cerebral constitui-se num exame à parte


e poderá ser arterial ou venosa. Normalmente a angiorressonância

45
cerebral dispensa o uso de meio de contraste, pois, seqüências 3D-TOF,
são capazes de produzir imagens de vasos com alto poder de resolução.

A espectroscopia refere-se ao estudo do hidrogênio ligado à


importantes moléculas do metabolismo cerebral, como o N-Acetil
Aspartato, a Creatinina, a Colina e o Mio-inositol. A concentração dessas
moléculas pode mudar na presença de doenças como Mal de Alzheimer,
Esclerose múltipla, tumores, etc...
Recentemente com o avanço da técnica Echo Planar Image,
surgiram os estudos funcionais por RM. Assim, tornou-se possível a
avaliação por imagem, de regiões do cérebro relacionadas com funções
sensoriais e inclusive cognitivas superiores, abrindo um novo campo com
largos horizontes a serem ainda explorados.

EPI - Difusão Espectroscopia


Planejamento Axial Planejamento Coronal

46
2 . RM do Tórax

A RM do tórax está indicada:

 No estudo anátomo-funcional do coração e dos grandes


vasos da base.
 Na pesquisa das patologias mediastinais.
 Tumores.
 Alterações de parede e musculatura.

As dificuldades observadas no estudo do tórax estão relacionadas


principalmente com os movimentos produzidos pela respiração do paciente e
pelo batimento cardíaco. A monitoração do batimento cardíaco pode ser
feita por eletrodos torácicos. A monitoração por eletrodos é mais
eficiente que a monitoração periférica.
Os eletrodos usados na RM devem preferencialmente ser de
carbono, materiais não ferromagnéticos, e posicionados em número de 3 ou 4
ao redor da área cardíaca. Normalmente usa-se dois eletrodos na região
superior do hemitórax esquerdo e dois abaixo próximos da ponta do coração.
Após o acoplamento dos cabos do eletrocardiograma procura-se uma derivação
que mostre uma onda R de grande amplitude. O reconhecimento da onda R
pelo sistema de RM permitirá o disparo para aquisição de dados sempre na
mesma fase do ciclo cardíaco ( GATING ).

ECG - Complexo QRS


Cortes Multi-fase

47
Posicionamento dos eletrodos.

A compensação respiratória é obtida com dispositivos que medem a


expansão da caixa torácica ( RESP COMP ). O “folley” encontrado na cinta
do compensador respiratório deve estar posicionado próximo as bases do
pulmão , local de maior expansão da caixa e, deve trabalhar livre para
registrar corretamente a respiração do paciente.

Posicionamento do compensador respiratório.

Para um estudo anatômico deve-se proceder a aquisição de


imagens ponderadas em T1 nos três planos fundamentais. Eventualmente
planos oblíquos por T1 também são realizados como no estudo da aorta com
cortes prescritos no plano da croça (sagital oblíquo) a partir de uma imagem
axial.
As imagens T2 verdadeiro são pouco utilizadas, restringindo-se aos
estudos de tumores ou abscessos mediastinais.
A maioria das solicitações de estudo de tórax por RM está
relacionada com o estudo da área cardíaca e dos grandes vasos da base.
Nesses casos, além da preocupação com a anatomia, que poderemos obter a
partir de imagens por T1, devemos também nos preocupar com as imagens dos
vasos e imagens dinâmicas do coração (CINE) . Seqüências gradiente eco
coerentes e seqüências com utilização de meio de contraste serão
importantes para os estudos funcionais do coração.
As seqüências de fluxo com contraste de gadolínio são
preferencialmente realizadas com bomba de infusão com velocidades de
infusão do meio entre 3 e 5 ml por segundo. O início da aquisição dos cortes
ocorre por volta de 10/12 segundos do início do contraste. Técnicas de

48
disparo automático tipo SMARTPREP são muito úteis. Nestes casos, a área de
sensibilidade de disparo ( Tracker ) deve ser ajustada na croça da aorta.
As seqüências dinâmicas do coração (CINE) utilizam-se
das aquisições multi-fases ( MultiPhase). Normalmente de 12 à 20
fases são suficientes para uma apresentação dinâmica do coração.

R - R
R

T AIT
P

Q S

TD TW

Complexo QRS : Sístole ventricular.


R – R : Tempo entre duas ondas R.
TD : Trigger Delay ( Espera para disparo )
TW : Trigger Window ( Janela para disparo ).

O exame de tórax pode ser feito com a


bobina de corpo, no entanto, bobinas de
arranjo de fase envolvendo o tórax do
paciente apresentam melhores resultados.

49
Axial T1 – Área cardíaca Axial T1 - Mediastino

3 . RM do Abdômen

A ressonância do abdômen está indicada:

No diagnóstico diferencial de algumas doenças hepáticas.


No estudo das vias biliares através da colangiorressonância.
No estudo das vias excretoras através da urorressonância.
No estudo da vascularização arterial e venosa, incluindo a
circulação portal.
Nos tumores desta região.

O exame do abdômen deve ser realizado com acoplamento


respiratório, embora deva fazer parte do protocolo, seqüências
rápidas que possibilitem a aquisição das imagens em apnéia.
O jejum do paciente para este exame deve ser de 6 horas
para evitar que o peristaltismo prejudique a qualidade das imagens.

50
O protocolo básico compreende:

1 – Série Localizadora SSFSE no plano coronal.


2 – Série Axial T1 - Spin Eco ( Acoplamento respiratório).
3 - Série Axial T2 – Fast Spin Eco ( Supressão de gordura ).
4 – Série Gradiente Eco (T1) em apnéia.
5 – Série Gradiente Eco (T1) pos contraste – (Sup.Gordura )
5.1 - 30 segundos – fase arterial.
5.2 - 60 segundos – fase portal.
6. – Série Gradiente Eco (T1) pós contraste – Plano Coronal

Havendo interesse nas vias biliares e/ou excretoras, são


acresentadas séries SSFSE.

Coronal T1 – Spin Eco Coronal T1 – Gradiente Eco

51
Série Axial T1

Obtida com
acoplamento
respiratório.

Axial T2 ( Sup. De
Gordura )

52
4. - Ressonância Magnética do Joelho

Estudo de Rotina.

O estudo do joelho por RM, pode divergir


entre diferentes serviços em razão principalmente do potencial do
equipamento, do tipo da bobina e do software utilizados, todavia,
algumas sequências são básicas e devem fazer parte do protocolo.

4.1. O Posicionamento.

Como em todo método de diagnóstico por


imagem, o posicionamento do joelho na ressonância magnética
merece cuidados especiais que serão decisivos para o sucesso do
exame.
A preocupação com o conforto do paciente e
uma boa estabilidade no posicionamento são fundamentais. É
recomendável que o paciente seja imobilizado duplamente. Uma
imobilização na altura do joelho quando o paciente já estiver
posicionado na bobina específica, e uma imobilização do pé do lado
do joelho examinado.
Na imobilização do joelho pode-se utilizar;
espumas, isopores ou mesmo tecidos em forma de coxim, de forma
a impedir que o paciente encontre espaço para movimentar o joelho.
A imobilização do pé será igualmente importante. Muitos pacientes
referem apresentar movimentos involuntários durante as
aquisições das imagens, prejudicando o resultado do exame. No
pé, a imobilização pode ser feita com um suporte côncavo onde o
paciente encaixa o tornozelo de forma a impedir o movimento da
ponta do pé.

53
A perna deverá estar em leve flexão, cerca de
15 graus, conferindo maior conforto no posicionamento. O pé
fica em posição neutra, com a superfície plantar, perpendicular
ao plano da mesa. Nestas condições, a imagem dos côndilos
femorais assume uma discreta rotação externa, de forma tal que,
no posicionamento coronal será possível tangenciar os côndilos por
igual, resultando numa melhor avaliação comparativa dos côndilos e
das estruturas adjacentes.

4. 2. Parâmetros técnicos

O resultado do exame do joelho é antes de mais nada


dependente do equipamento e do tipo de bobina utilizada. Assim,
as bobinas de superfície, especialmente as de quadratura, com uma
razoável capacidade de envolver o joelho são as que oferecem a
melhor relação sinal-ruido, resultando em imagens melhor definidas.
A escolha da matriz será um fator determinante na
qualidade. Matrizes de alta resolução ( 512 x 512 ) apresentam
riqueza de detalhes, no entanto, o tempo de aquisição das imagens
fica, muitas vezes, muito prolongado. Há que se levar em
consideração a relação “tempo-benefício”.
Considerando as dimensões das estruturas intra-
articulares, a espessura dos cortes não deverá exceder 5mm. A
utilização de espessuras menores do que a recomendada precisa
ser adotada com critério, já que, tende a produzir imagens com
baixa relação sinal-ruído e, portanto, de baixa qualidade. Neste
caso poderá ser necessário o aumento do número de excitações,
resultando no aumento do tempo de exame.
De modo geral o exame do joelho requer FOV (
field of view ) entre 15 e 18 cm. Cortes finos de 3 ou 4 mm na
série sagital para avaliação dos meniscos e ligamentos. Alguma
série com supressão de gordura, colocando em evidência as

54
cartilagens e os meniscos e uma série sensível à presença de
líquido extra e intra-articular.

Série: Axial Localizador

Uma série rápida, preferencialmente no plano


axial, para visualização dos côndilos femorais e localização
espacial da articulação do paciente no interior do magneto.
Normalmente esta série não precisa ser
documentada, não exigindo por este motivo o gasto de tempo com
resolução da imagem. Esta série é quase que exclusiva para o
planejamento das demais séries do exame.
Um número reduzido de cortes geralmente é
suficiente para fornecer os parâmetros necessários variando entre
5 e 10 imagens.

Série: Sagital Densidade Protônica.

A sequência sagital, ponderada em densidade


protônica, obtida por sequência Spin-Eco ( Fast Spin-Eco / Turbo-
Eco ), realizada com cortes finos e de espessura máxima de 4 mm,
demonstra de forma clara a anatomia da articulação, destacando-
se: A musculatura, os tendões, os ligamentos, os meniscos e as
cartilagens.
A série Sagital D.P. pode ser substituída por
uma Sagital T1 com ligeiro prejuízo das imagens das cartilagens
articulares. Esta série será importante para o planejamento
total do exame, uma vez que, o seu potencial diagnóstico é muito
grande. Uma boa parte das patologias que afetam a articulação
podem ser visualizadas já nestas imagens.
O planejamento restante do exame será da
competência do médico radiologista que certamente levará em

55
consideração a história clínica do paciente e os objetivos do
estudo.

Sagital D.P. ( Cruzado Anterior)

Série: Sagital T2 / T2* / T2 com supressão de gordura.

Em continuidade ao exame uma série sagital


ponderada em T2 deve ser realizada, seguindo os mesmos
parâmetros da série sagital D.P.
A critério do médico radiologista, poderão ser
feitas imagens ponderadas em T2 “verdadeiro” ( Spin-Eco / Fast
/Turbo ), ou T2 “rápido” conhecido por T2* ( Gradiente de Eco
). Em alguns casos, ou mesmo quando fizer parte da rotina do
serviço o T2 poderá ainda ser feito com saturação da gordura.
A técnica de saturação diminui a intensidade do
sinal da gordura subcutânea e da gordura presente na medula
óssea, permitindo assim uma melhor visualização de eventuais
derrames articulares, da integridade da medula óssea, ao mesmo

56
tempo em que, contribui para realçar as imagens das cartilagens,
muitas vezes demonstrando diminutas áreas de erosão.

Corte sagital T2 com supressão de gordura

Serie: Coronal D.P. / T1

O Plano coronal será importante para avaliação


dos ligamentos colaterais lateral e medial, dos meniscos, e das
relações destes com a interlinha articular e demais estruturas.
Evidencia-se muitas vezes a presença de cistos
meniscais que poderiam passar despercebidos nas séries sagitais.
O plano coronal também será importante nas avaliações das lesões
osteocondrais e naquelas em que há o acometimento do platô tibial

57
e dos côndilos femorais, assim como, na artrose, valgismo,
varismo e demais doenças presentes na interlinha.
O recurso de saturação da gordura, utilizado
nas sequências ponderadas em D.P. ou mesmo T1, apresenta
vantagens na melhor visualização das cartilagens, destacando-se
entre elas as que revestem os côndilos femorais.
No planejamento das imagens coronais do joelho deve-se
procurar uma projeção perpendicular ao platô tibial e com uma
inclinação no plano coronal de forma a acompanhar os ligamentos
colaterais medial e lateral, estando a perna do paciente levemente
flexionada.( Fig.03 )

Coronal T1 Coronal D.P. Fat/Sup

Serie: Axial T1 / T2 / T2 c/ supressão de gordura

A série axial será útil para avaliação das lesões


que acometem a patela e estruturas adjacentes. É a principal
série nas pesquisas de lesões da cartilagem retro-patelar, plicas
sinoviais, especialmente quando o paciente apresenta líquido livre na
articulação. Os cistos, especialmente os cistos de Baker e
eventualmente os cistos de meniscos, são bem visualizados.

58
A série ponderada em T1 simples pode ser obtida
em curto espaço de tempo, no entanto, se mostra insuficiente para
demonstrar pequenas lesões da cartilagem retro-patelar não sendo
por este motivo a primeira série de escolha. Será mais apropriado
uma série axial T2 com supressão de gordura e de alta resolução,
possibilitando desta forma a demonstração de lesões pequenas da
cartilagem.
Cuidados devem ser tomados com o artefato
produzido pelo fluxo da artéria poplítea. É recomendável que o
gradiente de frequência fique posicionado na direção ântero-
posterior do joelho levando o artefato na direção médio-lateral .

Axial T2 fat/sup

Série: Cruzado Anterior.

A lesão do ligamento cruzado anterior é


frequente nos traumas agudos do joelho. Uma série dedicada
exclusivamente para este ligamento pode trazer informações
adicionais não observadas nas demais séries do estudo.

59
É conveniente que as imagens sejam ponderadas
em T1 e T2 ou D.P. e T2, com cortes finos de no máximo 3 mm e
acompanhando a topografia do ligamento. Frequentemente 5 à 7
cortes são suficientes.

5 . RM DA COLUNA

O estudo da coluna vertebral em ressonância magnética é dividido


em três segmentos: Coluna Cervical, Coluna Torácica e Coluna Lombar ( ou
Lombo-Sacra ).
Cada segmento é considerado um exame e o tempo médio varia de 20
à 40 minutos por segmento.

5.1. Coluna Lombar ou Lombo-Sacra.

O estudo da Coluna lombar apresenta alta especificidade na


ressonância magnética. O exame feito pela ressonância apresenta
consideráveis vantagens quando comparado ao mesmo exame na tomografia
computadorizada. Dentre os fatores que contribuem para isto podemos
destacar:
 A obtenção de imagens no plano sagital.
 A visualização de todos os espaços discais e os seus
respectivos discos.
 Estudo abrangendo de L1 à S1.
 Visualização do cone medular e do canal raquidiano, observados
nas sequências de efeito mielográfico por T2.

O exame de coluna na RM está especialmente indicado nos estudos


das compressões radiculares por hérnia de disco ou estreitamento de canal,
tumores, processos infecciosos, e no pós operatório.

Protocolo Básico:

SAGITAL T1
SAGITAL T2

60
AXIAL T1
AXIAL T2*

Seqüência de cortes Sagitais T2

Planejamento cortes axiais Corte Axial T1

61
5.2 - Coluna Cervical

O estudo da coluna cervical é altamente recomendado pela RM.


A transição cervico-torácica é muito bem demonstrada, assim como,
a transição crânio-vertebral e a medula cervical.
Protocolo Básico:

 SAGITAL T1
 SAGITAL T2 ( Efeito Mielográfico )
 Axial T2

O exame da coluna cervical dura em média 15 minutos. É muito


importante o paciente não engolir saliva durante as aquisições das imagens,
pois o movimento de deglutição produz graves artefatos na imagem.

Cervical - Sagital T1 Cervical - Sagital T2

6.- OMBRO

62
As principais pesquisas estão relacionadas com as
lesões do manguito rotador.
O Manguito compreende 4 músculos: O Supra
Espinhoso, O Infra Espinhoso, o Sub-Escapular e o Redondo menor. A inserção
tendinea desses músculos, que envolvem a cabeça do úmero são, com
bastante freqüência, afetadas nos processos traumáticos e/ou degenerativos
desta articulação.
Manter o paciente confortavelmente posicionado é
importante para um bom resultado. O tempo médio do exame é de 20 minutos.
Protocolo Básico:
- Coronal Obliquo T2 - 2 Ecos ( DP/T2 )
- Sagital Obliquo T2 - 2 Ecos ( DP/ T2 )
- Axial T1 ( ou T2 com supressão de gordura )

Coronal T1 Coronal T2

63
Ombro – Sagital D. P.

7 . ANGIORESSONÂNCIA - MRA

- Mecanismos do Fluxo.

 Fluxo Laminar: O fluxo no centro do vaso é mais rápido que na


parede do vaso.

 Fluxo turbulento: O fluxo acontece em diferentes direções.


Observado após uma área de estenose.

 Fluxo em Redemoinho: Observado logo após um ponto de estenose.

 Ausência de fluxo. Vasos obstruídos.

Técnicas de Obtenção de sinais vasculares por RM

1 - Angioressonância Phase Contrast (PC Angio )

A técnica de Angiografia PC utiliza-se de dois gradientes


bipolares. Cada gradiente atua de maneira a codificar os tecidos
estáticos e os prótons em movimento que apresentarão fases
diferenciadas devido ao seu deslocamento. Os gradientes bipolares
são aplicados individualmente e apresentam as polaridades invertidas
um em relação ao outro. Os dados produzidos pelas duas leituras
geram imagens de magnitude ( não subtraídas) e imagens de fase (
subtraídas) para colocar em evidência a imagem do fluxo por contraste
de fase .

Eixo de codificação de fluxo.

64
Nas seqüências PC o fluxo pode ser mapeado em apenas um eixo
captando os sinais de fluxo em uma única direção ou nos três eixos
com sinais de fluxo em todas as direções. Neste caso, o tempo de
aquisição de imagens será diretamente proporcional ao número de
eixos estudados.

Codificação da velocidade ( VENC ).

Nas seqüência PC é possível intensificar a imagem de um vaso


com fluxo através da codificação da velocidade do vaso. Recurso
denominado VENC. A velocidade do vaso é informada pelo operador do
sistema de RM.

Técnica PC

TR : Mínimo ( 18/20 ms )
Flip: 20 à 30 graus.
VENC : 5 à 20 cm/s : Fluxo venoso.
20 à 60 cm/s : Fluxo arterial.
60 à 100 cm/s : Informações quantitativas sobre velocidade
e direção do
fluxo.

2 - Tempo de Vôo – ( Time of Flight – TOF )

Para que os prótons de hidrogênio possam emitir sinal é


necessário que os mesmos recebam um pulso de excitação e um pulso de
refasamento no momento da leitura do sinal. Os mecanismos envolvidos na
aquisição de imagens dos prótons em movimento, como é caso dos prótons
presentes no sangue, precisam obter os sinais satisfazendo essas duas
condições.
Na seqüência spin eco o pulso de excitação é de 90 graus e o
de refasamento de 180 graus. Nesta seqüência observamos que os
prótons do sangue que receberam o pulso de 90 graus se deslocam

65
ultrapassando os limites da espessura do corte. No momento da aplicação do
pulso de 180 graus uma população diferente de prótons absorverá a nova
radiofreqüência. Nessas condições a área corresponde ao interior dos vasos
produzirá um vácuo de sinal, gerando áreas escuras na imagem por RM (signal
void). O vácuo de sinal será mais evidente quanto maior for a velocidade
do fluxo.

Relação com o TE
Relação com a espessura do corte.

TOF nas seqüências gradiente-eco.

Na seqüência gradiente-eco os prótons são excitados por um pulso


variável entre 0 e 180 graus e em seguida refasados por inversão do campo
gradiente. O pulso de excitação é seletivo mas, o de refasamento por
inversão do campo gradiente atua em toda a extensão do órgão em estudo.
Por este motivo todos os prótons em movimento que foram excitados também
serão refasados pela gradiente inverso, gerando sinais hiperintensos na
imagem por RM.
As seqüências gradiente eco são clássicas na angioressonância.

In-Flow Effect ( Efeito do Fluxo Interno )

O primeiro corte de uma pilha de cortes no início da excitação encontra-


se totalmente em repouso. Ao receber o pulso inicial produz um sinal maior
que os demais cortes. Fenômeno denominado In-Flow Effect.
Fluxo corrente: Os cortes são adquiridos na mesma direção do fluxo.
Neste caso o efeito de fluxo interno é diminuído.
Fluxo contra-corrente: Os cortes são adquiridos na direção contrária ao
fluxo. O efeito do fluxo interno aumenta.

Defasamento intra-voxel.

66
Núcleos em mesmo voxel apresentam fases diferentes. Os prótons em
movimento ganham ou perdem fase devido ao seu deslocamento em relação ao
gradiente comparado aos núcleos estáticos.

No fluxo laminar o defasamento pode ser compensado se a velocidade do


fluxo for constante.
( Gradient Moment Rephasing )

Compensação do Fluxo ( Flow compensation ).


( Gradient Moment Nulling )

A compensação de fluxo é aplicada ao prótons em movimento pela


inversão do campo gradiente seletivo ou de leitura. Nesta situação um
gradiente positivo inverte a polaridade para o dobro negativo e depois retorna
positivo, corrigindo o defasamento.
Exemplo 4000 hz/cm – 16000 hz/cm + 12000 hz/cm

Pré-saturação.

Os pulsos de pré-saturação anulam os sinais dos prótons em


movimento. Podem ser aplicados em todas as direções inclusivo no campo da
imagem. A pré saturação é feita a partir da aplicação de pulsos de 90 graus
nos prótons fora do plano de corte. No momento em que estes entram no corte
propriamente recebem um pulso adicional de 90 graus tornando-se
parcialmente saturados.

Saturação da água e da gordura.

No tecido adiposo o hidrogênio está ligada ao carbono e na água ao


oxigênio.
A freqüência de precessão dos prótons de hidrogênio ligados ao
carbono é ligeiramente menor que os hidrogênios ligados ao oxigênio. No
equipamento de 1,5 Tesla esta diferença é de 220 hz ( 1 Tesla = 147 hz ). A
saturação espectral da gordura é obtida aplicando-se um pulso a todo o campo
de visão na freqüência específica do hidrogênio ligado à gordura. Em seguida

67
inicia-se a aquisição normal e os prótons ligados à gordura são inclinados à 180
graus tornando-se saturados.

Técnicas de Imagem em Angioressonância.

- Sangue Escuro.
Na seqüência spin eco o sangue aparece escuro. Técnica de pré-
saturação ajudam o produzir o vácuo de sinal.

- Sangue Claro.
As seqüências gradiente eco produzem o sinal de sangue claro.
A imagem “clara” dos vasos pode ainda ser aperfeiçoadas ainda pelas
técnicas de ( Gradient Moment Rephasing ) ou pelo uso de meios de
contraste.

Seqüência vasculares.

 2DTOF
 3DTOF
 2DphaseContrast ( 2DPC )
 3D Phase Contrast ( 3DPC )
 Contraste Enhancend.

A sequência 2DTOF

2DTOF é uma seqüência gradiente de eco obtida com flip angle


variável entre 45 e 60 graus.
O sinal do fluxo em estudo é aumentado aplicando-se pré-
saturação na direção dos vasos
indesejáveis. O TR deve ser curto para saturar os tecidos
estáticos, entre 20 e 40 ms.

68
Esta seqüência é muito utilizada nos estudos angiográficos
periféricos arteriais e venosos e
No estudo das carótidas.
Eficiente no fluxo perpendicular. Satura o fluxo no campo de
visão.

A seqüência 3DTOF

3DTOF é mais eficaz no fluxo rápido. Nesta seqüência o flip deve


ser diminuído para algo em torno de 20 à 30 graus. A relação sinal
ruído é maior, permitindo-se cortes mais finos. Esta seqüência é
muito utilizada no estudo arterial e venoso do crânio.

Transferência de Magnetização Coerente.

Técnica de transferência de magnetização ajudam a suprimir os


sinais de macromoléculas de gordura e substâncias branca e cinzenta
ajudando o realce de vasos periféricos.

Técnicas com meios de contraste a base de godilíneo.

O uso de contraste a base de gadolínio aumenta o sinal dos


prótons em movimento em aquisição gradiente eco ponderada em T1.
Técnica denominada Contrast Enhancement.
As técnicas de angioressonância com meio de contraste, tem
sido muito utilizadas no estudos dos vasos abdominais, torácicos, e
supra-aórticos.
Consistem em seqüências gradiente-eco ponderadas em T1
com aquisição de imagens no momento da chegada do meio de contraste
na região de interesse. São seqüências que duram em média 20 / 40
segundos, tornando possível a aquisição com apnéia do paciente. O
tempo exato do início da aquisição das imagens é fator preponderante
para um modelo de qualidade da angioressonância contrastada.

69
Normalmente as primeiras informações dos sinais preenchem
os linhas centrais do espaço-K o que confere maior contraste nas
imagens.

Angio venosa cerebral Angio arterial cerebral


2DTOF 3D TOF

Angio carótida 2DTOF Angio Tórax e3DFGRE

70
PROTOCOLO: CRÂNIO ( ROTINA )
Localizador AXIAL AXIAL CORONAL 3D AXIAL
SAGIT. T1 FLAIR T2 T2 DIFUSÃO S.P.G.R. contraste
Plano SAGITAL OBLI OBL OBL AXIAL AXIAL OBL

Seq.Pulso SE FLAIR FSE FSE EPI FSPGR FSE

Bobina HEAD HEAD HEAD HEAD HEAD HEAD HEAD

T.R. 400 10.202 3800 3600 10.000 12.4 450

T.E. 14 104 105 84 96.8 4. 5 12

Flip 20

Echo Train 12 12 SH 1 3

Bandwidth 15 KHz 32 KHz 32 KHz 32 KHz 121 KHz 15 KHz

Pre-Sat S / I / FAT

Multi-
Phase

Matriz 256X224 256 X 512x22 512 x 224 128 X 128 256x192 256x 192
192 4
NEX 2 2 3 4 1 1 2

Dir.Fase A–P R–L R–L R–L A–P R–L R–L

FOV 22 cm 24x18 24x 18 22 X 16 30 X 19 22 x 16 22 x 16


cm
Espessura 5 mm 5 mm 5 mm 5 mm 5 mm 1.2 mm 5 mm
de Corte
Espaçamen 2 mm 2 mm 2 mm 2 mm 0 mm 0 0
to
“gap”
No.de 15 19 19 19 mm 30 124 18
Cortes

71
Opções NP FCs/VB FC / ED / TRF
ED

Tempo 3:06 4:05 2:55 3:29 40 seg. 5:05 3:40

PROTOCOLO: HIPÓFISE
Localizador COR COR CORONAL CORONAL 3D AXIAL
SAGIT. T1 T2 T1 DIN. gd T1 - gd contraste
S.P.G.
R.
Plano SAGITAL COR COR COR COR OBL
AXIAL
Seq.Pulso SE FSE FSE FSE FSE FSE
FSPG
R
Bobina HEAD HEAD HEAD HEAD HEAD HEAD
HEAD
T.R. 400 3000 450 350 500 450
12.4
T.E. 14 120 12 12 12 4. 12
5
Flip 20

Echo Train 16 2 4 2 3

Bandwidth 15 KHz 20 KHz 10 10KHz 10 KHz 15 KHz


KHz
Pre-Sat S / I /
FAT
Multi-
Phase

Matriz 256X192 320X22 256X19 256X160 256 X 192 256x19 256x 192
4 2 2
NEX 2 4 3 1 4 1 2

Dir.Fase A–P R–L R–L R–L R–L R–L R–L

FOV 20 cm 18x18 18x 18 18 X 18 18 X 18 cm 22 x 22 x 16


16
Espessura 4 mm 3 mm 3 mm 3 mm 3 mm 1.2 5 mm
de Corte mm
Espaçamen 1 mm 0,3 mm 0,3 mm 0,3 mm 0,3 mm 0 0
to

72
“gap”
No.de 15 10 10 19 mm 10 124 18
Cortes

Opções NP FCs/VB ED ED / TRF ED

Tempo 3:06 3:36 3:26 0:21 3:26 5:05 3:40

PROTOCOLO: COLUNA CERVICAL


Localizador SAG T1 SAG AXIAL AXIAL
CORONAL T2 T2* T1
Plano SAGITAL OBLI OBL OBL OBL

Seq.Pulso FSPGR SE FSE FGRE FSE

Bobina CS12 CS12 CS12 CS12 CS12

T.R. 15 500 3200 380 600

T.E. MIN 14 98 12 MIN

Flip 20 15

Echo Train 12 2

Bandwidth 15 KHz 15 KHz 20 KHz 12 KHz 15


KHz
Pre-Sat A

Multi-Phase

Matriz 256X160 512x25 512x25 256x192 256x192


6 6
NEX 1 3 3 4 3

Dir.Fase R–L A–P S–I A–P A–P

FOV 32 x 32 cm 28x22 28X28 16x16 18x18

Espessura de 5 mm 3 mm 3 mm 5 mm 5 mm
Corte
Espaçamento 5 mm 1 mm 1 mm 1 mm 1 mm
“gap”
No.de Cortes 09 12 12 19 19

73
Opções FCs/ FC / ED / NP
ED TRF

Tempo 20 seg 3:36 3:45 4:29 3:24

PROTOCOLO: CRÂNIO ESPECIAL


Localizador AXIAL ANGIO ANGIO DIFUSÃO 3D AXIAL
SAGIT. T1 FLAIR ARTER. VENOSA S.P.G.R. contraste
Plano SAGITAL OBLI AXIAL COR AXIAL AXIAL OBL

Seq.Pulso SE FLAIR 3DTOF EPI FSPGR FSE


FSPGR
Bobina HEAD HEAD HEAD HEAD HEAD HEAD HEAD

T.R. 400 10.202 36 40 10.000 12.4 450

T.E. 14 104 6. 9 6. 9 96.8 4. 5 12

Flip 20 45 20

Echo Train SH 1 3

Bandwidth 15 KHz 32 KHz 20 KHz 32 121 KHz 15 KHz


KHz
Pre-Sat S I S / I / FAT

Multi-
Phase

Matriz 256X224 256 X 512x160 256x192 128 X 128 256x192 256x 192
192
NEX 2 2 1 1 1 1 2

Dir.Fase A–P R–L R–L R–L A–P R–L R–L

FOV 22 cm 24x18 22 X 16 22 X 16 30 X 19 cm 22 x 16 22 x 16

Espessura 5 mm 5 mm 0.7 mm 1. 8 mm 5 mm 1.2 mm 5 mm


de Corte
Espaçamen 2 mm 2 mm 0 mm 0 mm 0 mm 0 0
to
“gap”
No.de 15 19 156 160 30 124 18
Cortes

74
Opções NP FCs/VB FC / ED FC / ED
SAT S

Tempo 3:06 4:05 11:55 9:29 40 seg. 5:05 3:40

PROTOCOLO: COLUNA DORSAL


Localizador SAG T1 SAG AXIAL AXIAL
CORONAL DP/T2 T2 T1
Plano SAGITAL OBLI OBL OBL OBL

Seq.Pulso FSPGR FSE FSE FSE FSE

Bobina CTLTOP CTLTOP CTLTOP CTLTOP CTLTOP

T.R. 15 500 3200 3800 600

T.E. MIN 14 20 / 120 100 MIN

Flip 20

Echo Train 2 12 12 2

Bandwidth 15 KHz 15 KHz 20 KHz 20 KHz 15 KHz

Pre-Sat A

Multi-
Phase

Matriz 256X160 512x256 512x256 256x192 256x192

NEX 1 3 3 3 3

Dir.Fase R–L A–P A–P A–P A–P

FOV 36 x 36 cm 34x22 34 X 22 20 X 20 20 X 20

Espessura 5 mm 3 mm 3 mm 5 5 mm
de Corte mm
Espaçamen 5 mm 1 mm 1 mm 1 mm 1 mm
to
“gap”
No.de 09 12 12 19 19
Cortes

75
Opções FCs/ ED FC / ED / NP
TRF /
NPW

Tempo 20 seg 3:36 4:45 4:29 3:24

PROTOCOLO: COLUNA LOMBO-SACRA


Localizador SAG T1 SAG COR T1 AXIAL T1 AXIAL SAG
CORONAL T2 T2 FAT/SUP
Plano SAGITAL OBLI OBL OBL OBL OBL OBL

Seq.Pulso FSPGR FSE FSE FSE FSE FSE FSE

Bobina CTLBOT CTLBOT CTLBOT CTLBOT CS456 CS456 CTLBOT

T.R. 15 500 3200 500 500 3800 600

T.E. MIN 14 120 12 12 98 MIN

Flip 20

Echo Train 2 16 3 3 12 3

Bandwidth 15 KHz 15 KHz 20 KHz 15 KHz 20 KHz 20 KHz 15 KHz

Pre-Sat A

Multi-
Phase

Matriz 256X160 512x256 512x256 512X 224 256 X 192 256 X 192 512X224

NEX 1 3 3 2 3 12 3

Dir.Fase R–L A–P A–P R–L R-L R–L A–P

FOV 34 x 34 cm 30 x 22 30 X 22 32 X 32 20 X 20 20 X 20 30X22

Espessura 5 mm 4 mm 4 mm 4 mm 5 mm 5 mm 5 mm
de Corte
Espaçamen 5 mm 1 mm 1 mm 1 mm 1 mm 1 mm 1 mm
to
“gap”
No.de 09 12 12 12 19 19 12
Cortes

76
Opções FCf/ ED NPW/ED NPW FCs / NP / FAT
NPW SUP.

Tempo 20 seg 3:36 2:26 2:36 4:06 3:26 3:56

PROTOCOLO: JOELHO
Localizador SAG D.P. SAG T2 COR. COR AXIAL CRUZADO
FAT/SUP T1 DP T2 FAT ANT.
AXIAL FAT/SUP

Plano AXIAL OBLI OBL OBL OBL AXIAL OBL

Seq.Pulso SPGR FSE FSE FSE FSE FSE FSE

Bobina KNEEPA KNEEPA KNEEPA KNEEPA KNEEPA KNEEPA KNEEPA

T.R. 15 2400 3200 3800 2400 4200 600

T.E. MIN 14 90 100 12 100 MIN

Flip 20

Echo Train 8 12 12 8 12 2

Bandwidth 15 KHz 15 KHz 20 KHz 20 KHz 20 KHz 20 KHz 15 KHz

Pre-Sat R/L

Multi-
Phase
Matriz 256X160 256x224 256X224 512X 224 256X192 512X256 512X224

NEX 1 2 2 2 2 3 3

Dir.Fase R–L A–P S–I R-L R–L R–L A–P

FOV 20 X 20 cm 16x16 18 X 18 18 X 18 18 X 18 18 X 18 20 X 20

Espessura 5 mm 3 mm 3 mm 4 mm 4 mm 4 mm 2,5mm
de Corte
Espaçamen 5 mm 1 mm 1 mm 1 mm 1 mm 1 mm 1 mm
to
“gap”
No.de 06 20 20 12 12 14 07
Cortes

77
Opções R 80 ED FCs/ ED/ NPW NPW NPW NP
ou FAT/SUP FAT/SUP FAT/SUP
L 80

Tempo 20 seg 3:36 3:26 2:12 2:36 4:12 2:24

PROTOCOLO: OMBRO
Localizador SAG D.P. SAG T2 COR. COR T2 AXIAL D.P.
FAT/SUP T1 FAT/SUP FAT/SUP
AXIAL
Plano AXIAL OBLI OBL OBL OBL AXIAL

Seq.Pulso SPGR FSE FSE FSE FSE FSE

Bobina SHOULDER SHOULDER SHOULDER SHOULDER SHOULDER SHOULDER

T.R. 15 2400 3200 500 2400 2400

T.E. MIN 14 90 14 90 20

Flip 20

Echo Train 8 12 2 12 8

Bandwidth 15 KHz 15 KHz 20 KHz 20 KHz 20 KHz 20 KHz

Pre-Sat

Multi-
Phase

Matriz 256X160 256x224 256X192 256 X 192 256X192 256 X 192

NEX 1 2 3 2 3 3

Dir.Fase R–L A–P R–L R-L R–L R–L

FOV 20 X 20 cm 14 X 14 16 X 16 14 X 14 16 X 16 256X224

Espessura 5 mm 4 mm 4 mm 4 mm 4 mm 4
de Corte
Espaçamen 5 mm 1 mm 1 mm 1 mm 1 mm 1
to
“gap”
No.de 06 14 14 14 12 16 X 16

78
Cortes

Opções R 80 ED/NPW FCs/ ED/ NPW / ED NPW NPW /


ou FAT/SUP FAT/SUP FAT/SUP
L 80

Tempo 20 seg 2:16 3:26 3:12 3:26 4:26

PROTOCOLO: TORAX
Localizador AXIAL T1 SAGITAL CORONAL CINE
OBLIQUO T1
Coronal T1

Plano CORONAL AXIAL OBL CORONAL OBL

Seq.Pulso SPGR SE SE SE CINE

Bobina TORSO TORSO TORSO TORSO TORSO

T.R. 15

T.E. MIN 14 14 14 MIN

Flip 20 45

Echo Train

Bandwidth 15 KHz 15 KHz 20 KHz 20 KHz 20 KHz

Pre-Sat S/ I

Multi- 20 PHASES
Phase

Matriz 256X160 512x224 512X192 512 X 192 256X160

NEX 1 2 2 2 3

Dir.Fase R–L A–P R–L R-L R–L

FOV 40 X 40 36 X 36 36 X 36 36 X 36 36 X 36

Espessura 10 mm 8 mm 8 mm 8 mm 8 mm
de Corte
Espaçamen 5 mm 2 mm 2 mm 2 mm 2 mm
to
“gap”

79
No.de 06 19 12 14 2
Cortes

Opções RC / RC RC / MP / FC /
CARDIAC /CARDIAC CARDIAC CARDIAC

Tempo 20 seg 6 MIN 6 MIN 6 MIN 6 MIN

PROTOCOLO: ABDOMEN
Localizador AXIAL T1 AXIAL T2 AXIAL CORONAL COLANGIO
SPGR SPGR
Coronal APNEIA APNEIA RESSONÂN-
CIA
Plano CORONAL AXIAL AXIAL AXIAL CORONAL CORONAL

Seq.Pulso SSFSE SE FSE SPGR SPGR SSFSE

Bobina TORSO TORSO TORSO TORSO TORSO TORSO

T.R. 20000 5000 150 150 20000

T.E. MAX 14 100 8 8 MAXIMO

Flip 20 20

Echo Train FULL 12 FULL

Bandwidth 15 KHz 15 KHz 20 KHz 20 KHz 20 KHz 20 Khz

Pre-Sat S/ I S/I

Multi-
Phase

Matriz 256X160 512x224 512X224 256 X 192 256X160 512 X 192

NEX 1 2 2 1 1 1

Dir.Fase R–L A–P A–P A–P R–L R–L

FOV 40 X 40 36 X 36 36 X 36 36 X 36 36 X 36 32 X 32

Espessura 10 mm 8 mm 8 mm 8 mm 8 mm 50 mm
de Corte
Espaçamen 2 mm 2 mm 2 mm 2 mm 2 mm
to

80
“gap”
No.de 12 19 19 19 15 01
Cortes

Opções FC / ED RC / RC FAT/SUP FAT/SUP

Tempo 20 seg 6 MIN 4 MIN 20 SEG 20 SEG 2 SEG

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 WESTBROOK C. , KAUT C, Ressonancia Magnetica Pratica 2ª Edição,


Editora Guanabara Koogan,”. 2000

 DOYON D. CABANIS E.A.. Diagnóstico Por Imagem Em Ressonância


Magnética Medsi Editora Médica e Cientifica Ltda. 2000

 LUFKIN, ROBERT B , Manual De Ressonância Magnética, 2ª Edição,


Editora Guanabara Koogan1999

 HAAGA, J.R. MD; LANZIERI, C. F. MD; SARTORIS, D. J.MD;


ZERHOUNI, E. A .MD; – Tomografia Computadorizada e
Ressonância Magnética do CorpoHumano - Editora Guanabara
Koogan – 3ª Edição. – 1996

 Stark,D.D.; Bradley, W.G.; Magnetic Ressonance Imaging. C.V. Mosby


Company, 1988.

 ROCHA, M.S.; Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética:


Gastroenterologia, Editora Sarvier, 1997

 SCHILD, H. H. - MRI – Made Easy. Schering AG Berlin/Bergkamen, 1990.

81
 CURRY III, T.S., DOWDEY, J.E., MURRAY JR, R.C. Christensen’s
Physics of Diagnostic Radiology. 4th Ed., Media, PA: Willians & Wilkins,
1990.

82

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