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ia@ . do europeu no novo mundo mas também uma descoberta do
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lores, plantas, animais exerceram um fascinio espe-
ia1 nqk#'prosa dos aventureiros e, por vezes, homens de Ciência.
rimeir afluem como troféu os animais exóticos. Depois sucedem-
ce as r ntas exdticas com valor económico e medicinal.
L
acklanâs seem always to havc occupied a signj(iwnt place in tke environmsntd imagination ofmann (0.
Worster, ~Vaturs's
s ilhas são um universo A parte. São o campo A literatura de Antiguidade clAssica mediterrsnica
A de fascfnio das lendas e dos sonhos em fez do AtlSntico o seu lugar de sonho e ilusão.
todos os tempos. Desde a Antiguidade que as Al fez nascer ilhas paradislacas; os jardins das
ilhas Atlãnticas são as protagonistas. Espaços Hesperides, como tambkm se desfizeram algu-
de utopia ou de sonho atraem aos navegadores mas, como a testemunha a mltica atlantica. Foi
do sbculo XV e revelam-se de forma extasiada. este fasclnio que acompanhou os navegadores
içlenha 122
. .
, , ., peninsulares que desde o s k u l o XIV as Os descobrimentos europeus n8o foram apenas
demandaram obstinados pela conquista e uma forma de afirmação do europeu no novo
ocupagão. O objectivo era trazer o paralso ao mundo mas tambCm uma descoberta do meio
seu mundo e fazer dele a sua morada. A ilusão, natural. Flores, plantas, animais exerceram um
a obstinaq30 do parafso biblico domina a chegada fasclnio especial na prosa dos aventureiros e,
dos navegadores portugueses 9 s ilhas, como por vezes, homens de CiCncia. Primeiro afluem
Colombo às Antilhas e os colonos de Mayflower como trofbu os animais exdticos. Depois suce-
as costas americanas. O seu reencontro era dem-se as plantas exóticas com valor económico
encarado como uma conciliação com Deus e de e medicinal.
apagar do pecado original de Adão e Eva. Tenha- A cana-de-açúcar, vinha, cereal e alguns legumes
-se em conta que as duas primeiras crianças serviram de troca ao cacau, cafe, tabaco e a
nascidas na ilha, filhas de Gonçalo Aires Ferreira inúmeros frutos, sementes e raizes exbticas que
tiveram nomes blblicos de Adão e Eva. rapidamenteconquistaram o europeu. Em ambos
A chegada foi sempre um aao de reconciliação os sentidos o prota-gonismo das ilhas nesta
e reencontro. O homem regressa ao paralço da permuta foi relevante. O seu chão oferecia
biblia. Foi este o pensamento que dominou a condições especiais para a aclimatação das
chegada dos povoadores europeus com a especies estranhas. Conhecer o mundo das ilhas,
passagem dos cientistas europeus, nomeada- em mais de cinco skulos de Histbria, C o mesmo
mente britanicos, a partir do s4culo XVIII. que acompanhar a par e passo o devir da
As expedições cientlficas imbricam-se de forma expansão europeia e o processo de mundia-
directa no tragado das rotas comerciais que liza~ãoda economia que o mesmo provocou.
ligam as metrdpoles i s col6nias. Deste modo
a Madeira assumiu de novo um desusado O MUNDO EM MOVIMENTO: HOMENS,
protagonismo. Aqui o paralso C sin6nimo de PLANTAS E MERCADORIAS.
conhecimento e investigação. A Europa maculada
e perdida pela presença humana procura nestes A valorização do Atl3ntico nos sCculos XV e XVI
rincões refazer o paralso perdido. resultou do traçado de rotas de navegasão e
Os epltetos da pena de cientistas e literatos slo comCrcio entre o velho continente e o litoral
por vexes repetitivos. A ilha conquista-os pelas atlhtico. A multiplicidade de rotas e rumos
condiçdes que oferece. O clima faz dela uma resultou de complementaridades econ6micas e
escala retemperada para a cura da tisica formas de exploração. Se é certo que estes
pulmonar ou a incessante busca dos segredos vectores geraram rotas, não C menos certo que
que a MBe-Natureza esconde. as condições mesolbgicas do oceano, dominadas
A terra foi descoberta e revelada em todos os pelas correntes, ventos e tempestades, delinea-
encantos, acabando por assumir papel fun- ram o rumo. As mais importantes e duradouras
damental na expansão europeia no Atlantico. A de todas foram sem dúvida as da India e Indias
descoberta C tambCm um aao de transformasão que galvanizaram as aten~óesdos monarcas,
do meio natural, adaptando-o b exigencias dos da populaçáo europeia e insular e tambgm de
novos habitantes. A arca de No4 acompanha os piratas e corsArios.
navegadores-povoadores e faz com que tudo se A Madeira surge, nos alvores do s&culoXV, como
transforme num Apice. a primeira experiencia de ocupação em que se
ensaiaram produtos, tçcnicas e estruturas
institucionais. Tudo isto foi, depois, utilizado,
em larga escala, noutras ilhas e no litoral africano
e americano. O arquipçlago foi, assim, o centro
de irradiasão dos sustentáculos da nova socie-
dade e economia do mundo atlantico: primeiro
os Açores, depois os demais arquipçlagos e
regiões costeiras onde os portugueses apartaram.
Daqui resultou o papel fundamental de difusáo
das culturas existentes na Europa com valor
para assegurarem a subsistencia e exportasão.
Depois, com a revelação de novos espasos d o
Atlãntico e indico tivemos n o retorno novas
culturas e produtos que enriqueceram o cardipio
i. Engenho de Açdcar.
europeu. E de novo as ilhas voltaram a assumir Gravura de Stradamus
papel disseminador. De acordo com Elizabeth B. Keeney [Thc Bota- ('536-'605)
A aclimatação das plantas com valor econ6mic0, nizers-amateur scientits in nineteenth century
medicinal ou ornamental adquiriu cada vez mais America, Chapel Hill, 1992.1 na América do Norte
importancia. Aliás, foi fundamentalmente o a partir de r820 a BotAnica tornou-se popular,
interesse medicinal que provocou desde o século fazendo surgir a figura do «botanizers», isto 6,
XVII o desusado empenho e valorizaqão dos aqueles que por passatempo se dedicavam a
estudos botanicos. Em 1757 o inglCs Ricardo colecção, identificago e preservaqo das espécies
Carlos Smith fundou n o Funchal um dos jardins botgnicas. A Hist6ria Natural era vista como u m
onde reuniu vArias espécies com valor comercial. exerclcio para a mente dos jovens. Passados
JB em 1797 Domingos Vandelli (1735-1816) e João vinte anos o espectro mudou n o sentido da
Francisco de Oliveira, no estudo sobre a flora, especialização, surgindo as associações especia-
apresentaram u m projecto para u m viveiro de l i z a d a ~como Smithsonian Institldtion (1846) e
plantas, que foi criado no Monte e manteve-se American Association for the Advancement of
até 1828. O naturalista frances, Jean Joseph Science (1848). Em Londres havia tivemos desde
d'orquigny, que em 1789 se fixou n o Funchal 1838 a Botanical Society Club.
foi o rnentor da crias30 da Sociedade Patribtica, N a Madeira José Silvestre Ribeiro, Governador
Econdmica, de Comkrcio, Agricultura CiBncias e Civil, avançou em 1850 com o plano de criasão
Artes. Também na ilha de Tenerife, e m Puerto do Gabinete de História Natural, a partir da
de La Cruz, Atonso de Nava y Grim6n criou e m exposição inaugurada a 4 de Abril no Paldcio de
1791 u m jardim de Aclimataçáo de Plantas. Em 5. Lourenço. Mas foi tudo em v30 porque 3 sua
França, por iniciativa de C. Saint-Hilaire (1805- partida da ilha em 1852 tudo se desfez. Depois
-i86i), foi criada em 1854 a Societk Nationak de surgiu a proposta de Frcderico Welwistsch para
Protection de /a Nature et D'Acclimatation. Os a criasão de u m jardim de aclimatação n o
franceses a partir da obra de Buffon e Lamarck Funchal e e m Luanda. A Madeira cumpriria o
foram os principais difusores da noção e pritica papel de ligação das col6nias aos jardins de
de aclimatizafão. Lisboa, Coimbra e Porto. Este botanico alemão,
que fez alguns estudos em Portugal, passou em destacados investigadores botânicos que
1853 pelo Funchal com destino a Angola. Jd a procederam a estudos.
presença de outro alemão, o Padre Ernesto João Em qualquer dos momentos assinalados as ilhas
Schmitz, como professor do seminário dioce- cumpriram o papel de ponte e solo de adaptagão
sano, levou A criação em 1882 u m Museu de da flora colonial As condições do velho con-
Histdriu Natural, que hoje se encontra integrado tinente. Os jardins de aclimatação foram a moda
n o actual Jardim Botanico. que na Madeira e Açores tiveram por palco as
56 passado um seculo a temdtica voltou a amplas e paradisíacas quintas. O Marquez de
merecer a atensão dos especiafistas e vArias ] I c o m e Correia [A Ilha da Madeira, Coimbra,
vozes se ergueram em favor da criação de u m 1927, p.173, 1781 identifica para a Madeira as
jardim botanico na Madeira. Em 1936 refere- quintas d o Palheiro Ferreiro c Magnblia como
-se uma tentativa frustrada de criasão de u m jardins bot4nicos. Estas são tanto, viveiros de
Jardim Zooldgico e de Aclimataqbo nas Quintas plantas como hospital para acolher os doentes
Bianchi, Pavão e Vigia, que contava com o apoio da tísica pulmonar e outros visitantes com posses
d o Zoo de Hamburgo. A criação d o Jardim e entusiasmo para desfrutar da ilha.
BotPnico por deliberação da Junta Geral d o No sbculo X V t l l desvendou-se u m a nova
Distrito Aut6nomo d o Funchal a 3 0 de Abril de vocação: as ilhas como campo de ensaio das
1960 foi o corolArio da defesa secular das t k n i c a s de experimentação e observasão
condições da ilha para a cria530 e a demons- directa da natureza. A afirmação da Ciencia
tração da importancia científica revelada por na Europa fez delas escala para as constantes
251 islenha
4. Engenho ms Antilhaq
&. XVII
indicação C de i677,altura em que se recomendava propostas era a amoreira, que «alimenta bicho-
o plantio de amoreiras em Machico, Santa Cruz -da-seda e distraem lagartixas ndo comam uvas*.
e Porto Santo. O grande promotor da polltica foi Note-se que s6 nos dois anos que antecederam
o Corregedor Francisco Moreira de Matos. Em a visita do corregedor em 1795 a Ponta de Sol
1769 ele dava conta dos infractores de Santa Cruz se plantaram 35.000 Arvores. Esta salutar medida
quanto fiscalização das medidas que deter- teve diversas formas de concretização. Assim
minavam a obrigatoridade de plantar Arvores nas em 1800 aquele que cortasse uma Srvore era
terras baldias, o que prova estar jA em execução. obrigado a plantar outra no seu lugar. Esta
Na Ponta de Sol em 1789 explicita-se que este situasão C testemunhada por W. Combe em 1821.
plantio deveria ser de Arvores silvestres e de fruto. Todas as ordens no sentido da defesa e recuperação
A solução tornou-se extensiva a toda a ilha através do meio natural passaram para o articulado das
da carta circular de 25 de Dezembro de 1770. posturas. Assim em Machico (1840) e Funchal
Em Santa Cruz sabemos que a medida era (1849) reclamava-se que aqueles que viviam da
fiscalizada pelos prbprios moradores, nomeando serra com a lenha e carvão deveriam plantar em
a vereação dois homens por cada localidade. Janeiroseis Arvores na terra. ]os& Silvestre Ribeiro,
Aos baldios juntam-se as escarpas montanhosas como governador (1846-1851)
teve uma actuaeo
e as Areas de cultivo. Assim em 1791recomen- exemplar na defesa das florestas e de reposição do
dava-se aos lavradores das meias terras acima coberto. Em 1849 apostou na distribuição de
são obrigados a plantar meio alqueire ou uma sementes de pinhão e no ano imediato propor 3
quarta, dependendo da extensáo das terras, de JuntaGeral a criago de um viveiro geral para toda
castanheiros, enquanto os outros deveriam a ilha. Nesta proposta recomendava-se o plantio
plantar pelo menos duas laranjeiras e um de Arvores indigenas: vinhhtico, loureiro, aderno e
limoeiro. Por outro lado as terras escalvadas e perado. Uma das formas de incentivo da polltica
do interior deveriam ser semeadas no decurso de reflorestamento estava na atribuigo de prémioç
do m&ç de Setembro de pinheiros. Outra das aos que mais se distinguiam nesta tarefa. A S & d d
zs] i s l e n h a
A cana-de-aqúcar poder8 ser considerada como cinco sCculos, em que ela assumiu u m estatuto
uma das culturas agrícolas mais importante da de produgão em larga escala, assim o confirma.
Hist6ria da Humanidade. Provocou o maior Aquilo que aconteceu na Madeira nos s&culos
fenbmeno e m termos de mobilidade humana, XV e XVI repetiu-se nas Ganirias, Caralbas e
econbmica, comercial e ecoldgica. A afirmação s6 não atingiu idCnticas proporçaes no Brasil,
agrlcola C milenar e abrange vario5 quadrantes porque a mata atlantica era extensa. Gilberto
do planeta. E entre todas as plantas domesticadas Freire afirma que «o canavial desvirginou todo
pelo Homem a que lhe acarretou maior número essa mato grosso de modo mais cru pela
de exigencias. Ela quase que o escraviza, esgota queimada. A cultura da cana... valorizou o
o solo, devora a floresta e desçedenta os cursos canavial e tornou despmzível a matam. O
de água. processo C simples. Para plantar a cana
A exploração intensiva desde o s4culo XV gerou derruba-se o u queima-se a floresta. Depois
grandes exigencias em termos de mão-de-obra, para fabricar o açúcar a floresta faz falta para
sendo responsAvel pelo maior fenbmeno manter acesa a chama dos engenhos, ou
migratbrio à escala mundial que teve por palco construir as infra-estruturas. A cana tem na
o Atlantico: a escravatura de milhões de africanos. floresta o maior amigo e inimigo.
Ligado a tudo isso estd, ainda, tambem u m Os arquip4lagos da Madeira e CanArias foram
conjunto variado de manifestaçaes culturais que os primeiros a sentir os efeitos devastadores
vão desde a literatura h música e 3 dança. da cultura. O espaso limitado das ilhas náo
Nenhuma outra cultura teve tanto impacto. permitiu a continuidade da cultura açucareira
O Oriente que descobriu a d o ~ u r ada planta, porque rapidamente devastou a reserva
tendo a Papua Nova GuinC como Berço. Os florestal.
Arabes fizeram-no chegar ao ocidente e foram A M a d e i r a foi buscar o n o m e ao d e n s o
os principais arautos da sua expansão. Genoveses arvoredo que a cobria à chegada dos primeiros
e venezianas encarregaram-se do comCrcio e europeus. Cem anos mais tarde a situação
Europa. Foi nas ilhas que encontrou u m dos da vertente Sul era distinta. O processo
principais viveiros de afirmasão e divulga@o: agrlcola e m tarno da cana sacarina fez abater
Creta e Skllia no Mediteraneo, Madeira, Açores, as árvores de grande porte para abrir caminho
CanArias, Cabo Verde e S. Tom4 n o AtlAntico aos canaviais. A Iaborasão dos engenhos
Oriental, Puerto Rico, Cuba, jamaica, Demerara. obrigou ao desbaste de madeiras e lenhas
A realidade s6ci~econ6micaque serve de suporte para alimentar os engenhos. Em pouco tempo
ao aqúcar diferencia-se no percurso da cultura as encostas sobranceiras ao Funchal ficaram
do ~aclficolíndicopara o Mediterraneo/Atlsntico. escalvadas.
Assim, n o primeiro caso não assume a posisáo Os reflexos da situa@o fizeram-se sentir muito
dominante na economia, primando pelo carácter cedo obrigando as autoridades a intervir n o
secundairio, enquanto n o segundo 6 patente o s e n t i d o de l i m i t a r o avanço das Areas de
efeito dominador na economia e sociedade1 cultivo e de controlar o abate de madeiras e
/associação ao escravo, que comesa no Mediter- lenhas. Em 1466 os moradores do Funchal
r%neoe se reforsa n o AtlBntico. contestavam o regime de concessão de terras
A cana, tal c o m o afirma Josuk de Castro, & de arvoredos e do modo de as esmoutar, pelos
autofagica. A realidade histórica dos últimos efeitos nefastos q u e causava h safra açu-
311 islenka
careira. Perante tal reclamação, o senhorio terfos, mas era na de Machico que se encon-
ordenou aos capitães e almoxarifes que trava o mais importante manto florestal neces-
cumprissem os prazos estabelecidos e que sário para alimentar os engenhos. Deste modo
fosse interdito o uso do fogo. N o entanto, o Vedor da Fazenda Real determinava e m 1581
e m 1483, o Capitáo de Machico continuava a que a fruição das madeiras destinadas ao
distribuir de sesmarias os montes pr6ximos fabrico do açúcar fossem de fruição comum.
d o Funchal, c o m excessivo prejulzo para os A situação manteve-se nos anos imediatos
lavradores d o aqúcar e, por isso, D. Manuel sendo necessAria a intervenção da coroa. No
repreende-o, solicitando que tais concesç6es sentido de controlar o consumo de lenhas
deveriam ser feitas na presença do Provedor. pelos engenhos a carnara nomeava u m esti-
E, finalmente, e m 1485, o mesmo proibiu a mador de lenhas, que através de uma bitolha
distribui@o de terras de seçmaria nos montes «de sinco palmos e meio de largo e de altura
e arvoredos d o N o r t e da ilha, para e m dou5 e meio».
princfpios d o s6culo XVI (1501 e 1508) acabar Nas ilhas onde o espaço florestal C limitado,
definitivamente c o m a concessão de terras o equillbrio entre estes recursos e a agro-
e m regime de sesmaria, a única ressalva -industria de exportaçlo C sempre precArio. A
estava as terras que pudessem ser apro- hist6ria d o açúcar revela-nos que o período
veitadas para canaviais e vinhedos. m&dio de afirmação da cultura não chegava a
As reclamações dos moradores e as conse- u m skculo. Sucedeu assim na Madeira, como
quentes medidas do senhorio atestam a pres- e m algumas ilhas das Canairias e nas Antilhas,
são do movimento demografico sobre a conces- como foi o caso de Jamaica.
s l o de terras. N a Madeira, das facilidades da Muitas inovações n o d o m l n i o da indústria
dCcada de 20 entra-se na dkcada de 6 0 com açucareira surgem por necessidade de poupar
normas limitativas, como forma de preservar energia. A partir d o século XVII a generalizaçso
o pascilgo de usufruto c o m u m e de apoio aos do chamado trem jamaicano pode ser consi-
principais propriet8rios de canaviais, cuja derado u m contributo significativo. A solução
exploração dependia da existencia de montes estava em apenas urna fornalha alimentar as
e arvoredos. As exorbit3ncias dos capitães, tres caldeiras. Assim o fabrico de um quilo de
desrespeitando as ordenações régias e senho- açúcar deixa de necessitar de 15 quilogramas
riais, conduziram A d i m i n u i f ã o da Area de de lenha, passando para u m terqo. No s&culo
pascilgo. Saliente-se que o pr6prio D. Manuel XIX generalizou-se a miquina a vapor, que veio
contrariou, em 1492, o regimento de dadas de dar descanso A floresta u m a vez que os
terras ao permitir que o capitáo do Funchal engenhos passaram a ser alimentados por car-
distribui-se terras na serra para currais e cultura vão mineral.
de cereais e as bermas das ribeiras para a N o s&culo XV a aposta na cultura dos canaviais
plantação de árvores de fruto. e fabrico do açúcar conduziram inexoravel-
O l i t l g i o entre as capitanias do Funchal e mente A destruição da parca floresta da ilha.
Machico quanto ao usufruto da floresta foi A tradição anota que para o fabrico de u m
uma constante n o sbculo XVI. Acontece que quilograma de asúcar era necessdrios 1 5 Kgs
a capitania d o Funchal dispunha da maior Area de lenha. Algumas evidencias provam esta
de produqão de açúcar da ilha, superior a dois situasão para a Madeira.
i s l e n h a [32
1491
- i.478.290 22.174.362 1525 957-396 14360.944
-
1497
. inj
1.517.187
1.468.191
22.578.805
22.022.878
i526 848.836 12.732.552
1527 1 .ozo.i 06 15.301-597
' ~ Y Y i.764.000 26.460-000 i528 1.242.591 18.638.865
1501 1.687.236 25.308.549 1529 i .050.447 15.756.709
150.6 1.665.774 24.986.61g 1530 823.023 12.345.3M
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