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Com o termo transicional Winnicott situa um objeto cuja natureza provém de

um deslocamento da relação com a mãe e que se situa entre a atividade do


bebê de sugar parte de seu próprio corpo (dedos, punho) e um vínculo
estabelecido com algum objeto exterior. Ursinho, pedaço de pano ou
cobertor, objeto duro que a criança leva à boca, ou ao nariz mantendo-o
perto de seu corpo. A mãe participa deste vínculo assegurando sua presença
junto da criança, levando em viagens etc.

É concebida como uma área de transição, entre o erotismo oral e a relação


de objeto que pode ter início a partir dos 4 meses e se estender a um ano,
embora em algum momento posterior da vida possa ser retomada.

O interesse de Winnicott não é descobrir a primeira relação objetal e sim


caracterizar uma região intermediária entre o subjetivo e o que é percebido
objetivamente, entre a apercepção e percepção, entre inabilidade do
interesse pelos objetos do mundo exterior. Um aspecto importante do termo
transicional mencionado por Winnicott, refere-se ao que podemos perceber
do trabalho de experimentação do bebê em seu “ao processo de tornar-se
capaz de aceitar diferença e similaridade” (1)

O fato deste objeto pertencer ao mundo exterior constitui para Winnicott uma
característica fundamental. O termo transicional indica precisamente uma
área intermediária entre realidade interna e externa. Área de repouso e
neutra para a qual se volta o bebê em situações de ansiedade caracterizadas
pelo autor como depressivas.

A designação de fenômeno transicional visa indicar balbucios, pequenas


sílabas como “ba” que estariam presentes tanto em Baby como em Bear mas
o valor do objeto transicional não está em seu simbolismo mas em sua
realidade.

Seu valor reside no fato de preceder ao teste de realidade e constituir uma


espécie de ante-sala que permite investidas graduais e recuos estratégicos
na relação do bebê com a multiplicidade de objetos do mundo. Passagem
portanto de uma condição de inabilidade da criança para uma aquisição de
habilidade relativa ao reconhecimento e aceitação da realidade.

Para Winnicott esta área entre a realidade interna e externa e composta por
elementos de ambas, é uma área de experimentação e também de repouso
para o trabalho incessante de separação entre elas.

Esta experiência pressupõe rudimentos de capacidade ilusória motivo pelo


qual é relacionada ao pensar e fantasiar, e também à arte e a religião
partilhadas na cultura.

Este objeto é simplesmente abandonado, separação que não requer trabalho


de luto. A perda de seu significado sem pranto, indica que sua função se
difundiu na relação entre realidade psíquica de um sujeito e o que lhe é
exterior.

(1) WINNICOTT, D.W. Objetos Transicionais e fenômenos transicionais. In


Textos Selecionados – Da Pediatria à Psicanálise. Trad. De Jane Russo. Ed.
Francisco Alves Editora S.A. RJ.1978.

Fonte: http://pt.shvoong.com/medicine-and-health/pediatrics/1836466-
objetos-transicionais-fenomenos-transicionais/#ixzz1LoZPtWh3

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