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Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS


Organização da Escola Básica
Ficha de Leitura 03: O Banco Mundial e a Gestão da Educação Brasileira
Texto: FONSECA, M. O Banco Mundial e a gestão da educação brasileira. In: OLIVEIRA,
D. (Org.). Gestão democrática da educação: desafios contemporâneos. 7 ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2007, P.46 – 63.
Alunos: Ricardo Antônio Oliveira Bonzanini, Keti Mendonça
Turma: F
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Fonseca aborda neste texto a participação do Banco Mundial “no âmbito das políticas públicas
brasileiras. Esta evolução pode ser explicada pelo papel que o Banco desempenha junto aos países
mais pobres, como estrategista do modelo neoliberal de desenvolvimento e também como
articulador da interação econômica entre as nações, inclusive, para negociação de sua dívida
externa” (p.46).

O papel de influência desta entidade cresce, principalmente, a partir dos anos 80, com uma
reestruturação do Banco com a finalidade de ter “uma atuação mais política, especialmente no que se
refere ao monitoramento do processo de ajustes estruturais junto aos países-membros, como base
para implantação do globalismo econômico e comercial” (p.47).

Embora, na sua origem, o Banco tenha surgido como uma forma de buscar um crescimento dos
países em desenvolvimento com menos desigualdade, a partir dos anos 70 este ideal se perdeu e a
ótica da produtividade e do custo mais baixo ganhou prioridade nas plataformas de projetos
implantados pelo Banco, como demonstra a autora: ‘Na metade da década de 70, sob nova visão
política [...] o BIRD deslocou a prioridade da educação formal para outras modalidades menos
custosas de ensino, como programas de educação à distância, por rádio e televisão” (p.50).

“Percebe-se, assim, uma mudança de orientação do Banco: a relação causal


educação/crescimento/igualdade foi substituída pelo enfoque adaptativo de educação para a pobreza
no contexto da segmentação do mercado de trabalho e pela diretriz de barateamento dos custos do
ensino público” (p.51).

A partir da reestruturação organizacional realizada pelo Banco nos anos 80, foram adotadas
políticas de ajuste estrutural para os países que solicitavam empréstimos, principalmente os de maior
desequilíbrio econômico. “Estas políticas [...] incluem a redução do papel do Estado, via diminuição
do investimento do setor público e maior participação do setor privado; a realização de reformas
administrativas; a estabilização fiscal e monetária; a redução do crédito interno e das barreiras de
mercado” (p.55).

No âmbito da educação o Banco adota duas estratégias: recuperação de custos e oferta de “uma
cesta de insumos educacionais que se mostraram determinantes para o desempenho escolar de alunos
em países de baixa e média renda” (p.56). Nesta perspectiva essas medidas significam prioridade de
investimentos no ensino básico em detrimento do ensino superior, privatização do ensino superior,
oferta de bibliotecas, material didático e livros em detrimento à formação dos professores, políticas
de melhores salários e formação técnica capacitada. O Banco também deixa subentendido a
utilização racional dos espaços da escola com o objetivo de redução de custos, ou seja, quanto mais
alunos em sala de aula por professor, melhor será, pois, assim há uma redução na necessidade de
contratação de mais profissionais.

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