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INSTITUTO BUTANTAN

VENENO





Veneno é toda substância



capaz de causar dano ou matar um




organismo. Também é
chamado de toxina. Os

venenos animais

compreendem

uma mistura

complexa de

diversas substâncias

orgânicas e inorgânicas. Não se sabe ao certo a



origem dos venenos, mas acredita-se que as primeiras



substâncias ativas foram provavelmente enzimas



proteolíticas (substâncias capazes de decompor



tecido vivo) que auxiliavam na digestão, fazendo com



que a alimentação fosse um processo mais fácil e



seguro.



Extração

O veneno é produzido por duas glândulas especiais



localizadas na cabeça das serpentes, atrás e abaixo



dos olhos. São na verdade nada mais que glândulas



salivares modificadas, que produzem toxina , como



uma espécie de saliva modificada. Estas glândulas



estão conectadas a dentes especias (presas



inoculadoras) através de pequenos canais ou ductos.



Quando ocorre o bote, o veneno é eliminado pela



contração da musculatura que envolve as glândulas.



A toxina armazenada nas glândulas tem reserva para



vários botes seguidos. Quando se extrai a toxina,



esvaziando as glândulas totalmente, elas voltarão a



estar cheias num período máximo de duas semanas.



Para se obter o veneno, extração, as serpentes são



introduzidas em um recipiente contendo gás do tipo



dióxido de carbono (CO2), para que as mesmas



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Cavalos soroprodutores na
Fazenda São Joaquim, no INSTITUTO BUTANTAN
município de Araçariguama,
interior do Estado de São Paulo,
e que pertence ao Instituto
Butantan.
fiquem anestesiadas, diminuindo a agitação do



animal e oferecendo mais segurança ao técnico



manipulador. Neste processo de narcose, que



acontece em pouco tempo, comprime-se




manualmente as duas glândulas na parte detrás da
cabeça, aplicando-se uma pressão moderada. A

serpente, já com a boca aberta, tem suas presas



apoiadas em um recipiente de vidro envolto em gelo



para onde fluirá o veneno.



As serpentes passam por esse processo de extração



mensalmente, por lotes da mesma espécie. Após a



coleta, o veneno é centrifugado, embalado,



congelado e estocado para o uso em pesquisas e



também na imunização de cavalos. Posteriormente



os cavalos serão submetidos a uma sangria, para



que com o sangue seja preparado o soro anti-ofídico



específico.

O veneno produzido pelas serpentes é um complexo



enzimático com finalidades principalmente



digestivas, além de seu efeito defensivo contra



predadores e outros animais que representem perigo.



O soro específico para cada grupo de serpentes



peçonhentas brasileiras foi pesquisado e produzido



pelo Dr. Vital Brazil no começo do século XX, com a



utilização e processamento do próprio veneno da



serpente e hoje é produzido em sua quase totalidade



pelo Instituto Butantan, com excelência.





Remédios

A partir do veneno das serpentes é possível preparar



uma série de medicamentos com várias finalidades



terapêuticas. Cada vez mais pesquisas são realizadas



para um melhor aproveitamento do veneno. Temos



o exemplo da fabricação de anticoagulantes e



hipotensores, já existentes no mercado. Estão em



desenvolvimento, entre outras pesquisas, a



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INSTITUTO BUTANTAN

investigação de uma cola biológica cicatrizante,



analgésicos e o uso no tratamento de alguns tipos



de câncer. Convém lembrar que para se obter



estes medicamentos, usa-se frações separadas do




veneno total.
A produção de medicamentos somente é obtida a

partir de pesquisas científicas e tecnológicas em que



é possível evitar efeitos colaterais e com controle de



qualidade. Portanto, o uso de remédios caseiros



obtidos a partir do veneno de animais e a consulta a



charlatães são extremamente perigosos.





Digestão

O veneno é produzido pelas serpentes como um



complexo enzimático com finalidades principalmente



digestivas, além de seu efeito defensivo contra



predadores e outros animais que representam perigo



para elas.



Ação

Nas serpentes peçonhentas a capacidade de veneno



está associada às ações tóxicas que neutralizam e



matam a presa durante a captura. Portanto, o veneno



das serpentes peçonhentas é muito mais potente e



perigoso para o homem do que o das serpentes não



peçonhentas. O mecanismo utilizado pelas serpentes



peçonhentas para injetar veneno são os dentes e a



ação muscular sobre as glândulas.



















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