Jornal do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre - Ano XXI - Edição nº 147
Edição especial em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres
Todo dia é de luta, mas esse é pra não esquecer
N o dia 8 de março de 1857,
operárias de uma fábrica de
tecidos, em Nova Iorque
(EUA), fizeram uma greve. Ocuparam
a fábrica para reivindicar melhores
condições de trabalho. A manifestação
foi reprimida com violência. As
mulheres foram trancadas dentro da
fábrica, que foi incendiada.
Aproximadamente, 130 tecelãs
morreram carbonizadas, num ato
totalmente desumano.
Em 1910, em uma conferência
na Dinamarca, a data transformou-
se em "Dia Internacional da
Mulher", em homenagem àquelas
mulheres. Porém, somente em 1975,
a data foi oficializada pela
Organização das Nações Unidas
(ONU).
Por que acontece a violência sexista
De onde vem essa idéia de
subordinação, de dependência, de
inferioridade das mulheres? Por que
alguns homens agem como se elas fossem
suas propriedades e tratam-nas como bem
entendem? Por que a sociedade deixa
parecer que as mulheres devem estar
Algumas das atuais pautas feministas
- Contra as políticas da Organização
Mundial do Comércio (OMC);
- Contra a Alca, o livre comércio e a
mercantilização do corpo feminino
- Contra todo tipo de violência ou
discriminação
- Em defesa da
natureza e da
sustentabilidade
- Pela valorização
do salário mínimo
- Contra as guerras
econômicas e
militares
- Pela saúde e
autonomia da Marcha Mundial
mulher das Mulheres
Desde então, é um dia de debate
sobre o papel da mulher na sociedade e
suas lutas contra o preconceito, a
desvalorização, os salários baixos, a
violência, a jornada excessiva de
trabalho. Muito foi conquistado, mas
muito ainda há para ser transformado.
Hoje, no Brasil, as mulheres
ocupam 44,1% do mercado de trabalho.
Mesmo assim, a diferença salarial entre
homens e mulheres cresce a medida
que aumenta a escolaridade. A
desigualdade nos cargos de chefia é
outro obstáculo.
Vivemos uma época de conquistas
definitivas e importantes para as
mulheres, como a implementação da
“Lei Maria da Penha”, sancionada pelo
presidente Lula em 7 de agosto de 2006,
que visa punir com maior rigor a todas
sempre disponíveis para os homens?
Por que muitas mulheres se calam
diante de situações de violência? Por que
as mulheres têm salários mais baixos que
os dos homens, e por que são poucas as
mulheres nos espaços de poder, de decisão?
É comum ouvirmos que vida de
mulher é assim mesmo, como se fosse
parte de um destino. Quando olhamos a
História, vemos que a vida de mulheres e
homens muda, e que as coisas não são
sempre do mesmo modo. Para responder a
tudo isso, precisamos entender o que são
relações de gênero, ou seja, nós nascemos
iguais, apenas com a diferença de sexo.
É importante dizer que a desigualdade
entre homens e mulheres não é natural,
mas construída pela sociedade, que forma
as mulheres para serem submissas e os
homens para serem os donos da situação.
As mulheres não são frágeis e doces por
natureza, mas são educadas para serem
assim. Desde bebês, meninos e meninas
são tratados de forma diferente, esperam-
se coisas diferentes de cada um, permitem-
as formas de violência contra a mulher,
como a física, a sexual, a moral e a
psicológica.
São conquistas como essas que
alimentam a luta e a esperança de que,
um dia, as diferenças biológicas não
serão mais justificativas para a
intolerância, a opressão, a
desigualdade, a discriminação.
Fonte: www.sof.org.br/mulheresemluta
se coisas diferentes para cada um: o
feminino e o masculino. Mas esses papéis
não são apenas diferentes: o que é
feminino é desvalorizado em relação ao
que é masculino. Por exemplo, é como se
fizesse parte do destino das mulheres
dedicar-se prioritariamente às tarefas
domésticas, à maternidade.
É esse modo de educar e de socializar
que inferioriza as mulheres diante dos
homens. Muitas vezes, somos consideradas
coisas, objetos de posse e sob poder dos
homens, e portanto, inferiores e
descartáveis.
Quando olhamos para a vida das
mulheres e homens, vemos que o que
organiza a vida de cada um é o lugar que
ocupa no trabalho. (...) A igualdade entre
homens e mulheres, a autonomia das
mulheres em relação aos homens são
condições indispensáveis para o combate
à violência sexista. A dependência afetiva,
financeira e a baixa estima fragilizam
ainda mais as mulheres, vitimizando-as
diante da violência.
 EDITORIAL
O Sindicato é você
Um sindicato é uma agremiação A contribuição, equivalente a 2%
fundada para a defesa de interesses de um salário, é descontada de todos
comuns à categoria que representa. os aeroviários, porque o resultado
Para sustentar suas atividades, das campanhas salariais (reajustes,
estrutura física, funcionários, aumentos) é garantido também a
despesas administrativas, todos, sócios ou não da entidade.
comunicação, assistência médica, O desconto e o percentual são
jurídica, odontológica (com aprovados em assembléia geral de
profissionais extremamente trabalhadores, durante a campanha
qualificados e reconhecidos), salarial, ou seja, de forma soberana
depende de três fontes de recursos. pela categoria. Este ano, o aumento
Para o Sindicato, é a mensalidade conquistado atingiu quase o dobro da
dos sócios a principal fonte inflação no ano passado.
mantenedora da estrutura da A tentativa da VEM de, através de
entidade. comunicado, buscar pôr os
A segunda fonte, por importância, trabalhadores contra o Sindicato, é
é a contribuição, ou imposto sindical, lamentável. Ironicamente ela cita um
que é o desconto compulsório do precedente legal para a retomada
valor equivalente a um dia de individual do valor descontado, mas
trabalho de cada aeroviário da base esquece de salientar que está
do Sindicato, feito pelas empresas atrasada no cumprimento da CCT.
conforme manda a lei e repassado É importante destacar que o
em parte (60%) à entidade. Com Sindicato somente concordou com o
esse recurso, o Sindicato tem desconto em uma única parcela, este
complementado o pagamento de ano, dos trabalhadores da VEM, nos
suas despesas gerais. salários de março, porque a empresa
A terceira e última fonte de estará aplicando o aumento e
recursos da entidade é a contribuição pagando retroativos nesta folha.
assistencial, definida pela categoria Aliás, o cumprimento da CCT a partir
em assembléia geral e vinculada ao dos salários de março é fruto da
resultado das campanhas salariais. pressão do Sindicato junto à
Os recursos advindos dessa empresa.
contribuição visam, prioritariamente, A VEM deve cumprir seu papel:
custear as despesas da entidade realizar o desconto e repassá-lo à
com o processo de negociação da entidade. O Sindicato tem cumprido o
campanha salarial e renovação da seu, defendendo os direitos de todos
Convenção Coletiva de Trabalho os aeroviários(as) e gerindo a
(CCT). entidade com transparência.
VEM: só reestruturação justa supera crise
Na reunião com o presidente da que a reestruturação não se baseie
VEM, Filipe Almeida, e sua em demissões de trabalhadores,
assessoria jurídica e de Recursos mas na revisão e extinção de altos
Humanos, realizada na sede da salários, cargos desnecessários,
empresa, no dia 28 de fevereiro, privilégios e gastos dispensáveis.
além do cumprimento da Ao invés de sacrificar ainda mais
Convenção Coletiva e pagamento os trabalhadores, o Sindicato
das diferenças atrasadas, o defende que a empresa faça uma
Sindicato discutiu o futuro da forte economia interna, gerenciando
empresa, sua situação financeira. melhor seus recursos e cumprindo
Segundo a direção da VEM, há as leis trabalhistas. Entende
também que as demissões
necessidade de reestruturação
interna e de um aporte financeiro necessárias são daqueles que
para superar a crise. O Sindicato foram responsáveis diretos pelos
ressalta, entretanto, que espera problemas que a VEM enfrenta.
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As matérias editoriais são de responsabilidade do Sindicato. Editado em 07/03/2007 - Tiragem: 2500 exemplares
SATA promete
mas não cumpre
A direção do Sindicato e da
Fentac/CUT reuniram-se esta manhã
(7/3), na sede da Federação, no Rio
de Janeiro, com a direção da SATA,
para defender os direitos dos
trabalhadores.
Na ocasião, o gerente de
Recursos Humanos e Relações no
Trabalho da empresa, Carlos
Henrique, confirmou que a empresa
irá aplicar, no salário de fevereiro, o
aumento de 5%. Não há previsão,
entretanto, para o pagamento dos
salários, vales-refeição e vales-
alimentação. O pagamento do 13º
salário está ainda condicionado à
venda de um imóvel da empresa, que
até o momento não concretizou-se.
Mais uma vez a SATA descumpre
calendários informados ao Sindicato
por diretores da empresa. Em reunião
realizada no dia 28 de fevereiro,
havia sido dito aos sindicatos que o
retroativo do aumento salarial (desde
dezembro de 2006) seria pago no dia
2 de março, o que não ocorreu. Na
data, estavam presentes na reunião,
representando o Sindicato, o
presidente da entidade, Celso Klafke,
e os dirigentes César Gerardi e
Getúlio Vargas da Cruz. O
descumprimento dessas promessas é
responsabilidade exclusiva da
empresa.
Em Porto Alegre, a empresa
demitiu, sem justa causa, no dia 6 de
março, dois aeroviários, e os
informou que não iria pagar nenhum
valor rescisório, que “buscassem
seus direitos”. Mas a mesma
empresa está selecionando
candidatos para contratação, o que é,
no mínimo, um desrespeito.
O Sindicato já entrou com ação
judicial visando o pagamento do 13º
salário. Uma nova reunião entre
empresa e sindicatos está marcada
para o dia 21 de março e deve tratar
dos retroativos.
Hot-dog,
hamburguer...
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Sindicato e aprenda mais do que nomes de
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seus conhecimentos. Informações pelos
fones (51) 9108.4289 e 9171.7176.