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ALBERTO VlElRA

A QUESTÃO CEREALíFERA NOS AÇORES


NOS SÉCULOS XV-XVII

(Elementos para o seu estudo) '*

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UNIVERSIDADE DOS AÇORES


PONTA DELGADA. 1985
Separata de ARQUIPÉLAGO
Revista da Universidade dos Açores
Série História e Filosofia -N.o 1- Janeiro-Junho - VaI. VII - 1985
A QUESTAO CEREAWFERA MOS AÇORES
NOS SMXlLOS XV-XVIX
(Elementos para o seu estudo) *

1. Ao eurapeu, o pão, o vinho e o azeite apresenhm-se


como ela-nentos swbstanciais definidores da sua dieia a h m -
tar. Desk maio, no processo de tanscdtmção procurou-se
eesb td* a ! h m b r , M w As j n f h h c h
ai&rnAtlântim. No contexto europeu, o expansionh oclden-
tal não conduziu ao desaparecimgllto d&es pndutos mas,
antes, à sua af,imaçEtu,em conjunto c m os produtos atk então
considerados exbticos (açúcar, wpechrias). Ao mesmo tempo

* Com estudo concluimos a aimilagem do bigo na economia


este
+ - .

cereuera insular, inidada com o e s m o do &anémio de cereais dos


Apares para a Madeira no X'Wb (hnuuicação apresentada no
W u I o Tnte- Os A p m s e o AUlhrtXco nos s h h X W e XVI1,
Agosto de W] e c a n t W a n a u h traballio, da rn- Mole, sobre
a 0 comércio de cereais das Can- para a Madeira nos s8culos M - X K b
(Comunicação apresentada no VI Colóquia de H i 9 t h - i ~~ a P i t f r l o - A m a m .
em Outubro de IW).
Aproveitarn(1s o ensejo para agradeer ao Sr. Praf. Doutor A. T d o r o
de M a h todo o apoio e consdhm prestadm para a elabora@o dates
estudos parcelares.
a cristandade ocidental ao valorizar o pão e o vinho, enca-
rmcbos como o símbolo da es&& da vida humana e do
sw Salvador, fez cosn que estes produtos fundamentais avan-
ç a s s m Iado a Iado c m a expansão da cristandade I.
Coan uma dieta alimentar pouco variada o europeu não
foi capaz de encontrar no acanhado espaça do velho canti-
n&e,p-'wc&&h no a c d ~ a d o
=papo do veiho cmhi-
parca fertilidade do sob aliada ao seu rápido esgotam&,
em contraste m um movimenta demográfico ascendente,
cor~dwhm,a 1bo~1~l siimção de rotura e, mais propriamente,
de fome. A fase h c i d da idade Média é marcada, de modo
g d , ean tado o *ankhde mopeu, p m uimai situação depres-
si&, mama& pelo &equilíbrio entre os -r n&r&
e a pqmlarç8a e . por uma forte instabilidade poiitico-institu-
cional. No entanto, =te mm&, defhido como a crise do
k u l o XVI, pode ser considerado m o um comwsso de espera,
fim e fundamental para as a3teraçks estruturais que se segui-
r a . Assim, por meados do séculii XV, temo8 m a nova conva-
lescença *&ria paultada *Ia transformeição da economia
m a l , com a wpecialização de mlturas e o apm5nwnt-o de
maii irentes iie arrotemenb sub;Sa.tuitivas do soIo esgotado 2.
Portugal, situado nuana franja da Eumpa Ocidental, c m m -
gou de toda esta -6nck conturbada d & M p s e ao longo
~ Q S~ o XIVp e XV c m mna situaçao düícil, demamada
~ d & ~ t d c o d e ~ e , M u d e t a l m queentre
d o .

1 oa b x t w de Vihino MagaMes Gdnho, Os Descobri-


-o e & Amm& ndirrrdiel, m,p. 277: 3oe.l m ã o , &obre o trigo dm
illm no X.fr .s XV& in üus Artes e da HbtÓrita da M & T ~ , vol. I,
ia." r cm, 3.
2 Rwa ama situam do owiteirto s6Moecon6mico europeu vide:
W. Abel, Crises m r e s en Eu- (XVlle-XIXe), Paris, 1973, pp. 52-W:
R. Wonaarmó e A. T e , Los farndmmib &Z mundo moderPio, Madrid,
l m , p p . ~ : ~ . ~ ~ , u b a f o ~ ~ ~ , ~ i
R. Henri Bautier, A E c m i a na Eump Medieval, Lisboa, 1973, pp. 213-291.
A QUESTAO CEREALfFEFtA NOS AÇOREB NOS S1CULCXI XV-XVII

finais do &do XIV e as últimas dkadas do século XV viveu-se


21 anos de mise de s u b s i s ~ a-a
f dentro &te conterrto que a btoriografia situa a actua-
ção dei politica africcinista e insular de Portugal pt-enediwo,
encarandme a expansão africano-&&tia coano consquência
desta aanbihcia 4. A conquista e m ~ g doo nmk de Africa,
a co!onização das W s atlânticas- surgem cmrio unaa mlução
adequada para minorar ou retirar rn efeitm da depmd?ncia
dos fornos portugueses wn relaeo aos g r h estrang&oso5.
Fkmtradas as prinebas tentativas mn &rica e Canárias e,
a&, uma acção fugaz na Madeira, os dçures apresentar-se-ão
cwno o celeiro do reino, capaz de suprir as necessidades da
metrhpde e das m a s B m s -das carentes: praças de
Afmica e Madeira 6. Deste modo a partir do ií1W q1-
do século XV os Açores surgem como o celeiro oficial de provi-
menh do reino, das praças de Africa, da Madeira e, até mesmo,
m o suplemento vantajoso para o c d r c i o cam as CanhriEts.
Mantevese esta posição a% meados do &cdo XVII, altura

3 Oliveira Marques, 1~~ d H i & h i a da & M t u r a em Porttagal,


L i s h , i%%, p. a,; vide, V. M. Godinho, M., pp. mB1.
4 Opinião defendida e fundamentada por V+ho Magaihãea Godinho.
em Docunwntoa sobre o E x p n s h vol. 111, Lisboa, 1m;
Idem, HirPtória E c h i c a e S o c a da Ex- Portuguesa, Lisboa, 1W7:
Idem, A E w o Q w t r o c d k t a pwt%rgttesa. Robbnus dag origem e du
i$Rha de d u & o , Lisboa, 1944; Idem, *IIe FrobEme du Pah dms
l'konomie portugaise - XVe-XVIe s i h e l ~in , RmMa de &-h, vol. XLI
(M),n." 47, gp. 87-113: refw@a por Oliveira Marques, op. cit., e
F r a w k a Carreiro da Costa, <OS A- e o probleana oeredifero @ugu@s
da &do#, in Boletim üa Cmnbsão Re&dom doa Cereais do Aiqai-
@@o dos Açores, n.' I (lW) , 23-28.Nok-se que S d e r de Sousa Lima
pp.
(em Os Açores na Ecrnionaicl Ati&ratiea E...], Angra do IEeroismo, 1818,
pp. Bs'lO) rebate esta tese argumentando que os Açorea surgem en
m e a h do A.XV com a finalidade de r d v e r os problemas do pmvi-
m a das praças de Africa.
5 V. M. Godinho, q ~ . Ca., p. 231; vide F. Bmudd. Le Mddetewange
et le Monde Méditerranéen r...],t. 2, pp. 590532; Oliveira Marques,
Qp. ca., p. 247.
Oliveira Marques, ibid., pp. 251 e 254.
em que a produção de cereais no arquMlago entra em franca
decadbcia, devido à actuação de dtiplos factores.
Se no inicio a poIitica de exploração do soIo insulm ia de
encontro à política cerealwera do reino, num segundo momento,
a atrutua'a~ão da actividade econbmica far-se-á de acordo
c m os impulsos nascentes ou cop~sequentesda crise do A.XIV.
E, assim tereonos una agricultura subjugada a s Leis ao mer-
cado, u m a d n t e especialização de produtos. As IImiItações
do meio, o seu posicionaanrnto periférico c a n d w & Ares
insular atlhtica para uuna f o m de exploração econiimica
peculiar, baseada na mmocuitum ou dominancia de um pro-
duto, de a w d o c m as necessidades comentes do mercado
ar- e colonial7. NWse que as Açores se situam numa
p-ão pidegiada no ImÇado dias r& da índia e h d h ,
afhmndose c o m uima base de apoio ialprtante para as
naus, siíuação essa que W a v a i criação de infraesh-
turãs de awio e provimento às naus E h Angra encontrou-se
u m a enseada estrubural apropriada a tal tarefa, mas mava-se
necessário definir ttma área agricola de apoio para o provi-
mento assíduo do biscoito, o que se enconhou nas zonas aráveis
da ilha Terceira, Graciosa, S. Jwge e, memo, em S. IiGguel.
O arquip51ago açoriano apresentava-se assim, desde a
primeira metade do século XVI, como o aeio apropriado para
a afirmação da cultura de cereais. As assimetrias eviden-
ciadas pela estrutura, relevo e clima oonduzham a um arranque

7 Esta t d t i c a terá ixatammta alargado e documentado em estudo


em preparação sobre o corn6rcio inter-insular nos séculos XV-XVI; vide
F.Braudei, &M., t. 1, pp. 141-1M.
8 Vide Pierre Chunu, Seville eí 1'AtEa&@, pp. 35141;
Hbider Lima, op. I%.,pp. 129139. Segimdo a documentação da Provedora
das Armadas temas damrnentada a acçb do trigo no provimento das
armadas, mmo biscoito, em 1546, 1518, 1%. Confrontese, Biblioteca
Pública de Ponta Delgada, Li& de E m a t o do Csslto, 87, (I parte)
fol. 47, (Zã pmie) fols. 3%. e 41. Veja-se, ainda, A. Teodoro de Matos,
Os Açores e a M e i r a d a s fndias no século XVI, Separata de Estudos de
História, II, Lisboa, 1%.
A QUESTAO CEBEALfFEIRA NOS ACOR3X NOS B ~ C U L O SXV-XVII

d- da c o k m h ~ he ~~do solo, mar-


~ u m n ~ ~ t o ~ ~ e o s i a i ~ a ~ ç ã o d e c r u l & u f i a B
m o a n t e as potencialidades do meio ou dos inkresw do
m e d o atlhtico. Assim se amummam neste meio extenso
e variado, os prdutos de pro- das naus (vinão, trigo) e
de c m m industrial (pastel) n b se alimando o açkar.
As razões que ~z~ ao h i 3 o n o da cultura da cana
sacarina multam m a i s da actm~ãadas irmteresses marcantes
do dki&mo wmhniw, do que &a & i d d a d e ~ da sua
adaptação ao solo.

2. &reseaitaridase o arqu$&hgo cano uma vasta área


e um solo variado, difícil se brnava o ddhea~de uma poli-
üca de aproveitarnmto, nnã hhmdo m ã d e a b r a necessária
para a sua cuncretização houve m s i d a d e de centirar a acção
eim. áreas ddhidas, &hvezes jh em mias de mmbamlento.
Na ilha de S. Miguel e Santa Maria, o ritmo acelerado das
arroteias e as elevadas possibilidades do seu solo para a
expansão da cultura cerealifwa, amduzjraan sua afirmação
m o principais produtoras de * O , relegando para posição
secundárias as r e s t m k .
%ta Maria foi a primeira iiha a ser arroteada, mas a
SIM k e a de cultura reduzda c m d h - a para uma posição
secundápia, dando lugar a ilha de S. Miguel, m uma área
plana apropãiada para um incentivo das amoteias, não obstante
as d i P dmivadm
~ ~ das w h b i c a s e da &mí-
cidade. A ilha v e d e afirma-se, ao longo dos &eulm XVI e
XVII c m o a principal área produtora de! trigo do arq-o.
A i b Terceira, que teve uma -@o inicial eoritur-
W, MmQ, a pmtir de 1480, ma @xílq&da na
p d w ã o de m a i s mantendo-se, a& awdos do &do XVI,
c m o uma forte concorrente de S. Migud. A sua posição d e n -
tava-a para iùma acção de cultivo de cemais niicessâxios ao
pmuimento das naus, mas as c m s sozichções ~ do s e o k
temiário atraíam cada vez rmh. gd.ee- ao m o angrame,
colocando o campo nama situação de d-aibandono, pelo que
ALBERTO VIEIXRA

se tornava mcesshrio o esta~belecimentode ligações regulares


c m S. -e, Graciosa e S. n8iguel para pder-se exwutar
o servipo de provimento.
A pmkk cie finais do k u l o XVI temos a afirmação do
arq-o açoriano coano principal produtor de trigo da área
adhtica. E& h dividia-se em 3 regiõea produbras deli-
mitadas: uma Ares danbmte cmsignada às duas principais
fias (S. Miguel, Terceiira) se afirma m pleno a pro-
dução cereauera, e uma hrea periférica subjugada aos meca-
nismos econhicos dos centros dominantes, qm produziam o
cereal para o c o d m i o , feito a partir do centro a que se
orientam. Esta última Ara apresenta duas submgiões, defi-
aida umsomte w esfera de domhqão. Assim têmos a ilha
de &&a.hkia &ada sob a dçada de S. Miguel e as
-$@@ Waeen@sQUdanbiy& pelo porto de Angra. No-
4 ~ & 4 - awn&io ~ 0 íb -1 das Rom e Corvo se
f+qia,@;@@i~-, q m~fôO2. Em cmclusá~
abadocmedims M u i - s e consoante as possi-
bilidades do e da d&h& de eixos de escoaimento ou,
mais propriamente, da conflu&neia de rotas capazes de wua-
rem os elevada excedenks de produçgo.
A ilha de S. Wuel, sendo a ilha de maior extensão do
aquiMiago e a que oferecia meihores condições L arroteias
afirma-=, desde o inicio, c m o a principal área de produção
de cereal e onde crescia, lado a M o , o pastel e o trigo. Desde
ideio havia-se apwtado natas duas culturas e, isfo de tal
modo, que em 1532 se reccmemiava que as terras que não
fossem de pão ou pastel ficariam para o concelho, de raodo
a evitar-se o alargmenh das Areas de pasto 9. Aliás em 1536
justifiava-se o elevado prwo da carne em Ponta Delgada
pelo grande aumenb da população e por serem as terras do

9BiWoka Piibiiea e Arquivo de Pauta Delgada, Cbmm de Ponta


-
, (a partir daqui citado p i a sigh B.P.A.P.D., CPD), L." 3 de
Re@&q L"I, fd. m.
A QUESTAO C B 1 R E A L t m NOS bçOREB NOS 8&CDL08 XV-XVII

seu k m a &se toda a tmra de& --da h pastes


e teraaa & -'O.
Assim todo o espaço em tomo da e&de miava piaOWo
de pastel e trigo, sendo esta c m s i & W a a principal h r de ~
produç&o da da. F'rutuoso, cerca de I azm mai8 tarde con-
firma essa situação, sendo de9oiip comhorado por doctimeato
de 164Q ".
M I M , a i i h a p r o d u z i a 1 3 8 u 8 ~ ã e t r i g o qd o m a i s
d e ~ ( 7 7 0 5 ~ o s ) d a ~ ~ ~ a R t b & a
Grande e Pmta Delgada, situ- ã-,pn&&o secundhia
a ~ W d i a ~ b F ~ c a n 2 3 8 0 m & s , V i i a
FranadoCampocoan1235eoN~cm~sl2Zl
moios. As* a área dcmhmte d d a cultura situava-se prb
x h o ao pmh de Ponta Delgada+ A data o principal porto
do &cio micaelense.
A ilha Terceira é referida em todas as fmtes narrativas
caano una das principais Was de produção de meai do aqui-
pbiago, de tal modo que em 1527 Francisco &vares atribui-lhe
o &#o & m& do trigo*. No rn &o se refere
A n U Cordeiro quando afirma que esta ilha em tempos
recuados deu quasi o mesmo que Sõio WguebU.
As restantes ilhas encontram-se nwna situação secudárh
mas, mesmo assjm, ctnn um excedente & poduç5o cmfor-
tAvel, capaz de manter activo o cm&cio l d e miemo. Assim
sucde coan a ilha Graciosa, onde a produção de trigo e cevada
a c e d e ao das mais ilhas* H. Esta situação p9eade-m com

B.P.U.D., CPD. :L 4 de Registo, n.° 2. fd. Bv., c&tulo de u m


c a r t a ~ ~ d o t a l h o d a c a r n e , p h k d o n o A ~ d o ~ A ~ @ ~ ,
A.mr p. 5s.
11 m n c ida*
f
l [...I, Chicago, 1972, p. gS: Gaspar
Saudades da T m ,W ,Md. II, p. 23.
12 V e m iiifwmapdo, 2.' m,cap. N,cii. por V. M. Godinho,
Qp. eit., VOI. m, p. m.
Hist6rbo Irigukmo, ed. facsimiIada cBe lm, p
u A. Cadeb, I I W Imüana, p. 435.
as cmdiç6es fztvorhveis da f o m ç 5 0 geogrifica desta ilha.
Quanto às restantes, Valenth Fernandes e J a n Alphonse
referem a abundrlncia de cereais, enquanto Gaspar Fkubuoso
na descrição que faz das divemas iihs alude As ilhas de
S. Jorge e Pico como terras de pouco pão, ao Faial c m
co&ebta de muito trigo, As Flores c m o autosuficimte e 1
Graciosa e Corvo cano terras de pão *.
A hhtoriqgdia quinhentista é unhíme em afirmar a
elevada fertilidade do solo açoriano. Destes o mais mdelar
B o h t a de Fruhoso que nos ã i conta, de modo exaustivo,
das diversas formas de actividade econhnica do arquipelago,
tendo em m t a a actuação dos factores de p d u ~ ã o & ~te~ .
aubr traça-nos, de modo clarividente, a situação ala economia
awriana na dkada de 80. Na deswição das diversas ilhas
que cmqõean o mquipelago açoriano salienk que o solo
açoriano, de um maio g d , apradava-se apto v a d t u m
do trigo, quer pela sua f o m ç ã o geográfica, quer pda sua
fertilidade que tornava desneceadrio o uso de arrokiaii de
pousio 17. Assim conclui. que as ilhas dos Açores a ã o tão abun-
dantes de pão, que logo no principio do seu deobrimento
dava cada moi0 de kma semeada de trigo ou cevala quarenta
ou cinquenta e sessenta moios e, ainda muitas vezes, recolhem
os lavradores de um aisueire de semeadura vinte e trinta, 'B
Depois, na dmrição de cada Ua destaca a fedidade das
ilhas de Santa Maria e S. Miguel dizendo, quanto h primeira:
h i a - s e um moio de brm c m írinta e cinco at& quarenta
alqueires de bjigo, e não sofre tanta semente como as oukras
ilhas, porque C de muita criação, e aoham-se p5s de trigo de

1s SacMes Terra, L."Vi,pp. 23%, 287, W,ZWm, M,338-339,


M, 348, 560352; V. M. Godinho, op. cit., vol. EI,pp. 237-238 e 242.
Notese que em 1506 Valentim Fernandes refere para o Faial apenas a
criação de gada (vide V. M. Godinho, W., p. 238).
'6 m s da T e m , L." HI, IV (2 pois.), VI.
17 Ibid., L.° IlI,pp. 988 e 68; LI LV, p. 17; L.' VI, p. Z3.
18 Ibid., L.O Vi, p. 4.
A QfWSTAO CEREALZFERA NOS WORBls NOS 8-OH XY-=I

,lãmgrh que d& c& e dez, cento e vink wigas; e o comum

-
4aqdtis que bem miam, são cinquenta e sesente, dez, quinze,
*te, bink, quarenta, w. Quanto h ilha de S. M i g d destaca
i elevada feMlidade do do, de tal m d o que não necessita
& podo, pois as m a s &o abw&.&simo fruto, maior-
mente no princípio do seu descobrimento, m que M o
...
%%I vigor e força 3, referindo m& &i#&, um Mom
da vila da KMxa Grande, s em a & a ~imiha partes desta
t
E-'
ilha, r w n d i a a terra a sessenta apdys por moi0 de -o,
e o mema de cevada; e tão h&, e @a&wa o gão, que
&& ceifões segavam trezentos feixes ao dia. e cada feixe
dava iun alqueire de trigo .., ".
Estas observações são confir-
madas por fiei A. de Monte Alverne, que refere produzir,
m>s Fenais, uan m i o de tama 60 de trigo, tendese encwi-
m o aí *um pé de trigo que tinha 107 espigaa.
Deste modo temos que a média de produtividade do trigo
mcbva entre 15 a 5% mentes, &ra houvesse anos com
refehcias elevadissimas e exageradas. Este n k o B comi-
derado devado se tivermas em coata que na medievaiidade
Wdental este oscilava entre 3 e 4 m t e s , nunca excedendo
".
em anos de boa colheita as 10 sementes Identica situação
w m v a wn Portugal, onde a média rondava estes níimeros
rbpeibas se encontrando valor &s nas terras do mosteiro
&B Alcdaw ( c m 8 a 13 semenbs) e na m o de Bararam
lwm 8 sementes) ".
.I Ao darPi<rs crédito is o b w a ç b de Gaspar Frutumo
&manos nestas ilhas uma produção indgar, que e x d os
- h b s até então vigentes na ecaaicda agrária europeia.

'9 w..
L." m, g. m, co~roboradopor qw refeie
@Waaicada r grão de trigo 100 a 110 UM#&fu IirwdaM, p. 108).
,rr IMd.. L" IV, vol. 11, pp. 17 e 9.
P ~~da P m i f l c i a de S. João -vd. II, p. 16.
9: a Hidbrirr AgmtIo de oddwa -&oI -, 1974:

,
c

,Qe S)ubs, L'lrcomnie d 8t lu *


ra8digtrcùC...I,Paris,l~,vol.I.gp.l~lsl.
dep c a p w w s &m 1-'

Op. &.. pp. 4860.


ALBERTO VIEIRA

A abbaçiio e a n que este e o- autores quinhewtas


(Zurara, V. Fernandes) referem a elevada ~odutivkladedo
d r í a s ~ ~ e a m ~ i s m ~ g u n n e a i t o a f
situaçih d d t a s . Tudo seria ~poessivelna terra rica e virgem,
d e o trigo &escia facihnate.
O encontrava nestas pwagns, por explorar, a
wlução adequada para a degrada-, cada vez maior, do solo
c m ~ l a& , ter experimentado a aduhgem do solo, o
variada sistema de afolãaariento e rotação de culturas. Este
ora conquishdo produzia quantidades elevadas de cereal,
sem m i s a r do pwisio, pelo que uma área reduzida era capaz
de prdmir sarna igual a uma vasta extensão na Europa.
A cultura do cereal, nmtas paragms, fazia-se no solo
apropriado e numa faixa reduzida de terreno, ficando as rw-
tantes cs- de arvoredo a aguardar um melhor dianen-
sionamento da politia de amdeias. Mas cedo este wlo se
esgotava, como d t a d o 'de m a explcração htmsiva, s e m
a necessh'ia fertilização do solo por meio do estrume, tremoço
ou pOUgio. Assim &eu na ilha de S. M@ud a pmtir de
pkdgios do & d o XVI, a g r a v d wn d i m do mesnm,
ã8oulo.
O i i 6 v e l d e ~ o d u i i v i d a d e ~ p a m 6 w i 7I,*-:
necmilrio morrex ao tr-o e fava como fertikantma.
Ga- Fmtuoewi, escr#& na -da de 80, salienta que
em S. W g d as temas -ma nalo repndem com tanta abun-
&mia mno WW, eaqumh nas Rores refere que daraan
k m nntitm.$er%ibs m a s , mas jh agora são mui fracas
e l&m&s dm WmW, e! Mo i k aparece mais que a pedra =.

F A Agmtbh de Monte Aivem?, op. cü.,d. 11, p. 116. Vide J a b


Gusmsto Vmmmdos Franco,tEvoiução da dtura do trigo em S. MiguQ,
Subsídios para o m =tudoa. in lhietitn da Gmissáo Reg* dos
Cemais üos *ã. a' 6 (IW), gp. 534. A quebra da produção deve-se
hmMm ao da alforra, vide Gaspar F'mchow, op. cit.,
L.' IV, VOI. u. cap. XCL
25 Op.Cjt.,L.'IV, vd.H , p . 11; L.'Vi, mp. XLVIX.
A QUESTAO CERE&!FERA NOS AÇ!QRWS NOS S W U L O B XV-XVII

ipim do skuio XVI a mconbmm queilqum


fwl'ta de tirigo nas anfes se man- a
de 1608 o trigo foi
do A esterilidade que m manteve p m aiguns
o os moradores si -c roZãoa. A situação
partir de 1532 m m os Wzoer do -0tarnento
ar. sentido de modo d e h t a na ilha Terceira:
iiha Tmey-ra estam tam ilewssytada de bygo

merem p m ban que par isso nom hsuri

F. Dnunmmid, Anuis da Ilha %eiru, vol. I, p. i!B.


rendhentre40ei80

d a n a c e r c a d e 5 ~ ~kivemnwemcwitaque
~,
eire de terra na CandeMa (S. Migud) era feita por

1 8 o naolo de terra dava I5 mbios de a o na ilha de


Cordeiro, op. &., p. 107). Na iIha darr flores o rnoio

da R. Gii. O Arqui-a i
h A w s &c, XVII,

W&tuosa, op. &., L." W ,d.H,p, a-


de morrer, ~L&QEI ha couszis ca na terra com que se mmham
este pouco tempo que falecer. isto Senhm causou nwn
a= boa porque em terra de um moyo de seaneadum
semeou mey~e meio em que se lançou h terra quinhezitw
~ i e
no~rúlr'de-o do que se cushumva lançar, isto c a m esta
mbgba W g o que ma ha e tam- mearam-se mais
temas da que numa se semearm e segundo ha erifommçam
que t d u em k i a s &s ilhas dos Aç- ha isto sailvo a
flha '%&Wta Maria que dyzem ter o trygo que Lhe he nece-
-o ,.&*, D&e 'modo estava compramekido o fornecimento
das &mna&ts &s novas dkitas, isto é, entre A M e
,
Em meadori do século XVI a htituação agrava-se cam a
* --O; -1 de 1552 todo o muiflago
padetkw de fm&A pqhikaçiia &S. MigueI, Faia1 S. Jorge
amutbou-s&, riti~atadwe emtm a saída ilimitada de wred
para extmkção, rw das m d a a do reino. Deste modo ean
princípios de 1552 c~~ aas intençks de Afonso Capiquo,
que vinha bmcar o dhheiro das kendas, pois como reíeirem
-tas ~ anno aja muita necessidade de kigm e seja
i i b este
mais caro h que muitos anixrs ,..w ". Ehtretanto as momdoreri
& S. Miguel queixavam-se ao monarca da actividade espe-
culativa dos serrhúrim, que procurando tirar maior lucro das
suas rendsis as eqmrhvam para fora, de modo que e& ficava
aem muiQ necessidade e no mvenio vem a valer muito e por
lhe G o ir de fora falta hs vezess, pelo que propõem a Sua
MajeJtade a obrigatmiedade de deixarem na ilha % da colheita,
no entanto, o aIvarfi rbgio 8- dekmhou Vq. Idhtica

a Arquivo Ma- da Tosre do TwnIm, Corpo C d w , parte 1.


map 48, n.° 98, Angra, 22 de Abril de m, carta de Pwo h do Canto,
piblicatia in Awpivo àos Açores, 1; pp. IIB119.
CP. nota 8.
A.N.T.T., Corpo Cmd&&o. parte II,maço 81, n." 151, Angra. 16 de
~ d e ~ . ~ d o ~ ~ d o s ~ , p u b l i c a d a i n A ~ o o
-S. TV, p. 64.
" Ve$a-rie Maria MLnpia da Roeha Cifl, op. d., p. ZM.
si&wqão se passava na Praia (Terceira), onde a vereação
d d s l d a pelos grandes produtmes &e k i g o permitia a elopor-
kçáo de 4 000 moios e aumentava o- 8eu ,m, docando a
poipulação numa situação de face disb o corre-
g m h &ara o encexxaments do m e pmibira a snida
de qualquer trigo. mas a vereaçb kwda a-u junto do
monarca tendo legitianidade a sua pwi@o3.
A primeira metade do &do XVí 6 assim mamada wr
aukm mmlipi de prcrduçãú, que w cmn um hter-
mlo aproxirmado de 20 anos (1508, 1532, k552), em que se
denota os reflexos do esgotamento do solo. Esta situacão,
brm-se evidente m S. Miguel na dkada de 70 e 1PO e na
%meira em finais do skulo XVI %.
rb conjuntura que se esboça a partir & 1570 até c e m de
1M0 C pautada por 25 mos de penitiriÃ, c m especial realce
pam a ilha Terceira e S. Jorge. Na primeira a situação
agmvti-se a partir da d4cada de 80, me& do assaldo fiIipino.
Esta ilrha nunca atingiu at& 1600 u m situaç&o& estabilidade,
pab que as situaçib de pentkia sendo d e m a d a s suce-
d i m e c m um i a m a l o de 2 a 3 anos Na iiha de S.Miguel
neste ,espaço de tmwo =nas s u r g a n duas crises espaçadas
de 11 ma (1562, 1573).
Que factores conduzam a esia diferente evolução da m-
j m t w cereaiífera nas chias h?
E!& diversidade surgenos como resultado de uma poli-
tica & deenvolvimentu, diversificada e orientada para rmos,
igwhmte diversos, abra, par v- se a-tem simi-
h $ . A T m i r a passarh, a partir dei primeira metade do
s k d b ?M,a apwmhr-se c m o o principal entreposto do
M n h , a universal escaia do mar poenb, segundo Fru-
".
tmm Desk mado a cidade de Angra e o seu porto atraira'm

3f V e M e nota B;Maria Olímpia da Rocha Gil, op. d.,pp. 284-28ü.


I V-wnãagalhães GodlnIw, op. cit., H,pp. 237-228,
a IAnw de &se cerealífera: 1510-n, 157&78, IW-85, W90.

i .' VI, pp. 2íB e 223,


36 Gaspar Fhlctum,op. cit., L
e caaialiwiram todo o esforço terceirmse, que abandana a dura
labuta da &ma para se d e d h r ao c d r c i a retalliistan.
AMs, soluções ee deparavam para uma regiao ctww
a -, mde as arroteias são pouco abundantes (Angra,
S. WM&&, Raia), em que o seu alargamento, numa ws-
p e c h de retmbaibãidãde, tmna impsfvel. S. Migud, ao con-
br&rio, d e ~ & uma vasb área de k r m o fbrtil e par
rhhdvm. N o U u o do seu pmoammto, o colono fixou-se,
hiwada M primeiras arr- em zonas ricas W W a
, W a %ma do Campo, Pmta Delgada), onde as
c d W 4 ~mm i h d a n b , d o necessitando de alargh-las.
m, M e , ~úm o esmbmenta de algumas destas
m W s e own o mme&t 'mã-a campesina a área
&B &x@, s&ma prwam incessante do solo f 6 d .
~ ~ 0 ~ ~ ~
~ X V l , & m m h q u eem finais do &ulo se havia atin-
gkb o dzim de aproveitamento do solo. c m % do total
da &a da IlhaB.
A i h Terceira &va destinada a ser um grande centro
de c m h i o e do M k o inkmcional atlântico, enquanh n
iiha de S. m e l se afirmava como a área agrícola, por
excelhcia, do arqwlago, onde o trigo medrava lado a lado
c m o pastel. NBo obstante o apaio fornecido pelas ilhas de
Floipes e Corvo, condicimmtes & ordm geográfica t r a ç a m
esse mmo; de um iado uma iiha extensa com vastas áreas
propicias h cultura do c&, do ouko uma $rea ~ i a nfracas
g o s i i b i k h b agrícolas, mas disfrutamio de urna posiç5ío =&a-
-, A ecmwlia açoriam estruQurar-se-&,a partir da pri-
meira mtade do &ulo XVi, sob o signo desta aãnlrihcl,
dmido origem a duas k a s de actividade ecoaiwca domi-
a, epn torno das q u i s se p o s i c h m as regiões periféricas
(-1 -
R YIde Padre Maibaâo, P h k Awrmse. citado por Héicier Lima.
op. d..gp. 1ã-m.
a Gasgar Fnictm, op. cit., L." W , vol. Ii, cap. LJ.
A Q-TBO CEREAL!- NOS Am- NUB B m O S XV-XVII

qu.r* wmirm atribuir-se esta viragerii m d u ç ã o cerealífera

Na-h se tivemos ew conta da população para


os smm de 1567 e 1587 podam%
B&& significativa no natural nmy

quinhentista, com a afirmaçrio das k w ~ ~ ~ o%. I ~ t


A m SE passa passa S. Miguel c u n a &mm&o da área em
tmm do eixo de Ponta Delga&/Rl&a Grade e na ilha
T m a m a cidade de Angra &.
a de aigumas Areas do arquipélago
&--se f undanentalmmk a m a alteração na e8tru-
, a que n b 15 aiheio o seu posicic-
sia d i n h i c a econhica do mundo colonial atEniko.
lar importância na ilha Ter-
a de sector de actividade
ao sectar terciário.
o sector primário manter&a posição dominante,
a segundo plano o secundário e terci8no.
- e o com o rumo definido por wtaa duas Areas d d -
rt. paptir iie meados do &do XVI, t m m o s uma cm-
cerealífera assimktrica, deimoriitrativa dessa viragem.
esta data a iiha Terceira manter-se4 como uma
, que busca o seu provimento na Graciosa, esn
mesmo, eun S. Miguel, enquanto o solo micaelense
h m o área agrícola, pw' excelência, onde se
er o pastel, quer O m a l , Esta iíl- ilha &va
AtJaMco europeu,

. cEt., L."TV, v01 a,pp. W ;


Maria Olírnpia

nes, &Uma carta de D.Filip I sobre o clero

dktúriu E c & h e S W , n.* 1 (1ã78), gp. W.

137
tendo apenas a h q d i - i o a cultura rendosa do pastel, que
c m q t e h cam o cereal no sdo rnkaelense, a f ~ ~ como s e
mais r e n h *I. Deste modo a conjuntura cerealíferei defiaida
p m FMâéLic Mauro, &e 1570 e 1669 não põe em causa a
W, tão divulgada, de que ce Açores foram o celeiro de
Portugal e das praças de Africa, antes confirma e refarça
a ideia por 116s defendida de que o celeiro n5o se situava nos
Agores, am geral+ mas an S. Miguel, principal ilha produtora
de cered do arquwlago e, @ A m a t e , a que oferece rneihores
cmdições de extensão s solo para a Merida dtma A anA-
lise da conjuntura cereaiífera, pelo menos, o especifica
SeaBo vejamos, na ilha de S. m e l as situações & crise
cerealífera são rmaa e espaçadas, sendo na sua mai& curtas
e mwitanRs da actua&^ de ftl-ts masi& (temp&ades) ;
a d m wcdeu em lm, am que im f& temporal destruiu
M a s as -". Ainda no &do XVI tivemos outra
de & em ~ - U I que & obrigou h importação de
cmxtis*, Es4 sitw&e foi d d t a como sendo resulbnte
da cmmmhck do pastel, que tendia a substituir o trigo,
memb da tendência i am dedm Areas para a rnomxikura.
Mas a W m h m não o p e m i b , iama vez que o trigo, ennbora

41 G ~ ~ 0 ~ ( 1 , a p . c 2 t . , L . ~ T V . c a g . L M , p p . 5 1Dmiãode
55:
~ C h ~ d o ~ ~ f w ~ n , e d . 1 9 0 6 . e a p . ~ , p . % 5 .
41 W e o nossa estudo d comQ.cfo de cereais dos A - para a
Mdeha no séc. nVIL, aprembdo no W W o 0s Açores e o AbV1nüco
XV-XVII (m, 1983).
13 La Porbugu? eí l'tlblantiqw. pp. 3 1 M 7 : cf. Maria OIimpia da Rocha
Gii, d porto de Pmta hlgada ... no A.XWb. in Do Tmpo e da H i s t h .
VOI. m, m, p. 108.
4 Frei &&hho de Monte A I m e , op. &.. vol. m,p. IgB.
* O && governador dizia em 8 de Agosto de m: desta ihM
pwco piio este ano como o passado segundo dkm t d a a oei nakiraes:
se há alguma vantagem (que quanto a mym não hé pequena) h5 na bondade
de kiga o do pwmio foy a maior parte dele muih sujo. de modo
qae em muito quebmvs a quarta parte e outfo era ta5 h a d o das
hque não avya qiiem o c;- ... (AN.T.T., C- ,C
-
~I.mgo15.nP86,pihl.LQIQicioodos~~,II.p.~.
1, A QUESTAO C ~ E A L I ~ RN AM AQOREIB NOS SmIJMiB XV-XVII

WsMerado uma cultura de inferiw mtabilidade, tornava-se


-e necessário para a definiçgo e afirmação desta área M.
Desde 1591 atk 1640 manter-s& um hiah prolongado em
q ~ %não 4 refereaidada qualquer crise, situando-se a falta
W ano e m o resulkn8kda desarticula@o vigente entre os
Zfnkmsses da aristocracia cikadina, proprietária e ligada ao
cMhércio de exportação de cmeais e o necesciMri prwimento
d&ipapulaçáo da ilha. As mdidas proteccionistas com o conti-
j@nhento wi proibição de saída de trigo. O exame de trigo
era relegado p m a segundo plano, ou esquecido, de modo a
fWilitar-se o cm&rcio rendoso do cereal O. W n t e em 1677
&ma falta & h r A de wma dhhiçilo da W u $ ã o , Meren-
W como metade do ano anterior e, isto de tal modo. *que
hera tam UM) que corria risco o sustentar-se esta ilhm4.
A situação de extrema midria e f m e agrava-se a partir dos
&os 40 do skulo XVII, conduzindo 2i amotinação do povo
faminto. A s s h sucedeu em 1643, 1647 e 169549. Na primeira
@ta o povo viu-se forçado a barrar a a c ç h eespeculativa dos
e a d o m cmckmetidos com o cumércio de cereai, hpe-
&do o embarque de uma caravela c m trigo, quando t o não
#&avZo na cidade venda para m e r e s a n e m %. Em 1590
9 : p o pbre de S. Plliguel, oriundo das Areas rurais revoltei-se
a aristocracia e a burguesia sediadas em Ponta Del-

pnrxa Veja-se ibid.


Assim s u c e d d e m 164344, 1647, lm, lgsa, 1W-98, 1M. Veja-se:
D., OPD, Liemi de AcorMos, n." fl, Vereaçh de 27 de Abril
foi. 1W-1& ,: ibid., n." 56, vereaçEo de 16 de Sehnbro de 1m
.: fbid., n.* 56, vereação de i3 de Agosto de I a , fol. 1mIOaP.;
w ç 5 o de 21 de Março de 16%, fd.lal10: Urbano de Mendonça
d W u ãe Nosses Av&, Vila F m do Cmm, 1944, N,pp. 138-140;
WD, Limo de AcoMos, n." Sl, vereaç50 de 1 de Outubro
; n.' 51, m a c ã o de 7 de Setembro de 1843, fol. 153;
1m.Ibid.,
vereação de M de S e h n h de 1988, foi. 78v.; ibid., vereaçãio
osto de X92: foi. IOZl(Mv.; M:.vereação de Zt de Março de

., n." 53, vereago de 21 de Ag& de 16T7, fols. 1Mv.-189v.

139
gaüa, Ribiia Grande, Vila F'ranca h Campo, I o r ç a n d m a p8r
cobro ao ccaércio especuiatiw) e ao preço elevado do pão
A falta de cereais em S. Miguel, a partir de meados do
s&ulo XCrII, surge, acima de M o , coano c m s q u h c i a dos
maus ma agrícolas e da acção -uiativa da aristmracia
e classe mercantil micaelense, empenhados no d r c i o do
cessal e que deünhaan f& influência nas vereações das três
dildades, e nunca resultado de u m a quebra da prduçáo
cerealífera. Pais os poucos M o s que dispamos para o perido
de 1640 a 1880 comprovam essa teadhciaa.
Se tivemos em conta o trigo da redízima do conde dma-
M o de S. Miguel, a partir de 1685, notammos a tendkcia
ascadente, evidenciada em 1693 e 1698, surgindo bons anos

~ V O Ultramarnio, AWS. c a 1607-1740, doe. 27,


vem- de 7 de Fweeeiro de 1648, citado por Mder Lima, op. c&,
m.S S 1 a e M, veja-se pp. 22l-% -te com naaria Oiímpia da
h h a &I +cü.. pp. 2#2@7; B.PAP.D., CPD, tiwa de AcmdI%os, n.° 51,
ap.
de Zi de AbdJ de lM7. Iolã l%v.-17h. Nas ve.reaçíks da Câmara
d e ~ ~ , ~ ~ a i d o & r e o m o t i m d o p o ~ o d e ~ d o C á
mira a -d&dade em a de l h r p de E&, veja-se B.P.A.P.D.,
(JPD, ,nP f& -1W (em anexo n.* m. Frei Mostbho de Monte
Ai- fm detmt em op. cü.. d.IX, pp. 4 3m veja-se
7
Maria -pia da IPBeha Gil, op. &., pp. 1199500; Bmmãim J. de Senna
Frei-, -~Wfdb âa 3&W&a do Canto. Breve Noticia da
recIusão do C d e Qm&, Furtado de Mendonça. aùnirante
da annada r d , no da &a Tem*, in Revisfo M k h a e h .
ano a (Ia@, :n 8, pp, m. %te que &u infor-
m a m spbre o m&im na M k e i h m Histórica do desembargador Vicmh
J&F&daCoaffaeM&-&Vilam,LeZ fd. ia.
9 Citado por B 5 h h uma, op. cid., pp. M .
SWeja-rie Maria O W p h da Racha Gii, op. cib., pp. 29B3W-
3 Para&eped~apmas~hdka~da@cãoemIWO,
i3 800 d o s : I a . 14 fi48 molos e 1ü#, 1880 d o r i . No enhnb. h falta de
m e indicação, estes dados dãem uma ideia do qi- iiretendenha
afirmar.
A QUWTAO WEALfBLERA NOS #@$!I Bm2'm.W XV-IR?I

I
mmor infTuh&j
e do &culo X W Z G

*B% face da an&Nsedestes &eras supraci.tado~


ique o índice de c r e s c b t o fie apresenta w*.
wtes c a n os da gcipulCç80 termos que o ritmo
elevado que! O
r mwimmto der

6% a explmação dos recurso&natitrais manter-se-á por


~ . & u l o m.
infoma~ãode 1874, a ilha de S. Migue1 -umia
nos
ean
lgw a prdução orçava em 17 000 m6ios sobejam
No'*kanto
moi#* a i h

bs publicados por Maria Olimpia da Rocha Gil, aOs Açmes


do Atlântico nos finais do &ulo XWJ (EWIT00}, in Ap.quip~lago
nlmanas), n."especial, 1983, pp. 149 e LS1.
w a população veja-se Maria Olimpia da Rocha Gil, O Ar~tii-
no séc. XVII, p. 3i9. Para a avaliação do consumo
P m t a que a mMa de ronsumo anual por c a w 6 de 20
mais % de menores consumindo apnas 10 &h.
fdta M b ppb&ms c o k i b . Rdtrtmm eiinda nove meses
até que apamcme pão nwo e as &xw&&as estavam A m,
@o, que s trigo deveria mwwrhmnte faltar. O povo
~~-secdraopreçoexcesriiwpmqwsevendiao~,
que d h de ser mau era issutichte para as m c e s s i d h
cm@ntes=.
Nuna deduçlio do brigo consuddo mudmmk entre 1587
el~Wsuma~aneialoe1cilaeteenitreos800e12[K#I
moios, que c&ontdo com a m a de praiuç2Io resulta m a
&fm%ad v e i d r e 4 000 e 5 000 mada.
W e c i d a a cmjuntura micadenw vejamos a g m o que
9e passava no mesmo período na ilha Terceira e mtantes
ilhas do arq-iago.
.Na Terceira as tr&s úitimeis ãécadas da c e n e i a de
qU&a as
-e como wn perf& agitado, marcaito
pe!a constante e crónica falta de cereais. Assim neste hkr-
v& de 30 mos h4 12 anos de fume sucedadese em gwupct~
~ ~ ~ ~ ~ @ a m i o m ~ a l o d e 2 a 6 a n t w ~ . A ~ l i ~ ç
em 1571 e 15'id m u i h habitantes tendo.
@a9. E58 década de 80 c m a clontwhda
wblba da ilha, a situaçso de carência
e destruição das
da ilha com a
ocupada por I1 c-

78, 1585-85, I588-N

am m q I, fol.m., citado
Terc&a, I, pp. 16ü e 178:
a cWxW&aL-
~~Onuauava e p r isso as câmaras -aram
os- e#mmd,&mb*-i- que rn não e&rahiasem
nse B ta2
para ~ ~ ~ ' W W H B W LY r M d a d e e f a h de p b ,
g u e s e d o W&lrqswmpa,- e sereceia que os powri
thmwmm a &mm&.rw;
~ ~ ~ a g . e f C . , 9 g p . B n e
de M a Ebbkm de Matm rePmMo os iuconveaiates para a agri-
culkirah-domna-
( m a de 3 000 hmens) momb&m-se 1585 numa
respondem com os
nessAnios para a sushkagih &&-adores da terra,

m - a e de S. Miguel, wma vez que t&a


dhib se f-am boas couieitas ".
W4
-0 do referido quantitativo üe +g;riagsf-thva-se cumo
&trave ao comércio espemh&w# *ao que 0 raCt~1~011 61.
A aktuação agrava-se de tal m&, EW de 158545tiI
S@4e o m o do M o de trigo kipih %,*A falta de trigo e as
H& colheitas causam &rim prol,lemm a M a d h &afie2 de
-buru, encamegado do abastecBzne&o da gente de guerra
em N w d r o de 1588, se queixava da quebra do b i g o
tq@ 'todo o amuip4lago 63.
falta de cereal,
m e a ~no sque a situação mehorw a partir dos começos do
XWI, pois que num período de 43 anos não teanos notfcia
Pdh de trigo na iiha H. Só no p r í d o de 1841-1649 a iiha

de I@, memoriai da &tira. publicado in Arquim doa

dos Açores H,pp. 109-111; ibid., parte I, maço P1,doe. %?SE,


de &@&I de I%, carta da câmara ao arquiduque &h,
in Arquivo dos Acores. II, pp. I U - r n fbid., parte I, maço U%

de cmeais de Angra em 1.w moi-.


a-, purkIpw%%& &. it,8 de Agosto

.KHlea%üB7@em9m
Sim&mwpiW&mw A*, hajo m,
debatese, mais uma vez, com maus mos agrícolas, sendo
atam geral a estrelidade que fora cauza de morrer muita gente
a fome, Valeu-Ibes O smomo das partes do Norte da Europa,
pois que os moios trazidos da Graciosa, Pico e Faial, não
foram suficimtes para suprir as n&xssIdades a-
A concluir, na década & 90,M referêmk a dois mwnmtus
de crise (1681 e 1694), mas de pouco gravidade, itma VEZ que
em 1641 se abria una excepção para o envio de trigo &
Madeira 6y.
Das retantes ilhas do -0, a mais atingida foi a
de S. Jorge, d e desde inícios do últiano quartel do &c. XVi
se pressente umna situação de depauperamento provocada por
uma insuficiente produção. Esta ilha que a& meados do século
exportava os seus excedentes, passará a necessitar ile trigo
de fora e de proibir o exportação do pouco que m i a .
De& forma se tomava urgente a tmiada de medidas ade-
quadas, capazes de solucionaram o üdficit cereaiíiem, primeiro
m a proibição de saída (1576 e 15791, e, depois, coari a sua
importação do Faial e Graciosaa.

3. O abastado celeiro açoriano, de finais do &. XV e


pruicipios do XVI, apresentar-se-&,a par& de meados do

64 Para uma dsb da situam de 1HB-lgW. veja-se Maria Ollmpia


da Rmba Gil, O A- dos ao A.X V I I , pp. 2W292. Moú+se
que no perioào âe 1W a 1 - Frandaúo F d a Drummond (op. citit,,IJJ
não faz qualquer referência h faita de cereal, pelo que deduzimos ter sido
este um perlodo estável.
66 Coafome d d h m f i o das três câmaras reunidas a 3 de Junho de
i648 em S. SebasWo. Veja-se Frmckco Ferreira I)rummond,op. d.,II.
pp. 96 e S K l e Maria Olhpia da ibxha Gil, ibid.. p. 294.
R& Gii, ibid., pp. B3-a41 e 389.
1647 na câmara de Angra, o mercador
ir buscar a França o trigo que faltava,
P. podendo Pend&-lopor qualquer ~rgo.

Framho Ferreira Ilrumuand. op. #., 11,pg, a 4 e 217.

144
A QUlGgTXO CERB)AL!m% NOB NOS B-Ofl XV-XVU

@&sde@iodeumamW vez mais nume


mma, da um mereado lisboeta,
dos parcos excedentesr
w&r&%Ise iepor p o r h

Q solo e s W i e

* dimenkl d o quhr g- .o- F& .sikua~bde


da produção d e r a d w i u m dewdepaupera-
rendeiros, enquanto os - , mercê da sua
Uva, aumentavam os seus provdmm.
ente a definiçao & utnã poiitica cerealifma
ver os p r o b l m mais ingentes derivada desta
grodução, tentado evitar o desequjiíío entae a
e o ~ ~ tendo oenn conta,
, quer o dimeriPliona-
do c ~ c i especulativo,
o quer a necessidade de manu-
de teervas neces-s para o wnsumo local e provi-
'& naus da carreixa das fndias.
üca cereaiifera do meio açoriano não surge como
e inovadora no contata europeu, pois que em toda
s ~ s m ~ c ~ z i e u n i ~ a n x i c e r b s
chegam rio arquipélagon, $ cepto que a cada
ndia m a d ê m i a variada e matltifacekh,

e adaptações.

a,
uoso, op. ca., L." IY, p ' ~f .i se &em *que quarri
ue a terra dam. poique tiio barato o davam wi

0- da Rocha Gil, O At.qUigmcig0

Maum, op. c&, p. 80g. Nas C a & h fazia-se

-te, de h ida de M e em i55%


bos Atlm&os, n.* 95, lW9, gp. 4114a.
Sendo o argui-o açoriano definido, desde o Xnicio,
coano uma área de c m k i o de cereais d e a conjuntura
cereallfaa não se apresenta de modo linear, a r m v a
política dever8 ser enquadrada, de acordo, c a n este dinensi*
namato variado. Assim a preocupaçSo fundamentai das a u b
ridades locais e régias ir& de encontM i satisfação das
necessidades resultantes da carencia do arquifilago, do prwi-
menta das naus do reino e ao bato obriga%úriodas áreas
carentes (Meira, Norte & Africa). Deste modo o &mio
rendoso m v a - s e , quase impossível, a vigilancia, a regula-
mentação camtmte do seu movimento e preços lesavani a
cksse mercantil impelindo-os para a especulação e contra-
bando possíveis ".
A política cereaufem açoriana baseia-se, essencialmente,
em duas f m de actuação diferenciadas, mas complemen-
tares:
- c o n t r o l e / ~ e n t a ç ~ o / p r o i b i çdo
~ ocomércio e trans-
porte de cereais no mercado interno e externo;
- controle da produçfio e dos circuitos de reabastecimento
e ccrnservação do cereal, o trigo do exame.
De a c d o cmn o ciclo vegetativo do cereal e, mais propria-
mmk, o mo &cola (que decorre & Julho a Julho), verricis
esboçar-se uma aotuaçh variável e adaptada As diversas
etapas do caleadário agrida. ]Entre Julho e Agosto, com a
'colheita, faz-seo primeiro conWe & prdução, arrecadandese
a percentagem de trigo dos exames, que ficarA de reserva.
De Seknbro a Novembro carrega-se o provimento do saco de
trigo africano e a exporkação gossivel. Daf resultam as pri-

n Frédéric Mauro (op. cü., p 300). dA-nas conta das medidas da


administração local e real em face da conjuntura cerealífera, m a d o :
& sonl lw m e s m de prohibitim m de IiwatimlS de3 &W.
~ ~ t i o n o u d ~ r n b p r i i r , h ~ ~ ~ u ã e
des empnints mddpaux pour l'aehat de bi6 A l'enterieur. bmf ks
~ ~ ~ d e l a ~ u e d e s ~ .
ancelho e, d a

p o r ~ a c t u a ~ ~ ~ ~ d e ~ @ a e n
dos s w s elementos. Aí k h h m a ~ -E- b
& pcwo e dos @& -&Moa -rim e
mprometidos com o c&rdo de cem&*.
Iagb --
marto l d , h@wx a obrigatwkdade da reserva de 1/4 do
trigú -do,
As p f i W k a s dificuldades no a b ~ e i m e r t blocal da popu-
emno csonsequhda a m e c d r c i o inconkrolfivel,
a@aw&ig pela situação das senhorios que, vivendo fora das
iE&, Weito a cerca de 5 m i m de cereal por moio
de tem&, ma oei circuih exteriores, deixando a ilha e a
sw$ ~ ~ h ç %de6trigo Contra esta situação reclama
falta
o $di&&Mo &idas régias, Assim sucedeu em 1507,
em iflte $e d e n a a avabçãão anual do trigo necessário para
o pmvkenko da Wa Fm 1m na ilha Terceira, em face 'de
&e& p&&íkw &ewa da proibição da saida do cereal orde-
nam* ,@e a/4 dtl prcuiuçãci ficasse na ilha para consumo
loezil*i76,'&Waw%vigmosammb em 1571, a vereação de
S. S&M&W flem&w] -Mine esta medida c m adequada
pa*& p b temno h falta de cereal n.

#aqar FmAwo, cip, c&, L.' IY,n,citado por Maria Oiimpia da


b h a Gil, ibbà., p. m.
Lim 4 do Registo da amara de Ponta Delgada, fol. 47v., 26 de
J u h de 1W, CapikiIw do regimato sobre a exporhção do h i g o na ilha
de S. Miguel, publicado in Arquivo dos A ç m , LV, pp. 3243.
Francisco Ferreira Dnunmond, op. &., I, pp. WN.Esta medida
foi aplicada em S. -e1 em B@: fiei por bem e me p m que daqui em
diante fique da &hilha a q u e parte de todo o pão que quaiwuw
pessoas & quaiqua qualidade que sejam d a tiverem de sua renda para
se @ver de vender e repartfr pelo povo e isto pagando-se Bs tais pessoas
de quaiquer @i&tde que sejam nela de sua renda para se
haver Be vender e pim er isb pagandwse a tais pessoas
o@&dita~deintssQuia~.~ilm~aquevaternatme
& lhe pagando no dib Wqm o po&+r& Jivmente tirar sem ihe nisso
ser gosta diivicia n a im-ento aJgu$ ..A, p u b M o por Francisco
C a r h da Costa, *Reservas de trigo m ilha de S. Wliguela, in Boletim
da Cvmbsüo Elenüabm h s Ce- do AtquWago dos A m s , n.O 31-32,
pp. 155-156. Saliente-se que Fr&& Rbziuni top. &., p. 310), situa em 1577
a aplica* desta medida na reimida a.
n F r é ü e Mamo, op. c#., p. 318. Se eLsta medida se aplicava h&
Xl anos knm o seu inido em 1%. no entanto nesta data não tem#
qualquer dcammto que a- a sua -
, apenas em 1501 se oPdena
a avaliação do trigo de reserva e em aparece na ilha Terceira.
A WMTm cERmLíFEEL4 Z í O a r M m m m SmTiLIIB m-Xvn

na Terceira, maa ean 1MI &nua* cita


WE a sua eqmt@ioI de assegurado
~ . B l l 1 . 6 M o ~ ~ ~ ~ s
d u V ~ o a ~ ~ d u i z 4 g o n ~
e &çgo, p e m W b s e a e ~ ç S doa
o
. A

d o & X V i w i a n o ~ ~ t e ~ d e p m
d a ~ T ~ ~ a #~ 0 , ~ ~ e
t r i g o n ~ p s a t á u ~ d e h g r a

pela -çrro, -, de
camhhoa 'do comdho axn g u m b para isso

. <:,z ;: obr ..n,-.i.i.i.*'d . - '

. C#., m.~ ~ ~ ~ ? .!L:-


R T' o:?'W J
~~
;:
, ~ m U ' & OHIirrpia
.*,'; 8
a
fi,?

149.
nome&@". &mo fama &'ressalvar o fomecimento ao con-
celho - 4
- os toale- a deixarem a quarta
parte, a xmm dw m a p i o , Em momentos de e&-
ne@e~sWe esse &cio ahva inhdib, r6 se permitindo
o .trdpmte de algum para Angra, .&o sucedeu em I570 e
15T4 &. Nos mos de grande falta (a 1570, 1574, 1589 e 159l)
a*--se o siskna de c d m l e e vigilbcia de m d o a evitar
a saída de qualquer trigo, alargando-se- esta proibição ao trigo
das rendas, pois havia muitos senhorios de Angra e da Praia 85.
Ao infractor eaan impostas pesadas penas que implicavam a
perda do cereal, dos meios de transporte e o degredo para
Africa
Definida a proibição do cereal e a regulamentação da
e e a ç ã o mediante licença ccunarMa poderia pensar-se que
os problemas e s t a m resolvidos, sendo assegurado o normal
abasteci&, mas assim não sucede pois que a vereação
minada peIm itetesses dos memadores e senhorios contra-
riava as s w p ow rs e ordenanças, autorizando a saida de
i
trigo m. Quando esta influhcia n50 funcionava, o mercador
fugia A apertada vigilancia doa caniahos e porta, exportando
trigo s a autorização
A efideia das medidas proibitivas dependia da actuação
da vereziçãw, dos guardas da aifhdega e de vigiIincia da zona
costeira, das represhs ou cmçito exercidas sobre os infrac-
tores. Fd, tendo em conta esta situação que, a partir do

S) B W o W a Pública e Arquiva de Angra do Heroismo (citado por

B.P.a.AH.), V e r e w s & S. se^^, 1573-1574, s./d., fds. 160v.-187.


M ,Wi%ET4. verea* de 19 de Julho de 1570, fd. 10; ibM..
E%IBid. vereação de 7 de Agosto de 1574, fd. 1 4 4 ~ .
85 Jbiü., i670-1Sn,vereaw de 16n,s./d., Id. J22v-
IW., B7WlS7i, vereação de B de Jultao de 157'1. foi. I*.
" W., lmIWi, vereaçh de 25 de J d h de 15n. foI. 143v. tbid.,
15'7%1574, wre&o üe % ! de Agosto de 1591,fob. l5v.-16.
a Ml., 157a1574, vmeaçh de 19 de J u h de 15N,rol. 3.
A QOBI~TAOCEREALIFERA NOS

&e. XKEV W a a pocstura vem


4% pw3das penas".

necessiirio para a smmteka. Assim, se em


16-48se proibia a saida de trigo a s As próximas

o, antes h m?s de M a i ~ o - ~ .

infraetoi: ra pena da perPla do cereal,


a 30 diõs & Q&&, pamasdo, em 1W
B.PA.PJ), CPD, n.' 49, -60 de

.' 49,fol. 4Mh., publ. em m&e, d? 1: W ,nP 49, vemafio


de lm, foi. W ;M,n,* de 7 de Julho de

C h a m d e P o n t e i ~ & ~ ~ e ~ & l M ;
s, XIY, pp. idl-M,ptma
da dita -ara de 7 de

produçh e, ~~~o o seu comércio,

151
~ ~ da iaiefkhcia
~ deitas medidas
e proibitivas,
s as
autoridades locais hpelidas, muitas vezes, pela pressão do
gmpo mercantil viram-se forçadas a bmr medidas não tão
vexaWacr, mas capazes de resolwmn as dificuldades de pvi-
mento 1-1; da proibição passa-se ao coaitrole do c d r c i o e
qmrkçgo. As saidas smão c m t r o pia ~ vereação, rneüiante
passagem da n-shia licença para exportação. Esta medida
praumva coibir o co&rcio üemganizado do c m a i e o seu
mta'abaIido. Assim m~15% a &&Iade de Vila F'ranca do
k w (S.Miguei) ordenava que d a a saida de trigo fosse
feita mediante aubrizaç~osua, reccwimdmdo que se fizesse
uma porta para o guhdask c m duas chaves apara que não
carrqpsse o dito -o sem ordeamn. Entretarh em 1604,
em S. Wbeistãão - (Terceira), -te comércio seguia os mesmos
t r M k e s , existindo um emmegado de vigiar as saídas 93.
Todo o c d r d o de trigo passava para o controle da
v&eaçáu; era esta quem antorizava o mercador a comprar
o trigo aos senhorias e comedia a Licença para a sua expor-
".
tação Todo o mercador que desejasse exportar trigo deveria
solicitar a necashia autorimção ii vereação, de modo a que
esta pulesse- p a i - a sitwqão e acautelar o provimento
lm& amaí&&eb cmdta a mx&e'Wgraneis de trigo e&-
h t m rn e w e e k&noBJ, De mÓdo a poder-se controlar esta
pmdurk, 'a8 -as de Vifa Franca do Campo, Ribeira Grande
e Pmta D@gada definiram individualmente, mdidas de
guarda e puniçk pesadas aos irifrmtmes. Assim em Pmta
mgada temus reommdaçõea cmstantes aos guardas do porta,

* U r k ãe Mendonm Dias, A Vila, n." 18, p. 83.


93 O h p i a da R& Gil, O A r q m o doa Aço~esno sdc. XVII,
p. 290.
H B.P.A.F.D., CPD, ri.'%, v&ei@o de 7 de híafço de 1883, foi.
ibid., n." 52, vem- de 11 de Outubro de lâM, foi. 69v.; iãiü., n." 50,
de B de J d h de IMO, foL W W . : g W . , n.° 50, v e r e a ~ o
de 1 de Setenrbro de 1840, i& 41v.42~.
Ibid., n/ 59, mmm$a de 18 de Agosto de 1.677, fd. 18'7: IbBd., na049,
vereação de 4 & Agoc9to de 1685, fol. 49,
A QUEBTLO t 2 M - m N M A C Q m NOB 881CULOH XV-XVII

a saida de trigo

J Na i,iha Terceira, zona c a r h kk,dwwi?&i, a regdamen-

mdo, por diversas vezes, wian acesa


~~. Medo-se h e
da ilha, para a h de terem c o n & h r & b zmm -to asente
a proibi~hde saída, d o alkiica~~tm &B@M&O de controlar o
pouco meai de exportação. ihi a Gomla de posição, em
16-49, da Câmara de Angra am face da saída das rendas do
".
Marquh de Castelo W i g o E,para dar urnsisthcia As suas
recoanendações, lavra-se, em 1655, patura regulamentadora
de tal trah rn.

c 5; Se o co&ole do cumhio de cereal as apremtava


uma medida necessária na d&iniçlto de uma correota
Wbh cerdífera, não menos o era o controle da produção
e doa dephitos de trigo (graneis), encarado como medida
#c=, Mente a miW os desajustamentm no fornecimerito,
f & m k c a m e n t n e a espwdado. Foi pmdsamente contra
gliaaaa, acção eqmulativa dos pradubrm e ~~~ de trigo
*em 1W o monarca ordena h C h a de Ponta Delgada
,#.'+se Paga no início do verão por a1- da coihdta, o mw-
do mo necessário para. ~rwieimtsda ppda~ailoe
.@#wmWas, que dever8 ser dqm@ado, em B guarda
i +, ..
. -.:' - 3!> O)? : ' 15 ,

153
ALBERTO VIEIRA

da Câmara para ser vendido ao povo em momento de f a h 99.


Ao trigo rmdtanb da colecta no momeoito da produção junta-se,
a parib de 1561, 14 do trigo exportado m. No entanto este
quantitativo ser8 variável, ao longo do períuio estudado. A s s h
em Ponta migada e Vila Franca da Campo esse vaior cifra-se
em %, nos anos de 1572 e 1584, respectivamente lM.Não
obstante, de acordo caan o aivar8 de 1540, os oficiais da C h a
estavam autorizadce a fazer os exames que bem Ihes parecer,
pelo que o quantitativo manteve-se variável, atingindo em
1663 e 1ô81 10% e e 1166 os m o lm.
O trigo do exame ficava h responsabilidade da CBrnara
que nomeava os @aneleiros respondveis pela arrecadação,
guarda e distribuiçgo do trigo. E h S. Miguel a nomeação dos
grmeleiros, na cidade e vilas da Ribeira Grande e ViIa
Frmca do Campo era feita pela vereação, enquanto nas loca-
lidades do termo dos respectivos concelhos estava a cargo do
juiz do lugar lu. O graneIeiro deveria fazer juramento perante
a vereação e apresenbr fiança ". A partir daí este tumava a
. .

* B.P.AP.D.. CPD, n . O 42, fok. 4749, alvarh régio de 26 de Junho


de 15W, caprtuios do regimento de El-Rei D. Manuel sobre o a o , publi-
cado in A w v o dos Açores, IV, pp. a-33.
lm M , n." 1, fol. 97, a l m a régio de 22 de Agosto de 157'7: ibid.,
o." 52, fol. W., vereação de 29 de Agosto de 1883; veja-se Maria Olírnpia
da Rocha Gil, ibid., pp. 2B-287.
'01 B.PA.P.D., L i w a h àe E m & (30 M o , secFgo de manuscritos,
1@3,n." 5, dvará sobre o trigo dos exames de 5 de Maio de 1512;
f M . , Ekbactos de Documentos MichaeIensm, iI,p. 58, Regimento de
D. Manuel de 27 de Junho de 1507, sobre o trigo.
Arquivo da -ara de Vila Franca. Livro de Acmiüos, n." 28.
fols. m.-30,vermção de 8 de Abril de 1684: ibad., vereaW de 7, 12 e 19
de Outubro de I a , fols. 45v.48; B.P.A.P.D., CPD. n.' 1, fol. 98, pmWo
régia da Umara de 28 de Outubro de 1540: W.. n . O 54, vereaçgo de 30
de Julho de 1M1, f&. 71-72.
B.PA.P.D., üFD, n.O 56, vereação de 22 de Julho de 1634,f ds. 5v.4.
Ebid., n." 9,vereaç5o de 8 de Agosto de 1667, fol. lW, W., n." 53.
vemafio de 11 de Outubro de 1810, foIs. 4 7 4 7 ~ .Nate-se que em 1684 an
Vila Franca do Campo João Rdrigues Estrela &irou fiança ao grme
leiro M W m C. de Carvalho, pelo que houve necessidade de escoher
I A QUESTAO CEnEALtFERA NOS W R E B

r-nsabilidade
NOS B-OS

de arrecadar o Wgn & wmam, na altura


da d h i t a , mediante o rol do aw ou da conta das
rendas do brigo Ia. Nas locaiidades W W W h a h ganeleiro,
XV-XVII

I
a juiz do lugar encarregava-se
nigtraçga m. A arrecadaç
& de JUILhO DU Julho, por
das, cmfamne se deduz de r
fmta W a d a em 1669 m.
De modo a poder-se cmtroleir;~&
tentes nos vários graneis d
a vereação d e n a r a que
m e r i a ser concedida após m s u h aas @an& w mediante
i n f m a ç ã o dos granelebos, de &o PL cque a terra não fique
Beqmovida~lW.O oficial do exame procedia h vistaria dos
Bmeis ila cidade e temno, ou enéáo solicitava aos grmelelros
a reIaçgo do trigo aí existente m. Muitctit vezes os oficiais da
m a , mediante pegáo, chamavam o pwo e graneleims A

I
,
v&vaqfio a fim de declararem o trigo existente nos graneis lMO.
A abertura do trigo do exame e a sua venda sob preço
Uxado era feita pela vereação, na altura em que o trigo
&Bata nas diversas halidades. Normalmente a sua abertura
M a - s e nos meses de Março/Abrii, altura em que feitas as
-eiras o Erigo era pouco na casa do rendeiro. Ocasiões
-,
'sW0 gmadih que merecesse a cmfiança da &mari e do fiador, tiwo
L A c W s da amara de Vila Frmca do Campo, 1B1888, vemafio de
I@ & Hovembm de 1W,fois. 4 9 ~ 4 2 .
ia W., n." 55, v-O k m;
de 17 de Agosto k nP 57, *o
&C27 fie Agosto de lW, fd. 91. k -.i...
Ibid., n." 56, pddiccado em mezb.-'i , ;:P
.' M .n." S. vereação de 2 de a de ImM. 'i&
W., n.' 49, v e r e a e de 16 de J d h de L= Id. 88: ibid., n." 49,
de 16 de Junho de lW, f d M.
. IbX, n.' 57, vereação de 19 deA-& IW,f&. 28v.-29v.:
W.,n.° 57, v m a & de 5 de Outubro dé lW?, ?A-v.: fiEd., n." 5?,
de 30 de Outubro de 1W,fd. #h.> W. n." 58, m ç ã a de
m* Janeiro de 1699, fol. 181.
' W M., n." 53, fols. 200-201, to nhoVn: em anexo.

f 55
ALEHIRTO VI-

houve em que a sua abmkwa -sefaz mais cedo, de m d o a


paier-se suprir as necessidada W ~ ~ a dassfestividades do
Natal ou da Em m w farta o trigo mantinha-se,
muitas vezes, ncs graneis at4 $ , n m wiheita peIo que a
-a r e c o m e ~ v aam ~~G~ procedessem A sua
distribuição e venda, de m d o a.p&w+e pagar aos senhorios.
As& o recamemiava e3n 3.&, JimW -hc 1690 dizendo se proce-
desse h sua v& para se a v e &@mamento
i para a seu
t@Wmque be WUP SWn nhorios os trigos

feib m m M

i%- Terceira, a a ~ s t r a ç 8 0e

as pagas aos
smhwk fm da juridçáa e do mercador que emrtasse
trigoiM.&$a era arrecadada pela Câmara com a intenção
de prevenir o a h k i m e n b e sementeiras Ifi.
A arrmadação da quarta parte era feita na altura da
~Mta sendo os rendeiros obrigados a vir A a m a r a entregar

111 Asim Asim regmümua&e em e 1852: vejase W.. n . O 57,


vernação de 5 de Novembro de 1888 e 1633: ibid., n." 57, vereação de 5 de
Nownbm de 1W,fd. W W,,n." Y vem* de 24 de Janeiro de 1632,
fl. 23.
112 M.. n.O 56, v
em am de 3 de de 16M, foi. W vmeação
de a3 de Junho de 1691; M "iD.
Ibid., n." 54, vereação de B de Abril de 16E, i&. Shr-98;
iM., n o 49, vcxaçáo da Sl de Mmq~de 1685. foi. 178~.
114 A.D.A.fL, V-3 & S.,S&&&, , fmo, nem data:
1 ~ 1 0 1sem
ibu., J5í%l571, @-v dei 7 de Junho de 15n,fol. 1%: ibiü., 15731574,
m e a d o de 22 de Julho de' 1591, Eot 12; iòid., 1573-1674, vereação de Zl de
Agosto de 1ã74, M. 16ãv.: W.. 15XL1592, vereação de 8 de Setembro
ae 11590, f&. 158.
"5 M , Bi%%Ti; de I7 de Junho de 1571, i&. W J M ;
ibiã.. vereação de 25 de Novembro de í570; ibid., vereaflo de 12 de Ag&
de 1Wl (avuls3.
A QUEBTBO CEREBLIFEFU NOS W m NOS -OS XV-XVU

a quantia devida lt6. Acontece suei ~~, &ta se fazia


m extrema dificuldade, ou porqW a& b a d & e e rendeiros
se gieixavam de a s m ser elevabgeditndo m prazo alar-
gado para a sua eaikega, ou, entSo, porque a pmprS.&&icm
sonegavam a sua entrega Deste maWu &a* ma
i entrega
da quarta parte, abrigava a verea$ila i kecm&Hm a ma
entrega já na altura das sementeiras, mt mth a a+&
pesadas penas am que se negavam a entradi-la no phw
wtab21ecido 'I8.
A administração do trigo da q u h p a h , sob a alçada
da Chara, estava entregue a irni tesoureiro e depositário do
brigo da quarta parte. Este tinha por função arrecadar, guardar
e distribuir o trigo pelo povo, na aiima que a vereaçáo o

A partir do mês de Março, quando a falta de trigo se fazia


sentir,
a vereação ordenava a abertura das covas do cereal,
prmeüendo-se A sua venda ao p w o m. O preço era eskibele-

116 rd.,i51590-156n,f&. 1516, jh citado.


"' 237 &i157í&l571,
., vereação de 5 de Ago& de 1W,fol. 34v.: W.,
de Iti?D, f&. W. Em Jmeh

lrnrnl, fol
M..

ão de um dos

de W* a W, folri. 11-E&.:
mwn.
a,
3#W mmaFão de 6 de

157
cido em vepea@ol de wwda aglp M preços cmeaites. Destes
ae deduziam a- e quebras, quoti-
zadas em.6 p~ de um aiqueire de trigo
do higo h exames
ean Ponta Delgada,
(Terceira). A falta de
~ ~-k, das vereações
~ das restanh ~
e d i l i d a ~da arquiflago, no séc. XVII, impede-nos de f a m
dargado desta q u ~ t ã o .No entanto parmenus ter
side esta pr4tica c m e n t e ean todo o arquipéiago, assumindo,
é certo, uma estruturação perfeita nas áreas onde o cereal
se afirmava como a cultura dominante. Na ilha de S. Miguel
esta não se circunscrevia só i área definida por Ponta Delgada
e seu temo, pois tadGm se documenta em Vila Franca do
Cmpo (1W168ô) e Ribeira Grande (15551659).

6. O estudo do comkmio de cereais s6 pderá ser feito


mediante um c m & dimensionamento do mercado insular
açoriano e do seu enquadram&, num âmbito m a i s vasto,
no mercado rrceanico atiantico. Este C definido por um intrin-
mdu liame de rotas comerciais que estabelecem um elo de
ligação entre os mercados europeu e ooloniaI.
A esk-n coanemid do arqrnltgo esboça-se de modo
cmtplicado e, ao p e m o -.o, define-se pela sua hetero-
geneidade. &te una linearidade na sua definição, mas
sim waa vm&wia da hea, prdubs, circuitos comerciais,
mm%dones n&b c &@w.
Aa t d m em & iihas (Terceira, Faiai,
Graciosa, S. Jmgb, R&) c~11rcadasarmia pocsição g-eshg-

" IbEd.. 1673-W14, -fão & 13 de de 1574, fol. 94v.; ibid..


15791õ91, vema& de 80 de Dmmbro de 1510, foi. 45; ibid., 157@157l,
(sem data), fol. 80rr.: &i& ,
18Wl57i (sem data), W70; iMd., 1573-1514,
v~~ de 27 de Março de D74, foi. 97-97~.
W ~~, ao nivel da ~ t i c ai~se ;
aIinnix~3~
duas áreas, definidas
T e (Angra) e Faial. M0-i

commial atlantico, si&


: em zdam a este, mas valoriza
, M e espaço widenr:
iI ~~~ do mercado ocdnim. Aqhams
as possibilidades de d a

et I
R-,
t m e d do seu r&z& e
%aWah serão votadas ao esqueciuraento B agamlw
darao na apoio As duas Carreiras h d h As
~ ilhasb&
S " ~ d @ h t a M d a t e T ã i o ~ ~ ~ z a Q
memado insular, meme das suas pssibilirlades de e9ploragb
agr€eda, com o trigo e pastel. Deste modo p d x u o s defhir
dum beas econbicas no arquip&lago, onde dm&am um e
mtm 'de actividade: uima hea central definida pela
.&a T m i r a , Flores e Cmvo que se afhmrh owimo centro
(de '$!paioe provimento de navegaçb a W c a e mBpcio e
9,ea
~ H S peri€&rica,restrita h ilha de S. Miguel ou b res-
43wbs ilha, onde a agricultura dominar&.
c RmonbcXa, no início, a v- do arquipélago ooa~o
pmWrica capaz de suppir as carências @colas do
o -u, numa segunda fase, e com O a h g a m d a das
oaninação da e c m d m m @ - a & k , d a

Ama se
E mercado prbprio, in
para se afirmar como
&a&ienteImnte
A ~ d a s ~ e ~ s d a e c m o m i
e dmid ser50 i m p m h t a para o conhecimento da
reaLidab h d a r , wna vez que o sw posicimamenta perif&ico
cmâhhmA as hfhhcias e o sw procwiso de wdução. Os
Açmes v - r e ã o wn heas de actividade g-afi-
cmmm& &&idas e adequadas h exjghcias dessa ambSncia.
Assim ae o riano da Terceira como centro de recepção
e agmh das amadas da fndia, B r M e fsidias, de S. Miguel
remi k agrícola, por emelhia, p r a i ~ o n e d i o
para manter um c d c i o p r w o ou subsidisrio dos circuitus
d a n h a n h no Atiântico e ignorem este apoio às armadas da
falia e
. a.
*
As restante3 &as, de a d o com as suas
p o h a a h h b , manter-se-ão numa pasicão perifhrica ean rela-
&o a estas recebendo as orkntaç7m do mercado atiântico e
c o h M & modo enviasdo. Todo um movimento de cabotagem
m a & r W z d esta dependhcia e activar& as parcas activi-
dMes dei tma, ao mesmo teai3po que, esse tr$feeto de£%&&a
d w trh no conte& insuiar e a t h t i c o '22.
dar4 o c!om&rcio
m a s , de acordo
Puindo amntico. A me-
mdmka insulares, o
trar2ado e aasidkrico das W s activarão
imi siateanii de &mas aam a fhddaãe de prover as wnas
-. A gm-eo d e s a cumiiçio do meio insular
açoriano a wtras áreas em c d ç õ e s idênticas c a n M
parte hqmta& do trigo açoriano para o trato Wathrio
de provimento das áreas cmteer do Marte de Africa e Madeira.
~ ~as ~olicitaçk
b da classe
, mercantil conduziam B
activação de f m s & troca, mais rentáveis e libem de
entraves, de fornecerem os libcros não amalhada
c a n o trato dwigat6rio-
A QUESTAO CEREALIDWU NOB MO% SdCVLOS XV-XVXI

A produção cereaiífera @
-a no início da Octipa-
gão da arquiflago tendi te, a prover as
m i d a d e s reduzidas do
quadd do k u l o XV, a atingk um
v a que dede enfio definir-se-&
mercantil, necesshia ao provime&$
carentes. Estava encontrado o celeiro s u b s m F & Wefr&,
capaz de fornecer o cereal necessária a-)- w.&+ pmwa do
N ~ & A f r i c a . ~ e x ~ d e p ~ ~ o
tim a, de tal modo, que desde o ifiicno o dm m w
m o ao primeiro e principai ramo de &mio ~ ~ o B P ~ .
E&& tráfim alicerçou-se primeiro no prwimentu da reino e
depois na Madeira e praças africanas. A rota com d-o
ao reino surgia coono uma necessidade decomnte da pr*
-€LO da sua cultura em ~ I insular,
O aquruito o s e g d o
miano foi traçado pela goiítica desenvolvimentista insultir.
O terceiro surgiu apenas como resultado da intervenção da
c-.
O trigo açoriano tinha apenas um destino, o reino, pela
menos assim o definia a poliulaçfio de Lisboa quando em 1473
reclama junta do monarca para que este apenas se exportasse
para Lisboa E, em 1490, os mesmos pruteshvam igual-
mmte junto do monarca contra o envio üe trigo açoriana para
Africa. No entanto as primeiras refer&ricfas ao embarque de
cereais para o reino são muito lac6icas7 Assim em 1477 temos
ndícia da ~indade uma caravela de &@o a b a r &&o
Aa ilhas, o -mo sucedendo em navias de I S m a e
Pmh m. Aiiás estas informaçfh &d '~~ par Diogo
Çmnm (c. 1482) que refere haw?! $+ quantl-
daiie de trigo que tdaa os anos ali*&kof'&dix e tra- kigo
=i<I ..r

, fi.747.

" d3qmrtaçâo de Cereais nm


1

-hW &&W dos A m e s , V,


p. a;vbjagie Fmciaco -C da & e o problema

:
&em no & d o XV*,
-*--
dag Cereais do h g e r i m g o dos &nw, a,* 1,
Citado por O l i h Matgueb, w. c& pil36%
Regddm
para Porhgab Ia. E, em 1488, o monarca recomendava ao
alnoxarife que &aio O dita paan que assim hi ouver de meos
rendimeaitos me enriai a Lisboa a mieoei f d b r e s ~'27. O trato
desse cereal dw- ser de tal modo elevado que justificava
a envio de Luh Gago, sobruiho de Rui Vaz do Trato, a Lisboa,
qmra acertar as contas 'hneghios de a o com o contadar
João Rcdrigueg~m.
O movimento do cereal açoriano para o reino assume
maior jmp&cia nos prhdpios do &. XVI, favorecido wias
ordmaç6es maaiueiinas que o isentaram de sisa m, mercado
lisboeta 129. O movimento de cereais para o reino aumenta,
quer como resultado de um &cio activo, quer como come-
quhcia da t r a n s f e r e das rendas dos senhorios e direitos
reais. No caso das rendas reais temos na ilha de Santa W i a
o envio de 368 moios e 3l alweires de trigo dos rendimentus
de 1490-1M e 1WlW E h finais do século XVI os dizimos
~ituvwne 2 10Q e 2 309 mdw ui. No &c. XVIi (1634-
-1667) o trigo da receita ãa fazenda da feitoria da ilha Terceira
mmva 12% mias e 12,5 ~ & e s h m o podemos cons-
tatar um devada quantitativo da praiuç50 era canalizado

IW,; pp. M .
Vitorino Magaihães Godinho, 9.d.,
'16 Citado por Jcd Semão, ap. cit.. p. 5.
xJ Citado por na* Lima,op. &., p. 172.
128 Citado por Marh %pia da Rocha Gil, *i#., p. 76.
" AN.T.T., L 1m 11. D. Mamel, fol. 130v., Lisboa, 11 de Setembro
de El5, carta *ia isentando de d í z i r ~o higo importado das ilhas,
publicado in Arquiva dos Açores, V, p iik
A.N.T.T., Liaro da9 h, fd. I,Lisboa, 3 de Janeiro de 1506,
carta de quitação a João bhvno, piblicado in AW~PIOãos Awm~,I,
pp. 49.50.
l3' 0s ãízimus de l585 f m m avalidos em 700 a 800 moios para a
Terceira, 200 para a Graciosa, 1.BM a 1.Nl para S. Miguel. % Rco e F a d
temos os dados de 1513,que são M v a m e n t e , N6 moiw e 23 a l q u w
e %05 maios e 25~~. No mo de 1514 b m na~Graciosa, 141 m m i ~e ~
40 aiqueires; em E75, 174 moias e 23 alqueires ein S. Jorge e 1.451 n - d ~
e 35 alqueires em S. WgueL
'2 Héider Lima, op. d., pp. 1191-198.
A QUESTAO CEREBLIFERA NOS x-8 NOS M C u L O s XV-xvII

para o &imo que depois seria c&tbido gara o consumo de


L-. Esta situa~ão apresentar-sw&'emvários momentos
ccmo vexatóxia, uma vez que re&&?& .ipopulação o cereal
necessário ao seu alimento, em de necessidade.
Assim tornava-se urgente a ~ r d & ~ w W impeditivas,
a a
c m rmhuente suceàeu em I S an hgb i&arquipélago e em
1575 na ilha Temira U3.
Outra forma de activar esse M q a do cereal açoriano
prhdia-se cmn o sistema de dmhxqh k mp11~~1wção da p m
prMade latifundiária. Muitos dos m m viviam no &o,
Mvez a h m t a d o s cam a6 rendas dai kmas que p s s u h n
cultivadas por rendeiros. Note-se que a6 o hienhorio do b d e
de Vila Franca tinha cerca de 800 mcdm de trigo". k t e
modo a população, am mumentm de falta, clamava contra tai
sangria, apeiaiado Mito do monarca e notando a necessidade
de ficar na i h de S. Miguel $$ da colheita, para seu provi-
mento. Noutros casos a vereação avisava os senhorios q u e
não f- mais navios para mandar buscar trigm '35.
O restante trigo conduzido ao r& era feito mediante
autdmçiio M a . Assim em 1557 Lourenço de Sequeira B autu-
M o a tirar 20 m a i a de trigo m o , am 1545 D. Jmna
#&a, caanareirasnor da rainha é auhizada a carregar anual-
mente 150 maios, em 1573 D. Catarina, muiher de Francisco
de hleIlo m e Ievar 90 moios ao ano de renda, enquanto os
eclesiásticos são autorizados a apartar o trigo das ardin8-
rias *36. Note-se que a vereação de Ponta Deigada, w n 1606,
mni9mtou-se contra esta iiltima situ&çi$o h p d n d o a saída
do referido kigo, mas ean face de a-ça Pegier de 1614

133 F&d&c Rlauro, op. cü., p. 3 0 : Maria OUmpia da d a h a Gil,


iW., p. ã&1.
1% Ameimo Bxaamcamp Freire, O &iki%k t& W h -F e a Inqui-
sip8o & Lisboa, Lisboa. 1899.
13 B.F.A.PJ)., CW, n o 49, -@to &A?& &a& de 1635, fd. 199v.
Em lM9 hhmiita-se o envio das renW do Mm@s de Castelo Rodrigo
(veja-se Maria Oilmpia da Rocha Gil, M ,~qp.B4-S).
for& a dax liwbâtmita ao ddestes e doa padres
e mpeEeg da c m p d i a w .
Se 0 mercado do reino se afirma como o prheiro cmsu-
midm do trigo açoriano não se pode considerar, de modo
algum, o principal destino do trigo ilhéu, pois que em lugar
cimeiro e reservado se encontram as praças portuguesas do
Norte de Africa. O movimmto do trigo açoriano para este
mercado fazia-se sob o estrito controle r4gio por meio de
assenbtas que em Lisboa recebiam o contrata de forneci-
menta e daí enviavam os respectivoei navios a carregar o trigo
arrecadado pelo mesmo contratador ou procurador. Esk trato
beenficiava de privii&gio e ordenaçgo reais, sendo considerado
como priorithio. Assim se em 1519 por postura se delimita
a concmão de licenças de expmtação de trigo, malvo para
os lugares d ' A i b , em 1662 o monarca reforça essa situação
remmmdmdu ra camgador das ilhas que desse &da aiuda
e favor que Par necm&io pmx a carga do dito navio e dos
mais que forem ri esmw ilha,frequentados pela caza de Ceuta
para prmhenito das lugares de Africa: não consentindo que
ihes seia p s b impidimento aigum, procedendo contra quais-
quer pessoas de quaisquer calidades que seiam que encon-
trarem a compra e cargua dos tri@luos necessários para o dito
effeita C...] e ordenando que se de inteiro cumprimato as
provisões e ordens que sobre este particular saan passadas s 138. ...
Todo o trato de trigo nas ilhas do arquiglago e, nomea-
damente em S. Miguel e Terceira, deveria fazer-se asem pre-
juizo dos lugares de Afrlca~,sendo ate o primeiro provimento
a fazer-se. Deste modo no início da colheita deveria proce-
der-se A arrecadriçgo do referido trigo, avaliado entre 2 000
e 3 000 moios. O ccmtr-dm ou seu procurador tinha a &d-

1% Ibid.. nao1, fol. 97, já citado; ibki., n. 9,fols. 127v.-128, dvarh


de 20 de Abril de 1545; A.N.T.T., L i m XXIX de D. SeBastião, fol. 148v.,
26 de Fevereiro de 1573, alvarh régio: veja-se F. Maum, op. cib., p. 310.
~7 W.. n.' 1. f&. lWB3v., sentenm de 5 de Maio de 1% ibd.,
n." 1, m a ç ã o da Câmara de 6 de Outubro de 1M4, fol. 2WXMv.
' 3 ~ Joel Sem&. op. cit., p. 6; citado por H
- Lima, op. cit., p. 119.
ata, emquanto
-a aori cm
sita coanpra até
podeTIa autorizar os
A C b a m mo fazm
dvd 'dar a provhmnto

t- A d m terá sucedido rár~etl&W%ra8a< -w&c€W


d d w w ammma h Câmara de Ati#m@baI&ll" d-
m
dmhmhb essa situa&o de ~~riVnêgW;~&e ju& que esta
embarcaçi4~seja preferida a tdm rn de H d a r e s que rihf
famm $0 Imito que convem se acuda aqWIla gente cam o
n a e s a f i pera seu sustento, que he o mesmo vos orãeno
kcah ri esta carta c&a qualquer moa que empedir ri
emcuçh caan toda a depnmstraçSo s lu, ...
A dolhcia mm que a m oa impufia esta rota, coibindo
ip m d m de examta~as transixçfk~ comerciais corrmbs
ou rebdambas, o descricionarismo das-ipcgIm- e recamea-
da@ks,tendo a desfaçatez de apontar a rquhicao dm navios
r m nemdrios ao transporte e csmegamekb do refe
trJgo, e, finalmente, a constan8e pmnhda do fegiménto
t%ddnMradordo provimento das gmçm, c~~ .a mm
Wmbxúia das reiaçóm de ixma no mama&& wmtlüeh
m a n o . ?3sk erptava condenado
reIaç6es de troca e, ao mesmo
W f l o de rigorosa controie
$ senhorio (rei. capitão
bdm emi morada fixa em
rin .. 1 L;
,i:i?'-!.d
&?rm BSAFD.. CPD, nP õQ -SMk <de.1644, i&.
m4a"
: .bfl* M., n.* 51. v@reat$o de 93 da. mtit Ws. lmv.-l37v.
- '
II ~ p o r ~ f d r n op.a &.,piW.
.
!
IM
do rn-o insular, ditando as leia que regulam o sis- de
troca.
Se tinãmas em atenção as n-es de consumo lucal,
a -w para as praças de Airicli e a Madeira, pouco higu
w k j h para activar o mercado iim do cereal. O grande
mercador de cereal adquiria fortPuia no provimento das praças
nmbafricmas, como contratador, como intermediário dos
senharia (como sucede coan o Conde de Vila Franca) ou, então,
no contrabando e especulação possíveis. Assim os grandes
mercadores locais foram procuradores dos assentistas, h h a - s e
em a h ç ã o o caso de Mamel A l m Senra, prmador de
Alvaro Femmde8 de Elva, contratador do fornechmto de
Thgm (16%) e Garimeme Chmberlin, procurador de Pairo
-AãwCabra1 e Manuel da Cústa Bragei Ia.
De um modo geral tados UB assmtistas eram orlginário~
a aí ~ec&hsn do monarca para o referido
edmbd rn cara& n & r i 3 i s ao caxrem
mmto do cima1 ean Ponta Delgada e Angra. Ao longo do
&. XVX não hA reXerb& a procuradores ou a-
nbtra- do dito pirmimenh. Estes s6 aparecem a partir
de meados do séc. XS1I 143.
Em aigum momentus este p r o v h a b fazia-se de modo
diverso, quer sob a responsabilidade do feitor régio nos Açores,
o provedor s cantador da famda, qum por iniciativa de
particulares. O priandro caso está docmeotado an 1522,
1688-IK1 e o segeindo ean 1685 com o envio de 600 moias de trigo
para Mazag€io pelo capith Manuel Sousa Gumes

lu Maria Wmph h 1Eoeba Gfl, O Pmto de Ponta Dei- C.. ] no


& d o XVII, pp. 1Wm: veja* B.PAPD., CFD, nP 50, fols. 18i-188,
jB. W. wma@o & 14 de Maio de 1g18, fok. W?v.-XMv.; ibid..
n.O 56, w ç ã o de 15 de O u h h de I a , rol. 1WlW.

Assim em 1652 Francisco Ribeiro Coeita surge como procurador de


Avaro Fenrandes üe E l m na Temeira. esqumto em S. M&wi entre
1677-1618,GuuheTme C b m k I h B pmmmdm de Pedra Alves Caiâas e,
enbe 1-m, W u e l da W -a. proclrredop de João Man dmW.
*+I Heider Lima, op. cit., p. 119.
O fomecimezito de trigo & ilha -& Madeira regulava-se
mesmo sistema que o das pmg&s do Marte d e Africa,
pois emi 1508 o moaarca ordena a e, no praw de W s
anos, do trigo das rendas reais, E k =ao marca r m e n -
dava As autoridades das A w e s q w ' d u pusessem quaiqimer
hpdkmnto ao saco de trigo pam l&u%ra, pois q u e hos
'$J

triguarr desm yihas se gastam l m t ~ &d y l b que em nehíía


mira parte de nos05 reinossW. &de mado esta rota n50 se
apr~entavac o m útil ao mem&k QW procurava por todos
os meios boicotar a saída do destino a este mer-
cado, facto que motivou a tmu&mh d b ç ã o da coroa neste
circuito M. I

7. Anterimenlte defhbm ri$+ --lago duas Areas


daariinanteei, abarcando dbfs do c d c h de trigo:
a Temeira e S. Miguel. Era a -quesefaziatodoo
@3 que atas eram a6
iínias que dhfrutavam de condições para o trato
hhmacba1. Deste m& &O da definiçáo do mercado
d e r 0 açoriano i m m m &? dbthgdr duas fumas de
troca ~~ e M a r a ; 43, o c m h i o e trato inter-
-ilhas e emri o exterior. O ce&m5o de cabotagem apresen-
tava-se rebüvizado, p6fs que & T8duzfa ao provimento das
ilhas car& ou h canahqáe d a emdentes parei os meT-
cados exportadores - Angra e Ponta Mgada. Assim sucedeu
na Teweira an reIaçáo h ilhas do grimpo central e ncidentai
e eai3 S. m el wn reIação a Saita Mariaw.

Aquivo Regional da MvMm, ikwbh Gwd, t 1. f&. NWlív.,


# de Ag& de m, a k r d *; ibid., t. 1, fd. 541, 10 de k w d m
de isrs, dYanldgI0.
~6 Asaitn em Xm, USS, B#, 1Bss.lW, WB9, l!j72, 1587:
veja* nosso estudo h t0 mmiWo ü~ cereais dos Açwes para a
ã & a a l e l p a n a s é c u l ~ m . i u ~ e t o s ~ ~ ~ o ~ ~ s o A t l ( t n -
fJeo sédos XfV a X W .
~7 W documentar a psfmeira & it exprtaç&oem 1519 de
trigo das F'itm3 e &mo pela TerceBFa, e B a!gmda, temos em lgTI.
Q mercado hrceirense, ao longo do sCcdo XVI, definia-se
pa! W S expwtadoras i m m t e r r , Angm, S. Sebas-
tib, &aia. A des- se fazia um cmBrcio hpm-
bk, smh da salientar a de S. Sebastiãlo que se manter8
atk fia& do &ulo c m um activo movimento. Note-se que
esta se tsitun numa &a de melhor prdução cerealifera da ilha.
O mercado micaelmse apresentava igualmenk kês p o h
de exportação de cereal: Ponta Deigada, Vila Franca do
Campo e Ribeira Grande - com unia Area de produção envol-
v e . No entanto o porto de Ponta Deigada apresentar-se-&,
a p* de 1518, coaru, principal porto de exportação da
ilha, relegando os restantes para posição secundária e, mais
propriamente, dependente. A situação mais se evidencia no
séc. X W , cmiderandwe em 1884 que Ponta Delgada era
como ao caminho por onde se e g e d m as carregasom do trigo
de e&, ~~ estivmge autorizada, desde 1679, a
saída de c- pw tsudqw t m dogi portos 148.
SwB p mercado micaelam que, ap6s a quebra de meados
do &c, XVT, aLimentarA todo o trata comercial do trigo, ao
nível i n h n o e externo. Este mercado acudirá a ilha Te~ceira,
em 1591, com o trigo necessário para a tropa do presídio e, em
1675, eoan o quantitativo solicitado para coInatar a falta aí
& s h k . Ali&, em 1595, Linschot referia que *ela produz
igualmente bigo da qual pmv6 muitas vezes as outras íIhas
em caso de necessidadeg m.

a &mia em P& Delgada de ~ g deo SSanta Maria. Vitonlno Magalhães


Godlnho, op. eU.. m, p. W H & k Lha, GQ. &., p. 2í7. Veja-se
docmmato n.' 3 em *ruiem.
148 3.PAP.D.. CPD, n.0 54. wmtgão de 6 de Jimbo de 16% foi. 12.
A W i 0 0 h A w 4 , V1 p p . ' W , 19 de Agosh de 1589, resposta
da C h a m de Ponta. W a ã a A cazittr do corregeda (sem indicago de
fonte): BPA.P.D., W , n.O S, VQP&&O de 23 de Abril de 1675, fd. 14:
veja-se T. B. Dunem, op. &..pp. 133-134.
J. H.LimcMt, dlishhh da navegação, [...I,, in BoleMm do Insti-
Wo R M M m & ilha, I (W), p. 154,
O meris& cerealífero
h h ~ d m do &c. XVI,
enquanto o tercekense B c
W& a importância que
ackivafla do porta de S.

&jdria h p e r a ç ã o , mas que ckrm


que em lW apresenta a sihn$€h
4Waa sitaaç&cíde

&m na znmutenç
aan&&@ do trigo. Esh morime& na 4%ipaL-da
emmm& wwntica, atingindo o seu ponto mImifíhnt.e, no mui-
*do nas M a d a s de 60-70 m.
S e d o cmta a e ~ da cereal
ç aqmhno ~ no M t h o
q1
- do E&. XV para o reino e Madeira, o deda é que s6
M mdcia, m~ 1M, do envio de 12M m a h para Africam.
Bg&$a petptlr de i516 szirge refer&& ao núanero de m i m
en&w para esta d l h a zona, ~~
rn 1500 molm
para a Terceira e 1 500 para S. m e l , passando em 1520 para
1W d& Terceira e 1700 de S. Migud. m ente ean 1562 h& a
meir& infmnaçh global da m e a o , MB da Viia da
Wah, c m 5 000 moios m. Segundo T:B.Dmcm a Terceira
exgwhdo neste s k d o e seg&&'--etibb 2 W i4 80g0
moias ". - - . -

Os primeiros n6meros sobre o W #i@.


mquip$lago aparecem na prim&ar
'
e
i
&@&#I

em .Bpocas
,
' . .
*
M W c
boas 'colR6w-%
. ,

, . I L . * '
~ ~ i lfi9
i t &SIJ: :ITJ . x ~ : r- i
i.! rnth#uO c& k i I . 2:. ,
2: W-MarhtUiapiadaRoena&& &mrm&sh. IEVZI,
p#. FMi,M 'e 419.
i ; Frm#~oFmrdm
a 5 000, rakindo-se na primeira situação a safda em 1821.
de 33íM moia de S. Miguel, 2500 da Terceira, 100 da Gra-
cima, M O do Faia1 e 400 de Santa Maria w.
A pmLk de 1620 coan as registas de saída do porto de
Ponta Wgada pode-se deduzir a exqxirtação cerealffera desta
ilha Ai ae constata que a média de exporiaçiío se situava
2,t.W ri 8 000 moios, destacandese o ano de 1676 com
valor m h i h o (4 7N,5 moios). Saliente-se que estes valores
não se afastavam da realidade, pois que segundo informaçao
de 167l e 1674 sabemos que o quantitativo de moios emm-
tadm @atavaestipulado em 3 000, não correspondendo, mesmo
assim =ta sana h verdade, uma vez que o contrabando,
avalia40 eaii 300 3POiOS a fazia aumentar ".
Outras indicações
confirmam a osdafio deste nz'iapero, não se fazendo aplicar
a med* W&idora da e~~porta&o d s 4 000 moios de trigo '38.
h finais do W e (a partir de 1695j pressente-se uma quebra
a ~ t na We x p o ~ g bde cereal, sendo certamente o cmeço
da viragem ou subskituição dos produtos do trhfico comercial
rrhel- '99. 0 -o dar& lugar ao m f b .

8. Aos Açorm afluiaim mercadores europeus, interessados


no comércio iiícito d a p r a i u h coloniais, que por ai passa-
vam m o h Eurupa. Contra esse comércio ilegal actuam as
autoridades r&hs de Portugal e Jhpanha, por meio de um

fS9 Op. e&., p. 315.


156 T . B . ~ , o p . c t . , p . ~ .
B.P.A.P.D., CPD, n.O 53, fd.77-nv., dm. n." 13 em anexo; iòid.,
nao53, f&. 131v.133, doe. n." 8, em anexo.
Assim swdeu em lg80 onde em de Ag& havia-se j6 expor-
tado 2.443 d o s , enquanto em I W teriam saMo 5.000 moios e, fhdmenk,
em 1693 em que a 19 de Outubrn tinha-se conta da saída de 2 . a moios,
faItando ainda sair @ li para o domthh e C62 do contrato de
moi-
Mazagão, o que perfazia um total de 4.445 mofosH W..n." 54, vereação
de 23 de Agosb de IMO; ibid.. n." M, vereaCão de I9 de Outubro de 1893,
f&. =.-a.
199 Veja-se Maria O h p i a da Rocha Gil, O A~quip$lagodog Açmes no
skuEo XVII, w. 14&14$.
apwtwb sistema de c desde o A.XV,
c3am o f d daB
bando cwno uima actividade
da moa pela que se e
-to pdxário". E na T
aflhntlco, mantinha-se um c cum as espe
-c m o , prata e açúcar.
da pduçãfo e cmerc .@IW cmércio
ilegal resumia-seao trigo. A p d & m ~ & ~ ~ t a ç eácm- o
trole da podução s e a m w de emreak w r g w ~como . conse-
quêmia W c a desse contrabando, Q e a sua premhcia
dentwileiabn a kporkincia que e& assumiu no m d m m t a
c o a n e d d da ilha.
Eãn S. Miguel a saída do cereal era fhcdizada wlo porto
de Ponta Deigada, desde 1518, ngo i o s t a n k a saída que se
fazia pai. Vila Franca do Campo e Ribeira Grande, mas m
registo no primneiro. Deste modo se procurava exercer um
controle mais aotivo sobre as e x p o de~ modo ~ a evitar-se
o cmtrabando. No entanto o mercador disfrutando de uma
c a t a ampla e sem vigiikcia p d a muito bem manter o
e w ilegal, f a d o &mr o bigo fura das á m u M-
mitiuhs. h s i w ter& sucedido em 1588 caan a saída de wm
camegmenh de trigo pelo lugar & Achada Grande .'61
Este aonbabando deveria ser muita i m p d n t e , jA m~
finais do &do XVI, pois que tem= reierências c o n s t m h
nase periab ao controle da exportaçk m~S. Sehastlilo (1571
e IW) a Vila Franca do C a m p (I) Bso,
e ca&r&
O apertada controle da p r o d ~ b 40 trigo rem

IaF d das Alfhãegas dos &o$W*-i?f4#@ 4Wh de 1494, transmito


pelo PP W o n a d o , PW A g m x ; yeSa*pWp~ Uma. op. dt., doc. 30.
i61 Caphkilo da c d @ o de 28 de 'OWbq de 1586, publicado por
C a m h . d a Costa, cFqmhção cianmm:- m 1586,in BoWm
da h B s & R e m a do Cereais I A d o CAçores.
IOS m, p. U3.
'61 Veja-se o capitula mhe a o do a o h i o de c d s .
sado na bato lucrativo de* produto, numa situação difícil,
impedindo a sua actividade. Submeter-ae ao vexame da vistoria
assídua dos seus graneis, obrigado a vender na terra o trigo
por preços baixos estabelecidos pela vereaçáo, sujeitar-se à
au-ão da Camara e h demorada deliberaçh desta, eis
o ambiente ean que se movia o mercador de cereais nm A ç o r ~ .
Para evitar essa ambihcia conturbada e demorada ao mer-
cador ou lyrcqrietário restava apenas ri kip6tese do com4rcio
mal, caso quisesse tirar elwados prwentos da sua activi-
dade. &te trhfego estava de taI modo arreigado ao mercado
rnicaelmae que, em 1674, a vereação de Ponta Delgada em
visitoria aos graneis reconhece ter saído cerca de 300 moios
de cmtrabando
Falhando este circuito, ao propriewo e mercador, tor-
nava-se nauess&hremrnw -sl sua Wubcia junto da vereação,
m e c w a M m b r b g & t de saida, ou então um úitimo
mmam~ >pmra&a do $ ç m b i a r m m n t o e especulação, que se
dimWfi u m f u m m d~ m d m i o rendosa. Mas para isso
bma- ~s~ definir uma actuação capaz de iludir o
sistema camarhrio de vigilância e controle sob os graneis I*.
A.ssimi em Maio de 1677 no primeiro exame feito aos graneis
da cidade apenas se encontrou 212 moios, enquanto no segundo
essa soma eIwou-se para 370, justificados pelos examinadores
q o r os s&nhoias negarem a verdadeira quantia 3 Ia. ...
9. JA anteriormente def hhm, sumariamente, o modo
como se estniturava o c ~ r c i odo cereal açoriano, dando
conta das principais área^ conwidmas e das rotas conse-
quentes que faziam ai c w a r o cereal. Tendo em conta a
importiincia desta questão, ao nfvel do c d r c i o do trigo no
arquipélago, tratarmos das principais rotas e da sua arti-
culação na dinâmica mnierciai amtica.

163 B.P.A.P.D., CH3, h 0 53, fds. 131v.-133, doe. n." 8. em anexo.


164 Ibid.
1s W.,
n.* 53, fols. 208210, doe. nP 3, em anexo.
e da intervenção da

a W i p a l via d e
dU#sa, @ia ~~~ dgp

do reino. mh
o ~~~~ r&$,
&. ãV. AWm a arota de f
m e w~p~%lmgmenItodata,

mmtd de&, smdo controlada da mtciriim pelo marca e


m a d m do reino. Ao mesmo &v81 se situava a rota &ei-
Mnssi, dentada num m o u n i d i r e ~ o h d .Todo o mwhento
de tm&#i4 do trigo com a Madeira fazia-se ean barcos da
p a ~ i ido F'unchal ou aí apmladaa a carregar vinho, sendo
mmdnhados a Fonta Delgada m 9uitra área açoriana
mm O Wto de traz= o precioso cereal. h um modo geral
bs fiavim coagidos pela vereaçáo d h a m 3 la~tsorpu quando
mitB tzampxtavam algum vinha, ou nwaufachm~diversas,
mn wmpm com r&uzida impwkhaia, daí cmMerarmas a
&a de fmwimento de higa B MaWm emciond.
Nh gkbudade padmos :I* que envolve
@ttl de bbgukqZio
h e comrindo
&'tm&, S. Miguei m a po

-0 do circuito de escciaxnmko,.
-i por &rica, C a d -
e Lisboa.
Fm documento de 1693 emtramm definido de modo cm-
meto o mercado consmdm do trigo a m o . Aí se refere que
a& 19 de Outubro tinham saído de Ponta Bigada 2 892 moios
de trigo, sendo 648 e 18 alqueires para Mazagão, 1289 para a
Madeira e 955 e 48 alqueires paar as Canárias, faitando ainda
sair 952 moios para Mazagão e ôM maios para o Conde dona-
tário '&.Estes dados, a b r a situados ean finais do &. XVII,
espelkaim a realidade do mercado cmmmidm de trigo a cargo
dos Açores. E b prheiro lugar destacan-se as praças portu-
g u w s do NO* de Africa e, no caso de Mazagão, seguindese
a Madeira. As Çainárias e o reino situam-se m posição infe-
rior, sendo de referir na 6 1 h situação que o trigo exportado
era na sua maimia das rendas dos senhorh, uma vez que
as rendas reais haviam sido desviadas para o fomecimento
d a duas primeiras. Os poucos dadm que pmsuianw sobre a
exportação do trigo dm Açores confirmam a s a situação, wi-
deaiciando a daaninaiicia das d w primeiras áreas, ao mesmo
tenrupo que revelam a hportância sawnai do mercado do reino.
F&e destino ter-se-á destacado em meadas do s k . XV man-
tendo-se em posição cheira até meados do A.XVI, &de
então perde importância devido ii actuação de mojltiplos f a c b
res. Será que ficou resolvido o probleana do fornecimento dos
forna do reino, ou ser& que e& trigo não se apresentava
cmno suficiente para manter esse mercado sendo mais urgente
a sua cmalização para áreas de grande carência? Por urna
ou outra razão o certo é que o cereal com destino ao reino
perde assiduidade nos registos e &er&ncf s documentais e,
muitas vezes, quando surgia era resulteido do trato dos cereais
das rendm. Assim temos a saída mn 1524 de 2 000 moios de
trigo caan e w destino, passando em 1535 pam 1859 e epn
1601 para 1546. Mo século seguinte notar-se-& um ligeiro
aumento em 1631 e 16-40, raantendwe cerca de 50 a n a m
nível inferiar. Só a partir de 1680 se denota uma recuperação,
expressa enn 1685. De modo geral m momentos de eievada
A QUEISTAO CEREALfFERB NOS AGORES NOB SBCULOB XV-XVII

emwtação surgem espaçados de 10 a 50 moer, apresentando


uma média de 1000 a 2 000 moios no momento de a l h e 100
a 300 moios ean período de baixa.
As ilhas do arquWiago das Canhrhw situam-se wri relação
aos Awrw como mercado irregdar, no entanto apenas dbpe
mos, a s ao momento, de dados a partir de 160. Dos dados
d@~niveis podeanos concluir que a média de exportação
cifrava-se m 500 moios por ano. C m v h destacar o~ anos
de 1636 e 1640 ean que se atinge cerca de WO do trigo expor-
tado e 1SgS com 50%.
O mercado madeirense e norteaftfricano r n m - s e como
o principõil consumidor do trigo açorimo. M e finais do
&do XV que se d e b i t a esta rota de provimento abriga-
tário mantmd+se nos séculos XVX e XVII como m rumo
coniatmte de expwhção em qw 08 n k o 8 se w t & n de
mdo uniforme, muitas v e m establecidos por alvará r6gio.
No caso da Madeira esses valores oscilavam entre os 200 e
900 moios, apenas atingindo ew 1674 e 1693 valores bastante
superiores h média. Para as praças do Norte de Africa esse
vabr estava taxado por dvarh régio, situandese entre os
1 acK, e 3 000 moios. ConvLm salientar nesta iiltima situação,
que o valor estabelecido se manteve a esse nivel ah5 meados
do skulo XVI, sendo distribuído mais ou menos equitativa-
mente pelas ilhas Terceira e S. M i g d . Mas, a p& desta
data, com a quebra da produção terceirmae, o conbato man-
ter-se-á restrito a S.Miguel, apresentando, obviamente, valores
inferiores situados entre os 1000 e 2 500 d a .lgnmrnos- as
razões que estão na origem do hiato veriiicado entre 1558-1831
e 1639-1699.Será multado da s i h ç h vivida nessas praças
que d w i u ao paulatino abandono a par& de 1541 ou IMO?
Noite-se que entre 1541-1550 foram abandonadas as praças de
Santa Cruz, Azamor, Safim, Arzila e Mchcer Ceguer, f i d o
apenas aa de Ceuta, tinge^ e MazoigRo, abandonadas respecti-
vamente ean 1640, 1663, 1769.
Fora destas quatro áreas de consumo de cereal açoriano
apenas temus algumas referências h exgortEtçPro c m destino
I

t 175
!
i França, que a% juaWbm apmaa coaw, read-
%aí&d& .mh &ma de prdutas d o cano um disfarce
para o cmtrabapdo w ,
Wumda -ante ri evidência &a posturas e ordenaçáes
~ . ~ ~ a s a f d a d o ~ p a r a f m a d o r
eua. c&a admiração que deparamam ooan áreas de destino
dai d exkricms ao reiao e pmmss&s, mantendo muitas
vezes, como sucede com as h n á r h . un movimmto Imgar-
hte. r- ou s m Q i w M o usaQ os mercadores
para recebmean as autmhações de exportação? Com que a u b
ridade p e m h a vermç50 de Pmta Delgada a saida de W a
V as C a n h h s , hghierra e F'rrinça se em 1611 a mesana
~ o ~ ~ a l g m s ~ w a o e ~ 1 v i o d e ~ a l p
-dai n5ta chta&e o devado W h e de produç5o e a faita
& ?que&.-,a rn m t a ç ã o a% Maio? '68.
4[kA*, .r
&,tj. .r - ',,
l

40, A de rcq&ta de saída do trigo nos prin-


c@& @MWCE&XJ ~ o d d a a ;bemi , c o m dos acordãos da
vemW%mmn-vel qudqwm a-e do grupo de mer-
cado= envdeido no Uata do cered. Os documenh dispo-
niveàs a s 16Hl afio muito poucas e insuficientes para um trata-
menb a esse nível. Samenrte a partir desta data dispomos de
alguns registoes da aifhdega de Ponta Delgada e das vereações
da m- edifidade (a de 1682). -te modo, na globa-
lidade, qualquer análise do sector em causa está comiprme-
tida, apenas sendo possível o rastreio da situação e, mais
e s ~ ~ e n t t dos e , grugcs ou mercadores intervenientes, a
partir de 1EU-1630. No entanto ata abordagem apenas pudera
ser feita na generalidade e, em parte restrita a S. Miguel,
pois que para as restantes falham dados concludentes.
-

167 W e r Lima. op. EW., pp. 172 e 215.


ua Veja-se o dwumab ao2, em anexo, Em dvar4 de 13 de N o v e
de 1648, regdamerita-se de que todo o trigo carregado deveria o seu dono
awesatm fiança mmpmvativa do m locd de desuno, nacional: veja-se
~ & ~ h A V ~ a d e P o n E a ~ d a , i n L M & ~ s
do Cafft4, &fmU&ha, EXhdm ae ,-V, pp. %MQ.
Eaxi Angra, Ponta Delgada e I&&& a eoibnia de merca-
dores nacionais e eskangeiros deveria ser num-, d~ta-
-se a impmthciri do memdde~-o ao nível do
trab internacional. AMa h t h $ : , m refere-nos esse
movimento na cidade de Angra, trgs gnqm dife
rmcbüm, um grandes mnhakdmm~igen- iigadoõ ao
~~ hkmacional, os aonW4üms de dwadm, W e -
r- m z d s t a s e finalmenk+&,mmuadmem;delojas, isto
B , ~ m ~ t 6 B , s e n Q ~ i ~ $ e i e ~ -
t ' h M esharig&cwr, na segmmbp-e&r:-nte no
bru&o, -os os lm&, I , . . 4

O mercador estrangeiro surge me Aqmw ii@& ao c d -


ciada~td,dwangguf~wdi~aao~dasmer-
c a d h i daa rotas da hdia, Br& e f d h , procurando, muitas
v-, de& as rotas atlhticas c u n o dezivio daa apeciarias,
açtrcar, airui, prata, por meio do c o n & r a M o . Será d e n t a d o
por = tevecbes que, a partir do século XVI, a sua fixaçb
~e farA ean Angra e Ponta Delgada. Na primeira por ser o
I
L principal -to e eixo das Patas oceânicas de retamo, na
I m a par ser o principal cerrtro de comércio de pastei
açoriano. Só muito mais tarde, no & d o XVii, se valoriza
&o taco de fixação, a H o h . Ai a f l h mercaâmes ingleses
iekhewadas no cm4xcio do vinho do Pico. N e 8 k tr&s centros
de trato htemcional fixa-se iama numerosa colhia de mer-
cadom *leses, h e i p g o s e frac-
O mercador fraibcb encontrava na Tameira o Local ideal
para fixar o seu sobrccdo, enquanki o h@€&, atraido pela
tinhreira, fixa morada em P e DdgakIa. &e: ir&
activar bodoar cm circuitas de -a ~ c h m h mantendo ,
'
* í > -

F!
1" Ant6aio Cordeiro, op. cil.. p. I;wja-w 0- da Rocha
Gil, O hqu-o dos A p s no s h b XViI, pp. WM.
" W~adaRodiaGIi,tbià,p.~T.B.Duocan.op.cib..
p. w.
irm movhemerrto activo cmi os prhdp& centros mandactu-
m h wcpws ".
A- hbWh da área insw e auntica evidencia a impm-
t h i a do mercados eshangeiro e, naneadamenie, inglês e
f- cano mmhhdores do sector mercanüi, mantendo
todo o mwisnento de troca grossa c a n o exterior, de açúcar,
pastel, vinho sob O seu controle. A burguesia nacional e insular
lutou cem grandes dificuMades para lhe fazer frente, valendo-
-lhes apenaa os prkü&ios r e c d h s e as intervenções com-
t a n h da coroa, mas mesmo assim via-ãe muitas vezes colo-
cada an situação marginal ou,-s ou enao orientada
m a as h- de cm&cio menos rdosas, coarw, o trigo. Ao
memadar @-.ir0 paaioo inkmmva o comércio de cereal,
wqm ~#itam.m&&o ra permmtm~x&triçõm e regulama-
tag&s.a@i$as Q lw&+emw a%& rderhms. Apenas lhe i n b
roai @r&zbw.& W H ~ I ~ Ie Dnecessários ao mer-
~ ~ ~ ~ ; . ~ . o ~ ~ r p ~ t
.dM ?aWíwh$oaci&suu acções iqmtantm deste
e pwhk de memima do s é d o XVII e, mais propriamente, ri
-de lm'n. e e r b q l e eni f&2D1630 intemh algtans,
cano h a x k h ã o Chilli e Roclrigo Hans, no circuh
BBadeimCmMas, mas somente, a partir de 1669, se destaca
a sua iatervenção e M d n c i a por meio de Pedro GaaBdim,
Guilhmne Chmbrlin, João ChadmHn. Richmk H U C ~ U I ~ S ~ ,
João Ai&&, João Eston, Guilhmme Fixe e AS,= & ln.
Seria esta uma fmna de o m e r d r eskangeiro minorar os
ef* da crise do comércio do paste& antes que desse por
encerrado o seu &a&, au mqcmsuanta aguardava o apareci-
mento de n w a pr- dvadcires do sistema de troca.
Muitas vezes &es eshblecfam m v h i o s com as locais que

WMariaIknpia&R&Gfl,O~QBP&Delgccdaeocd
~ f m r n ~ X V I T , ~ , I e 1 ( 1 5 .
" IMd., pp. um.
ln M .pp. ll&liaOs do& úKms conionne refex&ndada vereaçh
de Ponta Delgada de 19 de Janeiro de IBsl. B.PA.P.D., CPD, n." 53. fol. 44v.
se niantinham como seus s outraii vezes pro-
cu1:rivam me&arcam maior k i t i w rao d o local,
recebedo para o efeito procura*& qkercadores nacionais.
Mim terh sucedido com G u i l h ~ i 4 h @ d i neari 1679, refe
reaiciado m o procurador de Pedm &wW Caldas. collbahior
d o f ~ m t o d e ~ ã o S F I 1,.. , .
Ao mercador nacianal c0 cmlérdo
de cereal. O tr& afric o h dlhcia
pelo mercador do reino, apenas
como pmwadm ou -adElr *
rd!e& ~~1htraE0. Este,
multas v- surgia caano um pdubwhqmhmte, comer-
c i a d o o trigo das suas colheitas e r e m k O Conde de Vila
~~ do Campo cam renda de 8QB m&m de trigo entrava
-e trato por meio do seu procurador Mamei de Andrade,
ou do mercador Manuel f i e s Paiva, a qum o Conde entre-
gara ~ u r a ç á oem 16n para poder coanercitil: oer produtos
das suas &s e, -
-, o trigom. Ao mesmo nível
w ~ituavaManuel Alvara Senra, refermciado como um dos
principais mercadores da ilha e que e ~ r i1634 vendera 45 moios
para o d a t o de Mazag%om. Ao mesmo nível se situavam
Belchior Munes Cardm, Balttisar -10 de -a e Jacinto
Vaz Carne10 lm. Fm Vila manca do Campo surge o capitão
D h o Correia Tinoco, que s6 eni 1ô84 teria exportacio 400 moios
de trigo, sendo 310 para Mazagãom. A estes podeartos ainda
jmtar alguns mercadores com c m h M u h c i a no trato de
trigo, cano os capitães Sebastião de h t m Quen.tal e Manuel
de ãe Gaes, Mohior Lapes de Camdhai Manuel da Fonseca

" WPAPD., CPD. ti.' 53, pereação de M e 16 de Maio de 1679,


r&. XFi-v.-m. e %MIO.
m BPJAP-D.,TabeIhato, Cfsegddo * , -1826, fd. 174~.
1" Veja-se ãParia 01Impia da Rocha Gil. O Arquip#Eago dos Açores no
&tÙ0 X V I I , p. m.
" M., p. M.
" ArqiriwdaCâmaradeVila~doCamp.~hdeAcordão~
LBBslúUl. m Ç 6 e s de 7 de Outubro de m, 45~46:Ibid.. -&o
de 8 de Abril de 1884, foh. 28v.40~.
Couceifo .e Manuel Pereira Soares. Entre 1685 e 1698 destaca-se
a impimkâmh de alguns destes, conforme se pode deduzir
pelo q m t b t i v r , exportado, o capiao Manuel de Sousa Goes
c m 2 BB 'moios, Manuel da Fonseca Cauceiro com 560 e
Bel&w hpm -de Carvalho com 424 ln.
O tratu do cereal não se afirmava c m o a actividade mais
-i e r m ~ v e ldo mercado açoriano e, mais prapria-
mmb,~&a&i&se. Era um trato regulamentado e, de modo
gera1, &hei@ leis cb mercado. A s rotas de distribuição
ddbhHw& mmwnh as necessidades e orientação régias,
Sendo m sua &&, i8ni&wcioaais, pois que o carácter
vbl& &z~aeu P i ~ e n t eo manutenção coibia o mercador
&%%et"raW,rhpmrrsifoh-o quando era coibido pelo monarca
e & d d d w municipais, h s l w suQeãera coan a rota madei-
M.Ola&dreia -Mabgb prapúrçks ínfimas e era feito
mpod~m-~c~dm quee se serviam, muibs v e m , de
Arias artimanhas para fazer *ar uan trato rendmo, cam
conhMo a08itmbmcleavam o cereal. Deste modo não pode-
*&
miniri a m a b r & trigo, nos zlaesonos rnolde~qm se
nos apraenta o dito do pastel mas sim o produtur/mercador,
ou o mercador que também se dedicava ao trato deste cereal,
em conjunç8o cam outros produw.
1

O trigo manteve-se d~warde cerca de dois séculos como


um prcduto importante do mercado açoriano, sendo mado no
provimento das naus das rotas ocehnicas, no abastecimento
de Areas carentes e no trato possível c m alguns mercados do
reino e das b-krias. Considerado ,coano produto importante

1w Segundo os r e g h h das licenças feitos em vereaeo; veja-se


B.P.A.P.D.,
CPD. n.* SH7.
A QUESTAO LOFCEAL!FERA NOS AÇO- MOB WULOS XV-XVII

do trato açoriano, ou antes rnicaelmse, contudo não se afirmou


c m o doariinador de modo a defio3r aquilo que muitas vezes
se refere como ciclo do M o , pois que B h=&o mantevese lado
a lado com o pastel, sendo muitas FW#Hpreterido por este
Ciltirm, quando a conjectura ae favorhvel ao seu
cm&rcio.A afirmaçgo do b i g o , wim, das osciia-
ç& do mercado de pastel ou da cdx&!Wk#& & outro6 pr*
dutm, c m o o milho.
,-
A Q ~ S T A OC ~ H A L ~ F E F L Aaos m mm amrno~XV-XVII

do trato açoriano, ou an*s micae-e, coaitindo não se afirmou


como dominador de modo a defiair aq& que muitas vezes
se refere cwno ciclo do pão, pois qae 43 &&O manteve-se Iado
a lado com o pastei, sendo mui- eterido par este
hlthm, quando a conjectura se awwAvel ao seu
cmércio. A afirmação do triigo ~ s @das oscila-
çaes do mercado & pastel aia da de outros pro-
dum, como o milho. >,:>A
ANEXO DOCUMENTAL

EXTRACTOS DAS VE-OES


DA CAMARA DE PONTA DELGADA

- 1632/Julha/Zl
- B.P.A.P.D., CPD, na049, fols. 40.40~
Sobre wrreguar trigo

Efn esta vreasão se assentou que avia pouco trigo e muitas


emcampewis das searas e o amo // passado ouvera muito traba2ho
e mh&k e que entretanto que ao certo se não sabia o que as
terras podiam dar que se mandasse fansar preguam que ainhua
pesaa pera fora da ilha sob pena do trigo perdido e o
carreto e carro perdido e o barqueiro e barquo e trinta dias de
&. E logo o porteiro Belchior do Quwital lansou pegram em
a praga pfhiica e diso fiz e por as mas desta cidade com a ditta
pena Rtty P e r e h o e s d .

* Na t r m m i ç b das vereaçib mmtbem01i a poutua& e grafia do


w,apmas se suprimindo a dupla consoante no princípio e fim de paiavra
e desmwoiverarn-se as abreviatw.
ALBERTD VIMIRA

- 167VAbnV22
- B.PAFD.. CPD, n~ 53, fols. 162-163
Em os vinte dois dias do m& de Abril de mil se seiscentos
e setenta s seis amos foram juntos em camara desta cidade de
Ponta Delgada, ;iHpt de Sam Miguel, o governador e cappitam geral
desta iiha de Siqueira Perdigon e os vereadores, o cappitam
João Borges &r#- e O procurador do conselho tenente Mano4
PirW-a de Silveira, e o mesteres Pedro Franco, Antonio S e m ,
André Mar-üns, com alguma parte da nobreza desta ddade, E logo
pelos ditos mdom e procurador do conselho foi perposto e
representado rio dito governador o seguinte que esta ilha se achava
ao presente com grande condidade de trigo e com mui poucas
esperamas de se navegar pera fora dela de que d t a v a a este
povo notavel prejuizo, porquanto h& o único genero que susten-
tava o cumersio e d o m e n t e este perjuizo cahia sobre os mora-
dores mas ainda sob& a Fazenda keai // E porquanto no porto
desta cidade esta ancorada h€m nao pera conduzir trigo desta iüm
pera os estados d'Olanda a troco do qual deixava nesta ilha alguns
genems de que muito '&h%&' a &e meadores Ihe não impedise
a lisensa por verem a umdade que delia rezuita e somente se não
posa aslm escusar peUo .imt>idlin&to que Sua Senhoria repre
senta ter por hma aW6 d& h Aitem r d t a d a no livro do
tombo desta carrfm a f@W' outeata e huma pela qual Iha
ordena o dito Senhm r& -d&df- trigo pera fora do reino
sobre o quBi ponto &e g o v k k d m dnba escrito a Sua Alteza e
porquanto a dita carta' Se nXo ' k e t h estender mais que ao trigo
do Condt de Ribeira G h d e a a j o favor fora imputada a dita
carta. Requeriam a Sua S w i h d a &84 permitisse se empidise a
dita carregasom ouvindo m p m r e s das pesoas da governansa
que estavam prezentes pois todos uniformemente notavam e con-
cordavam que a carta // de Sua Alteza restrengia ao trigo do Conde
de Ribeira Grande somente e msidmado N o mesmo governador
o sobredito requerimento e aos ditos os votos dos vreadores e
nobreza deferi0 e se resolveo que a dita nao caregase por ora visto
a esta cidade que r d t a v a asim a Fazenda Real como aos mora-
dores desta iltia, com declarasom que sem reguIação de Sua Alteza
se não concedera ou- M s m pem fora do reino de que mau-
fazer este amrdom que o dito governador e vreadores e
pesoas de nobreza que prezentes SE achamm nesta camara e se
!
! A QUESTAO CBlREALfB'ERA N W &- NOS B1COLOB XV-XVII

*a que senão dá saida trigo ma a té -são


de Sua A l t m e com esta decErtrash ,-pla Luis da Motta e
M e k , =rivão da Carnara o e s d . I r I

ass. O governador Manuel & S-J@o Borga de Bit-


tamm. Woei R a p m C o m MmwBnl$&&b kh h w .
A n d o Sana. Bertolarneu Frias C d . h b , i * - Mwtins.
r -7 '

- 1677/Mal0/16
-,B.P.A.P.D., CPD, nP 53, fols. 209~-210

Emtrama a servir nesta camara o pdmeim de Janeiro deste


presente armo nam temos dada Lisensa pera se carregar trigo algum
e o que os oficiais desta camara do anno p a s d obraron sobre as
lisensas não corre por nosa conta.
Veio aqui o navio hgEs de que 6 agravante trata pellos meses
de Fevereiro e Março, tempo na verdade achado navio grande e de
munta carga de trigo que se nos pidia pera Mazagam, pello que
munto trabaihamos por ihe dar exgidiente pera a que fizemos
exame do trigo que tinha esta cidade e achando somente em ser
duzentos e doze moios de trigo que considerando nos que estava
ainda em tempo de sementeiras, em que talves seria nemaria
parte deste pera ellas e estar a tem em estado de carestia p o i s
não achava o pwo hurn alqueire de trigo por outro *tens, preso
da terra excessivo e restarem ainda shm ou seis meses pera
chegarem a futura nuvidade e náo certificados no cazo que podia
suceder na novidade futura dos povoe e trigos por pernosticmdo

-
ainda os moi- bem exprimentados que no n i b de Junho vindouro
e Julho averia fome com que paresse parte de pobre= e por ser
pouco o trigo que apareseo ao dito emnw por p u b h ã e s do
povo e clamores da carestia do p~ieso nm pmeseo o zello
de nos& obri- nam conseder ilsmsk
E hora instados da p i h do e d & i s desejado
acertar e mm fdtar ao prwimeatn de nmn a publica
mteniasam do povo nem ao pG&dm pcrcenserm do agrsl-
-te e vendo // o estado da t m a h m i d a t ~estammos j6 mais
chegadoa a futura novidade h f a w e tse~wtm& nesta cidade
trigo & Saata Maria t dm temw e-vil= +que se poupou pella
abumh& de favas e por se dar coisz si umtelia devida reaoremos
a fazer novo exame em que apareseram e m ser trezentos e setenta
moi05 pouco mais ou menos de que apareseo no primeiro exame
o que devia suseder asim ou por os senhomis negarem a verda-
deira quantia ou peiios entrados de m o e poupamento am rezam
da abaindancia de favas.
O que tudo visto asentamos que seja apontdo o p m o r
do provimento da prasa de Mazagam se quer este trigo em parti-
cular do aggravante pera o dito provimento por os pmos que
com elle se ajustar, damos ao aggravante franca liçenm por
navegar o seu trigo que tem em ser ao prezente nesta cidade de
suas rendas, -tanto que não seja m a i s que trinta moios em
de que outros senhorios tem a mesma pertensam e talves
defrindo a todos em todo se esgotam todo pera o tempo de maior
nesesidade no prinsipio dos feitos e pera o que eles tem em a
villa da Alagoa decorrera aos officiais d W
h n que nos parese não temos feito aggravo ao aggravante
Y o m AItera ordenarsi o que for servido. Luis da Motta e Meiio
o €wmi.m 110.PaviQ (as.).

Vistoria e exame feita nos graneis desta cidade


e casa6 prticuiares deiia E& as faltas de trigo.

Amo do nasimento de Noso Senhor Jesus Cristo de mil seis-


centos e setenta e outo annos aos coatro dias do mes de Janeiro
do dito tempo nesta cidade de Ponta Mgada, ilha de Sam Miguel,
em a -ara da dita cidade, estando nella juntos o doutor juiz
de fora -1 da Costta da Silva e os vreadores, e mais veiho o
cappittam Gaspar de Medeiros de Souza e // o cappitam Manoel
P;icbeco de M d o e Antonio do Rego de Faria e o procurador
Sim50 P a v m M o . E estando M o s juntos em camara acor-
daram se fizesse vistoria nesta cidade em tados os graneis della
e casas particulares pem se ver e examinar o trigo que se achava
nesta dita cidade pera tratarem eles ditos vreadores do bom provi-
mento dela por rezão de ser munto pouco o trigo neste anno e
ser caregado munto pera as prasas & Mazagam e Setuval e Lisboa
e t a m b h pera se saber se p d e dar lisensa pera caregar algum
trigo no navio que esta neste porto que pede c o a ~ e n t o smoios
de trigo atd quinhentos por Guilherme - h pera a prasa de
Mazagam, por petisão feita mn nome de Pedro A l v a Calddas e
fazemdo se com efeito o dito eizame e atoria em toda a dita
cidade e m presença de dois tabaliom publicas Lourenço Ayres
RBdwalho e MamA Fernmdes Vi& qime forão dmma&s peiios
oficiais desta camara pera da vistoria dawm sua fee e se não
achou em trigo mais que o seginte; na mõig. de Manuel Felgueira
que tem de v k k pesoas vipte outo e e mKo /J de Luis
Rdrigues m t a moios; e na mão de Gaspm W g u e s Nogueira
vinte sinco &os; e na de M a n d Rodrigua Monchilam corenta
moios; e na de seu m o d'audb (?I catorze moios;
e na de Antonio Travasoe sEnco moias que tinham e m seu poder
cumo grneIeiro de varias pesoa9 o qual trigo soma todo peiio
ditoso filiais. E assim mais confessou o cappitam Manuel Pereira
da SiIveira quinze moios, e o cappitam -par de Medeiros de
Sotmsa vinte moios, Antonio d'AlEuin sete, Tomas de Fonseca dois,
que todo fas sento e novemta e seis moios. E asim mais o padre
Manuel Rodrigues Machado des moios e na mão de S e b a ç b
Barbosa Furtado des moios; s na mão de Antmio Moreira de
Souza outo moios e as freiras de Sam João e seu sindico onze
moios e Domingos Dias de Souza seis moios e o c a p i m Antonio
dc Medeiros vinte moios, e Gaspar M i d W de Camara seis moios,
e dona Izabel da SiIw seis moios que fas s o m a oom todo o trigo
asEHia referido, duzentos e setenta e ires moios coutidade tam
limitada pam provimento desta cidade ate todo o mês de Julho
e sementeiras par fazer, que acordaram se não podia por ora
conseoler a liseaisa que pede o dito Guilherme Chamberlin para
o provimento da p m a de Mazagam, porque avendo faIta notoria
de trigo que se acha nesta cidade camo se esmmhou // o termo em
que este povo se pode ver e ser algum apresam cunsta a esta
camara por certidão d'd-ega desta cidade que o dito Guiiherme
Cbmberlin tem carregado este dita awi desta nuvidade pera a
dita prasa de Mazagam mil novesentm e quinze moios de trigo
e de sevada e favas vinte nove moios e s i q m alqueir~e a outras
pesoas miI e quinhentm moios alem daquele que esta amara não
tem noticia, çando pera a dita frota & M w g a m os moios de
trigo que se customa caregar desta ilha B qw tem am@o o dito
Guiihme Chamberlin os amos -a wm mil duzentos e te
mil e - m e n u s moios de trigo e se ic EM deu este a m o lisema
para mais trigo foi por e s h -c serem tudo e cosa do serviço
do prinsipe noso senhorio alem de mtras mais c o a s que ha
pera se não dar tal lisema e m-. Luis da Motta e MeIio o
d p v b da calpara a h. Gaspar de Medeiros de Sousa. Silva.
Melo, Manuel Barbma. Pavão. Antonio Travasos. Antonio Cabrd.

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grie de prezente @@Ps19ãt&* ;e' eneorado no porto desta


p i % L M ~ g a em porque os
6.~%&ofiicios da camara
W&i desta cidade somente
m a t o deste povo até
&'* b ' M 6 de Julho deste p C $ 1 & m.R~quereoo procurador
cb mn&lh se h s e wht &muda e se lhe por parese a todos
a,fdta que avia de trfgo pera o sustmto de tam grande povo e
o&m& se se podia dar lisenstl para se carregar algum se dese

-
e quando n h pudese ser se d o dese iisensa por se n%o porem
no r i m de aver fome cmm que o povo geresa e tomado o pareser
de DoBos d h r a m se n h p d i a mmgm aigum trigo visto a limi-
tasãa dele a Mta~ d s de mtm m- e meio ate // pera paga-
mento de t r a e m b h dquefm que d w e e os tem apolvi-
nados peUb que mpondeo o &to semdo ter j A feito deligencioi
por tada a ddade em Be mmth mtem catorze do corrente
m h M o ~ v m gmd h algum nem c- partimiar onde jãl na0
fizesse exame do t~@ que a* se &&aram sobmente dozeutos
e doze moios e &ta .errm as p w que deviam aos direitos o
nao t h b m para pgk e do que avia na cidade e a coneia
dss dkitos em- a W e n t e r . moios e trinta aiqueires
que ti& se dos htwtm moi- que se achavam não
ficavam mih qine mmeíite ~hkumtaeoatro moios que não vem
á set múb p m &tWnt:~ ttis t* povo atd o m&s de SuIho,
tmnpo das cbheitm e L t2iWi feito prezente aos vreadores
do a f m -do d m h n &I dar -tu issensas e tam carga que o
pnsefrte - ' e pihums saio erm Janeim do presente m o //
A QUESTHO CEREAL- NOS A w m 8~CUL08XV-XVIX

e não deu liseusa alguma até o presente por ri& poder ser nem
menos agora se podia canseder pellaõ r&mins referidas nem Sua
Alteza permite que os seus povos peremp,w que e dito fiz o
capittam Amaro Pais por parte do JI& responde0 que
avia o dito trigo porem trigo ao dito dnos novos devedores
visto ihe não deixarem m g a r e pomtam que toda a perda que
se fisesse o dito trigo ou demenuissmaw&,pr+q@s dwelb Sua Alteza
porque porque direito o fossa a qm, o &to senado que
devia fazer a dito t h u r e h o td saw 8 senão que
tivesse o trigo ou as devedores pais w.8- pagar a nos tinham
e coabiam comprar dos d m t ruoia ~ &na &to8 e os ditos
devedores acima nomeados d i s e m m a = nada Ibes peju-
dicar. Luis da Motta e Mello d v & da &amam por Sua Aiteza
O escrevi.

- 1680/0utubro/5
- B.P.A.P.D., CPD, n? 53, fols. 77-77v
se ajuntar certo computo que se ande pau m lisenssas
db Mgw que se ade embarqw este p m e anrw mandou o
>dtW'senhor governador chamar a esta mmam algurig homens
nobres da guvemamsa e lavradores e tomando &Iles notícia
m dw cam os vreadares e mais offi* da camm se pudiãa
m*

-
mbh+a~ tres mil moios de trigo d~ // a destes ~ 6 h e
hoN - 4 peiio rol que deu J o r p da %ata MWs, n d e y m
W~tsahidas,dúusmiledmwnWe?eWkntae
MO& hos sais se emcluiho nas ikmam* &a amara
~ B ~ ~
w&#llb P

' .n n d rif-
~ ~. -.
-- B.P.A.P.D.,
16WtJ-22
55, hls.
CPD, nmO 5~-6

Em esta vrasam mmdamm ouvesse eizame~ de trigo noç


lugwm do m o pm ser asim mveniente aos pwos, em rezão
de que o &mo p d o por ficar o trigo na rnáo dos mr&bos e
senhorios houve mutrtg pwiao eizame e falta nos povos e por asim
suseder rnmkümm ouvese h e na forma que sempre ouve.
E l q o as lu- numimam grandeiros pera reseberem
o dito h5gd &iBe I J a f i m por seus fiadores como o
consta do termo que minaram IIQ livm dos eizames.

- 1684/0uhibf~)/16
- B J M D . , CPD, n.0 55, M.131v-133

Em os dezasseis dias do m&s de Outubro de mil e seiscentos


e setenta e coatro annos forão juntos nesta camara da cidade de
Pmta Delgada o senhor governador Manoel de Sequeira Perdigm
e o doutor juis de fora Manoel da Costta da Silva e o vreador
ManoeI de Betancor e Saa e o procurador do conseiho Manoel da
Camara d'Araujo e os mesteres Antonio Cabrd e Matias Rodrigues
e algumas pesoas da goverrirtnsa desta cidade todos abaixo asigna-
das e por voto e parecer de todos se asentou que peiias infor-
masoins que avia e vistoria que se fez gellos graneis do trigo da
cidade e casas // parti* de morgados que tendem dos de
trigo e outros mais informasoins qtae per si deram as pesoas
enprementadas d~ b o m c o h c i a que não convinha dar se lisema
para se -regar mais trigo pera fora desta ilha quanto ao tempo
prezente por estarem em- pasante de tres mil moios de
trigo neste Verarn e daqui até a novidade faltara serem mais de nove
mezes e as teras averem de se samiar fazendo se conpito pelio
rendimento dos djzimos que o m a i s trigo que heste ilha pderia
dar teriam dezasete mil moios antes menos do que mais e que o
menor que os moradores da iIha ousam mister pera comer segundo
atrh disem a espiriencia de homem nobres de govtrnança e bem
-nestecasaque j ~ s e ~ ~ e m o u t m s
w m i ü w t t e s a ate herom treze mil m&m.mtes mais que menos

I
e qw pera se semearem as teras a aviam m i s t e r os
kw- haom dois mil e qubbmgus que hüa e outra
couza vem a fazer quinze mil e quirhmh, pouco mais ou menos,
não vindo a mibijar pera o m p i m dm &%#$&e mil moios que
a ilha podia dar mais que mii e q-tw moios e que quando
os sobejos c b g s e m até os dois mii & hera mais esceso de
mbeijos que se @a oonciderar e que & jh embarcados mais
de mil moios com lisensas desta que ae embarcou
L sonegado c // enculxtmwxte
poderiam ser d s de trezentos mwos
-OU que o
ficava já avendo
áe falta de trigo pera suistento desta 3 b a.td a mvidade futura de
de 4 e quinhentos moios o qpe ficou mais
p w t e porque sendo o preso comum & t d g ~nesta ilha o u a t a
r& hum alqueire e o mais caro sem reis ou&, sendo ainda pren-
*ia do m o , daaseis de Outubro n& whava a pwo quem
vendese hum algueire de trigo por menos ck awto e sesenta reis
4 a h m s particulares que se acham com sigo hindo a sua poda a
gente do povo pera comprar aos alqueha davam em resposta se
@o levavam duzentos reis por cada hum alqueire o n h queriom
vender e hum granel de trigo que se mandou apregoar a sento e
-ta *ia aiqueire hera muinto sujo e tanto que o povo clamava
c&% era podre, comesando ante todoe rtvm hum gerai alvomo
q@ motim pelia falta e carestia de trigo que j i ouje expri-
mmtou por todas os quais couzas porpostas nesta amara em
prerim do dita governador e nmhtas peoas da goveniansa e
& povo que a heiio forom c h r d o s w fea p d o juis de fora,
e grocorador do conselho e misteres presentes a s a t o
de que máo caregase mais trigo &um nem se dese mais
~swZI, S&Q peU0 deSCur~0h ann0 // f# @e S U ~ ~ W
algum trim pellos pobres o nam -,g&am9pM prshco
porque j4 &e esta corendo. E
reimo que ilha tem
mwn wem parte do
aum tanto aa tera tamb
e wabs & fdta publica
b t i v m dado lisensa m
p r t h h r e s de que tudo o
& conselho e misteres
rtsi$nacom. Luis da Moita
O gmamdor. Silus, Bitancurt. M g . 4a$e& Cahral. Matbias
ALBERTO VIETRB

Roiz. Sebastiao Martins. O Capitam GOMO da Camara. Francisco


F u r k h da Costa do Rego e S. D u m Numão Sanchea. Antonio
Camilho de Castiiho. Manuel Facheco de Mello. Francisco Martins
Pacheco.

- 1695/Ailarç0/21
- B.P.A.P.D., CPD, e 56, fols. 168-170
Amo do nascimento de Noso Senhor Jesus Cristo de mil e
seissentos novemta e sincoam vinte e hum dias do mes de Margo
do dito anno estando juntos o doutro Juseph Botelho de Siqueira,
juls de fora desta cidade e os -dores da camara mais velho
o m&tsm M a n d Rapam C o m e Joam Borges da Silva e o
3oam üe Souza R d w a l h o s o proanador do conseiho
Maw&%.M&$za &WES s o mism M a n d Cabd por todos foi
lirlmtg fazer este auto. Que sendo
no m&mo &h,1314s &'&mo&sima &ddo peiaa manham sedo se
levantaram o pum do lugar üe Rasto de h, termo desta cidade,
em fmmi cte ma- W~Q &me
U B&s que tocavam e com
armsrs ofensivas, como espadas, dados, fouces, roçadoura e aspias
s p h s e nesta forma vieram #doa juntos a esta cidade aonde
se juntaram com o povo de& obrigandoos por forsa alguns e
outros que em cumbarkmente os sighm; com que se juntou
numeroso povo asim desta cidade como de suas aldeas e vilias
desta ilha de que avia muinta gente naquelle dia nesta cidade
de todas as partes da ilha por ser dia e m que o doutor juiz de
fazia audinensia aonde astuma vir munta gente // por neih aver
negosim de toda a parte da ilha; o que o povo w m impito furiozo
avansaram h caza do dito procurador do conselho ManoeI Pireira
Soares e Ihe arombaram e quebraram as portas das suas =as
mm estromentos de que pem ese efeito vinham previnidos e as
geneUas Ihe tiram com muntas pedras das que milagrozamente
escapou com vida, pertendendo muntos dos que emvadiram as
portas subir a escada pem o matarem e arobarem o qual subido
elie defende0 atb que ult' te lhe d i s e r - que os acompa
nhase sqena de o m t m e que por ivitiar algum d o r dano
que lhe ameaçava a q u d e tumulto M o z o e amotinado se espuzma
pmumdor com iviâente prigo de sua vi& a sair de sua casa;
AQmT90 -#OcQ-mmXT-ãVfI

mad3daB-m

~rpiotgswWeme~n&

~ w o n a m ~ a q w e & ~ ~ ~ d e
#%quem achava e fazendo ou-
me@enda mr esta forma dar e por l&
I mm m W e, tudb
~ m p m s d o e m s a i p o d e r a o d i ~ ~ d o ~
m . ~ m r ~ w i a ~ o m e s a i r d a q d k g r i g o , ~
~ ~ d k d i t o j ~ d e ~ e ~ q u e s u ~ r i
~ 6 a w ~ p e U o ~ q u s ~ ~ v i d a s

-
m * ~srm@toi a n w a saude e do dito povo
oi~desuaspmsaarivieramatndoo~destacamam

---
"
~ ~ ~ t o B ~ t a r m l o q u e m E h-para
**~i.a motim e jutnmgte do poro. o cpa~com
d e = - ~ e ~ p i d i a m o d i t u ~ & h a e ~ ,
~ ~ c o a n s e l l w e m i s t e r q u e ~ ~ m q u e d o u t m
mwm ammdar o povo^^ d & i & a b que
perri I130 se h e O prigo que estava idente a sua$ pessoas ecrmo
i t d a mta cidade e -tas demdens que puditlm swedm
~ q u e d e p m x n t e ~ I h e ~ t P d o o q u e ~
~ B o q u e c k o u t r a m t c ~ ~ ~ ~ e c t a r m o c
ao dita Jacinto de Siqueira que lwamtaw vam ddjjuW&
povo, o qual dise aseitava N o p-
~ s e r ~ ~ q u i ~
%&cktateawm
d ~ N o t m S e n h o r e o ò i ~ a
~ e s a i t c m t r a a r r ~ l & m a a r ~
m d h ~ p A i o ~ ~ e m q # ~ ~ ~ i a m E o u t r o
dWmbmmqueotrigo w ~ d e i w ~ ~ ~ ~ a l q u e i r e e
sdibrsrilaguatmvintenoo~~~que~ordem
p r ~ a o d t t o n a s i t o d e ~ ~ ~ p o a ~ y m o q t x a l m i
r n ~ - ~ n a m t U a r t a
~~btasilhas0~~~:::::::::::::::::::::::::::::::::
convenemente v h estes géneros; porquanto o trigo gerahente
estava v a l d a dois tostoins e o milho a sento e sesenta reis
alqueire, os quais presos pidio emjusiamente como per nom aver
falta porquanto d e juis de fora e vreadores e procudor fizeram
resenha dos trigos que avia nesta cidade e o do que seria nesesario
pera o sustento do povo della e o esse respeito fizeram e i z m e
ajustando que quem quizesse carregar pera o reino sem moios
de trigo daria primeiro coarenta de eizame postto em hum granel
a ordem dos vreadores e offisiais da camara e com ifeito se tinha
postto em exzecusam pera que se tomou hum granel na Madagoa
desta cidade e se tinhõ emcomenddo a repartisam deste trigo
ao cappitam Manoel Rapozo Correa, vreador mais velho em o qual
garnei estava já trigo do eizame das lisensas que se aviam dado;
e dele se estava repartindo ao povo do prensipio deste prezente
m&s e tanto que no tempo que o mutim chegou a esta cidade
o dito vreador estava repartindo trigo no dito garnel esto povo e
declaram que da resenha que fizeram dos trigos desta cidade
achararri que avia // mil dozentos moios ou menos dos quais
abatiam o trigo que era nesesario pera a praça de Mazagarn por
informaram do comtratador da pmsa e do restante tirando o
ei- a r-m de comta por sento ficava pera esta cidade
par -ta de duzentos moios de trigo de cuja contia era bastante
pem sustento do p m desta cidade daqui atk o novo conforme
a abri- (?) que se h com pssrias que neste negocio podiam
votar de que de tudo mandaram fazer este auto que asinaram.
Luis da Motta e Mello escriv&oda camara o escrevi.
as.Joseph Botelho de Sequeira. Manoel Rapozo Correia. J&
Boxges da Silva. João de Sousa Redwalho. Mand Pereira Soares.

- lWMai0/9
- B.P.A.P.D., CPD,nn057, fols. 2 8 ~ 2 %

Nesta vreasam se tomou conta aos juizes e graneleiros dos


lugares do termo do trigo do eizame que cada hum tem em seu
no seu destrito. Dise o graneleiro do lugar das Feteiras tem em
seu onze moios de trigo e diseram a graneleiro e escrivão que
pem provimento do pwo d a q d e hgar se aviam mister seis
moios de trigo ate trigo mwa // ' ',.I
Dise o gmneleiro do lugar de b d 2 U h em seu des moios
de~deehmeediseseavb d o p o ~ h
dito lugar W s moios até o novo.
Dise D pandeiro do trigo do &ume h Sam Sebw
tiam que tem em seu vinte coatro m h s e &e sq a- mister
, p p pmvhento do povo daqueile hgar & até o m.
t
Disexam O juis e os dois granekkk W--trigoi& ehime do
-1 cbs Masteiros que tem e m seu ~ ~ o i o q &w em am
m k k d moios suprimento daquelle prwo af8 o nova

-
M e o graneleiro do lugar dos F & tem sem seu outo
,,mQia3de b5go do eizame.
O juis do lugar das Capelias dise que o graneleiru do &W
sLrW tem em seu do trigo $o &ame m& e h a mister
,$#m O PQYO do dito I- ma- moios a u o nwo, //
O Juis do lugar de Santo Antonio que estan em seu nwe
moios de trigo do eizame e dise havia pera wistento &que&
pWo s b moios aié o novo.
~~
O do Iugar de Bertanha dke tem em seu seis moias
de trigo do eizame e se avia mister RS ditos seis moios para
sustmto daquelle povo até o novo.
E tomada esta conta como se ve, OU- esta vreasam por
acabada e asigmm Luis da Motta e Mello o escrevi. Bicudo. Maia,
;timbrwn, carneiro.
'AO

QUADRO 11.

PRODUGAO DE TRIW -S.

Ri* Grande

Rdva a Ponta Delgada


Rabo do Peixe a F d s da Luz

Mosteiros Fdteira
Bretanha

Ponta DeIgada a Rosto do Cão

A&& a Fenais

bw
Nordeste

Agua de Pau

P 0 m q . h ao Faia1

Total
QUADRO 111
EXPORTAÇÃO DE TRIGO -Destino
Ano Africa ICzdrhsMadeira Lisboa Outros Total.
I
1688 1200 - - - - -
1520 1500 - - - -
1522 2000 - - - -
1523 2222 - - - - -
1524 - - 2m - -
153@31 3 337 - - -
1533 - - - - -
1535 2 790 - 1859 - 40M)
- -
1536
1538
1546
2000
1119
-
-
-
-
- 150
1 601
-
-
-
(Praia)
-
-
1557 -- A

-
-
- -
M -
-
-
156.2
1573 - - 80 -- 5 600
-
1M11 - - - 20
-
+..,.

-
1602 - 125 -
1603 - - 526 - - -
1M)5 - 79 - - -
1606 - - 314 - - -
1607 - - 71 - -
1609 - - 44 - - -
1616 - - 53 120 - -
1617 - - 282 - - -
- - - - -
1618
1619 -
-
-
379
408 - - -
1620 559 369
1623 - - 280 - - -
- - 2M - - -
1624
1625 - -
-
469 -- -
- -
1626 933
1627 - 407 - -
1631 1210 - 518 1781 103 -
1634 1652 49 n2 141 - -
1635 - - 200 - - -
1636 1127 - 207 - - -
1637 - - 115 - -
1638 - - 623 - - -
1639 361 316 163 829 213 2 505
1640 792 305 1 756 518 3 3555
1641 - - 54 20 - -
--
1 Ano I Africa c m h i a s ' Maddl 'Liaboa i Outros 1 Total

Foanir: A.ILMi6.,C.M.F.,n.e13141W. -- -
B,PA.P.D.,CPD, n." 4957. .- L

Ma&t Oihpia da Fhha Gil, 6-gu& & " P m L &l#mia e o


ErmPgrcioaEorirrnoao~
EHkrL£ma,OsAwm8~a
WB (marata do 3.I . H. 1. r.).
QUADRO IV
EXWRTACAO DE TRIGO -Proveniência
I
h o S.M@ Terceira Santa G W w a i%m Faid
maria COND- Açores
-
- - -
1682
1643 293
-
- --95 -
*
-
-
-7
-
1644 2 500 d

- - - - -
h

1646 24155
1648 2290.5 -
-
-
- --- - - - -
h

-
-
1651 414
1652
1653
-
- 312
309
-
- -
-
-
-
-
- - -
4

1654 361 - ,

- - -
d
If

1657 185 180


- -
h

- -
1658 400
166Q 1000 -
-
-
-
-
-
-
-
-
-- --50
1661 600
- - - - -
1662
1663 -
80
-
100 -
- - - -
-
-
30
1669 18615
1671 - - - - - 20
1674 1298 - - - - - -
1676 47475 - - - - - -
1677 - 450 - - - -
- - - -
1678
140
915
300 -
-
-
-
-
-
+
-
-
-- -
d

-
1681 200
1684 SOM1 - - - - - -
- - - - - -
1685
1686
3473
1342 -
-
-
- -
-
- -
- --
1688 837
1688 430 - - - - - -
1689 2220 - - - - - -
- - - -
1690
1692
650
3 340 -
-
-
-
-
- - - h

-
-
1693
1694
4 44S
2 6875
-
- -
-
-
- -- -
-
- *
-
-
1695 6
- -
1896
1697
1788
778
100
- -
h

-.
- -- -- -
d

-
1698
1699
568
80 - - .- - - d

F o m : AR.M., C.M.F.,n." 131+13111.


B.PA.P.D., CPD, nP 4951.
Maria Oiúnpia da Rmh Gil, O wZ & Pohtb Delgada e o
co- açoriíffao na s h b XVI& jh &da.
Hélder Lima, OS Açms nu M W k A. do Her&mo,
.
1W!l (separata do 8. I. H. I. T.)

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