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Lenda da Fundação de Roma- A lenda de Rômulo e Remo

Introdução
A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos
avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos
maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características
culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim
como o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola, somos
herdeiros da antiga civilização romana. Mas a herança que Roma nos deixou vai além
das línguas neolatinas. Os romanos também transmitiram a Cultura Grega e oriental aos
povos bárbaros e à civilização da Idade Média que, por sua vez, a transmitiram ao
mundo moderno e contemporâneo.
Roma nos deixou ainda uma série de ensinamentos notáveis no campo da política (a
idéia de República), e do direito (o direito romano é a base da ciência jurídica da maioria
dos povos contemporâneos). Além disso, no âmbito da arquitetura e do sistema de
administração municipal, bem como a organização da igreja Católica - que modelou o
mundo medieval - existem diversos legados romanos. Desse modo, conhecer a história
de Roma é conhecer um pouco de nossa própria história.
A civilização romana é tipicamente inserida na chamada Antiguidade Clássica,
juntamente com a Grécia Antiga, que muito inspirou a cultura deste povo. Roma
contribuiu muito para o desenvolvimento no mundo ocidental de várias áreas de estudo,
como o direito, teoria militar, arte, literatura, arquitetura, linguística, e a sua história
persiste como uma grande influência mundial, mesmo nos dias de hoje.

Roma Antiga é o nome dado à civilização que se desenvolveu a partir da cidade de


Roma, fundada na península Itálica durante o século VIII a.C.. Durante os seus doze
séculos de existência, a civilização romana transitou da monarquia para uma república
oligárquica até se tornar num vasto império que dominou a Europa Ocidental e ao redor
de todo o mar Mediterrâneo através da conquista e assimilação cultural. No entanto, um
rol de factores sócio-políticos causou o seu declínio, e o império foi dividido em dois. A
metade ocidental, onde estavam incluídas a Hispânia, a Gália e a Itália, entrou em
colapso definitivo no século V e deu origem a vários reinos independentes; a metade
oriental, governada a partir de Constantinopla passou a ser referida, pelos historiadores
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modernos, como Império Bizantino a partir de 476 d.C., data tradicional da queda de
Roma e aproveitada pela historiografia para demarcar o início da Idade Média.

A cidade de Roma

Roma, capital da Itália, é uma das principais cidades do mundo. Nela o passado e o
presente se misturam. Ao mesmo tempo que é uma das capitais da moda e dos grandes
estúdios de cinema, é também o local onde estão as ruínas do Circo Máximo, do Coliseu
e do Fórum, monumentos que documentaram o passado glorioso da cidade.
A Roma atual está muito diferente do que foi no passado. Ao longo dos séculos,
incêndios, terremotos, construções e reconstruções deram uma outra configuração à
cidade. Mas, graças ao trabalho de historiadores e arqueólogos, podemos hoje ter uma
ideia, ainda que aproximada, daquela que já foi a grande conquistadora do mundo
antigo.

Localização

Roma está situada na península Itálica, uma longa faixa de terra, em forma de uma bota,
que avança pelo mar Mediterrâneo. Ao norte, a península é limitada por um conjunto de
montanhas, os Alpes; a leste, é banhada pelo mar Adriático; a oeste, pelo mar Tirreno; e,
ao sul, pelo mar Mediterrâneo.
Possuía várias planícies férteis, próprias à agricultura

Origem de Roma : explicação mitológica

Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo.


Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália.
Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um
casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para
fundar uma nova cidade que seria Roma.

Origens de Roma : explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)
De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos
que foram habitar a região da Península Itálica : gregos, etruscos e italiotas.
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Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades


pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios ( nobres proprietários de
terras ) e plebeus ( comerciantes, artesãos e pequenos proprietários ). O sistema político
era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.
A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos,
porém com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais
decorativos e esculturas com influências gregas.

Povoamento

Os primeiros povoadores da atual Itália foram provavelmente os italiotas, povos vindos


da Europa oriental por volta do século X a.C. Os italiotas dividiam-se em vários
pequenos grupos, como os latinos e os sabinos. Por volta do século VIII a.C, um outro
povo, os etruscos proveniente da Ásia Menos, se estabeleceu no noroeste da península.
Depois deles, chegaram os gregos, que, como vimos, invadiram o sul da península e a
Sicília, e aí fundaram várias colônias. Portanto, italiotas, etruscos e gregos foram os
principais povoadores da península Itálica.

Períodos da história de Roma

Pode-se dividir a história política de Roma em três períodos sucessivos:


MONARQUIA, REPÚBLICA e IMPÉRIO.
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MONARQUIA REPÚBLICA IMPÉRIO Divisão do Império:


Ocidente e Oriente
______________________________________________________________________

753 509 27 395


a.C a.C a.C
Nascimento
de Cristo 476
Queda do Império Romano
do Ocidente

O tempo dos reis

Conta-se que Roma teve 7 reis – 4 romanos e 3 etruscos. No tempo dos reis, a cidade
era apenas o local onde ficavam os templos religiosos, o palácio real e onde os chefes
das famílias se reuniam para discutir assuntos de seu interesse.

Por volta de 650 a.C, os etruscos invadiram e conquistaram Roma e, em seguida,


empenharam-se na sua modernização: drenaram pântanos, construíram redes de esgotos,
altas muralhas e uma ponte ligando as duas margens do Tibre. Incentivaram também o
artesanato em cerâmica e bronze e ativaram o comércio interno.
Os reis de Roma governaram a cidade com o auxílio do Senado (formado pelos chefes
das principais famílias) e de uma Assembléia. Já que naquele tempo as diferenças
sociais eram acentuadas. Os patrícios, descendentes das famílias mais antigas da cidade,
eram os donos das maiores e melhores terras e os únicos a possuir direitos políticos.
Os plebeus eram em grande parte descendentes dos povos vencidos. Trabalhavam como
pequenos agricultores, artesãos ou mercadores. Não tinham direitos e podiam ser
escravizados por dívidas.
Alguns plebeus eram em grande parte clientes das famílias patrícias, ou seja, prestavam
serviços a elas e recebiam em troca proteção e auxílio.
No tempo da Monarquia, o número de escravizados em Roma era pequeno: eram
prisioneiros de guerra, filhos de pais escravizados ou pessoas condenadas pela justiça.
Para se fortalecerem, os reis etruscos procuraram diminuir o poder dos patrícios,
apoiando-se nos plebeus. Os patrícios reagiram promovendo uma revolta que derrubou
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o último rei etrusco de Roma, Tarquínio, o Soberbo, e fundaram a República romana em


509 a.C.

Os principais grupos sociais que se construíram em Roma eram os patrícios, os clientes,


os plebeus e os escravos.

• Patrícios: eram grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos.


Desfrutavam de direitos políticos e podiam desempenhar altas funções públicas
no exército, na religião, na justiça ou na administração. Eram os cidadãos
romanos.

• Clientes: eram homens livres que se associavam aos patrícios, prestando-lhes


diversos serviços pessoais em troca de auxílio econômico e proteção social.
Constituíam ponto de apoio da denominação política e militar dos patrícios.

• Plebeus: eram homens e mulheres livres que se dedicavam ao comércio, ao


artesanato e aos trabalhos agrícolas.

• Escravos: Representavam uma propriedade, e, assim, o senhor tinha o direito de


castigá-los, de vendê-los ou de alugar seus serviços.Muitos escravos também
eram eventualmente libertados.

A República Romana

República Romana é a expressão usada por convenção para definir o Estado romano e
suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a.C. ao estabelecimento do
Império Romano em 27 a.C.
Os novos donos do poder em Roma, eram os patrícios. Somente eles podiam ocupar
altos cargos na República (do latim: res publica, isto é, “coisa pública”) romana. Com a
instalação da República foram criadas várias magistraturas*. Observe o quadro abaixo.
• Magistratura: Cargo de magistrado, pessoa que exerce autoridade em
determinado local, com poder para julgar ou dar ordens, que participa da
administração pública ou que faz parte de um governo. Nos dias de hoje, a
palavra magistratura está associada às autoridades dos poderes judiciário (juízes
e promotores) e executivo (prefeito, governandor, presidente, ministros).
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O cônsul (do latim consul, plural consules, abreviação cos.) era o magistrado supremo
na República romana.

Durante a República, em número de dois, os cônsules eram os mais importantes


magistrados: comandavam o exército, convocavam o Senado, presidiam os cultos
públicos e, em épocas de "calamidade pública" (derrotas militares, revoltas dos plebeus
ou catástrofes), indicavam o ditador que seria referendado pelo Senado e teria poderes
absolutos por seis meses. Durante o Império Romano, o consulado, despido de poderes
verdadeiros, tornou-se uma magistratura puramente honorífica que exigia de seu
ocupante gastos enormes na realização de jogos, mas ainda abria caminho para alguns
cargos efetivos, como o exercício de certos governos provinciais (proconsulado). Com a
divisão do Império, cada um dos cônsules (que continuavam a dar nome ao ano), era
escolhido por um dos imperadores (o do Ocidente e do Oriente), até que Justiniano
aboliu a magistratura em 541 da era cristã.

Pretor (em latim Prætor) era um cargo associado ao cursus honorum (carreira política
em Roma Antiga). O primeiro pretor foi eleito em 356 a.C. pela Assembleia das
Centúrias. Ao longo do tempo, o número foi aumentando devido às crescentes
necessidades administrativas da República Romana. Havia vários tipos de pretores,
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entre eles o "pretor urbano", que cuidavam da cidade de Roma, e o "'pretor peregrino",
que cuidava da zona rural e da relação com as comunidades estrangeiras. O cargo de
pretor detinha imperium representado por uma escolta de 6 lictores.

Censor (do latim censore) era um cargo político de Roma Antiga, o mais alto que se
podia alcançar no âmbito do cursus honorum. Os censores, eleitos em número de dois
pela Assembleia das Centúrias eram invariavelmente antigos cônsules. A função dos
censores incluíam o recenseamento dos cidadãos, com base em sua riqueza, a
elaboração do Álbum Senatorial, orientação da construção pública e fiscalização da
conduta moral dos cidadãos.

Questor: Questores (do latim quaestor, procurador) era o primeiro passo na hierarquia
política da Roma Antiga (cursus honorum). O cargo, que implicava funções
administrativas, era geralmente ocupado por membros da classe senatorial com menos
de 32 anos. O mandato como questor dava acesso directo ao colégio do senado romano.
Por serem os cobradores de impostos do Império, eram mal-vistos pela população.

Edil: Os edis curuis (do latim aedīlis curules), na Roma Antiga, eram dois
encarregados da preservação da cidade, do abastecimento, da polícia dos mercados e das
ações penais correlatas, bem como da jurisdição civil contenciosa nas questões ali
ocorridas. Era magistratura plebéia, interditada aos patrícios.

Tribuno da plebe: Na Roma Antiga, o Tribunato da Plebe era a magistratura plebéia,


não admitindo patrícios, que a ela nem deveriam querer ascender. O tribuno (em latim
tribunus) era o magistrado que atuava junto ao Senado em defesa dos direitos e
ineresses da plebe.
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Senado

O Senado conitnuou a ser um órgão de grande importânica em Roma. Era formado por
300 membros vitalícios, todos patrícios. Suas principais funções eram controlar os
gastos públicos e propor leis. Votar leis, declarar guerra, firmar a paz e eleger os
cônsules eram tarefas da Assembléia Centuriata. Esta assembléia era uma reunião dos
cidadãos, agrupados em 19 centúrias (grupos de cem). A distribuição dos cidadãos em
centúrias seguia um critério censitário, isto é, de acordo com a riqueza de cada um.
Cada centúria, fosse ela plebéia ou patrícia, tinha direito a um só voto. Mas, como o
número de centúrias patrícias era maior que o de centúrias plebéias, o poder de decisão
cabia aos patrícios.
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Cronologia
Antes de Cristo:

• 753 a.C.:Diz a lenda que a cidade foi fundada por Rómulo e Remo, filhos de
Réia Sílvia, rainha da cidade de Alba Longa, com o deus Marte. Usando um
arado, ele desenhou os limites de Roma. No começo, a cidade era governada por
um rei.

• 509 a.C.: A cidade se dividia entre os patrícios, que tomavam todas as decisões,
e os plebeus, que não tinham direitos civis. Quando o rei Tarquínio o soberbo,
último rei de origem etrusca) tentou distribuir o poder, foi deposto e a monarquia
acabou. Povos itálicos, como os etruscos, começam a entrar em declínio.

• 471 a.C.: Criação do cargo de Tribuno da Plebe.

• 367 a.C.: Lex Licinia Sextia - Os plebeus conseguem acesso ao cargo de cônsul.

• 326 a.C.:Surgiram as primeiras grandes obras: o Circo Máximo; o primeiro


aqueduto, que distribuía água para todas as casas, e a Via Ápia, uma grande
estrada que permitia a movimentação de tropas.

• 275 a.C.:Começou o período de conquista. Roma dominou as cidades gregas do


sul da Península Itálica, dominando-a por inteiro.

• 218 a.C.:O maior inimigo de Roma, a cidade de Cartago, do norte da África,


invadiu a península Itálica. O comandante Aníbal venceu três grandes batalhas.

• 149 a.C.:Depois de ocupar a Península Ibérica e derrotar Aníbal, Roma destruiu


Cartago. A cidade ficou em ruínas. No mesmo ano, as tropas romanas
conquistaram a Grécia. Em 133 a.C., assumiu o controle total do mar
Mediterrâneo.

• 104 a.C.: Consulado de Caio Mário.

• 81 a.C.: Ditadura de Sila

• 73 a.C.: O gladiador Espártaco liderou uma rebelião de escravos, que


construíram uma vila aos pés do monte Vesúvio. Ele venceu o exército romano
sete vezes, antes de ser derrotado.

• 63 a.C.: Roma passou a controlar Jerusalém, ao anexar a Palestina, conhecida a


partir de então como a província da Judéia.

• 59 a.C.:Dois generais inimigos Júlio César e Pompeu se uniram ao rico


comerciante Marcus Licinius Crassus e passaram a chefiar o governo - Primeiro
Triunvirato.
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• 49 a.C.:Quando Crassus morreu, os dois generais entraram em guerra. César


venceu e se declarou ditador.

• 47 a.C.: César invadiu o Egipto e proclamou Cleópatra como rainha.

• 43 a.C.: Segundo Triunvirato

• 45 a.C.:O ditador contratou o astrônomo egípcio Sosígenes para criar um novo


calendário de 12 meses.

• 44 a.C.: César foi assassinado por um complô do senado, liderado por seu
sobrinho e filho adotivo Bruto. Ao descobrir a conspiração, ele teria dito ao
traidor a famosa frase: "Até tu, Bruto, meu filho?"

• 31 a.C.: Eleito seu sucessor, Octávio lutou contra os generais romanos para
assumir o poder. Em 27 a.C., ele ganhou o título de Augustus e determina que os
imperadores devem se chamar César. Nos 41 anos de seu reinado, Octávio
acabou com um século de conflitos e iniciou um período de 200 anos de paz e
prosperidade, a chamada Pax Romana.

• 30 a.C.: Derrotada em seu complô ao lado de Marco Antônio para derrotar


Octávio. Cleópatra cometeu suicídio e o Egipto foi anexado ao Império Romano.

• 27 a.C.: Otaviano recebe o título de Augusto - início do Império Romano

• Entre 8 a.C.-4 a.C.: Jesus nasceu em Belém, na Judéia. Nesta época, o império
tinha cinco milhões de habitantes.

Depois de Cristo:

• 33: Morre Jesus Cristo em Jerusalém, crucificado;

• 37: Com a morte do Imperador Tibério, assumiu em seu lugar Calígula. Ele
nomeou seu cavalo Incitatus senador do império e mandou esculpir sua própria
cabeça em todas as estátuas de deuses de Roma. Foi assassinado 4 anos depois.

• 64: Incêndio de Roma. Uma das versões sobre as causas do incêndio aponta o
próprio imperador Nero, que culpou os cristãos.

• 70: O imperador Tito destruiu Jerusalém. Os judeus fugiram e se espalharam


para a Armênia, o Iraque, o Irã, o Egito, a Itália, a Grécia e a península Ibérica.
O segundo templo foi destruído.

• 24/8/79: O vulcão Vesúvio entrou em erupção e soterrou as cidades de Pompéia


e Herculano na época do reinado de Tito.

• 117: Sob o governo de Trajano, Roma conquistou a Britânia e alcançou seu


maior tamanho, englobando o sul da Europa, o Mediterrâneo, o Egito, o Norte
da África, a Gália, parte da Germânia, Mesopotâmia e atuais Bulgária, Romênia,
Grécia e Turquia. Ver província romana.
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• 126: Sob o governo de Adriano foi concluída a muralha, entre a Britânia e o


território dos pictos, um pouco ao sul da atual fronteira entre Inglaterra e
Escócia.

• 193-285: Crise do século terceiro.

• 212: O imperador Caracala fez a Constitutio Antoniniana (também conhecida


como Édito de Caracalla, ou Édito de 212), na qual concedia a cidadania romana
a todos os habitantes livres do império.

• 303:Com o número de cristãos atingindo 15 milhões dos 60 milhões de


habitantes de império: 25% da população escrava, plebeia e até parte da elite
sobretudo em Roma, partes da África e da Ásia, Diocleciano promoveu uma
nova grande perseguição (último imperador pagão).

• 313: O imperador Constantino, primeiro imperador Cristão, acabou com a


perseguição aos cristãos e declarou que o império não tem mais uma religião
oficial.

• 330: O imperador Constantino reconstruiu a cidade grega de Bizâncio (atual


Istambul), e a denominou "Nova Roma". Porém a cidade passou a ser conhecida
como Constantinopla.

• 337: Depois da morte de Constantino, seus filhos dividiram o império em três


partes.

• 452: Liderado por Átila, os hunos invadiram a Península Itálica, mas não
chegaram a Roma.

• 455: Os vândalos, germanos que migraram para o sul, instalados no norte da


África (actuais Líbia, Marrocos e Tunísia), saquearam Roma.

• 476: Odoacro, líder dos bárbaros germânicos Hérulos derrubou Rômulo


Augusto, o último imperador romano, então com 15 anos de idade. Os
historiadores em geral consideram este evento como o fim do Império Romano
do Ocidente e o início da Idade Média. O Império Romano do Oriente, com
capital em Constantinopla, ainda duraria quase mil anos, até 1453.

• 846: No auge da decadência, a cidade de Roma ficou com apenas 30 mil


habitantes. Hoje tem 2,5 milhões de pessoas.

• 1453: Os turcos otomanos (povos de origem nómade da Ásia Central) invadiram


Constantinopla (actual Istambul) e derrubaram o Império Romano do Oriente ou
Império Bizantino.
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A organização do governo republicano de Roma

O historiador grego Políbio (aproximadamente 200-118 a.C) foi uma testemunha ocular
da vida na república romana e em sua obra "Histórias", volume 6, descreve o
"Ordenamento do Governo Republicano", explicando, no âmbito formal, o
funcionamento desse governo.

O texto de Políbio certamente expressa os ideiais republicanos de Roma, ainda que a


atuação e as manobras dos políticos que exerciam o poder ou mesmo as circunstâncias
reais pudessem originar distorções e desvios de rumo.

Ainda assim, trata-se de um documento de valor inestimável, por seu rigor e clareza.
Assim, vale a pena conhecê-lo para se ter uma idéia das primeiras instituições
republicanas na história da humanidade e observar como - num certo sentido - elas não
perderam a atualidade.

Ordenamento do governo republicano


"Em Roma, os cônsules são os árbitros de todos os negócios públicos, porque todos os
outros magistrados - exceto os tribunos da plebe - lhes são subordinados e a eles
obedecem. São eles que apresentam os embaixadores ao Senado, que tomam as decisões
urgentes e têm o controle das leis e dos negócios públicos. A eles compete convocar as
Assembléias e executar suas deliberações. Nos negócios de guerra e na condução das
batalhas, têm autoridade quase absoluta, a eles cabe impor aos cidadãos as contribuições
que julguem convenientes, nomear os tribunos (comandantes), arregimentar os soldados
e escolher os melhores entre eles. Além disso, em campanha, têm plena faculdade de
punir quem quer faça parte do exército, além de poder gastar o dinheiro público como e
quando acharem oportuno, pois são acompanhados sempre por um questor, que executa
o que eles lhe ordenam.

O Senado cuida em primeiro lugar do erário, estando submissa a sua jurisdição tanto as
entradas quanto as saídas, de modo que os questores não podem fazer nenhum empenho
de dinheiro, por nenhuma razão, sem uma deliberação do senado, exceto por ordem dos
cônsules. Até as maiores e mais notáveis despezas que fazem os censores a cada cinco
anos, para construir e restaurar edifícios públicos, são ordenadas pelo Senado, que dá
autorização aos censores.
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Além disso, o Senado se ocupa de todos os delitos cometidos na Itália, que requerem
um julgamento público, ou seja, as traições, as conjurações, os envenenamentos e os
assassinatos, e se encarrega de qualquer indivíduo ou cidade da Itália que precise mover
um processo, ou ser punido, ou necessite de socorro ou defesa. O Senado também
dispõe sobre os embaixadores que devem ser mandados para o estrangeiro, seja para
fazer a paz, seja para comunicar advertências ou imposições, seja para estipular pactos
ou receber a submissão dos povos ou declarar guerra. E o Senado se ocupa também do
modo como devem ser recebidos em Roma os embaixadores estrangeiros e de responder
suas demandas.

A parte do povo no governo republicano de Roma


Mas também ao povo cabe uma parte muito importante no governo da República,
porque os prêmios e os castigos que são uma força indispensável em todo Estado e
sociedade humana, estão principalmente na mão do povo. É ele quem julga os que
exerceram qualquer magistratura e só ele pode pronunciar sentenças de morte. A esse
propósito, vale lembrar e louvar como junto aos romanos vige um costume segundo o
qual, quando um cidadão tiver sido condenado a morte por todas as tribos, à exceção de
uma, possa o condenado deixar a cidade em exílio espontâneo em Nápoles, Preneste,
Tivoli ou outra cidade que, por acordo com a República, possam acolhê-lo livremente.

Além disso, o povo elege os magistrados, escolhendo-os entre os cidadãos mais


beneméritos, sendo, numa república, o poder o mais belo prêmio da virtude. Também
depende do povo a aprovação das leis; e, o que é da maior importância, o povo delibera
em torno da paz e da guerra. Enfim, é o povo que confirma e ratifica quanto se refere às
alianças, à cessação das hostilidades e os acordos com os outros povos.

Assim, portanto, a autoridade é repartida entre os cônsules, o Senado e o povo. Agora,


diremos como cada um dos três poderes deve agir em relação aos outros dois.

Autoridade absoluta
Quando está em campanha com o exército, o cônsul é investido de autoridade absoluta,
mas na realidade não pode concluir nada sem o beneplácito do Senado e do povo. Ao
primeiro destes compete autorizar as despesas para os víveres, os uniformes, os soldos,
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além de confirmar ou não o comando militar do cônsul, depois de este havê-lo mantido
por um ano, e, por fim, autorizar o triunfo, por meio do qual se dá a ver aos cidadãos a
obra do general investido do comando supremo. De outra parte, o consenso do povo é
absolutamente necessário aos cônsules para a cessação das hostilidades, porque só o
povo pode ratificar tratados com outros povos. Mas, o que mais conta, os cônsules
devem, depondo seu poder, prestar contas ao povo do seu trabalho. Do que se vê que de
nada vale a autoridade dos cônsules sem o consentimento do Senado e do povo.

E mesmo o Senado, que é de tal modo poderoso, está sujeito a autoridade do povo,
porque nos processos por crime de Estado não pode pronunciar sentença de morte sem a
aprovação das Assembléias. Além disso, o povo tem a faculdade de aprovar ou não
propostas de lei destinadas a diminuir a autoridade que os costumes atribuem ao
Senado, ou a cassar qualquer prerrogativa ou honra; ou, o que é mais grave ainda, o
povo pode - por meio de um tribuno da plebe que oponha o seu veto - impedir não só as
deliberações do Senado, como sua própria reunião. Desse modo, o Senado teme o povo
e procura agradá-lo.

Mas o povo, por sua vez, também está sujeito ao Senado, porque a este cabe a
superintendência de todos os trabalhos públicos contratados pelos censores, como
restaurações e construções de edifícios, e todos os trabalhos a serem feitos nos cursos
d'água, nas pontes, nas minas, nas áreas rurais públicas, em suma onde quer que se
estenda a propriedade do Estado romano; trabalhos estes dos quais cada um pode tirar
suas vantagens. Além disso, ficando a cargo dos senadores a maior parte dos litígios
financeiros mais importantes, o povo tem interesse em não se opor ao Senado em suas
deliberações. E do mesmo modo dificilmente os cidadãos se opõem às propostas dos
cônsules, pois sabem que em caso de guerra estarão sob a sua autoridade.

Equilíbrio de poderes
Assim equilibrada a autoridade de cada um dos três poderes não seria possível encontrar
uma república melhor constituída do que esta, tanto na guerra como na paz. Quando um
perigo esterno iminente obriga todos a sentirem e agirem em concordância, tal e tanto se
torna o poder desse governo, que nada é esquecido e todos voltam seu pensamento à
defesa do Estado, de modo que ninguém retarda a execução das deliberações
necessárias e todos, em público e em particular, cooperam para o sucesso do
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empreendimento. Assim a República romana se torna invencível e atinge todos os seus


objetivos. E também quando, livres de ameaças externas, os romanos, vivendo na
abundância, proveniente das vitórias, e gozando de sua prosperidade, ficam inclinados,
como sempre sucede, à arrogância e ao orgulho, então sobretudo se pode ver como a
República carrega ela mesma o remédio para os seus males, porque cada um dos três
órgãos do Estado está atento para impedir a prepotência dos outros dois, de modo que
nenhum se sobreponha aos outros, mas todos os três permaneçam em seu lugar, ou
porque freados, ou porque não ousam, por respeito a eles, ultrapassar os seus próprios
poderes.

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