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Brasília, 2006
Reitor Diretor-Presidente
Lauro Morhy Alberto Borges Matias
Vice-Reitor Instituidores Responsáveis
Timothy Martin Mulholland Carlos Alberto Campello
David Forli Inocente
Gestor de Operações
João Deléo
Professor Autor
Diretor
Comércio Exterior
Bernardo Kipnis
Prof. José Lopes Vazquez
Coordenadora Pedagógica
O autor é responsável pelo conteúdo.
Maria de Fátima Guerra de Sousa
Designer Educacional
Bruno Silveira Duarte
Ilustradores do Projeto
Carlos Miguel Rodrigues; André
Tunes; Tatiana Tibúrcio; Ribamar
Araújo e Paulo Rodrigues
Capa
Rodrigo Mafra e Eduardo Miranda
Editoração
Alissom Lazaro; Evaldo Abreu;
Gibran Lima e Télyo Nunes
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................7
TEMA 1 - TEORIAS CLÁSSICAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL .......................................9
TEMA 2 - BARREIRAS AO COMÉRCIO INTERNACIONAL .................................................. 23
TEMA 3 - DIREITO INTERNACIONAL E COMÉRCIO EXTERIOR ......................................... 35
TEMA 4 - BLOCOS ECONÔMICOS E ORGANISMOS REGIONAIS ...................................... 43
TEMA 5 - MERCADO CAMBIAL ................................................................................... 61
TEMA 6 - OPERAÇÕES FINANCEIRAS E NEGÓCIOS INTERNACIONAIS............................... 79
TEMA 7 - TAXA DE CÂMBIO ....................................................................................... 91
TEMA 8 - TRIBUTAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR ......................................................... 97
TEMA 9 - REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS ................................................................107
SIGLAS, TERMOS TÉCNICOS E GLOSSÁRIO ............................................116
BIBLIOGRAFIA BÁSICA ....................................................................................118
APRESENTAÇÃO
TEORIAS CLÁSSICAS DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
TEMA 1 - TEORIAS CLÁSSICAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
TEMA 1
TEORIAS CLÁSSICAS DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL Objetivos do Tema
• Apresentar os fundamentos que norteiam o comércio internacional, em sua
íntima conjugação com a realidade do mercado brasileiro, no duplo capítulo das
semelhanças e das diferenças.
Além das elevadas despesas com fretes, outros fatores devem ser
considerados. Entre esses fatores está o tempo gasto nos transportes
e sua influência sobre as condições físicas dos produtos transporta-
dos. Esse fato implica a necessidade de embalagens e condições es-
peciais de transportes, entre outras coisas.
14
Quadro 1.1
Possibilidades de produção por homem/ano
TEMA 1
PAÍS TRIGO AÇO TEORIAS CLÁSSICAS DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
RÚSSIA 30 ou 6
INGLATERRA 20 ou 10
15
Quadro 1.2
Possibilidades de produção por homem/ ano
TEMA 1
TEORIAS CLÁSSICAS DO PAÍS TRIGO AÇO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
RÚSSIA 18 ou 6
INGLATERRA 20 ou 10
Neste caso, a Inglaterra possui uma vantagem absoluta sobre a Rússia na pro-
dução dos dois produtos. De acordo com Adam Smith, não haveria a especializa-
ção da produção, nem a troca entre os dois países.
O grande mérito de Ricardo foi mostrar que o comércio também será provei-
toso para os dois países, mesmo que um deles tenha vantagem absoluta sobre o
outro na produção de todas as mercadorias. Sua vantagem, porém, sempre será
maior em alguns produtos do que em outros. Dito de outra maneira, devem ser
consideradas não as vantagens absolutas, mas sim as vantagens comparativas
ou relativas.
No Quadro 1.2 nota-se que, embora a Inglaterra tenha uma vantagem ab-
soluta sobre a Rússia na produção dos dois artigos, sua vantagem é maior na
produção de aço (10 contra6) e menor na produção de trigo (20 contra18). Assim,
a Inglaterra tem uma vantagem comparativa na produção de aço (onde sua van-
tagem absoluta é maior) e uma desvantagem comparativa na produção de trigo
(onde sua vantagem absoluta é menor).
A Rússia, por sua vez, tem uma vantagem comparativa na produção de trigo,
onde sua desvantagem comparativa é menor, e uma desvantagem comparativa
na produção de aço, onde sua desvantagem comparativa é maior.
Desse modo, compensará à Inglaterra especializar-se na produção de aço e à
Rússia a especialização na produção de trigo, trocando entre si os excedentes de
produção.
Quadro 1.3
Possibilidades de Produção na relação de quantidades
Observando o Quadro 1.3 nota-se que a tabela mostra apenas algumas das
possíveis combinações. Na realidade, qualquer ponto localizado na reta, apresen-
tada no Gráfico 1.1 indica uma combinação possível. Acima da reta não é possí-
vel. Abaixo da reta é possível; porém, seria uma combinação que, ou não estaria
utilizando plenamente todos os fatores de produção (capacidade ociosa) ou, en-
tão, não estaria obtendo o máximo de aproveitamento desses fatores.
Essa curva (no caso, uma reta) é conhecida como curva de possibilidades de
produção, e nos mostra as combinações máximas entre dois bens que a socieda-
de está apta a produzir (Passos, Nogami, 2005:54).
Os preços ou custos do trigo serão expressos em termos de aço e vice-versa.
No gráfico, a linha reta representa não apenas a curva de possibilidades de pro-
dução dos dois artigos, mas também a relação de valor (preços) entre eles, dada
pela inclinação da reta.
Quanto mais aço for produzido, menor será a produção de trigo. Por outro
lado, se quisermos produzir mais trigo teremos de produzir menos aço. O custo
de oportunidade corresponde ao número de unidades de um produto que deve-
rão ser sacrificadas para que se possa produzir uma unidade do outro produto. 17
Exemplo: Examinando o Quadro 1.3 pode-se verificar que para um país pro-
duzir 150 unidades de aço (A) deve deixar de produzir 100 unidades de trigo
TEMA 1 (T). Estes dados permitem estabelecer a seguinte relação de que 100 unidades
TEORIAS CLÁSSICAS DO de trigo são iguais a 150 unidades de aço. Desta forma, podemos dizer que uma
COMÉRCIO INTERNACIONAL
unidade de trigo equivale a 1,5 unidades de trigo, ou que uma unidade de aço é
equivalente a 0,67 unidades de trigo.
No caso focalizado, a curva de possibilidades de produção é representada por
uma reta. Isso significa que os custos de produção (custos de oportunidade), tan-
to do trigo como do aço, são constantes. Isto significa dizer que o custo para
produzir uma unidade adicional do produto será sempre idêntico ao custo da
unidade anterior produzida.
Quando os custos de oportunidade foram crescentes, ou seja, quando o custo
de cada unidade produzida for superior ao custo da unidade anteriormente pro-
duzida, a curva de possibilidades de produção deixa de ser uma reta, passando
a ser côncava em relação à origem.
Figura 1.2
Quadro 1.4
Produção comparativa entre dois países
No quadro acima verifica-se que país A tem vantagem absoluta nos dois pro-
dutos apresentados (aço e trigo). Mas tem maior vantagem comparativa no aço.
Por outro lado, o país B não tem vantagem absoluta nos dois produtos. Tem me-
nor desvantagem comparativa no trigo.
Se não houver comércio entre os dois países, as trocas serão apenas internas
e nas seguintes condições:
• O país B pode trocar 10 toneladas de aço por 15 toneladas de trigo na base de
10 homens/horas;
• O país A pode trocar 10 toneladas de aço por 10 toneladas de trigo tomando
por base 5 homens/horas.
Admitindo-se que o país B está disposto a vender 15 toneladas de trigo por
11 toneladas de aço, pode-se considerar que está havendo aí um bom negócio,
exatamente porque o custo de produção de 15 toneladas de trigo nesse país
equivale ao custo de produção de 10 toneladas de aço. Vamos admitir ainda que
o país A aceite vender 11 toneladas de aço por 15 toneladas de trigo. Também
é um bom negócio porque o custo de produção no país A é de 11 toneladas de
aço, que equivalem a 11 toneladas de trigo.
Diante dos números acima, B exportaria trigo para A e compraria aço de A,
desde que tivesse nisso alguma vantagem. Dito de outra maneira, haverá vanta-
gem para o país B: se este conseguir trocar pelo menos, mais de 10 toneladas de
aço por 15 toneladas de trigo (ou + 10A : 15tr.);
Por sua vez, o país A terá vantagem se conseguir trocar pelo menos, 10 tone-
ladas de aço por mais de 10 toneladas de trigo.
As condições serão vantajosas se os países conseguirem fazer trocas externas
mais vantajosas que as trocas internas. Será vantajoso para A trocar 10 toneladas
de aço por mais de 10 toneladas de trigo e para B trocar mais de 10 toneladas de
aço por 15 toneladas de trigo. Esses números constituem os limites de possibili-
dade de troca, como está representado no Quadro 1.5.
19
Quadro 1.5
Limites de possibilidade de troca mostrados em gr
gráfico
TEMA 1
TEORIAS CLÁSSICAS DO PAÍS AÇO TRIGO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
A 10 toneladas Por + 10 toneladas
B + 10 toneladas Por 15 toneladas
Portanto, poderá ser realizado o comércio entre os dois países dentro desses
limites. Porém há um fator novo que vai estabelecer o valor exato de troca. Esse
fator é a demanda por essas mercadorias nos dois países. Daí o nome de Teoria
da Demanda Recíproca.
De acordo com essa teoria, o comércio se realizará quando os preços equa-
lizarem as demandas nos dois países. Em outras palavras, suponhamos que os
preços desses produtos sejam:
Quadro 1.6
Grau de interesse de troca
Valor de Troca Demanda de A Demanda de B
A = aço
Grau de interesse Grau de interesse
Tr = trigo
Não há interesse em Há interesse em
10A :10Tr
comprar trigo de B comprar aço de A
Em face da situação acima, B propõe nova condição de troca.
Quadro 1.7
Condição
çã de Troca
Valor de Troca Demanda de A Demanda de B
10A : 12Tr Há interesse, porém a Continua grande
demanda é pequena interesse
Para que haja comércio, B melhora as condições de troca.
Quadro 1.8
Nova Condição
çã de troca
Valor de Troca Demanda de A Demanda de B
Aumenta o
10A :14Tr Há interesse de B
interesse de A
20
Quadro 1.9
Condição
çã de Troca
TEMA 1
Valor de troca Demanda de A Demanda de B TEORIAS CLÁSSICAS DO
COMÉRCIO INTERNACIONAL
10A : 15Tr Há interesse Há pouco interesse
Há alto interesse de A Neste caso, não há
10A : 20Tr
na troca interesse de B na troca
21
ANOTE
TEMA 2
BARREIRAS AO COMÉRCIO
INTERNACIONAL
TEMA 2 - BARREIRAS AO COMÉRCIO INTERNACIONAL
TEMA 2
BARREIRAS AO COMÉRCIO
INTERNACIONAL Objetivos do Tema
• Mostrar o protecionismo adotado por certos Estados no que toca à defesa de
algumas de suas matérias-primas e à entrada de capital estrangeiro.
• Evidenciar como os países organizam seus esquemas protecionistas
concretizados em barreiras alfandegárias, em taxas múltiplas de câmbio para
estimular a exportação, e em subsídios a certos produtos nacionais a fim de os
tornarem mais competitivos
• Mostrar que, apesar do estatuto do livre comércio internacional, há tacitamente
ou declaradamente limites na concorrência mundial e os Estados procuram se
proteger contra o dumping1, os trustes2 e os cartéis3 internacionais.
2.3.5 Nacionalismo
A legislação nacionalista, criando restrições ao capital estrangeiro faz com
que as multinacionais procurem outros países para se instalar. Este é um argu-
mento morto, posto que a abertura efetuada nos últimos anos equiparou o ca-
pital estrangeiro ao nacional em muitos aspectos. Problemas aos estrangeiros
são comuns aos nacionais, como a insegurança da propriedade, só para citar um
exemplo.
5
Esta denominação vem do fato de que a maioria dessas unidades dedicadas à produção ou venda de mercadorias ou à produção de
serviços não é constituída de acordo com as leis vigentes, não recolhe impostos, não mantém uma contabilidade de suas atividades.
27
2.4 PROTEÇÃO AO CAPITAL
Os países procuram proteger o capital nacional, criando barreiras à entrada
TEMA 2
BARREIRAS AO COMÉRCIO do capital estrangeiro, seja ele capital financeiro ou representado pela entrada
INTERNACIONAL de máquinas e equipamentos (uma fábrica nova, por exemplo).
Muitas vezes, como já ocorreu aqui mesmo no Brasil, a proteção é um guarda-
chuva que protege a ineficiência. Muito se falou sobre a invasão dos produtos
têxteis, notadamente chineses, mas nada se disse sobre a obsolescência de nos-
so parque fabril. A cidade de Americana, no interior paulista, é um bom exemplo
do antes e do depois. Antes, havia uma indústria obsoleta que quase foi dizimada
quando da invasão de produtos têxteis chineses e coreanos. Hoje, há uma indús-
tria moderna e competitiva que não teme os asiáticos.
Nos últimos tempos tem-se travado uma dura batalha entre empresários da
Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) e o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O motivo está
em o Banco oficial ter anunciado que voltará a financiar a importação de máqui-
nas e equipamentos sem similar nacional. Trata-se de crédito salutar e que deve
ser incentivado. Só beneficiará as importações de produtos não fabricados no
Brasil. Não haverá concorrência predatória com os fabricantes nacionais uma vez
que serão financiados somente aqueles equipamentos que não são produzidos
no Brasil.
2.5.1 Dumping
Como já foi definido anteriormente, o dumping consiste em vender uma mer-
cadoria ou um serviço, no exterior ou no mercado doméstico, por preço abaixo
do custo de produção.
Conforme especifica Sandroni (1999:187), no mercado internacional, o dum-
ping pode ser persistente quando existem subsídios governamentais para o in-
cremento das exportações e as condições de mercado permitem uma discrimi-
nação de preços tal que a maior parte dos lucros de uma empresa que o pratica
seja obtida no mercado interno.
O dumping temporário é utilizado para afastar concorrentes de determinados
mercados quando um país necessita colocar neles excedentes de certos produ-
tos, sem prejudicar os preços praticados em seu mercado interno.
A União Européia proíbe o dumping. A Organização Mundial do Comércio
(OMC), por sua vez, permite a introdução de tarifas especiais ou sobretaxas de
importação como forma de limitar os efeitos de tal política.
2.5.2 Oligopólio
De acordo com Passos e Nogami (2005:349) o oligopólio é a forma de merca-
do que atualmente prevalece nas economias do mundo ocidental. Ele pode ser
28 conceituado como uma estrutura de mercado em que um pequeno número de
empresas controla a oferta de um determinado bem ou serviço. De acordo com
essa conceituação, a indústria automobilística é um exemplo de indústria com
pequeno número de firmas. Entretanto, o oligopólio pode também ser enten- TEMA 2
BARREIRAS AO COMÉRCIO
dido como uma indústria em que há um grande número de firmas, mas poucas INTERNACIONAL
dominam o mercado. Como exemplo, pode-se citar a indústria de bebidas.
Atualmente, podemos incluir alguns outros oligopólios como os de produto-
res de suco de laranja, as indústrias de aço e de fumo e a atividade de comercia-
lização de soja.
Desta forma, o oligopólio é uma tendência que reflete a concentração da pro-
priedade em poucas empresas de grande porte, pela fusão entre elas, incorpo-
ração ou mesmo eliminação (por compra, dumping e outras práticas restritivas)
das pequenas empresas.
2.5.3 Trustes
Os trustes representam a fusão de várias empresas, levando ao monopólio. A
indústria siderúrgica está passando por esse processo.
Os trustes têm sido proibidos em vários países, mas a eficácia dessa proibição
não é muito grande.
2.5.4 Cartel
Nas palavras de Maia (1997:93) o cartel é uma forma de eliminar a concorrên-
cia. Vários produtores fazem um acordo comercial para distribuir entre si cotas
de produção, determinar preços, suprimindo a livre concorrência. Uma das ca-
racterísticas importantes é que cada empresa conserva sua autonomia interna.
Um bom exemplo de cartel é a OPEP (Organização dos Países Exportadores de
Petróleo), que determina o preço do barril de petróleo e estabelece a cota de
produção de cada associado.
Na verdade, existem muitos tipos de cartel. Em sua forma mais perfeita tem-
se o Cartel Centralizado, que determina todas as decisões para todas as firmas-
membro. Assim, por meio de uma agência coordenadora, organizam-se as firmas
de modo que elas ajam como se participassem de um grande conglomerado
monopolista, possuidor de várias fábricas. Por essa razão tal forma perfeita de
conluio leva à solução de monopólio.
2.6.1 Subsídios
É comum os governos subsidiarem alguns setores produtivos com a finalida-
de de os tornarem competitivos com os similares produzidos no exterior. Se o 29
subsídio for apenas direcionado para baixar os preços, sem a contrapartida da
melhoria de qualidade, o subsídio é, na verdade, uma proteção à ineficiência e
TEMA 2 ao atraso.
BARREIRAS AO COMÉRCIO
INTERNACIONAL Quando o subsídio é destinado à exportação, ele poderá constituir-se num
dumping, sobre o qual já foi comentado anteriormente.
Outras vezes o subsídio é aplicado para a produção de mercadorias destina-
das ao consumo interno, com o objetivo de manter a competitividade da produ-
ção nacional, que em condições normais não poderia competir com a produção
estrangeira. Isso onera o bolso do consumidor nacional, que acaba pagando mais
por um produto igual ou pior que o importado.
Conforme salienta Maia (1999:94), normalmente os subsídios trazem outras
distorções que mais prejudicam do que ajudam. A produção nacional não me-
lhora porque está protegida e torna-se obsoleta.
Como exemplo de subsídio à ineficiência cabe lembrar a proteção implemen-
tada ao setor de informática, na década de 1970, quando foi criada a reserva de
mercado para este setor. O subsídio, se mal direcionado é caro e acaba punindo
o país.
10
Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX, instituído pelo Decreto n° 660, de 25.9.92, é a sistemática administrativa do comércio
exterior brasileiro, que integra as atividades afins da Secretaria de Comércio Exterior - SECEX, da Secretaria da Receita Federal-SRF e do
Banco Central do Brasil - BACEN, no registro, acompanhamento e controle das diferentes etapas das operações de exportação.
11
Acordo Geral sobre Tarifas de Comércio (General Agreement on Tariffs and Trade). A sigla GATT denomina o organismo internacional que
visava propiciar a redução de obstáculos ao comércio entre as nações. Dentre os 23 países que, em 1947, assinaram o acordo de criação
do GATT, estava o Brasil. O sucesso e a importância do GATT é atestado pelo fato do comércio internacional, desde o fim da Segunda
32 Grande Guerra, ter crescido até multiplicar-se por dez. Em 1995, os então 95 países membros do GATT, assinaram um acordo constituindo a
Organização Mundial do Comércio (OMC), organismo de caráter permanente, em substituição ao GATT, que tinha um caráter temporário.
Durante anos, os recursos naturais foram explorados sem nenhum critério de
propriedade e preservação, apenas, como bens úteis ao desenvolvimento. Neste
sentido, o meio ambiente tem sido um bem econômico gratuito que a empresa TEMA 2
BARREIRAS AO COMÉRCIO
utiliza, sem considerar ou influenciar no preço do produto ou serviço e sem con- INTERNACIONAL
siderar, principalmente, a finitude dos recursos naturais.
Assim, por não se ater ao futuro, até pela falta de planejamento em longo
prazo, verificam-se inúmeros problemas, que estão atingindo o planeta, e agora
o homem se volta para a sua própria sobrevivência, preocupando-se também
com o futuro.
Mas, este lento processo de transformação não tem sido galgado com espon-
taneidade, tendo em vista que o comportamento da sociedade em relação ao
meio ambiente sempre foi influenciado por acontecimentos de natureza políti-
co-social. Essa mudança de postura iniciou-se em Paris, no ano de 1968, quando
se realizou a Conferência sobre a Biosfera.
A ocasião serviu como base para o lançamento do programa “O Homem e a
Biosfera”, em 1971, pela UNESCO12. Outros eventos seguiram-se a este, como a reu-
nião do Clube de Roma, em 1970, a qual chamava a atenção para a necessidade
de conter o crescimento econômico mundial. Em 1972, realizou-se em Estocolmo
a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente. Seu objetivo era a conscientiza-
ção dos governos e instituições internacionais quanto à necessidade de imple-
mentar medidas efetivas para preservar e diminuir a degradação ambiental.
No Brasil, a ECO 92, realizada no Rio de Janeiro, promoveu uma série de de-
bates sobre problemas prementes de hoje e a preparação do mundo para este
século. A Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento destaca que
este “deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas eqüitativamen-
te as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações pre-
sentes e futuras”, que ficou conhecida como Agenda 2113.
Nesse sentido, um dos maiores desafios, em se tratando da questão ambien-
tal, é a compatibilização entre o crescimento econômico e a preservação do meio
ambiente. Aqueles que buscam apenas a geração de valor econômico, em pou-
cos anos, terão dificuldades em sobreviver.
A relação do ser humano com o meio ambiente tem, obrigatoriamente, que se
tornar harmoniosa. A mesma é vital no processo de sobrevivência e possibilita
reflexões a respeito da capacidade competitiva e da permanência no mercado
das indústrias poluidoras, da influência dos acordos internacionais no perfil das
empresas e a tendência que começa a aflorar no sentido de direcionar os re-
cursos financeiros para projetos que reúnam, além de vantagens econômicas,
segurança ambiental.
United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)
12
Agenda 21 é um programa de ação para viabilizar a adoção do desenvolvimento sustentável e ambientalmente racional em todos os
13
países. Nesse sentido, o documento da Agenda constitui, fundamentalmente, um roteiro para a implementação de um novo modelo de
desenvolvimento que se quer sustentável quanto ao manejo dos recursos naturais e preservação da biodiversidade, equânime e justo tanto
nas relações econômicas entre os países como na distribuição da riqueza nacional entre os diferentes segmentos sociais, economicamente
eficiente e politicamente participativo e democrático.
33
ANOTE
TEMA 3
DIREITO INTERNACIONAL E
COMÉRCIO EXTERIOR
TEMA 3 – DIREITO INTERNACIONAL E
TEMA 3
DIREITO INTERNACIONAL
COMÉRCIO EXTERIOR
E COMÉRCIO EXTERIOR
Objetivos do Tema
• Apresentar as linhas gerais do Direito Internacional Privado e dar a conhecer
os princípios que regulam a relação internacional entre os Estados;
• Mostrar os pressupostos do Direito Internacional Privado que tenham
interferência no Comércio Exterior. São eles: a nacionalidade, a condição
jurídica do estrangeiro, o conflito de leis e o conflito de jurisdições;
• Dar a conhecer o sistema brasileiro de Direito Internacional Privado na sua
relação com o sistema aduaneiro, tarifário, de direito anti-dumping etc.
40
ANOTE
ANOTE
TEMA 4
BLOCOS ECONÔMICOS E
ORGANISMOS REGIONAIS
TEMA 4 – BLOCOS ECONÔMICOS E
TEMA 4
BLOCOS ECONÔMICOS E
ORGANISMOS REGIONAIS
ORGANISMOS REGIONAIS
Objetivos do Tema
• Oferecer a oportunidade de conhecer os diversos blocos econômicos regio-
nais existentes no mundo, suas finalidades, seus participantes e seus obje-
tivos;
• Dar a conhecer os principais debates levantados na opinião pública que
mexem com a política de sustentação destes blocos.
• União Aduaneira
Também conhecida como União Alfandegária, é um acordo entre dois ou
mais países que visa a eliminação das barreiras alfandegárias, estabelecendo
44 uma tarifa comum externa em relação aos países não-membros. O acordo, em
geral, abrange taxas de importação e exportação e quaisquer encargos ou cotas
que tendem a restringir o comércio. Este tipo de integração pode limitar-se a um
grupo de produtos, como ferro e aço, ou constituir uma integração econômica TEMA 4
BLOCOS ECONÔMICOS E
completa, tal como existia no Mercado Comum Europeu. ORGANISMOS REGIONAIS
• Mercado Comum
O Mercado Comum é um tipo de integração econômica que vai além do que
estabelece a União Aduaneira, não admitindo restrições aos fatores de produção,
isto é, capital e trabalho.
• União Econômica
Extensão do Mercado Comum, a União Econômica procura harmonizar as po-
líticas econômicas nacionais. Assim, os países membros mudam suas legislações,
para torna-las coerentes com os princípios estabelecidos neste tipo de bloco
econômico.
• Integração Econômica Total
Neste estágio, os países componentes do bloco concordam com as condi-
ções estabelecidas na união econômica e vão além. Adotam uma política mo-
netária comum.
Os países membros passam a adotar, também, uma política monetária, fiscal,
social e anticíclica uniforme, bem como delega-se a uma autoridade supra-na-
cional poderes para elaborar e aplicar essas políticas. As decisões dessa autori-
dade devem ser acatadas por todos os Estados-Membros.
• O Parlamento Europeu;
O Parlamento possui três funções principais: partilha o poder legislativo com
o Conselho; exerce o controle democrático de todas as instituições da União
Européia, especialmente da Comissão; e partilha com o Conselho, a autoridade
sobre o orçamento da União Européia, o que significa que pode influenciar as
despesas relativas ao bloco.
O Parlamento Europeu tem sedes na França, na Bélgica e em Luxemburgo.
• A Comissão Européia;
É o órgão executivo da União Européia. A Comissão é a instituição politica-
mente independente que representa e salvaguarda os interesses da União Eu-
ropéia. Ela é a força impulsionadora do sistema institucional: propõe legislação,
políticas, programas de ação e é responsável pela execução das decisões do Par-
lamento e do Conselho.
48
• Foro Consultivo Econômico-Social
Órgão representativo dos setores econômicos, sociais, integrado por entida-
TEMA 4
des empresariais e trabalhistas. BLOCOS ECONÔMICOS E
ORGANISMOS REGIONAIS
Em 1985, o Comitê de Representantes da ALADI adotou a Nomenclatura Aduaneira da Associação Latino-Americana de Integração
15
(NALADI), como base comum dos Acordos. A NALADI foi criada utilizando a Nomenclatura do Conselho de Cooperação Aduaneira (NCCA).
Era a NALADI/NCCA, que continha 7 dígitos. Posteriormente, o Sistema NCCA foi substituído pelo Sistema Harmonizado de Designação e
Codificação de Mercadorias (SH), aprovado pelo Conselho de Cooperação Aduaneira, com o objetivo de atender a todos os segmentos do
52 comércio, como instrumento fiscal ou gerador de dados para estatísticas de produção, comércio exterior e transporte, além de facilitar a
compatibilização de estatísticas internacionais e simplificar as negociações bilaterais e multilaterais.
mediante a integração econômica e social dos países membros e a gradual for-
mação de um mercado comum latino-americano.
TEMA 4
BLOCOS ECONÔMICOS E
ORGANISMOS REGIONAIS
4.2.6 Mercado Comum do Caribe (CARICOM)
Pelo tratado assinado em 30/04/1968 foi constituída a Associação de Livre
Comércio do Caribe, mais conhecida por CARIFTA (Caribbean Free Trade Associa-
tion). Era composta de quatro países (Barbados, Guiana, Jamaica e Trinidad-Toba-
go) e sete territórios (Antígua, Dominica, Granada, Montserrat, San Kitts-Nevis-
Anguilla, Santa Lúcia e São Vicente). Em 01/05/1971, houve a adesão de Belize
(antiga Honduras Britânicas).
A Associação foi formada com o objetivo de expandir e diversificar o comércio
intrazonal através da eliminação das barreiras aduaneiras, bem como promover
o desenvolvimento equilibrado e progressivo das economias da área.
Em 04/07/1973, Barbados, Guiana, Jamaica e Trinidad-Tobago firmam o trata-
do que criava o Mercado Comum do Caribe ou CARICOM (Caribbean Common
Market), em substituição à CARIFTA.
4.3.2 PNUMA
O PNUMA é um Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Foi criado
como resultado da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Huma-
no realizada em Estocolmo, no ano de 1972. Pela primeira vez, o tema ambiental
e a necessidade de compatibilizar crescimento econômico com o manejo sus-
tentável de recursos naturais foram incorporados na agenda política internacio-
nal. Como parte da Organização das Nações Unidas, o PNUMA tem como missão
promover atividades e encorajar parcerias na área ambiental.
56 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o nível de desenvolvimento humano dos países utilizando como critérios indicadores
16
de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita).
4.3.3.1 Objetivos estratégicos da OIT
Os objetivos estratégicos da OIT podem ser resumidos nos seguintes:
TEMA 4
a) Promover os princípios fundamentais e direitos no trabalho através de um BLOCOS ECONÔMICOS E
ORGANISMOS REGIONAIS
sistema de supervisão e de aplicação de normas;
b) Promover melhores oportunidades de emprego/ renda para mulheres e ho-
mens em condições de livre escolha, de não discriminação e de dignidade;
c) Aumentar a abrangência e a eficácia da proteção social;
d) Fortalecer o tripartismo e o diálogo social.
58
ANOTE
ANOTE
TEMA 5
MERCADO CAMBIAL
TEMA 5 – MERCADO CAMBIAL
TEMA 5
MERCADO CAMBIAL
Objetivos do tema
• Oferecer noções sobre política cambial, operações de câmbio e características
do mercado de câmbio no que diz respeito ao comércio exterior;
• Proporcionar o conhecimento dos instrumentos de pagamentos que amparam
as operações de comércio exterior;
• Evidenciar a importância dos mesmos e o cuidado em utilizá-los de maneira a
assegurar a liquidação de suas operações, nas óticas de empresários, comer-
ciantes, exportadores, banqueiros e financiadores.
5.1 GENERALIDADES
O mercado de câmbio pode ser considerado como uma passagem através da
qual os fluxos de moeda estrangeira se convertem em moeda nacional e vice-
versa.
São ofertantes nesse mercado as pessoas físicas e jurídicas que possuem mo-
eda estrangeira e desejam trocar por moeda nacional.
Em contraposição aos ofertantes, as pessoas que desejam ou necessitam ad-
quirir a moeda estrangeira são, no sistema cambial, demandantes
Isso significa que a mercadoria transacionada nesse mercado é a divisa. Divisa
é qualquer moeda estrangeira utilizável em transações econômicas internacio-
nais. As transações envolvem, em geral, qualquer cidadão, tanto os residentes no
país como os residentes no exterior. Da mesma forma, o custo em moeda nacio-
nal das divisas, isto é, a taxa de câmbio, representa o preço nesse mercado.
No grupo de ofertantes de moeda estrangeira estão:
• os exportadores, que vendem suas mercadorias para o exterior e são pagos
em moeda estrangeira. São obrigados, pela legislação cambial, a vender às
instituições autorizadas a operar em câmbio;
• os turistas estrangeiros, que trazem moeda estrangeira e necessitam trocá-la
pela moeda nacional (doméstica);
• os investidores internacionais, que trazem divisas para aplicar no país;
• os agentes econômicos, em geral, que tomam recursos no exterior para apli-
carem em suas atividades.
No grupo dos demandantes da moeda estrangeira estão:
• os importadores;
• os turistas brasileiros em viagem para o exterior;
• os agentes econômicos que investem ou enviam renda para o exterior;
• os agentes econômicos (pessoas, empresas e governo) que possuem dívidas
no exterior e que precisam enviar divisas para quitar seus compromissos.
64
5.4.3 Mercado paralelo de câmbio
O mercado paralelo de câmbio nada mais é do que realizar operações conduzi-
das por meio de pessoas físicas ou jurídicas não autorizadas a operar no merca- TEMA 5
MERCADO CAMBIAL
do de câmbio. Trata-se, pois, de operações ilegais . Assim, a denominação correta
desse mercado seria “mercado negro” ou mercado “clandestino” de câmbio. Con-
sagrou-se, porém, a expressão “paralelo”, por se tratar de uma operação de câmbio
paralela ao câmbio oficial ou talvez, até, por ser um termo menos chocante que
“clandestino” ou “ilegal”,
Por ser um mercado “ilegal”, constituído, alimentado, ofertado e demandado
ao arrepio das leis, encontra terreno fértil em operações clandestinas de câmbio,
nas remessas clandestinas de lucros e nas operações de lavagem de dinheiro por
desvio de verbas públicas. Atua sempre no âmbito de operações ilegais.
65
5.5.1 Quanto ao Aspecto Cambial
• São conversíveis, aceitas livremente por outros países:
TEMA 5
MERCADO CAMBIAL Dólar dos Estados Unidos Estados Unidos
Libra Esterlina Inglaterra
Iene Japão
Euro União Européia
Coroa Sueca Suécia
Coroa Dinamarquesa Dinamarca
Coroa Norueguesa Noruega
Dólar Canadense Canadá
Franco Suíço Suíça
• São inconversíveis, mas não são aceitas ou têm curso dificultado por outros
países:
Real Brasil
Guarani Paraguai
Rúpia Índia
Dinar Argelino Argélia
5.5.6 Paridade
Definida como sendo o preço de uma moeda estrangeira em relação à outra. A
mais utilizada é a paridade em relação ao Dólar dos Estados Unidos.
Exemplo: Se para comprar US $ 1,00 são necessários oitenta e dois centavos
de euros (€ 0,82) , diz-se que a paridade da Euro em relação ao Dólar Americano
é de 0,82 por 1, ou seja, € 0,82 valem US $ 1,00.
67
Assim, se alguém tem € 500,00 e quer transformá-los em dólares, divide-se o
valor por 0,82, que é a paridade, resultando em US $ 609,75.
TEMA 5
MERCADO CAMBIAL
5.5.7 Arbitragem
A arbitragem consiste na compra de determinada quantidade de uma moeda
e na venda de outra moeda estrangeira, de forma que, aplicada a paridade en-
tre elas, o resultado seja de equivalência, podendo a liquidação ser simultânea,
pronta ou futura. De forma resumida, é a troca de determinada moeda estran-
geira por outra.
Essas transações são efetuadas geralmente para:
• Suprir o saldo em determinada moeda estrangeira junto a banqueiro que não
tem disponibilidade para cumprir compromissos nessa moeda, mas tem disponi-
bilidade em outra
Exemplo: o banco fez uma venda para atender a importação de um cliente.
Ocorre que sua posição em moeda estrangeira mantida no exterior é em dólares
americanos e a venda interna foi em ienes. Vendeu ¥125.000.000 e precisa com-
prar os mesmos no exterior para atender a importação. Verifica qual é a paridade
do iene em relação ao dólar americano: US$ 1,00 por ¥125,00. Assim, necessita de
US$ 1.000.000,00 para comprar os ienes necessários. Isso é o que o banqueiro faz.
E o importador no Brasil, quanto pagará por essa transação?
Sabemos que US$ 1,00 = ¥125,00
E que US$ 1,00 = R$ 2,15
Então
¥125,00 = R$ 2,15
¥1 = x R$
Logo
“x “ R$ = ( ¥1 x R$ 2,15 ) / ¥125 = 0,01720
Assim, US$ 1.000.000,00 equivale a ¥125.000.000 que é igual a R$
2.150.000,00.
5.8.1 Vantagens
Nas operações de câmbio simplificado dispensa-se a:
• apresentação pelo exportador, ao banco autorizado a operar em câmbio, dos
documentos comprobatórios da operação comercial;
• vinculação, pelo banco comprador da moeda estrangeira, do contrato de
câmbio ao respectivo Registro de Exportação – RE.
5.8.2 Desvantagens
• As operações não são passíveis de alteração, cancelamento, baixa ou contabi-
lização na posição especial;
• Não existe adiantamento.
Transferências unilaterais
• Transferências de Patrimônio;
• Heranças e legados;
• Aposentadorias e pensões;
• Contribuições a entidades associativas;
• Contribuições a entidades previdenciárias;
• Compromissos diversos;
• Aluguel de veículo no exterior;
• Multas de trânsito;
• Reservas em estabelecimentos hoteleiros;
• Despesas com comunicações (telefone, fax, telex etc.);
• Aquisição de edital.
Outras transferências
• Fiança de créditos de exportações;
• Garantias bancárias;
• Aquisição de “software”;
• Vencimentos e ordenados;
• Serviços técnicos profissionais;
• Serviços de Imprensa;
• Cursos e congressos; 75
• Passagens marítimas internacionais;
• Passe de atleta profissional;
TEMA 5
MERCADO CAMBIAL • Capitais estrangeiros a curto prazo – menos de 360 dias;
• Encomendas internacionais;
• Remuneração, reembolso de despesas e custeio de torneios, competições e
outros eventos esportivos semelhantes;
• Remuneração de eventos internacionais de natureza artística;
• Aquisição de medicamentos no exterior por pessoas físicas não destinados à
comercialização;
• Participação em feiras e exposições;
• Publicidade e propaganda;
• Transmissão de eventos;
• Aquisição de imóveis;
• Aluguel de imóveis;
• Multas e/ ou juros contratuais;
• Honorários de membros de conselhos consultivos;
• Serviços aeroportuários;
• Utilização de bancos de dados internacionais;
• Honorários profissionais referentes a cursos, palestras e seminários;
• Instalação e/ ou manutenção de escritório no exterior.
76
5.12.3.3 Agências de Turismo, Hotéis e Similares
São as entidades que, cumpridas as exigências da Resolução 1.522/88, são au-
torizadas pelo Bacen a operar no segmento de taxas flutuantes. TEMA 5
MERCADO CAMBIAL
77
ANOTE
TEMA 6
OPERAÇÕES FINANCEIRAS E
PAGAMENTOS INTERNACIONAIS –
MODALIDADES DE PAGAMENTOS
TEMA 6 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS E PAGAMENTOS
TEMA 6
OPERAÇÕES FINANCEIRAS E INTERNACIONAIS – MODALIDADES DE PAGAMENTOS
PAGAMENTOS INTERNACIONAIS-
MODALIDADES DE PAGAMENTOS
Objetivos do Tema
• Conhecer os instrumentos de pagamentos que amparam as operações de
comércio exterior;
• Evidenciar a importância dos mesmos e o cuidado em utilizá-los de maneira
a assegurar a liquidação de suas operações, nas óticas de empresários,
comerciantes, exportadores, banqueiros e financiadores;
• Mostrar as principais modalidades de pagamento utilizadas no mercado
internacional: pagamento antecipado, remessa sem saque, cobrança, carta de
crédito.
6.1.3 Cobrança
Cobrança, de acordo com as regras e usos uniformes para cobranças, Revisão
nº 522, de 01.01.1996, da Câmara de Comércio Internacional, Paris, França, repre-
senta a entrega de documentos a um banqueiro, com instruções de:
• Obter pagamento e/ou aceite desses documentos;
• Entregar documentos contra pagamento ou aceite;
• Entregar outros documentos com outros termos e condições especificados.
• Cobrança limpa
A cobrança limpa é uma cobrança não acompanhada de documentos comer-
ciais (faturas, conhecimentos etc.), mas acompanhada de um documento finan-
ceiro (saque, nota promissória etc.).
• Cobrança a prazo
O importador, quando recebe a documentação da importação junto ao banco
assume o compromisso de pagar a operação em um determinado número de
dias do aceite da cambial ou saque. O saque ou cambial é um título aceito pelo im-
portador que se comprometeu a pagar a importação em um prazo determinado.
No prazo avençado ele dirige-se ao Banco, compra a moeda estrangeira, o Banco
faz a remessa para o país do exportador, via SWIFT19, e a operação é liquidada.
89
ANOTE
TEMA 7
TAXA DE CÂMBIO
TEMA 7 – TAXA DE CÂMBIO
TEMA 7
TAXA DE CÂMBIO
Objetivos do Tema
• Proporcionar o conhecimento de como se movimentam as taxas no mercado de câmbio;
• Mostrar como acontecem as oscilações cambiais e quais os tipos de operações que ocor-
rem no Mercado Brasileiro de Câmbio.
92
7.1.3 Taxa de Venda
É a cotação utilizada pelos operadores de câmbio para as operações de venda de
determinada moeda estrangeira. Exemplo: US$ 1,00 está cotado a R$ 2,1500/2,1580. TEMA 7
TAXA DE CÂMBIO
A cotação para a venda dada pela instituição autorizada a operar câmbio é a da
direita, isto é, a instituição está disposta a vender dólar americano por R$ 2,1508.
93
seja, é comprada e vendida dentro da lei da oferta e da procura.
TEMA 7
TAXA DE CÂMBIO 7.1.8 O spread
O spread é a diferença entre a taxa de compra e a taxa de venda, com a qual,
os bancos ou estabelecimentos autorizados a operar em câmbio cobrem seus
custos e realizam seus lucros.
Operações que tenham sido fechadas com taxas muito discrepantes em relação à média do dia.
21
94 Recurso externo que só é internalizado para obter ganho em prazo curto, à medida que o percentual dessa diferença não permita
22
TRIBUTAÇÃO NO
COMÉRCIO EXTERIOR
TEMA 8 – TRIBUTAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR
TEMA 8
TRIBUTAÇÃO NO
COMÉRCIO EXTERIOR Objetivos do Tema
• Oferecer os dados que proporcionam o conhecimento da tributação aplicada às
operações de comércio exterior, tanto nas exportações como nas importações;
• Mostrar o tratamento fiscal nas exportações e como funcionam os regimes
aduaneiros e a tributação alfandegária;
• Apresentar um comparativo da tributação brasileira com a de outros países.
99
8.2.3 Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS)
Na determinação da base de cálculo da COFINS são excluídas as receitas de-
TEMA 8
TRIBUTAÇÃO NO correntes da exportação de mercadorias ou serviços assim entendidos:
COMÉRCIO EXTERIOR
• as vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente
pelo exportado;
• as exportações realizadas por intermédio de cooperativas, consórcios ou enti-
dades semelhantes;
• as vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais expor-
tadoras, nos termos do Decreto-Lei n° 1.248, de 29.11.72, desde que destina-
das ao fim específico de exportação para o exterior;
• as vendas, com o fim específico de exportação para o exterior, às empresas
exportadoras registradas no DECEX, da Secretaria de Comércio Exterior;
• o fornecimento de mercadorias ou a prestação de serviços para uso ou consu-
mo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando
o pagamento for efetuado em moeda conversível;
• as demais vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, nas condições
estabelecidas pelo poder executivo.
8.5.2 Aeroportuárias
Na movimentação de cargas em dependências dos aeroportos, temos as des-
pesas de capatazia nos Terminais de Carga Aérea (Teca) e as de armazenagem.
Deve ser consultado um agente de cargas ou despachante aduaneiro antes
de ser fechada a importação para que sejam levantados os preços cobrados nos
diversos aeroportos e portos nacionais, considerando que os custos variam de
um para outro local de descarga/ desembaraço.
Às vezes, é melhor para um importador de São Paulo desembaraçar o produto
em Paranaguá ou no Rio de Janeiro, dependendo da carga a ser movimentada.
23
SIMPLES – Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte. O Simples
está em vigor desde 1.º de janeiro de 1997. Consiste no pagamento unificado dos seguintes impostos e contribuições: IRPJ, PIS, COFINS,
CSLL, INSS Patronal e IPI (se for contribuinte do IPI). A inscrição no Simples dispensa a pessoa jurídica do pagamento das contribuições
instituídas pela União, como as destinadas ao SESC, ao SESI, ao SENAI, ao SENAC, ao SEBRAE, e seus congêneres, bem como as relativas ao
104 salário-educação e à Contribuição Sindical Patronal. O Simples poderá incluir o ICMS e/ou o ISS devido por microempresa e/ou empresa de
pequeno porte, desde que o Estado e/ou o Município em que esteja estabelecida venha aderir ao Simples mediante convênio.
diversas classificações tarifárias das mercadorias importadas. É conveniente que
o Importador se informe sobre essa despesa junto ao despachante aduaneiro
que vai liberar sua mercadoria na alfândega pois os custos são reajustados perio- TEMA 8
TRIBUTAÇÃO NO
dicamente pela Secretaria da Receita Federal. COMÉRCIO EXTERIOR
Assim, se importar apenas um item tarifário, isto é, apenas um tipo de merca-
doria, a Declaração terá apenas uma adição; se importar quatro itens tarifários, a
declaração de importações terá quatro adições.
Quadro 8.1
Carga Tributária de Países Selecionados
PAÍS PIB 2002 PIB 2003
SUÉCIA 53,20 50,80
NORUEGA 44,90 43,90
BRASIL 35,84 35,54
ALEMANHA 36,40 36,20
CANADÁ 35,20 33,90
ESPANHA 35,20 35,80
SUIÇA 34,50 29,80
PORTUGAL 34,50 33,90
ARGENTINA 19,20 20,70
ESTADOS UNIDOS 29,60 20,70
24
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Economico (OCDE) sucedeu à Organização Europeia de Cooperação Economica,
que foi criada para administrar a ajuda dos Estados Unidos e do Canadá, no quadro do Plano Marshall, ao processo de reconstrução
européia que se seguiu à 2ª Guerra Mundial. Desde que iniciou a sua atividade, em 1961, a OCDE, que conta hoje com 30 países membros,
tem por missão reforçar a economia dos países membros, melhorar a sua eficácia, promover a economia de mercado, desenvolver um
sistema de trocas livres e contribuir para o desenvolvimento e industrialização dos países.
105
ANOTE
TEMA 9
REGIMES ADUANEIROS
ESPECIAIS
TEMA 9 – REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS
TEMA 9
REGIMES ADUANEIROS
ESPECIAIS Objetivos do Tema
• Proporcionar uma visão ampla dos regimes aduaneiros especiais e atípicos que
facilitam o comércio exterior, funcionando como alavancadores especiais no
incremento das exportações;
• Fazer compreender a dinâmica do trânsito aduaneiro assim como a dimensão
do funcionamento do regime comum e do regime extraordinário aduaneiro na
exportação e também as leis que o regem;
• Oferecer dados sobre o funcionamento da operação de drawback na
importação;
• Esclarecer o regime de entreposto industrial na importação.
9.1.1.4 Drawback
A operação de drawback compreende a importação com isenção ou suspen-
são do Imposto de Importação (II), do IPI, do ICMS, este na forma definida pelos
Estados e Distrito Federal, inclusive no âmbito do CONFAZ25, do Adicional ao Fre-
te para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), além da dispensa do reco-
lhimento de outras taxas que não correspondam à efetiva contraprestação de
serviços, nos termos da legislação em vigor.
Para efetivamente obterem estes benefícios tributários, as importações reali-
zadas através de operação de Drawback devem ser obrigatoriamente utilizadas
na industrialização de produtos destinados à exportação.
Trata-se de poderoso instrumento de incentivo às exportações brasileiras e
incremento das vendas externas.
Modalidades de drawback
• Isenção;
• Suspensão;
• Restituição.
Principais vantagens
• Suspensão dos tributos incidentes na importação de mercadoria a ser utiliza-
da em processo de industrialização de produto destinado à exportação;
• Isenção de tributos incidentes na importação de mercadoria, em quantidade
e qualidade equivalentes, destinada à reposição de mercadoria anteriormen-
te importada utilizada na industrialização de produto exportado.
Essa modalidade também poderá ser concedida, desde que haja uma justifi-
cação, para a importação de mercadoria equivalente, adequada à realidade
tecnológica, com a mesma finalidade da originariamente importada, obede-
cidos os respectivos coeficientes técnicos de utilização, e ficando o valor total
da importação limitado ao valor da mercadoria substituída.
harmonização de procedimentos e normas inerentes ao exercício da competência tributária dos Estados e do Distrito Federal, bem como
110 colaborar com o Conselho Monetário Nacional - CMN na fixação da política de Dívida Pública Interna e Externa dos Estados e do Distrito
Federal e na orientação às instituições financeiras públicas estaduais.
Exclusivamente para a modalidade de suspensão, é utilizado quando a impor-
tação da mercadoria é feita sem cobertura cambial parcial ou total. Poderá ocor-
rer quando o exportador brasileiro agregar ao produto exportado mercadoria TEMA 9
REGIMES ADUANEIROS
remetida pelo próprio importador. ESPECIAIS
• Drawback Solidário
Exclusivamente na modalidade de suspensão. Caracteriza-se pela participa-
ção solidária de duas ou mais empresas industriais. Exemplo: participação de lici-
tação internacional em que o produto deverá conter insumos importados. Duas
ou mais empresas locais serão as fornecedoras e atuam conjuntamente na im-
portação de matéria-prima a ser utilizada no produto a exportar.
• Drawback Intermediário
Concedido nas modalidades de suspensão e Isenção. Caracteriza-se pela com-
pra externa de mercadoria, por empresas fabricantes-intermediários, destinada a
processo de fabricação de produto intermediário a ser fornecido a empresas in-
dústriais-exportadoras, para utilização na industrialização de produto final des-
tinado à exportação.
Modalidade Restituição
Ocorre quando o exportador não deseja mais vender mercadorias ao exterior
com aqueles insumos agregados à sua exportação e pretende ser ressarcido, via
crédito fiscal.
Recomenda-se aos interessados que se dirijam às respectivas Delegacias lo-
cais da Secretaria da Receita Federal para se inteirarem de outros procedimen-
tos que possam ser estabelecidos. Lembramos que essa matéria está sujeita a
alterações e às mudanças da política econômica brasileira, principalmente no
sentido de acabar ou diminuir benefícios fiscais, podendo intempestivamente
inibir pedidos da espécie.
As operações de drawback, nas modalidades de suspensão e de isenção, são
concedidas pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvi-
mento, da Indústria e do Comércio; sendo a modalidade suspensão operada ele-
tronicamente via SISCOMEX no módulo drawback e a modalidade de isenção é
operacionalizada pelo Banco do Brasil; já a modalidade de restituição, é concedi-
da pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.
115
SIGLAS, TERMOS
TÉCNICOS E GLOSSÁRIO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA I
DERNOBORG, Thomas; McDOUGALL, Duncan. Macro-Economia. Rio de
Janeiro: Mestre Jou, 1970
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ras S.A, 1969
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lo: Editora Pioneira, 1975
MAIA, Jayme de Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior. São
Paulo: Atlas, 1999
RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. São Paulo. Aduaneiras, 19
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edição. São Paulo: Atlas, 2002.
_________.et alii. Economia brasileira contemporânea. 6ª edição. São
Paulo: Atlas, 2005
VAZQUEZ, José Lopes. Comércio Exterior Brasileiro.
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________, Manual de Exportação. São Paulo. Atlas: 2003
________, Dicionário de Termos de Comércio Exterior. São Paulo. Atlas:
2001
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neiro: Câmara de Comércio Internacional, 2004
WILLIAMSON, John. Economia aberta e a Economia Mundial. São Paulo.
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WONNACOTT/CRUSIUS, Wonnacott/Crusius. Economia Micro e Macro.
São Paulo: McGrill, 1982
BIBLIOGRAFIA BÁSICA II
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PASSOS, C.R.M. e NOGAMI, O. Princípios de economia. 5.ed. São Paulo: Pio-
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