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A INTENÇÃO DE PORTAR ESTE E-MAIL É PARA NÃO ESQUECERMOS

DESSE MONSTRO... DESSA ESPÉCIE DE AMELEC – COISA RUIM!

Por que somos ordenados a relembrar o que Amalec nos fez? E como se não
confiando em nossa natureza boa e clemente, a Torá repete a ordem outra vez:
"Não se esqueça!"

LIDER NAZISTA

QUANDO TUDO ACONTECEU...

1889: Nasce em Braunau, Áustria. - 1907: É reprovado na admissão a Belas-Artes, em Viena. - 1913:
Foge para Munique. - 1914/18: A Grande Guerra; derrota da Alemanha; Hitler, soldado voluntário. - 1919:
Filia-se no Partido Alemão dos Trabalhadores (DAP). - 1921: Converte o DAP no Partido Nacional-
Socialista Alemão dos Trabalhadores (NSDAP) que lidera. - 1923: Putsch de Munique; é preso. - 1924: Na
prisão, dita a Hess o Mein Kampf (A Minha Luta), livro que o tornará famoso. - 1928/32: Os deputados
nazis passam de 12, para 107 e finalmente 230. - 1933: Hindenburg nomeia-o chanceler da Alemanha. -
1934: Morre Hindenburg e Hitler assume a Presidência; poderes ditatoriais. - 1938: Anexa a Áustria,
invade a Checoslováquia. - 1939: Invade a Polónia; II Guerra Mundial; cerca de 50 milhões de pessoas
irão perder a vida. - 1945: Suicida-se em Berlim; a Guerra chega ao fim.

À memória de Samuel Feldman, o suave Kriegsminister do ghetto do Bom Retiro (S.Paulo, Brasil)

O FOGO E O GELO

Tem pesadelos, grita a meio da noite. Levanta-se, aponta, é Ele, é Ele, está ali! Tudo vê, desde o princípio
ao fim dos tempos, um milhão de anos condensado num segundo. O Universo é o combate permanente
entre o fogo e o gelo. As estrelas captam astros de gelo, explodem, lançam no Espaço matéria
incandescente, dão origem aos planetas. No sistema solar apenas a Terra consegue manter o gelo e o
fogo, respira por vulcões. É o equilíbrio dos contrários, surge a Vida. Vê a Terra captar uma Lua gelada, a
terceira. O satélite cada vez aperta mais a sua espiral em torno do planeta e assim liberta a Vida do
excesso da gravidade. E surgem os Dinossauros, mas também os Super-Homens, os Gigantes de três
metros de altura, os Homens-Deuses. Vê que a civilização dos Super-Homens é dona do Conhecimento
Total. Eles são uma poderosa central de energia psíquica a travar a queda da Lua. Vê que, entre Eles,
escolhem uns tantos Superiores. Querem garantir-lhes a sobrevivência para que dêem continuidade à
raça divina. Na Atlântida promovem a Sua migração para os altos da Terra, para o Tibete e para o
Cáucaso. Só então permitem que se cumpra o destino cósmico e a Lua aproxima-se da Terra. Sobem por
isso as marés do planeta, é o Dilúvio. Vê a colisão final, a Vida sepultada sob lavas, sob gelo. Vê o fogo a
recolher-se ao núcleo da esfera e o gelo a cobrir toda a sua superfície. Vê depois a Terra a captar uma
outra Lua gelada, a quarta, a que ainda está no céu. Foi a catástrofe, mas vagueiam sobreviventes. São
as raças degeneradas, Dinossauros convertidos em lagartos e crocodilos; mas também os Gigantes
convertidos em pigmeus, negros, ciganos, eslavos e judeus. Mas há outros que não param de lutar contra
o gelo. São os Arianos, a única raça que preserva as potencialidades biológicas dos Gigantes. Os que
vão ser reconduzidos à perfeição divina. Vê que os Superiores escolhem um grupo de Eleitos aos quais
irão transmitir os Grandes Segredos. Vê um deles já plantado no canto do seu quarto. Treme, não
aguenta a sua presença luminosa, é Ele, é Ele, está ali!

Abrem a porta, acendem a luz, tentam despertar o sonâmbulo. Está em pânico, os olhos esbugalhados.
Treme, espuma, gagueja palavras e frases sem nexo, talvez tenha sido iniciado numa língua secreta.

Nasceu em 1889 em Braunau, na Áustria. Cidade que fornecera o maior número de colaboradores ao
famoso espírita Barão Schrenk-Notzig. Entre eles, um primo do sonâmbulo. De Braunau era também a
médium Mme. Stokhammes que desposou o príncipe Joaquim da Prússia. Braunau, viveiro de médiuns...

Quando acordado, ninguém repara no sonâmbulo, é personalidade insignificante, um bigodinho cómico.


Mas, quando em transe, é uma poderosa caixa de ressonância. Que forças ocultas começam a tanger
Adolf Hitler?

A JUVENTUDE

Gosta muito de dormir. Pelo menos até ao meio-dia. Ao acordar, volta a ser um rapaz sem rumo, não sabe
o que fazer da vida. Parte para Viena. Sem trabalhar, logo dissipa a pequena herança que os pais lhe
deixaram. Providencial é a pensão de 25 coroas que o Estado atribui à sua irmã, menor e órfã. Quer ser
pintor. Por duas vezes é reprovado na admissão a Belas Artes. Não faz sequer um amigo. Dorme em
albergues e bancos de jardim. Odeia a Viena dos Habsburgos. Odeia a disciplina burguesa. Odeia os
operários que têm emprego e cumprem horários, eles são a aristocracia marxista. Odeia os judeus que, a
troco de comissão, vendem pelas ruas as aguarelas que vai pintando. Odeia e sente que já vibra o seu
diapasão nocturno.

A GRANDE GUERRA

Recebe a herança de uma tia, contorna a miséria. É relapso ao serviço militar e em 1913 foge para
Munique. É preso e devolvido à Áustria. Contudo não é apurado, é muito débil para soldado. Regressa a
Munique. Faz algumas leituras, Nietzsche e Sorel. Compra roupas novas. Frequenta os Cafés, entra nas
discussões políticas. Faz-se notar pela veemência do seu ódio. Com ele, já vibram outros e eis que em
1914 estoura a Grande Guerra. É ainda o ódio que o leva a alistar-se como voluntário do Exército Bávaro.
Abaixo a democracia, armadilha dos judeus!

Alguns actos de bravura na frente ocidental e Adolf Hitler é promovido a cabo. Ferido e gazeado, recebe
uma medalha.

A Oriente, bandeiras vermelhas, Lenine, a revolução, a paz de Brest-Litovsk. O comunismo é outra


armadilha dos judeus.

Em 1918 a derrota. Um ano depois o Tratado do Versailles.

Regressa a Munique. A frustração e a raiva colectivas esperam por ele.


O PARTIDO NACIONAL SOCIALISTA - O PUTSCH

Pesadas indemnizações de guerra exigidas pelo Tratado de Versailles... Inflação: milhares de marcos por
uma caneca de cerveja. Desemprego: só em Berlim vagueia um milhão de desocupados. Fome em toda a
Alemanha. Erguei-vos ó vítimas da fome! cantam os leninistas e os espartaquistas de Rosa do
Luxemburgo e Karl Liebknecht. Marcham pelas ruas, desfraldam bandeiras vermelhas, organizam
conselhos operários, vão à conquista do poder. Quase o conseguem. Na Baviera chega a proclamar-se
uma república soviética. O Kaiser asilara-se na Holanda e entregara o poder ao marechal Hindenburg. E
este chama em seu auxílio os sociais-democratas. É implantada na Alemanha uma democracia liberal
com sede em Weimar. Não em Berlim, cidade conturbada, programas revolucionários, desapropriações.
Andam assustados os capitães de indústria, mas também os pequenos e médios comerciantes, os
artesãos, os lavradores, os funcionários. Uns e outros sonham com um regime autoritário que ponha
cobro à anarquia. Os militares regressam da frente e encarregam-se de liquidar os conselhos operários,
lutas de rua, soldados contra brigadas proletárias, fuzilamentos, Rosa e Karl assassinados. Já varre a
Alemanha a velha onda anti-semita. Florescem os grupos de Direita.

Em Munique, Hitler denuncia os seus camaradas, os militares que apoiaram a aventura da Baviera
soviética. Continua a discursar em público, hipnotiza. Eckardt, milionário e membro da sociedade secreta
Thule, repara nele. Convida-o a aderir ao seu Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP). E ele assume a
responsabilidade pela propaganda e o recrutamento. Eckardt capta apoios da alta-finança; e Roehm,
herói da guerra, fascinado por Hitler, reúne no DAP uma falange de antigos militares dispostos a tudo. No
início de 1920 o primeiro grande comício, 2000 assistentes. Ouvinte que tente interromper ou contestar o
orador, é espancado e expulso pela falange de Roehm. Um discurso de quatro horas. Hitler comenta:

Acendeu-se uma fogueira!

A 1 de Abril de 1920 é licenciado da vida militar. No mesmo dia converte o DAP no NSDAP (Partido
Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães). Quer cativar a classe operária, só ela pode dar corpo a
um partido de massas. Portanto, socialista. Assume a liderança. Hess traz uma doação da Thule e Hitler
adopta como insígnia um símbolo mágico: a suástica, a cruz gamada, a garra da Águia.

As SA (Sturm Abteilungen, Secções de Assalto), os camisas castanhas comandados por Hermann


Goering, ás da aviação, passam a ser a tropa de choque do partido nazi. Principal actividade: dispersar
comícios e assembleias de outros partidos. Resultados: 400 mortos em 78 comícios. Hitler bem avisara
que seriam impedidas pela força as reuniões susceptíveis de perturbar o espírito dos alemães.

A Alemanha não consegue pagar as indemnizações previstas no Tratado de Versailles. Como retaliação,
e apesar da opinião contrária da Grã-Bretanha, em 1923 a França ocupa o território, fábricas e minas do
Ruhr e expulsa 150 mil trabalhadores. Hitler é o paladino da defesa do Ruhr. Prega a desforra nacional.
Começa a ser conhecido em toda a Alemanha.

Em Novembro do mesmo ano o governo da Baviera pretende separar-se da Prússia, cindindo a


Alemanha. Hitler reage. Com os seus camisas castanhas tenta um putsch. Falha e é preso. Juntamente
com Rudolf Hess, Roehm e o Gen. Ludendorff. Goering é ferido gravemente mas consegue fugir para a
Itália.

THULE E MEIN KAMPF

Julgamento: Roehm e Ludendorff são absolvidos. Hitler e Hess são condenados a cinco anos de prisão e
logo internados no forte de Landsberg.

Eckardt manda e Hess começa a iniciar Hitler na cosmogonia de Horbiger, o fogo e o gelo, os Superiores
Ocultos. Os seus Grandes Segredos estão apenas ao alcance de um grupo de Eleitos: os irmãos da
Thule. Tais como Eckardt, Haussoffer, Sebottendorff, Rosenberg e o próprio Hess. Que Hitler se submeta
aos ritos esotéricos da Thule; que aprenda as litanias encantatórias; que domine a magia dos sinais de
dedos; que contacte os Superiores através do auto-hipnotismo, do transe, da telepatia. E eis que se
revela providencial o diapasão nocturno de Adolf Hitler. Predestinada é a sua caixa de ressonância. É ele
quem vai salvar a única e verdadeira raça humana, a nórdica. Porque as outras são as degeneradas, as
sem futuro, as que podem corromper e deter a ascensão dos povos germânicos.
Mas uma coisa é o saber oculto. Outra, o que se diz para o exterior. Hitler dita e Hess escreve o Mein
Kampf (A Minha Luta), o livro que irá vender-se aos milhões. É a cartilha do nacionalismo e do racismo. É
a apologia do Estado como defensor do sangue, do solo e da língua. E que há-de ser personalizado por
um führer messiânico, portador da vontade do povo.

Ainda em 1923, no leito de morte, Eckardt dirá:

- Sigam Hitler! Vai dançar mas eu é que fiz a música. Permitimos que entrasse em contacto com Eles...
Influenciei a História mais do que qualquer outro alemão.

A CONQUISTA DO PODER

Nove meses em Landsberg e Hitler é amnistiado. Sai e apercebe-se que a população está cansada de
tanta agitação. Quer agora tomar o poder mas por via legal. Preso, omitira-se das lutas internas do
Partido. Dantes, em público, muitas vezes acusara a desenfreada exploração capitalista e apontara, como
exemplo, o merceeiro, o judeu da esquina. Os irmãos Otto e Gregor Strasser pegaram na deixa e
começaram a reivindicar a justiça social. São a linha esquerdizante do nazismo.

Na ausência de Goering, Roehm tomara conta das SA. Recrutara milhares de desordeiros e não pára de
provocar distúrbios. O domínio das ruas é a chave do Estado, vangloria-se Roehm. O próprio Hitler já não
consegue refreá-lo. Teme uma possível aliança entre ele os irmãos Strasser.

1929, o crack da Bolsa de Nova Iorque. Recessão mundial. Na Alemanha, 3 milhões de desempregados,
inflação astronómica. Ameaças de separatismo e já balança a frágil democracia de Weimar. Hitler
encarrega Himmler de reorganizar a sua guarda pessoal, as SS (Schutz Staffeln, Secções de Segurança).
Himmler converte-as em nova cavalaria teutónica. Uniformes pretos, caveiras brancas nas lapelas.
Guerreiros de puro sangue ariano. E peritos em artes marciais. E ferozes; de tronco nu e desarmados, em
arenas secretas são treinados a lutar contra enraivecidos dobermann e muitas vezes os cães recuam.
Fidelidade ao führer, obediência cega e coragem. Que nada te detenha! Se vires o Cristo no teu caminho
e ele te mandar parar, mata o Cristo! 280 SS em 1929. 52 mil em 1933. Em 1939 serão 240 mil e já
exército de elite, a promoção só depende do valor. 600 mil em 1945.
Em público, Hitler censura os distúrbios das SA. Roehm não quer entender o recado. Hitler depois envia
mensagem aos grande capitães de indústria reunidos em Dortmund: o führer desautoriza os irmãos
Strasser e defende a unidade alemã. Obtém assim o apoio dos Krupp, I.G. Farben, Springorum e
Thyssen. Acalma também os militares; afirma respeitar a sua hierarquia aristocrática, neutraliza-os.

A máquina do Partido é posta em movimento. 1928: 12 deputados nazis. Instabilidade política, caiem
governos, eleições de dois em dois anos. 1930: 107 deputados nazis. 1932: 230. O Partido Nazi é agora o
mais votado mas não dispõe de maioria absoluta. Se coligados, comunistas e sociais-democratas seriam
maioritários. Mas Estaline impede a Frente de Esquerda. Apelida de sociais-fascistas os possíveis aliados
do PC alemão. Ficam assim escancaradas, para os nazis, as portas do Poder. Trotsky insurge-se, em
vão, contra a cegueira estalinista.

Em 1933 o Pres. Hindenburg convida Hitler para Chanceler da Alemanha. A 27 de Fevereiro Himmler
manda incendiar o Reichstag (Parlamento). Atribui a culpa aos comunistas, forja e exibe provas. Frente
aos escombros, Hitler declara:

- Já nada nos impede de esmagar os comunistas com punho de ferro. Este incêndio marca o início de
uma nova e grande era na História da Alemanha.

Hindenburg autoriza Hitler a tomar medidas de excepção. Desfiles, bandeiras, marchas militares. Na
rádio, Goebbels martela slogans. Nas ruas, SA e SS dão caça aos comunistas.

Em 1934 morre Hindenburg. Eleições controladas pelos nazis. Hitler é, naturalmente, o mais votado.
Assume a Presidência, poderes ditatoriais. Quadros das SS ocupam as principais posições no aparelho
de Estado.

A NOITE DAS FACAS LONGAS

A alta finança queixa-se ao Chanceler: as SA continuam as arruaças e as arengas de Roehm são cada
vez mais socializantes.

Hitler convida Roehm e o seu Estado-maior para um convívio nocturno em Munique. É preciso festejar a
tomada do Poder recordando os velhos tempos...

Noite de 29 para 30 de Junho de 1934. Os SA que vão chegando a Munique vão sendo detidos e
executados por guerreiros das SS. É o próprio Hitler quem detém Roehm. Concede-lhe a graça do
suicídio. Ele recusa, não é um traidor. Hitler manda abatê-lo. Abatido é também Gregor Strasser. É a noite
das facas longas.

A população respira fundo, apoia a liquidação dos desordeiros.

Otto Strasser fugiu, escapou à matança. Logo passa à luta armada contra o hitlerismo. Talvez seja um
dos implicados no atentado que irá ocorrer contra a vida de Hitler, em 1939, em Munique. O führer
escapará ileso.

O ORADOR

Goering não se cansa de martelar: «a lei é a vontade do Führer». Entretanto o que está a acontecer no
resto do mundo? Consulte a Tábua Cronológica. Partido e Estado já são uma única e mesma coisa. O
dito socialismo, porém monopólios privados a comandar a economia. A indústria de guerra a dar trabalho
a toda a gente. As grandes obras, as auto-estradas, os carochas VW. As raparigas de pernas abertas
para receber o sémen da raça pura, os cobridores são SS. A Gestapo a bater à porta, talvez seja por ti,
ontem esqueceste de dizer Heil Hitler! Livros lançados à fogueira, autos-de-fé. A falsa ciência judaico-
liberal a ser substituída pela ciência verdadeira, a nórdica, a nacional-socialista. Einstein e Freud
conseguem fugir a tempo. O astrólogo de Hitler a ser empossado como "plenipotenciário das
Matemáticas, da Astronomia e da Física". Judeus a serem espancados nas ruas e desapropriados dos
seus bens. Na rádio, Goering não se cansa de martelar a lei é a vontade do führer! Mas é outro o orador
que fascina as massas. Hitler funciona como um radar. Tem à sua frente talvez um milhão de ouvintes.
Diante dos microfones a sua voz é rouca e hesitante. De repente sintoniza o exacto comprimento de
onda. Cai em transe, é sacudido com violência, já está a receber o espírito de um Superior. Martela as
palavras, começam a fluir as frases a um ritmo cada vez mais acelerado e preciso. Às vezes pára
subitamente. Cruza os braços, afaga os bíceps, estende o queixo. É pausa dramática e um arrepio
percorre a multidão, Sieg Heil! Depois retoma o fluxo oratório, vai em crescendo, gesticula, dá murros no
ar, requebra os dedos em sinais mágicos, alcança o êxtase, é o orgasmo colectivo e a multidão entra em
convulsões, Heil Hitler, Heil Hitler, Heil Hitler!

Durante os discursos perde de 3 a 4 quilos. É o casamento místico com a nação. Já não lhe sobra
apetência para aventuras amorosas. Conhecem-se-lhe apenas duas fêmeas. Uma, que foi a própria
sobrinha. A rapariga não aguentou a convivência e suicidou-se. O caso foi abafado. Outra, que é Eva
Braun, valquíria que irá acompanhá-lo até ao fim. Sieg Heil!

COMEÇA A GUERRA

Em 1935 Hitler torna obrigatório o serviço militar, reorganiza a Marinha de guerra, rasga o Tratado de
Versailles. Os Aliados (França e Reino Unido) não reagem, é a política de apaziguamento.

Em 1935 a Itália invadira a Etiópia. Em 1936 Hitler e Mussolini firmam uma Aliança. Os Aliados não
reagem, é a política de apaziguamento.

1936: independência da Renânia que se declara Estado Alemão. Hitler para ali manda as suas tropas. Os
Aliados não reagem, é a política de apaziguamento.

No Ocidente, a via do Ariano. No Oriente, a via do Samurai. Em 1937 é firmado o Eixo Berlim-Roma-
Tokyo. Os Aliados não reagem, é a política de apaziguamento.

Ainda em 1937 tropas alemãs intervêm na guerra civil de Espanha ao lado dos nacionalistas. A Luftwaffe,
para testar o seu poder de fogo, bombardeia e arrasa Guernica. Os Aliados não reagem, é a política de
apaziguamento.

Também em 1937 Hitler acena e Estaline morde o isco: assinam um Pacto de Não-Agressão. Em
cláusulas secretas definem a partilha da Polónia e de outros territórios do leste. Os Aliados não reagem, é
a política de apaziguamento.

Território onde viva uma família alemã, é território alemão! Para povos do mesmo sangue, um império
comum! Um império para 1000 anos, no qual o sangue ariano é a substância da própria divindade! Em
1938 Daladier (pela França) e Chamberlain (pelo Reino Unido), assinam em Munique um Pacto em que
reconhecem a teoria do sangue e do solo. Logo a seguir a Alemanha anexa a Áustria e invade a
Checoslováquia. Os Aliados não reagem, é a política de apaziguamento.

Em 1939 Himmler encena, e forja provas, de um ataque polaco a um posto de rádio alemão. Tropas do III
Reich invadem a Polónia. Só então reagem os Aliados. A 3 de Setembro tem início a II Guerra Mundial.

VITÓRIAS

Hitler rasga o pacto de Não-Agressão com a URSS. Entretanto o que está a acontecer no resto do
mundo? Consulte a Tábua Cronológica. Blitzkrieg! Até 1941, só vitórias! Ocupadas a Holanda e a Bélgica.
Os britânicos são empurrados de Dunquerque para a Inglaterra. Ocupada a metade da França. A outra
metade, a de Vichy, a de Pétain e Laval, colabora com os nazis. Ocupada a metade da Polónia e a
Lituânia, a Roménia, a Hungria, a Jugoslávia e a Bulgária. Ocupadas a Dinamarca e a Noruega.
Ocupadas a Grécia e Creta. No Norte de África os britânicos são empurrados até à fronteira do Egipto.

Na Alemanha é o delírio colectivo, Sieg Heil! É a desforra nacional, Heil Hitler! O führer rasga o Pacto de
Não-Agressão com a URSS. Ocupada a segunda metade da Polónia, e os Países Bálticos, e a Crimeia, e
a Ucrânia, e as repúblicas soviéticas do Cáucaso. Tropas do III Reich já avançam sobre Moscovo e
Leninegrado. Mas aproxima-se o Inverno e os soldados vão equipados apenas com um capote e um
cachecol. O führer não teme o frio, forjados foram os arianos com o fogo dos Superiores. Os generais,
porém, sustêm a ofensiva, é prudência militar. Em Berlim, na Chancelaria, Hitler sofre um ataque de fúria.
São territórios imensos, os ocupados. E neles vagueiam multidões degeneradas. Himmler propõe e Hitler
aprova: Que as raças inferiores forneçam a mão d'obra indispensável à produção! Que os escravos
trabalhem para os senhores! Na Ucrânia, o Reichskomissaer Koch interpreta a directriz:

- Não vim aqui espalhar a felicidade. Vim aqui para ajudar o führer. Somos uma raça de senhores.
Devemos lembrar-nos que o mais humilde trabalhador alemão tem, social e biologicamente, mil vezes
mais valor do que toda a população daqui.

Porém os escravos não desistem da rebeldia. Há sempre um soldado alemão a ser abatido ao virar da
esquina. Há sempre uma ponte a explodir. Há sempre um destacamento a cair numa emboscada.

Nomeado por Himmler, Heydrich organiza a repressão nos territórios ocupados. A ferro e fogo. Por cada
alemão caído, cem reféns fuzilados. Nem assim os degenerados amansam. O próprio Heydrich é baleado
e morto por dois resistentes checos.

A SOLUÇÃO FINAL

Hitler exige uma solução final para os judeus. Himmler hesita e Hitler berra:

- Se eu posso enviar a flor do povo alemão para o inferno da guerra, também posso suprimir milhões de
seres de uma raça inferior que prolifera como a vérmina.

Himmler bate os tacões e estende o braço, yawohl mein Führer! Hitler não compreendeu o porquê da
hesitação. As SS já estão sobrecarregadas de trabalho e agora, ainda por cima, têm que desinfestar os
milhões de baratas que há no mundo...

Himmler começa por mandar arrasar o ghetto de Varsóvia, primeira desinfecção. Depois responsabiliza
Eichmann pela solução final. O programa arranca ainda em 1942. Campos de concentração, Treblinka,
Maidanek, Dachau, Neuengamme, Mauthausen, Ravensbruck, Buchenwald, Auschwitz e mais 900
campos secundários. Os prisioneiros mais vigorosos são apartados. Os outros, os doentes, os débeis, as
mulheres, as crianças e os velhos, seguem directamente para as câmaras de gás. Em Auschwitz é
possível gasear em meia-hora um lote de 2000 judeus e repetir a operação quatro vezes ao dia. E apenas
quatro vezes porque é muito demorado quer o transporte de 2000 cadaveres para o crematório, quer a
sua redução a cinzas. Aos prisioneiros apartados, aos vigorosos, é-lhes sugada toda a força de trabalho.
De alimentação recebem 600 a 700 calorias por dia. Caiem prostrados e são logo encaminhados para o
crematório. A chaminé, a fumaça permanente, as cinzas a cair, o pivete nauseante.

Até 1945 são exterminados 6 milhões de judeus.

A VINGANÇA DO GELO

Na Primavera de 42, no Cáucaso, por ordem directa do führer, três oficiais superiores das SS sobem ao
cume da Elbruz, a montanha sagrada dos Arianos. Aí cravam a bandeira com a suástica. É o início da
Nova Era, o gelo vai ser detido!

Em Berlim, os generais avisam o führer que a Meteorologia prevê um Inverno mais rigoroso que o
anterior. Apoiado pelo seu astrólogo, Hitler sossega-os:

- Não se preocupem com o gelo, disso cuido eu!

Chega o Inverno e, às portas de Estalinegrado, milhares de soldados alemães que baixam as calças para
aliviar a tripa, morrem com o ânus congelado. Os russos rompem o cerco de Estalinegrado, envolvem o
1º Exército alemão. Von Paulus rende-se a Zhukov. Em Berlim, os jornais saem com uma tarja preta.
Goebbels escreve no seu diário: É todo um pensamento, toda uma concepção do Universo que sofre uma
derrota. As forças espirituais vão ser destruídas, aproxima-se a hora do julgamento. Na Chancelaria, o
führer não pára de berrar:

- Os Superiores abandonaram-me, o Universo vai estourar!


Apesar das V-2 sobre Londres os britânicos não desistem; antes intensificam a guerra no Mar do Norte;
agora quem os comanda, não é mais Chamberlain, o frouxo; é Churchill, esse judeu... No Norte de África
Montgomery bate Rommel, invade a Itália, chega até Roma. Mussolini será executado por resistentes. Os
japoneses bombardearam Pearl Harbour e os americanos decidiram-se a entrar na Guerra. Roosevelt,
esse judeu, manda e Eisenhower desembarca na Normandia, abre a 2ª. Frente. Em 1944 o führer sofre
novo atentado em Rastenburg; escapa ligeiramente ferido. Mas sabe que já está condenado. E se vai
morrer, pois que tudo morra com ele. Antes da retirada, manda que as suas tropas arrasem Paris; não é
obedecido.

Os russos já avançam sobre Berlim. Goebbels escreve que o drama não se desenrola à escala da Terra,
mas do Cosmos; o nosso fim será o fim de todo o Universo. Depois mata a mulher e os filhos e suicida-
se. No bunker da Chancelaria, a 30 de Abril de 1945, Adolf Hitler mata Eva Braun e a seguir dá um tiro na
cabeça.

O III Reich chega ao fim. Dos 1000 anos apregoados durou apenas 12. O bastante para abater 50
milhões de pessoas em três continentes. Nos escombros vagueiam dezenas de milhares de sombras,
cinzas do holocausto.

Eckardt tinha razão: nenhum outro alemão influenciara assim a História.

Fonte: www.vidaslusofonas.pt

Adolf Hitler (Braunau am Inn, Áustria, 20 de abril de 1889 — Berlim, 30 de abril de 1945) foi o líder do
Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, o NSDAP (Nationalsozialistische Deutsche
Arbeiterpartei - também conhecido por Nazi por oposição aos sociais-democratas, os Sozi), chanceler e,
posteriormente, ditador alemão. Era filho de um funcionário de alfândega de uma pequena cidade
fronteiriça da Áustria com a Alemanha.

As suas teses racistas e anti-semitas e os seus objectivos para a Alemanha ficaram patentes no seu livro
de 1924, Mein Kampf (Minha luta). No período da sua ditadura os judeus e outros grupos minoritários
considerados "indesejados", como ciganos, negros, homossexuais, deficientes físicos e mentais,
Testemunhas de Jeová, foram perseguidos e exterminados no que se convencionou chamar de
Holocausto. Hitler seria derrotado apenas pela intervenção externa dos países aliados no prosseguimento
da Segunda Guerra Mundial, que acarretou a morte de um total estimado de 50 milhões de pessoas.
Cometeu suicídio no seu Quartel-General (o Führerbunker), em Berlim, a 30 de abril de 1945, com o
Exército Soviético a poucos quarteirões de distância. Hitler era canhoto (ou ambidestro segundo algumas
fontes), sofria de fotofobia, era vegetariano, abstémio e falava um alemão com sotaque típico dos
subúrbios de Viena (Wiener Vorstadtdialekt).

Relata Wilhelm Keitel, que Hitler não suportava que fumassem em sua presença, tinha raiva de cavalos e
considerava a caça uma matança da fauna inocente. Embora reforce que Hitler era abstêmio, afirma que
uma única vez o viu beber uma copo de cerveja, no dia em que ele visitou Praga, após sua conquista.
A despeito de toda a maldade que manifestou, Hitler era uma pessoa polida e cordial no trato particular,
quase paternal, a confiar na narrativa de Traudl Junge, sua secretária. Quando de suas visitas a Munique,
Hitler gostava de se reunir com seus camaradas no Restaurante Osteria Bavária, na Shellingstrasse,
sempre pedindo um ravioli e água mineral Fachinger ou Apollinaris, como sobremesa, não dispensava
uma torta de maçã

Hitler guardou sempre segredo sobre o período inicial da sua vida desde o nascimento até à entrada na
política, a seguir à Primeira Guerra Mundial. "Vocês não podem saber de onde e de que família eu venho"
disse ele, em 1930, a opositores políticos (citado por Christian von Krockow). No verão de 1938, pouco
depois da anexação da Áustria, Hitler ordenou a evacuação e destruição da aldeia de onde provinham os
seus pais e avós, para ali instalar um campo de treino militar. Hitler envergonhava-se manifestamente das
suas origens humildes e cristãs. Parece não ter feito nada de relevante até ao momento em que iniciou a
sua vida militar. As suas declarações em "Mein Kampf", sobre a sua infância, serviram sobretudo para
promoção pessoal e são, por isso, pouco confiáveis.

Infância e juventude em Linz


Adolf Hitler quando criança.Adolf Hitler nasceu a 20 de Abril de 1889 em Braunau-am-Inn, uma pequena
cidade perto de Linz, na província da Alta-Áustria, próximo da fronteira alemã, e que nesta época fazia
parte da Áustria-Hungria.

O seu pai, Alois Hitler (1837 - 1903), que nascera como filho ilegítimo, era funcionário da alfândega. Até
aos seus 40 anos, o pai de Hitler, Alois, usou o sobrenome da sua mãe, Schicklgruber. Em 1876, passou
a empregar o nome do seu pai adotivo, Johann Georg Hiedler, cujo nome terá sido alterado para "Hitler"
por erro de um escrivão, depois de ter feito diligências junto de um sacerdote responsável pelos registros
de nascimento para que fosse declarada a paternidade, já depois da morte do seu padrasto. Adolf Hitler
chegou a ser acusado, depois, por inimigos políticos de não ser um Hitler mas sim um Schicklgruber. A
própria propaganda dos aliados fez uso desta acusação ao lançar vários panfletos sobre diversas cidades
alemãs com a frase "Heil Schicklgruber" - ainda que estivesse relacionado, de fato, aos Hiedler por parte
da sua mãe.

A mãe de Hitler, Klara Hitler (o nome de solteira era Klara Polzl), era prima em segundo grau do seu pai.
Este trouxera-a para sua casa para tomar conta dos seus filhos, enquanto a sua outra mulher, doente e
prestes a morrer, era cuidada por outra pessoa. Depois da morte desta, Alois casou-se, pela terceira vez,
com Klara, depois de ter esperado meses por uma permissão especial da Igreja Católica que foi
concedida exatamente quando Klara já se mostrava visivelmente grávida. No total, Klara teve seis filhos
de Alois. No entanto, apenas Adolf, o segundo, e sua irmã mais nova, Paula, sobreviveram à infância.

Adolf era um rapaz inteligente mas mal humorado. Foi reprovado por duas vezes no exame de admissão
à escola secundária de Linz. Ali, começou a acalentar idéias pangermânicas, fortalecidas pelas leituras
que o seu professor Leopold Poetsch, um anti-semita bastante admirado pelo jovem Hitler, lhe
recomendou vivamente.

Hitler era devotado à sua complacente mãe e, presumivelmente, não gostava do pai, que apreciava a
disciplina e o educava severamente, além de não compartilharem muitas ideias políticas. Em "Mein
Kampf", Hitler é respeitoso para com a figura de seu pai, mas não deixa de referir discussões
irreconciliáveis que teve com ele acerca da sua firme decisão em se tornar artista. De facto, interessou-se
por pintura e arquitectura. O pai opunha-se firmemente a tais planos, preferindo que o filho fizesse
carreira na função pública.

Em Janeiro de 1903 morreu Alois Hitler, vítima de alcoolismo, numa taberna. Em Dezembro de 1907
morreu Klara, de cancro, o que o terá afectado sensivelmente.

Viena
Com 19 anos de idade, Adolf era órfão e em breve partiu para Viena, onde tinha uma vaga esperança de
se tornar um artista. Tinha, então, direito a um subsídio para órfãos, que acabaria por perder aos 21 anos,
em 1910.

Em 1907 fez exames de admissão à academia das artes de Viena, sem êxito. Nos anos seguintes
permaneceu em Viena sem um emprego fixo, vivendo inicialmente do subsídio do apoio financeiro de sua
tia Johanna Pölzl, de quem recebeu herança. Chegou mesmo a pernoitar num asilo para mendigos na
zona de Meidling no outono de 1909. Os outros mendigos deram-lhe a alcunha de "Ohm Krüger"
(segundo o historiador Sebastian Haffner). Teve depois a ideia de copiar postais e pintar paisagens de
Viena - uma ocupação com a qual conseguiu financiar o aluguel de um apartamento, na
Meldemannstrasse. Pintava cenas copiadas de postais e vendia-as a mercadores, simplesmente para
ganhar dinheiro, não considerando as suas pinturas uma forma de arte. Ao contrário do mito popular, fez
uma boa vida como pintor, ganhando mais dinheiro do que se tivesse um emprego regular como
empregado bancário ou professor do liceu, e tendo de trabalhar menos horas. Durante o seu tempo livre
ele frequentava a ópera de Viena, especialmente para assistir a óperas relacionadas com a mitologia
nórdica, de Richard Wagner, e cujas produções viria, mais tarde, a financiar, como meio de exaltação do
nacionalismo germânico. Muito de seu tempo era dedicado à leitura.

Foi em Viena que Hitler se começou a perfilar como um ativo anti-semita, particularidade que governaria a
sua vida e que foi a chave das suas ações subsequentes. O anti-semitismo estava profundamente
enraizado na cultura católica do sul da Alemanha e na Áustria, onde Hitler cresceu. Viena tinha uma larga
comunidade judaica, incluindo muitos Judeus Ortodoxos da Europa de Leste. Hitler tomou aí contato com
os judeus ortodoxos, que, ao contrário dos judeus de Linz, distinguiam-se pelas suas vestes. Intrigado,
procurou informar-se sobre os judeus através da leitura, tendo comprado em Viena os primeiros panfletos
abertamente anti-semitas que leu na vida, como relata em Mein Kampf.

Em Viena, o Anti-semitismo tinha-se desenvolvido das suas origens religiosas numa doutrina política,
promovida por pessoas como Jörg Lanz von Liebenfels, cujos panfletos foram lidos por Hitler; políticos
como Karl Lueger, o presidente da câmara de Viena, e Georg Ritter von Schönerer, fundador do partido
Pan-Germânico. Deles, Hitler adquiriu a crença na superioridade da "Raça Ariana" que formava a base
das suas visões políticas e na inimizade natural dos judeus em relação aos "arianos", responsabilizando-
os pelos problemas económicos alemães.

Como Hitler relata em Mein Kampf, foi também em Viena que tomou contato com a doutrina Marxista,
tendo "aprendido a lidar com a dialéctica deles", na discussão com marxistas, "incorporando-a para os
meus fins".

Munique, a Primeira Guerra Mundial


Em Maio de 1913, recebeu uma pequena herança do seu pai e mudou-se para Munique. Como
escreveria mais tarde em "Mein Kampf", sempre desejara viver numa cidade alemã, talvez de acordo com
o seu desejo de se afastar do império multi-étnico Austro-Húngaro e viver num país "racialmente" mais
homogéneo. Em Munique interessou-se, especialmente por arquitectura e pelos escritos de Houston
Stewart Chamberlain. Ao mudar-se, fugia, também, ao serviço militar no exército Austro-Húngaro, que o
capturou pouco depois e o submeteu a um exame físico (pelo qual ficamos a saber que mediria 1,73 m).
Foi considerado inapto para o serviço militar e permitiram-lhe que regressasse a Munique, onde
prosseguiu a sua actividade de pintor, vendendo por vezes os seus quadros pela rua..

Mas em Agosto de 1914, quando a Alemanha entrou na Primeira Guerra Mundial, alistou-se
imediatamente no exército bávaro. Serviu na França e Bélgica como mensageiro, uma posição muito
perigosa, que envolvia exposição a fogo inimigo, em vez da proteção proporcionada por uma trincheira. A
folha de serviço de Hitler foi exemplar mas nunca foi promovido além de cabo, por razões que se
desconhecem, o que seria considerado mais uma humilhação na sua vida. O seu cargo, num lugar baixo
da hierarquia militar, reflectia a sua posição na sociedade quando entrou para o exército. Não estava
autorizado a comandar qualquer agrupamento de soldados, por mais pequeno que fosse. Foi
condecorado duas vezes por coragem em acção. A primeira medalha que recebeu foi a Cruz de Ferro de
Segunda Classe em Dezembro de 1914. Depois, em Agosto de 1918, recebeu a Cruz de Ferro de
Primeira Classe, uma distinção raramente atribuída a não oficiais, até porque Hitler não podia ascender a
uma graduação superior, já que não era cidadão alemão. Em Outubro de 1916, no norte de França, Hitler
foi ferido numa perna, mas regressou à frente em Março de 1917. Recebeu a Das Verwundetenabzeichen
(condecoração por ferimentos de guerra) nesse mesmo ano, já que a ferida era resultado directo da
exposição ao fogo inimigo.

Durante a guerra, Hitler desenvolveu um patriotismo alemão apaixonado, apesar de não ser cidadão
Alemão: um detalhe que não rectificaria antes de 1932. Ficou chocado pela capitulação da Alemanha de
Novembro de 1918, sustentando a idéia de que o exército alemão não tinha sido, de facto, derrotado.
Como muitos nacionalistas alemães, culpou os políticos civis (os "criminosos de Novembro") pela
capitulação.

Após a Primeira Guerra Mundial, Hitler permaneceu no exército, agora activo na supressão de revoltas
socialistas que surgiam pela Alemanha, incluindo Munique, aonde Hitler regressou em 1919.
Recebendo um salário baixo, Hitler continuou ligado ao exército. Fez parte dos cursos de "pensamento
nacional" organizados pelos departamentos da Educação e propaganda (Dept Ib/P) do grupo da
Reichswehr da Baviera, Quartel-general número 4 sob o comando do capitão Mayr. Um dos principais
objectivos deste grupo foi o de criar um bode expiatório para os resultados da Guerra e a derrota da
Alemanha. Este bode expiatório foi encontrado no "judaísmo internacional", nos comunistas, e nos
políticos de todos os sectores.

Para Hitler, que tinha vivido os horrores da guerra, a questão da culpa era essencial. Já influenciado pela
ideologia anti-semita, acreditava avidamente na responsabilidade dos judeus, tornando-se em breve num
divulgador eficiente da propaganda concebida por Mayr e seus superiores. Em Julho de 1919, Hitler,
devido à sua inteligência e dotes oratórios, foi nomeado líder e elemento de ligação (V-Mann) do
"comando de esclarecimento" com o objectivo de influenciar outros soldados com as mesmas idéias.

Cartão de Adolf Hitler de membro do Partido Alemão dos Trabalhadores. Hitler pretendia criar o seu
próprio partido mas os seus superiores no exército (Reichswehr) ordenaram-no a se infiltrar num partido
já existente.Foi, então, designado pelo quartel-general para se infiltrar num pequeno partido nacionalista,
o Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP). Hitler aderiu ao partido recebendo o número de membro 555
(a numeração começara em 500, por orientação de Hitler, para dar a impressão de que o partido tinha
uma dimensão maior do que a verdadeira,) em Setembro de 1919. Foi aqui que Hitler conheceu entre
outros, Dietrich Eckart, um anti-semita e um dos primeiros membros do partido. Tornou-se rapidamente
chefe do partido.

No mesmo mês (Setembro de 1919), Hitler escreveu aquele que é geralmente tido como o seu primeiro
texto anti-semita, um "relatório sobre o Anti-Semitismo" requerido por Mayr para Adolf Gemlich, que
participara nos mesmos "cursos educacionais" em que Hitler havia participado. Neste relatório ao seu
superior, Hitler fez a apologia de um "Anti-semitismo racional" que não recorreria aos pogroms, mas que
"lutaria de forma legal para remover os privilégios gozados pelos judeus em relação a outros estrangeiros
vivendo entre nós. O seu objectivo final, no entanto, deverá ser a remoção irrevogável dos próprios
judeus".

Certamente todos compreenderam, na altura, que Hitler apelava à expulsão forçada. Se o próprio Hitler
assim o entendeu é menos claro, tendo em conta o genocídio que Hitler ordenaria 22 anos depois.

Hitler não seria liberado do exército antes de 1920. A partir dessa data, começou a participar plenamente
nas actividades do partido. Em breve se tornaria líder do partido e mudou o seu nome para
Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei - NSDAP (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores
Alemães), normalmente conhecido como partido Nazi, ou Nazista, que vem das palavras "National
Sozialistische", em contraste com os Sozi, um termo usado para descrever os sociais democratas. O
partido adoptou a suástica (supostamente um símbolo do "Arianismo") e a saudação romana, também
usada pelos fascistas italianos.

Hitler como soldado em 1916Serviu-se, depois, do apoio da Sturmabteilung (SA), uma milícia paramilitar
de homens, identificados com camisas castanhas, que vagueavam pelas ruas atacando esquerdistas e
minorias religiosas e gritando slogans de propaganda, que criou em 1921, para criar um ambiente de
apoio popular. Por volta de 1923 conheceu Julius Streicher, o editor de um jornal violentamente anti-
semita chamado Der Stürmer, que apoiaria a sua propaganda de promoção pessoal e de ódio anti-semita.

O partido Nazi era nesta altura constituído por um pequeno número de extremistas de Munique. Mas
Hitler, em breve, descobriu que tinha dois talentos: o da oratória pública e o de inspirar lealdade pessoal.
A sua oratória de esquina, atacando os judeus, os socialistas e os liberais, os capitalistas e os
comunistas, começou a atrair simpatizantes. Alguns dos seguidores desde o início foram Rudolf Hess,
Hermann Göring, e Ernst Röhm, o líder da SA. Outro admirador foi o Marechal de campo Erich
Ludendorff.

O putsch da Cervejaria
Hitler decidiu usar Ludendorff, em 1923, como testa de ferro numa tentativa de tomada do poder em
Munique, a capital da Baviera, que na época gozava, bem como no Império Alemão, de certa autonomia
política. O seu objectivo era imitar a famosa Marcha sobre Roma de Benito Mussolini, com uma Marcha
sobre Berlim - mas o golpe, falhado, tornar-se-ia conhecido pelo nome de Putsch da Cervejaria. Hitler e
Ludendorff conseguiram o apoio clandestino de Gustav von Kahr, o governador, de facto, da Baviera, de
várias personalidades de destaque do exército alemão (Reichswehr) e da própria autoridade policial.
Como pode ser verificado através de pósteres políticos da época, Luddendorff, Hitler, vários militares e os
dirigentes da polícia bávara tinham como objectivo a formação de um novo governo.
Contudo, a 8 de Novembro de 1923, Kahr e alguns oficiais recuaram na sua posição e negaram-lhe apoio
na cervejaria de Bürgerbräu. Hitler, supreendido, mandou detê-los, ao mesmo tempo que decidiu
prosseguir com o golpe de estado. Sem o conhecimento de Hitler, Kahr e os outros ex-apoiantes foram
libertos por ordem de Ludendorff, sob o compromisso de não interferirem. Contudo, procederam aos
esforços necessários para frustrar o golpe. De manhã, enquanto os Nazis marchavam da cervejaria até à
sede do Ministério de Guerra Bávaro, para derrubar o que consideravam ser o governo traidor da Baviera,
de modo a iniciar a "Marcha sobre Berlim," o exército procedeu rapidamente à sua dispersão. Ludendorff
ficou ferido e vários Nazis foram mortos.

Hitler fugiu para a casa de Ernst Hanfstaengl e pensou seriamente em suicidar-se. Foi, então, preso por
alta traição e, temendo que alguns membros "esquerdistas" do partido pudessem tentar apoderar-se da
liderança do partido durante a sua prisão, Hitler rapidamente nomeou Alfred Rosenberg e, depois, Gregor
Strasser como líderes temporários do partido. Ao contrário do que podia prever, encontrou-se, durante a
sua prisão, num ambiente receptivo às suas ideias. Durante o julgamento, em Abril de 1924, os
magistrados responsáveis pelo caso conseguiram que Hitler transformasse esta derrota provisória numa
proeza de propaganda. Foi-lhe concedida a possibilidade de se defender quase sem qualquer restrição de
tempo, perante o tribunal e um vasto público que rapidamente se exaltou perante o seu discurso, baseado
num forte sentimento nacionalista. Foi condenado a cinco anos de prisão na prisão de Landsberg, pelo
crime de conspiração com intuito de traição. Na prisão, além de tratamento preferencial, teve a
oportunidade de verificar a sua popularidade pelas cartas que recebia de diversos apoiantes.

A obra de Hitler: Mein Kampf

A edição francesa de Mein KampfHitler usou o seu julgamento como uma oportunidade de espalhar a sua
mensagem por toda a Alemanha. Em Abril de 1924 ele foi condenado a 5 anos de prisão (acabaria por ser
anistiado passados pouco mais de 6 meses) no estabelecimento prisional de Landsberg. Ali, ele ditou um
livro chamado "Mein Kampf" (Minha Luta) ao seu fiel ajudante Rudolf Hess. O livro foi escrito entre 1923 e
1924 na prisão e mais tarde numa taverna.

Ler o Mein Kampf é como ouvir Hitler falar longamente sobre a sua juventude, os primeiros dias do partido
nazi, planos futuros para a Alemanha e ideia sobre política e raça. O título originalmente escolhido por
Hitler era "Quatro anos e meio de luta contra mentiras, estupidez e cobardice". O seu editor nazi
aconselhou-o a encurtar para "Mein Kampf", simplesmente a minha luta ou a minha batalha.

Na sua escrita, Hitler anunciou o seu ódio contra aquilo que ele via como os dois males gémeos do
mundo: Comunismo e Judaísmo, e declarou que o seu objectivo era erradicar ambos da face da terra. Ele
anunciou que a Alemanha necessitava de obter novo terreno que chamou de "Lebensraum" (espaço vital)
que iria nutrir apropriadamente o "destino histórico" do povo Alemão; este objectivo explica porque Hitler
invadiu a Europa, a Leste e a Oeste, antes de lançar o ataque contra a Rússia. Hitler apresentou-se em
Mein Kampf como o "Übermensch", ou "Sobrehomem", de que falava Friedrich Nietzsche nos seus
escritos, especialmente no seu livro, 'Assim falou Zaratustra'. Uma vez que Hitler culpava o presente
governo parlamentar por muitos dos males pelos quais ele se encolerizava, ele anunciou que iria destruir
completamente esse tipo de governo. É em Mein Kampf que se pode descobrir a verdadeira natureza do
caracter de Hitler. Ele divide os humanos com base em atributos físicos. Hitler afirma que os "arianos"
alemães de cabelo loiro e olhos azuis estavam no topo da hierarquia, e confere o fundo da pirâmide aos
judeus, polacos, russos, checos e ciganos. Segundo ele, aqueles povos beneficiam pela aprendizagem
com os superiores arianos. Hitler também afirma que os judeus estão a conspirar para evitar que a raça
ariana se imponha ao Mundo como é seu direito, ao diluir a sua pureza racial e cultural e ao convencer os
Arianos a acreditar na igualdade em vez da superioridade e inferioridade. Ele descreve a luta pela
dominação do mundo como uma batalha racial, cultural e política em curso entre arianos e judeus. A
suposta luta pela dominação mundial entre estas duas etnias foi aceita pela população quando Hitler
chegou ao poder.

Ascensão ao poder
Após sua prisão devido ao comando do Putsch da Cervejaria Hitler foi considerado relativamente
inofensivo e anistiado, sendo libertado da prisão em Dezembro de 1924. Por este tempo, o partido nazista
mal existia e Hitler necessitaria de um grande esforço para o reconstruir.

Nestes anos, ele fundou um grupo que mais tarde se tornaria um dos seus instrumentos fundamentais na
persecução dos seus objectivos. Uma vez que o Sturmabteilung ("Tropas de choque" ou SA), de Röhm,
não eram confiáveis, e formavam uma base separada de poder dentro do partido, ele estabeleceu uma
guarda de sua defesa pessoal, a Schutzstaffel ("Unidade de Proteção" ou SS). Esta elite de tropas em
uniforme preto seria comandada por Heinrich Himmler, que se tornaria no principal executor dos seus
planos relativamente à "Questão Judia" durante a Segunda Guerra Mundial.

Criou também numerosas organizações de filiação (Juventudes Hitleristas, associações de mulheres,


etc.). O Partido nazi teve em 1929 uma progressão semelhante à do partido fascista de Benito Mussolini,
beneficiando-se do mal-estar económico, político e social decorrente da derrota de 1918 e, depois, da
crise de 1929.

Um elemento vital do apelo de Hitler era o sentimento de orgulho nacional ofendido pelo Tratado de
Versalhes imposto ao Império Alemão pelos aliados. O Império Alemão perdeu território para a França,
Polónia, Bélgica e Dinamarca e teve de admitir a responsabilidade única pela guerra, desistir das suas
colónias e da sua marinha e pagar uma grande soma em reparações de guerra, um total de $6.600.000
(32 biliões de marcos). Uma vez que a maioria dos alemães não acreditava que o Império Alemão tivesse
começado a guerra e não acreditava que havia sido derrotado, eles ressentiam-se destes termos
amargamente. Apesar das tentativas iniciais do partido de ganhar votos culpabilizando o "judaísmo
internacional" por todas estas humilhações não terem sido particularmente bem sucedidas com o
eleitorado, a máquina do partido aprendeu rapidamente e em breve criou propaganda mais subtil - que
combinava o Anti-semitismo com um ardente ataque aos falhanços do "sistema Weimar" (a República de
Weimar) e os partidos que o suportavam. Esta estratégia começou a dar resultados.

Benito Mussolini e Hitler em visita a Iugoslávia ocupadaUma propaganda demagógica, que explorava
habilmente essas frustrações e o sentimento anti-semita generalizado da sociedade alemã da época,
apresentando os judeus como bode expiatório dos problemas sociais, permitiu aos nazistas implantarem-
se na classe média e entre os operários, ao mesmo tempo em que o abandono do programa social inicial
lhes trazia o apoio da classe dirigente e dos meios industriais.

O ponto de viragem em benefício de Hitler veio com a Grande Depressão que atingiu a Alemanha em
1930. O regime democrático estabelecido na Alemanha em 1919, a chamada República de Weimar,
nunca tinha sido genuinamente aceita pelos conservadores e tinha a oposição aberta dos fascistas.

Os sociais democratas e os partidos tradicionais de centro e direita eram incapazes de lidar com o choque
da depressão e estavam envolvidos no sistema de Weimar. As eleições de Setembro de 1930 foram uma
vitória para o partido Nazi, que de repente se levantou da obscuridade para ganhar mais de 18% dos
votos e 107 lugares no "Reichstag" (parlamento alemão), tornando-se o segundo maior partido. A sua
subida foi ajudada pelo império de mídia controlado por Alfred Hugenberg, de direita.

Hitler ganhou sobretudo votos entre a classe média alemã, que tinha sido atingida pela inflação dos anos
20 e o desemprego oriundo da grande depressão. Agricultores e veteranos de guerra foram outros grupos
que apoiaram em especial os nazistas. As classes trabalhadoras urbanas ignoraram geralmente os apelos
de Hitler, em especial nas cidades de Berlim e Bacia do Ruhr (norte da Alemanha protestante) eram
particularmente hostis.

A eleição de 1930 foi um desastre para o governo de centro-direita de Heinrich Brüning, que estava agora
impossibilitado de obter qualquer maioria no Reichstag, e teve de contar com a tolerância dos sociais
democratas (esquerda) e o uso de poderes presidenciais de emergência para permanecer no poder. Com
as medidas de austeridade de Brüning mostrando pouco sucesso face aos efeitos da depressão, o
governo teve receio das eleições presidenciais de 1932 e procurou obter o apoio dos nazis para a
extensão do termo presidencial de Paul von Hindenburg, mas Hitler recusou qualquer acordo, e acabou
por competir com Hindenburg na eleição presidencial, obtendo o segundo lugar na primeira e segunda
fases da eleição, e obtendo mais de 35% dos votos na segunda fase, em Abril, apesar das tentativas do
ministro do interior Wilhelm Gröner e do governo social-democrata prussiano para restringir as atividades
públicas nazistas, incluindo notoriamente a proibição das SA.

Os embaraços da eleição puseram fim à tolerância de Hindenburg para com Brüning, e o velho Marechal
de Campo demitiu o governo, nomeando um novo governo sob o comando do reacionário Franz von
Papen, que imediatamente revogou a proibição das SA e convocou novas eleições do Reichstag.

Nas eleições de Julho de 1932, os nazistas tiveram o seu melhor resultado até então, obtendo 230
lugares no Parlamento e tornando-se o maior partido alemão. Uma vez que nazistas e comunistas
detinham a maioria do Reichstag, a formação de um governo estável de partidos do centro era impossível
e no seguimento do voto de desconfiança no governo Papen, apoiado por 84% dos deputados, o
parlamento recém-eleito foi dissolvido e foram convocadas novas eleições.

Papen e o Partido do Centro tentaram agora abrir negociações assegurando a participação no governo,
mas Hitler fez grandes exigências, incluindo o posto de Chanceler e o acordo do presidente para poder
usar poderes de emergência de acordo com o artigo 48 da Constituição de Weimar. Este falhanço em
formar um governo, juntamente com os esforços dos Nazis de ganhar o apoio da classe trabalhadora,
alienaram parte do apoio de prévios votantes, de modo que nas eleições de Novembro de 1931, o partido
nazista perdeu votos, apesar de se manter como o maior partido do Reichstag.

Uma vez que Papen falhara na sua tentativa de assegurar uma maioria através da negociação e trazer os
nazistas para o governo, Hindenburg demitiu-o e nomeou para o seu lugar o General Kurt von Schleicher,
desde há muito uma figura influente e que recentemente ocupava o cargo de Ministro da Defesa, que
prometeu assegurar um governo maioritário com negociações quer com os sindicatos sociais democratas
quer com os dissidentes da facção nazi liderada por Gregor Strasser.

Enquanto Schleicher procurava realizar a sua difícil missão, Papen e Alfred Hugenberg, que era também
presidente do partido nacional do povo alemão (DNVP), o maior partido de direita da Alemanha antes da
ascensão de Hitler, conspiravam agora para convencer Hindenburg a nomear Hitler Chanceler numa
coligação com o DNVP, prometendo que eles o iriam controlar. Quando Schleicher foi forçado a admitir o
falhanço dos seus esforços, e pediu a Hindenburg para dissolver novamente o Reichstag, Hindenburg
demitiu-o e colocou o plano de Papen em execução, nomeando Hitler Chanceler com Papen como Vice-
Chanceler e Hugenberg como Ministro das Finanças, num gabinete que ainda só incluía três Nazis -
Hitler, Göring e Wilhelm Frick. A 30 de Janeiro de 1933, Adolf Hitler prestou juramento oficial como
Chanceler na Câmara do Reichstag, perante o aplauso de milhares de simpatizantes nazistas.

Mas Hitler ainda não tinha cativado definitivamente a nação. Ele foi feito Chanceler numa designação
legal pelo presidente Hindenburg, o que foi uma ironia da história, uma vez que os partidos do centro
tinham apoiado o presidente Hindenburg por ele ser a única alternativa viável a Hitler, não prevendo que
seria Hindenburg que iria trazer o fim da República.

Mas nem o próprio Hitler nem o seu partido obtiveram alguma vez uma maioria absoluta. Nas últimas
eleições livres, os nazis obtiveram 33% dos votos, ganhando 196 lugares em 584. Mesmo nas eleições de
Março de 1933, que tiveram lugar após o terror e violência terem varrido o Estado, os nazis obtiveram
44% dos votos. O partido obteve o controle de uma maioria de lugares no Reichstag através de uma
coligação formal com o DNVP. No fim, os votos adicionais necessários para propugnar a lei de aprovação
do governo, que deu a Hitler a autoridade ditatorial, foram assegurados pelos nazistas pela expulsão de
deputados comunistas e intimidando ministros dos partidos do centro. Numa série de decretos que se
seguiram pouco depois, outros partidos foram suprimidos e toda a oposição foi proibida. Em poucos
meses, Hitler tinha adquirido o controle autoritário do país e enterrou definitivamente os últimos vestígios
de democracia.

Regime Nazi
1 de Abril de 1933 - Os Nazis, recém-eleitos, organizam sob a batuta de Julius Streicher um boicote de
um dia a todos as lojas e negócios pertencentes a Judeus na Alemanha, uma premonição do Holocausto.
Neste cartaz afixado por um membro da milícia para-militar SA (os camisas castanhas{ou pardas}), lê-se
a seguinte propaganda Anti-semita: Alemães, defendam-se! Não comprem aos judeus!Após ter
assegurado o poder político sem ter ganho o apoio da maioria dos Alemães, Hitler tratou de o conseguir, e
na verdade, Hitler permaneceu fortemente popular até ao fim do seu regime. Com a sua oratória e com
todos os meios de comunicação alemães sob o controlo do seu chefe de propaganda, o Dr. Joseph
Goebbels, ele conseguiu convencer a maioria dos Alemães de que ele era o salvador da Depressão, dos
Comunistas, do tratado de Versalhes, e dos judeus.
Para todos aqueles que não ficaram convencidos, as SA, a SS e Gestapo (Polícia secreta do Estado)
tinham mãos livres, e milhares desapareceram em campos de concentração como o Campo de
Concentração de Dachau, perto de Munique, criado em 1933, o primeiro de todos e um modelo para os
demais. Muitos milhares de pessoas emigraram, incluindo cerca da metade dos Judeus, que fugiram
sobretudo para a Inglaterra, Israel (na época chamada de Palestina, sob domínio Inglês) e EUA.

Na noite de 29 para 30 de Junho de 1934, a chamada "Noite das facas longas", Hitler autorizou a acção
contra Röhm, o líder das SA, que acabaria por ser assassinado. Himmler tinha conspirado contra Röhm,
apresentando a Hitler "provas" manipuladas de que Röhm planeava o assassínio de Hitler.

A 2 de Agosto de 1934, Hindenburg morre. Hitler apodera-se do seu lugar, fundindo as funções de
Presidente e de Chanceler, passando a se auto-intitular de Líder (Führer) da Alemanha e requerendo um
juramento de lealdade a cada membro das forças armadas. Esta fusão dos cargos, aprovada pelo
parlamento poucas horas depois da morte de Hindenburg, foi mais tarde confirmada pela maioria de
89.9% do eleitorado no plebiscito de 19 de Agosto de 1934.

Os judeus que até então não tinham emigrado iriam em breve se arrepender da sua hesitação. Com as
Leis de Nuremberga de 1935, eles perderam o seu estatuto de cidadãos alemães e foram banidos de
quaisquer lugares na função pública, de exercer profissões ou de tomar parte na actividade económica.
Foram acrescidamente sujeitos a uma nova e violenta onda de propaganda difamatória. Poucos não-
judeus alemães objectaram estas medidas. As Igrejas Cristãs, elas próprias impregnadas de séculos de
Anti-semitismo, permaneceram silenciosas. Estas restrições foram mais tarde apertadas mais
estrictamente, particularmente após a operação anti-semita de 1938 conhecida como Kristallnacht (Noite
dos Cristais).

A partir de 1941, os Judeus foram obrigados a usar a estrela amarela em público. Entre Novembro de
1938 e Setembro de 1939, mais de 180.000 judeus fugiram da Alemanha; os Nazis confiscaram toda a
propriedade que ficara para trás.

Economia
Nesta altura, sob o controle ditatorial, Hitler deu início a grandes mudanças econômicas. Há uma certa
controvérsia sobre os aspectos econômicos do governo de Hitler, pois nem todas as suas medidas foram
saudáveis a médio e longo prazo. As políticas econômicas do governo de Bruning, cautelosas e
fiscalistas, vinham sanando as finanças e organizando o Estado alemão nesse aspecto. Hitler, ao
contrário, pôs em prática um largo programa de intervencionismo econômico, baseado no keynesianismo,
embora se distanciasse deste em muitos pontos.

O desemprego na Alemanha de 1933 era de aproximadamente 6 milhões. Esse número diminuiu para
300.000 em 1939. Essa diminuição fabulosa, no entanto, ocorreu por diversos motivos, como alterações
estatísticas e projetos governamentais:

As mulheres deixaram de ser contadas como desempregadas a partir de 1933 Judeus, a partir de 1935,
perderam a condição de cidadãos do Reich, não contando mais como desempregados Mulheres jovens
que se casavam eram excluídas dos cálculos. Ao desempregado eram dadas duas opções: ou trabalhar
para o governo sob baixíssimos salários ou permanecer segregado da esfera governamental, longe de
todas as suas obrigações, mas também vantagens, como saúde, lazer, etc. As convocações para o
exército começaram a se acelerar. Até 1939, 1,4 milhões de alemães haviam sido convocados. Para
armar esse contigente, a produção industrial aumentou e a procura por mão-de-obra aumentou também.
Criação da Frente Alemã de Trabalho, dirigida por Robert Ley, que pôs em prática programas
governamentais de trabalho que absorveram boa parte da mão-de-obra disponível, ora empregando-a no
melhoramento da infra-estrutura do país, ora nas indústrias e na produção bélica. Essas medidas
ocorreram a custa de pesadíssimos investimentos por parte do Estado, comprometendo a longo prazo as
finanças. O que se viu, em conseqüência disso, foi um déficit crescente. De 1928 até 1939, a arrecadação
do Estado havia subido de 10 bilhões de Reichsmarks para 15 bilhões, no entando os gastos, no mesmo
período, subiram de 12 bilhões de Reichsmarks para 30 bilhões. Em 1939, o déficit acumulado era de 40
bilhões de Reichsmarks.

A inflação, nesse periodo, cresceu tanto que em 1936 foi decretado o congelamento de preços. O governo
alemão foi incapaz de lidar com o controle de preços e sua interferência constante apenas engessou a
economia e dificultou o aumento gradual e equilibrado da produção. A partir de 1936, o dirigismo
econômico passou, gradualmente, a substituir a adaptação automática da produção pelo mercado, de
maneira que a regulamentação econômica passou a ser maior.
Deve-se entender, é claro, que para Hitler, que era completamente ignorante em Teoria Econômica,
assunto este que o entediava profundamente, política fiscal e monetária só faziam sentido em função das
necessidades de rearmamento da Alemanha e como parte de um projeto político que, a médio prazo,
previa nada menos do que a hegemonia alemã na Europa continental e a colonização da Rússia, através
de mecanismos de espoliação que garantiriam à Alemanha o acesso a matérias-primas a preço vil e mão-
de-obra escrava.

Política

Em Março de 1935 Hitler repudiou abertamente o Tratado de Versalhes ao reintroduzir o serviço militar
obrigatório na Alemanha. O seu objectivo seria construir uma enorme maquinaria militar, incluindo uma
nova marinha e força aérea (a Luftwaffe). Esta última seria colocada sob o comando de Göring, um
comandante veterano da Primeira Guerra Mundial. O alistamento em grandes números pareceu resolver
o problema do desemprego mas também distorceu a economia.

É por esta altura, em 1936 que, nas Olímpiadas de Berlim, um afro-americano (Jesse Owens) venceu em
várias modalidades, o que contradizia na prática a propaganda à raça Ariana preconizada por Hitler para
estes jogos. (Ver também História política dos Jogos Olímpicos de 1936).

Em Março de 1936 ele volta a violar o Tratado de Versalhes ao reocupar a zona desmilitarizada na
Renânia (zona do Rio Reno). Ingleses e Franceses não fizeram nada, o que o encorajou. Em Julho de
1936, a Guerra Civil Espanhola começou, com a rebelião dos militares, liderados pelo General Francisco
Franco, contra o governo democraticamente eleito da Frente Popular. Uma rebelião que contou com o
apoio do Vaticano. Hitler enviou tropas em apoio de Franco. A Espanha tornou-se também num campo de
teste para as novas tecnologias e métodos militares desenvolvidos na Alemanha. Em Abril de 1937, os
aviões alemães da Legião Condor bombardeiam e destroem pela primeira vez na história uma cidade a
partir do ar. Foi a cidade de Guernica, na província espanhola do País Basco. Em 1936, realizaram-se os
Jogos Olímpicos em Berlim.

A 25 de Outubro de 1936, Hitler assinou uma aliança com o ditador italiano fascista Benito Mussolini, o
malfadado eixo Roma-Berlim. Esta aliança seria mais tarde expandida para incluir também o Japão,
Hungria, Roménia e Bulgária, bloco que se tornou conhecido como as potências do eixo.

A 5 de Novembro de 1937, na Chancelaria do Reich, Adolf Hitler presidiu a um encontro secreto onde
discutiu os seus planos para adquirir o "espaço vital" ao povo alemão.

Fonte: pt.wikipedia.org

Adolf Hitler
NAZISMO
Comunismo, Nazismo, Fascismo, Integralismo e Positivismo são ideologias semelhantes quanto a
pedirem um Estado forte, terem uma receita racional ou científica para o desenvolvimento, dependerem
ou esperarem por uma guerra ou revolução para domínio mundial, e terem origem em minorias fanáticas
extremamente ativas. Essas ideologias (pessoalmente e para meu uso, eu defino "ideologia" como uma
tese sociopolítica em adequação a um conceito peculiar de natureza humana), na ordem em que estão
citadas, decrescem em sua virulência, embora, sob objetos diferentes, a agressividade do comunismo e
do nazismo se eqüivalham.

Um movimento forte pede outro igualmente forte ou que lhe seja superior, para que seja contido; resulta
que ditaduras podem nascer como antíteses umas às outras. O nazismo surgiu em oposição ao
comunismo e a ditadura de Vargas, no Brasil, e também o governo militar na década de sessenta e
setenta surgiram em oposição aos progressivamente fortalecidos integralismo e comunismo.

O comunismo difere das outras ideologias citadas porque pressupõe uma terra arrasada sobre a qual
edificará um novo regime e um novo Estado, enquanto as que a ele se opõem, ao contrário e obviamente,
adotam valores como tradição, família, propriedade e, no caso do nazismo, a raça. Quanto ao mais, todas
têm em comum alguns aspectos principais como:
1. Um corpo oficial de doutrinas que abarca todos os aspectos da vida individual e social na pretensão de
criar um estágio final e perfeito da humanidade; bem como na conquista do mundo tendo em vista uma
sociedade nova.

2. Um partido político conduzido por um líder autoritário, que supostamente reúne a elite social e os
intelectuais (jornalistas, escritores, cineastas, compositores musicais), os quais sistematizam em planos a
ação política e se encarregam da formulação e divulgação do apelo passional ideológico.

3. Um sistema repressivo secreto baseado no terror, montado para identificar e eliminar indivíduos e
movimentos dissidentes.

4. Envolvimento político das forças armadas mediante infiltração de agentes, doutrinação do partido,
concessão de privilégios e centralização absoluta do comando. Monopólio quase total de todos os
instrumentos de luta armada.

5. Controle de todas as formas de expressão e comunicação, desde as artísticas e públicas até os


simples contactos particulares interpessoais.

6. Controle centralizado do trabalho e da produção pela politização das entidades corporativas;


planejamento rigidamente centralizado da economia através de planos de produção e destinação de
bens.

Origem e características do nazismo


A ameaça de internacionalização do comunismo após a revolução russa de 1917 foi responsável pelo
surgimento de governos fortes, ditatoriais ou não, em praticamente todos os países mais adiantados.
Enquanto em alguns ocorreu apenas um endurecimento quanto a grupos ativistas socialistas, em outros
instalaram-se ditaduras cujas ideologias ou se opunham frontalmente às propostas comunistas, ou
buscavam neutralizá-las com medidas de segurança nacional no bojo de um projeto político com forte
apelo às massas (o fascismo de Mussolini, o justicialismo de Peron, o sindicalismo de Vargas). O nazismo
foi uma proposta de oposição frontal.

O Nacional Socialismo, em alemão Nationalsozialismus, ou Nazismus, foi um movimento totalitário


triunfante na Alemanha, em muitos aspectos parecido com o Fascismo italiano, porém mais extremado
tanto como ideologia quanto na ação política.

Filosoficamente foi um movimento dentro da tradição de romantismo político, hostil ao racionalismo e aos
princípios humanistas que fundamentam a democracia. Com ênfase no instinto e no passado histórico,
afirmava a desigualdade dos homens e das raças, os direitos de indivíduos excepcionais acima das
normas e das leis universais, o direito dos fortes governarem os fracos, invocando as leis da natureza e
da ciência que pareciam operar independentemente de todos os conceitos do bem e do mal. Demandava
a obediência cega e incondicional dos subordinados aos seus líderes. Apesar de ter sido um movimento
profundamente revolucionário, buscou conciliar a ideologia nacionalista conservadora com sua doutrina
social radical.

O partido nasceu na Alemanha em 1919 e foi liderado por Adolf Hitler a partir de 1920. Seu principal
objetivo era unir o povo de ascendência alemã à sua pátria histórica, mediante sublevações sob a
fachada falsa de "autodeterminação". Uma vez reunida, a raça alemã superior, ou Herrenvolk, governaria
os povos subjugados, com eficiência e a dureza requerida conforme seu grau de civilização.

Figuras intelectuais como o conde de Gobineau, o compositor Richard Wagner, e o escritor Houston
Stewart Chamberlain influenciaram profundamente a formulação das bases do Nacional Socialismo com
seus postulados de superioridade racial e cultural dos povos "Nórdicos" (Germânicos) sobre todas as
outras raças Européias.

Os judeus deviam ser discriminados não por sua religião mas pela "raça". O Nacional Socialismo declarou
os judeus, não importava sua educação ou desenvolvimento social, fundamentalmente diferentes e para
sempre inimigos do povo alemão.
Propaganda
As dificuldades econômicas da Alemanha e o a ameaça do comunismo que a classe média e os
industriais temiam, foi o que os líderes do partido tiveram em mente na fase de sua implantação e de sua
luta por um lugar no cenário político alemão. Para explorar esses fatores Adolf Hitler, o primeiro lider
expressivo do nazismo (em 1926 ele suplantou Gregor Strasser, que havia criado um movimento nazista
rival no norte da Alemanha) juntou a fé na missão da raça alemã aos mandamentos de um catecismo
revolucionário em seu livro Mein Kampf (1925-27), o evangelho da nova ideologia. No livro Hitler enfatiza
quais deveriam ser os objetivos práticos do partido e delineia as diretrizes para sua propaganda. Ele
salienta a importância da propaganda adequar-se ao nível intelectual dos indivíduos menos inteligentes
da massa que pretende atingir, e que ela é deve ser avaliada não pelo seu grau de verdade mas pelo
sucesso em convencer. Os veículos da propaganda seriam os mais diversos, incluindo todos os meios de
informação, eventos culturais, grupos uniformizados, insígnia do partido, tudo que pudesse criar uma
áurea de poder. Hitler escolheu a cruz suástica como emblema do nazismo, acreditam alguns de seus
biógrafos que devido ao fato de ter visto esse símbolo talhado nos quatro cantos da abadia dos
beneditinos em Lambach-am-Traum, na Áustria superior, onde ele havia estudado quando criança.

Repressão
Simultaneamente com a propaganda, o partido desenvolveu instrumentos de repressão e controle dos
oponentes. Na fase vitoriosa do partido, esses instrumentos foram o comando centralizado de todas as
forças policiais e militares, a polícia secreta e os campos de concentração. Todos os oponentes ao regime
eram declarados inimigos do povo e do Estado. Membros da família e amigos deviam ajudar na
espionagem para não serem punidos como cúmplices, o que espalhou um temor geral e coibia qualquer
crítica ao regime ou aos membros do governo. Por intimidação, a Justiça tornou-se completamente
subordinada aos interesses do partido sob a alegação de que aqueles eram interesses do povo.

Brutalidade
Um espírito de disciplina militar traduzido em um automatismo de obediência assinalado pelo
característico bater dos calcanhares impedia, entre militares e civis, a reação às ordens mais absurdas
recebidas de qualquer superior hierárquico, o que permitiu à repressão atingir um grau de brutalidade
metódica e eficiente nunca vistos. Foi decretada a eliminação não apenas dos judeus, mas de todos que
não se conformavam aos padrões de cidadania estabelecidos na doutrina, quer por inconformismo
político, quer por defeito eugênico ou falhas morais. Gabriel Marcel, em "Os homens contra o homem",
ressalta a elaborada técnica utilizada para voltar contra si mesmos os judeus, levando-os a aviltar-se e a
se odiarem, instigando entre eles disputas por alimento, em que perdiam sua dignidade.

Trajetória do nazismo
O partido nazista chegou ao poder na Alemanha em 1933 e constituiu um governo totalitário chefiado pelo
seu único líder Adolf Hitler. Nos anos entre 1938 e 1945 o partido expandiu-se com a implantação do
regime fora da Alemanha, inicialmente nos enclaves de população alemã nos países vizinhos, depois nos
países não germânicos conquistados. Como movimento de massa o Nacional Socialismo terminou em
abril de 1945, quando Hitler cometeu suicídio para evitar cair nas mãos dos soldados soviéticos que
ocuparam Berlim.

Fonte: www.cobra.pages.nom.br
Adolf Hitler

Político e governante alemão e um dos ditadores mais poderosos do século XX. Transformou a Alemanha
militarizando completamente a sua sociedade e levou o país à II Guerra Mundial. Utilizou o anti-semitismo
como pedra angular de sua propaganda e de sua política para fazer do nacional-socialismo um
movimento de massas. A maior parte da Europa e o norte da África estiveram sob o seu domínio durante
algum tempo. Foi o responsável pela execução de milhões de judeus e de indivíduos de outros povos,
considerados como seres inferiores.

Permaneceu como cabo do exército até 1920 e dedicou-se integralmente ao Partido Operário Alemão, de
tendência nacionalista, que nessa época havia sido rebatizado como Partido Operário Alemão Nacional-
socialista (nazista). Em 1921 Hitler foi eleito presidente (Führer) com poderes ditatoriais.

Em novembro de 1923, um momento de caos econômico e político, encabeçou uma revolta (putsch) em
Munique contra a República de Weimar, na qual se auto-proclamou chanceler de um novo regime
autoritário. Condenado a cinco anos de prisão como líder do golpe de Estado, concentrou-se na redação
de sua autobiografia: Mein Kampf (Minha Luta). Durante a crise econômica de 1929 conseguiu atrair o
voto de milhões de cidadãos prometendo reconstruir uma Alemanha forte. Foi nomeado chanceler em
janeiro de 1933.

As autoridades nazistas tomaram o controle da economia, dos meios de comunicação e de todas as


atividades culturais. Hitler contava com a Gestapo e com as prisões e campos de concentração para
intimidar seus opositores, embora a maioria dos alemães o aprovasse com entusiasmo.
Determinado a empreender a criação de seu império, enviou tropas à Renânia, uma região
desmilitarizada, em 1936; anexou a Áustria e os Sudetos (1938); assinou o pacto de neutralidade
germano-soviético, e atacou a Polônia em setembro de 1939, o que foi o estopim da II Guerra Mundial.

Com o passar do tempo a derrota foi se tornando inevitável. Em 1944, um grupo de oficiais tramou uma
conspiração para assassiná-lo mas o plano fracassou. Finalmente, deixando atrás de si uma Alemanha
invadida e derrotada, suicidou-se em seu bunker de Berlim, em 30 de abril de 1945.

Fonte: www.fascismo8.hpg.ig.com.br

Adolf Hitler

Adolf Hitler (Braunau am Inn, Áustria, 20 de abril de 1889 — Berlim, 30 de abril de 1945) foi o líder do
Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, o NSDAP (Nationalsozialistische Deutsche
Arbeiterpartei - também conhecido por Nazi por oposição aos sociais-democratas, os Sozi), chanceler e,
posteriormente, ditador alemão. Era filho de um funcionário de alfândega de uma pequena cidade
fronteiriça da Áustria com a Alemanha.

As suas teses racistas e anti-semitas e os seus objectivos para a Alemanha ficaram patentes no seu livro
de 1924, Mein Kampf (Minha luta). No período da sua ditadura os judeus e outros grupos minoritários
considerados "indesejados", como ciganos, negros, homossexuais, deficientes físicos e mentais,
Testemunhas de Jeová, foram perseguidos e exterminados no que se convencionou chamar de
Holocausto. Hitler seria derrotado apenas pela intervenção externa dos países aliados no prosseguimento
da Segunda Guerra Mundial, que acarretou a morte de um total estimado de 50 milhões de pessoas.
Cometeu suicídio no seu Quartel-General (o Führerbunker), em Berlim, a 30 de abril de 1945, com o
Exército Soviético a poucos quarteirões de distância. Hitler era canhoto (ou ambidestro segundo algumas
fontes), sofria de fotofobia, era vegetariano, abstémio e falava um alemão com sotaque típico dos
subúrbios de Viena (Wiener Vorstadtdialekt).
Relata Wilhelm Keitel, que Hitler não suportava que fumassem em sua presença, tinha raiva de cavalos e
considerava a caça uma matança da fauna inocente. Embora reforce que Hitler era abstêmio, afirma que
uma única vez o viu beber uma copo de cerveja, no dia em que ele visitou Praga, após sua conquista.

A despeito de toda a maldade que manifestou, Hitler era uma pessoa polida e cordial no trato particular,
quase paternal, a confiar na narrativa de Traudl Junge, sua secretária. Quando de suas visitas a Munique,
Hitler gostava de se reunir com seus camaradas no Restaurante Osteria Bavária, na Shellingstrasse,
sempre pedindo um ravioli e água mineral Fachinger ou Apollinaris, como sobremesa, não dispensava
uma torta de maçã

Hitler guardou sempre segredo sobre o período inicial da sua vida desde o nascimento até à entrada na
política, a seguir à Primeira Guerra Mundial. "Vocês não podem saber de onde e de que família eu venho"
disse ele, em 1930, a opositores políticos (citado por Christian von Krockow). No verão de 1938, pouco
depois da anexação da Áustria, Hitler ordenou a evacuação e destruição da aldeia de onde provinham os
seus pais e avós, para ali instalar um campo de treino militar. Hitler envergonhava-se manifestamente das
suas origens humildes e cristãs. Parece não ter feito nada de relevante até ao momento em que iniciou a
sua vida militar. As suas declarações em "Mein Kampf", sobre a sua infância, serviram sobretudo para
promoção pessoal e são, por isso, pouco confiáveis.

Infância e juventude em Linz


Adolf Hitler quando criança.Adolf Hitler nasceu a 20 de Abril de 1889 em Braunau-am-Inn, uma pequena
cidade perto de Linz, na província da Alta-Áustria, próximo da fronteira alemã, e que nesta época fazia
parte da Áustria-Hungria.

O seu pai, Alois Hitler (1837 - 1903), que nascera como filho ilegítimo, era funcionário da alfândega. Até
aos seus 40 anos, o pai de Hitler, Alois, usou o sobrenome da sua mãe, Schicklgruber. Em 1876, passou
a empregar o nome do seu pai adotivo, Johann Georg Hiedler, cujo nome terá sido alterado para "Hitler"
por erro de um escrivão, depois de ter feito diligências junto de um sacerdote responsável pelos registros
de nascimento para que fosse declarada a paternidade, já depois da morte do seu padrasto. Adolf Hitler
chegou a ser acusado, depois, por inimigos políticos de não ser um Hitler mas sim um Schicklgruber. A
própria propaganda dos aliados fez uso desta acusação ao lançar vários panfletos sobre diversas cidades
alemãs com a frase "Heil Schicklgruber" - ainda que estivesse relacionado, de fato, aos Hiedler por parte
da sua mãe.

A mãe de Hitler, Klara Hitler (o nome de solteira era Klara Polzl), era prima em segundo grau do seu pai.
Este trouxera-a para sua casa para tomar conta dos seus filhos, enquanto a sua outra mulher, doente e
prestes a morrer, era cuidada por outra pessoa. Depois da morte desta, Alois casou-se, pela terceira vez,
com Klara, depois de ter esperado meses por uma permissão especial da Igreja Católica que foi
concedida exatamente quando Klara já se mostrava visivelmente grávida. No total, Klara teve seis filhos
de Alois. No entanto, apenas Adolf, o segundo, e sua irmã mais nova, Paula, sobreviveram à infância.

Adolf era um rapaz inteligente mas mal humorado. Foi reprovado por duas vezes no exame de admissão
à escola secundária de Linz. Ali, começou a acalentar idéias pangermânicas, fortalecidas pelas leituras
que o seu professor Leopold Poetsch, um anti-semita bastante admirado pelo jovem Hitler, lhe
recomendou vivamente.

Hitler era devotado à sua complacente mãe e, presumivelmente, não gostava do pai, que apreciava a
disciplina e o educava severamente, além de não compartilharem muitas ideias políticas. Em "Mein
Kampf", Hitler é respeitoso para com a figura de seu pai, mas não deixa de referir discussões
irreconciliáveis que teve com ele acerca da sua firme decisão em se tornar artista. De facto, interessou-se
por pintura e arquitectura. O pai opunha-se firmemente a tais planos, preferindo que o filho fizesse
carreira na função pública.

Em Janeiro de 1903 morreu Alois Hitler, vítima de alcoolismo, numa taberna. Em Dezembro de 1907
morreu Klara, de cancro, o que o terá afectado sensivelmente.

Viena
Com 19 anos de idade, Adolf era órfão e em breve partiu para Viena, onde tinha uma vaga esperança de
se tornar um artista. Tinha, então, direito a um subsídio para órfãos, que acabaria por perder aos 21 anos,
em 1910.
Em 1907 fez exames de admissão à academia das artes de Viena, sem êxito. Nos anos seguintes
permaneceu em Viena sem um emprego fixo, vivendo inicialmente do subsídio do apoio financeiro de sua
tia Johanna Pölzl, de quem recebeu herança. Chegou mesmo a pernoitar num asilo para mendigos na
zona de Meidling no outono de 1909. Os outros mendigos deram-lhe a alcunha de "Ohm Krüger"
(segundo o historiador Sebastian Haffner). Teve depois a ideia de copiar postais e pintar paisagens de
Viena - uma ocupação com a qual conseguiu financiar o aluguel de um apartamento, na
Meldemannstrasse. Pintava cenas copiadas de postais e vendia-as a mercadores, simplesmente para
ganhar dinheiro, não considerando as suas pinturas uma forma de arte. Ao contrário do mito popular, fez
uma boa vida como pintor, ganhando mais dinheiro do que se tivesse um emprego regular como
empregado bancário ou professor do liceu, e tendo de trabalhar menos horas. Durante o seu tempo livre
ele frequentava a ópera de Viena, especialmente para assistir a óperas relacionadas com a mitologia
nórdica, de Richard Wagner, e cujas produções viria, mais tarde, a financiar, como meio de exaltação do
nacionalismo germânico. Muito de seu tempo era dedicado à leitura.

Foi em Viena que Hitler se começou a perfilar como um ativo anti-semita, particularidade que governaria a
sua vida e que foi a chave das suas ações subsequentes. O anti-semitismo estava profundamente
enraizado na cultura católica do sul da Alemanha e na Áustria, onde Hitler cresceu. Viena tinha uma larga
comunidade judaica, incluindo muitos Judeus Ortodoxos da Europa de Leste. Hitler tomou aí contato com
os judeus ortodoxos, que, ao contrário dos judeus de Linz, distinguiam-se pelas suas vestes. Intrigado,
procurou informar-se sobre os judeus através da leitura, tendo comprado em Viena os primeiros panfletos
abertamente anti-semitas que leu na vida, como relata em Mein Kampf.

Em Viena, o Anti-semitismo tinha-se desenvolvido das suas origens religiosas numa doutrina política,
promovida por pessoas como Jörg Lanz von Liebenfels, cujos panfletos foram lidos por Hitler; políticos
como Karl Lueger, o presidente da câmara de Viena, e Georg Ritter von Schönerer, fundador do partido
Pan-Germânico. Deles, Hitler adquiriu a crença na superioridade da "Raça Ariana" que formava a base
das suas visões políticas e na inimizade natural dos judeus em relação aos "arianos", responsabilizando-
os pelos problemas económicos alemães.

Como Hitler relata em Mein Kampf, foi também em Viena que tomou contato com a doutrina Marxista,
tendo "aprendido a lidar com a dialéctica deles", na discussão com marxistas, "incorporando-a para os
meus fins".

Munique, a Primeira Guerra Mundial


Em Maio de 1913, recebeu uma pequena herança do seu pai e mudou-se para Munique. Como
escreveria mais tarde em "Mein Kampf", sempre desejara viver numa cidade alemã, talvez de acordo com
o seu desejo de se afastar do império multi-étnico Austro-Húngaro e viver num país "racialmente" mais
homogéneo. Em Munique interessou-se, especialmente por arquitectura e pelos escritos de Houston
Stewart Chamberlain. Ao mudar-se, fugia, também, ao serviço militar no exército Austro-Húngaro, que o
capturou pouco depois e o submeteu a um exame físico (pelo qual ficamos a saber que mediria 1,73 m).
Foi considerado inapto para o serviço militar e permitiram-lhe que regressasse a Munique, onde
prosseguiu a sua actividade de pintor, vendendo por vezes os seus quadros pela rua..

Mas em Agosto de 1914, quando a Alemanha entrou na Primeira Guerra Mundial, alistou-se
imediatamente no exército bávaro. Serviu na França e Bélgica como mensageiro, uma posição muito
perigosa, que envolvia exposição a fogo inimigo, em vez da proteção proporcionada por uma trincheira. A
folha de serviço de Hitler foi exemplar mas nunca foi promovido além de cabo, por razões que se
desconhecem, o que seria considerado mais uma humilhação na sua vida. O seu cargo, num lugar baixo
da hierarquia militar, reflectia a sua posição na sociedade quando entrou para o exército. Não estava
autorizado a comandar qualquer agrupamento de soldados, por mais pequeno que fosse. Foi
condecorado duas vezes por coragem em acção. A primeira medalha que recebeu foi a Cruz de Ferro de
Segunda Classe em Dezembro de 1914. Depois, em Agosto de 1918, recebeu a Cruz de Ferro de
Primeira Classe, uma distinção raramente atribuída a não oficiais, até porque Hitler não podia ascender a
uma graduação superior, já que não era cidadão alemão. Em Outubro de 1916, no norte de França, Hitler
foi ferido numa perna, mas regressou à frente em Março de 1917. Recebeu a Das Verwundetenabzeichen
(condecoração por ferimentos de guerra) nesse mesmo ano, já que a ferida era resultado directo da
exposição ao fogo inimigo.

Durante a guerra, Hitler desenvolveu um patriotismo alemão apaixonado, apesar de não ser cidadão
Alemão: um detalhe que não rectificaria antes de 1932. Ficou chocado pela capitulação da Alemanha de
Novembro de 1918, sustentando a idéia de que o exército alemão não tinha sido, de facto, derrotado.
Como muitos nacionalistas alemães, culpou os políticos civis (os "criminosos de Novembro") pela
capitulação.
Após a Primeira Guerra Mundial, Hitler permaneceu no exército, agora activo na supressão de revoltas
socialistas que surgiam pela Alemanha, incluindo Munique, aonde Hitler regressou em 1919.

Recebendo um salário baixo, Hitler continuou ligado ao exército. Fez parte dos cursos de "pensamento
nacional" organizados pelos departamentos da Educação e propaganda (Dept Ib/P) do grupo da
Reichswehr da Baviera, Quartel-general número 4 sob o comando do capitão Mayr. Um dos principais
objectivos deste grupo foi o de criar um bode expiatório para os resultados da Guerra e a derrota da
Alemanha. Este bode expiatório foi encontrado no "judaísmo internacional", nos comunistas, e nos
políticos de todos os sectores.

Para Hitler, que tinha vivido os horrores da guerra, a questão da culpa era essencial. Já influenciado pela
ideologia anti-semita, acreditava avidamente na responsabilidade dos judeus, tornando-se em breve num
divulgador eficiente da propaganda concebida por Mayr e seus superiores. Em Julho de 1919, Hitler,
devido à sua inteligência e dotes oratórios, foi nomeado líder e elemento de ligação (V-Mann) do
"comando de esclarecimento" com o objectivo de influenciar outros soldados com as mesmas idéias.

Cartão de Adolf Hitler de membro do Partido Alemão dos Trabalhadores. Hitler pretendia criar o seu
próprio partido mas os seus superiores no exército (Reichswehr) ordenaram-no a se infiltrar num partido
já existente.Foi, então, designado pelo quartel-general para se infiltrar num pequeno partido nacionalista,
o Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP). Hitler aderiu ao partido recebendo o número de membro 555
(a numeração começara em 500, por orientação de Hitler, para dar a impressão de que o partido tinha
uma dimensão maior do que a verdadeira,) em Setembro de 1919. Foi aqui que Hitler conheceu entre
outros, Dietrich Eckart, um anti-semita e um dos primeiros membros do partido. Tornou-se rapidamente
chefe do partido.

No mesmo mês (Setembro de 1919), Hitler escreveu aquele que é geralmente tido como o seu primeiro
texto anti-semita, um "relatório sobre o Anti-Semitismo" requerido por Mayr para Adolf Gemlich, que
participara nos mesmos "cursos educacionais" em que Hitler havia participado. Neste relatório ao seu
superior, Hitler fez a apologia de um "Anti-semitismo racional" que não recorreria aos pogroms, mas que
"lutaria de forma legal para remover os privilégios gozados pelos judeus em relação a outros estrangeiros
vivendo entre nós. O seu objectivo final, no entanto, deverá ser a remoção irrevogável dos próprios
judeus".

Certamente todos compreenderam, na altura, que Hitler apelava à expulsão forçada. Se o próprio Hitler
assim o entendeu é menos claro, tendo em conta o genocídio que Hitler ordenaria 22 anos depois.

Hitler não seria liberado do exército antes de 1920. A partir dessa data, começou a participar plenamente
nas actividades do partido. Em breve se tornaria líder do partido e mudou o seu nome para
Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei - NSDAP (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores
Alemães), normalmente conhecido como partido Nazi, ou Nazista, que vem das palavras "National
Sozialistische", em contraste com os Sozi, um termo usado para descrever os sociais democratas. O
partido adoptou a suástica (supostamente um símbolo do "Arianismo") e a saudação romana, também
usada pelos fascistas italianos.

Hitler como soldado em 1916Serviu-se, depois, do apoio da Sturmabteilung (SA), uma milícia paramilitar
de homens, identificados com camisas castanhas, que vagueavam pelas ruas atacando esquerdistas e
minorias religiosas e gritando slogans de propaganda, que criou em 1921, para criar um ambiente de
apoio popular. Por volta de 1923 conheceu Julius Streicher, o editor de um jornal violentamente anti-
semita chamado Der Stürmer, que apoiaria a sua propaganda de promoção pessoal e de ódio anti-semita.

O partido Nazi era nesta altura constituído por um pequeno número de extremistas de Munique. Mas
Hitler, em breve, descobriu que tinha dois talentos: o da oratória pública e o de inspirar lealdade pessoal.
A sua oratória de esquina, atacando os judeus, os socialistas e os liberais, os capitalistas e os
comunistas, começou a atrair simpatizantes. Alguns dos seguidores desde o início foram Rudolf Hess,
Hermann Göring, e Ernst Röhm, o líder da SA. Outro admirador foi o Marechal de campo Erich
Ludendorff.

O putsch da Cervejaria
Hitler decidiu usar Ludendorff, em 1923, como testa de ferro numa tentativa de tomada do poder em
Munique, a capital da Baviera, que na época gozava, bem como no Império Alemão, de certa autonomia
política. O seu objectivo era imitar a famosa Marcha sobre Roma de Benito Mussolini, com uma Marcha
sobre Berlim - mas o golpe, falhado, tornar-se-ia conhecido pelo nome de Putsch da Cervejaria. Hitler e
Ludendorff conseguiram o apoio clandestino de Gustav von Kahr, o governador, de facto, da Baviera, de
várias personalidades de destaque do exército alemão (Reichswehr) e da própria autoridade policial.
Como pode ser verificado através de pósteres políticos da época, Luddendorff, Hitler, vários militares e os
dirigentes da polícia bávara tinham como objectivo a formação de um novo governo.

Contudo, a 8 de Novembro de 1923, Kahr e alguns oficiais recuaram na sua posição e negaram-lhe apoio
na cervejaria de Bürgerbräu. Hitler, supreendido, mandou detê-los, ao mesmo tempo que decidiu
prosseguir com o golpe de estado. Sem o conhecimento de Hitler, Kahr e os outros ex-apoiantes foram
libertos por ordem de Ludendorff, sob o compromisso de não interferirem. Contudo, procederam aos
esforços necessários para frustrar o golpe. De manhã, enquanto os Nazis marchavam da cervejaria até à
sede do Ministério de Guerra Bávaro, para derrubar o que consideravam ser o governo traidor da Baviera,
de modo a iniciar a "Marcha sobre Berlim," o exército procedeu rapidamente à sua dispersão. Ludendorff
ficou ferido e vários Nazis foram mortos.

Hitler fugiu para a casa de Ernst Hanfstaengl e pensou seriamente em suicidar-se. Foi, então, preso por
alta traição e, temendo que alguns membros "esquerdistas" do partido pudessem tentar apoderar-se da
liderança do partido durante a sua prisão, Hitler rapidamente nomeou Alfred Rosenberg e, depois, Gregor
Strasser como líderes temporários do partido. Ao contrário do que podia prever, encontrou-se, durante a
sua prisão, num ambiente receptivo às suas ideias. Durante o julgamento, em Abril de 1924, os
magistrados responsáveis pelo caso conseguiram que Hitler transformasse esta derrota provisória numa
proeza de propaganda. Foi-lhe concedida a possibilidade de se defender quase sem qualquer restrição de
tempo, perante o tribunal e um vasto público que rapidamente se exaltou perante o seu discurso, baseado
num forte sentimento nacionalista. Foi condenado a cinco anos de prisão na prisão de Landsberg, pelo
crime de conspiração com intuito de traição. Na prisão, além de tratamento preferencial, teve a
oportunidade de verificar a sua popularidade pelas cartas que recebia de diversos apoiantes.

A obra de Hitler: Mein Kampf

A edição francesa de Mein KampfHitler usou o seu julgamento como uma oportunidade de espalhar a sua
mensagem por toda a Alemanha. Em Abril de 1924 ele foi condenado a 5 anos de prisão (acabaria por ser
anistiado passados pouco mais de 6 meses) no estabelecimento prisional de Landsberg. Ali, ele ditou um
livro chamado "Mein Kampf" (Minha Luta) ao seu fiel ajudante Rudolf Hess. O livro foi escrito entre 1923 e
1924 na prisão e mais tarde numa taverna.

Ler o Mein Kampf é como ouvir Hitler falar longamente sobre a sua juventude, os primeiros dias do partido
nazi, planos futuros para a Alemanha e ideia sobre política e raça. O título originalmente escolhido por
Hitler era "Quatro anos e meio de luta contra mentiras, estupidez e cobardice". O seu editor nazi
aconselhou-o a encurtar para "Mein Kampf", simplesmente a minha luta ou a minha batalha.

Na sua escrita, Hitler anunciou o seu ódio contra aquilo que ele via como os dois males gémeos do
mundo: Comunismo e Judaísmo, e declarou que o seu objectivo era erradicar ambos da face da terra. Ele
anunciou que a Alemanha necessitava de obter novo terreno que chamou de "Lebensraum" (espaço vital)
que iria nutrir apropriadamente o "destino histórico" do povo Alemão; este objectivo explica porque Hitler
invadiu a Europa, a Leste e a Oeste, antes de lançar o ataque contra a Rússia. Hitler apresentou-se em
Mein Kampf como o "Übermensch", ou "Sobrehomem", de que falava Friedrich Nietzsche nos seus
escritos, especialmente no seu livro, 'Assim falou Zaratustra'. Uma vez que Hitler culpava o presente
governo parlamentar por muitos dos males pelos quais ele se encolerizava, ele anunciou que iria destruir
completamente esse tipo de governo. É em Mein Kampf que se pode descobrir a verdadeira natureza do
caracter de Hitler. Ele divide os humanos com base em atributos físicos. Hitler afirma que os "arianos"
alemães de cabelo loiro e olhos azuis estavam no topo da hierarquia, e confere o fundo da pirâmide aos
judeus, polacos, russos, checos e ciganos. Segundo ele, aqueles povos beneficiam pela aprendizagem
com os superiores arianos. Hitler também afirma que os judeus estão a conspirar para evitar que a raça
ariana se imponha ao Mundo como é seu direito, ao diluir a sua pureza racial e cultural e ao convencer os
Arianos a acreditar na igualdade em vez da superioridade e inferioridade. Ele descreve a luta pela
dominação do mundo como uma batalha racial, cultural e política em curso entre arianos e judeus. A
suposta luta pela dominação mundial entre estas duas etnias foi aceita pela população quando Hitler
chegou ao poder.

Ascensão ao poder
Após sua prisão devido ao comando do Putsch da Cervejaria Hitler foi considerado relativamente
inofensivo e anistiado, sendo libertado da prisão em Dezembro de 1924. Por este tempo, o partido nazista
mal existia e Hitler necessitaria de um grande esforço para o reconstruir.

Nestes anos, ele fundou um grupo que mais tarde se tornaria um dos seus instrumentos fundamentais na
persecução dos seus objectivos. Uma vez que o Sturmabteilung ("Tropas de choque" ou SA), de Röhm,
não eram confiáveis, e formavam uma base separada de poder dentro do partido, ele estabeleceu uma
guarda de sua defesa pessoal, a Schutzstaffel ("Unidade de Proteção" ou SS). Esta elite de tropas em
uniforme preto seria comandada por Heinrich Himmler, que se tornaria no principal executor dos seus
planos relativamente à "Questão Judia" durante a Segunda Guerra Mundial.

Criou também numerosas organizações de filiação (Juventudes Hitleristas, associações de mulheres,


etc.). O Partido nazi teve em 1929 uma progressão semelhante à do partido fascista de Benito Mussolini,
beneficiando-se do mal-estar económico, político e social decorrente da derrota de 1918 e, depois, da
crise de 1929.

Um elemento vital do apelo de Hitler era o sentimento de orgulho nacional ofendido pelo Tratado de
Versalhes imposto ao Império Alemão pelos aliados. O Império Alemão perdeu território para a França,
Polónia, Bélgica e Dinamarca e teve de admitir a responsabilidade única pela guerra, desistir das suas
colónias e da sua marinha e pagar uma grande soma em reparações de guerra, um total de $6.600.000
(32 biliões de marcos). Uma vez que a maioria dos alemães não acreditava que o Império Alemão tivesse
começado a guerra e não acreditava que havia sido derrotado, eles ressentiam-se destes termos
amargamente. Apesar das tentativas iniciais do partido de ganhar votos culpabilizando o "judaísmo
internacional" por todas estas humilhações não terem sido particularmente bem sucedidas com o
eleitorado, a máquina do partido aprendeu rapidamente e em breve criou propaganda mais subtil - que
combinava o Anti-semitismo com um ardente ataque aos falhanços do "sistema Weimar" (a República de
Weimar) e os partidos que o suportavam. Esta estratégia começou a dar resultados.

Benito Mussolini e Hitler em visita a Iugoslávia ocupadaUma propaganda demagógica, que explorava
habilmente essas frustrações e o sentimento anti-semita generalizado da sociedade alemã da época,
apresentando os judeus como bode expiatório dos problemas sociais, permitiu aos nazistas implantarem-
se na classe média e entre os operários, ao mesmo tempo em que o abandono do programa social inicial
lhes trazia o apoio da classe dirigente e dos meios industriais.

O ponto de viragem em benefício de Hitler veio com a Grande Depressão que atingiu a Alemanha em
1930. O regime democrático estabelecido na Alemanha em 1919, a chamada República de Weimar,
nunca tinha sido genuinamente aceita pelos conservadores e tinha a oposição aberta dos fascistas.

Os sociais democratas e os partidos tradicionais de centro e direita eram incapazes de lidar com o choque
da depressão e estavam envolvidos no sistema de Weimar. As eleições de Setembro de 1930 foram uma
vitória para o partido Nazi, que de repente se levantou da obscuridade para ganhar mais de 18% dos
votos e 107 lugares no "Reichstag" (parlamento alemão), tornando-se o segundo maior partido. A sua
subida foi ajudada pelo império de mídia controlado por Alfred Hugenberg, de direita.

Hitler ganhou sobretudo votos entre a classe média alemã, que tinha sido atingida pela inflação dos anos
20 e o desemprego oriundo da grande depressão. Agricultores e veteranos de guerra foram outros grupos
que apoiaram em especial os nazistas. As classes trabalhadoras urbanas ignoraram geralmente os apelos
de Hitler, em especial nas cidades de Berlim e Bacia do Ruhr (norte da Alemanha protestante) eram
particularmente hostis.

A eleição de 1930 foi um desastre para o governo de centro-direita de Heinrich Brüning, que estava agora
impossibilitado de obter qualquer maioria no Reichstag, e teve de contar com a tolerância dos sociais
democratas (esquerda) e o uso de poderes presidenciais de emergência para permanecer no poder. Com
as medidas de austeridade de Brüning mostrando pouco sucesso face aos efeitos da depressão, o
governo teve receio das eleições presidenciais de 1932 e procurou obter o apoio dos nazis para a
extensão do termo presidencial de Paul von Hindenburg, mas Hitler recusou qualquer acordo, e acabou
por competir com Hindenburg na eleição presidencial, obtendo o segundo lugar na primeira e segunda
fases da eleição, e obtendo mais de 35% dos votos na segunda fase, em Abril, apesar das tentativas do
ministro do interior Wilhelm Gröner e do governo social-democrata prussiano para restringir as atividades
públicas nazistas, incluindo notoriamente a proibição das SA.

Os embaraços da eleição puseram fim à tolerância de Hindenburg para com Brüning, e o velho Marechal
de Campo demitiu o governo, nomeando um novo governo sob o comando do reacionário Franz von
Papen, que imediatamente revogou a proibição das SA e convocou novas eleições do Reichstag.

Nas eleições de Julho de 1932, os nazistas tiveram o seu melhor resultado até então, obtendo 230
lugares no Parlamento e tornando-se o maior partido alemão. Uma vez que nazistas e comunistas
detinham a maioria do Reichstag, a formação de um governo estável de partidos do centro era impossível
e no seguimento do voto de desconfiança no governo Papen, apoiado por 84% dos deputados, o
parlamento recém-eleito foi dissolvido e foram convocadas novas eleições.

Papen e o Partido do Centro tentaram agora abrir negociações assegurando a participação no governo,
mas Hitler fez grandes exigências, incluindo o posto de Chanceler e o acordo do presidente para poder
usar poderes de emergência de acordo com o artigo 48 da Constituição de Weimar. Este falhanço em
formar um governo, juntamente com os esforços dos Nazis de ganhar o apoio da classe trabalhadora,
alienaram parte do apoio de prévios votantes, de modo que nas eleições de Novembro de 1931, o partido
nazista perdeu votos, apesar de se manter como o maior partido do Reichstag.

Uma vez que Papen falhara na sua tentativa de assegurar uma maioria através da negociação e trazer os
nazistas para o governo, Hindenburg demitiu-o e nomeou para o seu lugar o General Kurt von Schleicher,
desde há muito uma figura influente e que recentemente ocupava o cargo de Ministro da Defesa, que
prometeu assegurar um governo maioritário com negociações quer com os sindicatos sociais democratas
quer com os dissidentes da facção nazi liderada por Gregor Strasser.

Enquanto Schleicher procurava realizar a sua difícil missão, Papen e Alfred Hugenberg, que era também
presidente do partido nacional do povo alemão (DNVP), o maior partido de direita da Alemanha antes da
ascensão de Hitler, conspiravam agora para convencer Hindenburg a nomear Hitler Chanceler numa
coligação com o DNVP, prometendo que eles o iriam controlar. Quando Schleicher foi forçado a admitir o
falhanço dos seus esforços, e pediu a Hindenburg para dissolver novamente o Reichstag, Hindenburg
demitiu-o e colocou o plano de Papen em execução, nomeando Hitler Chanceler com Papen como Vice-
Chanceler e Hugenberg como Ministro das Finanças, num gabinete que ainda só incluía três Nazis -
Hitler, Göring e Wilhelm Frick. A 30 de Janeiro de 1933, Adolf Hitler prestou juramento oficial como
Chanceler na Câmara do Reichstag, perante o aplauso de milhares de simpatizantes nazistas.

Mas Hitler ainda não tinha cativado definitivamente a nação. Ele foi feito Chanceler numa designação
legal pelo presidente Hindenburg, o que foi uma ironia da história, uma vez que os partidos do centro
tinham apoiado o presidente Hindenburg por ele ser a única alternativa viável a Hitler, não prevendo que
seria Hindenburg que iria trazer o fim da República.

Mas nem o próprio Hitler nem o seu partido obtiveram alguma vez uma maioria absoluta. Nas últimas
eleições livres, os nazis obtiveram 33% dos votos, ganhando 196 lugares em 584. Mesmo nas eleições de
Março de 1933, que tiveram lugar após o terror e violência terem varrido o Estado, os nazis obtiveram
44% dos votos. O partido obteve o controle de uma maioria de lugares no Reichstag através de uma
coligação formal com o DNVP. No fim, os votos adicionais necessários para propugnar a lei de aprovação
do governo, que deu a Hitler a autoridade ditatorial, foram assegurados pelos nazistas pela expulsão de
deputados comunistas e intimidando ministros dos partidos do centro. Numa série de decretos que se
seguiram pouco depois, outros partidos foram suprimidos e toda a oposição foi proibida. Em poucos
meses, Hitler tinha adquirido o controle autoritário do país e enterrou definitivamente os últimos vestígios
de democracia.

Regime Nazi
1 de Abril de 1933 - Os Nazis, recém-eleitos, organizam sob a batuta de Julius Streicher um boicote de
um dia a todos as lojas e negócios pertencentes a Judeus na Alemanha, uma premonição do Holocausto.
Neste cartaz afixado por um membro da milícia para-militar SA (os camisas castanhas{ou pardas}), lê-se
a seguinte propaganda Anti-semita: Alemães, defendam-se! Não comprem aos judeus!Após ter
assegurado o poder político sem ter ganho o apoio da maioria dos Alemães, Hitler tratou de o conseguir, e
na verdade, Hitler permaneceu fortemente popular até ao fim do seu regime. Com a sua oratória e com
todos os meios de comunicação alemães sob o controlo do seu chefe de propaganda, o Dr. Joseph
Goebbels, ele conseguiu convencer a maioria dos Alemães de que ele era o salvador da Depressão, dos
Comunistas, do tratado de Versalhes, e dos judeus.

Para todos aqueles que não ficaram convencidos, as SA, a SS e Gestapo (Polícia secreta do Estado)
tinham mãos livres, e milhares desapareceram em campos de concentração como o Campo de
Concentração de Dachau, perto de Munique, criado em 1933, o primeiro de todos e um modelo para os
demais. Muitos milhares de pessoas emigraram, incluindo cerca da metade dos Judeus, que fugiram
sobretudo para a Inglaterra, Israel (na época chamada de Palestina, sob domínio Inglês) e EUA.

Na noite de 29 para 30 de Junho de 1934, a chamada "Noite das facas longas", Hitler autorizou a acção
contra Röhm, o líder das SA, que acabaria por ser assassinado. Himmler tinha conspirado contra Röhm,
apresentando a Hitler "provas" manipuladas de que Röhm planeava o assassínio de Hitler.

A 2 de Agosto de 1934, Hindenburg morre. Hitler apodera-se do seu lugar, fundindo as funções de
Presidente e de Chanceler, passando a se auto-intitular de Líder (Führer) da Alemanha e requerendo um
juramento de lealdade a cada membro das forças armadas. Esta fusão dos cargos, aprovada pelo
parlamento poucas horas depois da morte de Hindenburg, foi mais tarde confirmada pela maioria de
89.9% do eleitorado no plebiscito de 19 de Agosto de 1934.

Os judeus que até então não tinham emigrado iriam em breve se arrepender da sua hesitação. Com as
Leis de Nuremberga de 1935, eles perderam o seu estatuto de cidadãos alemães e foram banidos de
quaisquer lugares na função pública, de exercer profissões ou de tomar parte na actividade económica.
Foram acrescidamente sujeitos a uma nova e violenta onda de propaganda difamatória. Poucos não-
judeus alemães objectaram estas medidas. As Igrejas Cristãs, elas próprias impregnadas de séculos de
Anti-semitismo, permaneceram silenciosas. Estas restrições foram mais tarde apertadas mais
estrictamente, particularmente após a operação anti-semita de 1938 conhecida como Kristallnacht (Noite
dos Cristais).

A partir de 1941, os Judeus foram obrigados a usar a estrela amarela em público. Entre Novembro de
1938 e Setembro de 1939, mais de 180.000 judeus fugiram da Alemanha; os Nazis confiscaram toda a
propriedade que ficara para trás.

Economia
Nesta altura, sob o controle ditatorial, Hitler deu início a grandes mudanças econômicas. Há uma certa
controvérsia sobre os aspectos econômicos do governo de Hitler, pois nem todas as suas medidas foram
saudáveis a médio e longo prazo. As políticas econômicas do governo de Bruning, cautelosas e
fiscalistas, vinham sanando as finanças e organizando o Estado alemão nesse aspecto. Hitler, ao
contrário, pôs em prática um largo programa de intervencionismo econômico, baseado no keynesianismo,
embora se distanciasse deste em muitos pontos.

O desemprego na Alemanha de 1933 era de aproximadamente 6 milhões. Esse número diminuiu para
300.000 em 1939. Essa diminuição fabulosa, no entanto, ocorreu por diversos motivos, como alterações
estatísticas e projetos governamentais:

As mulheres deixaram de ser contadas como desempregadas a partir de 1933 Judeus, a partir de 1935,
perderam a condição de cidadãos do Reich, não contando mais como desempregados Mulheres jovens
que se casavam eram excluídas dos cálculos. Ao desempregado eram dadas duas opções: ou trabalhar
para o governo sob baixíssimos salários ou permanecer segregado da esfera governamental, longe de
todas as suas obrigações, mas também vantagens, como saúde, lazer, etc. As convocações para o
exército começaram a se acelerar. Até 1939, 1,4 milhões de alemães haviam sido convocados. Para
armar esse contigente, a produção industrial aumentou e a procura por mão-de-obra aumentou também.
Criação da Frente Alemã de Trabalho, dirigida por Robert Ley, que pôs em prática programas
governamentais de trabalho que absorveram boa parte da mão-de-obra disponível, ora empregando-a no
melhoramento da infra-estrutura do país, ora nas indústrias e na produção bélica. Essas medidas
ocorreram a custa de pesadíssimos investimentos por parte do Estado, comprometendo a longo prazo as
finanças. O que se viu, em conseqüência disso, foi um déficit crescente. De 1928 até 1939, a arrecadação
do Estado havia subido de 10 bilhões de Reichsmarks para 15 bilhões, no entando os gastos, no mesmo
período, subiram de 12 bilhões de Reichsmarks para 30 bilhões. Em 1939, o déficit acumulado era de 40
bilhões de Reichsmarks.
A inflação, nesse periodo, cresceu tanto que em 1936 foi decretado o congelamento de preços. O governo
alemão foi incapaz de lidar com o controle de preços e sua interferência constante apenas engessou a
economia e dificultou o aumento gradual e equilibrado da produção. A partir de 1936, o dirigismo
econômico passou, gradualmente, a substituir a adaptação automática da produção pelo mercado, de
maneira que a regulamentação econômica passou a ser maior.

Deve-se entender, é claro, que para Hitler, que era completamente ignorante em Teoria Econômica,
assunto este que o entediava profundamente, política fiscal e monetária só faziam sentido em função das
necessidades de rearmamento da Alemanha e como parte de um projeto político que, a médio prazo,
previa nada menos do que a hegemonia alemã na Europa continental e a colonização da Rússia, através
de mecanismos de espoliação que garantiriam à Alemanha o acesso a matérias-primas a preço vil e mão-
de-obra escrava.

Política

Em Março de 1935 Hitler repudiou abertamente o Tratado de Versalhes ao reintroduzir o serviço militar
obrigatório na Alemanha. O seu objectivo seria construir uma enorme maquinaria militar, incluindo uma
nova marinha e força aérea (a Luftwaffe). Esta última seria colocada sob o comando de Göring, um
comandante veterano da Primeira Guerra Mundial. O alistamento em grandes números pareceu resolver
o problema do desemprego mas também distorceu a economia.

É por esta altura, em 1936 que, nas Olímpiadas de Berlim, um afro-americano (Jesse Owens) venceu em
várias modalidades, o que contradizia na prática a propaganda à raça Ariana preconizada por Hitler para
estes jogos. (Ver também História política dos Jogos Olímpicos de 1936).

Em Março de 1936 ele volta a violar o Tratado de Versalhes ao reocupar a zona desmilitarizada na
Renânia (zona do Rio Reno). Ingleses e Franceses não fizeram nada, o que o encorajou. Em Julho de
1936, a Guerra Civil Espanhola começou, com a rebelião dos militares, liderados pelo General Francisco
Franco, contra o governo democraticamente eleito da Frente Popular. Uma rebelião que contou com o
apoio do Vaticano. Hitler enviou tropas em apoio de Franco. A Espanha tornou-se também num campo de
teste para as novas tecnologias e métodos militares desenvolvidos na Alemanha. Em Abril de 1937, os
aviões alemães da Legião Condor bombardeiam e destroem pela primeira vez na história uma cidade a
partir do ar. Foi a cidade de Guernica, na província espanhola do País Basco. Em 1936, realizaram-se os
Jogos Olímpicos em Berlim.

A 25 de Outubro de 1936, Hitler assinou uma aliança com o ditador italiano fascista Benito Mussolini, o
malfadado eixo Roma-Berlim. Esta aliança seria mais tarde expandida para incluir também o Japão,
Hungria, Roménia e Bulgária, bloco que se tornou conhecido como as potências do eixo.

A 5 de Novembro de 1937, na Chancelaria do Reich, Adolf Hitler presidiu a um encontro secreto onde
discutiu os seus planos para adquirir o "espaço vital" ao povo alemão.

Fonte: pt.wikipedia.org

TEXTO ABAIXO FONTE: www.chabad.com.br

A memória de Amalec i
n
d
i
c
e

Durante sua pacífica marcha do Egito até o Monte Sinai, os Filhos de Israel foram, certo dia,
subitamente atacados por uma tribo feroz e guerreira - os Amalequitas. Foi uma investida
covarde sobre uma nação que acabara de reconquistar sua liberdade, após séculos de
escravidão e sofrimento. Com este ataque não provocado e traiçoeiro, os Amalequitas
demonstraram não ter sentimentos humanos ou consideração. Foi como "Pearl Harbor," porém
muitas vezes pior. Foi um ato de pura perversidade, como a picada de uma cobra qnão fornece
nenhuma vantagem à própria cobra, mas mata a vítima.
Por que somos ordenados a
Na batalha que se seguiu, Amalec foi derrotado, mas relembrar o que Amalec nos fez?
não destruído. D'us ordenou a Israel para se lembrar E como se não confiando em
daquele covarde ataque de Amalec, e na época e local nossa natureza boa e clemente, a
apropriados varrer Amalec da face da terra. Pois não Torá repete a ordem outra vez:
pode haver paz no mundo, enquanto se permita que os "Não se esqueça!"
Amalequitas existam.

Amalec atacou os Filhos de Israel em Refidim, logo após eles terem "murmurado" e duvidado
de D'us, dizendo: "D'us está ou não entre nós?" Este ataque ensinou-nos uma lição que,
infelizmente, repetiu-se muitas vezes em nossa história. Sempre que começamos a duvidar de
D'us e abandonamos Suas ordens, ali aparece "Amalec."

Haman foi um descendente direto de Agag, o rei dos Amalequitas poupado pelo Rei Saul
(porém que mais tarde foi posto à morte pelo profeta Samuel). A maior transgressão do Rei
Saul foi que ele teve misericórdia sobre o líder dos Amalequitas, dando-lhe assim uma
oportunidade de procriar muitos mais Amalequitas como ele próprio. Haman foi um deles,
como enfatiza muitas vezes o Livro de Ester. Quando o Rei Saul falhou, seu descendente
Mordechai o sucedeu. Porém, com a queda de Haman o fim dos Amalequitas não fora
cumprido. Muitos Amalequitas sobreviveram até o dia de hoje, e continuam a nos criar muitos
problemas. Hitler foi um dos piores Amalequitas que jamais viveram, e embora ele também,
como Haman, tivesse o que mereceu, muitos menores que ele, infelizmente, ainda estão à
solta.

Em Purim, durante o Serviço Matinal, lemos a Porção da Torá onde a história do ataque de
Amalec é relatada (Shemot 17:8). No Shabat antes de Purim lemos uma Porção especial e
adicional da Torá (Devarim 25:17) começando com: "Lembra-te o que Amalec fez a ti," e este
Shabat é denominado Shabat Parashá Zachor (que significa "Lembre-se").

Por que devemos nos lembrar daquilo que Amalec nos fez? Por que não devemos perdoar e
esquecer neste caso? Isso não é vingança, proibida pela Torá?

Certamente a Torá nos proíbe a vingança: "Não deves odiar teu irmão no coração... Não deves
tomar vingança, nem guardar qualquer queixa contra os filhos de teu povo, mas deves amar
teu próximo como a ti mesmo: Eu sou o Senhor!" (Vayicrá 19:17, 18).

Somos proibidos de alimentar ressentimento contra nosso próximo. Somos proibidos, não
apenas de ferir, insultar ou envergonhar quem quer que seja, como também de odiar qualquer
pessoa em nosso coração, mesmo que não demonstremos abertamente.

Por que, então, somos ordenados a relembrar o que Amalec nos fez? E como se não
confiando em nossa natureza boa e clemente, a Torá repete a ordem outra vez: "Não se
esqueça!"

De fato, não existe no mundo nação mais misericordiosa que o povo judeu, apesar do fato, ou
talvez por causa dele, de que tenhamos sido perseguidos e torturados por muitos séculos, e
até agora tenhamos, infelizmente, mais inimigos que amigos.

Lembra-se da história de Samuel ibn Nagrela, o grande estadista e poeta judeu que viveu na
Espanha há aproximadamente novecentos anos? Foi o vizir do Rei de Granada, e certo dia,
quando acompanhava o rei em uma visita à cidade, foi amaldiçoado por um homem na
presença do soberano. O rei ordenou a Samuel que punisse o ofensor cortando-lhe a língua
perversa. O vizir judeu, no entanto, tratou gentilmente o inimigo, e a mesma língua que antes
lançava maldições, agora tinha apenas bênçãos para o misericordioso vizir judeu. Algum
tempo depois, o rei encontrou o infrator, e ficou surpreso ao ver que Samuel não o tinha
punido. Quando pediu uma explicação, Samuel replicou: "Não apenas cortei fora sua língua
maldosa, como também dei-lhe outra bondosa em seu lugar!"

O sentimento de vingança é uma paixão que está profundamente enraizada na natureza


humana, e difícil de superar. Porém a Torá nos ordena subjugar esta paixão (Shemot 23:4, 5).
Nossos Sábios do Talmud ensinam que quando se encontra um inimigo e um amigo em
sofrimento, deve-se primeiro assistir ao inimigo, e só então ao amigo, exatamente porque
poderíamos estar inclinados a fazer o contrário. É assim que fomos treinados para ser "Os
Misericordiosos Filhos do Misericordioso."

Sim, no caso de Amalec somos ordenados a lembrar o que ele nos fez, e a varrer a memória
de Amalec da face da terra! A razão é que Amalec é a encarnação do mal. Jamais devemos
fechar os olhos ao mal. Nunca devemos perdoar um assassino. Se o fizermos, o mundo não
será um bom lugar para se viver. Isso nada tem a ver com vingança. É a lei elementar da
sociedade humana. Clemência a quem não a merece é pior que a crueldade.
Não podemos reformar um
Se qualquer um pode perdoar prontamente um
assassino que tenha matado
assassino, não é porque seja bom e misericordioso, mas
repetidas vezes perdoando-o. Ter
exatamente o contrário: porque ele não valoriza a vida
compaixão para com ele significa
humana. Estes são os tipos de pessoas que não erguem
ser cruel com a humanidade.
uma palavra em defesa da vítima desamparada, mas
clamam por "misericórdia" para com o pobre, "mal-orientado" assassino.

Não podemos reformar um assassino que tenha matado repetidas vezes perdoando-o. Ter
compaixão para com ele significa ser cruel com a humanidade.

Eis porque somos ordenados a nos lembrar o que Amalec nos fez.
Amalec deve ser destruído, porque o mal não pode ser tolerado.

O espírito de Amalec vive


Por: Daniel Benjamin Barenbein
A Torá nos conta acerca de um inimigo especial do povo judeu: o povo de Amalec. Ao
contrário de todos os outros povos da região, este ganhou um status especial por parte
de D-us: se tornou aquele que deveríamos combater até o fim. Até o último deles.

A pergunta que fica é: Por que? Por que a Torá, que é só bondade e amor, promove
isso? Não vai contra a sua própria essência?

Agora que estamos chegando na época de Purim, onde um dos descendentes deste povo
maldito é um dos protagonistas da história, nos cabe entender melhor isso.

Ainda nos facilita o entendimento, o fato de vivermos em tempos de anti-semitismo,


anti-sionismo, cercado do espírito que gerou esta aberração (e explicarei melhor porque
mais abaixo).

Amalec surge no momento em que todos tremiam diante dos judeus. Assim que ocorreu
a saída do Egito. O mundo viu os milagres que D-us realizara, e teve medo do povo de
Israel. Amalec não temeu a D-us.

E ao atacar-nos, este povo abriu caminho para que todos os outros tivessem coragem de
realizar o mesmo. Haman, I’S, um de seus descendentes, viria muitos anos depois,
quando tentávamos novamente retornar a nossa Terra, atacar-nos. Isto gerou a festa de
Purim. Pouco tempo depois, efetivamente retornamos a Jerusalém e construímos o
Segundo Templo. Hoje, a história se repete.

O mundo, depois do Holocausto, ficou temeroso de atacar o povo judeu. O genocídio


tornou politicamente incorreto ser anti-semita. A renovação do Estado Judeu assombrou
nossos inimigos. Vivemos um curto período de relativa tranqüilidade.

Então o espírito de Amalec retorna. Novamente tenta o extermínio físico do povo judeu
(e esta é uma outra característica desta anormalidade: ela não nos quer convertidos, não
quer apenas destruir nossa alma, mas nosso corpo tem que ser aniquilado também).
Homens-bomba, atentados suicidas, vandalismo de sinagogas e de cemitérios,
esfaqueamentos, espancamentos, etc... Um filme velho - nosso conhecido - numa
reprise de mau gosto.

E então, o que começou como “politicamente correto” - atacar Israel pelo que o país
supostamente fazia aos palestinos, pela “ocupação” - descambou em pouco tempo em
anti-semitismo puro. Em “Paixões de Mel Gibson”. Em artigos publicados na Internet
que falam dos “Protocolos dos Sábios de Sião”, entre tantos outros exemplos. Amalec
abriu o caminho. O mundo perdeu o medo.

O povo de Israel vive. Mas o espírito de Amalec nos acompanha - nossa sina - e vive
também. Somos obrigados todos os dias a nos recordar de não nos descuidarmos dele
ao final da reza da manhã (“as seis lembranças diárias”). Mas lembrar somente não
basta. É preciso agir.

Amalec é o contra-posto do povo judeu. Ai está o segredo da pergunta sobre a Torá que
abre este texto. Se o povo judeu veio a este mundo para trazer Santidade, os
amalequitas vieram para retirar ela (a Santidade) daqui. Se viemos trazer a palavra de
D-us, e ser o povo que espalharia moral e ética recebida no Sinai pelo mundo, os
nossos opositores seriam aqueles que espalhariam blasfêmia e ódio. Pela palavra.

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