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Análise Literária
Uberlândia - 2007
A Causa Secreta
Machado de Assis
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Sumário
Análise ............................................................................................................................................. 5
Personagens .................................................................................................................................... 5
Conclusão ........................................................................................................................................ 5
Bibliografia ........................................................................................................................................6
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1. Período Literário.
Uma característica comum ao Realismo é o seu forte poder de crítica, porém, sem
subjetividade. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural. Por
exemplo, se um autor deseja criticar a postura da Igreja católica, não escreverá um soneto anti-
cristão como no Romantismo, porém escreverá histórias que envolvam a Igreja Católica de forma
a inserir nessas histórias o que eles julgam ser a Igreja Católica e como as pessoas reagem a ela.
Em lugar do egocentrismo romântico, verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até
em criticar a realidade. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituida pela visão que
procura ser objetiva, fiel, sem distorções. Em lugar de fugir à realidade, os realistas procuram
apontar falhas como forma de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos
humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações. Na
Europa, o realismo teve início com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857) de
Gustave Flaubert.
a. Machado de Assis.
Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro,
29 de setembro de 1908) foi um dos mais importantes nomes da do Brasil, e identificado, pelo
crítico Harold Bloom, como o maior escritor negro de todos os tempos.
De sua vasta obra, que inclui ainda poesias, peças de teatro e crítica literária, destacam-se o
romance e o conto. É considerado um dos criadores da crônica no Brasil, além de ser importante
tradutor, vertendo para o português obras como Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo e o
poema O Corvo, de Edgar Allan Poe. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de
Letras, que também se chama Casa de Machado de Assis.Suas crônicas não têm o mesmo brilho
e seus poemas têm uma diferença curiosa com o restante de sua produção: ao passo que na
prosa Machado é contido e elegante, seus poemas são algumas vezes chocantes na crueza dos
termos.
O conto começa com a informação de três pessoas, uma calma (Fortunato), outra intrigada
(Garcia) e ainda uma terceira, tensa (Maria Luísa). Garcia havia visto pela primeira vez Fortunato
durante a apresentação de uma peça de teatro, um “dramalhão cosido a facadas”. Este dava uma
atenção especial às cenas, quase como se se deliciasse. Vai embora justo quando a obra entra
em sua segunda parte, mais leve e alegre.
Mais tarde, Garcia volta a vê-lo quando do episódio de um esfaqueado, para o qual
Fortunato dedica atenção especial durante o seu estágio crítico, tornando-se frio, indiferente
quando a vítima melhora. Fica, portanto, seduzido pelo mistério sobre a explicação, a causa
secreta de um comportamento estranho (não se deve esquecer que a postura de Garcia
assemelha-se, guardadas as devidas proporções, já que não é dotado de onisciência, aos santos
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de Entre Santos, pois é dotado da capacidade de prestar atenção à personalidade humana. É,
pois, quase o ego de Machado de Assis).
E para aprimorar suas técnicas, pelo menos é o que confessa à cônjuge, o personagem
dedica-se a dissecar animais. Chocada com o sofrimento dos bichos, Maria Luísa pede
intervenção a Garcia, que faz com que Fortunato não praticasse mais tal ato, pelo menos, ao que
parece, na clínica, tão perto da esposa.
A narrativa torna-se mais crítica quando Fortunato é flagrado vingando-se de um rato que
supostamente teria roído documentos importantes: de forma paciente vai cortando as patas e rabo
do bicho e aproximando do fogo, com cuidado para que o animal não morresse de imediato,
possibilitando, assim, o prosseguimento do castigo. Maria Luísa havia pedido para Garcia
interromper aquela cena, que foi a que justamente provocou o início do conto. A partir daí,
encaminhamo-nos para o desfecho.
3. Análise.
a. Personagens.
b. Objetivo da obra.
4. Conclusão.
O conto A Causa Secreta é um dos mais fortes de Machado de Assis. Sua estrutura
narrativa lembra um pouco a de A Cartomante, com início abrupto, flashback e retomada do eixo
em direção ao desfecho. Machado faz talvez um de seus melhores "desenhos psicológicos".
Revela-nos a personalidade de um sádico, capaz de realizar "boas ações" desde que estas lhe
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permitam o exercício de seu prazer. A descrição da tortura a que submete um rato é página
antológica na literatura brasileira.
É interessante notar como o autor deslinda aqui um comportamento doentio que norteia
ações que aos olhos da sociedade podem parecer da mais completa bondade e dedicação ao
próximo. É uma temática muito comum em Machado de Assis a idéia de que a aparência opõe-se
radicalmente à essência.
5. Bibliografia.
a. http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/a/a_causa_secr
eta_conto
b. http://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis