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EDITORIAL
PE. LUÍS RODRIGUES
BATISTA, C.SS.R.

Páscoa
festa da luz eterna
eceba a Revista de Aparecida com o coração repleto de

R
esperança em Jesus Cristo, ressuscitado e vencedor da
morte. Que a vitória de Jesus traga-lhe a certeza da re-
conciliação com Deus e com os irmãos e que a cultura da
paz seja a nossa conquista de cada dia.
Na Quaresma podemos ter a sensação de que vencemos etapas,
deixamos para trás o que nos pesa muito no coração. Vivemos em
seguida o momento novo, o Cristo Ressuscitado que aponta para nós
a transformação possível e definitiva, a nova vida. Os discípulos,
fechados num mesmo lugar por medo, transformam-se em pessoas
corajosas e saem para anunciar que Jesus, o Filho de Deus, crucifica-
do e morto, foi ressuscitado pelo Pai. Eles se sentem reanimados para
continuar a Missão de Jesus.
Quando Jesus Ressuscitado aparece aos discípulos, diz: A paz este-
NESTA EDIÇÃO ja convosco! Jesus Ressuscitado é tudo de bom que podemos expe-
4 CARTAS DOS LEITORES rimentar como dádiva do próprio Deus. Dele recebemos a força ino-
6 ENTREVISTA vadora que nos transforma para irmos ao encontro da realidade con-
8 REFLEXÃO creta da vida. Jesus indica aos discípulos que vão à Galileia exata-
9 ATUALIDADES mente aonde ele começou a missão. Jesus não nos quer distantes da
10 QUESTÕES DE FÉ realidade. Ele nos quer frente aos desafios que temos hoje.
11 NOS PASSOS DE MARIA A V Conferência do CELAM, realizada em Aparecida (2007), afir-
12 SALA DAS PROMESSAS ma: vivemos rápidas e profundas mudanças de época. São mudanças
14 MISSIONÁRIOS culturais e não temos mais “protagonistas sociais”, como família,
16 SANTUÁRIO EM AÇÃO escola, Igreja que formam a personalidade do indivíduo. O n° 365 diz:
20 RELIGIÃO TAMBÉM “Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente,
SE APRENDE – MORAL com todas as forças, nos processos constantes de renovação mis-
21 RELIGIÃO TAMBÉM
sionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favore-
SE APRENDE – LITURGIA
cem a transmissão da fé”. Portanto, a exigência é que nos tornemos
22 COM A MÃE APARECIDA
23 TV APARECIDA discípulos e missionários. Há a necessidade de encontro pessoal com
24 CAMINHOS DA JUVENTUDE Cristo (discipulado) e de ir ao encontro das pessoas (missão).
26 REZANDO EM FAMÍLIA Neste mês a Revista de Aparecida entra em seu ano 8. Continuan-
29 VIDA SANTA do sua missão de evangelização, a partir desta edição teremos novi-
32 CAMPANHA DOS DEVOTOS dades. Esperamos que sejam úteis em sua vida de fé. Contamos sem-
41 DEUS EM MINHA CASA pre com suas orações.
Revista de Aparecida 3
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CARTAS
Leitores
dos
Fazer parte da Campanha dos Devotos de evangelização através da Revista de
Aparecida. Fico feliz em ser um tijolinho
é uma bênção e uma alegria. Juntos vivo na construção de um mundo melhor!
Agradeço a Deus e a Nossa Senhora
construímos a Casa da Mãe e formamos Aparecida pelas graças recebidas.
uma linda Família que Reza, Realiza JORGE JOSÉ DE LIMA FILHO
e multiplica as bênçãos de Deus por todo SÃO JOÃO DEL REI (MG)
Chego do trabalho à noite, brinco com
o Brasil. A Revista de Aparecida é o seu meu filho, rezo com ele a oração do Anjo
da Guarda, ele vai repetindo e logo está
canal de comunicação com o Santuário dormindo. Então, pego a Revista de
Aparecida e começo a ler, pois ela nos
Nacional. Seja sempre bem-vindo às deixa bastante atualizados com tantos
páginas desta publicação feita exemplos de fé e caridade. Com as
matérias e os assuntos, comecei até
com muito amor. entender um pouco de política.
Costumo encontrar pessoas de minha
DULCE GOMES FRANÇA de evangelização. Com a Revista, sinto cidade ou do meu trabalho dando seus
FORMOSA (GO) que estou em Aparecida e posso dizer testemunhos e também as vejo nas fotos
A Revista de Aparecida é uma maravilha, que minha casa tornou-se Santuário, de das páginas da Revista de Aparecida.
pois além de trazer o evangelho do dia e tanto que me faz bem recebê-la. É muito Depois que leio as Revistas faço a doação
informar sobre os fatos e os eventos da gratificante saber que nossa pequena e passo à frente, as crianças utilizam
Igreja, constitui um excelente instrumento contribuição é bem empregada nas obras muito para trabalhos da catequese.
ARQUIVO PESSOAL

Arcebispo: Dom Raymundo Damasceno Assis


Superior Provincial:
Pe. Luís Rodrigues Batista, C.Ss.R.
Reitor: Pe. Darci Nicioli, C.Ss.R.
Ecônomo: Luiz Cláudio A. de Macedo, C.Ss.R.
Marketing: Solange Ap. Parron
Editora: Daniele Souza – MTB 39842/SP
Secretaria de Redação: Ana Carolina Bombachi
e Lívia Maria O. Silveira
Revisão: Isabel Araújo e Carlos Alberto Cardoso
MARIA SOUZA CÂNDIDO SÃO JOSÉ (SC) Projeto Gráfico e Diagramação:
Marcelo Cason – mcason@mcason.com.br
É com imenso prazer que escrevo para a Revista de Aparecida. Tenho 79 anos Impressão e Acabamento:
de vida, sou viúva, mas vivi um feliz casamento de 58 anos. Sou mãe de uma filha Gráfica Plural
e um filho adotivos e avó de 5 netos e 4 bisnetos. Recebo a Revista mensalmente Atendimento: 0300 2 101210
e guardo com muito carinho esta poderosa fonte de informação e evangelização. (0,03 o minuto mais impostos - telefone fixo)
site: www.santuarionacional.com
Para mim é muito gratificante! Agradeço a Deus e a Mãe Maria pela minha vida email: devotos@santuarionacional.com
e a de todos os meus familiares. Que Deus me conceda vida e saúde para que revista@santuarionacional.com
eu possa contribuir ainda mais com esta obra evangelizadora. Contem com a Tiragem: 564.000 exemplares
minha fidelidade, enquanto vida eu tiver. Quero ser sempre um tijolinho vivo na Os artigos publicados nesta revista, bem
Casa da Mãe Aparecida. Recebam meus votos de consideração e estima. como os anúncios publicitários, são de inteira
responsabilidade de seus autores.
4 Revista de Aparecida
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ENTREVISTA
PE. CARLOS GUSTAVO HAAS
COMISSÃO DE LITURGIA DA CNBB

Páscoa: festa da luz


Revista de Aparecida: Para bem RdA: Em que os símbolos nos
DANIELE SOUZA

viver, precisamos conhecer. O que ajudam nesse momento de


é a festa da Páscoa? celebração?

Pe. Carlos Gustavo Haas: A festa da Pe. Hass: O momento forte da Páscoa é
Páscoa é a festa mais antiga, não só o Tríduo Pascal. Começa na Quinta-feira
dentro do cristianismo. Ela, na sua Santa e termina no Sábado Santo com a
origem, é uma festa judaica na qual se Vigília Pascal. No Tríduo Pascal
celebra a libertação do Egito, um grande celebramos cada um desses aspectos
momento na história do povo de Israel da morte e ressurreição de Jesus. Na
onde eles fazem a experiência da Quinta-feira Santa temos o símbolo por
libertação do Deus que vem ao encontro excelência, que é a Eucaristia. O pão e o
deles, os tira da escravidão, faz passar vinho, a mesa e o altar nos reportam
pelo Mar Vermelho, leva até o Monte para a última ceia de Jesus que, antes
Sinai, para lá fazer a aliança com ele, e de morrer, quis ter este momento
A Páscoa não deve depois prosseguir sua caminhada até a particular com seus discípulos e, hoje,
apenas ser celebrada, terra prometida. A terra onde jorra leite com todos nós. Outro rito da Quinta-
mas vivida no dia a e mel. Depois, com Jesus Cristo, esta Feira Santa é o Lavapés. Celebrar a
festa ganha outro sentido. Não mais a Eucaristia é também lavar os pés dos
dia. Para nos ajudar libertação do Egito, mas do pecado e da irmãos e irmãs que convivem conosco
a bem viver a morte. Não mais a passagem pelo Mar hoje. Na Sexta-feira Santa temos o
vermelho, mas a passagem da morte grande símbolo que é a Cruz. Da morte,
dimensão da Páscoa para a ressurreição de Jesus, que está da dor, do sofrimento, da entrega. Jesus
em nosso cotidiano, presente no meio de nós. Isso é a Festa não veio para ser servido, mas para
conversamos com da Páscoa. E nós fazemos memória, nós servir, para dar a vida por todos nós. No
recordamos. A palavra recordar significa Sábado temos os quatro grandes
padre Carlos Gustavo trazer de novo ao coração. Essa é a símbolos. Em primeiro lugar o Círio
Haas, assessor da experiência da morte e ressurreição de Pascal, a luz. Luz de Cristo que rompe as
Jesus. Não apenas como um fato do trevas e ilumina toda a escuridão do
Comissão Episcopal
passado. Mas é um fato que hoje, aqui e mundo. O segundo símbolo é a Palavra
para a Liturgia, da agora, acontece novamente na vida de proclamada. São nove leituras previstas
CNBB (Conferência cada um de nós. Esse é o sentido da para essa noite que nos proclamam a
liturgia. Não apenas lembrar. Boa Nova. Escutamos, através das
Nacional dos Bispos Lembramos também, mas nós leituras, como Deus, ao longo da
do Brasil) lembramos porque sabemos que o história, foi se manifestando no meio de
Senhor, aqui e agora, ressuscita seu povo. O terceiro símbolo é a água.
conosco. Então isso é a festa da Páscoa Pois nós abençoamos a água na qual
para nós. Com todos os hinos, com todos serão batizadas as crianças, os jovens,
os símbolos, com toda a palavra. É essa os adultos. Nós, que já fomos batizados,
a celebração que nós estamos fazendo. renovamos a nossa fé com a aspersão
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e da vida
sobre nós, recordando nosso batismo. fechados no túmulo da economia,
O quarto símbolo é novamente a no túmulo do lucro. Está sobrando carro
Eucaristia. Que é a conclusão dessa e faltando comida. Os governos estão
celebração. O momento alto desse dando dinheiro para montadoras de
Tríduo Pascal é a Eucaristia. O círio, o carros e não para instituições que
vinho e a Palavra nos levam à tentam superar a fome. É um mundo
Eucaristia. Todos os símbolos, os hinos, que ainda está dentro do túmulo, que
os cânticos, a palavra, as leituras são ainda não se abriu para a ressurreição.
importantíssimas em todas as Estão fechados dentro do túmulo, então
celebrações pascais, pois elas nos estão se quebrando, apavorados, pois
dão o sentido da morte e ressurreição estão procurando Jesus no lugar errado.
do Senhor. Isso vai criando em nós O anjo disse: ‘por que procura entre
uma mística, um clima que envolve os mortos aquele que está
toda a nossa vida. vivo’ (Lc 24,5)? Então celebrar
a páscoa é celebrar o túmulo
RdA: Se páscoa é superação, vazio, celebrando a justiça, a
é o encontro de um caminho vida, a fraternidade. Agora
de vida, como viver a páscoa estamos vivendo a Campanha da
em meio às crises que vivemos Fraternidade e justamente isso nos
hoje em todas as dimensões ajuda a chegar neste espírito pascal.
sociais e humanas? Devemos ser cristãos da ressurreição.
Da vida nova. Claro que tudo passa pela
Pe. Haas: A liturgia não é um momento cruz, pela morte, mas se chega à
separado da vida da gente. Não existe ressurreição. Isso que é hoje ser um
uma liturgia fora da vida. Se eu vou a cristão. Sermos cristãos vivos na
igreja é porque lá é o lugar para o meu alegria. Alegrai-vos o Senhor
encontro para rezar, para cantar, para ressuscitou! Nós vamos cantar
participar da Eucaristia É porque eu Aleluia, o Senhor ressuscitou.
quero viver isso no meu dia-a-dia. Com Todo este mundo fechado em si mesmo,
a minha família, no meu trabalho, eu apenas com valores consumistas, que
preciso ser uma pessoa como Jesus pensa apenas em dinheiro, não tem
Ressuscitado. Que supera a vida, que futuro. Essa crise que estamos
supera a morte, que faz de tudo para passando pode nos ajudar a rever
superar situações de escravidão e viver os conceitos, rever os nossos valores,
a serviço da vida, essas origens da rever o que realmente é importante.
páscoa, da ressurreição. Sermos A páscoa vem como a grande ajuda
pessoas do túmulo vazio transmitindo para rever o que o Senhor e a Igreja
alegria e vida. Todo mundo só fala de nos oferecem através de sua liturgia
crise, principalmente a econômica. para no dia-a-dia vivermos e sermos
Estão nessa crise porque estão pessoas ressuscitadas.
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REFLEXÃO
PE. FERDINANDO
MANCÍLIO C.SS.R.
DIVULGAÇÃO

Deus quer aí morar!


vida é divina, vem de Deus, e cuidar do corpo é impor-

A
Vi alguém estender
tante para a saúde. Mas com a consciência da fé, não
a mão e oferecer para nos esqueçamos de que nesta “casa” bem cuidada, Deus
seu irmão um pedaço quer morar: Somos templos de Deus!
de mandioca cozida: O egoísmo é destruidor. Quando voltados para nós mesmos,
não percebemos suas consequências: Menores abandonados,
“É o que tenho para
corpos sofridos pela dor da fome e pela falta de recursos de toda
lhe oferecer aqui a espécie, corpos mutilados pela guerra, farrapos humanos nas
em minha casa!” calçadas das avenidas, dos becos e recantos das grandes cidades.
Pedaço de mandioca? Talvez seja até nosso próprio vizinho. A ganância é antirreino,
anticéu, anti-humana. Vi armas e soldados subalternos invadi-
Não, ali estava a vida rem outro país em nome da paz, mas jamais, eu e você, vimos a
repartida com o irmão invasão em terra alheia para matar a fome de irmãos e de irmãs.
que estava com fome! A consciência cristã de que somos templos de Deus nos faz
cuidar de nosso corpo, mas falta fé para quem pauta sua vida
Verdadeira liturgia.
com o Evangelho de Cristo e se esquece: dos famintos do mundo,
Era ofertório. dos corpos esqueléticos pela falta de partilha do pão, dos jovens
Tornou-se eucaristia. que se refugiam na escravidão das drogas e do traficante, dos
Pedaço de mandioca Menores sofredores das ruas e praças...
Ah! Que bom cuidar do corpo. Mas é tão triste a vida que não
carregado de amor, se tornou partilha, amor e compaixão. É uma pena que ainda
de compaixão fazemos da religião um ato apenas pessoal, pois ainda não saí-
e de solidariedade. mos o suficiente de nós mesmos para fazer do outro um irmão
de verdade. Deus quer morar em meu irmão, e sou eu que tenho
de abrir a “porta” para Ele entrar. Belo é nosso corpo como mora-
da divina, mas é uma mansão onde mora uma alma que tem
compaixão, amor, misericórdia, carregada de solidariedade e de
perdão. Onde há amor e misericórdia, Deus aí está.
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ATUALIDADES
COMISSÃO PASTORAL EPISCOPAL
PARA A ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA

Abertura oficial
do ano catequético
Estamos no Ano Catequético Nacional, preparando
a 3ª Semana Brasileira de Catequese, que acontecerá de 6 a 11
de outubro de 2009 em Itaici, distrito de Indaiatuba (SP).
Ano Catequético acontece num contex-

DIVULGAÇÃO
to de evangelização em que a Igreja é
desafiada a propor o “primeiro anún-
cio” (querigma) do Evangelho. Pois os
destinatários ou interlocutores de nossos traba-
lhos pastorais, nossos catequizandos, suas famí-
lias, enfim, as nossas comunidades não encon-
tram-se mais numa estrutura de cristandade.
Passa-se de uma fé herdada para uma opção pes-
soal e comunitária da fé.
O primeiro anúncio se refere à pessoa de Jesus
Cristo e sua mensagem. O anúncio evangélico
traduz-se de várias maneiras e se expressa como:
história da salvação, plano de redenção, mistério
pascal, revelação do Deus amor. A mensagem é
o Reino de Deus, projeto anunciado por Jesus Cristo
de um mundo reconciliado e fraterno, a realiza-
ção dos valores que o coração humano deseja e
sonha: a felicidade, a justiça, a paz, a verdade.
O anúncio do Reino vai além das fronteiras
estabelecidas por um modelo de Igreja voltada
para sua própria conservação e expansão, para
assumir uma orientação missionária em que todo
discípulo é missionário e se sente enviado ao
coração do mundo para testemunhar e servir. Por-
tanto, o anúncio está vinculado com o serviço, o
testemunho. Aqui fazemos memória de Madre de propor um itinerário de fé, em que se prioriza
Tereza de Calcutá, cuja vida foi oferecida gratuita- a iniciação cristã e forma cristãos conscientes de
mente aos pobres da Índia, sem a intenção de con- sua missão no mundo. Que a metodologia dos
vertê-los. A ela interessava simplesmente fazer- encontros de catequese, ultrapasse as quatro pa-
lhes viver uma experiência de amor autêntico. redes de uma sala, chegue aos lugares e corações
Que, nas atividades do Ano Catequético, possa esquecidos, e que na maioria das vezes não fazem
ser refletida uma catequese missionária, capaz parte dos planejamentos pastorais.
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QUESTÕES
PE. ANTÔNIO CLAYTON
SANT’ANNA, C.SS.R. de Fé
Creio na ressurreição da carne!
Credo cristão se encerra proclamando a ressur-

O reição da carne no fim dos tempos e a vida eter-


na. É ato de fé essencial desde o início da Igre-
ja. É o anúncio querigmático ou fundamental
do Evangelho. Os apóstolos, as primeiras comunidades,
entenderam a pessoa e a obra de Jesus e se tornaram,
na sociedade, testemunhas da Páscoa daquele que afir-
mara: eu sou a ressurreição e a vida! (Jo 11,25). No Credo
a palavra “carne” designa a nossa condição de debilidade
e mortalidade. Batizada, a carne mortal participa da Pás-
coa de Cristo e já inicia, de certo modo, a ressurreição do
último dia. Ressuscitará com ele, como ele e por ele!
A imortalidade é um desejo universal afirmado na
Filosofia e na História. Mas a ressurreição da carne encon-
tra resistência, oposição e incompreensão. O anseio pela
sobrevivência está presente na própria dor da morte, mas
a razão humana não sabe conciliá-lo com ela. Abre-se,
aí, o caminho para a fé. Para nós, cristãos, a morte, fim
normal da vida, separa alma e corpo. Esse se decompõe.
A alma, imortal, sobrevive em Deus. O corpo terá uma
misteriosa glorificação e possuirá com a alma a vida defi-
nitiva, não mais biológica, mas espiritualizada. São Paulo
fala em corpo transfigurado ou transformado, (Fl 3,21)
nessa realização definitiva da pessoa humana.
A teologia tradicional distingue dois momentos no
mistério da vida eterna. No primeiro, a alma passa pelo
juízo particular. Depois haverá a vinda soberana de Cristo
no juízo universal com a ressurreição de toda carne.
Muitos teólogos opinam que não há lógica em pensar DIVULGAÇÃO

um estado intermediário entre a morte individual e a


ressurreição da carne no fim dos tempos. O tempo se
acaba na morte. Nela se realizaria a ressurreição dos cor-
pos. Deus ama o homem como corpo e alma e todo o
bem que ele fez na terra. Ressuscitado e julgado já na
morte o homem entraria numa nova forma de vida, uma
nova criação, superando as dimensões de espaço e tempo
em sua realidade corporal. De todo o modo a morte faz
do artigo final do Credo um apelo veemente: creio na
ressurreição da carne!
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NOS PASSOS a
IR. LINA BOFF
de Mari

Maria de Nazaré,
a mulher da história da salvação
Vamos conhecer Nossa Senhora do jeito que o Novo Testamento
fala de Maria de Nazaré, como a mãe de Jesus. A gente se pergunta:
como tudo começou com Nossa Senhora?

s quatro evangelistas – Mateus, Mar-

O cos, Lucas e João – nos deixaram a


tradição das suas catequeses sobre a
vida de Jesus antes e depois de sua
morte, como o Ressuscitado. As comunidades
de cada evangelista falavam de Maria de Nazaré
como a Mãe de Jesus. Junto com a catequese que
os evangelistas faziam sobre a vida e a pregação
de Jesus, destacavam a presença e a missão de
Maria na História da salvação que Jesus trouxe
para toda a humanidade.
Os homens e as mulheres que faziam parte
das comunidades dos quatro evangelistas,
muitos deles, haviam conhecido Jesus pessoal-
mente, e a família de Jesus também, por isso
falavam de Maria como a mãe de Jesus. Esta
Maria nós a chamamos de MARIA HISTÓRICA,
porque ela foi conhecida na história daquele
tempo em que os evangelistas escreveram as Senhora, ao longo dos séculos e milênios até
catequeses sobre a vida de Jesus e de sua pre- hoje. O amor e o culto que prestamos a ela teve
gação. Estas pessoas frequentavam tais cate- origem na Maria histórica das comunidades dos
DIVULGAÇÃO

queses desde o início, conheciam e falavam de quatro evangelistas que escreveram o Novo Tes-
Maria de Nazaré como a mãe do Messias, o Filho tamento. Ouvindo o que as comunidades fala-
de Deus em quem acreditavam e o seguiam. Foi vam da mãe de Jesus, os evangelistas colocaram
assim que se começou a falar de Maria de Nazaré Maria em seu lugar certo, tanto na vida oculta
como a mãe do Jesus que ensinava a todos e pre- como na vida pública de Jesus, seu filho e Filho
gava o Reino de Deus. As comunidades falavam de Deus. Sobre este fundamento bíblico podemos
de Maria de Nazaré como aquela mãe que escu- falar de Nossa Senhora e invocá-la.
tava os ensinamentos de seu filho e o seguia, Para conhecer melhor Nossa Senhora vamos
progredindo no caminho da fé. começar por um texto considerado o mais antigo,
Dessa história contada pelo Novo Testamen- escrito por Paulo aos Gálatas em seu capítulo 4.
to, criou-se o amor e o culto que se dá a Nossa Continua na próxima edição.
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SALA DAS as
ZILDA AUGUSTA
RIBEIRO Promess
Promessas feitas por Deus aos homens. E
Deus é um Pai amoroso. vício, vem em belas embalagens,
REPRODUÇÃO

Desde a Criação do mundo está quase sempre redondas, imagem


sempre a nos estender as mãos, da plenitude saciada, e
através de suas promessas. A oferecidas por artistas famosos.
mais significativa delas, para nós Há os que, com auxílio da
que somos devotos de Nossa Mãe Aparecida, esmagam-lhes a
Senhora Aparecida, foi feita cabeça. Como o seu Antenor:
ainda no Paraíso, logo após a através de sua promessa à Mãe
desobediência do Homem e da Aparecida e com auxílio do AA
Mulher. Disse Deus à Serpente: (Alcoólicos Anônimos) conseguiu
“Porque fizeste isto, serás livrar-se do vício da bebida e reza
maldita entre todos os animais agradecido:
domésticos e entre os animais - Pelo meu ingresso no AA,
ferozes dos campos. Rastejarás obrigado Nossa Senhora
sobre teu ventre e te Aparecida!
alimentarás de terra todos os Pelo meu andar compassado,
dias da tua vida. “Farei reinar a quando tantos caminham
inimizade entre ti e a mulher, ziguezagueando, obrigado,
entre a tua descendência e a Senhora Aparecida.
dela. Esta te esmagará a cabeça, Deus, ao profeta Abraão,
ao tentares mordê-la no prometeu uma família tão
calcanhar” (Gn 3,14-15). numerosa quanto as estrelas do
Esta mulher forte, a Nova Eva, céu, mesmo diante da velhice
prometida pelo Senhor, que adiantada do casal Abraão e Sara.
esmagará a cabeça da serpente, é “Não chamarás mais à tua
a figura de Maria, a Imaculada mulher Sarai, mas Sara.
Conceição. Em todo o mundo Abençoá-la-ei e dela te darei um
cristão, ela se torna presente, em filho. Será por mim abençoada, e
defesa dos mais fracos. Aparece será mãe de nações, e dela sairão
sempre como uma resposta de reis” (Gn 17,15-16).
Deus aos pedidos de um povo. Em Abraão ficou ressabiado.
Lourdes, Guadalupe, Fátima, Como essa promessa se
Aparecida, Maria é sempre a realizaria e, intimamente,
mesma Mãe de Deus, que aparece pensou: como pode uma criança
revestida com as cores locais. nascer de um homem de cem
Modernamente, serpentes se anos e de uma mulher de
insinuam, principalmente entre noventa? Mas Deus confirmou
os jovens. Oferecem, como no o que dissera antes:
Paraíso, poder, prazer. São os “Sara, tua mulher, te dará
vícios, principalmente a droga e um filho, a quem chamarás
a bebida. O fruto proibido, Isaac” (Gn 17,19).
oferecido, hoje, pela serpente- Este outro milagre da vida
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. E promessas dos homens a Deus


aconteceu também na família seis ultrassons, mas sem a Essa promessa de Jesus Cristo
Campos Braz Ferreira. Nunca certeza de como eu chegaria, aos homens, através de seus
perderam as esperanças de ter com que sequelas poderia sucessores, os apóstolos, já dura
filhos. Mas para compensá-los, nascer. perto de dois mil anos.
vieram três: Mateus, Júlia e Nasci no dia de Santa Clara. O Papa Bento XVI veio a
Clara. “No dia da alta de nossas Saí do hospital com um destino Aparecida reafirmar e reavivar as
crianças, pudemos testemunhar incerto. Após vários exames, promessas de Cristo: estar
lágrimas até nos olhos dos que se especialistas constataram que, conosco até a consumação dos
diziam descrentes em Deus.” mesmo com o vírus, nasci tempos. Durante a estada do
Numa redação autobiográfica, saudável . Hoje estou com um Papa entre nós, alguns devotos
criada por sua mãe, Maria Vitória aninho, meus pais felizes e sou foram convidados para participar
Tinte Lacerda Motta Rizzi, de um testemunha viva deste milagre da Procissão do Ofertório.
ano de idade, nos conta que ela é de Nossa Senhora Aparecida!” Donizete, funcionário da Sala das
fruto de uma gravidez tardia, Jesus Cristo, antes de sua Promessas, estava entre eles. Ao
quando já não havia mais Ascensão aos céus, reunido com se aproximar do representante
esperança para seus pais. Por os Apóstolos numa montanha, de Cristo, lembrou-se dos
isso a chama de “História de um disse-lhes: milhões de retratos que pregou
Milagre”. “Foi-me dado todo o poder no no teto e nas paredes da Sala das
Sua mãe, depois de casada, céu e na terra. Ide, pois, ensinar Promessas. E resolveu deixar ali
não conseguia engravidar. Fez todas as nações, batizando-as também o seu, agradecendo
um tratamento por 12 anos. em nome do Pai, do Filho e do muito a Deus. Agradeceu o
Nada. Submeteu-se a uma Espírito Santo, ensinando-as a trabalho e os testemunhos de fé
micro-cirurgia para destorcer cumprir tudo o que vos tenho que diariamente recebe dos
uma trompa. Mais 18 meses de mandado. Eu estarei sempre romeiros de Nossa Senhora
espera. “No dia 28 de dezembro convosco, até ao fim do mundo” Aparecida, ali, na Sala das
de 2005 minha mãe contou ao (Mt 28,18-20). Promessas.
papai que estava grávida. No Família campos Braz Ferreira, Maria

FOTOS: REPRODUÇÃO
primeiro pré-natal apareceu um Vitória, Donizete (primenro de branco,
vírus chamado à esquerda).... Marias, Josés, Paulos...
“citomegalovirus”, principal Somos muitos, mas únicos para Deus
que, em sua infinita misericórdia, faz
causa de retardo mental nas milagres em nossa vida
crianças.
Especialistas
aconselharam um
aborto antes dos
três meses de
gestação.
Com muita fé
em Nossa Senhora
Aparecida, minha
mãe procurou outro
especialista. Foram
Revista de Aparecida 13
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MISSIONÁRIOS
PE. RONALDO SABINO, C.SS.R.

Com Maria, anunciando a copiosa redenção

J
esus é o centro da missão e a Mãe Aparecida acompan-
“Unidos em
ha a equipe missionária neste momento forte de evan-
Cristo, com Maria, gelização, visitando as famílias, abençoando a vida comu-
para viver e crescer nitária e, ao apontar para Jesus, incentiva a persever-
ança para que os batizados colaborem na construção do
em comunidade” Reino de Deus.
os Missionários Acolhendo a proposta do “Documento de Aparecida”, a Mis-
da Província são Popular Redentorista quer levar os membros da comunidade
a tornarem-se os sujeitos da evangelização, fomentando a fé de
Redentorista cada cristão para que todos tenham vida plena em Cristo. Ela
de São Paulo convida o cristão para a conversão pessoal, familiar, comunitária
seguem pregando e estrutural, incentivando-o para a vivência da solidariedade
evangélica. Também desperta para a reflexão dos problemas
as Santas Missões sociais, da segurança pública e da fraternidade cristã, pois a Pás-
Populares e coa, vida plena, é consequência da paz, fruto da Justiça Reden-
anunciando tora e do evangelho que urge ser anunciado a todas as pessoas.
Com espírito de abertura acolhemos os novos confrades que
a Copiosa chegam para colaborar nas equipes missionárias. Como irmãos,
Redenção. somos um grupo missionário residindo em Araraquara (Padres
Toninho, Coutinho, Matiazzi, Libardi e Werner), Tietê (Padres
Ivair, Moacir, Luiz Cruz, Galvão, Ronaldo e Ir. Cláu-
dio) e São João da Boa Vista (Padres Treider, Renato,
Sebastião, Célio e Ir. João). Neste ano estaremos em
várias cidades e, você caro leitor, poderá encontrar
um Missionário Redentorista. Que este encontro seja
bênção de Deus para você e para todos nós!
Sob a bênção da Mãe Aparecida, unidos em Cristo,
“acreditamos que vale a pena percorrer os cami-
nhos do nosso mundo como missionários itine-
rantes no estilo de Jesus”, e com gratui-
dade e espírito de acolhida pregar as Mis-
sões Populares Redentoristas anunciando
o amor apaixonado de Deus e de Maria
pela humanidade.
As equipes
missionárias
de Araraquara, SEJA UM MISSIONÁRIO REDENTORISTA!
São João da Escreva para o Secretariado Vocacional e informe-se.
Boa Vista Caixa Postal 51 – Aparecida (SP) – Cep: 12570-970
e Tietê www.secretariadovocacional.com.br | vocat@redemptor.com.br

14 Revista de Aparecida
ABRIL 2009

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