You are on page 1of 3

EXERCÍCIO FÍSICO E CIRURGIA BARIÁTRICA

Por: Rodrigo de Castro Cardoso


Professor da Átrio Academia - Departamento de Avaliação Física da Átrio
Academia
Pós-graduando em Fisiologia do Exercício (Universidade Federal de São Paulo –
Escola Paulista de Medicina)
Graduado em Educação Física (Universidade Estadual de Goiás – Eseffego)
rc.8@hotmail.com / rd19@ig.com.br

A obesidade definida como uma doença crônica que vem apresentando


significativo aumento de incidência mundial (DÂMASO, 2003) relaciona-se com
diversas comorbidades (diabetes mellitus do tipo II, hipertensão arterial,
dislipidemia, cardiopatias, etc.), necessitando, portanto, de uma atuação
multiprofissional com o objetivo de promover benefícios capazes de atingir os
variados fatores que contribuem para este quadro, como a elaboração de
programa de exercícios físicos, adequação e orientação nutricional,
acompanhamento psicológico e em casos específicos a realização da cirurgia
bariátrica.
Mas, o que é a Cirurgia Bariátrica?
Esta intervenção cirúrgica consiste em uma modificação no trato gastro
intestinal no intuito de promover uma restrição mecânica na alimentação,
sendo que o volume do estômago é reduzido, e em alguns casos pós-cirúrgico
este volume comporta cerca de 150 ml (o volume de um copinho descartável).
Ocorre também, dependendo da técnica cirúrgica, modificação nas alças do
intestino alterando a própria absorção.
A Cirurgia Bariátrica pode ser realizada através da videolaparoscopia, que por
meio de cinco incisões abdominais em média, todo procedimento é realizado
sob guia de uma micro câmera, reduzindo, portanto, a morbidade operatória
e pós-operatória, otimizando a perda de peso e principalmente a
recuperação.
Após a cirurgia ocorrem mudanças significativas, estimando-se que nos
primeiros seis meses ocorra uma redução em torno de 52% do peso estimado
de perda (GARRIDO JUNIOR ET AL., 2002).
É importante salientar que independente da técnica cirúrgica, deve-se prever
um acompanhamento multidisciplinar intenso para este grupo de pacientes
para promover a reaprendizagem dos grupos alimentares, favorecendo uma
melhor qualidade e adequação da quantidade, assim como o tratamento
psicológico dos possíveis distúrbios alimentares além do incentivo para a
melhora da qualidade de vida com atividade física freqüente supervisionada
(GARRIDO JUNIOR ET AL., 2002)
Neste sentido, compreendendo a importância da atividade física
supervisionada, foi desenvolvida uma pesquisa na Átrio Academia, em 2005,
com o objetivo de se investigar as alterações de composição corporal,
resistência muscular localizada, flexibilidade, consumo máximo de oxigênio
(VO2máx) entre outros, provenientes da cirurgia bariátrica relacionada à
prática de exercícios resistidos associados à aeróbios.
Desta forma, CARDOSO (2005) constatou que, obesos submetidos à cirurgia
bariátrica, apresentam uma significativa perda de massa magra, associada à
redução extrema de peso, sendo que a realização de exercício resistido
(musculação) amenizou a perda de massa magra, melhorando parâmetros
como força e resistência muscular localizada.
Os indivíduos participantes do programa de exercícios físicos apresentaram
aumento do VO2máx,, melhoria da flexibilidade e uma redução do percentual
de gordura muito mais significativa comparada ao grupo controle (não
praticaram exercício físico).
Além destes fatores os integrantes do grupo de treinamento relataram
melhorias na execução nas atividades de vida diária (AVD’s) e imagem
corporal culminando em uma melhor qualidade de vida.

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

ALMEIDA, Ana Carolina N. Atuação do Professor de Educação Física em Equipe


Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico em Obesidade. Goiânia:
UEG/ESEFFEGO, 2005. (Monografia, Graduação em Educação Física).
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, Manual de Pesquisa das Diretrizes
do ACMS para Testes de Esforço e sua Prescrição. 4. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2003.
BENCHIMOL, Alexander Koglin. Novas Complicações Clínicas da Cirurgia
Bariátrica. Anais do V Congresso Latino Americano de Obesidade. v. 49 n 4, p.
451, agosto de 2005.
BJÖRNTORP. P.; BRODOFF. B. N. Obesity, 1992.
BOMPA, Tudor O.: Periodização: teoria e metodologia do treinamento. São
Paulo, Phorte, 2002.
CARDOSO, Rodrigo C. Alterações bioquímicas, neuromotoras, somatipológicas
e de VO2máx em indivíduos obesos submetidos à cirurgia bariátrica,
decorrentes de um Programa de Exercícios Resistidos e Aeróbios (PERA).
UEG/ESEFFEGO, 2005. (Monografia, Graduação em Educação Física).
CONSENSO LATINO AMERICANO SOBRE OBESIDADE, 2001.
COSTILL, David L; WILMORE, Jack H. Fisiologia do esporte e do exercício. 2
ed. São Paulo: Manole, 2001.
DÂMASO, A. R. Obesidade: Perguntas e Respostas. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2005.
______________. Obesidade. Rio de Janeiro: Medsi, 2003.
______________. Nutrição e Exercício na Prevenção de Doenças. Rio de
Janeiro: Medsi, 2001.

FOSS, Merle L.; KETYIAN, Steven J. Bases fisiológicas dos exercícios e do


esporte. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
GARRIDO JÚNIOR, A. B.; BARROSO, F. L.; MARCHESINI, J.B.; SZEGÖ. T. Cirurgia
da Obesidade. São Paulo: Atheneu, 2002.
HALPERN , Z. S. C. Mecanismos centrais de regulação de apetite – uma visão
clínica. Anais do V Congresso Latino Americano de Obesidade. v. 49 n 4, p.
487, agosto de 2005.
HEYWARD, Vivian H. Avaliação física e prescrição de exercício: técnicas
avançadas. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
HEYWARD, Vivian H; STOLARCZYK, Lisa M. Avaliação da composição corporal
aplicada. São Paulo, 2000
McARDLE, William; KATCH, Frank I; KATCH, Victo L. Fisiologia do exercício:
energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara, 1992.
POWERS, S. K.; HOWLEY, E.T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao
condicionamento e desempenho. São Paulo: Manole, 2000.
ROBERGS. R. A.; ROBERTS. S. O. Princípios Fundamentais de Fisiologia do
Exercício para Aptidão, Desempenho e Saúde. São Paulo: Phorte, 2002.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Report of WHO Consulation on Obesity.
Obesity, Preventing and Management the Global Epidemic. Geneva, 1998.

You might also like