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QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Marta Cristina Wachowicz


Aula 01
Qualidade de vida no trabalho nos diferentes modelos de gestão administrativa. Estresse. Ergonomia
Higiene e segurança do trabalho. Saúde mental no trabalho. Organização do trabalho.
Comportamento de risco. Programas de qualidade organizacionais.

Qualidade de vida no trabalho – QVT - Compreende a reestruturação do desenho dos cargos, das
novas formas de organizar o trabalho, da formação das equipes de trabalho semi-autônomas ou auto-
gerenciadas e das melhorias do ambiente organizacional. (FERNANDES, 1998)

É o conjunto de ações de uma empresa no sentido de implementar melhorias e inovações gerenciais,


tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho. (LIMONGI-FRANÇA, 1996)

A QVT tem sido apontada como um dos fatores motivadores do desempenho humano no trabalho.
(FERNANDES, 1996)

A origem do conceito, segundo França; Rodrigues (1999), está ligada às condições humana e ética
do trabalho, que compreendem desde a exposição a riscos ocupacionais observáveis no ambiente
físico, padrões de relação entre o trabalho contratado e a retribuição a esse esforço, com suas
implicações éticas e ideológicas, até a dinâmica do uso do poder formal e informal, ou seja, o
significado do trabalho.

A falta de QVT abre um imenso precedente para o adoecimento físico, mental e emocional dos
trabalhadores. Há necessidade de se introduzir políticas que visem à QVT, sensibilizando os
empregadores e instituições, para o impacto econômico dos problemas decorrentes da sua falta ou
pouca valorização expressos na performance reduzida, nos altos índices de absenteísmo, na
rotatividade do trabalho (turnover), nos acidentes de trabalho, e em um contexto geral, no
adoecimento do trabalhador. A situação saudável de trabalho seria a que permitisse o
desenvolvimento do indivíduo, alternando exigências e períodos de repouso, numa interação
dinâmica homem-trabalho-ambiente. As características de personalidade mediam os fatores
estressantes do ambiente e os sintomas.

Na qualidade de vida no trabalho está inserida na ergonomia, na higiene, na segurança, no layout,na


organização do trabalho pois todos têm seu campo de atuação de forma holística. A empresa que
está atenta a estes aspectos sabe que todos os investimentos feitos nestas áreas surtem efeitos
imediatos, não somente no retorno financeiro mas junto ao trabalhador que se sente valorizado e
respeitado.

TRABALHO
Trabalho vem do vocábulo latino tripalium que significa aparelho de tortura formado por três paus
aguçados munidos de uma ponta de ferro, no qual os agricultores batiam o trigo e o milho para rasgar
e esfiapar. A palavra trabalho foi considerada por muito tempo como padecimento, sofrimento, pena,
labuta ou castigo.

Todo trabalho supõe tendência para um fim e esforço. Para alguns trabalhos, este esforço será
preponderantemente físico, para outros, intelectual. O trabalho do homem aparece como esforço
firmado e desejado para a realização de objetivos, obras, resultados...

PRÉ-HISTÓRIA & TRABALHO


Visto de forma isolada e extrativista, um esforço apenas complementar ao trabalho da natureza:
colher o fruto produzido pela mata; extrair do rio o peixe; caçar para comer o animal (subsistência).
Uma vez sedentário, o homem desenvolve a agricultura, a através do plantio descobre uma nova
fonte de alimentos para si e seus filhos.
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Aula 01

ANTIGÜIDADE & TRABALHO


Predominava um forte preconceito em relação ao trabalho, é considerado como “atividade
desprezível”, realizada pelos escravos, que executavam as tarefas mais humildes e pesadas:lavoura,
afazeres da casa, favores sexuais. O artesanato e o comércio estão reservados ao homem livre, não-
cidadão. O trabalho nobre é o intelectual dos filósofos.

IDADE MÉDIA & TRABALHO


Predomina o regime de servidão, meio-termo entre trabalho escravo e trabalho livre (vassalos). Não
há maiores preocupações com a produtividade, as pessoas raramente trabalhavam mais do que a
metade dos dias do ano. Havia uma sincronia entre o ritmo das rudimentares máquinas e o
movimento do corpo que as fazia funcionar. Não há divisão do trabalho nem tão pouco hierarquia
(indústria doméstica).

O regime de produção é fundamentado no artesanato rudimentar nas pequenas oficinas e na mão-


de-obra intensiva e pouco-qualificada na agricultura. A maior preocupação está no processo de
aprendizagem (mestre-aprendizes). Se tem o total domínio do processo produtivo/autonomia (visão
holística). Nas relações interpessoais prevalece a sinergia. A comunicação é direta (sem hierarquias).

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL & TRABALHO


Ocorre na Inglaterra, país que apresentava abundância de mão-de-obra, de capitais, de meios de
transporte e de novas tecnologias: vapor. As novas indústrias se ressentem de melhor administração:
utilizam máquinas, emprega-se grande número de pessoas, produção em larga escala. Torna-se
necessária a especialização e a divisão do trabalho.

› Divisão do trabalho (hierarquia rígida), cargos de comando e cargos de execução.


› Padronização de gestos, comportamentos, competências, ritmos, biorritmos levando a um
processo de robotização (pouca autonomia).
› Padronização de ferramentas e equipamentos.
› Rotina de programação, cartões de instrução, seleção dos trabalhadores mais adequados.
› Ênfase nas tarefas no nível do operacional.
› Relações interpessoais quase que inexistentes.
› Comunicação hierárquica e de difícil acesso.

A Administração Científica foi planejada para obter o máximo esforço do trabalhador.

MODERNIDADE & TRABALHO


Fase marcada pela nítida separação entre os países desenvolvidos (ou industrializados), os
subdesenvolvidos (ou não-indusrializados) e os países em desenvolvimento. Surgem novas matérias-
primas (plástico, alumínio, fibras têxteis sintéticas, concreto) e novas fontes de energia (nuclear,
solar), mas ocorre o predomínio do petróleo e da eletricidade.

As teorias tradicionais não conseguem resolver os problemas da atualidade. A maneira tradicional de


administrar e de buscar os objetivos não proporciona os resultados adequados. Mudam os conceitos
administrativos. Surge a 3ª Revolução Industrial: Revolução da Informática, substituindo a força física
e mental de trabalho.

Chiavenato (1999) apresenta a ARH em duas vertentes:


1. Pessoas como Recursos Habilidades, capacidades, conhecimento, experiências...
2. Pessoas como Pessoas Motivação, personalidade, aspirações, valores, objetivos pessoais...
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ESCOLA das RELAÇÕES HUMANAS


Seus precursores são Elton MAYO (1880-1949) e Kurt LEWIN (1890-1947). Os estudos de Mayo
enfatizam a QVT do trabalhador:
iluminação x monotonia
Fatores psicológicos e sociais na produção: o indivíduo não age isoladamente, segue um grupo.
Importância da comunicação, motivação e da liderança: como elementos que contribuem para o
crescimento da produtividade.

PRODUÇÃO ENXUTA (1940)


Tem por princípio a redução de custos através da absoluta eliminação do desperdício (Shingo e
Ohno).
A força de trabalho é altamente qualificada e multifuncional. As organizações extremamente
descentralizadas.

A empresa enxuta combina vantagens das produções artesanal e em massa, evitando altos custos
(artesanal) e a rigidez (massa). Emprega a produção enxuta equipes de trabalho multiqualificados em
todos os níveis da organização, além de máquinas altamente flexíveis e cada vez mais
automatizadas, para produzir imensos volumes de produtos de ampla variedade.

Gestão Enxuta está alicerçada em:


- Administração participativa com visão sistêmica
- Responsabilidade coletiva
- Busca da qualidade total ou defeito zero
- Flexibilidade
- Tecnologia e padronização + recursos humanos
- Limpeza, arrumação, manutenção
- Cultura e clima organizacionais sinergéticos

5S
O "Programa 5S" foi concebido por Kaoru Ishikawa em 1950, no Japão do pós-guerra,
provavelmente inspirado na necessidade, que havia então, de colocar ordem na grande confusão a
que ficou reduzido o país após sua derrota para as forças aliadas. O Programa demonstrou ser tão
eficaz enquanto reorganizador das empresas e da própria economia japonesa que, até hoje, é
considerado o principal instrumento de gestão da qualidade e produtividade utilizado naquele país.

Foi desenvolvido com o objetivo de transformar o ambiente das organizações e a atitude das
pessoas, melhorando a qualidade de vida dos funcionários, diminuindo desperdícios, reduzindo
custos e aumentando a produtividade das instituições. O "Programa 5S" ganhou esse nome devido
às iniciais das cinco palavras japonesas que sintetizam as cinco etapas do programa.

SERI = Organização e Descarte: separar o que não é mais necessário.


SEITON = Ordenação, Arrumação e Organização: sistematizar as atividades facilitando o
acesso. Colocar em ordem.
SEISSO = Limpeza e Zelo do seu ambiente físico de trabalho: ferramentas, equipamentos...
SEIKETSU = Asseio, Higiene e Padronização: padronizar hábitos de higiene e limpeza. Saúde.
SHITSUKE = Disciplina, Auto-controle e Educação: cumprir a meta em respeito ao outro.
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Saúde Ocupacional - Acidentes, Incidentes - Normas Regulamentadoras

SEGURANÇA DO TRABALHO
A ação preventiva dentro das empresas requer a participação de diferentes profissionais
independente do cargo que ocupem. O importante é estar disposto a contribuir para com a segurança
coletiva da empresa.

SEGURANÇA
É um estado de baixa probabilidade de ocorrência de eventos que provocam danos e/ou perdas.
Todos são responsáveis pela prevenção e segurança do meio-ambiente, do ar atmosférico, do solo,
dos rios e mares, da flora e da fauna.

As pessoas podem atuar como catalisadores para gerar resultados no campo da segurança.
CATALISADOR é o elemento que quando inserido em um composto tem por função aumentar a
velocidade das reações das substâncias. Então, as pessoas podem quebrar barreiras de
comunicação, hierarquia... com o objetivo de solucionador problemas de higiene e segurança.

A segurança que Cardella (1999) propõe é holística. Quanto maior a segurança menor a
probabilidade de ocorrência de danos ao homem, ao meio-ambiente ou ao patrimônio da empresa.
Acidentes resultam de interações complexas entre diferentes elementos e situações (falhas, atos
inseguros, quebras, etc.).

ACIDENTE: é um fenômeno de natureza multifacetada, resultante de integrações complexas entre


fatores físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais.
FUNÇÃO SEGURANÇA: é um conjunto de ações que têm por finalidade reduzir a freqüência e a
intensidade da manifestação do perigo.
RISCO BRUTO: é o risco associado às atividades da organização na ausência da Função
Segurança.

O RISCO JAMAIS É ELIMINADO COMPLEMTAMENTE. HÁ SEMPRE UM RISCO RESIDUAL!!!

Por isso, a organização deve estabelecer o risco tolerado para definir ações multidisciplinares de
controle. Estas ações devem envolver aspectos:
- Físicos: movimento da máquina, choque mecânico, ruído, passagem de corrente elétrica.
- Biológicos: movimento de pessoas.
- Psicológicos: medo, insegurança.
- Culturais: vestimenta, linguagem, valores, padrões.
- Sociais: mudanças econômicas, greves.

NÃO HÁ UMA ÚNICA CAUSA DE OCORRÊNCIA DE ACIDENTES!!!!

Na abordagem holística, afirmamos que os acidentes são decorrentes de uma sucessão de eventos
(fenômenos) que resultam em perdas total ou parcial de materiais e, principalmente, humanas.

Devemos estudar os fenômenos que causam ou tenham potencial para causar danos e/ou perdas.
Os FATORES DE RISCO são mecanismos que potencializam, ou mesmo, produzem danos.
A FUNÇÃO SEGURANÇA são ações de controle com o objetivo de evitar os riscos e acidentes.
Contudo, controles podem falhar.
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Saúde Ocupacional - Acidentes, Incidentes - Normas Regulamentadoras

Controles podem falhar! Os modos de falhas podem ser:


- por Omissão: quando o trabalhador não executa ou executa parcialmente uma função.
- na Missão: quando o trabalhador executa incorretamente uma intervenção, tarefa ou passo.
- por Ato Estranho: quando o trabalhador executa uma ação que não deveria ter sido executada.
- por Falha Seqüencial: quando o trabalhador executa uma ação fora da seqüência correta.
- por Falha Temporal: quando o trabalhador executa uma tarefa fora do momento correto.

Os tipos de Falhas que podem ocorrem nos acidentes:


a) FALHA HUMANA - decorrentes de fatores humanos:
- técnica: falta de meios adequados para exercer a função.
- por descuido (inadvertência ou inconsciente): confusão, desatenção, falta de conhecimento.
- consciente: é provocada por adoção de procedimentos alternativos que envolvem maiores riscos
que o procedimento padrão (busca de redução de tempo, matéria-prima...).
- composta: todas as falhas são consideradas como compostas, pois existem diferentes fatores que
podem desencadear as falhas.

b) FALHA DE EQUIPAMENTO – ocorre quando os equipamentos não estão projetados para a


função, apresentando componentes com defeito, ou ajustados incorretamente aos comandos.

c) AGENTES PROMOTORES DE FALHAS:


- Primário: a causa pode ser analisada.
- Secundário: causa não pode ser qualificada.
- Comando: o comando não obedece às ordens.
- Fonte Intrusa: alterações de alarme, de posição, inundações, vendavais, acontecimentos políticos
e econômicos.

O primeiro passo para prevenir os acidentes é traçar um Diagnóstico de Segurança, que nada mais
é do que fazer um levantamento do estado de segurança da organização. O estado analisado é
comparado com um padrão e o desvio é insumo para a elaboração de um plano de intervenção.

O Diagnóstico de Segurança deve abranger:


a organização o meio-ambiente homens equipamentos instalações processos produtos
Sempre buscando identificar os agentes agressivos (mecânicos, elásticos e cinéticos, elétricos,
térmicos, biológicos, ergonômicos, radiantes) conforme o grau de periculosidade.

O segundo passo é elaborar um Plano de Ação com características holísticas.


Este plano deve contemplar a gestão de riscos nas intervenções e o monitoramento de segurança.
Podemos criar comitês funcionais para tratar de segurança, estabelecendo uma nova cultura
organizacional que busque, acima de tudo, a preservação do patrimônio físico e pessoal.

ACIDENTE DE TRABALHO
Toda a atividade profissional pode trazer realizações ou insatisfações em graus muito diferentes. Para
o trabalhador suas atribuições estão relacionadas ao posto de trabalho, equipamentos, condições
físicas ambientais, formas de relacionamento interpessoal trazendo desgaste e custos humanos.
Acidente de trabalho: é toda ocorrência não desejada que modifica ou
põe fim ao andamento normal de qualquer tipo de atividade.
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Saúde Ocupacional - Acidentes, Incidentes - Normas Regulamentadoras

ACIDENTE DE TRABALHO
Toda a atividade profissional pode trazer realizações ou insatisfações em graus muito diferentes. Para
o trabalhador suas atribuições estão relacionadas ao posto de trabalho, equipamentos, condições
físicas ambientais, formas de relacionamento interpessoal trazendo desgaste e custos humanos.
Acidente de trabalho: é toda ocorrência não desejada que modifica ou
põe fim ao andamento normal de qualquer tipo de atividade.

Na NB-18 (Norma Brasileira de Cadastro de Acidentes), acidente é


caracterizado como uma ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o
exercício do trabalho que provoca lesão pessoal ou que decorre risco próximo ou remoto dessa
lesão.

Segundo o Artigo 19 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, “acidente de trabalho é o que ocorre
pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados
especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou
redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporal.”

Incidentes de trabalho: são ocorrências que tiveram características e potencial para causar algum
dano, mas qeu não chegaram a causar, de modo que não deixam marcas como os acidentes.
Os incidentes de trabalho também podem ser caracterizados como sendo quase-acidentes.
Custos humanos do trabalho: são resultantes dos acidentes e incidentes de trabalho, incorporando
mortes, mutilações, doenças, fadiga, lesões permanentes e temporárias.
Principais aspectos do custo humano são as doenças profissionais, as doenças ligadas ao trabalho,
os acidentes, o desgaste, a fadiga, o sofrimento e o desinteresse.
Carga de trabalho: são conseqüências dos constrangimentos (físico, emocionais, éticos) impostos
ao operador durante a realização da tarefa.

Os acidentes de trabalho apresentam 4 enfoques:


1) Social- incapacidade permanente ou mesmo temporária que acaba influenciando a vida social do
acidentado (humilhações, sofrimento, depressão, fragilidade emocional, abatimento moral do
acidentado e de sua família.
2) Econômico- envolve o custo do acidentado, da equipe, do transporte, o equipamento e material
danificado, dos supervisores, redução da competitividade da empresa, redução do moral dos
funcionários e a dor e sofrimento do acidentado e da sua família.
3) Jurídico- despesas jurídicas, indenizações à família do acidentado e reversão da imagem negativa
da empresa.
4) Epidemiológico- descreve a localização e classificação das lesões decorrentes do acidente do
trabalho e doenças profissionais.

A prevenção dos acidentes do trabalho pode ser realizada mediante a ação da:
HIGIENE- que se propõe a combater, do ponto de vista não médico, as doenças profissionais,
identificando os fatores que podem afetar o ambiente de trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou
reduzir os riscos profissionais (condições inseguras).
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
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Saúde Ocupacional - Acidentes, Incidentes - Normas Regulamentadoras

A prevenção dos acidentes do trabalho pode ser realizada mediante a ação da:
HIGIENE- que se propõe a combater, do ponto de vista não médico, as doenças profissionais,
identificando os fatores que podem afetar o ambiente de trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou
reduzir os riscos profissionais (condições inseguras).
SEGURANÇA DO TRABALHO
Também combate, do ponto de vista não médico, os acidentes, só que procura eliminar as condições
inseguras do ambiente, mediante a educação dos trabalhadores para a utilização de medidas
preventivas: EPIs, uso correto de materiais e equipamentos, posturas...
Tanto os acidentes de trabalho quanto as doenças ocupacionais resultam de uma combinação de
fatores técnicos, fisiológicos e psicológicos relacionados à máquina, posto de trabalho, com o
ambiente físico, circunstâncias do trajeto, desmotivação, mau humor, sentimento de frustração...¨

NORMAS REGULAMENTADORAS
O Ministro de Estado do Trabalho, no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no Art.
200 da Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei nº. 6.514, de 22 de dezembro
de 1977, resolve:
Art. 1º. – Aprovar as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V, Título II, da CLT, relativas a
Segurança e Medicina do Trabalho:

NR 1 - Disposições Gerais
As disposições aqui contidas aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores, às entidades ou
empresas (empregadores), aos sindicatos, à DRT, DTM e à SSST.
A NR considera:
Empregador - empresa individual ou coletiva, que, assumindo riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
Empregado - pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob
dependência deste e mediante salário.
Empresa - estabelecimento, canteiro de obra, frente de trabalho, local de trabalho e outras,
constituindo a organização de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos.
Estabelecimento - cada uma das unidades da empresa: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja,
oficina, depósito, laboratório.

Compete ao empregador:
Cumprir e fazer cumprir as disposições das NR.
Elaborar ordens de serviços sobre segurança e medicina do trabalho.
Prevenir atos inseguros.
Adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de trabalho.
Informar aos trabalhadores:
- os riscos profissionais que possam originar-se no local de trabalho;
- meios p/ prevenir e limitar os riscos;
- resultados dos exames médicos e complementares de diagnóstico;
- resultado das avaliações ambientais realizadas no local de trabalho.
- cumprir as disposições legais;
- usar o EPI fornecido pela empresa;
- submeter-se aos exames médicos previstos nas NR;
- colaborar com a empresa na aplicação das NR.
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Normas Regulamentadoras
Compete à DRT ou DTM nos limites de sua jurisdição:
Impor penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre
segurança e medicina do trabalho.
Embargar obra, interditar estabelecimento ou máquinas (equipamentos).
Notificar empresas, estipular prazos para a eliminação de insalubridade

NR 2 - Inspeção Prévia
Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas
instalações ao órgão Regional do MTb.

NR 3 - Embargo ou Interdição
NR 4 - Serviços especializados em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho (SESMT)

Para todas as empresas que apresentam riscos em suas atividades.


Profissionais que podem compor o SESMT: engenheiros de segurança do trabalho, ergonomistas,
médicos, enfermeiros, psicólogos, tecnólogos, fisioterapeutas do trabalho e técnicos de segurança do
trabalho.
Atribuições: desenvolver ações preventivas p/ o trabalhador, máquinas, local de trabalho...

NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA


Empresas públicas e privadas que possuam empregados regidos pela CLT, ficam obrigados a
organizar e manter em funcionamento. A CIPA é composta por representantes do empregador e dos
empregados, de acordo com as proporções estabelecidas na NR.

A CIPA tem por objetivo:


- observar e relatar condições de riscos nos ambientes de trabalho e solicitar medidas p/ reduzir até
eliminar os riscos existentes;
- discutir os acidentes ocorridos, encaminhando aos SESMT;
- solicitar medidas preventivas de acidentes semelhantes;
- orientar os trabalhadores quanto à prevenção de acidentes.

NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI


Considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado
a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
A empresa é obrigada a fornecer ao empregado gratuitamente, adequando o EPI às reais exposições
de risco de acidente ou doença profissional.

Tipos de EPI:
- proteção p/ CABEÇA: protetores faciais, óculos, máscaras, capacetes.
- proteção p/ os MEMBROS INFERIORES: calçados (contra origem mecânica, elétrica, térmica,
radiação,agentes biológicos ou meteorológicos); perneira.
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Normas Regulamentadoras

NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI


Considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado
a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.
A empresa é obrigada a fornecer ao empregado gratuitamente, adequando o EPI às reais exposições
de risco de acidente ou doença profissional.

Tipos de EPI:
- proteção p/ CABEÇA: protetores faciais, óculos, máscaras, capacetes.
- proteção p/ os MEMBROS INFERIORES: calçados (contra origem mecânica, elétrica, térmica,
radiação,agentes biológicos ou meteorológicos); perneira.
- proteção da PELE: cremes protetores.
- proteção AUDITIVA: protetores auriculares externo e interno.
- proteção RESPIRATÓRIA: máscaras, oxigênio, filtro químico, respiradores contra poeira.
- proteção do TRONCO: avental, jaqueta, capa ou outra vestimenta que proteja contra perigos ou
lesões provocados por origem térmica, radioativa, mecânica, química, umidade e/ou agentes
meteorológicos.
- proteção contra QUEDAS ou DIFERENÇA DE NÍVEIS: cintos de segurança; cadeiras suspensas
(trabalho em altura); trava-queda de segurança acoplado ao cinto de segurança e/ou ao cabo de
segurança.
- proteção do CORPO INTEIRO: aparelhos de isolamento p/ locais onde haja exposição a agentes
químicos, absorvíveis pela pele, via respiratória ou digestiva, prejudiciais à saúde.

NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –


PCMSO
Estão inseridos dos os tipos de exames a serem realizados: anamnese ocupacional, exame físico e
mental, exames complementares, admissionais, periódicos, de retorno ao trabalho, de mudança de
função, demissionais, anuais, periódicos.

NR 8 – Edificações
Estabelece requisitos mínimos que devem ser observados nas edificações p/ garantir segurança e
conforto aos que nelas trabalhem: pisos, rampas, escadas, corredores, passagens dos locais de
trabalho, terraços, balcões, coberturas, saliências, depressões, vãos, andares, tipo de material
utilizado, isolantes térmicos.

NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA


A NR considera riscos ambientais os agentes físicos (ruído, vibrações, pressões anormais,
temperaturas extremas, radiações, infra-som, ultrasom), químicos e biológicos existentes nos
ambientes de trabalho, que em função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo, são
capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
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Normas Regulamentadoras

NR 10 - Instalações e Serviços em Eletricidade

Fixa condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em
instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção,
reforma e ampliação e, ainda, a segurança de usuários e terceiros. Riscos de explosão, incêndio, de
contato, de curto-circuito, luminárias.

NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de


Materiais
Normas de segurança para operações de elevadores, guindastes, transportadores industriais e
máquinas transportadoras. Envolve peso do material, altura das pilhas, ventilação, equipamentos de
transporte, tipo de piso, iluminação.

NR 12 - Máquinas e Equipamentos

NR 13 - Caldeiras e Vasos de Proteção

NR 14 – Fornos

NR 15 - Atividades e operações Insalubres


São consideradas atividades insalubres as que desenvolvem limites acima da tolerância com a
utilização de EPI.

NR 16 - Atividades e Operações Perigosas


São consideradas atividades e operações perigosas o exercício do trabalho que envolve explosivos,
inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos (embarcação, manuseio, transporte, inspeção,
manutenção, lavagem, reparos, armazenagem, enchimento).

NR 17 – Ergonomia
Visa estabelecer parâmetro que permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente. Inclui o levantamento, transporte e descarga de materiais, mobiliário,
ambiente, equipamentos e a organização do trabalho.

NR 18 - Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da


Construção – PCMAT
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Normas Regulamentadoras

NR 18 - Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da


Construção – PCMAT
Envolve o layout, área de vivência (vestiário, alojamento, cozinha, lavanderia...), instalações
sanitárias, lavatórios, vasos sanitários, chuveiros. Abrangem a ventilação, iluminação, piso, material
utilizado, metragem, sinalização...

NR 19 – Explosivos

NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

NR 21 - Trabalho a Céu Aberto


É obrigatório a existência de abrigos para proteger o trabalhador contra as intempéries: insolação
excessiva, calor, frio, umidade e ventos.

NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração -


Trabalhos Subterrâneos

Envolvem os EPI, tempo de exposição, tipo de solo, lâmpadas, motores, animais, distribuição dos
explosivos e dos cabos metálicos (fios empregados nos aparelhos, dos sistemas de transporte, de
comunicação).

NR 23 - Proteção Contra Incêndios


Toda a empresa deve conter: saída de emergência, porta corta-fogo, escadas em espiral, programas
de combate ao fogo, exercícios de alerta, extintores, sistemas de alarme...

NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de


Trabalho

NR 25 - Resíduos Industriais

NR 26 - Sinalização de Segurança

NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do


Trabalho no Ministério do Trabalho
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Aula 02
Normas Regulamentadoras

NR 28 - Fiscalização e Penalidades

NR 29 - Segurança e Saúde noTrabalho Portuário

NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária


Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura

NR 32 – Segurança e Saúde no trabalho em Estabelecimentos de


Saúde

NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

NRR1 – Disposições Gerais

NRR2 – Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do


Trabalho Rural – SEPATR

NRR3 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do


trabalho Rural – CIPATR

NRR4 – Equipamento de Proteção Individual – EPI

NRR5 – Produtos Químicos


QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Marta Cristina Wachowicz
Aula 03

O que é ERGONOMIA?
Etimologia: ERGO = Trabalho NOMOS = Lei ou Regra
Ergonomia é o estudo do relacionamento entre homem e seu trabalho, equipamento e
ambiente, e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e
psicologia na solução dos problemas surgidos deste relacionamento.(IIDA, 2005)

As relações do homem durante o trabalho com o seu ambiente natural.

O polonês W. Jastrzebowski, em 1857 nomeou como título de uma de suas obras o


“Esboço da Ergonomia ou Ciência do Trabalho baseada sobre as Verdadeiras Avaliações
das Ciências da Natureza”.

Ergonomia é o conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários


para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados
com o máximo de conforto, de segurança e de eficácia. (WISNER, 1987)

Ergonomia é o estudo do comportamento do homem no seu trabalho, convertendo-se o


mesmo homem no sujeito-objeto, ou ainda, como o estudo das relações entre o homem
no trabalho e seu ambiente (GRANDJEAN, 2005)

Estudo multidisciplinar do trabalho humano que tenta descobrir as leis para melhor poder
formular as regras. A ergonomia é conhecimento e ação; o conhecimento é científico e se
esforça para chegar a modelos explicativos gerais; a ação visa melhor adaptar o trabalho
aos trabalhadores. (Cazamian)

OBJETO DA ERGONOMIA Estudo do complexo formado pelo operador humano e seu


trabalho.
OBJETIVO DA ERGONOMIA Adaptar o trabalho ao homem e não o contrário.

O termo Ergonomia foi oficialmente adotado na Inglaterra em 1949, ano da fundação da


Ergonomic Research Society.

A Ergonomia teve impulso em função do desenvolvimento tecnológico do século


XX, principalmente, após a 2ª. Guerra Mundial.

É uma ciência moderna que aprimora a eficiência das máquinas, como também, busca
melhorar a qualidade no trabalho e da vida diária do homem.

Enfoque da Ergonomia
- O homem no processo de trabalho
- Eliminação de riscos e esforços
- Maximização do conforto e eficiência do sistema
A Ergonomia como ciência não é autônoma, mas interdisciplinar: medicina do trabalho
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Marta Cristina Wachowicz
Aula 03
Enfoque da Ergonomia
- O homem no processo de trabalho
- Eliminação de riscos e esforços
- Maximização do conforto e eficiência do sistema

A Ergonomia como ciência não é autônoma, mas interdisciplinar:


medicina do trabalho (biomecânica, antropometria, fisiologia);
engenharia de produção (EPI, CIPA);
ciências humanas (psicologia, sociologia, antropologia); economia (administração,
relações sindicais).

A ERGONOMIA considera:
As capacidade humanas e seus limites:
- Capacidade física
- Força muscular
- Dimensões corporais
- Possibilidades de interpretação das informações pelo aparelho sensorial (visão,
audição, temperatura, vibrações)
- Capacidade de tratamento das informações em termos de rapidez e de complexidade

Contribuições ERGONÔMICAS:
- Melhorar as condições ambientais
- Aumentar a motivação, seguranças, conforto, satisfação e autonomia do trabalhador
- Enriquecer as tarefas para reduzir o estresse
- Reduzir o retrabalho e o absenteísmo
- Evitar riscos de acidentes de trabalho
- Reduzir as doenças ocupacionais

A Ergonomia analisa as exigências das tarefas e os diferentes fatores que influenciam as


relações Homem X Trabalho.
As características materiais do trabalho como peso dos instrumentos, forças a exercer,
disposição dos comandos e as dimensões dos diferentes elementos constituintes do
posto de trabalho.

MACROERGONOMIA
É o campo que enfatiza a interação entre os contextos organizacional e psicossocial de
um sistema e projeto, implementação e uso de novas tecnologias. Busca um foco mais
holístico e produtivo ao reconhecer que os fatores organizacionais, políticos, sociais e
psicológicos do trabalho têm a mesma importância.

Hendrick (1993) diferencia a ergonomia em 4 fases:


1ª. Ergonomia Física
Voltada para as questões físicas do ambiente de trabalho, fisiológicas e biomecânicas
implicadas na interação do sistema homem-máquina.
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Aula 03
MACROERGONOMIA
É o campo que enfatiza a interação entre os contextos organizacional e psicossocial de
um sistema e projeto, implementação e uso de novas tecnologias. Busca um foco mais
holístico e produtivo ao reconhecer que os fatores organizacionais, políticos, sociais e
psicológicos do trabalho têm a mesma importância.

Hendrick (1993) diferencia a ergonomia em 4 fases:


1ª. Ergonomia Física
Voltada para as questões físicas do ambiente de trabalho, fisiológicas e biomecânicas
implicadas na interação do sistema homem-máquina.
2ª. Ergonomia do Meio Ambiente
Procura compreender melhor a relação do ser humano com seu meio ambiente quer
natural ou construído.
3ª. Ergonomia de Software ou Cognitiva
Insere o componente cognitivo no processamento de informações.
4ª. MacroErgonomia
Não se restringe às questões do posto de trabalho, mas, atua a nível organizacional.

Com base nos enfoques sistêmico e informacional, a Ergonomia com tecnologia


operativa trata de definir para projetos de produtos, estações de trabalho, sistemas de
controle e de informação, diálogos computadorizados, organização do trabalho,
operacionalização da tarefa e programas instrucionais nas seguintes intervenções:

Interfaciais – configuração, morfologia, arranjo físico, dimensões, alcances de máquinas,


equipamentos, consoles, bancadas, painéis e mobiliário.
Instrumentais - padronização, compatibilização e consistência.
Informacionais - visibilidade, legibilidade, compreensão e quantidade de informação,
padronização, componentes sígnicos (caracteres alfanuméricos e símbolos
iconográficos), sistemas de sinalização de segurança ou de orientação (painéis, telas e
monitores).
Acionais – configuração, conformação, apreensibilidade, dimensões, movimentação e
resistência de comandos manuais e pediosos.
Comunicacionais – articulação e padronização de mensagens verbais por alto-falantes,
microfones e telefonia; qualidade de equipamentos de comunicação oral.
Cognitivos – significação das mensagens, processamento de informações, coerência
dos estímulos, das instruções e das ações e decisões evolvidas na tarefa,
compatibilidade entre a quantidade de informações, complexidade e/ou riscos envolvidos
na tarefa.
Movimentacionais – limites de peso para levantamento e transporte manual de cargas
segundo a distância horizontal da carga em relação à região lombar da coluna vertebral;
o curso vertical ao levantar ou abaixar cargas conformação e freqüência de manipulação
da carga.
Espaciais/Arquiteturais – aeração, insolação e iluminação do ambiente; isolamento
acústico e térmico; layout e áreas de circulação das estações de trabalho; cores do
ambiente e do mobiliário.
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Físico-ambientais – iluminação, ruído, temperatura, vibração, radiação, pressão, dentro


dos limites da higiene e segurança do trabalho, e considerando as especificidades da
tarefa.
Químico-ambientais – toxidade, vapores, aerodispersóides, agentes bioquímicos
(bactérias, fungos, vírus), respeitando padrões de assepsia, higiene e saúde.
Securitários – controle de riscos e acidentes, pela manutenção de máquinas e
equipamentos, utilização de EPI adequados e EPC, através da supervisão constante da
instalação de dutos, alarmes e da planta industrial.
Operacionais – programação da tarefa, interações formais e informais, ritmo,
repetitividade, autonomia, pausas, supervisão, precisão e tolerância das atividades da
tarefa, controles de qualidade, dimensionamento de equipes.
Organizacionais – parcelamento, isolamento, participação, gestão, avaliação, jornada,
horário, turnos e escala de trabalho, seleção e treinamento de pessoal.
Instrucionais – programas de treinamento, procedimentos de execução da tarefa,
reciclagens e avaliações.
Urbanos – planejamento e projeto do espaço, sinalização e transporte; áreas de
circulação, de integração, de repouso e de lazer.
Psicossociais – conflitos entre indivíduos e grupos sociais, dificuldades de comunicação
e interações interpessoais; falta de opções de descontração e lazer.

Intervenção MacroErgonômica
1.Lançamento do Projeto
Apresentação das pessoas e esclarecimento do que será realizado na empresa.
É importante estabelecer o Comitê de Ergonomia – COERGO

2. Diagnóstico
Levantamento preliminar para a coleta de dados, analisando as atividades da tarefa com
base no trabalho real e prescrito, considerando as exigências físicas, cognitivas,
psíquicas, o posto, ferramentas usadas e a organização do trabalho (autonomia,
repetitividade, monotonia, pausas, fadiga, estresse, ritmo circadiano, tempo de ciclo,
alargamento e enriquecimento de tarefas, turnos, responsabilidade, relações
interpessoais com colegas e chefias.

A fase de Diagnóstico é fundamental identificar o usuário através de uma coleta


organizada de informações sobre a demanda ergonômica: Quem, O que, Como, Onde,
Quando, Quanto, Em que tempo. É ouvir as “falas” do usuário mediante o uso de
entrevistas e/ou questionários para levantar as queixas estabelecendo um grau de
importância. Neste levantamento deve constar ainda, o histórico dos postos (acidentes,
erros, doenças) e as condições ambientais.

3. Propostas de Modificações
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Intervenção MacroErgonômica
3. Propostas de Modificações
Projeção de soluções e melhorias tendo em vista o posto de trabalho, a organização do
trabalho e a qualidade de vida como um todo. O projeto incorpora o conceito ergonômico,
a configuração e o dimensionamento de estações, equipamentos, ferramentas,
ambientes e sistemas.

4. Validação
Testar o projeto proposto através de protótipos até chegar a uma solução adequada a
maioria das pessoas e ao sistema produtivo.

5. Implementação das Modificações


Revisão e acompanhamento do projeto como um todo até chegar ao ok dos usuários e
as especificações ergonômicas.

ASPECTOS ERGONÔMICOS FÍSICOS AMBIENTAIS


O local de trabalho constitui a área de ação da higiene do trabalho, envolvendo aspectos
ligados à exposição do organismo humano a agentes externos como o ruído, a
temperatura, a umidade, a luminosidade e os equipamentos de trabalho.

Principais itens do programa de higiene do trabalho estão relacionados com:


1.AMBIENTE FÍSICO
Iluminação, Ventilação, Temperatura e Ruídos
2. AMBIENTE PSICOLÓGICO
Relacionamentos interpessoais, Motivação, Autonomia, Comunicação, Modelo de gestão
e Estresse.
3. PRINCÍPIOS ERGONÔMICOS
Máquinas, Equipamentos, Mesas, Cadeiras, Ferramentas adequados às características
humanas.

A- RUÍDO
É caracterizado como sendo um som desagradável. É um dos itens mais importantes da
saúde ocupacional porque quando inadequado pode levar a lesões do aparelho auditivo,
fadiga auditiva e estresse psíquico (perturbação da atenção, do sono, taquicardia e
aumento da tensão muscular). A unidade de nível sonoro é o decibel (dB).
Limite de exposição e permanência no posto:
85 dB = nível máximo permitido legalmente
80 dB = dificulta a comunicação
90 dB = 4 horas de trabalho ou exposição
95 dB = 2 horas de trabalho ou exposição
100 dB = 1 hora de trabalho ou exposição
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ASPECTOS ERGONÔMICOS FÍSICOS AMBIENTAIS

A- RUÍDO
É caracterizado como sendo um som desagradável. É um dos itens mais importantes da
saúde ocupacional porque quando inadequado pode levar a lesões do aparelho auditivo,
fadiga auditiva e estresse psíquico (perturbação da atenção, do sono, taquicardia e
aumento da tensão muscular). A unidade de nível sonoro é o decibel (dB).
Limite de exposição e permanência no posto:
85 dB = nível máximo permitido legalmente
80 dB = dificulta a comunicação
90 dB = 4 horas de trabalho ou exposição
95 dB = 2 horas de trabalho ou exposição
100 dB = 1 hora de trabalho ou exposição
A ergonomia busca limites inferiores a 80 bB, já que acima deste valor é possível ocorrer
perdas auditivas em algumas pessoas após exposição prolongada sem o uso de
protetores auriculares.
Efeitos do ruído sobre as pessoas:
* Efeitos Audiológicos: perdas auditivas, temporárias ou permanentes, relacionado à
intensidade de ruído que as pessoas podem se submeter em relação ao tempo de
exposição.
* Efeitos Fisiológicos: alterações de temperatura, batimentos cardíacos, sudorese,
atenção, concentração.
* Moléstias e alterações do comportamento: estresse.
É sempre melhor eliminar o ruído na fonte. Protetores auriculares acabam sendo caixas
conservadoras de calor, tornando-se insuportáveis em climas quentes o que leva os
operadores a retirá-los.
A Norma Brasileira (NBR 10.152) trata dos níveis de ruído para o conforto acústico.

B – VIBRAÇÕES
Podem ser consideradas como sendo ondas que se propagam através de movimentos de
compressões e dilatações sucessivas de propagação. Um corpo está em vibração se ele
estiver animado de um movimento oscilatório em volta de uma posição de equilíbrio. As
vibrações podem correr com todo o corpo ou somente uma parte dele.

Tipos de vibrações:
1.VIBRAÇÃO CORPO-TOTAL: transmitidas ao conjunto do corpo do trabalhador pelos
veículos de transporte (caminhões, tratores, pontes rolantes...)
2. VIBRAÇÃO MANUBRAQUIAIS: mais localizadas nas mãos e nos braços em contato
com a máquina (britadeira, furadora, lixadeira...)
Efeitos da exposição diária das vibrações sobre o organismo humano:
-interferência na respiração.
- dor no corpo; ranger dos dentes.
- dor de cabeça, oculares, garganta; perturbação da fala; irritação dos intestinos e rins;
descolamento de estruturas internas.
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ASPECTOS ERGONÔMICOS FÍSICOS AMBIENTAIS


B – VIBRAÇÕES
Podem ser consideradas como sendo ondas que se propagam através de movimentos de
compressões e dilatações sucessivas de propagação. Um corpo está em vibração se ele
estiver animado de um movimento oscilatório em volta de uma posição de equilíbrio. As
vibrações podem correr com todo o corpo ou somente uma parte dele.

Tipos de vibrações:
1.VIBRAÇÃO CORPO-TOTAL: transmitidas ao conjunto do corpo do trabalhador pelos
veículos de transporte (caminhões, tratores, pontes rolantes...)
2. VIBRAÇÃO MANUBRAQUIAIS: mais localizadas nas mãos e nos braços em contato
com a máquina (britadeira, furadora, lixadeira...)
Efeitos da exposição diária das vibrações sobre o organismo humano:
-interferência na respiração.
- dor no corpo; ranger dos dentes.
- dor de cabeça, oculares, garganta; perturbação da fala; irritação dos intestinos e rins;
descolamento de estruturas internas.
- lesões neurológicas; hemorróidas.
- diminuição da audição, da destreza manual, da força muscular e da sensibilidade
térmica.
C – TEMPERATURA
O efeito do clima sobre o organismo é muito importante. As condições climáticas
necessárias estão dispostas na NR-15 (atividades e operações insalubres). As
condições ambientais que afetam o conforto térmico são a temperatura, a velocidade do
ar e a umidade, sendo que estes fatores devem ser considerados simultaneamente. O
tipo de vestimenta utilizada pode tornar o trabalho mais agradável ou não. A sensação
térmica varia consideravelmente em função da pessoa e de suas roupas. Usa-se o valor
clo, onde um clo é o isolamento fornecido por uma vestimenta em condições ambientais
interiores de inverno. Quanto maior a quantidade de roupas maior o isolamento em torno
do corpo e menores as perdas de calor.
A aclimatação térmica está relacionada à idade, sexo, alimentação, metabolismo, peso e
atividade física. Sendo a temperatura uma questão muito pessoal, é importante
estabelecer o conforto térmico do indivíduo a partir das seguintes medidas:
-Deixar que as próprias pessoas controlem a ambiência térmica.
- Ajustar a temperatura do ar de acordo com o esforço físico.
- Evitar umidades do ar extremas.
- Evitar superfícies muito frias ou muito quentes.
D – ILUMINAÇÃO
O correto planejamento da iluminação e da utilização das cores contribui para aumentar a
satisfação no trabalho, melhorar a produtividade e reduzir a fadiga e os acidentes. Nos
postos de trabalho é importante considerar: a quantidade de luz, o tempo de exposição e
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ASPECTOS ERGONÔMICOS FÍSICOS AMBIENTAIS

D – ILUMINAÇÃO
O correto planejamento da iluminação e da utilização das cores contribui para aumentar a
satisfação no trabalho, melhorar a produtividade e reduzir a fadiga e os acidentes.
Nos postos de trabalho é importante considerar: a quantidade de luz, o tempo de
exposição e o contraste entre figura e fundo.
A unidade de medida é o “lúmen” emitido por um watt de potência radiante (lm/W). A
luminância é a quantidade de fluxo luminoso uniformemente distribuído sobre a
superfície, dividido pela área da superfície. A unidade de luminância é o “lux” que
representa a iluminação produzida sobre 1m² de superfície. A quantidade de luz
necessária em um espaço de trabalho depende do tipo de trabalho que será realizado no
local e da precisão do trabalho. Iluminação geral de ambientes externos: ruas, estradas,
pátios: 5 – 50 lux
Iluminação geral para locais de pouco uso:
a) almoxarifado, estacionamento: 20-50 lux
b) corredor, banheiro, depósito, escada: 100 – 150 lux
Iluminação geral em locais de trabalho:
a)escritório, hospital, restaurante: 200-300
b)Sala de primeiros socorros: 400 -600 lux
c)Trabalhos manuais precisos, montagem de peças: 1000 – 1500 lux
Iluminação localizada: trabalho minucioso: 1500-2000
Tarefas especiais: operação cirúrgica: 3000-10000
O ofuscamento é o principal fator para o condicionamento de iluminação natural ou
artificial. A distribuição da luz no espaço deve ser tal que as diferenças excessivas de luz
e sombras sejam evitadas. Porém, o contraste é necessário para a diferenciação dos
objetos no espaço. O ofuscamento é causado pela introdução de uma fonte luminosa
intensa dentro do campo visual, produzindo no ocupante do ambiente uma sensação de
desconforto e fadiga. A má iluminação causa fadiga à vista, prejudica o sistema nervoso,
concorre para a má qualidade do trabalho e é responsável por razoável parcela de
acidentes. Via de regra a iluminação deve ser constante e uniforme distribuída de forma
indireta aos olhos. Devemos usar cores claras nas grandes superfícies e as brilhantes
nas superfícies menores. Peças grandes não devem ser pintadas de cores puras ou em
tinta fluorescente para evitar sobrecarga na retina. As cores preta e amarela sã muito
usadas, pois são contrastes extremos em cromaticidade e luminância. O princípio oposto
é o da camuflagem. A luz natural proporciona ambientes mais agradáveis; cria melhores
condições de trabalho porque promove a percepção dos objetos pela cor e contrastes
naturais; oferecem descanso para a vista; conserva o calor e traz saúde ao ambiente.
A luz artificial busca a uniformidade do fluxo luminoso sobre o plano horizontal de forma
homogênea; garante o trabalho contínuo; gasta energia elétrica.
Pode ser de dois grupos:
* Incandescentes: baixo rendimento luminoso; vida útil menor; geram calor; ressaltam as
cores quentes como vermelho, amarelo e laranja.
* Fluorescentes: maior durabilidade; não geram calor (luz fria).
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ASPECTOS ERGONÔMICOS FÍSICOS AMBIENTAIS

E – MÚSICA E COR NOS AMBIENTES


Atuam no campo subjetivo das pessoas no sentido de gerar conforto e bem-estar.
Criam uma atmosfera amistosa estimulando as pessoas pois quebram a monotonia.
A música aumenta o entusiasmo e o relaxamento, reduzindo a fadiga e o nervosismo.
A música deve ser discreta (pouco perceptível – música ambiente) criando um clima
acústico agradável.
As cores têm função de ordenação, orientação, símbolos de segurança, de facilitar o
trabalho, como também, efeitos psicológicos.
Simbologia das cores:
Vermelho: perigo, proibido, aviso de incêndio.
Amarelo com preto: perigo de colisão, risco de tropeçar, placas de trânsito.
Verde: ajuda, fuga.
Azul: serve de cor de ordenação ou organização para orientar avisos e direções.
Botões importantes, alavancas, comandos, cabos devem ter cores atrativas visualmente.
Salas de aula, hospedarias, casas residenciais exigem cores discretas. Um ambiente de
trabalho monótono pode utilizar cores estimulantes (laranja, vermelho, amarelo) para
alguns detalhes do ambiente físico (coluna, porta, divisória, friso). Se a atividade exige
concentração cores tranqüilizantes (tons pastéis do azul, verde, creme).
Cores podem disparar emoções em algumas pessoas como a raiva, o medo, a angústia,
o prazer, sensação de bem-estar ou malestar.
Efeitos psicológicos das cores:
Azul: tranqüilizante
Verde: muito tranqüilizante
Vermelho: muito irritante e intranqüilizante
Laranja, Amarelo e Marrom: estimulante
Violeta: pouco estimulante

De maneira geral:
* CORES ESCURAS são abafantes, sufocantes e pouco estimulantes, dificultam a
limpeza e absorvem muita luz.
* CORES CLARAS são amistosas, estimulantes, difundem mais a luz, clareiam o
ambiente, obrigam a uma limpeza maior e seguida.
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Aula 04

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Relaciona-se à maneira como o trabalho é distribuído no tempo, estando os indivíduos


em sistemas homem-máquina - tarefa-posto. Isto significa que o homem e a máquina têm
uma relação recíproca um com o outro para desenvolverem uma tarefa para alcançar as
metas.
A organização do trabalho define o fazer:
- Quem
- O quê
- Como
- Quando
- Quanto
- Onde
- Em que condições físicas, cognitivas, emocionais, organizacionais, gerenciais...
Aspectos Abrangentes
Estudos que abrangem a metaergonomia ou macroergonomia:
Políticas de recursos humanos, Metas Organograma, Cargos e Salários Liderança,
Autoridade, Promoções Comunicação, Status, Recrutamento, Seleção Relacionamento
Interpessoal Avaliação de Desempenho Momento vivido pela Organização.
Aspectos Específicos
Aspectos diretamente ligados à execução das tarefas:
O Trabalho é predominantemente físico ou psíquico?
Quais os segmentos musculoesqueléticos mais envolvidos? Como?
Que tipo de exigência é feita no sistema ótico?
Como é feita a estimulação sensorial?

CICLO
Seqüência de passos ou ações para a execução de uma tarefa.
Ciclos de Alta Repetitividade – duração maior do que 30 segundos.
Ciclos de Baixa Repetitividade – duração menor do que 30 segundos.
Não-claramente Repetitivas – atividades que não tenham clara repetição dos mesmos
tipos de movimentos.

RITMO
O ritmo de trabalho tem a ver com a velocidade com que as ações são realizadas durante
o trabalho. Ritmos muito lentos tendem a produzir monotonia. Os muito rápidos geram
sobrecarga. Subcarga atrofia, sobrecarga desgasta mas a carga bem dimensionada
desenvolve.

CARGA
Representa a quantidade de exigências que são impostas sobre as pessoas, a partir da
realização de seu trabalho:
* Sensorial - 5 sentidos
* Cognitiva – memória, atenção, raciocínio
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

CARGA
Representa a quantidade de exigências que são impostas sobre as pessoas, a partir da
realização de seu trabalho:
* Sensorial - 5 sentidos
* Cognitiva – memória, atenção, raciocínio
* Afetiva – contato humano com outros
* Visual – fadiga
* Musculoesquelética – áreas do corpo que são mais exigidas na execução das tarefas
BIORRITMO
Em uma situação de trabalho é necessário verificar se a tarefa executada está sendo
realizada pelo indivíduo dentro de sua capacidade física e mental, de modo que não se
instale a fadiga a qual trará prejuízos à sua saúde e encurtará sua expectativa de vida.
Todo o trabalho requer adaptações circulatórias, respiratórias, variações físico-químicas e
hormonais.
FORÇA MUSCULAR
- a força máxima para homens e mulheres fica entre 25 a 35 anos e depende da
idade,sexo, constituição, grau de condicionamento e motivação;
- mulheres tem, em média, 2/3 da força masculina.
- trabalho muscular estático (postural): estado de contração prolongada da musculatura;
menor irrigação sangüínea; maior nº. de batimentos cardíacos e de consumo de energia.
A fadiga muscular aparece mais rapidamente.
- trabalho muscular dinâmico (rítmico): contração e extensão da musculatura
Algumas características do organismo que influem no desempenho do trabalho
1. Alimentação
2. Ritmo Circadiano
3. Fadiga
4. Monotonia
5. Motivação (Idade, sexo, deficiências físicas)
6. Personalidade

Ritmo Circadiano
circa dies = cerca de um dia Durante o ciclo aproximado de 24 horas ocorrem oscilações
nas funções fisiológicas de um indivíduo. Estas variações são notadas nas pressões do
coração, temperatura corporal, excreção renal, quantidade de hormônios no sangue,
sono e alimentação. Trabalhos noturnos A quantidade do sono interfere nas atividades do
dia a dia e no trabalho. O sono de dia é mais curto e de menor qualidade que o sono
noturno. A duração média do sono diurno é de 6h, ocorrendo aumento da fase do sono
superficial e maior movimentação corporal. Durante o dia todos os órgãos e funções
estão preparados para a produção, ao passo que, durante a noite, as atividades e a
prontidão funcional da maioria dos órgãos estão amortecidas, ou seja, o organismo está
preparado para o descanso e a reconstituição das reservas de energia.
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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Freqüência de doenças nos trabalhadores por turnos
- Perturbações do apetite e do sono.
- Problemas estomacais e intestinais levando às lesões.
- Irritabilidade psíquica.
- Sensação de cansaço, mesmo após o sono.
- Tendência a depressão, muito em decorrência da vida familiar alterada e do isolamento
social.
- Pouca motivação e disposição para o trabalho ou lazer.
- Problemas cardíacos.
Adaptação ao turno
Nos primeiros dias há adaptações no ritmo biológico em função dos turnos levam cerca
de 4 a 5 dias. Isto indica que um rodízio semanal é inoportuno pois mal o organismo
terminou de adaptar-se, há inversão do turno exigindo nova adaptação. O ideal é
programar turnos de 2 a 3 semanas. Pode-se dizer, em torno de 2/3 dos trabalhadores
em turnos apresentam prejuízos na saúde no sentido de uma perturbação de seu bem
estar e que cerca de 1/4 deles irá desistir do trabalho em turnos, mais cedo ou mais
tarde, por motivos de saúde.
Recomendações
- turnos noturnos esparsos são melhores do que contínuos
- a duração do turno deve ser adaptada ao trabalhador
- o início do turno da madrugada ser após às 5h
- entre o fim de um turno e início de outro: 12h livres
- ter idade superior a 25 anos e inferior a 50 anos
- oferecer alimentação quente e balanceada
- não são indicadas pessoas com problemas de insônia, gastrintestinais, desequilíbrio
emocional e distúrbios psicossomáticos.
Fadiga
É a capacidade de produção diminuída com uma sensível perda de motivação para
qualquer atividade. A fadiga muscular é o excesso de sobrecarga, de contração dos
músculos, sem ocorrer relaxamento do mesmo.
Fatores que contribuem para a fadiga: ambiente, doenças pré-existentes, dores,
alimentação, sono, causas psíquicas (responsabilidade, ansiedade, conflitos), turnos,
intensidade e duração do trabalho físico e mental.
Pausas Não há uma regra geral sobre a duração e quantidade de pausas durante a
jornada. Tarefas com exigências nervosas e de atenção apresentam melhores resultados
com pausas curtas e freqüentes de 2 a 5 minutos. Para outras atividades usuais pausas
de 10 min. a cada 2h de trabalho. Trabalhos físicos pesados, pausa igual ao tempo de
atividade: trabalha 1h, descansa 1h.
Tipos de pausas
Espontâneas: cafezinho
Disfarçadas: já volto! Um minutinho!
Condicionadas: set up
Prescritas: 50/10
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QVT
Século XIX – a luta pela sobrevivência
Pré-história da saúde dos trabalhadores
- jornada de 12,14 ou 16 horas/dia
- emprego de crianças na produção industrial
- salários baixos
- falta de higiene
- esgotamento físico
- subalimentação
- acidentes de trabalho
Lutas operárias que marcaram todo o século
09 anos –supressão da caderneta operária
13 anos – projeto de lei para a redução do tempo de trabalho das mulheres
11 anos – lei sobre higiene e segurança
15 anos – lei sobre acidentes de trabalho
40 anos – jornada de 10 horas
27 anos – repouso semanal
25 anos – jornada de 8 horas
23 anos – jornada de 8 horas nas minas
Só a partir do fim do século são obtidas leis sociais pertinentes, especificamente, à saúde
dos trabalhadores:
1890 – criação, nas minas, de delegados de segurança
1893 –lei sobre a higiene e a segurança dos trabalhadores da indústria
1898 – lei sobre os acidentes de trabalho e sua indenização
1905 – aposentadoria dos mineiros
1920 – aposentadoria para o conjunto dos trabalhadores após 65 anos (“aposentadoria
do mortos”). Somente 15% dos franceses atingiam esta idade.
Da 1ª. Guerra Mundial (1914/18) a 1968
Repercussões do sistema Taylor na saúde do corpo
- a disciplina do corpo gera exigências fisiológicas até então desconhecidas,
especialmente as exigências de tempo e ritmo de trabalho
- ao separar, radicalmente, o trabalho intelectual do manual, o sistema Taylor neutraliza a
atividade mental dos operários
HISTÓRICO MUNDIAL
1556 – GEORGIUS AGRÍCOLA
Primeiro autor a abordar a relação saúde/trabalho em um livro, “De Re Mettalica” que
estudava vários problemas relacionados com a extração e a fundição do ouro e da prata,
enfocando inclusive os acidentes de trabalho e doenças mais comuns entre os mineiros.
1557 – PARACELSO
Precursor do estudo sistêmico das doenças, como lepra, gota, epilepsia, entre outras.
Publicou uma monografia que tratava especificamente da relação entre saúde e trabalho,
estudando vários métodos de trabalho e inúmeras substâncias manuseadas, dedicando
especial atenção às intoxicações por mercúrio.
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
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QVT
HISTÓRICO MUNDIAL
1556 – GEORGIUS AGRÍCOLA
Primeiro autor a abordar a relação saúde/trabalho em um livro, “De Re Mettalica” que
estudava vários problemas relacionados com a extração e a fundição do ouro e da prata,
enfocando inclusive os acidentes de trabalho e doenças mais comuns entre os mineiros.
1557 – PARACELSO
Precursor do estudo sistêmico das doenças, como lepra, gota, epilepsia, entre outras.
Publicou uma monografia que tratava especificamente da relação entre saúde e trabalho,
estudando vários métodos de trabalho e inúmeras substâncias manuseadas, dedicando
especial atenção às intoxicações por mercúrio.
1700 – BERNARDINO RAMAZZINI
É considerado o “Pai da Medicina do Trabalho”, autor de “As doenças dos
Trabalhadores”. Pesquisou as doenças de diferentes categorias profissionais (mineiros,
químicos, pintores, ferreiros, saboeiros, cloaqueiros, tipógrafos, salineiros, atletas,
militares...), sistematizando e classificando as doenças seguindo a natureza e o grau de
nexo com o trabalho. Sugere prescrições médicas preventivas ou curativas contra as
doenças dos operários.

Da classificação empírica construída por Ramazzini, há quase 300anos, é possível pinçar


os critérios para uma primeira sistematização da Patologia do Trabalho:
a) As doenças diretamente causadas pela nocividade da matéria manipulada que dão
origem às doenças profissionais (tecnopatias).
b) As doenças produzidas pelas condições de trabalho: posições forçadas, inadequadas,
de pé, sentado, inclinado, encurvado (mesopatias).
O professor inglês, Richard Schilling desenvolveu uma classificação própria agrupando
as doenças como:
- causadas pelo trabalho
- agravadas pelo trabalho
Este estudo se fez para fins médico-legais vinculados à prestação de benefícios do
seguro.
Categoria de Doenças Relacionadas ao Trabalho segundo Richard Schilling
I - Trabalho com Causa Necessária: intoxicação por chumbo, silicose
II – Trabalho como Fator Contributivo, mas não Necessário: doença coronariana, varizes
dos membros inferiores, doenças do aparelho locomotor
III – Trabalho como Provocador de um Distúrbio Latente ou Agravador de Doença já
estabelecida: bronquite crônica, úlcera péptica, eczema, doenças mentais.

1802 – Inglaterra
Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes Estabelecia um limite de 12 horas de trabalho por
dia; proibia o trabalho noturno; tornava obrigatória a ventilação do ambiente de trabalho e
a lavagem das paredes da fábrica duas vezes ao ano.
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Marta Cristina Wachowicz
Aula 05

QVT
HISTÓRICO MUNDIAL
1833 – FACTORY ACT
Primeira norma promulgada pelo parlamento britânico com ação eficiente no campo de
proteção ao trabalhador. Ela fixa em 9 anos a idade mínima para o trabalho; estabelece o
limite de 12 horas de trabalho por dia e de 69 horas por semana; proíbe o trabalho
noturno para menores de 18 anos e exige a realização de exames médicos de todas as
crianças trabalhadoras.
1834 – Dr. ROBERT BAKER
Primeiro Inspetor Médico de Fábricas.
1842 – ESCÓCIA
Primeiro Médico de Fábrica da indústria têxtil. Sua função é submeter os menores
trabalhadores a exames médicos admissionais e periódicos.
1897 – FACTORY INSPECTORATE
Órgão do Ministério do Trabalho da Inglaterra que realiza exames médicos admissionais
e periódicos, mas também, notifica e investiga casos de doenças profissionais.
1919 – OIT
Criação da Organização Internacional do Trabalho, hoje vinculada à Organização nas
Nações Unidas – ONU.
1950 – COMITÊ MISTO OIT/OMS
Trabalho conjunto entre a Organização Internacional do Trabalho e a Organização
Mundial da Saúde, que define as funções da Medicina do Trabalho:
PROMOVER e MANTER o mais alto grau de bem estar físico, mental e social dos
trabalhadores de todas as ocupações.
PREVENIR entre os trabalhadores os desvios de saúde causados pelas condições de
trabalho.
PROTEGER os trabalhadores em seus empregos contra os riscos resultantes de fatores
ou agentes prejudiciais a sua saúde.
COLOCAR e MANTER o trabalhador em um trabalho adequado as suas aptidões
fisiológicas e psicológicas.
ADAPTAR o trabalho ao homem e cada homem a sua atividade.

A primeira lista de doenças profissionais reconhecidas e indenizáveis, elaborada pela


OIT, contava apenas 3 doenças (Convenção nº. 18, 1925), a segunda de 10
doenças(Convenção nº. 42, 1934), na terceira são 15 doenças listadas (Convenção nº.
121, 1964. Quando da revisão da lista de 1964, ocorrida em 1980, ela foi ampliada para
29 doenças ou grupos de doenças.

Versão Preliminar da Lista de Doenças – Convenção 121 de 1964 (emenda de 1980):


1. Agentes Químicos: berílio, cádmio, fósforo, cromo, manganês, arsênico, mercúrio,
chumbo, fluor, sulfeto, benzeno, álcoois, ácidos minerais, zinco ozônio, cobre, estanho,
ósmio, tálio, antibióticos, vanádio, óxidos de nitrogênio, acrilonitrina, hexano...
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HISTÓRICO MUNDIAL
Versão Preliminar da Lista de Doenças – Convenção 121 de 1964 (emenda de 1980):
1. Agentes Químicos: berílio, cádmio, fósforo, cromo, manganês, arsênico, mercúrio,
chumbo, fluor, sulfeto, benzeno, álcoois, ácidos minerais, zinco ozônio, cobre, estanho,
ósmio, tálio, antibióticos, vanádio, óxidos de nitrogênio, acrilonitrina, hexano...
2. Agentes Físicos: perdas auditivas causadas pelo ruído, doenças decorrentes da
vibração, trabalho em ar comprimido, radiações ionizantes, catarata por radiação de
calor, conjuntivite pela radiação ultravioleta, doenças causadas pelo ultrasom e por
temperaturas extremas.
3. Agentes Biológicos: infecções ou doenças parasitárias contraídas em alguma
ocupação onde existe um risco particular de contaminação.
4. Órgãos ou Sistemas: doenças respiratórias ocupacionais como a asma, bronco-
pulmonares, alveolite alérgica, pneumoconioses...
Dermatoses ocupacionais
Doenças Musculoesqueléticas
PSICOSSOMÁTICA
O termo foi introduzido na Medicina em 1818 por Helmholtz e, naquela ocasião, tinha o
sentido de designar as doenças somáticas que surgiam tendo como fator etiológico os
aspectos mentais. Na moderna psicossomática, este conceito evoluiu para o estudo da
pessoa como ser holístico, um sistema único constituído de três subsistemas: corpo,
mente e social.
Essa inter-relação das dimensões biológica, psicológica e social é inerente a cada ser
humano e cada uma dessas características humanas contém aspectos muito especiais e
diferenciam-se em termos de funcionamento e modo de reação, mas são totalmente
interdependentes.
Holístico é um termo que vem do grego “holos” = igual ao todo, mais que se inspira
também da palavra inglesa “wholy” = igual ao sagrado, santo. Holística é, por
conseguinte um termo que ao mesmo tempo indica uma tendência ao ver o todo além
das partes, ele considera esse todo como santo e sagrado.
O conceito holístico, básico para a Medicina Psicossomática, foi introduzido na medicina
por Smutes em 1926. O termo advém do grego holos, que significa todo, sistêmico,
global ou geral. Este conceito estabelece noções acerca da natureza biopsicossocial do
homem, na saúde e na doença, bem como o respectivo tratamento.
O estudo e a pesquisa devem sempre levar em conta a pessoa como um todo e não as
partes isoladas.
É fundamental que se considere a totalidade do ser humano e as circunstâncias que o
rodeiam para termos uma compreensão mais ampla dos processos de adoecer.
O indivíduo, no decorrer de seu desenvolvimento, constrói e estrutura formas de ser e
reagir aos diferentes estímulos aos quais pode ser submetido no sentido de manter a
homeostase do sistema humano.
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A dimensão biológica refere-se às características constitucionais herdadas e congênitas,
incluindo os diferentes órgãos e sistemas que promovem o funcionamento do corpo
humano, como o sistema glandular, cardiovascular, gastrointestinal, inclusive as
resistências e vulnerabilidades destes mesmos órgãos e sistemas. A dimensão
psicológica corresponde aos processos afetivos, emocionais e intelectuais, conscientes
ou inconscientes, caracterizando a personalidade, a vida mental, o afeto e o jeito de se
relacionar com as pessoas e com o mundo que as rodeia. A dimensão social é relativa à
incorporação e influências dos valores, das crenças e expectativas das pessoas com as
quais se convive, dos grupos sociais e das diferentes comunidades com as quais
entramos em contato durante a vida, desde o nascimento. Inclui também a influência do
ambiente físico e as características ergonômicas dos objetos que utilizamos. Em função
da integração dessas dimensões, o organismo, diante de cada reação desencadeada
pelos diferentes estímulos a que se está submetido, tende a uma volta ao equilíbrio.
Mas esses impactos e as tensões que eles provocam deixam marcas e modificam as
pessoas, inclusive seus corpos.
No corpo de cada ser humano, estão as marcas de sua história, de seu esforço, de suas
perdas e de suas vitórias. Todo processo biopsicossocial desencadeia-se a partir de
impactos internos e externos ao corpo. Essas manifestações também podem ser
percebidas de forma inesperada pelas pessoas com as quais convivemos.
As respostas humanas não são isoladas ou ao acaso.
Elas ocorrem simultaneamente em todo o organismo. Se levamos um susto - o que é
uma reação psicológica – concomitantemente a respiração fica alterada, a pressão
arterial se eleva, o pulso acelera, há palidez ou rubor facial, aumento da produção de
suor, entre outras expressões corporais e, muitas vezes, precisamos de outras pessoas
para nos darem apoio.
Do ponto de vista biopsicossocial, podemos entender o ser humano e suas
manifestações, tanto na saúde como nas doenças, de forma mais completa.
Coerente com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), que observa a
saúde do ser humano como:
“o completo bem-estar biológico, psicológico e social e não apenas como a
ausência de doença”.
O processo do adoecer
As doenças são expressões do comprometimento do organismo humano devido a
causas biológicas, como vírus, bactérias, hereditariedade, ou físicas e químicas como
frio, calor, poluição, intoxicações, entre outras.
Este Modelo Unicausal determina que a presença de microorganismos é a única
condição necessária para o surgimento de doenças.
No século XIX, no ano de 1881, o químico e microbiologista francês Louis Pasteur junto
com o médico alemão Robert Koch, criaram as condições necessárias para uma
compreensão mais racional dos processos infecciosos. Esse conjunto de conhecimentos
possibilitou a descoberta do bacilo da tuberculose e do princípio das vacinas.
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O processo do adoecer
As doenças são expressões do comprometimento do organismo humano devido a
causas biológicas, como vírus, bactérias, hereditariedade, ou físicas e químicas como
frio, calor, poluição, intoxicações, entre outras.
Este Modelo Unicausal determina que a presença de microorganismos é a única
condição necessária para o surgimento de doenças.

No século XIX, no ano de 1881, o químico e microbiologista francês Louis Pasteur


junto com o médico alemão Robert Koch, criaram as condições necessárias para uma
compreensão mais racional dos processos infecciosos. Esse conjunto de conhecimentos
possibilitou a descoberta do bacilo da tuberculose e do princípio das vacinas. A partir
desse momento, a compreensão dos mecanismos que determinam as doenças,
concentram-se quase que exclusivamente na idéia de contágio, em que o organismo é
um mero receptáculo das doenças.
Surge a crença de que a bacteriologia iria resolver se não todos, a maioria dos problemas
com que a medicina se defrontava.
O Modelo da Multicausalidade enfatiza que uma pessoa não adoece unicamente em
função da existência de elementos nocivos no ambiente, mas pelo fato de ser ou tornar-
se sensível à ação desses agentes.
Há uma interação recíproca entre múltiplos fatores envolvidos na causalidade das
doenças: o potencial patogênico do agente agressor, a susceptibilidade do organismo e o
ambiente (desnutrição, pobreza, más condições de higiene e habitação).
As diferenças individuais, de como cada pessoa avalia a situação, é que irá descrever a
vulnerabilidade orgânica ou não.
Como as pessoas se fazem e se constroem em seu cotidiano e suas características de
caráter, temperamento e personalidade é que irão determinar a forma de avaliar e
enfrentar a relação doença-saúde.

As emoções ocorrem simultaneamente no nível do subsistema do corpo e no nível do


subsistema dos processos mentais. Aquilo que no nível dos sentimentos é medo, raiva,
tristeza, alegria, fome, no corpo concomitantemente se expressa através de modificações
no subsistema somático, através de modificações das funções motoras, secretoras e de
irrigação sangüínea.

As pessoas podem apresentar disfunções motoras no nível:


Aparelho digestivo: vômito, diarréia, prisão de ventre;
Aparelho respiratório: asma, bronquite;
Aparelho circulatório: hipertensão arterial, enxaqueca;
Pele: eczemas, pruridos, micoses.
Os desgastes que encontramos no nosso processo de viver é um dos co-fatores mais
potentes no desenvolvimento de doenças. A forma pela qual reagimos frente a estes
desgastes é determinante. Estar doente ou saudável é uma questão de filosofia de vida.
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GESTÃO DE PESSOAS & QVT

O desafio maior é a mudança de olhar sobre o sentido do trabalho nas


organizações. Mário César Ferreira - Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de
Psicologia da UnB - Universidade de Brasília

QVT do tipo assistencialista


Dança de salão, ioga, massagens terapêuticas.
QVT do tipo preventiva
O envolvimento com as mudanças das condições, da organização e das relações sócio-
profissionais de trabalho.

A QVT é um instrumento fundamental de gestão organizacional e a possibilidade de


sucesso depende, principalmente, de um novo modelo de gestão do trabalho.(CULTURA
ORGANIZACIONAL)

Que abordagens são indispensáveis para que um programa de QVT tenha êxito?

1.Buscar compatibilizar três dimensões que devem ser indissociáveis:


° Bem-estar de quem trabalha
° Produtividade saudável
° Responsabilidade social
2. Participação dos trabalhadores no processo de tomada decisão nas questões
que lhes são concernentes.
3. É uma tarefa de todos!!!
4. E, antes de tudo, é uma responsabilidade institucional.
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GESTÃO DE PESSOAS & QVT

Mas por que ainda há resistência por parte dos gestores?

° ausência de uma visão social e histórica do papel da organização no contexto


contemporâneo
° despreparo gerencial, sobretudo, porque faltam teoria, método e ética nas práticas de
gestão.
° mentalidade centrada no lucro, produtividade, resultados
° concepção empobrecida do sentido do trabalho humano que tende a pensar o
trabalhador como peça de engrenagem
° receio de perder o poder de decisão, dentre outros.

QVT preventiva não é uma panacéia para todos os males organizacionais, mas um modo
seguro para contribuir no resgate do sentido humano do trabalho nosso de cada dia.

A série ISO 9000 é uma concentração de normas que formam um modelo de gestão da
qualidade para organizações que podem, se desejarem, certificar seus sistemas de
gestão através de organismos de certificação. (A International Organization for Standardization)

ISSO 9000
ISO 9001:2000
Sistema de gestão da qualidade (Manuseio, armazenamento, embalagem e expedição)

ISSO 14000
Meio ambiente e impactos ambientais.

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