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1. Introdução
As organizações do século XXI existem num ambiente repleto de inter-relações que per-
manecem em constante estado de mutação, nesse contexto, informação e conhecimento
representam patrimônios cada vez mais valiosos, necessários para que se possa prever,
compreender e responder às mudanças ambientais e alcançar ou manter uma posição
favorável no mercado [Beal 2004]. Devido à grande quantidade de informações que
são geradas num mundo de negócios intensivamente competitivo, é necessário o tra-
tamento destas, pois muitas delas não são necessárias para o sucesso da organização
[Brito e Magalhães 2007].
A Tecnologia da Informação (TI) revolucionou a inteligência organizacional ao
promover benefı́cios para gerir informações e conhecimentos presentes nas organizações.
Os colaboradores puderam reter, organizar e analisar informações e conhecimentos com
mais velocidade e qualidade. Porém, fez-se necessária também a criação de ferramentas
computacionais capazes de auxiliar o processo de comunicação entre as partes para que
houvesse uma distribuição eficiente das informações e dos conhecimentos adquiridos.
“(...)num futuro próximo, a TI estará tão enraizada em todas as tarefas
da empresa que será difı́cil distingui-la do resto da organização (desapa-
recimento como setor individual). Mesmo assim, a TI não deve ser traba-
lhada e estudada de forma isolada, sempre é necessário envolver e discutir
as questões conceituais dos negócios e das atividades empresariais, que
não podem ser organizadas e resolvidas simplesmente com os computa-
dores e seus recursos de software, por mais tecnologia que detenham.”
[Silva 2008]
A seguir, comentaremos alguns trabalhos relacionados. Apresentaremos os prin-
cipais fundamentos de um Planejamento Estratégico de TIC. Indicaremos diretrizes para
a concepção de um Planejamento Estratégico de TIC e abordaremos um estudo de caso
no Centro de Processamento de Dados (CPD) da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Segundo [Porter 1989], visto que a tecnologia está contida em toda a atividade de
valor e está envolvida na obtenção de elos entre atividades, ela pode ter um efeito pode-
roso sobre o custo e sobre a diferenciação. Ainda segundo [Porter 1989], uma empresa
que consegue descobrir uma tecnologia melhor para executar uma atividade do que seus
concorrentes ganha, portanto, vantagem competitiva.
Quanto melhor estiveram documentados no PETI os objetivos permanentes e as
iniciativas a eles associadas, menores serão os riscos de que as ações estabelecidas para a
realização dos objetivos estratégicos e das atividades que permitem manter e aperfeiçoar
os serviços já providos pela área de TI tornarem-se concorrentes [Beal 2004].
A Comunicação é o processo de transmitir a informação e compreensão de uma
pessoa para outra. Se não houver esta compreensão, não ocorre a comunicação. Se
uma pessoa transmitir uma mensagem e esta não for compreendida pela outra pessoa,
a comunicação não se efetivou [Gessner 2007]. As comunicações são o centro gravita-
cional de todas as atividades humanas. Literalmente nada acontece sem que haja prévia
comunicação. Um grande número de problemas pode ser ligado à falta de comunicação -
saber qual é o problema já é ter meia solução [Attender 2004].
Segundo [Schuler 2004], uma organização de qualquer espécie só é possı́vel
através da comunicação. É exatamente a comunicação entre os elementos que faz do
seu conjunto uma organização e não elementos à parte, isolados e desorganizados.
Além disso, [Schuler 2004] diz que captar informação do ambiente e distribuı́-la
dentro da empresa para as pessoas certas e no momento certo assume, cada vez mais,
o status de grande diferencial competitivo para as empresas. Essa operação depende da
comunicação. Segundo [Beal 2004], nesse novo cenário, a TI começou a assumir um
papel muito mais importante nas organizações: o de adicionar valor e qualidade aos pro-
cessos, produtos e serviços. Se no inı́cio a tecnologia era usada apenas para automatizar
tarefas e eliminar o trabalho humano, aos poucos ela começou a enriquecer todo o pro-
cesso organizacional, auxiliando na otimização das atividades eliminando barreiras de
comunicação e melhorando o processo decisório.
Assim, A TI e a Comunicação tornaram-se processos dependentes um do outro
no contexto atual das empresas/instituições. Houve então uma evolução do termo TI
para Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). O planejamento e gerenciamento
correto de TIC é fator sine qua non para qualquer organização manter/obter sucesso frente
aos seus competidores.
A Governança de Tecnologia da Informação e Comunicação (GTIC) é composta
por estruturas e processos que têm como objetivo assegurar que a TIC suporte e maximize
de maneira adequada os objetivos e estratégias de negócio da organização. Dessa forma,
espera-se que sejam adicionados valores aos serviços entregues, que os riscos sejam ba-
lanceados e que se obtenha o retorno sobre os investimentos em TIC [Sea 2009].
Ainda em [Sea 2009], conceitua-se um Planejamento Estratégico de TIC. Como o
próprio nome diz, consiste em um conjunto de normas e diretrizes para a concepção de um
planejamento estratégico voltado para a área de TIC. Através dele, é feita uma avaliação
das condições atuais da empresa e, baseando-se nelas, são previstas futuras necessidades
de TIC.
Para manter o contato direto com todos os alunos e funcionários, é importante a utilização
de RSS, pois permite aos usuários receber em tempo real qualquer informação difundida
pela instituição.
Com o intuito de manter a comunicação on-line internamente no CPD com fa-
cilidade podemos utilizar mensagens SMS. Uma forma de oferecer esse tipo de serviço
é através do uso do site Twitter. Twitter é uma rede social e servidor para microblog-
ging que permite que os usuários enviem atualizações pessoais contendo apenas texto via
SMS, mensageiro instantâneo, e-mail, site oficial ou programa especializado. O custo da
assinatura é somente o custo de um SMS.
Para controlar ativos e estoque, indicamos a utilização de um sistema de
localização e rastreamento em tempo real (RTLS) baseado em redes WiFi denominado
EKAHAU. Não é necessário nenhum hardware adicional, pois o mesmo utiliza apenas
a infra-estrutura da rede sem fio para efetuar a localização de um dispositivo, que tem a
implantação de RFID, conectado à rede.
Como a circulação de documentos entre os setores de toda a UFS é grande, pode-
mos reduzir gastos e, principalmente, tempo na tramitação desses documentos através de
autenticação digital, pois esta pode utilizar a tecnologia da assinatura digital.
A instituição está em processo de aquisição do Sistema de Informações para En-
sino - SIE. Esse sistema possui diversos módulos que abrangem todas as áreas de uma
instituição de ensino. Já foi adquirido por 11 instituições no paı́s e vem se tornando um
padrão para as instituições de ensino. Apesar de parecer prático, o software pode tra-
zer algumas limitações, e se fosse desenvolvido pela própria instituição, seria perfeito,
pois seria um sistema que implementaria as próprias funcionalidades que a instituição
realmente precisa.
A migração para software livre é uma saı́da que vem sendo muito utilizada por
várias instituições de ensino. As vantagens não se limitam somente à redução de custos.
Antes de começar qualquer mudança, seria interessante elaborar questionários, entrevistar
pessoas chaves (usuários diretos dos softwares) com o intuito de ter uma idéia do nı́vel de
conhecimento dos usuários sobre o assunto, saber também como eles vêm essa mudança,
para que se tenha idéia dos possı́veis problemas que irão enfrentar.
4.9. Cenário Atual dos Recursos de Telecomunicação
O cenário atual na UFS, no que concerne às áreas de redes e telecomunicações, está
longe de ser o ideal. Nas redes, todo o seu processo construtivo foi feito de forma de-
sorganizada, apresentando estruturas fı́sicas e lógicas precárias. Isso está gerando um
ambiente inseguro para seus usuários e uma velocidade abaixo do normal. Na área de
telecomunicações, a situação não muda. Existem pouquı́ssimos projetos, como por exem-
plo, a Rádio e a telefonia VoIP, que ainda se encontram em fase de testes.
A rede na UFS está estruturada com 1500 pontos de acesso, a capacidade de banda
no backbone é de 100Mbps, a arquitetura é em estrela com 2 camadas, a camada de
acesso é “switched”, a conexão para aceso a Internet é de 34Mbps, existem 2 servidores
bi-processado com Pentium IV e Core 2 Duo e os cabos são par trançado e fibra óptica.
5. Conclusões
Este artigo resultou no entendimento da utilização de TIC ao invés de TI, pois esclareceu
a dependência da TI e da comunicação nas organizações atualmente. Outra contribuição
foi a determinação de diretrizes para a concepção de um Planejamento Estratégico de TIC.
A principal contribuição foi a elaboração de um Planejamento Estratégico de TIC para o
CPD da UFS. Este ainda terá suas prioridades determinadas para que possa ser colocado
em execução.
Com todo este processo de mudança de cenário do mundo globalizado, o
Planejamento Estratégico de TIC tornou-se indispensável numa organização devido
tanto à grande velocidade e volume de informações que necessitam ser tratadas pelas
organizações quanto ao avanço tecnológico ocorrido nos últimos anos. Contudo, não
podemos esquecer que, apesar de termos tecnologias que suportam praticamente todos
os processos de uma organização, os colaboradores (peopleware) continuam fazendo
diferença para que uma empresa destaque-se perante seus concorrentes.
Agradecimentos
Este guia somente foi possı́vel graças à colaboração de alunos que cursaram a disciplina
Tópicos Especiais em Sistemas de Informação no perı́odo 2008.1, que abordou todos os
conceitos referentes a este artigo. Tivemos também o apoio do professor Rogério Patrı́cio
C. do Nascimento do DCOMP e do CPD, ambos da UFS.
Referências
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http://www.attender.com.br/publico/dicas/comun-oque.htm >
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