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12 quarta-feira, 17 de Abril de 2002

Hoje, faz um ano que a mailing list Povo, começou a residir nos grupos Yahoo. No artigo “O Povo faz um ano
hoje” conto como tudo começou esperando que este seja um esclarecimento capaz para muitos leitores que se
colocam esta pergunta.
O Jornal das Boas Notícias
Ao longo deste ano tentei um equilíbrio difícil entre manter o Povo desperto para aquilo que se passa à nossa
volta e evitar ser aborrecido pelo volume de mensagens enviadas.
Sobretudo, a quem aborreci, peço desculpa.
Para mim, este ano foi uma experiência cheia de humanidade, por mais paradoxal que possa parecer, sob a
forma de mensagens electrónicas aparentemente impessoais. Aquilo que começou como um grupo de amigos
(identificáveis e conhecidos) foi-se alargando para amigos de amigos, de amigos...
O que há de comum entre os membros deste grupo?
Espero que, em maior ou menor grau, um interesse, uma curiosidade, uma interrogação que nos leva a olhar, a
considerar, a preocupar-nos com aquilo que acontece à nossa volta mas não merece a atenção dos meios de
comunicação social mais “usados”, ou então, fica soterrado no meio daquilo que é considerado com interesse
de “notícia”. Esta preocupação individual de juízo justo sobre o que se passa à nossa volta, resistindo à ten-
dência geral de criação de uma mentalidade dominante, sendo construtora da individualidade pessoal é, ao
mesmo tempo e paradoxalmente, constitutiva de um Povo.
Por isso, o nome do grupo.
Escolhido, com a casualidade de uma escolha individual, tem-se vindo a revelar quase profético. Sou testemu-
nha comovida de cumplicidades e verdadeiras amizades que, neste ano, se foram solidificando por causa do
Povo. Sem verdadeiramente ter procurado e sem me aperceber realmente do que foi acontecendo, o Povo une
“amigos” desde o Canadá, a Timor, passando pelo Cairo. Exemplificativa desta cumplicidade nascente é a
história-testemunho de uma amiga que é publicada na página 13.
Agradeço a todos a fidelidade de permanecerem e peço compreensão e ajuda para uma tarefa que foi aconte-
cendo; sem linha editorial, mas olhando em direcção ao ideal de humanidade que responde à exigência de
significado que habita em cada um de nós.
Pedro Aguiar Pinto
Um barco sem rumo não sabe o que é vento favorável
Discurso da Santa Sé na ONU sobre a Protecção do Médio Oriente: O que é ser um mártir?................................. 9
Ambiente.................................................................................... 1 A rainha-mãe da «gentlemanship»........................................... 9
Como os Governos Estão a Lidar com as Famílias............. 2 Concentração de motociclistas em Fátima ..........................10
Novo Governo: nova política? .................................................. 4 Mão amiga....................................................................................10
Timor: Apoio para a construção de maternidades .............. 5 Pais têm aulas para educarem melhor os filhos..................11
Quadruplicação de idosos preocupa o mundo ..................... 5 Debater envelhecimento ...........................................................11
Diocese quer ajudar padre ucraniano ...................................... 5 Património desconhecido da Igreja .......................................12
Segurança rodoviária: Uma sentença diferente..................... 6 Política de Família Terá Coordenador.................................12
Bagão Félix afirma: "As pessoas são o eixo da política".... 6 Fátima vai para Timor ..............................................................13
A vista da Cruz.............................................................................. 6 A história de uma grande família que tinha como maior
Compasso pascal no Bolhão...................................................... 7 amigo Jesus..............................................................................13
12 deficientes começam hoje a trabalhar nos Correios...... 7 Natividade ouviu o Papa..........................................................14
Peregrinação a Fátima... .............................................................. 8 O Povo faz um ano hoje ..........................................................15
Religião e Serviço Público ......................................................... 8
"Bom trabalho!"............................................................................ 9 _____________________________________________
As Segundas Escolhas.................................................................. 9
Ambiente e desenvolvimento sustentável: Protegendo o clima
global para as actuais e futuras gerações da humanidade
Discurso da Santa Sé na ONU sobre a Pro- 28 Novembro de 2001
tecção do Ambiente Sr. Presidente:
In : Zenith, 2001-11-29 No fim do último século, a humanidade olhou para
Code: ZE01112921
“Precisamos de uma terceira revolução” trás para as suas realizações dos últimos cem anos e
sentiu-se, justificadamente, orgulhosa. Tinha des-
NEW YORK, NOV. 29, 2001 (Zenit.org).- Segue-se
vendado os segredos do átomo e fraccionado o nú-
o texto do discurso do Arcebispo Renato Martino,
cleo para libertar a sua energia, tinha descoberto que
observador permanente da Santa Sé nas Nações
o universo está em expansão, que a arquitectura da
Unidas, sobre o ambiente.
vida é baseada numa elegante e simples hélice dupla
***
de ADN e tinha viajado à lua não para a conquistar,
Intervenção por S. E. Arcebispo Renato R. Martino, Núncio
Apostólico mas para aprender. Temos direito a um momento de
reflexão sobre o dom de Deus que é o intelecto
Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas.
humano.
Sobre o Item 98f
Todavia, também chegou a percepção que a mesma

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12 humanidade que tinha compreendido as forças da
quarta-feira, 17 de Abril de 2002

natureza, deixou de fora uma delas: a própria huma-


od, June 2001)
Sr. Presidente,
nidade tornara-se numa força da natureza, tão pode- Talvez precisemos de uma “terceira revolução” em
O Jornal das Boas Notícias
rosa, a ponto de ser potencialmente capaz de mudar que usemos outra vez o nosso conhecimento. O
o nosso mundo para os séculos vindouros. conhecimento é um bem público, que podemos
Esta força trouxe consigo o agravamento do efeito partilhar com os outros sem o perdermos. O conhe-
de estufa e a comunidade científica está hoje maiori- cimento ajudar-nos-á a mudar de um modelo que
tariamente de acordo com as implicações deste fe- usa os recursos intensivamente para outro que usa
nómeno ampliado pelo homem. De facto, “há uma intensivamente o conhecimento. O conhecimento é
nova e mais forte evidência que a maior parte do um recurso natural ilimitado.
aquecimento observado nos últimos cinquenta anos Em vez de queimar carvão e madeira, devemos co-
é atribuível a actividades humanas” e que as mudan- meçar a queimar conhecimento de modo que, final-
ças previsíveis afectarão todos os aspectos do bem mente, as pessoas de todo o mundo contem mais do
estar ambiental e da sociedade, especialmente para que o que produzem, que a pessoa humana seja
os pobres, os vulneráveis e as gerações ainda não verdadeiramente o centro das nossas preocupações
nascidas. (IPCC; Climate Change 2001, “The Scien- com um desenvolvimento sustentável. Não devemos
tific Basis”, 2001) tornar-nos numa civilização que conhece o preço de
Senhor Presidente: tudo e não conhece o valor de nada.
A história da humanidade foi pontuada por vários Sr. Presidente,
tipos de revoluções. A primeira revolução ocorreu Depois da sua mensagem do Angelus, na véspera da
milhares de anos atrás, no fim da última era glaciar, Conferência do Rio sobre Ambiente e Desenvolvi-
quando a humanidade usou “conhecimento” para mento, o Papa João Paulo II partilhou os seus pen-
semear sementes e encontrou uma fonte mais estável samentos que são ainda hoje tão relevantes e particu-
e predizível de alimento. larmente apropriados para o momento em que nos
A segunda revolução começou há quase trezentos preparamos para a Cimeira Mundial de Desenvolvi-
anos com a revolução industrial quando se usou mento Sustentável que terá lugar em Joanesburgo,
“conhecimento” para obter energia, já não de ori- em Setembro de 2002.
gem animal ou eólica, mas do carvão e vapor. Este “Esta importante reunião – disse – prepara-se para
feito de engenharia libertou para a atmosfera quanti- examinar em profundidade as relações entre desen-
dades crescentes de gases com efeito de estufa volvimento e as pessoas. Estes são problemas que
Há mais de cem anos, o químico sueco S. Arrhenius têm, nas suas raízes, uma profunda dimensão ética e
avisou que uma duplicação da concentração do gás que envolve, por isso, a pessoa humana, o centro da
dióxido de carbono teria consequências temíveis criação, com aqueles direitos de liberdade que deri-
para a humanidade e agora este fenómeno é reco- vam da sua dignidade de ser feito à imagem de Deus
nhecido em toda a sua dimensão. e com os deveres que cada pessoa tem perante as
A Natureza precisou de um milhão de anos para futuras gerações.”
produzir a quantidade de combustíveis fósseis que a “Convido todos a rezar – continuou – comigo para
humanidade queima em apenas um ano. As activida- que os altos representantes das várias nações do
des de vinte e cinco por cento da população mundial mundo ... sejam clarividentes nas suas deliberações e
são responsáveis por quase setenta e cinco por cento saibam como orientar a humanidade ao longo do
das emissões globais de gases de efeito de estufa. caminho de solidariedade com a humanidade e de
O aquecimento global, como é popularmente cha- responsabilidade no compromisso comum de prote-
mado, é global em escala. Não conhece limites, na- ger a terra que Deus nos deu” (Mensagem do Papa
cionalidades ou divisões culturais. E o grande iguali- João Paulo II antes do Angelus, Praça de S. Pedro,
zador de consequências desagradáveis. 31 de Maio de 1992).
As respostas a tal fenómeno deveriam reflectir a O conhecimento é o único recurso verdadeiramente
nossa interdependência e responsabilidade comum infinito que assegura a sustentabilidade do ambiente
pelo presente e futuro do nosso planeta, tendo em e o desenvolvimento e, Sr. Presidente, só o conhe-
consideração o papel importante que a virtude da cimento, juntamente com um sentido ético da nossa
prudência poderia ter ao abordar a mudança climáti- relação com o ambiente, pode ajudar a guiar os nos-
ca. Prudência é inteligência aplicada às nossas acções sos esforços de hoje e das futuras gerações.
através do conhecimento e sabedoria e não é mera- Obrigado, Sr. Presidente
mente uma aproximação cuidadosa e segura às deci-
sões, mas antes uma base pensada e racional para Como os Governos Estão a Lidar com as
tomar ou evitar uma acção para atingir um bem mo- Famílias
ral e promover o objectivo do bem comum (United Algumas Tendências Positivas e Outras Nem Tanto
States Catholic Bishops: Global Climate Change: A In: Zenit, 2002-03-16
Code: ZE02031601
Plea for Dialogue, Prudence and the Common Go- NOVA IORQUE, MARÇO 16, 2002 (Zenit.org) –

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12 Notícias recentes sobre o tema da família mostram
um mistura de tendências. No mês passado a admi-
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Washington Times de 14 de Fevereiro.
O estudo foi conduzido por 13 académicos de três
nistração Bush anunciou planos de promoção do organizações: a Coligação para o Casamento, Educa-
O Jornal das Boas Notícias
casamento como parte do seu programa de Seguran- ção de Famílias e Casais e o Centro Experimental
ça Social. Americano.
Wade F. Horn, secretário-assistente para a infância e Entre os resultados: A coabitção não é o equivalente
famílias no Departamento de Saúde e Serviços Hu- funcional do casamento; o casamento está associado
manitários disse que o Governo Federal iria promo- a taxas reduzidas de consumo de drogas e álcool; as
ver o casamento sobretudo nos estratos sociais mais mães casadas têm taxas mais baixas de depressão do
carenciados. O plano é suportado por 300 milhões que mães solteiras ou mães que coabitam com um
de financiamento extraordinário. A proposta do companheiro; as mulheres casados têm menores
Presidente George W. Bush será debatida pelo Con- riscos de serem vítimas de violência doméstica do
gresso como parte da revisão de legislação de 1996 que as mulheres solteiras.
que introduziu modificações profundas no financia- Problemas em Espanha e em Inglaterra
mento dos programas de Segurança Social, reportou A ideia de que os governos têm vantagem em pro-
o New York Times de 19 de Fevereiro. mover o casamento não parece ter penetrado em
Os fundos adicionais irão para programas como a dois países, onde as famílias apreciariam algum su-
educação sobre a importância do casamento e acon- porte; Espanha e Inglaterra. O jornal El País de 10
selhamento pre-matrimonial para pessoas que se de Março relata dados de 1999, publicados recente-
queiram casar. Um objectivo das reformas de 1996 mente pelas autoridades espanholas que evidenciam
era a promoção da família e do casamento. Desde que 16,3% dos bebés nascem fora do casamento.
então, surgiram resultados positivos, tais como uma Ao mesmo tempo que este número é menor do que
descida nos nascimentos de jovens mães solteiras. a média da União Europeia – 27,2% - ,a situação
Horn disse que a sua preocupação principal na pro- agrava-se rapidamente. Em 1990, 9,6% dos nasci-
moção do casamento é assegurar o bem-estar das mentos eram entre mães solteiras. Nos 5 anos se-
crianças. “A literatura empírica é muito clara ao dizer guintes, este número cresceu apenas ligeiramente
que, em média, as crianças que crescem em lares para 11,1%. Mas em 1999 a taxa tinha saltado para
estáveis, saudáveis, com dois pais casados têm me- 16,3%. Enquanto a Espanha está longe de atingir os
lhores perspectivas do que crianças que crescem em níveis de ilegitimidade de países como a Suécia
qualquer outro tipo de arranjo”, disse. (55,3%) ou a Dinamarca (44,9%), está já bem à fren-
Nem todos aprovam a proposta. Alguns críticos te da Itália (9,2%) ou Grécia (3,9%).
questionam a ideia de o governo se meter no assunto Um estudo recente da autoridade estatística da Uni-
da promoção do casamento. Mas como observou ão Europeia (Eurostat), mostrou que é o país da UE
Amitai Etzioni, a ideia de aconselhamento pré- que menos ajuda a família. Não só a protecção social
matrimonial não é nova. O professor da Universida- em Espanha é menor do que na maior parte dos
de de George Washington e promotor do comunita- estados-membros, mas a parte que é dedicada às
rismo, na edição de 1 de Março do Cristian Science famílias é particularmente abaixo da média. De acor-
Monitor, disse: “A Igreja Católica há muito tempo do com o press-release do Eurostat de 25 de Janeiro,
que encoraja os casais que planeiam casar a frequen- os dados de 1999 mostram que as nações da UE
tar um conjunto de sessões em que falam com um dedicam às famílias e crianças uma média de 8,5%
padre acerca dos assuntos mais importantes com que das despesas sociais, enquanto a Espanha dedica
depararão depois de atarem o nó”. apenas 2,1%.
Etzioni sublinhou que em algumas cidades, o clero Em Dezembro passado, os bispos espanhóis apea-
assinou uma “Política Comunitária de Casamento”, ram ao governo para defender a família. Numa de-
pedindo que seja requerida preparação pré- claração publicada pela conferência episcopal para
matrimonial para casais.. Como resultado, as taxas de comemorar o Dia da Família, celebrado a 30 de De-
divórcio caíram substancialmente – numa cidade zembro, os prelados notara os sérios problemas com
caíram 22% -- entre 1991 e 1997. que as famílias se deparam. De acordo com o diário
O facto de os governos terem um legítimo interesse madrileno, ABC de 29 de Dezembro, o documento
na promoção do casamento foi suportado por um deplora o alastramento do divórcio, as uniões de
relatório de resultados de investigação publicado nos facto e outras tentativas de enfraquecer a família
Estados Unidos coincidindo com o dia de S. Valen- como a legalização das uniões homossexuais.
tim. O relatório “Porque é que o casamento é im- Em Inglaterra a situação é ainda pior. A desagrega-
portante: 21 conclusões das Ciências Sociais”, des- ção da família está a criar crianças sem casa, abuso
cobriu que as comunidades em que os casamentos de drogas, negligência sobre bebés e crianças e crime
bem sucedidos são comuns têm melhores perspecti- violento. Esta é a conclusão de um estudo publicado
vas para crianças, homens e mulheres do que aquelas pelo Centro de Estudos de Políticas no mês passado.
em que as taxas de divórcio são altas, reportou o “Corações Destroçados: Declínio Familiar e Conse-

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quências Sociais” apresenta um número de estatísti-
cas dramáticas. O número de casamentos caiu cerca
Portugal voltou a experimentar a eficácia da demo-
cracia representativa. Será certamente um sistema
de 40% nos últimos 30 anos. E a Inglaterra é a capi- com muitos defeitos, como dizia Winston Churchill.
O Jornal das Boas Notícias
tal do divórcio da Europa com uma taxa de 2,7 di- Mas a verdade é que funciona naquilo que é funda-
vórcios por mil casamentos (dados de 1998), compa- mental: permite mudar de governo pacificamente.
rada com uma taxa europeia de 1,8. Um quarto de O novo governo do dr. Durão Barroso - qualquer
todas as crianças no Reino Unido vivem actualmente que venha a ser a sua exacta composição - teria a
em famílias mono-parentais. ganhar se tivesse isto em conta. Mais do que ter
O número de crianças nascidas fora do casamento ganho as eleições, esse governo sucederá a um que
atingiu 39% em 1999, sendo 6,3% em 1961. De as perdeu. Não é prudente, por isso, mudar apenas o
facto, no ano 2000 houve mais crianças concebidas pessoal político. Seria mais seguro mudar sobretudo
fora do casamento do que no casamento, mas um o estilo e a política que os eleitores despediram.
terço destas concepções foram terminadas por abor- O despesismo do Estado parece constituir um ponto
to. crucial que o eleitorado condenou. Já aqui o disse-
A quebra nos casamentos conduziu a que 23% de mos e repetimos: o melhor sinal de que um novo
crianças vivam com famílias que recebem assistência governo não vai continuar o despesismo reside em
social, quando em 1979 eram 7%, e a um aumento baixar os impostos. Ronald Reagan e Margaret Tha-
da proporção de crianças vivendo na pobreza, 35% tcher fizeram-no sem hesitações. Bush pai preferiu
em 1999, para 10% duas décadas mais cedo. aumentá-los, e com isso perdeu a reeleição. Bush
Ao mesmo tempo que a família e o casamento se filho não cometeu o mesmo erro.
desintegravam, muitas indicadores sociais mostram Baixe ou não os impostos, o novo governo deveria
tendências negativas. Jill Kirby, autor do estudo emitir claros sinais de que vai controlar a sua própria
“Corações Destroçados” nota que não é fácil provar despesa. Uma equipa inesperadamente pequena seria
uma relação directa de causa-efeito, mas muitos um excelente sinal. Outro seria a dissolução de uma
estudos demonstraram os problemas por que pas- boa parte dos institutos públicos desenfreadamente
sam as crianças que crescem fora de uma família criados pelo governo anterior. A melhor garantia de
estável com dois pais. uma séria política de contenção reside no exemplo: e
Os dados negativos começam com a taxa de morta- o exemplo começa de cima.
lidade de bebés, 5,8 por mil no Reino Unido, a se- Mas, como observou o prof. António Borges ao
gunda mais alta na Europa, ultrapassada apenas pela EXPRESSO da semana passada, a chave do desen-
Grécia com 5,9. Entre os 15 e 24 anos, a taxa de volvimento não reside sobretudo na contenção mas
suicídio duplicou nos últimos 30 anos. O crime ju- na criação de riqueza. A primeira condição para um
venil violento tem também uma tendência ascenden- governo ajudar a criar riqueza consiste em compre-
te. ender que não é ele que a cria: são as pessoas, as
Kirby acusa quer o actual governo trabalhista quer o famílias e as empresas que criam riqueza, não os
Partido Conservador, no poder entre 1979 e 1997, governos.
de terem falaado no apoio à família. Artigos publica- Dos governos depende a existência de um clima
dos no Telegraph coincidem com este ponto de favorável ou desfavorável à criação de riqueza. Con-
vista. Na segunda-feira, o jornal londrino, citando fiança, estabilidade, credibilidade, são usualmente
fugas informativas, afirmava, “O governo não falará citados como ingredientes que um governo deve
publicamente a favor do casamento porque o Gabi- garantir. E são-no certamente. Mas a isso deve ser
nete está dividido no que respeita às políticas de acrescentado o estímulo e o respeito pelo trabalho,
família” pelo empreendimento e pela legítima ambição de
No dia seguinte, o Telegraph relatava que o financi- melhorar.
amento de grupos pró-casamento para a celebração Há seguramente muitos outros temas - e muito mais
da Semana Nacional do Casamento tinha sido sus- complicados - que serão discutidos a propósito do
penso pelo governo, ao mesmo tempo que era dado novo programa de governo. Não negaremos a sua
apoio a organizações que promovem relações não importância. Mas, em todos os sectores que não são
maritais, incluindo relações homossexuais. estritamente estatais, o novo governo faria bem em
Longe de serem uma preocupação exclusivamente repetir uma mesma linha de força: não é o governo
católica, as famílias saudáveis são vitais para o bem- que cria riqueza, são as pessoas, e a principal função
estar de todas as sociedades. O que alguns governos do governo é permitir que elas possam criá-la.
são muito mais lentos a reconhecer do que outros. Será necessária uma profunda reforma da Educação?
É de temer que os ministros pensem que sim. Seria
Novo Governo: nova política? no entanto muito preferível que o Ministério da
João Carlos Espada
In: Expresso, 020325
Educação se deixasse de reformas profundas e fizes-
ENTRE as eleições autárquicas de 16 de Dezembro se uma única, muito simples: garantir a concorrência
e as eleições parlamentares de domingo passado, leal entre diferentes iniciativas educativas, estatais ou

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12 particulares. O mesmo no que diz respeito à saúde e
a tantos outros sectores ainda atrofiados pelo acti-
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assistência médica, serão aspectos importantes de
debate na conferência», adiantou Desai.
vismo governamental. A necessidade de encontrar novas soluções para
O Jornal das Boas Notícias
Será este um argumento contrário à dignidade da abordar o tema do envelhecimento é um dos temas
política ou do governo? Estamos em crer que não. principais da Segunda Conferência sobre o Envelhe-
Um governo pequeno, poupado e imparcial é o que cimento, que se realizará entre 18 e 22 de Abril, em
tem mais condições de granjear o respeito dos eleito- Madrid.
res. E são estes que voltarão a decidir nas próximas
eleições. Diocese quer ajudar padre ucraniano
E-mail: jcespada@netcabo.pt In: Portugal Diário, 02-04-2002 19:39
Diocese de Viseu quer ajudar padre ucraniano que trabalha
Timor: Apoio para a construção de mater- na construção civil
nidades A Diocese de Viseu quer ajudar um padre ucraniano
In: RR on-line, 002-03-26 - 22:08
de 43 anos que trabalha desde Janeiro para uma
"Uma maternidade escola para Timor" foi um projecto lança-
empresa de construção civil, estando disposta a ar-
do em Ano jubilar que começa agora a ter pernas para andar. ranjar-lhe um serviço religioso junto dos seus con-
Nesta Páscoa, a renúncia quaresmal do Patriarcado terrâneos.
de Lisboa e também da maioria das dioceses do país Na Ucrânia, Yvan Babatchuc era padre da Igreja
reverte para este projecto: a instalação de maternida- Greco-Católica na Diocese de Kolonyja Shernivtsi.
des nas cidades de Dili e Baucau.
Está em Portugal desde 15 de Janeiro, com uma
Um investimento inicial de cerca de dois milhões e autorização de permanência por seis meses dada
meio de euros só para as infraestruturas.
pelo seu bispo.
Dada a importância do investimento, Fernando O padre Júlio Melo, do Secretariado Diocesano das
Maymone, Presidente da Associação de Médicos Migrações, teve conhecimento do caso de Yvan
Católicos, anuncia uma campanha de angariação de Babatchuc um mês depois de este já estar a trabalhar
fundos, a nível nacional, depois da Páscoa. na construção civil. Posteriormente, numa reunião
do arciprestado, o bispo de Viseu, D. António Mon-
Quadruplicação de idosos preocupa o teiro, também chamou a atenção para a situação.
mundo «Ele tem uma autorização do bispo para vir a Portu-
In: DN, 28 de Março 02
A Segunda conferência da ONU sobre o envelheci- gal e um documento a dizer que não está a cumprir
mento «será mais importante» que a Primeira, já que nenhuma pena canónica e pode realizar celebrações»,
o mundo enfrenta o desafio de contou Júlio Melo à Agência Lusa.
quadruplicar a sua população Como D. António Monteiro mostrou interesse em
idosa nos próximos 50 anos. saber mais em pormenor o que se passava, o padre
O subsecretário para os Júlio, acompanhado de um intérprete ucraniano e de
Assuntos Sociais e Económicos um responsável do curso de português promovido
das Nações Unidas, Nitin Desai, pelo Secretariado Diocesano das Migrações e pela
alertou que a Segunda conferência da ONU sobre o paróquia do Coração de Jesus, foi falar com Yvan
envelhecimento vai ser «mais importante» do que a Babatchuc.
Primeira. Segundo o sacerdote, Yvan Babatchuc não fala a
O comité preparatório da Conferência já tem pronto língua portuguesa - «o que até o deixou um pouco
80 por cento do Plano de Acção, que actualiza o complexado porque havia outros colegas ucranianos
documento adoptado na Primeira Conferência, reali- que já sabiam» - mas mostrou vontade em aprender,
zada em 1982. para poder ficar em Portugal, para onde pretende
De acordo com Desai, os temas onde ainda não trazer a mulher e dois filhos.
existe acordo têm a ver com a «provisão de serviços «Na Ucrânia, podem ser ordenados padres homens
médicos e pensões de reforma para os idosos, assim casados», explicou.
como o financiamento de infra-estruturas sanitárias A Igreja Greco-Católica está unida a Roma e ao
nos países mais pobres e temas relacionados com os Papa, mas tem um rito próprio de celebração.
direitos humanos». Júlio Melo explicou à Lusa que Yvan Babatchuc
Nos próximos 50 anos, o número de pessoas idosas poderia até co- celebrar com padres católicos, mas
quadruplicará, passando dos actuais 600 milhões avança que, normalmente, «os ucranianos não gos-
para dois mil milhões. tam muito de mudar o seu rito».
O que representa que uma em cada dez pessoas tem A solução poderá passar por celebrar a missa para os
mais de 60 anos, mas em 2050 será de uma em cada seus compatriotas da religião Greco-Católica, uma
cinco. situação que irá ainda ser estudada pela Diocese de
«O problema de lhes assegurar habitação, a possibi- Viseu.
lidade de os integrar em trabalhos humanitários e a «Vamos levá-lo ao curso de português para falar com
os ucranianos. Depois veremos qual é a aceitação

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12 que recebe destes, porque na Ucrânia umas pessoas
são ortodoxas e outras não são nada, revelam um
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manifestou-se triste com o facto de ter de abandonar
a presidência da CNJP; um trabalho “que lhe deu
desinteresse muito grande pela prática da religião», muito grado fazer”, como teve ocasião de dizer a D.
O Jornal das Boas Notícias
afirmou. Serafim Ferreira e Silva, Presidente da Comissão
Para que Yvan Babatchuc se comece a inteirar da Episcopal da Acção social e Caritativa, via telefone.
nova língua, o padre Júlio deixou-lhe o livro «Portu- Questionado sobre a forma como exercerá o seu
guês sem fronteiras» através do qual é ministrado o cargo, Bagão Félix garantiu que a sua maneira de
curso, que teve início em Novembro e é habitual- estar na política passará pelo “olhar as pessoas”. As
mente frequentado por cerca de 40 ucranianos. pessoas “são o eixo da política e fazer política é fazer
Yvan Babatchuc está interessado em aprender por- o bem comum para as pessoas. Mais do que um
tuguês e em ficar em Portugal, mas só veio com uma bom Estado, precisamos de uma melhor solidarie-
autorização de seis meses do bispo. dade, que é objectivo e desígnio da sociedade e com
No entanto, «caso se entenda que pode ser útil aos o qual o Estado só tem de cooperar”, referiu.
ucranianos que cá estão, penso que não haverá pro- Aliás, o nome de Bagão Félix, tem reunido grande
blema em obter outra autorização», disse, convicto, consenso. O Pe. José Maia, Presidente das Institui-
o padre Júlio. ções Particulares de Solidariedade Social (IPSS),
considerou que a escolha de Bagão Félix para minis-
Segurança rodoviária: Uma sentença dife- tro da Segurança Social e do Trabalho «é mais ade-
rente quada para continuar» a actual política de coopera-
In: RR on-line, 2002-03-25 - 14:06 ção entre a sociedade civil e o Estado, que no seu
Um jovem de 18 anos foi sentenciado a visitar regularmente entender seguiam no bom caminho. Em declarações
cidadãos que tenham sido vítimas de acidentes rodoviários. à Agência LUSA, o Presidente das IPSS considerou
A decisão partiu de um juiz do tribunal de Viseu. O que , o novo ministro é uma «pessoa capaz de per-
rapaz foi apanhado pela PSP durante o fim-de- ceber o papel das instituições na sociedade portu-
semana passado, quando participava numa exibição guesa, de respeitar a sua autonomia e identidade e de
de motos, na Avenida Europa. continuar a dar-lhes oportunidade de intervir, em
Aquela artéria da cidade é frequentemente utilizada cooperação com o Estado, na promoção de políticas
como autódromo improvisado - uma situação que sociais». «Assim possa o novo ministro ter força
escandalizou o autarca Fernando Ruas, quando se política junto do chefe do Governo e da ministra das
deslocou ao local. Finanças para garantir que os pobres terão assento
"Fiquei chocado com o número de carros, com as na mesa do orçamento», concluiu.
habilidades que eram feitas, com a falta de segurança Também a Confederação do Comércio e Serviços de
com que os condutores - quase todos jovens - actua- Portugal (CCP), manifestou agrado pela escolha, que
vam (...) E aquilo que fiz constar à polícia é que nós considera «profundamente acertada» para a Seguran-
não vamos permitir aquele espectáculo", disse. ça Social e Trabalho, uma vez que o novo ministro o
Só no último fim-de-semana, a PSP de Viseu multou novo ministro «tem um conhecimento profundo da
200 pessoas. área da segurança social e pode realizar um bom
trabalho»,afirmou Luís Faria, porta –voz da CCP.
Bagão Félix afirma: "As pessoas são o [03-04-2002 13:26:03] [Nacional] [2736 caracteres] [Grátis] [ Luís Pedro de Sousa ]

eixo da política"
Luís Pedro de Sousa A vista da Cruz
In: Ecclesia, 020403 Luís Pedro de Sousa
O Papa João Paulo II em várias intervenções e em In: Ecclesia, 020403

documentos da Igreja, bem como os Bispos portu- No norte de Portugal, especialmente na região do
gueses têm chamado os cristãos à responsabilidade e Minho, Trás-os-Montes, Alto Douro, mas também
ao empenho na construção de sociedades melhores, na Beira Interior, o Domingo de Páscoa começa
mais justas e mais solidárias. bem cedo. Segundo a tradição, depois da missa, o
Esta Terça-feira, o Primeiro Ministro indigitado, deu Compasso deve sair à rua e visitar todas as casas,
a conhecer ao Presidente da República a constituição dando a beijar a cruz.
do novo governo. Na lista do nomes está Bagão Logo depois da Missa, os cerca de dez elementos
Félix, um cristão activo, Presidente da Comissão que compõem o compasso tomam o pequeno almo-
Nacional Justiça e Paz (CNJP) e membro do Grupo ço numa casa perto da igreja, preparando-se para a
de Consultores da Comissão Episcopal das Comuni- longa caminhada que os espera. A população não
cações Sociais da Igreja. abdica da visita pascal e os sacerdotes, que têm quase
É como cidadão que assume a Pasta da Trabalho e sempre duas ou mais paróquias, enfrentam, na qua-
Solidariedade Social, mas Bagão Félix não deixa de dra pascal, uma notável prova à sua resistência física.
salientar que nas suas “entranhas há todo um ser É que, em muitas terras só se beija o Senhor, uma
cristão”. Em declarações à Agência ECCLESIA, o semana depois, no chamado 'Domingo de Pasquela'.
futuro Ministro da Solidariedade e do Trabalho, A recepção à Cruz é, regra geral, muito bem prepa-

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12 rada. As pessoas limpam as casas a fundo e fazem
um tapete de flores, para assinalar que têm a porta
quarta-feira, 17 de Abril de 2002
mónia, estranha a quem vive num País maioritaria-
mente protestante. Na escadaria principal do Bolhão,
aberta. forrado com tantas colchas que quase passavam
O Jornal das Boas Notícias
A campainha anuncia a chegada da cruz e família e despercebidos os belos painéis de azulejos da Fábri-
amigos alinham-se e aguardam a entrada do Com- ca Aleluia, que publicitam "Menagem - vinho dos
passo. Antes de o mordomo dar a cruz a beijar, o embaixadores" e "Sanguinhal - vinho sem rival", o
sacerdote anuncia a ressurreição de Cristo e deseja pároco aguardava pelos altifalantes, para proferir a
que a paz do Senhor reine naquele lar. Beijada a oração comunitária.
cruz, os membros do Compasso e todos os amigos A pequena Bárbara Alexandra, com a escassa força
são convidados a retemperar forças à volta de uma dos seus dois anos, queria agitar uma sineta de prata
mesa recheada de iguarias próprias desta época pas- datada de 1860, uma das três com que os acólitos
cal. Ao final da tarde, terminada a visita pascal, reali- anunciavam a chegada das duas cruzes processionais,
za-se a cerimónia do recolher da Cruz. O povo jun- engalanadas de orquídeas, para os crentes beijarem.
ta-se à beira do cruzeiro e dirige-se para a igreja, em Percorrendo bancas de morangos, ananases, nêspe-
procissão e entoando cânticos de aleluia. ras; rosas, gladíolos, antúrios; aventais, meias, lenços;
Braga é umas das cidades, do norte de Portugal, que azeitonas, tremoços, gomas; o pároco aspergia com
maior tradição tem na vista pascal. O Cónego Val- água benta comerciantes e fregueses, enquanto
demar, um dos responsáveis pela paróquia da Sé, anunciava: "Boa Páscoa! Aleluia!"
referiu a importância de “preservar as tradições” e Passam-se mais montras com broa de Avintes, re-
de “ser fermento nomeio da massa, já que o futuro gueifas e demais pães; anéis, brincos, vernizes; chis-
será de quem for generoso”. ”Só quem anda de casa pe, morcelas e orelheira interditos na Quaresma; chá
em casa é que percebe a fé desta gente”, acrescen- verde, leite de soja, flor do Amazonas; sardinhas,
tou. cavalas, polvo; tinto, Porto, whisky; até bolbos de
Em Fiscal, Amares, manda a tradição, que o Com- figueira, como a que serviu para se enforcar Judas.
passo, suba a bordo e atravesse as águas do rio Ho- Enquanto os envelopes com a côngrua vão sendo
mem, enquanto ao longo das margens, centenas de recolhidos na pasta do mais discreto dos membros
habitantes e forasteiros acompanham o percurso da Confraria, uma e outra vez o hissope iria embe-
fluvial. Para o Pe. Joaquim Gomes da Costa, uma ber-se na cadeirinha, para respigar os crentes, "em
das preocupações deste dia é fazer com que a Páscoa nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".
não proporcione qualquer tipo de comércio. O sa- "O senhor abade deitou água benta naquele peixi-
cerdote manifestou-se ainda contente com o facto nho. Agora, vai crescer o dobro", comentava uma
de os mais novos se mostrarem muito empenhados senhora. Sorriso nos lábios de quem sabe que não
em preservar o ritual dos seus antepassados. O péri- tem tais poderes miraculosos, o Cónego replicava
plo pascal é exemplo desse papel activista dos jovens que, "se soubesse disso, vinha cá comprá-lo ama-
nas lides religiosas. nhã".
[03-04-2002 13:20:23] [Nacional] [2410 caracteres] [Grátis] [ Luís Pedro de Sousa ]

12 deficientes começam hoje a trabalhar


Compasso pascal no Bolhão
FERNANDO MADAÍL
nos Correios
In: DN, 020403 In: DN, 020403

"Para que estão a pôr aqui este tapete?", indagava, Começam hoje a trabalhar no serviço de malas dos
em tom baixo, a dama de tailleur e saco de loja ele- CTT 12 deficientes mentais, numa experiência inédi-
gante, ao ver as pétalas coloridas e as folhas verdes ta acordada entre a Cooperativa para Educação e
com que se desenhara, a golpes de vassoura, a cruz Reabilitação de Crianças Inadaptadas (CERCI), de
floral na entrada do portuense Mercado do Bolhão. Lisboa, e a empresa de distribuição postal.
"Qual tapete, minha senhora? É o compasso", retor- A presidente da CERCI, Julieta Sanches, salientou a
quia uma vendedora, avental e xaile ataviados, como iniciativa tomada pelos CTT no contacto com a
quem responde a uma pecadora. comunidade de deficientes mentais, que possibilita a
Ainda não tinha chegado o cónego Alfredo Soares, estes jovens durante três meses a integração num
que fazia a visita pascal, na tarde de ontem, àquele meio normalizante. António Barroso, da Direcção
local da sua Paróquia de Santo Ildefonso. Pendura- de Recursos Humanos dos CTT realçou "as preocu-
vam-se nas portas de ferro da entrada pela Rua pações sociais da empresa pela oportunidade de
Formosa as colchas com cores pascais que "Rosinha formação e integração dada a estes jovens".
do Bolhão" tem há mais de 40 anos. "Olhai aí a altu- A gratificação dos novos colaboradores passa por
ra, para que fique à mesma", aconselhavam a quem quantias simbólicas que a CERCI lhes concede,
fixava os panos em tons de vermelho, dourado e variando com as suas prestações diárias na empresa,
branco. além de um elevado sentimento de utilidade e auto-
Um holandês de Roterdão, duas Leikas de invejar estima.
qualquer repórter fotográfico, ia registando a ceri- Como objectivo secundário, o director de Recursos
Humanos, salientou a imagem que empresa pode dar

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12 pela positiva a nível social, quer nos funcionários,
quer na sociedade civil.
quarta-feira, 17 de Abril de 2002
terríveis falhanços que eles sofreram. Ao longo dos
últimos dois séculos, pela primeira vez na história da
A empresa não mostra qualquer receio com o futuro humanidade, múltiplas realizações intelectuais, soci-
O Jornal das Boas Notícias
destes jovens nos CTT, que poderá ser ou não con- ais, políticas e institucionais dirigiram-se virulenta-
tinuado, e está confiante com a prestação dos novos mente ao objectivo de desqualificar e erradicar a
colaboradores. religião da vida humana e social. Inspirado por uma
Os funcionários da empresa reagiram bem à iniciati- minoria diminuta mas activa e poderosa, este movi-
va, embora o seu relacionamento com os jovens mento utilizou todos os meios de que se pode dis-
apenas passe pela hora da refeição, uma vez que a pôr, desde a distorção de resultados científicos até
tarefa de tratamento das malas ficará só ao cuidado morticínios em massa, manipulando gerações e mo-
dos novos empregados e do chefe daquela secção nopolizando doutrinas e regimes.
dos CTT. Hoje confrontamos os escombros dessas tentativas.
Os doze jovens, com idades compreendidas entre os Após décadas em que a religião foi vista como uma
17 e os 25 anos, têm deficiências mentais moderadas manifestação de boçalidade primitiva ou como fan-
e vão exercer tarefas com um baixo nível de apren- tasia íntima mal tolerada, a influência das crenças e
dizagem, sendo diariamente apoiados por monitores das igrejas tornou-se mais forte, não menos. Por
da CERCI. outro lado, as sociedades que foram forçadas a recu-
sar o transcendente e tiveram de viver como se su-
Peregrinação a Fátima... blime e o mistério não existissem, nem sequer con-
In: RR on-line, 2002-04-03 - 12:52 seguiram ordenar a cidadania ou organizar a produ-
Cerca de 60 elementos das Forças Armadas e policiais inicia- ção, falhando até como projectos comunitários. O
ram ontem, ao princípio da tarde, uma peregrinação a Fáti- furacão frio do ateísmo, sentido então pela primeira
ma, onde contam chegar sexta-feira. vez na história, revelou-se uma das forças humanas
A pastoral Juvenil da Diocese das Forças Armadas e mais destruidoras.
da Segurança promoveu esta iniciativa que se realiza, Após os traumas do século XX, o mundo avança
pela primeira vez, entre os militares e a pé. para uma integração mais salutar entre religião e
Um carro de apoio transporta a bagagem e os ali- sociedade. A prática dos vários séculos tem demons-
mentos, mas os romeiros são ainda apoiados por trado que uma saudável separação entre Estado e
uma outra viatura, pronta para evacuar algum neces- hierarquia religiosa é muito útil para ambos. Os
sitado. Uma enfermeira e uma auxiliar de acção mé- exemplos que temos ainda hoje de teocracias e fun-
dica integram a peregrinação. damentalismos levam, não só a fortes abusos políti-
Os militares e agentes de segurança - que levam na cos, mas também a graves perversões espirituais.
bagagem violas e um livro onde estão registadas Todos perdem com isso. Quando confundidos, o
orações e muitos cânticos para animar a caminhada - Estado fica pior Estado e a religião pior religião.
partiram do Parque das Nações. O cristianismo é talvez a religião onde esta questão
O regresso é feito de carro. foi mais proveitosamente elaborada e debatida ao
longo dos séculos. Gerada por um condenado à
Religião e Serviço Público morte pelo poder legítimo, a Igreja nascente viveu a
João César das Neves
In: Ecclesia, 020403 perseguição violentíssima, seguida da ligação estreita
Ninguém sabe muito bem o que se entende por ao poder imperial. A luta entre papas e imperadores
“serviço público de televisão”, mas qualquer que seja medievais, as guerras religiosas e as novas persegui-
a sua definição, a religião faz parte integrante dele. ções no dealbar das democracias modernas foram
Desde que inclua alguma dimensão de cultura, de episódios muitos dolorosos mas muito instrutivos.
cidadania, de preocupações pessoais e comunitárias, Hoje, pode dizer-se que existe, em geral, uma relação
de defesa da liberdade e da dignidade humana, o equilibrada e dinâmica entre os regimes democráti-
serviço público televisivo tem de incluir a religião. cos modernos e as igrejas cristãs, muito mais do que
O sentido religioso constitui um dos elementos mais com qualquer outra fé.
centrais da natureza humana, como o mostra qual- Mas em algumas culturas mais atrasadas, como a
quer estudo sério de psicologia, antropologia, histó- portuguesa, este corolário histórico ainda não é bem
ria, sociologia ou ciência política. Deste modo, não é entendido pela clique dirigente. Assim, por aqui
possível realizar qualquer programa global de infor- ainda se ouvem os chavões de meados de oitocen-
mação e formação sem que o fenómeno da fé tenha tos, à revelia da realidade que se impõe a cada mo-
presença garantida. Só se o “serviço público de tele- mento. É só por isso que por cá, no início do século
visão” quiser reduzir-se a um veículo tacanho de XXI, ainda há quem tenha dúvidas sobre se a religi-
propaganda ideológica extrema é que pode esquecer ão deve fazer parte do “serviço público de televi-
a religião. A fé faz parte da vida pública. são”.
João César das Neves
Talvez a prova mais acabada desta afirmação esteja Prof. Universitário
[03-04-2002 13:04:32] [Comentários] [3730 caracteres] [Grátis] [ João César das Neves ]
nos esforços intensos feitos para a negar. E nos

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12 "Bom trabalho!"
Jorge Coelho
quarta-feira, 17 de Abril de 2002
pelos resultados eleitorais.
Como seria de esperar, a grande maioria ofereceu
In: DN, 0204004
Em 1995, quando cheguei à Presidência do Conse- razões muito plausíveis e aceitáveis para a sua não
O Jornal das Boas Notícias
lho de Ministros, estava escrito numa agenda de um participação: desde a necessidade de prosseguir pro-
gabinete a seguinte frase: "Bom trabalho." A mensa- jectos profissionais pessoais, alguns deles até com
gem foi deixada por alguém do Governo anterior, evidente interesse público e social, até à afirmação
liderado por Cavaco Silva. Na altura, achei simpática ou confissão da incapacidade para corresponder às
e agradável esta "passagem de poder". Porque consi- exigências dos lugares para que haviam sido convi-
derei positiva esta postura, repito a frase para o pró- dados, obviamente em contradição com o julgamen-
ximo Governo: "Bom trabalho." Os portugueses to feito por quem os convidou.
precisam de um bom Governo, que corresponda às A realidade é que, na maior parte dos casos, tal recu-
expectativas criadas e que cumpra o que prometeu. sa resultou da falta de coragem para enfrentar as
Este Governo é uma escolha dos portugueses. É previsíveis dificuldades que tais tarefas acarretam,
para eles que os novos ministros devem dirigir os sem falar nos eventuais prejuízos económicos que
seus esforços. resultam dos baixos salários dos políticos, em com-
... paração com os que a maior parte aufere nas suas
actividades profissionais correntes.
As Segundas Escolhas Daí que tenham surgido as chamadas "segundas
Por MANUEL J. ANTUNES
escolhas" (nalguns casos terceiras ou quartas). As
In: Público, Sexta-feira, 5 de Abril de 2002 segundas escolhas são frequentemente, e injustamen-
Já escrevi, e afirmo-o muitas vezes, que todo o ho- te, menorizadas. Em primeiro lugar, porque não há
mem é um ser político. Quando se discutem assun- nada que indique que sejam técnica ou politicamente
tos de natureza política ou se emite uma opinião inferiores, e isso tem-se verificado frequentemente;
sobre os políticos, está-se a fazer política. Mesmo em segundo lugar, porque demonstraram ter aquilo
quando se afirma o desinteresse pela política. Acre- que à maior parte de nós faltou: a noção do dever
dito que os políticos e os partidos fazem parte da cívico e, acima de tudo, a coragem de lutar pela cau-
nossa vida e são essenciais para o desenvolvimento sa pública.
da nossa sociedade. Por isso, considero que quem Por isso todos lhes devemos o nosso reconhecimen-
participa activamente na vida política nos presta a to e apoio.
todos um serviço, pela realização de tarefas que a Cirurgião

maior parte de nós enjeita, quer por puro desinteres-


se ou comodismo, quer pelo reconhecimento da Médio Oriente: O que é ser um mártir?
incapacidade para o fazer. RR on-line, 2002-04-04 - 10:54

Também sou dos que afirmam não ter interesse por Numa altura em que se fala tanto de mártires no Médio
uma vida política activa. Penso que sou sincero Oriente, ontem à noite na Sé de Lisboa procurou-se saber o
quando o faço. Mas nas pequenas "incursões" que que é afinal ser Mártir?
fiz pelo mundo da política, tive a oportunidade de Foi numa conferência presidida pelo Professor Fidel
verificar o muito esforço e desprendimento pessoal Gonzalez, Reitor Maior do Colégio Pontifício de
que os políticos geralmente põem nas suas campa- Roma.
nhas. Com algum humor e uma certa dose de exage- Segundo Fidel Gonzalez, quando Yasser Arafat diz
ro, já afirmei que ainda que alguns corram apenas que prefere morrer como um mártir, está a fazer um
pelo "tacho", merecem-no pelo esforço que fazem uso abusivo da palavra mártir.
para o conseguir. "Mártir é aquele que morre por testemunhar Cristo
O drama da nossa sociedade está em que muitos como Senhor e é perseguido por ódio a Cristo por
poucos estão na disposição de fazer esse esforço. alguém", argumentou o reitor mor, que acrescentou:
Vem isto a propósito dos acontecimentos políticos "Fora do Cristianismo a palavra mártir não se usa.
recentes. Após a reviravolta política das eleições Os que morrem actualmente como suicidas pela
autárquicas, numerosas personalidades, algumas causa árabe ou Palestiniana, na mentalidade islâmica,
políticas entretanto em hibernação, outras ditas in- serão heróis na sua religião, mas nada tem a ver com
dependentes, surgiram na praça pública, aparente- o mártir cristão" - concluiu.
mente com ambições políticas. No entanto, no espa- Na opinião do professor, "O verdadeiro mártir é
ço de tempo que precedeu as eleições legislativas, e uma vítima e não um suicida".
após a sua realização, muitos foram os cidadãos, uns
mais proeminentes que outros, que foram convida- A rainha-mãe da «gentlemanship»
João Carlos Espada
dos a participar na vida pública do País e declinaram In: Expresso, 020406
o convite. Desde a participação nas listas de candida- «A rainha-mãe simbolizava a Inglaterra dos 'old men
tura à Assembleia da República à nomeação para who never cheated, never doubted'. Essa velha In-
cargos no Governo. Especialmente se se tiver em glaterra foi admirada, estudada, emulada por gera-
conta os novos (des)equilíbrios políticos gerados ções e gerações de estrangeiros - desde Montesquieu

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12 Muitos julgaram ter penetrado nos segredos da sin-
quarta-feira, 17 de Abril de 2002
a Tocqueville e a Elie Halévy, entre tantos outros. gularidade insular. Mas, hoje, esses segredos reve-
lam-se fugazes e fugidios.
gularidade insular. Mas, hoje, esses segredos reve- «Duty first», era o lema dessa Inglaterra, muito longe
O Jornal das Boas Notícias
lam-se fugazes e fugidios. 'Duty first', era o lema da actual moda da «Cool Britannia». Autocontrolo,
dessa Inglaterra, muito longe da actual moda da reserva e sentido das hierarquias combinavam-se
'Cool Britannia'.» admiravelmente com amabilidade, ironia, autocrítica
A MORTE da rainha-mãe, no sábado passado, dei- e respeito pelo «common people». Tudo isso é agora
xou a Inglaterra e aqueles que a admiram em luto e alvo de escárnio televisivo, e até a BBC cedeu aos
reflexão. Luto por uma das figuras mais emblemáti- «body-piercings», umbigos ao léu e sexo ao vivo. A
cas da pequena ilha que, nos últimos três séculos, era do «duty first» cedeu o lugar à algazarra do «plea-
representou a esperança de uma civilização de res- sure now». É o progresso, dizem eles.
ponsável liberdade sob a lei. Reflexão sobre os intri- jcespada@netcabo.pt

gantes ingredientes que parecem hoje tornar essa


Concentração de motociclistas em Fátima
civilização um ideal do passado. In: RR on-ine, 2002-04-06 - 18:18
Já quase tudo foi dito sobre o carinho especial de O Santuário de Fátima encheu-se esta tarde de e motociclis-
que a rainha-mãe gozava entre os ingleses; sobre o tas. D. Maurilio Gouveia, Arcebispo de Évora, presidiu a
seu papel na II Guerra Mundial, que levou Hitler a uma cerimónia inédita.
considerá-la «a mulher mais perigosa da Europa»; Poucos dias após a celebração da Páscoa, o Arcebis-
sobre a sua reacção aos bombardeamentos alemães po de Évora, recordou, na Homilia, o episódio do
contra Buckingham Palace: «Agora já posso olhar de Evangelho de S. Mateus, em que as mulheres corre-
frente as mulheres de East End» (a zona popular de ram a dar a notícia da ressurreição de Cristo.
Londres mais martirizada pelas bombas); sobre a sua Segundo D. Maurilio, "este termo, correram, subli-
resposta às propostas para a evacuação da família nha a ideia de velocidade, mas é claro que esta velo-
real: «As crianças não vão sem mim, eu não irei sem cidade das mulheres a correr não podia ser muito
o rei, e o rei nunca deixará o país»; sobre a sua ina- grande. A vossa velocidade, caros motociclistas, é
movível opinião sobre os alemães: «Os Hunos». certamente muito maior; as vossas potentes máqui-
Também têm sido referidas algumas das opiniões nas correm sempre a grande velocidade".
politicamente incorrectas que a rainha-mãe terá "E por falar em correr ou em velocidade" - acrescen-
sempre reservadamente mantido: nunca deixou de tou o Arcebispo - "é bom não esquecer a célebre
ver o império britânico como uma força civilizadora frase de Jesus Cristo: Eu sou o Caminho."
e não apreciou a célere descolonização; olhou com Muitas vezes, a estrada é fatal para os motociclistas,
reprovação os esforços mediáticos para popularizar a por isso, no Santuário de Fátima lembraram-se os
família real; sofreu sem surpresa as historietas em que morreram e pediu-se a protecção de Nossa Se-
que se enredaram as vidas privadas dos seus netos; e nhora.
o seu cepticismo estendeu-se ao tom «excessivamen-
te capitalista» de Margaret Thatcher, a mulher que Mão amiga
nos anos 80 tentou travar o declínio britânico.
Um fotógrafo que fez a cobertura de uma interven-
Tal como Sir Winston Churchill - e, quem sabe,
ção cirúrgica para corrigir um problema de espinha
talvez acabemos por considerar também Lady Tha-
bífida realizada no interior do útero materno num
tcher -, a rainha-mãe representava uma Inglaterra
feto de apenas 21 semanas de gestação, numa auten-
que só alguns ainda recordam. Traços da sua exis-
tência podem ainda ser encontrados em alguns colé- tica proeza medica, nunca imaginou que a sua má-
quina fotográfica registaria talvez o mais eloquente
gios de Oxbridge; nos mais fora de moda clubes
londrinos; em muitas adoráveis aldeias rurais, nos grito a favor da vida conhecido ate hoje.
Enquanto Paul Harris cobria, na Universidade de
pubs locais, nos minúsculos «Post-offices», nos ve-
Vanderbilt, em Nashville, Tennessee, Estados Uni-
lhos «bobbies» aprumados, desarmados, de olhar
dos, o que considerou uma das boas notícias no
protector e cordial, circulando de bicicleta por estrei-
desenvolvimento deste tipo de cirurgias, captou o
tas ruelas ziguezagueantes.
Essa velha Inglaterra foi imortalizada pelos versos de momento em que o bebé tirou a sua mão pequenina
do interior do útero da mãe, tentando segurar um
Sir John Betjeman, Summoned by Bells. Em The
Death of King George V, ele descreveu a geração dos dedos do médico que o estava a operar.
A foto, espectacular, que pode ser vista no ficheiro
que fez a I Guerra Mundial - soldados, funcionários
públicos, administradores do império - como «old anexo, foi publicada por vários jornais dos Estados
Unidos e a sua repercussão cruzou o mundo até
men who never cheated, never doubted». Essa velha
chegar a Irlanda, onde se tornou uma das mais fortes
Inglaterra foi admirada, estudada, emulada por gera-
bandeiras contra a legalização do aborto. A pequena
ções e gerações de estrangeiros - desde Montesquieu
mão que comoveu o mundo pertence a Samuel Ale-
a Tocqueville e a Elie Halévy, entre tantos outros.
Muitos julgaram ter penetrado nos segredos da sin- xander, cujo nascimento ocorreu no passado dia 28
de Dezembro. Quando pensamos bem nisto, a foto

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12 é ainda mais eloquente. A vida do bebé estava lite-
ralmente presa por um fio. Os especialistas sabiam
quarta-feira, 17 de Abril de 2002
o seu objectivo é «promover uma maior segurança e
confiança no desempenho das funções educativas».
que não conseguiriam mantê-lo vivo fora do útero As cerca de cem vagas disponíveis para esta forma-
O Jornal das Boas Notícias
materno e que deveriam tratá-lo lá dentro, corrigin- ção estão quase preenchidas e têm sido essencial-
do a anomalia fatal e voltar a fechar o útero para que mente os pais que têm aderido.
o bebé continuasse o seu crescimento normalmente. Não há exame final, uma vez que não se trata de
Por tudo isso, a imagem foi considerada como uma nenhum bacharelato ou mestrado.
das fotografias médicas mais importantes dos últi-
mos tempos e uma recordação de uma das opera- Debater envelhecimento
ções mais extraordinárias registadas no mundo. Eduardo Graça
In: DN, 020409
Este escrito resulta de uma experiência de reflexão
fundada na acção prática e no receio de que, entre
nós, ninguém atribua importância, e o merecido
espaço, ao tema do envelhecimento que está neste
preciso momento a ser abordado, por iniciativa da
Organização das Nações Unidas, neste mês de Abril,
em Madrid.
A Segunda Assembleia Mundial sobre o Envelheci-
mento logrou reunir, de facto, representantes dos
182 Estados-membros da ONU e deorganizações
não-governamentais, debatendo os impactes e con-
sequências do processo de envelhecimento da popu-
Agora, o Samuel tornou-se no paciente mais jovem lação mundial.
que já foi submetido a este tipo de intervenção e, é Os debates estão, assim, a colocar na ordem do dia
bem possível que, já fora do útero da mãe, Samuel um tema da maior importância no processo de des-
Alexander Arms aperte novamente a mão do Dr. envolvimento humano em todos os continentes,
Bruner. regiões e países do mundo.
A apresentadora de televisão Justine McCarthy disse Em Portugal, pela primeira vez, a proporção de
que é impossível não se comover com a imagem idosos, constituída pelos cidadãos de 65 ou mais
poderosa desta mão pequenina que segura o dedo de anos recenseados, ultrapassa a dos jovens, até aos 14
um cirurgião e nos faz pensar em como uma mão anos, segundo dados revelados pelo Censo de 2001,
pode salvar vidas. cujos resultados provisórios foram divulgados pelo
Instituto Nacional de Estatística.
Pais têm aulas para educarem melhor os No nosso País, entre 1981 e 2001, o "índice de enve-
filhos lhecimento" aumentou de 45 para 103 idosos, por
In: Portugal Diário, 08-04-2002 16:59 cada cem jovens, o que significa que o número de
Universidade Católica criou um programa para ajudar os pais idosos, a residir em Portugal, já ultrapassou o dos
no desempenho das funções educativas jovens.
A partir desta segunda-feira, há pais que vão fre- As projecções apontam para que, em 2021, o "índice
quentar aulas na Universidade Católica Portuguesa, de envelhecimento" atinja, em Portugal, 127 idosos
em Lisboa, para ouvir especialistas em variadas ma- por cada cem jovens, passando a população com 80
térias,tais como educação, saúde física e mental, anos, ou mais, a representar quase cinco por cento
higiene, segurança e tempos livres. da população total.
Durante dois meses, uma vez por semana, vai funci- O tema do envelhecimento surge, quase sempre,
onar o Programa Aberto de Formação de Pais, cria- associado a preocupações de longo prazo, ausente
do pelo Centro de Estudos dos Povos e Culturas de ou subalternizado no debate político nacional, mas
Expressão Portuguesa, da Universidade Católica. que constitui um grande desafio para as sociedades
Roberto Carneiro, um dos coordenadores do curso, contemporâneas e os Governos, pelas profundas
chama a atenção para o facto de os pais não saberem implicações, entre outras, nas políticas da segurança
tudo e também para a ideia de que «há tantos falsos social, emprego, educação, saúde, imigração e famí-
pais, como a televisão ou a internet, que é bom que lia.
os verdadeiros pais se munam das competências Os tempos futuros exigirão, de facto, políticas soci-
necessárias». ais integradas, promovendo a solidariedade interge-
Outro responsável pelo programa, João Muñoz, racional, o aumento da população activa e o tempo
aponta como motivo para a criação destas aulas a real de trabalho, ou seja, o aumento da "esperança de
dificuldade que os pais de hoje têm em conciliar a vida activa", assegurando o prolongamento da vida
vida familiar com a profissional. O curso pode ser activa para lá da actual idade de reforma.
uma grande ajuda para os progenitores, uma vez que As preocupações com a despesa pública e as pres-

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12 sões destinadas a promover o emagrecimento do
Estado, não podem omitir os desafios colocados
quarta-feira, 17 de Abril de 2002
Património desconhecido da Igreja
In: Portugal Diário, 15-04-2002 21:53

pela evolução demográfica e pela emergência de uma Património da Igreja continua a ser um «ilustre desconhecido»,
afirma o historiador José Falcão
O Jornal das Boas Notícias
nova relação tempo livre/tempo de trabalho.
As revoluções tecnológica e demográfica, em curso, O património da Igreja continua a ser um «ilustre
à escala mundial, fizeram com que o tempo livre desconhecido», havendo muitos milhares de bens à
ganhasse progressivamente importância económica e espera de inventariação nas dioceses portuguesas,
peso social ocupando um lugar novo na vida quoti- afirmou esta segunda-feira o historiador da arte José
diana dos cidadãos. Falcão.
O que fazer do tempo livre de todos os cidadãos e, Para dar uma noção da «enorme vastidão da tarefa»
em particular, das gerações mais velhas, é um grande que cabe às dioceses portuguesas, José Falcão exem-
desafio colocada às sociedades modernas, realidade a plificou que, apenas na de Lisboa, «há mais de cinco
que o Inatel tem vindo a dedicar atenção, e que terei mil edifícios que precisam de ser inventariados».
oportunidade de reflectir naquela conferência mun- José Falcão, que lidera uma equipa de dez pessoas
dial. responsável pela inventariação do património da
De facto, as "pessoas idosas", na acepção da ONU, Diocese de Beja, falava esta segunda-feira à tarde em
aspiram a uma vida em sociedade digna e activa, Viseu, durante o seminário «A salvaguarda dos bens
solidária e participativa, que se não compadece com culturais da Igreja».
cedências às ditaduras ameaçadoras da pobreza e da «O património da Igreja distribuiu-se por todo o
solidão, que assolam com violência as gerações território nacional e caracteriza-se pelo seu desco-
"mais velhas". nhecimento. Na sua maioria é inédito, está por reve-
O lazer e a actividade turística, em particular, trans- lar, o que o torna ainda mais frágil», frisou.
versal e multidisciplinar, não pode prescindir do Na sua perspectiva, para que futuramente o patri-
papel da concorrência, nem da função reguladora do mónio da Igreja seja conhecido, há que criar uma
Estado, exigindo a formulação de respostas credíveis central diocesana que promova os trabalhos de in-
e satisfatórias às profundas aspirações de consumi- ventariação e unidades periféricas que se vão deslo-
dores exigentes em que o segmento "senior" assumi- cando dentro das dioceses.
rá peso crescente. «É importante que haja sempre uma articulação
O mercado criado em torno da ocupação do tempo entre o todo e as partes, em reuniões semanais ou
livre dos idosos crescerá no futuro e a oferta turísti- quinzenais», acrescentou.
ca, nesta área da actividade económica, adquirirá Portugal tem um atraso significativo no domínio da
uma importância crescente nesse mercado, contribu- inventariação, o que, para José Falcão, «não é só
indo para a melhoria das condições de vida dos par- culpa da Igreja. O Estado tem estado também muito
ticipantes e a dinamização da actividade económica. atrasado neste domínio».
O turismo sénior é no presente e será ainda mais, no Da sua experiência em Beja, o arquitecto aconselha
futuro, uma poderosa plataforma de partilha de ne- quem for para o terreno a ter «uma grande tolerância
gócios, mas também de afectos e de conhecimentos, para com os erros dos outros», exemplificando com
entre os povos e as nações. o caso de um tecto de uma igreja que estava para ser
Ao contribuir para desenvolver o segmento da acti- queimado e foi salvo graças ao inventário.
vidade turística sénior estaremos, de facto, a estimu- «Muitas vezes as obras não se encontram onde espe-
lar uma mais razoável partilha da riqueza, não só da ramos. Estão em vãos e sítios escuros à espera de
óptica dos rendimentos, como da organização dos serem queimadas e vendidas», alertou.
mercados de trabalho e de lazer - num quadro de Por isso, alerta que, ao fazer a inventariação, «é pre-
tolerância, de paz, de democracia e de liberdade. ciso ver tudo, inclusive as caixas do lixo», contando
que «foram encontrados primitivos portugueses a
servir de bases de andaimes».
José Falcão realçou a importância de uma inventari-
ação bem feita, que pode servir de prova em tribu-
nal.
Na diocese de Beja foi já recuperado «mais de um
milhar de peças que tinham sido furtadas ao longo
destes 18 anos», com a ajuda das fichas da inventari-
ação, afirmou.

Política de Família Terá Coordenador


In: Público, Terça-feira, 16 de Abril de 2002
A nomeação directa pelo primeiro-ministro, sob
proposta do Ministro da Segurança Social, de um
alto-responsável pela coordenação das políticas de

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12 família é assumida no programa de Governo. Ne-
quarta-feira, 17 de Abril de 2002

gando a exclusividade dos direitos individuais e


engenheiro, tinha o cabelo preto todo para trás,
como na altura se usava, e uns olhos azuis lindos.
defendendo que estes têm de ter em conta os Tinha um sorriso muito bonito e a mesma capacida-
O Jornal das Boas Notícias
direitos sociais, o programa afirma que o "Estado de de amar. Também ele não conhecia bem Jesus.
deve, inequivocamente, reconhecer a família como o Ela chamava-se Ana e ele Pedro.
elemento fundamental da sociedade e como o Quando se conheceram gostaram muito um do ou-
espaço natural de realização da pessoa e de tro. Passado pouco tempo casaram, e perante Deus
solidariedade entre gerações". E a promessa de uma disseram que se iam amar para sempre e receber de
política de defesa da vida, onde a relação rendimento braços abertos todos os filhos que viessem. Ao prin-
familiar/número de filhos é um critério de aferição, cípio não perceberam bem o compromisso que ti-
bem como a protecção das crianças. Ainda no âmbi- nham feito perante Deus, mas nos seus corações o
to das políticas sociais e comportamentais, o Gover- seu amor era verdadeiro e completo.
no promete prosseguir o Plano Nacional para a Tiveram dez filhos. Nunca pensaram que iam ter
Igualdade, por forma a promover "a eliminação da tantos, mas a todos receberam como se fosse único
discriminação em função do sexo e a construção da e especial.
igualdade de direitos e oportunidades entre mulheres Na altura do terceiro filho a Nita (era assim que ele a
e homens" como aspecto que "reveste importância chamava) descobriu Jesus. Descobriu que Ele é a
fundamental para a promoção e a protecção dos vida, e que esta se torna diferente quando se O des-
direitos humanos, assim como para a qualidade e o cobre. O Pedro era engenheiro, era mais difícil per-
aprofundamento da democracia". ceber assim as coisas, sem alguma explicação. Mas
S.J.A.
como a amava do fundo do seu coração, pensou:
“Se Ele é tão importante para ela, tenho que pelo
Fátima vai para Timor
In: Expresso, 020413
menos tentar encontrá-LO.” E não é que O encon-
D. XIMENES Belo pediu ao Santuário de Fátima trou mesmo?
para que a imagem da Virgem Peregrina presida às Desde então, a sua vida mudou. Perceberam juntos
cerimónias religiosas que assinalam a criação da Re- que com Ele podiam fazer coisas maravilhosas, aju-
pública Democrática de Timor. Em resposta, a Igre- dar os outros de uma maneira diferente. Dando
ja portuguesa vai oferecer a Timor três réplicas da alegria, esperança, e algo em que acreditar. Que as
imagem de Nossa Senhora de Fátima, porque ne- coisas boas e más que acontecem por todo o mundo,
nhuma das seis imagens peregrinas existentes em em todas as famílias, têm um sentido, embora nós às
Fátima tinha «disponibilidade» no mês de Maio para vezes não o consigamos perceber. Chama-se Fé.
seguir para a antiga colónia portuguesa. Com os seus 10 filhos, claro que nem tudo foi fácil.
Segundo o gabinete de imprensa de Fátima, a ima- Tiveram dificuldades, problemas, momentos de
gem, que desde 1940 percorre o Mundo, é muito profunda tristeza como quando dois morreram, e
solicitada em Maio, dadas as comemorações maria- momentos de enorme alegria com a felicidade de
nas. Os inúmeros pedidos levaram o santuário a criar outros, com momentos de partilha profunda, com o
cinco réplicas da estátua, para acorrer aos pedidos nascimentos dos netos, recebendo sempre cada um
das diversas comunidades católicas internacionais. como se fosse o primeiro. Com uma capacidade
Dom Ximenes pediu ao Santuário a cedência da única de se alegrarem com as alegrias de cada um.
Imagem Peregrina, que deverá «visitar» os 13 distri- Eu não me lembro de onde é que os Pais estavam
tos de Timor, presidindo às cerimónias que antece- durante todos os dias da minha vida. Mas lembro-
dem o dia da independência. Recorde-se que a pri- me de nunca, nunca ter sentido a falta deles.
meira réplica da imagem foi feita, segundo indica- Claro que cada um dos filhos seguiu a sua vida, com
ções da vidente Lúcia, em 1947, na altura das cele- os seus trabalhos, maridos, mulheres e filhos. Cada
brações do 30º aniversário da primeira aparição. um com o seu feitio e diferenças, mas sempre com
tanto amor e numa união tão especial com estes Pais
A história de uma grande família que tinha adorados que Deus nos deu. E com uma grande
como maior amigo Jesus união entre nós irmãos, que nunca vai acabar.
Contribuição amiga de um membro do Povo Um dia, o Pai Pedro ficou muito doente e foi para o
Era uma vez uma grande família que começou de Hospital. Esteve lá dois meses e dois dias, antes de
uma maneira tão bonita! partir para os braços de Deus Pai.
Começou com uma menina, filha única, que queria Nesses dois meses e pouco tivemos uma verdadeira
muito ser feliz quando fosse grande. Tinha olhos Quaresma. A força, a alegria com que o Pai me rece-
castanhos, cabelo escuro, um sorriso muito doce e bia todos os dias quando lhe ia dar um beijinho.
uma capacidade de amar sem fim. Ela já tinha ouvi- Sempre com aqueles olhos azuis tão bonitos! Não
do falar de Jesus mas ainda não o conhecia muito sei se achava graça ou não, mas ria sempre das gra-
bem. ças que eu contava dos meus filhos, ouvia com aten-
Quando tinha 17 anos conheceu um rapaz que já era ção tudo o que eu contava sobre mim, sorria tão

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12 meu casamento! Como o amor que sempre tinha
quarta-feira, 17 de Abril de 2002
feliz quando eu lhe contava como sou tão feliz no um forte aperto de mão como resposta.
Entretanto, sucedem-se, de todos os lados, os apelos
sentido entre os dois me ajuda e dá uma vontade e para o final deste conflito e, de forma especial, para
O Jornal das Boas Notícias
força imensa de também o ter. o fim do cerco à Basílica da Natividade. Dia 12 de
A última coisa que lhe disse foi o imenso orgulho Abril, a Custódia da Terra Santa lançou um apelo ao
que tinha em ser sua filha, e ele respondeu-me com a mundo hebraico, para que este pedisse ao governo
boca o orgulho que tinha em ser meu Pai. israelita a restituição de água, comida e luz ao com-
54 anos atrás, tinham dito um ao outro que se iam plexo da Natividade. Isto depois de ser sabido que
amar para sempre, com todo o seu coração, antes de os frades franciscanos eram ainda os únicos sem
terem aquele amigo tão especial chamado Jesus. água, comida e luz, já que água e luz haviam sido
Penso que ao fim de todos estes anos o seu amor é restituídas à área habitada pelos frades gregos, armé-
muito maior, e até ao fim a Mãe esteve sempre a seu nios e, até mesmo, à área onde se encontram os
lado com o seu sorriso, a rezar, a conversar. Mas palestinianos refugiados. O exército israelita negava
sempre com um sorriso. também o auxílio médico a um palestiniano grave-
A coragem que eu vi nos dois, o Pai na cama e a mente ferido, bem como a remoção do corpo de um
Mãe sempre ao lado dele , sempre de mão dada, outro, morto nos primeiros dias de cerco.
sempre juntos, numa comunhão tão profunda no Na tarde de dia 14 de Abril, o exército israelita fez,
sofrimento e no amor. no entanto, chegar à porta do Convento da Nativi-
Depois o Pai morreu. Foi como se fosse a Páscoa, a dade duas caixas de garrafas de água e medicamentos
libertação, a ida para o Pai do Céu. para diabéticos, já que o estado de saúde do Superior
É estranho. Sofri muito, e penso que vai ser mais do Convento, Frei Johannes Simon, diabético, agra-
difícil com o passar dos dias porque as saudades vão vava-se a cada hora que passava.
aumentar, mas com uma alegria tão intensa! Ainda assim, dia 15 de Abril, o Comité de Ligação
O saber, o sentir que o Pai foi para o Céu, para os Islâmico-Católico, em comunicado (na íntegra em
braços de Deus, entre o João e a Rosarinho, dá-me www.agen-ciaecclesia.org), frisa que “os aconteci-
uma paz tão grande! E agora vou tê-lo sempre a mentos da Terra Santa não podem deixar ninguém
olhar por mim. Agora tenho dois Pais no Céu. Deus, indiferente”. Apela, por isso, a “um imediato cessar-
e o meu tão querido Pai Pedro. fogo” e “a negociações que conduzam a uma paz
E depois da partida do Pai Pedro, a família continu- justa e duradoura”. O comunicado sublinha que
ou muito unida, porque ele está muito presente na “ninguém deve ser impedido de ter acesso a água,
Mãe, em cada filho e em cada neto. comida e tratamentos médicos”, condenado a recusa
desse acesso, “usada como arma neste conflito”.
Natividade ouviu o Papa Uma guerra psicológica já confessada por um reser-
Filipe R. Lucena
In: Ecclesia, 020416
vista israelita aos microfones da BBC. Além da res-
Os franciscanos há 13 dias encerrados no complexo trição de víveres, de altifalantes que, a todo o mo-
da Natividade, na cidade de Belém, receberam, dia mento, incitam os palestinianos à rendição, o reser-
15 de Abril, um telefonema de João Paulo II. Segun- vista relatou ainda outros meios: “fazemos pressão
do a Rádio Vaticano, o Papa pediu “coragem” aos de diversos modos, fazendo explodir bombas na
religiosos para que “continuem firmes na defesa dos vizinhança da Basílica, disparando... no telhado da
lugares santos”. No final do breve contacto, João igreja... Mas não posso contar tudo “.
Paulo II concedeu a sua Benção Apostólica, a todos Dia 15 de Abril foi também o dia em que, pela pri-
quantos vivem e sofrem a situação de cerco pelas meira vez, o exército israelita abriu, por duas horas,
tropas israelitas. o cordão militar para deixar entrar, na cidade de
Uma situação que para os representantes das 13 Belém, um combóio humanitário da Cruz Vermelha.
Igrejas cristãs da Terra Santa, poderia ser resolvida Não podendo nunca aproximar-se do complexo da
com “três dias de trégua”. Esta foi a proposta que Natividade, a Secretária Geral da Cáritas de Jerusa-
apresentaram, durante uma hora de dia 14 de Abril, lém, Claudette Habesch relatou ainda assim que “a
ao Secretário de Estado Norte-Americano, em reu- situação é grave” e que “há destruição por todo o
nião no consulado dos Estados Unidos da América lado”.
em Jerusalém. A Cáritas Internacional lançou também, dia 15 de
Colin Powell recebeu dos religiosos um “memoran- Abril, um alarme humanitário, onde se pode com-
dum” em que estes propõem 3 dias de trégua, duran- preender melhor o dia-a-dia na Cisjordânia: “as am-
te os quais “a Autoridade Palestiniana pedirá que se bulâncias estão a ser impedidas de ir salvar vidas e
recolham as armas dos refugiados na Basílica e de- são até alvejadas pelo exército israelita. As clínicas e
pois ser-lhes-á permitido ir sãos e salvos até suas os hospitais palestinianos têm necessidade de medi-
casas”. No final do encontro, o Custódio da Terra camentos mas não onde os ir buscar. Têm havido
Santa pediu a Colin Powell para não os deixar sozi- disparos indiscriminados contra civis nos postos de
nhos. O Pe. Giovanni Battistelli recebeu silêncio e fronteira”.
[16-04-2002 12:57:43] [Internacional] [3950 caracteres] [Grátis] [ Filipe R. Lucena ]

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12 O Povo faz um ano hoje
2002-04-17
quarta-feira, 17 de Abril de 2002
relativamente regular e já chega a 1500 pessoas.
O pedido de inscrição pode ser feito no endereço
O Povo começou como resposta a uma recomenda- web do grupo que é:
ção do nosso pároco na missa de um Domingo de
O Jornal das Boas Notícias
http://groups.yahoo.com/group/Povo_/join
Fevereiro de 2000. Pedro Aguiar Pinto

O papa ia iniciar a sua vista aos lugares santos e o


Padre João recomendou-nos que procurássemos
acompanhar a visita do papa com atenção.
Como a cobertura que a nossa televisão e, mesmo os
jornais, dão sobre estas notícias é reduzida e muitas
vezes parcial, surgiu a ideia de fazer um pequeno
jornal que diariamente acompanhasse os passos do
Papa na Terra Santa. Este jornal começou com a
carta do papa sobre a peregrinação aos lugares san-
tos e, em cada dia, juntava notícias de várias fontes
de informação nacionais e estrangeiras.
2500 Quando a pere-
grinação termi-
2000
nou, o envio de
Inscrições
Desistências
artigos que pu-
Membros dessem ser de
1500 ajuda continuou:
às segundas-
feiras, os artigos
1000
do João César
das Neves e ao
500 fim de semana
os artigos dos
semanários onde
0
17-Abr- 16-Jun- 15-Ago- 14-Out- 13-Dez- 11-Fev- 12-Abr-
escrevem alguns
01 01 01 01 01 02 02
jornalistas e
-500
comentadores
com opiniões
que resistem ao niilismo dominante. (João Carlos
Espada, António Pinto Leite, António Barreto, Hen-
rique Monteiro, António José Saraiva), a que se jun-
tam ocasionalmente outros que ajudam a formar um
juízo sério e empenhado sobre o que se passa à nos-
sa volta.
Manter uma lista de e-mail actualizada é uma tarefa
complexa e sempre inacabada.
Por isso, a 17 de Abril de 2001, o Povo passou a
residir num grupo de e-mail que pode ser acedido de
qualquer computador com ligação à Internet, o que
significa que a lista de endereços reside num único
servidor, continua a ser confidencial e a sua actuali-
zação é da responsabilidade individual de cada
membro. Os elementos do grupo podem a qualquer
momento deixar de o ser e quem quiser pode sub-
meter a sua inscrição à aprovação do moderador do
grupo.
O grupo mantem uma lista das mensagens enviadas
em: http://groups.yahoo.com/group/Povo_ , bem
como um arquivo dos textos mais importantes e que
podem ser acedidos por todos os elementos que se
inscrevam como membros, seguindo um procedi-
mento de inscrição relativamente simples.
O que começou como uma iniciativa descomprome-
tida e esporádica tem sido até hoje uma actividade

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