FACULDADE PITAGRAS DE UBERLNDIA Curso Psicologia / Epidemiologia Reflexo Acadmica

Aluna: Juliana Cristina Corra de Souza

Reflexo sobre o filme Bruna Surfistinha, com embasamento terico dos textos trabalhados na disciplina de Epidemiologia. O sentimento de inadequao pode levar algumas pessoas a mudar de vida radicalmente. E este sentimento no est s relacionado fase de adolescncia, como costumamos pensar, podendo acompanhar uma pessoa desde sempre. Esse foi o caso de Raquel, personagem de Deborah Secco, no longa Bruna Surfistinha. Embora Raquel tenha decidido abandonar a famlia em torno dos seus 18 anos, o sentimento de estar no lugar errado parecia mais antigo e evidenciado pela tenso estabelecida, principalmente, na sua relao com o irmo. Na escola, Raquel se encolhe (demonstrado pela postura da atriz, arqueando os ombros sempre para frente e para dentro), numa tentativa de no ser notada, de no ser vista como algum que no deveria ou merecia estar ali e, ao mesmo tempo em que sua atitude provoca o afastamento dos demais adolescentes, faz a prpria Raquel sofrer. O desejo, de ser querida e de descobrir a liberdade, leva Raquel a fugir de casa e se apresentar num bordel para trabalhar como garota de programa. Mas, seu desejo vai alm de ser dona da prpria vida, com tudo isso se percebe que a prostituio praticada tanto por filhas de pais rgidos, preocupados com o seu futuro quanto s filhas de pais liberais, que as deixavam em plena liberdade, no para o ato sexual, mas para viver a sua vida de ser humano, no se prova ento que a prostituio seja fruto de represso dos pais, nem to pouco de pais liberais. Este filme demonstra que atrs da profissional, existe o fenmeno mulher de carne e osso, que tem dificuldades, dores, amores, frustraes, um ser antes de tudo. Capaz de rir e chorar so julgadas por pessoas, por uma sociedade, por religies que se fecham ao ser, por estar na profisso prostituta, numa sociedade capitalista onde se vende de tudo e todos, para poder sobreviver, e onde tem comprador e consumidor.