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APOSTILA DE
MÁQUINAS AGRÍCOLAS
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
unesp CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE BAURU
FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Mecânica
APOSTILA DE
MÁQUINAS AGRÍCOLAS
Colaboração:
Bauru – Agosto/2001
I
SUMÁRIO
1. Introdução ..........................................................................................................................1
1.1. Conceituação e Normalização das Máquinas Agrícolas ...................................1
1.2. Classificação das Máquinas Agrícolas ..............................................................1
2. Tratores Agrícolas..............................................................................................................4
2.1. Funções Básicas.................................................................................................4
2.2. Constituição.......................................................................................................6
2.3. Classificação Geral............................................................................................8
2.3.1. Tipo de Rodado ..........................................................................................8
2.3.2. Tipo de Chassi ..........................................................................................10
8. Pulverizadores..................................................................................................................81
8.1. Tipos de Pulverizadores ..................................................................................81
8.2. Formas de Aplicação do Produto ....................................................................82
8.3. Dimensionamento dos Pulverizadores ............................................................82
Bibliografia ..........................................................................................................................83
Anexos .................................................................................................................................84
Máquinas Agrícolas 1
1. Introdução
São responsáveis pela limpeza do solo, ou seja, pela remoção de árvores, cipós e etc.
Constituem-se de destocadores, serras, lâminas empurradoras, lâminas niveladoras,
escavadeiras e perfuradoras.
2. Tratores Agrícolas
Evolução:
- 1920: Surgiram dois tratores agrícolas: Massey Harris - Henri Ford e Fergusson;
A evolução do uso de máquinas na agricultura pode ser vista pela figura a seguir:
Figura 2.1 – Evolução da participação nos sistemas de produção das várias tecnologias de
execução mecanizada das operações agrícolas.
Máquinas Agrícolas 6
2.2. Constituição
Combustível Diesel
Número de cilindros 1,3,4 ou 6
Bico Injetor Injeção direta
Potência 16 ~ 215 cv
Torque 3,7 kgf.m a 79 kgf.m
Rotação máxima 2400 a 2700 rpm
Relação de compressão 16:1 a 18:1
A classificação geral dos tratores leva em consideração dois critérios básicos: o tipo
de rodado e o tipo de chassi.
a) Tratores de rodas
a.2) Triciclos;
- duas rodas movidas e duas rodas atrás com diâmetro maior às anteriores;
- modelos: 4 X 2 (4 rodas, sendo 2 para tração); 4 X 4 (4 rodas, sendo as 4 para
tração;
c) Tratores de esteiras
a) Tratores industriais
b) Tratores florestais
c) Tratores agrícolas
3. Ensaios de Tratores
3.1. Objetivos
a) Potência teórica.
Q ⋅c⋅ ρ
Pt = (3.1)
632,32
Máquinas Agrícolas 13
onde:
Pt = Potência teórica, (cv);
Q = quantidade de combustível consumido, (l/h);
c = calor específico do combustível, (kcal/kg);
ρ = densidade do combustível, (kg/l).
1/ 2
Ps To
Pec = Peo − ⋅ (3.2)
Po ⋅ Pw Tv
onde:
Pec = potência efetiva corrigida, (cv);
Peo = potência observada no ensaio, (cv);
Ps = pressão atmosférica normal, (760 mmHg);
Pw = pressão absoluta de vapor de água, (mmHg);
Po = pressão atmosférica local, (mmHg);
To = Temperatura absoluta no local, (K);
Tv = Temperatura normal absoluta, (K).
Máquinas Agrícolas 14
e) Alteração de potência em função da altitude.
f) Potência indicada.
Pm ⋅ L ⋅ A ⋅ N ⋅ n
Pi = (3.3)
7500 ⋅ c
onde:
Pi = potência indicada, (cv);
A = área do cilindro, (cm2);
Pm = pressão média indicada, (kgf/ cm2);
L = curso do êmbolo, (cm);
N = número de cilindros do motor;
n = rotação, (rpm);
c = 1 para motor 2 tempos e 2 para motor 4 tempos;
g) Potência de atrito
Pat = Pi − Pe (3.4)
onde:
Pat = potência de atrito, (cv);
Pi = potência indicada, (cv);
Pe = potência efetiva, (cv).
Máquinas Agrícolas 15
h) Rendimentos.
- térmico
Pi
ηm = ⋅ 100 (3.6)
Pat
Velocidade
Potência Consumo de combustível
angular (rpm)
observada
Específico
(cv) TDP Motor Horário (l/h) cv.h/l
(g/cv.l)
1 2 3 4 5 6
A 27,68 617 2032 6,410 4,318 191,5
B 25,65 538 1771 5,586 4,592 180,1
C 23,55 652 2147 5,172 4,119 200,8
D - 690 2273 1,741 - -
E 12,40 679 2236 3,206 3,868 213,8
F 27,75 622 2048 6,529 4,250 194,6
G 25,35 646 2127 5,949 4,261 194,1
H 18,40 666 2193 4,498 4,091 202,2
2032
ia = = 3,29335
617
RPMmotor 1771
i= ib = = 3,29184
RPMtdp 538
2193
ic = = 3,29294
666
onde:
∆t = reserva de torque no motor, (%);
Tmax = torque máximo, (kgf.m);
Tpot. max = torque à potência máxima, (kgf.m);
Se:
∆t > 15% (bom);
10% < ∆t < 15% (regular);
∆t < 10% (ruim);
Figura 3.3 – Curva de desempenho da TDP com indicação das retas de isotorque à cargas
parciais entre os pontos A e B.
! Condições do ar ambiente;
! Força de tração;
! Deslizamento ou patinamento das rodas motrizes;
! Rotação do motor;
! Consumo de combustível;
! Todas as temperaturas do trator ensaiado (combustível, lubrificante, ar,
arrefecimento e freios).
! Resistência ao rolamento;
! Patinamento ou deslizamento da roda motriz;
! Atrito;
Máquinas Agrícolas 20
Algumas equações são necessárias para obter-se um resultado quantitativo do ensaio
na barra de tração. São elas:
n1 − n0
Dz = ⋅100 (3.9)
n1
onde:
Dz = deslizamento, (%);
n1 = rotação do odômetro, (rpm);
n0 = rotação da roda motriz, (rpm);
b) rendimento de tração.
Pb
η= ⋅ 100 (3.10)
Pmotor
onde:
η = rendimento de tração, (%);
Pb = potência na barra durante o ensaio, (cv);
Pmotor = potência máxima do motor obtido durante o ensaio da TDP, (cv).
c) coeficiente de tração.
F
CT = (3.11)
Wrt
Máquinas Agrícolas 21
onde:
CT = coeficiente de tração;
F = força de tração na barra, (kgf);
Wrt = carga dinâmica nas rodas traseiras, (kgf).
Figura 3.6 – Diagrama dos esforços numa roda de trator. a) rebocada, b) tracionando, c)
tracionando, com as componentes horizontais de R e T separados, d) com M apenas
suficiente para vencer a resistência ao rolamento R. G. E.
Equacionamento:
F = A ⋅ c + w ⋅ tgφ (3.12)
onde:
F = força de atrito, (kgf);
A = área, (m2);
c, φ = coeficientes inerentes ao tipo de solo determinado em laboratório;
w = peso do rodado, (kgf).
A reação do solo a um elemento de tração é, na maioria dos casos, afetada pela área
cisalhada e pelo peso, conforme mostrado na Figura 3.7.
Máquinas Agrícolas 23
Equacionamento:
(n +1) 1
2 w n 1 n
2⋅n + 2
3 ⋅ w 2⋅n +1 1 1 1
R = 1/ 2 ⋅ ⋅ ⋅ (3.14)
d n + 1 3 n 2⋅n +1 (k b k ) 2⋅n1+1
2⋅n + 2
( − ) c + ⋅ φ
Máquinas Agrícolas 24
onde:
R = resistência ao rolamento em uma roda, (kgf);
w = peso na roda, (kgf);
b = menor dimensão da área de tração, (pol);
l = maior dimensão da área de tração, (pol);
d = diâmetro da roda, (pol).
kc, kφ e n = são tabelados e significam módulo de deformação do solo (coesão),
módulo de deformação do solo (atrito) e coeficiente de penetração da roda no solo,
respectivamente. Os dois primeiros são, nessa ordem, expressos em lb/poln+1 e lb/poln+2.
Equacionamento:
c = k ⋅d m (3.15)
onde:
c = coeficiente de resistência ao rolamento;
d = diâmetro do pneu, (pol);
k e m = tabelado.
c = R/w (3.16)
onde:
c = coeficiente de resistência ao rolamento;
R = resistência ao rolamento, (kgf);
w = peso da roda, (kgf).
A tabela a seguir traz os valores de k, m e c em função do tipo de solo.
Máquinas Agrícolas 25
Tipo de solo k m c
Areia solta 6,3 -0,9 0,425
Argila cultivada 4,2 -0,8 0,382
Terreno semeado 1,6 -0,7 0,196
Grama 1,5 -0,3 0,610
Concreto 0,96 -1,0 0,048
Solução:
n +1 3
2 W n
2 7136 2
RR = 1
. t = 1
.
(n + 1).(k c + b.kφ ) n 2.l (2 + 1)(. 20 + 14.9 ) 2 2.66
RR = 21,93lbf ≅ 22lbf
Solução:
k = 4,2
R
m = - 0,8 C = k .D m =
W
k = 0,96
R
m = - 1,0 C = k .D m =
W
h) Reserva de torque
Por exemplo, com uma potência no ensaio = 27,75 cv à 622 rpm na TDP e com as
equações de momento no motor e reserva de torque:
N
Momento = 716,2 ⋅ (3.17)
n
onde:
N = potência máxima no motor, (cv);
n = rotação na TDP, (rpm).
onde:
∆t = reserva de torque, (kgf.m);
Tmax = torque na potência máxima no motor, (kgf.m).
Tpot max TDP = torque na potência máxima na TDP, (kgf.m).
n = rotação na TDP, (rpm).
Tem-se:
N 27,75
Momento = 716,2 ⋅ = 716,2 ⋅ = 9,7kgf .m
n 2048
∆t = Tmax − T pot max TDP = 10,4 − 9,7 = 0,78kgf .m
i) Rendimento Termo-mecânico.
Pe
η tm = ⋅ 100 P = 827 g/l = 0,827 kg/l
Pt
27,75
η tm = ⋅ 100 = 32%
86,59
j) Rendimento energético.
2687,2
η tm = ⋅ 100 = 32,1%
8358,8
(n +1) 1
n 3 1
2 w n
1 2 7136 2 1 2
Rr = . . = . . ⇒ Rr = 21,93 lbf
n + 1 2.L k + b.k +
2 1 2 . 66 +20 9 . 14
c φ
a) Argila cultivada:
k = 4,2
R
m = - 0,8 C = k .D m =
W
k = 0,96
R
m = - 1,0 C = k .D m =
W
! Método da suspensão;
! Método do ponto nulo;
! Método do equilíbrio;
! Método da dupla passagem (método mais eficiente, normalizado para determinação do
C.G.)
a) Método da pesagem.
Máquinas Agrícolas 31
onde:
Pt = peso total, (kgf);
T = peso traseiro, (kgf);
D = peso dianteiro, (kgf).
onde:
LE = peso do lado esquerdo, (kgf);
LD = peso do lado direito, (kgf);
Máquinas Agrícolas 32
onde:
C = calço de dimensões definidas;
DE + C = peso dianteiro elevado + calço, (kgf);
Y2 = altura do calço, (mm).
onde:
C = altura da barra de tração, (mm);
D1 = raio do rodado dianteiro, (mm);
D2 = raio do rodado traseiro, (mm);
E = distância entre eixos, (mm).
Máquinas Agrícolas 33
Equacionamento:
D.E
X= (3.19)
D +T
D1 + ( D ⋅ E ⋅ cos β 1 ) − ( DE ⋅ E ' )
Y= (3.20)
Pt ⋅ sen β 1
BT LD − LE
Z = . (3.21)
2 Pt
D − D2
θ = arc tg 1 (3.22)
E
β1 = θ + β 3 (3.23)
D + Y − D1
β 3 = arcsen 2 2 . cosθ (3.24)
E
E
E′ = ⋅ cos β 3 (3.25)
cosθ
Solução:
Máquinas Agrícolas 34
D.E 2750.2350
X= = ⇒ X = 953,17 mm
D + T 2750 + 4030
750 − 560
θ = arc tg ⇒ θ = 4,62 º
2350
2350
E′ = . cos12,74 º = 2299,62 mm
cos 4,62º
23,55
T pot max = 716,2. = 7,86 kgf .m
2147
∆t 2,62
= = 25%
Tmax 10,48
b) Rendimento de tração.
Máquinas Agrícolas 35
Equacionamento:
Pb
n= (3.26)
Pmotor
onde:
n = rendimento de tração, (%);
Pb = potência na barra de tração, (cv);
Pmotor = potência máxima do trator, (cv).
Equacionamento:
R1 ⋅ x + F ⋅ y − wt ⋅ x 2 = 0 (3.27)
wt ⋅ x 2 F ⋅ y F⋅y
R1 = − = R1 − (3.28)
x x x
wt ⋅ x1 F ⋅ y F⋅y
R2 = − = R2 − (3.29)
x x x
Máquinas Agrícolas 36
Equacionamento:
R2'' ⋅ x − wt ⋅ x1 + wt ⋅ d = 0 (3.30)
wt ⋅ x1 wt ⋅ d w ⋅d
R2'' = − = R2 − t (3.31)
x x x
Equacionamento:
Máquinas Agrícolas 37
∑M M =0
wH ⋅ y = wV ⋅ B
2
w ⋅ sen α ⋅ y = w ⋅ cosα ⋅ B
2
tgα = B (3.32)
2⋅ y
onde:
wH = carga horizontal, (kgf);
wV = carga vertical, (kgf);
Dados:
X3 = 23’’ X2 = 589,4 lbf Wt real = 3176,5 lbf
X1 = 85’’ Y1 = 18’’ CT = 0,55
Solução:
P P
CT = ⇒ WT = ( II )
WT CT
P 3560.62
P.28 + 3560.62 = .85 ⇒ 28.P − 113,3.P = −3560.62 ⇒ P = ⇒ P = 2586,5 lbf
0,75 85,33
De (I), tem-se:
3560.23 − 2586,5.18
2586,5.18 + W D .85 = 3560.23 ⇒ W D = ⇒ W D = 415,55 lbf
85
Logo,
W D din 415,55
= = 43%
W D est 960
3560.23
∑ M A ⇒ W D .85 + P.18 = 3560.23 ⇒ P = ⇒ P = 4548,8 lbf
18
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3.5. Regra do Fator 0,86
Essa regra foi sugerida por Wendel Bowers da Universidade de Oklahoma (E.U.A.) e
considera que:
! Desempenho do motor;
! Potência efetiva;
! Resistência do solo ao deslocamento;
! Tamanho do trator;
! Combinação dos implementos com referência à largura e à profundidade de
trabalho. Vale ressaltar que a largura de corte bem como a profundidade de
trabalho estão relacionados com os órgãos ativos dos implementos.
ou
OBS.:
Os diâmetros dos discos são de 32’’ com exigência de peso por disco de 250 kg.0
b) Correntões
c) Braço Fleco
São lâminas de formato em “V”. Possuem duas seções formando um “V”, sendo a
barra de corte serrilhada e tendo no centro o ferrão (utilizado para árvores muito grandes
para serem cortadas, em lascamento de tocos e em corte rente ao chão).
Figura 4.4 – Esquema de uma derrubada com trator acionado por cabo de aço.
e) Aplicação de herbicidas
a) Mecânico
b) Químico
Aplica-se NaNO3 em um furo na árvore feito através de uma broca. Este produto
químico faz com que a madeira absorva e deteriore-se. Tem a desvantagem de ser um
processo demorado (cerca de 3 meses), difícil de ser executado e caro.
Há também, para árvores de grandes diâmetros, a possibilidade da aplicação de
bananas de dinamites.
Máquinas Agrícolas 46
c) Manual
Para que o levantamento densométrico seja obtido é necessário que sejam levantados
os dados a seguir.
c) Somatória dos diâmetros, em metros, de todas as árvores por ha, com mais de
180 cm de diâmetro ao nível do solo.
O desempenho operacional é dado pela Equação (4.1). E, pela Equação (4.2), por
exemplo, se a eficiência de campo for de 82,5%.
l ⋅v
P= (4.1)
10
onde:
P = desempenho operacional, (ha/h);
l = largura de corte, igual à de corte nominal da lâmina, (m);
v = velocidade do trator, (km/h).
e
Máquinas Agrícolas 47
l ⋅v
P= ⋅ 0,825 (4.2)
10
T = X ⋅ ( A ⋅ B + M 1 ⋅ N1 + M 2 ⋅ N 2 + M 3 ⋅ N 3 + M 4 ⋅ N 4 + D ⋅ F ) (4.3)
onde:
T = tempo por hectare, em minutos;
A = fator de concentração ou presença de cipós que afetam o tempo básico;
X = fator de concentração de madeiras de lei que afetam o tempo básico;
B = tempo básico para cada trator, por ha;
M = minutos por árvore, em casa classe de diâmetro;
N = número de árvores por hectare, em cada classe de diâmetro, obtido no
levantamento no campo;
D = soma dos diâmetros, em metros, de todas as árvores por hectare, com diâmetro
acima de 180 cm ao nível do solo, obtida no levantamento no campo;
F = minutos por metro de diâmetro para árvores com mais de 180 cm de diâmetro.
c
L= (4.4)
3
onde:
L = largura de corte, (m);
Máquinas Agrícolas 48
c = comprimento do correntão definido em função da potência do trator, (m).
L ⋅ v ⋅ Ef
P= (4.5)
10
onde:
P = desempenho operacional com arrepio, (ha/h);
L = largura de corte, (m);
v = velocidade do trator, (km/h).
Ef = eficiência de trabalho.
OBS.:
a) Quando a operação é realizada com arrepio, trabalha-se com 75 % da velocidade do
trator (velocidade operacional).
b) A eficiência para o uso de correntões varia entre 0,45 e 0,65. Normalmente, trabalha-se
com o valor médio.
L ⋅ v ⋅ Ef
P= (4.6)
20
onde:
P = desempenho operacional sem arrepio, (ha/h);
L = largura de corte, (m);
v = velocidade do trator, (km/h).
Ef = eficiência de trabalho.
Solução:
T = X ⋅ ( A ⋅ B + M 1 ⋅ N1 + M 2 ⋅ N 2 + M 3 ⋅ N 3 + M 4 ⋅ N 4 + D ⋅ F )
T = 1,3 ⋅ ( 2,0 ⋅ 120 + 4 ⋅ 40 + 22 ⋅ 8 + 44 ⋅ 6 + 130 ⋅ 4 + 16 ⋅ 40)
T = 2600 min/ha
T = 43,33 h/ha
T = 43,33 h/ha+50%
T = 65,0 h/ha
Solução:
c 90
L= =
3 3
L = 30 m
L ⋅ v ⋅ Ef
P=
10
30 ⋅ 2,02 ⋅ 0,55
P=
10
P = 1,66 ha/h
Máquinas Agrícolas 51
5.1. Arados
O arado de discos apareceu em substituição aos arados de aivecas e sua origem teve
como ponto de partida a grade de discos. Este tipo de arado é uma das máquinas mais
estudadas e aperfeiçoadas pelos engenheiros, técnicos e fabricantes de maquinaria agrícola.
Foi construído para ser usado em terrenos secos e duros, porém não pode-se
desprezar o uso do arado de aivecas pela simples razão de que nenhum arado de um só tipo
e tamanho pode preparar todos os tipos de solo, nem ser utilizado em todas as estações do
ano com iguais resultados.
Eles apresentam como principal vantagem, quando comparados com os de aiveca, o
fato de possuírem como órgãos ativos, os discos que, para executar sua função, trabalham
com um movimento de rotação e, portanto, são menos suscetíveis a impactos, uma vez que,
ao encontrar um obstáculo qualquer, o disco rola sobre o mesmo, diminuindo a influência
Máquinas Agrícolas 54
do impacto sobre a estrutura. Também são preferíveis para solos pegajosos e com terra
endurecida.
Os arados de discos continuam operando, mesmo depois que seus órgãos ativos
tenham sofrido um desgaste considerável, podendo ser utilizados em solos abrasivos sem
perda da sua eficiência. Já as relhas do arado de aiveca, quando desgastadas, perdem suas
características técnicas e há necessidade de repará-las ou substituí-las para que possam
continuar operando, o que faz com que os arados de aiveca não possam ser utilizados em
solos abrasivos. No entanto, o arado de discos não realiza o tombamento da leiva ou da
cobertura da vegetação de superfície de maneira tão perfeita quanto o arado de aiveca.
a) Discos lisos
Sua constituição básica é de aço 1045. Não possui dentes, o que define a sua
penetração ao solo é a curvatura, espaçamento e número de discos, peso, velocidade de
trabalho e inclinação tanto vertical como horizontal. Suas bordas são temperadas e
revenidas e possuem furos na região central para alívio de tensões.
Máquinas Agrícolas 55
b) Discos recortados
Sua constituição básica também é de aço 1045. O recorte é feito para melhorar a
capacidade de corte; possui ângulo de afiamento na parte externa e interna. Quando
comparados com os discos lisos, apresentam a vantagem de melhor performance (maior
penetração no solo) e a desvantagem de maior probabilidade de quebras. Ambos são
conformados a quente.
! Ângulo vertical;
! Velocidade operacional;
! Peso dos discos;
! Afiação dos discos;
! Relação f/d (concavidade/diâmetro);
! Mola da roda guia.
Máquinas Agrícolas 56
# ângulo de trabalho dos discos : vertical e horizontal.
5.2. Grades
Máquinas Agrícolas 57
Sua função é completar o serviço executado pelos arados, embora elas possam ser
utilizadas antes ou até mesmo em substituição a estes em algumas situações. Também têm
a função de complementar o preparo do solo, no sentido de desagregar os torrões, nivelar a
superfície do solo para facilitar a semeadura, diminuir vazios que resultam entre os torrões
e destruir os sistemas de vasos capilares que se formam na camada superior do solo, para
evitar a evaporação de água das camadas mais profundas.
As grades de discos podem ser basicamente de três tipos:
a) Simples ação
Sua característica básica é a inversão do solo com uma passada. Estes sistemas são
empregados somente no controle de plantas daninhas (capina superficial).
b) Dupla ação
São aquelas utilizadas para mobilização profunda do solo em substituição aos arados
de discos ou aivecas. Também conhecido como grade aradora.
a) Arrasto
Utilizam a barra de tração (BT) para movimentação e ação dos órgãos ativos.
b) Montados
Máquinas Agrícolas 59
São aqueles acoplados nos 3 pontos do trator, ou seja, no 3o ponto superior e nos dois
pontos inferiores.
c) Semimontados
São aqueles que utilizam a barra de tração para movimentação dos órgãos ativos e
seu transporte é realizado pelos 3 pontos do trator.
! Plano liso;
! Côncavo de centro;
! Côncavo de centro plano;
! Côncavo liso.
! Côncavo recortado;
! Cônico recortado;
5.3. Subsoladores
! Penetrômetro de mola: Possui pontas cônicas com ângulo de base variando de 45o a
60o, sendo o primeiro para solos argilosos e, o segundo, para solos arenosos.
Figura 5.19 – Penetrômetro de impacto. (I) condição inicial, (II) condição após a queda da
massa (m) com uma penetração (x) no perfil. a) manopla, g) guia da massa, b) batente de
impacto da massa, h) haste, c) cone, H) altura de queda de massa, r) régua (opcional), e)
limitador superior, p) placa de referência de profundidade de penetração (opcional).
2 20
⋅ 10 = = 3,33
29 − 23 6
! Penetrógrafo:
onde:
e = espaçamento entre hastes (cm);
p = profundidade de penetração das hastes (cm).
HP
n= (5.3)
0,8 ⋅ p
onde:
n = número de hastes;
HP = potência do trator utilizado na operação de subsolagem (HP);
p = profundidade de penetração das hastes (cm).
L = n⋅e (5.4)
onde:
L = largura efetiva de trabalho (cm);
Máquinas Agrícolas 66
n = número de hastes;
p = profundidade de penetração das hastes (cm).
Tr = R ⋅ p ⋅ n (5.5)
onde:
Tr = tração requerida (kgf . cm);
R = resistência do solo (kgf);
p = profundidade de penetração das hastes (cm).
n = número de hastes;
e) Produção horária
L ⋅ v ⋅ Ef
P= (5.6)
10
onde:
P = produção horária (ha/h);
L = largura de trabalho (m);
v = velocidade média (km/h);
Ef = eficiência de trabalho.
Solução:
a) Comprimento da haste
c) Nº de hastes (n)
HP 140
n= = = 2,92
0,8 ⋅ p 0,8 ⋅ 60
n= 3 hastes
L = n ⋅ e = 3 ⋅ 60
L = 180 cm
Solução:
a) Comprimento da haste
- Pela Equação (5.2), e = 1,5 ⋅ p , já que a profundidade de penetração das hastes foi
superior a 70 cm.
c) Nº de hastes (n)
HP 14
n= = = 2,23
0,8 ⋅ p 0,8 ⋅ 80
n= 2 hastes
L = n ⋅ e = n ⋅ 1,5 ⋅ p = 2 ⋅ 1,5 ⋅ 80
L = 240 cm
a) Semeadoras. Depositam sementes finas e grossas (arroz, milho, feijão, soja, trigo,
etc).
b) Plantadoras. Responsáveis pelo plantio de órgãos vegetativos considerados
tubérculos (batatas, mandioca e cana).
c) Transplantadoras. São máquinas cuja função é de plantar mudas (cebola,
eucaliptos e arroz).
a) À forma de distribuição.
! Em linha – contínua. As sementes são distribuídas em linha, porém não existe uma
precisão em suas deposições;
! Em linha – de precisão. As sementes são dosadas, de preferência uma a uma, e o
espaçamento entre elas é bastante uniforme;
! Em linha – em quadrado. Não são mais utilizadas. A principal dificuldade na utilização
é a necessidade de se colocar guias no terreno, para o acionamento de mecanismos
dosadores, o que aumenta a mão-de-obra;
! Em linha – em grupos. Pode ser utilizado quando se requer uma maior profundidade de
semeadura, ou quando o poder germinativo das sementes é muito baixo.
! De tração animal. São acionadas por animais. No Brasil, normalmente esse são mulas
ou bois;
Tem por função dosar as sementes requeridas e conduzi-las a uma abertura de saída.
Podem ser classificadas como segue:
Em linha:
! Disco perfurado – vertical, horizontal e inclinado;
! Correia perfurada;
! Discos alveolados;
! Dedos prensadores;
! Orifício regulador;
! Pneumático – mais utilizado atualmente.
A lanço:
! Rotor centrífugo;
! Canhão centrífugo;
! Difusor – não mais utilizado (sistema que utiliza rosa sem-fim.
d) Ao material dosado.
Máquinas Agrícolas 73
! Semeadora. Apenas as sementes são dosadas e colocadas no solo;
! Semeadora-adubadora. Além das sementes, a máquina dosa e coloca no solo o adubo a
ser utilizado na cultura;
! Semeadora-adubadora-calcareadora. Além das sementes e adubos, a máquina dosa e
coloca o calcário destinado a corrigir a acidez do solo.
* = injúria mecânica significa quebra das sementes pelos componentes da máquina e por
pressão entre as mesmas.
! Dosadores de semente
- discos perfurados;
- correias perfuradas;
- dedos prensores;
- pneumáticos.
! Dosadores de adubos
- rotores dentados;
- discos rotativos horizontais;
- rotor vertical impulsor;
- correias ou correntes;
- cilindros canelados;
! Sistema de sulcadores
- sulcador de enxada;
- sulcador de facão;
- sulcador de disco.
v⋅ L⋅ P⋅ E
Qp = (6.2)
600.000 ⋅ v t
onde:
Qp = vazão prevista, (g/min);
v = velocidade operacional no campo, (km/h);
L = lotação ou população, (plantas/ha);
P = peso de 100 sementes, (g);
E = espaço entre linhas da cultura, (m);
vt = vitalidade das sementes no solo, (%).
Os dados necessários que deve ser de conhecimento prévio para a realização de uma
semeadura são exemplificados a seguir.
I – Dados Básicos:
- Propriedade: Fazenda “X”;
- Cultura a ser implantada: milho;
- Área a ser utilizada: 10 ha;
- Lotação da cultura: 50.000 plantas/ha;
- Espaçamento da cultura: 1,0 metro;
- Sistema de semeadura: em linhas;
- Profundidade de plantio: 14 cm.
II – Dados Operacionais:
- Vitalidade das sementes no solo: 74,97%;
- Sementes por metro de sulco:
- em peso: 1,87 gramas;
- em número: 6 a 7 sementes;
- vazão prevista: 156 g/min
- peso das sementes/ha: 18,7 kg;
- peso total das sementes a ser utilizado: 187 kg;
- número de reabastecimento da máquina: 11 a 12.
Solução:
v⋅ L⋅ P⋅ E
Qp =
600.000 ⋅ v t
5,0 ⋅ 50.000 ⋅ 28 ⋅ 1
Qp =
600.000 ⋅ 74,97
Qp = 156 g/min
156
Peso =
83,33
Peso = 1,87 g/m
b) Número de sementes.
Máquinas Agrícolas 77
Como o peso de 100 sementes é de 28 g, tem-se que o peso de 1 semente é de 0,28g.
Se o peso das sementes é de 1,87 g/m, então:
1,87
N=
0,28
N = 6 sementes/m
Considerando que 1 ha possui 100 linhas espaçadas de 1 m e cada linha com 100 m
de comprimento. Portanto, a distância percorrida por cada máquina será de 10.000 m.
O peso de sementes / ha é de:
Peso = 187 kg
c) Número de reabastecimento
P = 830 ⋅ 20
P = 16,6 kg
187
N=
16,6
N = 11,26 (de 11 a 12 reabastecimentos)
Máquinas Agrícolas 78
a) Automotrizes (combinadas)
São máquinas autopropelidas que realizam todas as operações necessárias à colheita.
b) Montadas
São dependentes de um trator agrícola para a realização de suas funções.
c) De Arrasto
Possuem um motor a auxiliar independente ou são acionadas pela tomada de
potência e tracionadas pela barra de tração por um trator.
a) Mecanismos de Corte. Eles se diferem para cada tipo de cereal a ser colhido. Eles
estão contidos em uma plataforma de corte, cujos elementos principais são os
separadores, molinete, barra de corte e condutor helicoidal.
c) Mecanismos de Trilha. São três tipos: cilindro de dentes e côncavo (utilizado nas
colhedoras de arroz), cilindro de barras (utilizado para as demais culturas) e
côncavo e cilindro axial (dentes dispostos helicoidalmente sobre a superfície do
cilindro).
8. Pulverizadores
Definição: São máquinas nas quais os líquidos são bombeados sob pressão através de
orifícios (bicos) e explodem ao serem lançados contra o ar, por descompressão.
Tipo de
Veículo Forma de aplicação Tipo de trabalho
máquina
Em pó Polvilhadoras Manual, motorizado, aéreo
Sólido
Em grânulos Granuladoras Manual, tratorizado, aéreo, animal
Por veia líquida Fumigadoras Aplicação de formicidas
Líquido
Gotas (MMD > 150µ) Pulverizadoras Manuais, costais, motorizados, aérea
Gotas 50 – 150µ Atomizadoras Tratorizadas, aéreas, manual e
Gasoso
Gotas (MMD < 50µ) Nebulizadoras tratorizadas
a) Tamanho do depósito
L ⋅b ⋅Q
T= (8.1)
5000
b) Capacidade da bomba
D ⋅b⋅v ⋅ z
P= (8.2)
600
Bibliografia
Anexos