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INSTRUÇÃO

~lllA O GOVERNO
DA CAPITANIA
DE MINAS GERAIS

JOSÉ JOÃO TEIXEIRACOELHO .


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Introdução
FRANCISCOIGLÉSIAS

Leitura Paleográfica e Atualização Ortográfica


CLÁUDIAALVES MELO

, Sistema Estadual de Planejamento


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Centro de Estudos Históricos e Culturais
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prudência"aexecuçãodas ordens que se lhes dirigemquandoos povosentendem
que elas são prejudiciais aos seus interesses, mas da forma comoele praticou;
que nunca fique dependente a força das leis do consentimento dos vassalos.

15 Concluídoeste importantíssimo negócio das Casas de Fundição e Moeda,


passou o mesmoGovernadora dar as suas providênciasem outros negóciosúteis:
proibiu o uso das armas aos mulatos, negros, carijós e bastardos pelos bandos
de 29 de abril e de 26 de outubro de 1724; de 21 de março de 1725; de 31 de
março de 1730; de 19 de fevereirode 1731 e de 9 de janeiro de 1732;compôsas
dúvidas entre as Câmaras relativas aos distritos delas pelo bando de 19 de se-
tembro de 1724; coibiuas desordens que as negras das vendas volantes introdu-
ziam nos serviços minerais pela portaria de 13 de maio de 1725 e pelos bandos
de 28 de junho do mesmo ano, de 11 de junho de 1728 e de 11 de setembro de
1729; finalmente,terminou as dúvidasque se haviammovidoentre os mineiros
e que retardavam o progresso dos serviços minerais, pela portaria e bando de
26,de setembro de 1721 e pelos bandos de 14 de junho de 1722, de 22 de março
e de 24 de novembrode 1728 e pelas portarias de 2 de outubro de 1728 e de 19
de janeiro de 1730.

16 Nofimdo ano de 1727, ou nos princípios do de 1728, se descobriram os


diamantes em alguns ribeiros da comarca do Serro Frio e este Governadorocor-
reu à dolosaambiçãodos mineiros,proibindo,pela portaria de 2 de dezembrodo
mesmo ano, que os guardas-mores concedessem datas de terras nos sítios onde
aparecessem diamantes.Aodepois disso,deu o mesmoGovernadordiversaspro-
vidências relativas àquele descobrimento,as quaisvão declaradas emseu lugar.

17 Ultimamente,entregou o governoao Condedas Galveas.

§ 2Q
Do governo do Conde das GaIveas. André de MeIo e Castro

18 André deMeIoe Castro, Condedas Galveas,sucedeu, no governodeMinas


Gerais, a DomLourenço de Almeida [e] tomou posse na Igreja Matriz de Nossa
Senhora da ConceiçãodeAntônioDias de VilaRicano primeiro de setembro de
1732.
\igilância e cuidado sobre a arrecadação do referido subsídio, o que se repetiu
pela provisão de 23 de maio do mesmo ano.

61 Vendoo CondedeValadares que se não costumavamcobrar os direitos do


subsídio dos mulatos e crioulos que entravam para Minas, contra a forma do
estabelecimento deste donativo, o representou a Sua Majestade e se mandou
cobrar, pela ordem do Erário dirigida à Junta de VilaRica,a 30 de maio de 1772.

62 Sendoinformadoo CondedeValadares,pelas queixasrepetidas dos mora-


dores de Minasque viviamcomobons vassalos empregando-se louvavelmente
nos ministérios de minerar e de cultivar terras, que o sossego público estava
perturbado com as freqüentes mortes violentas, ferimentos e roubos que prati-
cavam escandalosamente alguns daqueles moradores, que viviamcomoferas
nos arraiais, nos sertões e nos lugares inacessíveis; e conhecendo que a origem
de todas estas desordens procedida [sic] tolerância dosvadios, os quais, viven-
do na ociosidade, se precipitam em alguns absurdos até que, perdendo o horror
aos delitos, se fazem assassinos e roubadores, e que as justiças ordinárias não
podiam extirpar estes membros infectos do corpo da província, se resolveu a
dar, nesta matéria, algumas providências.

63 E, ainda que pela carta régia de 22 de julho de 1766 se mandamarranchar


os vadios e proceder contra eles com as penas dos salteadores, não é possível
que esta justa determinaçãose possa executar, porque, comoeles gostaram uma
vez dos efeitos da ociosidade, não querem sujeitar-se ao trabalho, nem a exten-
são do país permite a regularidade daquela real ordem, a qual prejudicaria mui-
to a população de Minas.

64 Osvadios são o ódio de todas as nações civilizadas e contra eles se tem


muitas vezes legislado, porém, as regras comuns relativas a este ponto não po-
dem ser aplicáveis ao território de Minas, porque estes vadios, que em outra
parte seriam prejudiciais, são ali úteis: eles, à exceção de um pequeno número
de brancos, são todos mulatos, cabras, mestiços e negros forros; por estes ho-
mens atrevidos é que são povoados os sítios remotos do Cuieté, Abre Campo,
Peçanha e outros; deles é que se compõemas esquadras que defendemo presí-
Dos engenlt8s de açúcar
e agnardente de cana.

1 Logoque as MinasforamdeSCOl)ertase se entraram a povoar,se feznelas


um grande número de engenhos de destilar aguardente de cana. Sua Majestade
foi informado de que estas fábricas eram prejudiciais à Real Fazenda porque
nelas se ocupavaminfinitas pessoas que podiamempregar-se em outros minis-
250 térios, e também constouao mesmosenhor que as ditas fábricas eram prejudici-
ais ao sossego público, o qual se perturbava com as desordens causadas pelas
bebedices dos negros.

2 Para se evitarem estes danos se ordenou ao Governador Dom Brás Baltasar


I da Silveira, pela ordem de 18 de novembro de 1715, que não consentisse o le-
I vantarem-se engenhos de novo.
.

3 Esta ordem não se executou com a exação devidae, pela ordem de 26 de


março de 1735, passada em virtude da resolução de 11 de fevereiro do mesmo
ano, se mandouque o GovernadorGomesFreire de Andradeinformasse sobre o
prejuízoque causava ao consumodas aguardentes do Reinoe à conservaçãodos
negros o estabelecimento dos engenhos de Minas.

4 Ultimamente,pela ordem de 12 de junho de 1743, passada emvirtude da


resolução de 6 do mesmo, se proibiu debaixode penas graves a fatura de novos
engenhos na Capitania de Minas e ainda a mudança dos que existissem dentro
das mesmas fazendas, e se recomendou aos ouvidores que perguntassem nas

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correições se se faziam engenhos de novoe que procedessem contra os culpa"
dos.

5 Todas estas providências foram inúteis porque se não executaram as or-


dens referidas, e sem embargo delas se tem multiplicado de tal forma a fatura
dos engenhos de cana que são raras as fazendas, ainda que pequenas, onde os
não há, e por isso se vende a aguardente de cana por um preço ínfimo.

6 Os prejuízosdestas fábricas são evidentes,porque os negros embebedam-


se e fazemmil distúrbios, e os escravos que trabalham nelas podiamempregar-
se na extração do ouro. Na Capitania de Minas somente se deve trabalhar nas
lavras e na cultura das terras que produzemos gêneros necessários para o sus..
tento dos povos,e as aguardentes de cana devemir para minas das Capitanias
de São Paulo e do Riode Janeiro, onde não há ouro; é certo que deste modohão
de ser mais caras, mas assim mesmo é conveniente, para que os negros não
possam beber tanto e para que não sejam tantos os bêbados.

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