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NOME: MARCOS PEREIRA LIMA JÚNIOR

LINHA DE PESQUISA: EDUCAÇÃO, CURRÍCULO E ENSINO


EIXO TEMÁTICO: ENSINO DE MATEMÁTICA
TÍTULO DO PROJETO: MATEMÁTICA E SUAS APLICAÇÕES NA EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL

RESUMO:
O projeto visa trabalhar a aplicação da Matemática no ensino técnico,
profissionalizante, aprofundamento e aprendizagem profissional, apoiado em
fundamentos teóricos e aprimorando a aprendizagem com aplicações práticas possíveis
aos tópicos matemáticos estudados em cursos previstos por instituições de ensino.
Inevitavelmente, adota-se, neste trabalho, uma postura que atenda vários públicos,
dentre eles alunos da Educação à Distância (EaD), alunos da Educação de Jovens e
Adultos (EJA) e ensino presencial de cursos que fazem parte de programas sociais do
governo estadual e federal como, por exemplo, o Sistema S de educação (SENAI, SESI,
SENAC, SESC) e as Instituições de Ensino Profissional ligadas à Secretaria de
Trabalho e Desenvolvimento Social do estado do Ceará. A abordagem pedagógica para
o discente de educação profissional na modalidade Ensino à Distância e da Educação de
Jovens e Adultos requer uma atenção mais rigorosa e complexa devido ao uso de
ferramentas tecnológicas, do uso de plataforma virtual de aprendizagem, de
características inerentes a esse tipo de modalidade educacional, pela fragilidade e
delicadeza em que se encontra a relação ensino-aprendizagem da Matemática e suas
aplicações no cotidiano profissional.
A metodologia aplicada será uma similar ao lúdico (tanto visto no ensino básico não
tradicional) por se aproximar da práxis e do “modus operandi”, elementos que os alunos
tanto almejam em aulas de Matemática.

PALAVRAS-CHAVE: Matemática, Ensino Técnico, EaD, EJA.

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INTRODUÇÃO:
Aproveitando a atual conjuntura sócio-econômica pela qual o país está passando e
continuará a vivenciar pelos próximos anos, segundo previsões de especialistas, ensino
técnico profissionalizante necessita vivenciar um conteúdo acadêmico que outrora se
comportava como vilã, por conta de sua característica teórica, a Matemática. Busco,
aqui, dar valor empírico às teorias que, de longe são necessárias e fundamentais à
estrutura ensino-aprendizagem Matemáticas, pois o público(pressionado pelo mercado
de trabalho) para o qual se destina esse projeto exige aplicabilidade e resultado prático
dos cálculos realizados por especialistas técnicos.
Há tempos o Brasil se preocupa com o ensino profissional para manter as unidades
fabris e a mão-de-obra com custo mais baixo (o governo não precisaria contratar
profissionais estrangeiros) e mais qualificada (ensino qualificado de um ofício). E isso
remonta desde o Brasil colônia, com a qualificação da mão-de-obra escravo-indígena e
a de filhos dos “homens brancos”, passando pela vinda da família real portuguesa, em
1808, até hoje, com o advento, dentre outras, da indústria da construção civil e da
indústria petroquímica. Tais fatos levaram ao centenário da criação da Rede Federal de
Educação Profissional e Tecnológica, em 23 de setembro de 2009.
Atualmente, o Brasil está passando por um excelente quadro sócio-econômico, cenário
propício aos investimentos nacionais e estrangeiros quer exige do mercado profissionais
habilitados e qualificados a exercerem funções de altíssimo nível de complexidade. O
fato é que, qualquer que seja o curso técnico profissionalizante, sempre será necessário
o uso de quaisquer elementos matemáticos. E os profissionais da educação,
principalmente da especialidade Matemática, mais do que nunca, são requisitados a
formarem cidadãos profissionais capazes de assumir funções técnicas e analíticas.
Na educação profissional não poderá haver lacunas de aprendizagem, principalmente
em um mundo globalizado, em que as informações fluem instantaneamente e que
exigem, dos interlocutores, raciocínio lógico constante a fim de compreender problemas
e, de imediato, solucioná-los. É sabido, até pela esfera menos favorecida
economicamente da sociedade, que é fundamental a inserção estratégica e planejada de
um currículo mais adequado ao meio em que o profissional está inserido. Por isso, não
adianta elaborar um currículo, planos de aula e estratégias pedagógicas sem conhecer o

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público para o qual ministrará aulas. Exigir-se-á competências e habilidades específicas
para cada profissão.
O currículo de Matemática também será de acordo com essa inserção social do
profissional. É necessário complementar a teoria com a prática vivenciando-a e torná-la
concreta, preenchendo as lacunas porventura deixadas por outras disciplinas.
No que diz respeito à educação à distância, o ensino profissional encontra algumas
particularidades referentes a essa modalidade: a distância física, a falta de
acompanhamento constante que pode gerar vários problemas como, por exemplo, a
desmotivação e, conseqüentemente, a evasão, a falta de oficinas temáticas, ficando a
informática responsável pelas experiências práticas, ou seja, experiências virtuais, etc.
Neste contexto, é interessante que haja um comprometimento maior com experiências
empíricas e não virtuais, embora válidas, darão a falsa sensação de uma oficina
matemática.

JUSTIFICATIVA:
A Matemática axiomática, embora fundamental, não é atraente para quem trabalha na
função de técnico, ou seja, para quem põe a “mão na massa”. Por isso, deve-se
implementar, na carga horária do curso técnico profissionalizante, uma parcela,
considerável, de Oficinas de Matemática, ou, por iniciativa do professor, caso não seja
permitido, por algum motivo, adaptar, adequar, renovar ou refazer o currículo da
disciplina. Isto porque, na educação profissional, a motivação principal do aluno é a
aplicação funcional de conteúdos. O campo de atuação dele será o mercado de trabalho,
que é o próximo estágio a ser encarado. Esse estágio não admite erros e, por isso
mesmo, faz-se necessário o uso incansável de simulações da realidade profissional, de
práticas laboratoriais, sempre conectando a teoria à prática quando o conteúdo permite.
Pois há conteúdos matemáticos que são pontes para outros conteúdos, o que dá a falsa
impressão que aqueles não são praticáveis quanto esses. Tal fenômeno na Matemática
deve ser explicado com antecedência, e com certa freqüência, para evitar
constrangimentos e frustrações do corpo discente.
Devem-se construir situações específicas de cada profissão a fim de concretizar a teoria,
além de fixar o conteúdo visto. Essa simulação deverá ser estratégica e incansavelmente
planejada, observando todos os eventos em que se possam utilizar conceitos e
definições matemáticas já estudadas. É possível também antecipar a simulação a fim de

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se construir o conceito de um tópico matemático e, a partir de então, formular o edifício
axiomático pertinente à Matemática.
Percebe-se que, com essa atitude, será mais exigido do professor, pois o mesmo aplicará
interdisciplinaridade que, embora muito interessante, nem sempre é compatível com o
perfil pessoal do professor (muitas vezes não possui tempo para esse tipo de trabalho, às
vezes não está interessado em buscar informações de outras profissões para adequar à
Matemática, às vezes não tem esse conhecimento da interdisciplinaridade e lhe falta
opção para tê-la, etc.). Moreira e Silva, em Currículo, cultura e sociedade (editora São
Paulo, 2001) “propõe o abandono do currículo padrão, pré-definido utilizado
atualmente, para a adoção do ‘currículo da sala de aula’. Este, construído no trabalho
diário do docente e do seu relacionamento com o meio na busca pela compreensão
multifacetada da realidade vivenciada do aluno. Seria a instituição da relação dialógica
real entre o professor e o aluno na construção do saber”.
Creio que a utilização do currículo no ensino da Matemática deverá ser adequada de
acordo com a realidade do discente, pois é o estágio em que o conteúdo aprendido será
visivelmente satisfatório, ou não satisfatório. Trabalhando dessa forma, quando o então
aluno doravante profissional se deparar com uma situação real, não sentirá nenhuma
dificuldade, pois já havia treinado exaustivamente em curso.

OBJETIVOS:
• Solidificar o conhecimento matemático adquirido em sala de aula de ensino
técnico profissional com uso de práticas de laboratórios, oficinas de Matemática
e simulações da realidade específica de cada profissão.
• Dar suporte ao aluno para que ele mesmo responda às questões do tipo: para quê
serve essa disciplina? Onde vou usar esse conteúdo? Como irei usar esse tipo de
ferramenta matemática?
• Desmitificar o conceito histórico em que o ensino profissional serve apenas para
as classes sociais menos favorecidas.
• Relacionar o ensino básico ao ensino profissionalizante, já que este constrói suas
bases conceituais daquele.
• Aplicar a Matemática nos mais diversos eixos tecnológicos, a saber: Ambiente,
Saúde e Segurança; Controle e Processos Industriais; Gestão e Negócios;

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Hospitalidade e Lazer; Informação e Comunicação; Infra-estrutura; Produção
Alimentícia; Produção Cultural e Design; Produção Industrial; Recursos
Naturais.
• Em se tratando de EaD, procurar entrar em contato constante com o corpo
discente, postando em fóruns vídeos, slides, textos, figuras, tudo o quanto for
possível para que seja feito o link com a aplicação matemática. Pode-se pedir
aos alunos também que façam pesquisas de campo nas quais o professor, já com
conhecimento prévio dos resultados obtidos, faça sempre relações com a teoria
já discutida.

REFERENCIAL TEÓRICO:

• PCN – Ensino Médio. Parte I – Bases legais - O papel da educação na sociedade


tecnológica, página 11.
• Parecer CNE/CES nº 277/2006, aprovado em 7 de dezembro de 2006 - Nova
forma de organização da Educação Profissional e Tecnológica de graduação.
• Parecer CNE/CEB nº 16/99 -
Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de
Nível Técnico.
• II ENCONAM – ENCONTRO NACIONAL DE PROFESSORES DE
MATEMÁTICA DE ESCOLAS TÉCNICAS FEDERAIS E CEFET’S (1981,
EM FORTALEZA/CE).
• MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da educação matemática. São
Paulo: Atual, 1998.
• Jean Piaget (1896 – 1980)
• Carta da transdisciplinaridade, produzida pela UNESCO no I Congresso
Mundial de Transdisciplinaridade 1994, realizado em Arrábida, Portugal.

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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:

• O presente projeto de pesquisa terá como sujeitos alunos dos cursos técnicos,
profissionalizantes, de aprendizagem e de aperfeiçoamento profissional de
instituições de educação profissional, com especial atenção, ao sistema S de
ensino: SENAI, SENAC, SESC, SESI. Também contemplam este tópico às
escolas que aderem ao programa de inclusão profissional do governo estadual e
federal, dentre elas cito a EVISA – Escola, Vida, Sabor e Arte do Ceará –
instituição de ensino profissional vinculada
à Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) do estado do Ceará.
• De acordo com o parecer 277/2006 do Conselho Nacional de Educação, os eixos
tecnológicos são em número de dez. Ao se agrupar os eixos em três subgrupos,
temos as categorias: Tecnologias Simbólicas, Tecnologias Físicas e Tecnologias
Organizacionais.
• A Matemática será um elemento comum em alguma categoria dos subgrupos ou,
até mesmo, fará parte de suas grades curriculares em sua totalidade. A vantagem
nessa subdivisão é a melhor organização do conteúdo a ser ministrado, evitando
erros como conteúdos soltos, inflexibilidade de conteúdo, facilidade de
adaptação da Matemática à profissão, etc.
• A idéia é dividir os temas da disciplina para cada categoria de forma que
atendam às suas necessidades. Antecede à idéia da divisão, o teste de sondagem,
capaz de orientar o professor e ajudá-lo a tomar as decisões cabíveis ao uso da
metodologia e planejamento ideais.
• Dando prosseguimento, identificam-se os temas mais vistos e necessários para
darem continuidade aos outros temas, e aqueles com maior índice de dificuldade
de aprendizado.
• Revisa-se o conteúdo do último nível educacional anterior ao início do curso
proposto, a fim de nivelamento.
• Adaptam-se os conteúdos, que são requisitos à fundamentação profissional, à
realidade na qual estão inseridos os atores educacionais cito, alunos, escola-
instituição, meio-social, categoria profissional do curso etc.

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• Ministram-se as aulas atribuindo-lhes pesos nos quais as práticas valerão mais.
Isso não desvaloriza as aulas teóricas e nem as menosprezam; apenas as
complementam a fim de se criarem pontes de aprendizado entre a teoria e a
prática, e completando a formação do profissional. A idéia é de sair do ambiente
sala de aula e ir a outro que seja capaz de aplicar o que foi assimilado em teoria.
• Para a Educação à Distância, faz-se necessário de um planejamento mais
cauteloso, pois essa é uma modalidade de ensino cujo estar - junto virtual deverá
ser constante a fim de se evitar evasão escolar, ambigüidade de significados, má
compreensão de conteúdo, etc. As aulas práticas, nessa modalidade, poderão ser
nos encontros presenciais obrigatórios, otimizando o tempo de aula. Ainda,
poderão ser disponibilizados constantemente materiais multimídia no ambiente
virtual de aprendizagem, com o objetivo de minimizar a ausência física.
• Para o processo avaliativo, além das formas convencionais de avaliar e atribuir
notas, deverá ser levado em conta esta praticidade da Matemática, sendo
observado: capacidade de observação; liderança, proatividade e participação em
equipe, caso haja necessidade; capacidade de interpretação de situações-
problemas; capacidade de coleta de parâmetros e equacioná-los devidamente;
uso de ferramentas matemáticas devidas e de suas relações; uso coerente e
correto de calculadoras, notebooks, réguas de cálculo, palmtops, smartphones,
PC’s, celulares e/ou quaisquer outros softwares e/ou harwares, assim como
qualquer instrumento de medida; capacidade geométrica espacial; capacidade
de solucionar problemas e saber interpretar suas soluções; capacidade de
interpretar dados, gráficos, diagramas e tabelas.

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CRONOGRAMA DE ATIVIDADES:

1°bim 2°bim 3°bim 4°bim 5°bim 6°bim 7°bim 8°bim


Avaliação
diagnóstica
Planejamento
e estratégias
pedagógicas
Aplicação
das aulas
teóricas
Aplicação de
aulas práticas
avaliação

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

TRANSDISCIPLINARIDADE, INTERDISCIPLINARIDADE E
MULTIDISCIPLINARIDADE:
http://www.webartigos.com/articles/34645/1/Transdisciplinaridade-
Interdisciplinaridade-e-Multidisciplinaridade/pagina1.html#ixzz1M0dBzooe.

A HISTÓRIA DO ENSINO TÉCNICO NO BRASIL:


http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/centenario/historico_educacao_profissional.pdf

TEORIA CRÍTICA DO CURRÍCULO – MOREIRA E SILVA:


http://www.slideshare.net/lucilapesce/teoria-crtica-do-currculo-moreira-e-silva

TRATA DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO


PROFISSIONAL DE NÍVEL TÉCNICO - Parecer CNE/CEB nº 16/99

NOVA FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E


TECNOLÓGICA DE GRADUAÇÃO - Parecer CNE/CES nº 277/2006, aprovado em 7
de dezembro de 2006.

PORTAL MEC: http://www.mec.gov.br

MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da educação matemática. São Paulo:


Atual, 1998.

Sociedade Brasileira de Matemática: Anais do IX seminário nacional de História da


Matemática – Professores Antônio Henrique Pinto e Marina Gomes dos Santos.

NICOLESCU, Basarab. Um novo tipo de conhecimento - Transdisciplinaridade.


Educação e Transdisciplinaridade, I, pp.13-29. Brasília, UNESCO, 2000.

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