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Cristo Rei

Álvaro

A construção de um monumento religioso no local foi sugerida pela primeira vez em


1859, pelo padre lazarista Pedro Maria Boss, à Princesa Isabel. No entanto, apenas
retomou-se efetivamente a ideia em 1921, quando se iniciavam os preparativos para as
comemorações do centenário da Independência.

A estrada de rodagem que dá acesso ao local onde hoje se situa o Cristo Redentor foi
construída em 1824, no Silvestre. Já a estrada de ferro teve o primeiro trecho (Cosme
Velho-Paineiras) inaugurado em 1884. No ano seguinte, 1885, o segundo trecho foi
concluído, completando a ligação com o cume. A ferrovia, que tem 3 800 metros de
extensão, foi a primeira a ser eletrificada no Brasil, em 1906. A construção do Cristo
Redentor, ainda, é considerada um dos grandes capítulos da engenharia civil brasileira.
Foi erguida em concreto armado e revestida de um mosaico de triângulos de pedra-
sabão originária da região de Carandaí, no estado brasileiro de Minas Gerais.

O morro do Corcovado antes da construção do Cristo Redentor

A pedra fundamental do monumento foi lançada em 4 de abril de 1922, mas as obras


somente foram iniciadas em 1926. Dentre as pessoas que colaboraram para a realização,
podem ser citados o engenheiro Heitor da Silva Costa (autor do projeto escolhido em
1923), o artista plástico Carlos Oswald (autor do desenho final do monumento) e o
escultor francês de origem polonesa Paul Landowski (executor dos braços e do rosto da
escultura).

Ainda hoje, algumas pessoas dizem, erroneamente, que o monumento foi um presente
da França para o Brasil[5], quando, na verdade, a obra foi erigida a partir de doações de
fiéis de arquidioceses e paróquias por todo o país, com o projeto de autoria e chefia do
engenheiro Heitor da Silva Costa. Da França, vieram, apenas uma réplica de quatro
metros feita de pequenos moldes, assim como modelos das mãos feitos pelo colaborador
Landowski. Todos estes fatos foram atestados com rigor no programa televisivo
Detetives da História produzido pelo The History Channel.[6] [7]

Reação adversa à construção - Em 22 de março de 1923, seguidores da igreja


Batista declararam, em nota publicada em O Jornal Batista, órgão oficial da Convenção
Batista Brasileira, seu desgosto quanto à construção do Cristo Redentor. A nota
afirmava que a construção será, a um tempo, um atestado eloquente de idolatria da
igreja de Roma.
Entretanto, a igreja Católica sempre manteve-se firme em sua posição, argumentando
jamais ter adotado a idolatria em sua doutrina, esclarecendo sempre que as imagens de
santos em suas igrejas são vistos por seus fiéis como exemplos de fé a serem seguidos.

Inauguração - Na cerimônia de inauguração, no dia 12 de outubro de 1931, estava


previsto que a iluminação do monumento seria acionada a partir da cidade de Nápoles,
de onde o cientista italiano Guglielmo Marconi emitiria um sinal elétrico que seria
retransmitido para uma antena situada no bairro carioca de Jacarepaguá, via uma
estação receptora localizada em Dorchester, Inglaterra, tudo a convite de Assis
Chateaubriand. No entanto, o mau tempo impossibilitou a façanha e a iluminação foi
acionada diretamente do local. O sistema de iluminação original foi substituído duas
vezes: em 1932 e no ano 2000.

Reformas

O monumento do Cristo Redentor em 2006

Tombado definitivamente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional


(IPHAN) em 2009, o monumento ao Cristo Redentor passou por obras de recuperação
em 1980, quando da visita do Papa João Paulo II. Em 1990, sofreu ampla restauração
através de um convênio entre a Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, a Rede Globo,
a Shell do Brasil, o IBAMA, o SPHAN e a prefeitura do Rio de Janeiro.

Em 2003, foi inaugurado um sistema de escadas rolantes, passarelas e elevadores para


facilitar o acesso à plataforma de onde se eleva o monumento. A restauração de 2010,
realizada pela Vale em parceria com a arquidiocese do Rio de Janeiro, concentrou-se na
estátua. Além da recuperação da estrutura interna, foi restaurado o mosaico de pedra-
sabão que reveste a estátua, com a retirada da pátina biológica (camada de fungos e
outros microorganismos) e a recomposição de danos devido a pequenas rachaduras.
Também foram consertados os para-raios localizados na cabeça e nos braços da estátua.
O desgaste do monumento é causado pelas condições climáticas extremas a que ele está
submetido, como rajadas de ventos e fortes chuvas, de modo que obras de manutenção
devem ser realizadas periodicamente.[8]

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