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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Índice
Índice .............................................................................................. 1

Introdução ........................................................................................ 4

Radiações electromagnéticas ................................................................. 5

Noção de radiação electromagnética ............................................................................... 5

Radiação Solar ................................................................................. 12

Densidade média do Fluxo Energético........................................................................... 12

Composição espectral ........................................................................................................ 13

Interacção com a Terra ..................................................................................................... 14

Absorção atmosférica ...................................................................................................... 15

Gases absorventes ............................................................................................................ 15

Transmissão ....................................................................................................................... 16

O equilíbrio energético no planeta ............................................................................... 17

Comparação de valores entre a emissão e absorção de radiação por parte da


atmosfera e superfície terrestre: ................................................................................... 18

Campos eléctricos e magnéticos ........................................................... 19

Introdução............................................................................................................................. 19

Campos magnéticos estacionários e variáveis ............................................................. 20

Características dos campos eléctricos e magnéticos de baixas frequências ........ 20

Exposição a campos eléctricos e magnéticos ............................................................... 21

Consequências da exposição a campos eléctricos e magnéticos ............................ 21

Estudos sobre potenciais efeitos de campos eléctricos e magnéticos ................... 22

Estudos celulares e em animais: .................................................................................... 22

Estudos clínicos ................................................................................................................. 22

Estudos epidemiológicos ................................................................................................. 23

Resultados dos estudos sobre os efeitos dos campos eléctricos e magnéticos ... 23

Resultados provenientes de estudos epidemiológicos ............................................... 23

Estudos clínicos ................................................................................................................. 24

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Estudos celulares .............................................................................................................. 25

Estudos em animais .......................................................................................................... 25

Estabelecimento de limites para a exposição de campos eléctricos e magnéticos


................................................................................................................................................. 26

Anexos ................................................................................................................................... 30

Equações de Maxwell ....................................................................................................... 30

Sistemas de comunicação .................................................................... 31

Sistemas de comunicação móveis ................................................................................... 31

Exemplos e factos ............................................................................................................... 35

Raios cósmicos ................................................................................. 37

Qual a composição dos raios cósmicos? ......................................................................... 37

História .................................................................................................................................. 37

Observações sobre os Raios Cósmicos............................................................................ 38

Origem ................................................................................................................................... 39

A Importância das Pesquisas ............................................................................................ 40

Efeitos na Saúde ............................................................................... 42

Efeitos Térmicos.................................................................................................................. 42

Efeitos Não – Térmicos ....................................................................................................... 43

Notícias .......................................................................................... 46

Palestra ......................................................................................... 53

Projecto Medea ................................................................................ 54

Introdução............................................................................................................................. 54

Objectivo............................................................................................................................... 54

Implementação .................................................................................................................... 54

Coordenação......................................................................................................................... 55

Agradecimento..................................................................................................................... 55

Manual de Utilização( versão resumida) ....................................................................... 55

Medições ........................................................................................ 57

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Na escola ............................................................................................................................... 57

Em casa .................................................................................................................................. 61

Na rua..................................................................................................................................... 65

Conclusões ............................................................................................................................ 69

Inquéritos ....................................................................................... 75

Conclusões ............................................................................................................................ 80

Bibliografia ..................................................................................... 81

Conclusões ...................................................................................... 83

Agradecimentos ............................................................................... 84

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Introdução

Somos um grupo de 4 alunos pertencentes ao 12º ano (curso de Ciências


e Tecnologias). Durante o ano lectivo 2008/2009 iremos estar envolvidos no
Projecto Medea no âmbito da disciplina Área de Projecto (esta consiste em
desenvolver um projecto do nosso agrado e formulá-lo durante o ano lectivo
para depois ser apresentado à comunidade).
O Projecto Medea consiste assim num projecto em que se realizam
medições a uma vasta gama de aparelhos produtores de campos eléctricos e
magnéticos do nosso dia-a-dia e de postes de alta tensão (que têm gerado
tanta controvérsia na actualidade), com o intuito de procurar informação
sobre possíveis efeitos que estes possam ter na saúde.
Com este trabalho propomo-nos assim a realizar uma extensa pesquisa
sobre radiações electromagnéticas, que pretendemos divulgar no nosso site,
com a finalidade de informar qualquer visitante sobre a importância das
radiações electromagnéticas na nossa vida.

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Radiações electromagnéticas

Noção de radiação electromagnética


Nesta secção do nosso trabalho vamos tentar abordar tudo o que diz
respeito à noção de radiações electromagnéticas. Vamos dar o conceito em si,
vamos falar da sua unidade estrutural, o fotão, vamos abordar as suas
componentes, a componente magnética e a componente eléctrica, e vamos
ainda falar um pouco sobre os diversos tipos de radiação electromagnética.
A radiação electromagnética é algo que ocorre naturalmente no
Universo desde os seus primórdios, encontrando-se assim em toda a parte, por
isso está presente no nosso planeta desde que este se formou. Todas as
estrelas são uma fonte natural destas radiações e, devido à sua proximidade,
o Sol é o emissor natural de radiações electromagnéticas mais intensas a que
estamos expostos. No entanto, com a evolução da civilização e com o
desenvolvimento da tecnologia, apareceram progressivamente novas fontes de
radiação e hoje em dia somos capazes e seleccionar a radiação que queremos
emitir e dominar de certa forma estas radiações. Exemplos destas fontes são
as antenas dos sistemas de telecomunicações, as linhas de alta tensão, os
TAC‟s e todos os aparelhos eléctricos.
A energia electromagnética é propagada através de ondas electromagnéticas
que são constituídas por duas componentes interdependentes que se

propagam perpendicularmente entre si: o campo magnético ( B ) e o campo

eléctrico ( E ). Estes dois campos não são visíveis, sendo apenas perceptíveis
os seus efeitos, a partir dos quais se pode deduzir que os campos existem e
realizar a uma representação artificial deles. Todas as radiações
electromagnéticas apresentam determinadas características que determinam
as suas propriedades e aplicações. Então, quando estamos a estudar estas
radiações e quando as vamos representar temos que ter em conta algumas
características essenciais como o comprimento de onda, λ, a frequência, f, a
amplitude, a direcção e velocidade de propagação, tal como está
representado na seguinte figura:

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Como se pode verificar, na figura está representado um padrão que se


vai repetir periodicamente no tempo no espaço conservando as suas
características. O comprimento desse padrão é o seu comprimento de onda e
mede-se em metros (m). A frequência representa o número de ciclos que a
onda realiza no espaço por cada segundo e mede-se em Hertz (Hz). Estas duas
últimas características relacionam-se através da velocidade de propagação da
radiação (c): c = λ.f. No vácuo, as ondas electromagnéticas propagam-se com
uma velocidade de aproximadamente 3 108 m/s. Quando as ondas encontram
certos obstáculos à sua propagação como por exemplo um terreno acidentado
ou algum tipo de espelho, etc., a sua direcção de propagação pode sofrer uma
alteração através do fenómeno de reflexão ou de difracção. Esta mudança de
direcção não conserva a intensidade da onda (a sua amplitude) nem a sua
polarização mas, por outro lado, a sua frequência não sofre qualquer
alteração.

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A amplitude de uma onda é a medida da perturbação máxima do meio


durante um ciclo da onda, ou seja, a amplitude dá-nos uma medida da
intensidade dos campos e mede-se no caso do campo magnético em Ampere
por metro (A/m) e no caso do campo eléctrico em Volt por metro (V/m).
A polarização é uma medida da variação do vector do campo eléctrico
das ondas electromagnéticas com o decorrer do tempo e existe devido ao
facto de estas ondas serem tridimensionais. Se colocar-mos uma folha de
modo a que a direcção de propagação da onda seja perpendicular à folha, ou
seja, como se a onda estivesse a sair da folha e a ir na direcção do

observador, podemos orientar o campo eléctrico sobre uma direcção vertical


ou numa direcção horizontal. Temos assim a polarização vertical e a
polarização horizontal respectivamente. Ou seja, dá-se o nome de polarização
a esta orientação dos campos.

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Então surgiu a necessidade de organizar e dividir as ondas atribuindo nomes


consoante os intervalos de frequência e comprimento de onda que estas
possuíam, pois os efeitos e utilidades destas ondas são variáveis consoante o
intervalo de frequência. Criou-se o espectro electromagnético:

Começando por analisar as ondas de menores frequências e maiores


comprimentos de onda, temos em primeiro lugar as ondas rádio. Este tipo de
ondas pode ser dividido em ondas longas, ondas médias, ondas curtas, VHF,
UHF e podemos inserir ainda as microondas neste grupo pois apesar de
apresentarem comprimentos de onda menores e frequências maiores do que
as ondas rádio, os seus efeitos e utilidades são semelhantes. Devido aos seus
elevados comprimentos de onda, estas ondas têm uma grande capacidade de
propagação atingindo grandes distâncias. As ondas rádio são utilizadas para
transmissões televisivas, transmissões de rádio a longas distâncias,
transmissões de rádio AM e FM, em radares, nos telemóveis, fornos de
microondas, etc.
De seguida deparamo-nos com a zona dos infravermelhos. Este tipo de
radiação encontra-se entre as ondas de comprimentos de onda longos (logo
após as microondas) e a luz visível (antes da luz vermelha). Este tipo de
radiação não é perceptível ao olho humano, ou seja é invisível, mas podemos
sentir este tipo de radiações sob a forma de calor, através de terminações
nervosas especializadas que possuímos na pele, mais conhecidas como

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termorreceptores. Este tipo de ondas é utilizado em aquecedores, em alarmes


de segurança, em comandos de controlo remoto de televisão e vídeo, etc.
Após os infravermelhos encontramos a luz visível. Estas ondas são
aquelas que podem ser captadas pelo olho humano sendo mais conhecidas
como luz. Estas ondas encontram-se entre as ondas infravermelhas e as
ultravioletas. Para cada frequência de luz visível temos uma cor associada,
sendo a cor vermelha a cor com comprimentos de onda mais longos e o violeta
nos comprimentos de onda mais curtos. A zona visível do espectro varia de
espécie animal para espécie animal.
A radiação ultravioleta é a radiação electromagnética com uma
frequência maior que a da luz visível e menor que a dos raios X. A maior parte
deste tipo de radiação é absorvida pela atmosfera terrestre. Este tipo de
radiação é nocivo para a vida humana quando a sua exposição é prolongada.
Os problemas mais comuns são problemas a nível da pele ou até mesmo dos
olhos (queimaduras). A principal fonte deste tipo de radiações é o Sol mas,
hoje em dia, começamos a ter outras fontes que são cada vez mais utilizadas
pelo Homem como os solários, os lasers, os instrumentos de soldagem, etc.
Já os Raios X são ondas com uma frequência e poder de penetração
muito elevados, o que faz com que todas as substâncias sejam transparentes
aos Raios X. Este tipo de radiação é utilizado em radiografias, na verificação
das bagagens dos passageiros num aeroporto, etc… A exposição a este tipo de
radiações provoca cancro, no entanto, estas radiações são também capazes de
matar as células cancerígenas.
Por fim, os raios gama são as radiações com menor comprimento de
onda e com maior frequência. Este tipo de onda é extremamente energético
sendo geralmente produzida por elementos radioactivos ou em fenómenos
astrofísicos de grande violência. Devido à sua elevada energia esta radiação
pode causar danos no núcleo das células e por isso éutilizada para esterilizar
equipamentos médicos e alimentos. Geralmente este tipo de radiações
encontra-se associado à energia nuclear e aos reactores nucleares.
Relacionada com isto tudo está a noção de fotão. O fotão é a partícula
elementar de qualquer radiação electromagnética. Os fotões possuem spin
igual a um e interagem com os electrões e com os núcleos atómicos sendo

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responsáveis por várias propriedades da matéria, como por exemplo a


existência e a estabilidade dos átomos, das moléculas e dos sólidos. Em
determinados casos o fotão parece comportar-se como uma partícula, como
por exemplo quando é registado por um mecanismo sensível à luz como uma
câmara. No entanto, noutros casos, os fotões comportam-se como uma onda,
como quando passam através de uma lente óptica. Pode-se então dizer que o
fotão apresenta a dualidade partícula – onda da mecânica quântica, sendo
natural um fotão apresentar ambos os aspectos na sua natureza, de acordo
com as circunstâncias em que se encontra. As radiações electromagnéticas
são formadas por um grande número de fotões, estando a sua intensidade e
brilho relacionada com o número de fotões que essa radiação possui. Para
baixas intensidades e com auxílio de equipamentos muito sensíveis como os
utilizados para a astronomia, é possível detectar fotões individuais. O fotão
tem a particularidade em relação a outras partículas elementares (electrão ou
quark) de não possuir massa. Isto permite-lhe viajar à velocidade da luz (no
vácuo). O fotão como partícula apenas pode transferir uma certa quantidade
de energia para a matéria, sendo essa a sua única interacção como partícula.
Como onda, os fotões verificam fenómenos de refracção por lentes.
Agora que sabemos o que é um fotão podemos explorar as radiações
ionizantes e as radiações não – ionizantes. Como todos sabemos, a matéria é
constituída por átomos e por combinações destes a que nós chamamos de
moléculas. A ionização consiste no acto de um átomo ou uma molécula
perderem um electrão. Para a ionização ocorrer é necessário que haja uma
interacção entre a molécula ou átomo com fotões com níveis de energia altos
(como os fotões constituintes dos raios X e dos raios gama). É devido a este
poder ionizante que estas radiações podem produzir alterações moleculares
causando danos no tecido biológico, incluindo efeitos a nível genético (como é
o caso dos cancros). As radiações que possuem fotões que não têm energia
suficiente para causar a ionização de átomos ou moléculas designam-se de
radiações não - ionizantes como é o caso da luz visível, dos infravermelhos e
dos outros tipos de radiação com uma frequência mais baixa.
Com a ajuda de este conceito de radiação ionizante e não - ionizante
podemos então falar dos efeitos biológicos relativos à exposição às radiações

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electromagnéticas. Um efeito biológico é a resposta perceptível do organismo


a um estímulo ou a uma alteração no meio envolvente. Estes efeitos
biológicos ocorrem sempre na tentativa de equilibrar as descompensações
criadas pelo estímulo inicial desencadeando diversos mecanismos que não são
necessariamente prejudiciais à saúde. Para as radiações não-ionizantes, os
efeitos biológicos conhecidos, na sua maioria, não apresentam grandes riscos
para a saúde sendo o efeito mais comum o aquecimento do tecido biológico e
por isso é designado “efeito térmico”. Só começa a ser perigosa a exposição a
este tipo de radiação quando o nível de aquecimento ultrapassa a capacidade
de termo-regulação que o organismo humano possui por natureza, podendo
assim ocorrer danos nos tecidos biológicos deste. Graças ao facto de existir
um limite de temperatura suportada pelo ser humano, foi possível estabelecer
limites para a exposição segura a este tipo de radiações. Estes limites são
estabelecidos por vários organismos internacionais (como por exemplo o
ICNIRP, o IEEE, o CENELEC, a FCC, etc.). Estes limites são adoptados pelos
diversos países sendo obrigação das autoridades competentes de cada país
fiscalizar o seu cumprimento. Em Portugal o ICP-ANACOM é a entidade
reguladora responsável por verificar o cumprimento dos limites de segurança
a nível das infra-estruturas e das telecomunicações. Para além dos efeitos
térmicos existem ainda os efeitos não-térmicos mas estes ainda estão muito
pouco explorados pois existe uma grande dificuldade na sua pesquisa devido
ao facto de serem de avaliação subjectiva e de o intervalo de tempo de
observação ser insuficiente para estabelecer qualquer relação da causa-
efeito. Neste momento existe um grande esforço da comunidade científica no
sentido de clarificar esta questão.

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Radiação Solar

A radiação solar é o nome dado à energia que o Sol erradia. Cerca de


metade dessa mesma energia é que transmitida como luz visível e o restante
na banda do infravermelho e ultravioleta.
Os 1,5 x 1018 kWh de energia que o Sol fornece à Terra são
responsáveis pelas características climáticas do planeta, pela manutenção da
maioria das cadeias tróficas e dinâmica da atmosfera terrestre.

Densidade média do Fluxo Energético

A densidade média do fluxo energético proveniente da radiação solar é


de 1367 W/m2, quando medida num plano situado no topo da atmosfera
terrestre, perpendicular à direcção da propagação dos raios solares.
Por outras palavras, se colocarmos um quadrado de um metro quadrado na
orla exterior da atmosfera terrestre de modo a que a radiação solar incida
nele perpendicularmente, este será atravessado por segundo por 1367 Joules
de energia. Este valor (1367 W/m2), designado por constante solar, foi
adoptado como padrão pela Organização Meteorológica Mundial.

A quantidade total de energia recebida pela Terra é determinada pela


projecção da sua superfície sobre um plano perpendicular à propagação da
radiação (π R2, onde R é o raio da Terra). Como o planeta roda em torno do
seu eixo, esta energia é distribuída, embora de forma desigual, sobre toda a
sua superfície (4 π R2). Daí que a radiação solar média recebida sobre a terra,
designada por insolação seja 342 W/m 2, valor correspondente a 1/4 da
constante solar. Contudo, o valor real recebido à superfície do planeta
depende, para além dos factores astronómicos ditados pela latitude e pela
época do ano (em função da posição da Terra ao longo da sua órbita), do
estado de transparência da atmosfera sobre o lugar, em particular da
nebulosidade.

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Composição espectral

A composição espectral da luz solar corresponde aproximadamente


àquela que seria de esperar na radiação de um corpo negro aquecido a cerca
de 6000°C.

No que diz respeito ao comprimento de onda, a radiação solar ocupa a


faixa espectral de 100 nm a 3000 nm, tendo uma densidade espectral máxima
em torno dos 550 nm, comprimento de onda que corresponde sensivelmente à
luz verde-amarelada.

No que respeito à radiação mais energética, isto é, de comprimento de


onda mais curto, apesar da maior parte ser absorvida pela atmosfera, a
radiação ultravioleta que atinge a superfície da Terra é ainda suficiente para
provocar o bronzeado da pele (e as queimaduras solares a quem se exponha
excessivamente).

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Interacção com a Terra

A energia solar incidente sobre a atmosfera e a superfície terrestre


segue um de três destinos: ser reflectida, absorvida ou transmitida.

A energia reflectida e o albedo

Parte substancial da energia recebida sobre a superfície terrestre é


reenviada para o espaço sob a forma de energia reflectida. As nuvens, as
massas de gelo e neve e a própria superfície terrestre são razoáveis
reflectores, reenviando para o espaço entre 30 e 40% da radiação recebida. A
esta razão entre a radiação reflectida e incidente chama-se albedo.

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Absorção atmosférica

Entre a radiação proveniente do Sol medida fora da atmosfera e a


energia que atinge a superfície da Terra existem diferenças substanciais
resultantes da absorção atmosférica. Esta é selectiva, atingindo o seu máximo
em torno dos pontos centrais dos espectros de absorção dos gases
atmosféricos.

Repare-se na elevada absorção atmosférica do ozono ( O3 ) na banda dos

ultravioletas e no efeito do vapor de água ( H 2 O ) e do dióxido de carbono (


CO2 ), estes actuando essencialmente sobre os comprimentos de onda
maiores.

Esta absorção selectiva está na origem do efeito de estufa devido ao


facto da radiação terrestre resultante do retorno para o espaço da radiação
solar por via do aquecimento da Terra, ser feita essencialmente na banda dos
infravermelhos longos, radiação para a qual o CO2 tem grande capacidade de
absorção.

Gases absorventes
Ozono ( O3 )

Absorve radiações U.V. de energia compreendida entre 6.6  10 19 J e


9.9  10 19 J .
Constitui um filtro solar pois é um protector contra as radiações UV de alta
energia, impedindo-as de chegar à superfície da Terra, prevenindo, por
exemplo, cancros de pele, mutações génicas, destruição de espécies vegetais,
etc..

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Vapor de água ( H 2 O )

Está presente em proporções variáveis (até 15 ou 20 gramas por cada kg


de ar). É capaz de absorver radiação em várias faixas (bandas de absorção) no
infravermelho (comprimentos de onda maiores que 0,8 µm).

Dióxido de carbono ( CO2 )


Está presente numa concentração constante na atmosfera até pelo
menos 80 km de altitude (em torno de 350 ppm: partes por milhão). Ele
também absorve radiação solar em várias bandas de absorção no
infravermelho próximo.

Transmissão

De toda a radiação solar que chega às camadas superiores da atmosfera


apenas uma fracção atinge a superfície terrestre, devido à reflexão e
absorção dos raios solares pela atmosfera. Esta fracção que atinge o solo é
constituída por uma componente directa (ou de feixe) e por uma componente
difusa.
Para além das duas componentes atrás referidas, se a superfície
receptora estiver inclinada em relação à horizontal, haverá uma terceira
componente reflectida pelo ambiente circundante (nuvens, solo, vegetação,
obstáculos, terreno).
Antes de atingir o solo, as características da radiação solar
(intensidade, distribuição espectral e angular) são afectadas por interacções
com a atmosfera devido aos efeitos de absorção e espalhamento. Essas
modificações são dependentes da espessura da camada atmosférica
atravessada (esta por sua vez depende do ângulo de incidência da radiação
solar, sendo maior ao nascer e pôr-do-sol, daí a diferente coloração do céu
nesses momentos).

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O equilíbrio energético no planeta

Da radiação solar que incide sobre a Terra:

- 19% é perdida por absorção pelas moléculas de oxigénio e ozono (radiação


ultravioleta de alta energia) na estratosfera ;

- 6% é perdida por difusão da luz solar de menor comprimento de onda - azuis


e violetas;

- 24% é perdida por reflexão - 20% nas nuvens e 4% na superfície ;

O albedo do planeta é de 30% (6% difusão+24% reflexão).

- 51% é absorvida pela superfície ;

(Note-se que os valores apresentados são valores médios. Por exemplo, nos
pólos a reflexão da radiação solar incidente é geralmente maior do que 24% e
nos oceanos menor do que 24%.)

A energia radiada pela superfície da Terra, na gama dos


infravermelhos, corresponde a cerca de 117% do total de radiação solar
incidente. Dessa energia, apenas 6% é emitida directamente para o espaço
(emissão terrestre) a restante 111% é absorvida pelos gases de estufa da
atmosfera, que reemitem depois, de volta para a superfície, uma energia
correspondente a 96% da radiação solar incidente. Finalmente, uma energia
correspondente a 64% da radiação solar incidente é emitida pela atmosfera
para o espaço (emissão atmosférica).
Em suma, estes números traduzem um equilíbrio no sistema Terra/atmosfera:
a radiação emitida para o espaço é igual à radiação solar incidente [24%
(reflexão) + 6% (difusão) + 64% (emissão atmosférica) + 6% (emissão terrestre)
= 100%]

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Comparação de valores entre a emissão e absorção de radiação por parte


da atmosfera e superfície terrestre:

superfície - energia absorvida: 147% (51% do Sol + 96% da atmosfera); energia


emitida: 117% [+30%]

atmosfera - energia absorvida: 130% (19% ultravioletas. + 111% emissão


terrestre); emitida: 160% (64% para o espaço + 96% para a superfície) [-30%]
A partir daqui poderia constatar-se que a atmosfera arrefeceria e a superfície
terrestre aqueceria. Contudo existem outros meios de transferência de
energia da superfície terrestre para a atmosfera:
O ar quente que se eleva na atmosfera a partir da superfície transfere calor
para a atmosfera. Essa transferência de calor (o fluxo de calor sensível)
corresponde a um valor de energia que é 7% do total de radiação solar
incidente.
A evaporação da água na superfície do planeta corresponde a uma extracção
de calor que acaba por ser libertado durante o processo de condensação na
atmosfera (que dá origem à formação das nuvens). Essa transferência de calor
(o fluxo de calor latente) corresponde a um valor de energia que é 23% do
total de radiação solar incidente.
Assim, podemos concluir que existe uma transferência líquida de 30% do total
de radiação solar incidente que equilibra o “orçamento” de energia no
planeta.

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Campos eléctricos e magnéticos

Introdução

Os campos eléctricos e magnéticos são linhas de força invisíveis que


rodeiam qualquer partícula carregada electricamente, íman natural, fluxo de
partículas carregadas electricamente, ou ainda, campos magnéticos variáveis.
Os campos eléctricos são gerados pela força eléctrica inerente a qualquer
partícula carregada electricamente ou por um campo magnético variável,
tendo uma maior intensidade quanto maior for a carga da partícula geradora
do campo ou maior for a variação do campo magnético. Define-se assim como
campo eléctrico toda a região do espaço que se encontra sujeita à acção de
uma determinada força eléctrica. O campo eléctrico é medido em Volts por
metro, (V/m) ou Newton por Coulomb (N/C).
O campo magnético resulta de ímanes naturais ou de um fluxo de
partículas carregadas electricamente, como por exemplo, a corrente eléctrica
– esta consiste num fluxo ordenado de electrões (partículas com carga
eléctrica negativa). Quanto mais intenso for o íman ou o fluxo de partículas
carregadas, maior será o campo magnético. Por fim, este é medido em Gauss,
principalmente nos Estados Unidos da América, ou em Tesla segundo o
Sistema Internacional.
Como as nossas medições foram realizadas a campos de baixas
frequências (entre 50 a 60 Hz) o nosso trabalho vai incidir principalmente nas
características destes campos. Uma vez que a frequências tão baixas os
campos eléctricos e magnéticos não interagem como os campos de altas
frequências, é mais correcto referirmo-nos a eles como campos eléctricos e
magnéticos em vez de campos electromagnéticos.

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Campos magnéticos estacionários e variáveis

Existem dois tipos de correntes: a alternada e a contínua.


A corrente alternada é a corrente presente, por exemplo, nas tomadas
das casas. Assim numa corrente alternada ocorrem variações de direcção da
corrente em intervalos de tempo cíclicos.
Por sua vez, nas correntes contínuas ocorre um fluxo de electrões numa só
direcção, estas correntes são características de aparelhos que funcionem com
baterias, como por exemplo pilhas.
Deste modo, correntes alternadas produzem campos magnéticos
variáveis (pois têm um campo eléctrico variável), por sua vez, este campo
magnético variável produz um campo eléctrico variável e assim
sucessivamente.
Por fim, correntes contínuas produzem campos magnéticos
estacionários, assim como não ocorrem variações do campo magnético não se
forma um campo eléctrico.
Também a própria Terra produz um campo magnético estático. Pensa-
se que este resulta de correntes eléctricas que percorrem o interior da Terra
até ao seu centro. Este campo magnético tem uma intensidade média de 0.5
microteslas, podendo variar entre valores ligeiramente superiores ou
inferiores consoante a região do globo em que nos encontramos.

Características dos campos eléctricos e magnéticos de baixas frequências

Campos eléctricos e magnéticos com frequências entre os 50 e 60Hz


transportam pouca energia, não têm efeito ionizante e geralmente não
produzem um efeito térmico. No entanto, existem alguns aparelhos que
produzem campos electromagnéticos de diferentes frequências, como por
exemplo o microondas. Quando este se encontra a aquecer algo, produz
campos eléctricos e magnéticos com frequências entre os 50 e 60 Hz e campos
electromagnéticos com frequências bastante mais elevadas, podendo estas
atingir vários milhares de Hz. Deste modo, apesar de os microondas isolarem

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estes campos de elevadas frequências, encontramo-nos desprotegidos contra


os campos de baixas frequências.

Exposição a campos eléctricos e magnéticos

Os campos eléctricos são facilmente enfraquecidos ou isolados por


diversos materiais, principalmente por materiais condutores de electricidade.
Por sua vez, os campos magnéticos atravessam a maioria dos materiais, sendo
portanto mais difíceis de isolar. Além disto, ambos os campos diminuem
rapidamente de intensidade com o aumento da distância à fonte geradora do
campo.
Apesar de a maioria de aparelhos eléctricos produzirem tanto campos
eléctricos como magnéticos, as pesquisas mais recentes debruçam-se sobre
potenciais efeitos dos campos magnéticos nos seres humanos, uma vez que
nunca foi encontrada qualquer ligação entre campos eléctricos e potenciais
efeitos biológicos que possam decorrer da sua exposição.

Consequências da exposição a campos eléctricos e magnéticos

A exposição de seres humanos a campos magnéticos estáticos pode


criar neles correntes eléctricas induzidas quando estes se movem (pois devido
ao seu movimento ocorre uma variação do campo magnético que os
atravessa). Isto pode assim afectar o funcionamento de instrumentos médicos,
como por exemplo, os pacemakers ou mesmo próteses quando sujeitas a
campos magnéticos muito elevados como os gerados por aparelhos de
ressonâncias magnéticas.
Se ocorrer uma exposição a campos magnéticos variáveis, estes podem
produzir pequenas correntes eléctricas que percorrem o corpo humano. No
entanto, é estimado que estas sejam bastante menos intensas do que as
produzidas naturalmente pelo cérebro, nervos ou coração.
Por sua vez, os campos eléctricos podem produzir um ligeiro choque numa
pessoa que se encontre muito próximo da fonte geradora do campo, quando
esta toca num material condutor de electricidade.

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Estudos sobre potenciais efeitos de campos eléctricos e magnéticos

Para se poder definir se a exposição prolongada a campos eléctricos e


magnéticos tem efeitos negativos nos seres humanos são realizados diversos
estudos. Dentro destes os mais importantes são os estudos epidemiológicos,
em animais, estudos celulares e estudos clínicos.

Estudos celulares e em animais:


Estes tipos de estudos proporcionam factos que ajudam a determinar se
um determinado agente, como a exposição a campos eléctricos e magnéticos,
provoca doenças.
Assim, os estudos celulares permitem-nos aumentar o nosso
conhecimento sobre os mecanismos biológicos que provocam a doença. Por
sua vez, as experiências em animais permitem observar os efeitos de um
determinado agente (neste caso campos eléctricos e magnéticos) em
determinas condições.
Como nenhum destes estudos pode recriar a complexa natureza do
organismo humano e do seu ambiente, é preciso cautela para concluir que um
determinado agente tem ou não perigos para os seres humanos unicamente
com base nestes testes.

Estudos clínicos
Nestes estudos os investigadores utilizam instrumentos sensíveis para
monitorizarem a fisiologia humana durante a exposição a determinados
agentes. Nos estudos clínicos sobre os efeitos dos campos eléctricos e
magnéticos, os voluntários são expostos a campos mais intensos do que os que
são normalmente são encontrados no dia-a-dia. Os investigadores medem
posteriormente o ritmo cardíaco, a actividade cerebral, os níveis hormonais e
outros factores a grupos expostos aos campos e a grupos que não foram
expostos a fim de encontrarem diferenças resultantes da exposição.

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Estudos epidemiológicos
Estes estudos analisam a distribuição de uma doença numa população,
permitindo assim inferir os factores que condicionam ou não a ocorrência da
doença.
Assim, nos estudos epidemiológicos sobre a exposição a campos
eléctricos e magnéticos são comparados grupos de pessoas que têm ou não
uma doença, e se estiveram expostos ou não a campos eléctricos e
magnéticos. Deste modo, é possível analisar se o risco de ter uma
determinada doença é diferente entre os dois grupos. Se tal se verificar
significa que os campos eléctricos e magnéticos influenciam o risco de
contrair a doença. Por outro lado, se o risco for igual significa que a exposição
a campos eléctricos e magnéticos não influencia o risco de ter a doença.
No entanto, como nestes estudos não se controla a exposição aos
campos (podendo as pessoas, por exemplo, ficar sujeitas a campos eléctricos
e magnéticos durante períodos de tempo menores do que os considerados no
estudo) nem se podem isolar as pessoas de outros factores que podem
aumentar o risco de ter a doença, é necessário considerar vários factores de
modo a aumentar a fealdade dos resultados obtidos no estudo epidemiológico.

Resultados dos estudos sobre os efeitos dos campos eléctricos e


magnéticos

Apesar de se investigarem os efeitos da exposição a campos eléctricos e


magnéticos há mais de 20 anos, ainda não existe uma resposta definitiva para
se estes estão ou não relacionados com a incidência de leucemia infantil.

Resultados provenientes de estudos epidemiológicos


Os primeiros estudos epidemiológicos focavam-se em linhas de alta
tensão próximas de habitações. Assim, as linhas de alta tensão eram
sistematicamente medidas e classificadas de acordo com a sua capacidade de
produzir campos eléctricos e magnéticos intensos, por sua vez as casas eram
classificadas consoante a sua exposição aos campos (casas mais próximas das

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

linhas eram expostas a campos mais elevados, e casas mais afastadas a


campos menos intensos).
Apesar de segundo estes primeiros estudos existir uma ligação entre as
linhas de alta tensão que produziam campos magnéticos elevados e leucemia
infantil, vários estudos mais recentes não encontraram qualquer evidência
dessa ligação. Aliás, se combinarmos os dados provenientes de todos os
estudos epidemiológicos podemos concluir que os cabos de alta tensão não
têm qualquer ligação com um aumento da leucemia infantil.
Com o intuito de averiguar se existe alguma relação entre a exposição a
campos eléctricos e magnéticos e o aparecimento de cancros (especialmente
a leucemia infantil) ou outra doença qualquer, os estudos epidemiológicos
debruçam-se sobre a medição de campos magnéticos, uma vez que são estes
que podem causar efeitos nocivos.
Assim, foram realizados estudos em todo o mundo sobre a exposição a
campos magnéticos e o aparecimento de leucemia infantil. A partir dos dados
provenientes destes estudos foi assim possível concluir que existe uma
pequena ligação entre a leucemia infantil e a exposição a campos magnéticos,
no entanto esta ligação é tão pequena e o número de casos em que ela se
verificou é tão ínfimo que é praticamente impossível provar com toda a
certeza que ela existe.

Estudos clínicos
Através dos estudos clínicos foi possível inferir que a exposição a
campos eléctricos e magnéticos provoca efeitos biológicos nos seres humanos.
No entanto é preciso ter em conta que um efeito biológico é simplesmente
uma alteração devida a uma resposta biológica. Por exemplo, quando as
pupilas dos nossos olhos se contraem devido à luz trata-se de um efeito
biológico. Assim estes efeitos podem ter ou não alguma influência na saúde
humana.
Um destes efeitos biológicos é por exemplo a alteração do ritmo cardíaco
(cerca de 3 a 5 batimentos por minuto), no entanto, uma vez que a exposição
cessa o ritmo volta à normalidade.

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Estudos celulares
Nos últimos anos foram realizados vários estudos em laboratório com a
finalidade de identificar possíveis efeitos resultantes da exposição a campos
eléctricos e magnéticos. No geral, estes estudos têm sido inconclusivos uma
vez que para serem aceites a nível científico, quando são repetidos sobre as
mesmas condições têm de levar aos mesmos resultados. Isto raramente se
verifica, pois quando um laboratório reporta um determinado efeito, outros
laboratórios que repetem a mesma experiência não conseguem reproduzir o
mesmo efeito.

Estudos em animais
Neste tipo de estudos, as cobaias (geralmente ratos) são expostas de
forma contínua a campos eléctricos e magnéticos de forma contínua durante 2
ou mais anos, sendo testados posteriormente com o intuito de descobrir se
têm cancro ou qualquer ou outra doença que possa ter sido provocada pela
exposição aos campos. Segundo os resultados obtidos a exposição a campos
electromagnéticos não provoca leucemia nem nenhum outro cancro, apesar
de num pequeno número dos testes realizados as cobaias apresentarem
cancro, no entanto, ao repetir-se os testes sob iguais condições as cobaias não
apresentavam cancro, não tendo assim estes testes grande relevância
científica. Quanto a outros efeitos que não sejam cancro, foram testados
diferentes aspectos como o funcionamento do sistema imunitário, a
reprodução, o comportamento ou mesmo defeito de nascimento e os
resultados foram negativos para todos estes testes, demonstrando assim que
segundo este tipo de testes não existe qualquer relação entre a exposição a
campos eléctricos e magnéticos e qualquer um destes parâmetros.

Também são realizados diversos estudos com a finalidade de


determinar se a exposição a campos eléctricos e magnéticos pode provocar
alterações no código genético de organismos vivos. Para tal foram feitos
testes em bactérias, moscas da fruta e em ratos. Com base nos quase 100

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

testes realizados é possível concluir que é muito pouco provável que ocorram
alterações no ADN devido à exposição de campos eléctricos e magnéticos.

Estabelecimento de limites para a exposição de campos eléctricos e


magnéticos

Quanto ao estabelecimento de limites para a exposição prolongada de


campos eléctricos e magnéticos, como não existem provas suficientes que
sustentem uma ligação entre a exposição aos campos e o aumento do risco de
cancro ou qualquer outro efeito prejudicial para a saúde humana, os limites que se
estabeleceram servem para evitar que se produzam efeitos como a criação de
correntes eléctricas no corpo humano. No entanto, estas correntes só se
produzem em campos muito mais intensos do que os que se encontram
frequentemente em casa ou no trabalho. Isto pode ser observado através das
seguintes tabelas sobre os limites que se encontram estabelecidos e algumas
medições de campos eléctricos e magnéticos.
ICNIRP Guidelines for EMF Exposure
Exposure (60 Hz) Electric field Magnetic field
Occupational 8.3 kV/m 4.2 G (4,200 mG)
General Public 4.2 kV/m 0.833 G (833 mG)
International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection (ICNIRP) is an organization of
15,000 scientists from 40 nations who specialize in radiation protection.
Source: ICNIRP, 1998.

ACGIH Occupational Threshold Limit Values for 60-Hz EMF


Electric
field Magnetic field
10 G (10,000
Occupational exposure should not exceed 25KV/m mG)

-
Prudence dictates the use of protective clothing above 15 kV/m

Exposure of workers with cardiac pacemakers should not


1 kV/m 1 G (1,000 mG)
exceed

Aormgaenriiczaanti oCn otnhfaetr enfaccei litoaft esG othvee rnemxcehnatnagl eI nodfu sttericahl niHcaylg iiennfiosrtms a(tAioCnG
IaHb) ouist aw oprkroefre shseioanltahl
protection. It is not a government regulatory agency.
Source: ACGIH, 2001.

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EMF Measurements During a Workday
ELF magnetic fields measured in mG
Median for Range for 90% of
Industry and occupation occupation* workers**
ELECTRICAL WORKERS IN VARIOUS INDUSTRIES
Electrical engineers 1.7 0.5–12.0
Construction electricians 3.1 1.6–12.1
TV repairers 4.3 0.6–8.6
Welders 9.5 1.4–66.1
ELECTRIC UTILITIES
Clerical workers without computers 0.5 0.2–2.0

Clerical workers with computers 1.2 0.5–4.5


Line workers 2.5 0.5–34.8
Electricians 5.4 0.8–34.0
Distribution substation operators 7.2 1.1–36.2
Workers off the job (home, travel, etc.) 0.9 0.3–3.7
TELECOMMUNICATIONS
Install, maintenance, & repair technicians 1.5 0.7–3.2
Central office technicians 2.1 0.5–8.2
Cable splicers 3.2 0.7–15.0
AUTO TRANSMISSION MANUFACTURE
Assemblers 0.7 0.2–4.9
Machinists 1.9 0.6–27.6
HOSPITALS
Nurses 1.1 0.5–2.1
X-ray technicians 1.5 1.0–2.2
SELECTED OCCUPATIONS FROM ALL ECONOMIC
SECTORS
Construction machine operators 0.5 0.1–1.2
Motor vehicle drivers 1.1 0.4–2.7
School teachers 1.3 0.6–3.2
Auto mechanics 2.3 0.6–8.7
Retail Sales 2.3 1.0–5.5
Sheet metal workers 3.9 0.3–48.4

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Sewing machine operators 6.8 0.9–32.0


Forestry and logging jobs 7.6 0.6–95.5***
Source: National Institute for Occupational Safety and Health.
ELF (extremely low frequency)—frequencies 3–3,000 Hz.
* The median is the middle measurement in a sample arranged by size. These personal exposure measurements
reflect the median magnitude of the magnetic field produced by the various EMF sources and the amount of
time
the worker spent in the fields.
** This range is between the 5th and 95th percentiles of the workday averages for an occupation.
*** Chain saw engines produce strong magnetic fields that are not pure 60-Hz fields.

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Pode-se assim concluir que segundo os limites e estudos actuais não existe
perigo na exposição prolongada a campos magnéticos e eléctricos, uma vez
que estes apresentam intensidades muito mais baixas que as consideradas
perigosas.

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Anexos

Equações de Maxwell

A primeira das equações de Maxwell descreve o campo eléctrico que


resulta de uma distribuição de carga (ró), sendo conhecida pela lei de gauss.

A segunda equação, conhecida pela lei de Ampère, descreve a relação


entre fenómenos eléctricos e magnéticos. Esta afirma que a densidade de
uma corrente j (de cargas em movimento) pode dar origem a campos
magnéticos, de uma foma idêntica ao modo como as cargas estáticas dão
origem a campos eléctricos.

A terceira equação é semelhante à primeira, com a diferença de que


em lugar de um campo eléctrico temos um campo magnético e o segundo
membro da equação é zero. Isto é uma consequência de não existirem cargas
magnéticas, ou seja, pólos norte ou sul isolados.

Deste modo, se partirmos um íman em forma de barra em dois,


obtemos dois imanes em forma de barra, e assim sucessivamente

A última equação é conhecida por lei de Faraday e diz que um campo


magnético variável dá origem a um campo eléctrico, que por sua vez coloca
em movimento cargas que se encontram presentes nele. Essas cargas
movem-se de forma a contrariar a variação do campo magnético através da
geração dos seus próprios campos magnéticos.

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Sistemas de comunicação

Em telecomunicação, um sistema de comunicações é um conjunto de


redes de comunicação individuais, sistemas de transmissão, relay stations,
tributary stations e data terminal equipment (DTE), geralmente capazes de
interconexão e interoperação de modo a formarem um meio integrado. Os
componentes de um sistema de comunicação funcionam de acordo com um
objectivo comum, são tecnicamente compatíveis, usam procedimentos
comuns e operam em uníssono.
As telecomunicações são um método de comunicação.
Existem também subsistemas de comunicação, que são unidades
funcionais mais pequenas do que o sistema de comunicação em geral. Um
subsistema de comunicação consiste, basicamente, num receptor, num
tradutor de frequência e num transmissor.

Sistemas de comunicação móveis

O funcionamento de um telemóvel é baseado numa comunicação em


dois sentidos, entre o terminal portátil e a antena de estação base mais
próxima, uma vez que ambos (telemóvel e estação base) são emissores e
receptores de sinais em radiofrequência.

 Funcionamento de uma ligação por telemóvel


Quando se efectua uma chamada através de um telemóvel, a informação é
transmitida por radiofrequência até a estação base mais próxima.

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Cada antena de estação base cobre uma área, chamada célula, e, por
este motivo, os telemóveis são, por vezes, chamados telefones celulares. A
estação base está, por sua vez, ligada às estações base vizinhas e à linha de
telefone fixo. A chamada é assim transferida, sem interrupção, até chegar ao
seu destinatário.
Por sua vez, a antena de estação base também emite informação por
radiofrequência para o telemóvel que efectuou a chamada, a fim de que o
utilizador possa receber as mensagens da pessoa para quem telefonou.

 As pessoas e o sistema de comunicação por telemóvel


A explosão do número de consumidores desta tecnologia implica a instalação
de um número crescente de antenas de estações base, sobretudo no meio
urbano, no sentido de garantir uma cobertura óptima num ambiente rico em
obstáculos físicos.
Tal situação inquieta populações pois há cada vez mais antenas de
estações base num ambiente próximo às urbanizações.

Outro facto que inquieta as pessoas é a proximidade imediata entre


antena do telefone e o crânio durante a conversação, pois como esta é
colocada junto à cabeça durante a conversação constitui uma fonte de
radiações para o cérebro do utilizador
Por outro lado, enquanto a antena difunde energia em permanência, o
telemóvel emite sinais, sobretudo quando está a ser utilizado durante
períodos ilimitados.

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

 As radiações emitidas pelas antenas

As radiações emitidas por uma antena de estação base não se propagam


normalmente na vertical, mas quase horizontalmente, com ligeiro ângulo de
inclinação, pelo que o feixe principal é inclinado para baixo, só atingindo o
solo a uma distância que pode variar devido a vários parâmetros. O trajecto
deste feixe de radiação constitui a zona onde a intensidade emitida pela
antena é máxima.
As exposições mais intensas não se situam, portanto, imediatamente
abaixo da antena, mas sim a distâncias entre, aproximadamente, os 50 e os
200m. Para distâncias superiores, a intensidade de emissão volta a diminuir.

Assim, conclui-se que a antena quase não emite radiações para a zona
abaixo da qual está instalada, pelo que não é por se encontrar instalada no
cimo de um prédio que os seus habitantes serão mais afectados, bem pelo
contrário, pois no perímetro mais próximo da antena o sinal não chega com
tanta intensidade. Mesmo no que respeita a antenas instaladas na fachada de
edifícios, os seus diagramas de radiação estão orientados para o exterior, pelo
que as pessoas presentes no interior dos edifícios não ficam expostas.
Não podemos ainda esquecer o facto de as paredes e os telhados
constituírem um obstáculo físico à propagação dos campos electromagnéticos,
reduzindo-os no interior das habitações.
Tal facto prova-se pelo melhor funcionamento dos telemóveis ao ar
livre do que no interior de uma habitação.

Deve-se considerar também que a densidade de potência radiada


diminui muito rapidamente com a distância (mais concretamente, com o

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

quadrado da distância), e dado que as antenas têm sido instaladas a uma


grande altura, a potência radiada já se encontra bastante atenuada quando as
ondas atingem o solo.

NOTA: A potência radiada é apenas a necessária para garantir a cobertura de


uma área desejada (podendo rondar os 60-70W), permitindo que se estabeleça
a ligação. A distâncias de 30 metros, os níveis de exposição da população são
inferiores a 5% em relação aos limites que estão considerados na
Recomendação do Conselho.

 As radiações e os telemóveis

De acordo com estudos realizados, a intensidade máxima do campo


eléctrico produzida junto à cabeça de um indivíduo que se encontre próximo
de um telemóvel (durante a conversação) pode atingir cerca de 100 V/m, ao
passo que a exposição da população a campo eléctrico proveniente de uma
estação base é muito menor – A intensidade máxima pode ir até cerca de
5V/m, ou seja, 20 vezes menor.
Assim sendo, podemos admitir então que a uma distância de 2,2cm de
um telemóvel, os valores do campo eléctrico e do campo magnético são
superiores em 50 a 100 vezes aos valores do campo eléctrico e do campo
magnético medidos a uma distância de cerca de 50 metros de uma antena de
estação base.

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Exemplos e factos

1. A utilização de um auricular, como afasta a cabeça do telemóvel


durante a conversação é um acessório muito útil, pois apresenta
características preventivas, uma vez que, nesta situação, a zona mais
exposta do organismo humano será a que se encontrará mais próxima
do telemóvel.

2. Tem sido sugerido que, nas crianças, a absorção de radiação é superior,


não só porque a cabeça é mais pequena, mas também porque a
radiação penetra com mais facilidade numa caixa craniana mais fina.

Também não se pode esquecer que os adultos de hoje começaram a


utilizar os telemóveis numa idade mais avançada, logo terão um tempo
de exposição aos CEM (campos electromagnéticos) por eles gerados
bastante inferior ao que terão a usar as crianças, uma vez que
começaram a usá-los mais precocemente.

Por estas razões, os pais deverão ponderar em relação aos potenciais


riscos inerentes à intensa utilização de um telemóvel pelas crianças.

3. O facto de a potência radiada por uma antena de estação base ser


tanto maior quanto maior for a zona de cobertura, designada por
célula. Para que as zonas cobertas por cada antena de estação base
sejam menores, maior terá se ser o número destas. Daqui se conclui
que, para que a intensidade das radiações diminua, cada operador
deverá instalar o maior número possível de antenas de estação base no
território!

Quanto mais densa for a rede de antenas de estação base montada


pelos operadores, menor será a potência emitida por cada uma. Como
se estará mais próximo de uma delas quando se pretende utilizar um

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

telemóvel, mais facilmente o utilizador se ligará à rede. Por outro


lado, o próprio telemóvel conseguirá, nessas circunstâncias, emitir com
uma potência mais reduzida, o que será benéfico em termos da
diminuição dos valores do campo electromagnético gerado em torno da
cabeça do utilizador. Quando um telemóvel tem dificuldade em
efectuar uma ligação, por se encontrar em más condições de recepção,
aumenta automaticamente a sua potência de emissão para fazer face a
esta situação, o que faz aumentar os valores da intensidade de
radiação. É por esta razão que alguns “dispositivos milagrosos” à venda
no mercado, referindo que diminuem as radiações (ex.: capas
especiais), não oferecem qualquer credibilidade e não estão
homologados por nenhuma entidade oficial ou acreditada. O que é mais
grave é o facto de exercerem um efeito contrário, isto é, conduzem a
um aumento da potência do telemóvel, já que constituem uma barreira
física à propagação das suas ondas.

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Raios cósmicos

Os raios cósmicos são partículas extremamente penetrantes, dotadas de


alta energia, que se deslocam a velocidades próximas à da luz no espaço.
Portanto, os “raios” cósmicos não são raios, mas partículas de átomos.

Essas partículas ao penetrarem na Terra, colidem com os núcleos dos


átomos da atmosfera, cerca de 10 mil metros acima da superfície do planeta,
e dão origem a outras partículas, formando uma “chuva” de partículas com
menos energia, os chamados “raios” cósmicos secundários.

Qual a composição dos raios cósmicos?

90% de protões (núcleo do átomo de hidrogénio)


7% de partículas alfa (núcleo do átomo de Hélio)
1% de núcleos de Carbono, Nitrogénio e Oxigénio (no. atómico entre 6-
8)
1% de electrões e positrões (antipartícula do electrão)
0,01% de raios gama (fotões de alta energia)
0,0001% de núcleos de elementos pesados

Nota: A composição dos raios cósmicos primários reflecte, ainda que


aproximadamente, a composição do Universo. A composição dos raios
cósmicos solares é diferente e relacionada com a abundância relativa dos
elementos no Sol.

História

Por volta de 1900, Charles T. R. Wilson, Julius Elster e Hans Geitel,


notaram que a condutividade de ar contido num electroscópio de folhas de
ouro permanecia constante, apesar de serem retirados iões por meio do
campo eléctrico. Estudando o assunto, concluíram que algum agente
desconhecido produzia constantemente novos iões. A princípio pensou-se que

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

a ionização do ar fosse causada pela influência de matérias radioactivas.


Sendo assim, a ionização deveria diminuir com o aumento de altitude.

Entre 1911 a 1913, Victor F. Hess e Kolhörster, observaram que, à


medida que um contador Geiger se afastava da superfície da Terra e dos
isótopos radioactivos que nela ocorrem naturalmente, a contagem de radiação
diminuía. Na Torre Eiffel, por exemplo, a contagem era inferior à da
superfície. Para investigar esse fenómeno, ele foi levando os contadores a
altitudes cada vez maiores, por meio de balões carregados de detectores de
radiação. A partir de certa altura, ele verificou que a contagem de radiação
aumentava fortemente e não poderia estar saindo da Terra, deveria vir de
algum ponto do espaço. Hess concluiu, após as suas investigações, que a
ionização observada era devido à acção de uma radiação desconhecida,
altamente penetrante, proveniente do espaço. Deu, por isso, o nome de
“raios cósmicos”, como são conhecidos até hoje e recebeu o Premio Nobel de
Física em 1936 por sua descoberta.

Observações sobre os Raios Cósmicos

A princípio pensava-se que eram formados de fotões dotados de intensa


energia, mas após estudos mais profundos chegou-se à conclusão que esse tipo
de radiação era formado por partículas de natureza distinta: os raios
primários e os raios cósmicos secundários.

Os primários são formados na maior parte por protões, tendo também


uma certa proporção de partículas e uma percentagem muito pequena de
núcleos mais pesados. São esses que tem origem cósmica e viajam próximos
da velocidade da luz, penetram nas altas camadas da atmosfera e chocam
com os átomos de hidrogénio e oxigénio do ar, originando a radiação
secundária que é formada quase exclusivamente de electrões. É a velocidade
dessas partículas que lhes dá a habilidade de penetrar a matéria.
Muitas partículas foram descobertas com a observação dos raios
cósmicos. Os muões que foram vistos por Carl Anderson são muito parecidos

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

com o electrão, só que mais pesados e com uma vida média curta. São
partículas secundárias, formadas nas colisões com o ar ou com as paredes da
câmara usada para detectá-las. De curta vida média, um muão transforma-se
em um electrão e dois neutrinos.

Os raios cósmicos são também responsáveis pela produção contínua de


isótopos instáveis na atmosfera, tal como o carbono 14. Os raios cósmicos
mantêm o nível de carbono 14 constante na atmosfera (70 toneladas) no
mínimo há 100.000 anos. Este é um factor importante para as datações usadas
na arqueologia.

Origem

Embora os raios cósmicos continuem a representar um enigma, já que


as suas partículas são desviadas inúmeras vezes nas suas trajectórias pelos
campos magnéticos do meio interestelar, perdendo toda indicação de onde
partiram. É provável que grande parte dos raios cósmicos se origine de fonte
extra-solar dentro da galáxia. Entretanto, o facto de alguns raios cósmicos
possuírem energias extremamente elevadas fornece evidência de que pelo
menos alguns possam ter origem extragaláctica.
Se for possível descobrir como são gerados e de onde vêm os raios
cósmicos e como as partículas são aceleradas, talvez os cientistas possam
reproduzir o fenómeno em laboratório e descobrir segredos do universo que
ainda não foram desvendados. As partículas que chegam à Terra com energia
bilhões de vezes superiores à maior energia alcançada nos maiores
aceleradores que existem, são fontes que têm auxiliado os físicos no
conhecimento do átomo. Muitas partículas foram descobertas com a
observação dos raios cósmicos, como todos os tipos de mesões conhecidos, por
exemplo.

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

A Importância das Pesquisas

Os raios cósmicos possuem energia numa faixa que se estende de 109 a


1021 eV (electrão - volts).
As partículas de baixa energia caem na Terra num fluxo frequente, mas
as partículas de alta energia (“Zévatrons”) são raras e caem numa taxa de
uma por quilómetro quadrado por ano ou, às vezes, por século.
Foram montados várias estações com intuito de estudar estes raios.
A rede de detecção de partículas no Japão, que cobre uma área de 100
quilómetros quadrados, tem capacidade para analisar no máximo uma
partícula por ano (acima dos 1021eV) e somente 20 partículas com energia
acima de 1020 eV foram detectadas.
O Observatório Pierre Auger de Raios Cósmicos, um empreendimento
científico internacional, foi criado com o objectivo principal de estudar a
direcção de chegada e o espectro de energia dos raios cósmicos acima de 1019
eV em função da sua composição. O laboratório a céu aberto do Observatório
Pierre Auger ocupa 3 mil quilómetros quadrados de uma área desértica da
Argentina, onde estão espalhados 1.600 tanques detectores de superfície e 24
telescópios.

Os tanques de alta tecnologia estão espalhados a uma distância de 1,5


km uns dos outros e contêm 12 toneladas de água com altíssimo grau de
pureza, para evitar o crescimento de bactérias. Cada tanque está equipado
com diversos dispositivos tecnológicos sofisticados: detectores ópticos de
fluorescência, detectores de partículas e com GPS (sistema de posicionamento
global) que funciona como um relógio de alta precisão, indicando, em
bilionésimos de segundo, o tempo que a "chuva" de partículas leva para
chegar à superfície. A comunicação entre os tanques é feita por meio de
antenas de telefonia celular e as informações são transmitidas aos
computadores conectados ao sistema.
Uma das técnicas empregues nos detectores são baseadas no Efeito
Cherenkov. O efeito é observado quando uma partícula ultra-energética

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

(como as dos raios cósmicos) atravessa um meio transparente como a água e


cria uma luz que se espalha na forma de um cone a partir do ponto onde as
moléculas de água e a partícula chocam. Com o auxílio de tubos
fotomultiplicadores, a luz gerada pode ser vista.
Ampliando-se a área de detecção de raios cósmicos aumentam-se as
oportunidades de se conhecer melhor a radiação cósmica. Será possível
também compreender como se comporta o seu espectro. Uma estabilidade no
espectro indica que a fonte se encontra num processo primordial do Universo.
A falta de atenuação do espectro indica uma fonte próxima no tempo e no
espaço.
O estudo dos raios cósmicos gera uma grande quantidade de
informações sobre a interacção nuclear das partículas de alta energia. Além
disso, a investigação dos raios cósmicos é importante para o estudo de
problemas cosmológicos e astrofísicos, tais como as propriedades das fontes
dos raios cósmicos e do meio em que se propagam.

Apesar dos aceleradores de partículas possuírem um papel importante


na investigação das propriedades das partículas elementares, os raios
cósmicos continuam a ser a única fonte de partículas de alt íssima energia.

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Efeitos na Saúde
Os campos electromagnéticos externos, sejam estes naturais ou
artificiais (criados pelo Homem), podem afectar os processos
electrofisiológicos normais que ocorrem no nosso organismo.
Existem dois tipos de radiações: ionizantes e não-ionizantes. As
radiações ionizantes provocam a ruptura das ligações químicas das moléculas.
A gama de frequências dos raios X insere-se nestas radiações. As radiações
não-ionizantes, onde se insere a gama de
frequências dos telemóveis, não têm energia
suficiente para produzir iões mas podem causar
outros efeitos biológicos. O primeiro desses efeitos a
ser identificado foi o efeito térmico, que consiste na
produção de calor. Actualmente estão a realizar-se
estudos que revelam outras interacções, os efeitos
não térmicos.
Além destes efeitos, também temos de considerar a possibilidade dos
campos electromagnéticos interferirem em equipamentos médicos, o que
pode comprometer a saúde dos pacientes que utilizam estes aparelhos.

Efeitos Térmicos

Os efeitos térmicos consistem num aumento da temperatura nos


tecidos biológicos. Este aumento deve-se à energia das radiofrequências que é
absorvida pela água contida nos tecidos do nosso corpo e depende,
fundamentalmente, de dois factores:
 Intensidade da radiação que penetrou no interior dos tecidos;
 Capacidade do organismo de regular a sua temperatura.

Este último factor varia de organismo para organismo, tendo alguns


uma maior capacidade para reduzir/aumentar a temperatura do que outros.
Quando a temperatura de um corpo começa a subir, esse aumento continuará
até que o equilíbrio seja reposto pela capacidade do organismo. Isto é
conseguido através da passagem do sangue nos vasos sanguíneos pelas várias

42
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

partes do corpo, libertando calor para o exterior até voltar a temperatura


normal. Mas este mecanismo de reposição da temperatura tem limites. A
partir de uma determinada intensidade de radiação, o aumento de
temperatura pode ser tão alto que o mecanismo não consegue compensar. Em
situações em que o acréscimo de temperatura dos tecidos é superior a 1ºC,
podem surgir efeitos biológicos adversos. Entre estes efeitos destaca-se as
alterações hematológicas, reprodutivas e nas funções cerebrais e
neuromusculares. Uma das zonas do corpo humano termicamente mais
vulnerável são os olhos. Estes possuem uma irrigação sanguínea muito
reduzida e, portanto, possuem uma menor capacidade de libertar o calor o
que pode conduzir a formação de cataratas em situações de exposição muito
intensa.

Efeitos Não – Térmicos

Há uma possibilidade de ocorrerem efeitos não térmicos no nosso


corpo, resultantes da utilização de radiações de reduzida intensidade (menor
que a que conduz ao aparecimento de efeitos térmicos). O organismo humano
é sustentado por processos electroquímicos de extrema sensibilidade e de
diversos tipos, sendo cada um deles caracterizado pela sua frequência
específica. Algumas das frequências características do organismo humano
encontram-se próximas das frequências utilizadas nos sistemas de
comunicações móveis, por exemplo. Em consequência, muitas das actividades
eléctricas e biológicas do organismo podem sofrer interferência, derivada das
radiações utilizadas nas telecomunicações. No entanto, os efeitos não
térmicos dependem sempre das características do indivíduo exposto, pelo que
dois indivíduos expostos à mesma radiação podem ser afectados de forma
diferente. É o caso das crianças, tendencialmente mais vulneráveis aos efeitos
adversos na saúde do que os adultos.

Os estudos científicos efectuados para avaliação dos efeitos não


térmicos têm apresentado resultados controversos:
1. É difícil inferir para o ser humano os resultados obtidos em experiências
com animais;

43
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

2. Muitos estudos apontam no sentido da ausência de efeitos não térmicos


adversos para a saúde, ao passo que outros apontam nesse sentido;
3. Os estudos efectuados têm a dificuldade de não poderem ser comparados
com estudos em populações que não estejam expostas a estas radiações, dado
que no momento presente a grande maioria da população se encontra
exposta;
4. Os estudos efectuados são produzidos em condições experimentais, com
níveis de radiação mais intensos aos que existem na realidade;
5. A maioria dos estudos realizados é efectuado essencialmente com base nas
radiações emitidas por um telemóvel;

Apesar destas dificuldades, numerosos estudos têm sido desenvolvidos e estão


em curso, podendo agrupar-se nas seguintes áreas principais:

a) Efeitos sobre a saúde em geral


b) Efeitos sobre o feto
c) Efeitos sobre a visão
d) Efeitos cancerígenos
e) Outros efeitos biológicos.

Relativamente a estas áreas específicas, há a referir:

a) Não está estabelecida qualquer relação entre a exposição a campos


electromagnéticos (CEM) e perturbações como cefaleias, ansiedade,
depressão, náuseas ou cansaço – sintomas por vezes atribuídos àquela
exposição;

b) Não tem sido evidenciado qualquer aumento de risco entre esta exposição
e a existência de problemas relacionados com a gravidez, designadamente:
abortos espontâneos, malformações congénitas, diminuição do peso à
nascença ou outros efeitos;

44
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

c) Têm-se verificado casos de cataratas em trabalhadores expostos a níveis


elevados de radiofrequências e microondas. Contudo, não há evidência de que
estes efeitos ocorram perante os níveis de radiação a que a população em
geral está exposta;
d) No que se refere à possibilidade de estas radiações estarem associadas ao
desenvolvimento de casos de cancro em seres humanos, a Organização
Mundial de Saúde referiu que “de acordo com a informação científica actual,
a exposição aos campos de radiofrequência, tais como os que estão associados
aos telemóveis e estações de base não é susceptível de induzir ou produzir
cancro.”

e) Têm sido referidos efeitos psicológicos de curta duração, assim como


alguma hipersensibilidade (reacções alérgicas e adversas), atribuídos a
exposições a CEM.
Face ao exposto, poder-se-á concluir que devem ser aguardados os resultados
dos novos estudos científicos que estão a ser efectuados, sendo ponto assente
que, não estando provada a associação causal entre a exposição a CEM e o
aparecimento de algumas doenças, também não está provado o contrário.

45
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Notícias

Português 'inventa' escudo magnético para naves


Espaço. O jovem investigador Luís Gargaté, do Instituto Superior Técnico,
testou a hipótese de utilizar um campo magnético e um plasma para produzir
um escudo protector para naves espaciais. Em laboratório já é possível fazê-lo

Minimagnestosferas podem tornar-se realidade


Na série Star Trek, quando os raios cósmicos apertavam, o seráfico Spock
activava o escudo protector da Entreprise e os tripulantes ficavam seguros. Da
ficção à realidade, desenvolver o conceito tecnológico para produzir um
escudo protector para naves a sério foi um dos objectivos do jovem
investigador Luís Gargaté, do Instituto Superior Técnico. Juntamente com
colegas do Rutherford Appleton Laboratory, em Inglaterra, Luís Gargaté já
conseguiu mostrar a viabilidade do conceito. Em Rutherford foram feitas
experiências à escala laboratorial, coroadas de sucesso. A equipa chama-lhes
mini-magnestosferas, e funcionam. A descoberta foi publicada na Plasma
Physics and Controled Fusion.
Quando começou a trabalhar em plasmas, no Grupo de Lasers e Plasmas do
Instituto Superior Técnico (IST), no último ano da licenciatura em Engenharia
Física e Tecnológica, Luís Gargaté explorou a ideia de utilizar este estado da
matéria como fonte de energia para lançar satélites - isso, entretanto,
tornou-se possível. Agora, a acabar o doutoramento, o investigador de 27 anos
olha para os plasmas de outra maneira. Estava-se em 2006 e um dia, em
conversa com Robert Bingham, professor em Rutherford, surgiu a ideia.
Porque não utilizar os plasmas, juntamente com um campo magnético, como
escudo protector de satélites ou naves, como acontece com a própria Terra?

"Aqui estamos protegidos das partículas altamente energéticas do vento solar


e das estrelas, que podem ser mortais, pela magnetosfera da Terra, que as
repele para o espaço", explica Luís Gargaté. As únicas missões tripuladas que
até hoje foram além da magnetosfera terrestre foram as Apolo, que rumaram
à Lua. "Foram missões curtas e sabe-se hoje que os astronautas tiveram muita
sorte porque nunca houve episódios de radiação mais intensa a coincidir com

46
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

as missões", conta o investigador do IST. Mas numa viagem tripulada a Marte,


muito mais prolongada, o problema vai colocar-se.
Para demonstrar o conceito das suas mini-magnetosferas (um campo
magnético expandido por um plasma, que é por sua vez um campo de
partículas com cargas eléctricas), Luís Gargaté teve que desenvolver um
código de simulação que agora lhe permite fazer experiências virtuais,
utilizando o supercomputador do Técnico (o mais potente do País). "Os nossos
resultados são promissores e mostram a possibilidade de produzir campos
magnéticos, que juntamente com um plasma, poderão alargar-se até um
quilómetro".

Pode não parecer nada de especial, mas esta é a primeira vez que se
demonstra tal coisa. A ideia de criar bolhas magnéticas para proteger naves
tem quase meio século, mas os cálculos feitos na altura apontavam para a
necessidade de campos de protecção de cem quilómetros. Isso tornava a ideia
impraticável e remeteu-a para a ficção científica. O passo agora dado por Luís
Gargaté recoloca a hipótese no domínio do real. Um campo magnético de um
quilómetro é eventualmente exequível no futuro, embora haja ainda muito
trabalho pela frente.
Retirado de:
http://dn.sapo.pt/2008/11/15/ciencia/portugues_inventa_escudo_magnetico
_p.html

Alta tensão julgada em Sintra


Os efeitos para a saúde provocados pelos campos electromagnéticos emitidos
pela linha de muito alta tensão entre Fanhões e Trajouce dominaram ontem a
primeira sessão do julgamento da acção interposta pela Junta de Freguesia de
Monte Abraão contra a Redes Energéticas Nacionais (REN), no Tribunal
Administrativo e Fiscal de Sintra, visando o encerramento da linha.

Ouvido pelo tribunal, António Santos, engenheiro electrotécnico ao serviço da


EDP que colocava postes de alta tensão, disse que “o problema é o tempo. Há
pessoas que estão 24 horas em exposição a campos electromagnéticos”. Não

47
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

conseguiu, porém, provar eventuais efeitos nefastos para a saúde. Foram


também ouvidos três técnicos ao serviço da REN, os quais defenderam que as
radiações não prejudicam a saúde.
A moradora Maria Alves, primeira a prestar juramento, confirmou que só teve
conhecimento dos postes quando estes já estavam a ser erguidos junto à Anta
de Monte Abraão, telefonando de imediato para a junta de freguesia.
J.S.
retirado de: http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=00267053-
3333-3333-3333-000000267053&channelid=00000010-0000-0000-0000-
000000000010

Europa quer controlar ressonâncias


A Directiva 2004/40 sobre agentes físicos, cuja entrada em vigor está prevista
para Abril de 2008, ameaça o futuro das ressonâncias magnéticas, uma
tecnologia de diagnóstico médico das mais avançadas e de grande importância
na detecção precoce em oncologia (cancros), doenças cardíacas e vascular
cerebrais.

Em causa está a definição de limites à exposição dos campos


electromagnéticos, por parte dos trabalhadores que trabalhem com estes
aparelhos, e o estabelecimento de objectivos tão exigentes, tal como estão
na directiva, que a maioria das unidades de radiologia será incapaz de os
cumprir.
Daí que, segundo alerta o „El Mundo‟ (jornal espanhol), “médicos [trabalham
com equipamento], doentes e fabricantes uniram-se na exigência” de uma
“medida excepcional”, que tanto passa por “uma moratória” como por
alterações na redacção da directiva.
Seja qual for a fórmula encontrada – moratória ou alterações ao texto original
– o objectivo é impedir que uma tecnologia médica, que desde a sua invenção
“revolucionou” o diagnóstico e tratamento do cancro, doenças cardíacas e
vascular cerebrais, tenha o fim à vista.
Como exemplo: um estudo feito no Reino Unido demonstrou que qualquer
pessoa situada a cerca de um metro da máquina receberia mais

48
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

radiofrequência do que os limites de segurança estabelecidos pela directiva.


Nesse sentido, o presidente da Sociedade Espanhola de Radiologia, Fracisco
Tardáguila, lembra que “desde há anos vários médicos e doentes pedem uma
revisão, ou moratória, sobre o uso da radiofrequência para objectivos
médicos”.
De opinião semelhante, Raquel Soares, professora de Bioquímica na Faculdade
de Medicina e Hospital de São João, no Porto, explicou ao CM que “a
ressonância magnética é uma técnica de resolução muito boa e muito eficaz
na detecção de neoplasias [tumores] na fase inicial”.
Com seis anos de experiência em aparelhos de ressonância magnética no IPO
do Porto, a professora considera que “a proibição das ressonâncias seria um
enorme retrocesso no diagnóstico, sem que os riscos justifiquem”.
COMO FUNCIONA O DISPOSITIVO
A ressonância magnética (RM) utiliza ondas de rádio e um poderoso campo
magnético em vez de raios X para produzir imagens suficientemente claras e
detalhadas dos órgãos e dos tecidos internos.
NOVA DIRECTIVA EUROPEIA
Qualquer pessoa que permaneça a uma distância de menos de um metro de
um dispositivo de RM mesmo quando não esteja a ser utilizado pode exceder
os limites de segurança consagrados na nova normativa.
IMPACTO DOS NOVOS LIMITES DE EXPOSIÇÃO A RADIOFREQUÊNCIAS
1- Não poderiam entrar acompanhantes em provas de diagnóstico a menores,
idosos fragilizados ou pessoas com distúrbios mentais e de comportamento,
que requerem assistência.
2- Afectaria a permanência de anestesistas em procedimentos que requerem
sedação.
3- Limitaria o uso em radiologia cirúrgica.
4- Atrasaria grandemente o seu desenvolvimento em novos campos de
investigação.
TECNOLOGIA MÉDICA REVOLUCIONÁRIA
As ressonâncias magnéticas foram uma autêntica revolução no diagnóstico
precoce e tratamento de cancros, doenças cardíacas e vascular cerebrais.
Rui Arala Chaves com El Mundo

49
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

retirado de: http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=00247558-


3333-3333-3333-000000247558&channelid=00000163-0000-0000-0000-
000000000163

Depois de 130 anos, geladeiras poderão ter avanço tecnológico


Redação do Site Inovação Tecnológica
11/03/2009
As geladeiras mais modernas não fazem tanto barulho quanto os modelos mais
antigos, mas continuam funcionando com base no mesmo princípio de
compressão de gases desde que foram inventadas por Carl von Linde, em
1875.
Agora, graças a um trabalho feito nos Estados Unidos por pesquisadores
chineses, a tecnologia de refrigeração poderá finalmente dar um salto
tecnológico, tornando-se absolutamente silenciosa e gastando muito menos
energia.

Esquema de funcionamento do princípio da


refrigeração magnética.

[Imagem: NIST]
Refrigeração magnética
Os pesquisadores descobriram uma nova liga metálica que poderá resolver os
problemas dos atuais materiais magnetocalóricos e finalmente realizar o
sonho da refrigeração magnética.
A refrigeração magnética utiliza materiais, chamados magnetocalóricos, que
se aquecem quando expostos a um campo magnético. Depois que eles

50
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

irradiam esse calor, resfriando-se, o campo magnético é removido e sua


temperatura cai novamente, só que, desta vez, dramaticamente.
Este efeito pode ser usado em um ciclo de refrigeração clássico e os cientistas
já conseguiram alcançar temperaturas próximas do zero absoluto utilizando
esta tecnologia.
Liga magnetocalórica
Contudo, dois fatores têm mantido a refrigeração magnética fora das
geladeiras e dos aparelhos de ar condicionado domésticos: a maioria dos
materiais magnetocalóricos que funcionam à temperatura ambiente usa
gadolínio, um metal raro e incrivelmente caro, e o arsênico, uma toxina letal.
A nova liga magnetocalórica agora descoberta pela equipe é composta por
manganês, ferro, fósforo e germânio. Ela não só é o primeiro magnetocalórico
que funciona à temperatura ambiente como também tem propriedades tão
fortes que um sistema construído com ela pode competir em eficiência com os
compressores tradicionais utilizados hoje na refrigeração.
Alteração na estrutura cristalina
Segundo os pesquisadores da Universidade Tecnológica de Pequim e do
instituto norte-americano NIST, o desempenho incomparável da nova liga
deve-se a uma alteração radical em sua estrutura cristalina, que acontece sob
a ação do campo magnético.
"Quando descobrirmos como fazer uma sintonia-fina desta modificação
cristalina poderemos tornar a eficiência da liga ainda maior", diz o
cristalógrafo Qing Huang. "Ainda estamos mexendo na composição e, se
pudermos fazer com que ela se magnetize de maneira uniforme, seremos
capazes de aumentar mais ainda a eficiência".
Para conhecer outras pesquisas envolvendo refrigeração magnética, veja
Geladeiras de estado sólido já surgem no horizonte e Brasil poderá fabricar
refrigeradores magnéticos.

Bibliografia:
Origin and tuning of the magnetocaloric effect for the magnetic refrigerant
MnFe(P1-xGex)

51
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Danmin Liu, Ming Yue, Jiuxing Zhang, T. M. McQueen, Jeffrey W. Lynn, Xiaolu
Wang, Ying Chen, Jiying Li, R. J. Cava, Xubo Liu, Zaven Altounian, Q. Huang
Physical Review B
2009
Vol.: 79, 1 014435
DOI: 10.1103/PhysRevB.79.014435

Retirado de:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=refriger
acao-magnetica-liga-magnetocalorica&id=010170090311

52
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Palestra

O campo eléctrico e magnético no meio ambiente.

No dia 21 de Outubro de 2008, o professor Augusto Barroso, a convite


nosso, deu uma palestra sobre o tema "O campo eléctrico e magnético no
meio ambiente" no auditório da nossa escola. Foram convidados todos os
alunos do 12º ano de Área de Projecto, bem como alguns professores, para
assistir à palestra. A seguir à palestra, a nossa turma juntamente com o
professor Augusto Barroso e os restantes professores, participaram num
lanche que teve lugar na biblioteca. De modo a partilharmos estes
acontecimentos tirámos algumas fotos e fizemos um vídeo.

53
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Projecto Medea

Introdução

MEDEA é o nome de uma figura da mitologia Grega universalmente divulgada


pela tragédia homónima, escrita por Eurípides (480 BC-406 BC). Contudo, no
presente contexto é o acrónimo para designar um projecto, dinamizado pela
SPF, que será realizado por alunos de várias escolas secundárias do País e que
visa medir o campo eléctrico e magnético no meio ambiente.

Objectivo
O projecto MEDEA visa medir os campos eléctricos e magnéticos de muito
baixa frequência (0 a 300 Hz) que são produzidos por qualquer equipamento
ou circuito eléctrico. Em particular, os alunos vão ser encorajados a efectuar
medições destes campos na escola, no seu ambiente doméstico e na
vizinhança de linhas de transporte de energia eléctrica. Para além disso serão
encorajados a procurar informação cientificamente credível sobre os
eventuais efeitos destes campos na saúde humana.

Implementação

As escolas participantes no MEDEA recebem um medidor de campo eléctrico e


magnético que devem usar durante o desenvolvimento do projecto. A SPF tem
dez equipamentos de medida o que significa que o MEDEA será desenvolvido
em simultâneo por dez escolas. A SPF disponibilizará toda a informação
necessária à implementação do projecto MEDEA. Nomeadamente, existirá o
acesso a um site que permite a simulação de experiências de
electromagnetismo, designado por “O Laboratório de Faraday”. Na página
MEDEA existe um mapa de Portugal sobre o qual vão ser colocados os nomes
das escolas participantes. A cada um desses nomes estará associada uma
ligação para uma página, criada pelos alunos da respectiva escola, que deverá
conter os resultados das suas medições e os seus comentários. À escola que
realizar o melhor trabalho, de cada grupo de dez participantes no projecto, a

54
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

SPF atribuirá um prémio. Esta apreciação será feita por um júri nomeado pela
SPF.

Coordenação

Augusto Barroso
Maria José Ribeiro Gomes

Agradecimento
A SPF agradece o apoio da REN, Redes Energéticas Nacionais.

Manual de Utilização( versão resumida)

SPECTRA NF-5030: Analisador de espectros electromagnéticos

Esta descrição resumida serve apenas como uma primeira abordagem na


utilização do equipamento para medidas simples. Para medições que
envolvam operações mais complexas sugerimos a leitura do manual completo
do equipamento.

55
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Funcionamento

O instrumento irá proceder a uma auto-calibração, que poderá demorar vários


segundos. Este processo pode ser acompanhado observando o movimento de
dois pixeis na parte superior do grafico de barras. Assim que a calibração
estiver concluída poderá começar a medir campos magnéticos ou eléctricos.

comuns!
Isto é: intensidade de campos magnéticos a 1D em Tesla (T) (auto-escala) na
gama de frequência [45, 65] Hz.

mínimo e a tecla 2 para inserir o valor máximo, escolhendo com o botão das
setas a escala (Hz, kHz ou MHz)

poderá escolher medir campos magnéticos variáveis (Mag) em três direcções


diferentes (XY-Mag, YZ-Mag, ou ZX-Mag) ou eléctricos variáveis (E-Fld)

Retirado do site: http://www.spf.pt/medea/

Assim, criámos um site de acordo com as especificações do projecto:

 http://grupored.pt.to/

56
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Medições

Na escola

Lâmpada da escola

campo campo
distância(cm) magnético(μT) eléctrico(V/m)

0 - 110

30 - 38

70 - 4,3

100 - 4

Campo eléctrico

120
Intensidade do CE (V/m)

100

80

60

40

20

0
0 50 100 150
Distância (cm)

57
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Máquina de café

distância(cm) campo magnético(μT) campo eléctrico(V/m)

0 260 290

10 70 69

20 24 23

30 11 11

40 5 6

50 ≈5 ≈6

58
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Monitor NEC fino de um computador

distância(cm) campo magnético(μT) campo eléctrico(V/m)

0 37 -

10 18 -

20 10 -

30 7,9 -

40 7 -

50 4,7 -

60 ≈4,7 -

Campo magnético

40
Intensidade do CM (μT)

35
30
25
20
15
10
5
0
0 20 40 60 80
Distância (cm)

59
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Transformador de energia (cantina)

distância(cm) campo magnético(μT) campo eléctrico(V/m)

0 330 270

10 36 65

20 13 33

30 7 20

40 ≈7 13

50 - 5

60 - 4,5

70 - ≈4,5

Campo magnético

350
Intensidade do CM (μT)

300
250
200
150
100
50
0
0 10 20 30 40 50
Distância (cm)

60
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Broad Range Wireless

distância(cm) campo magnético(μT) campo eléctrico(V/m)

0 215 600

5 23 200

10 4 150

15 ≈4 130

20 - 113

25 - 100

30 - 80

35 - 63

40 - 34

45 - 20

Em casa

61
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Máquina de secar roupa

Campo eléctrico
Não há alterações significativas
Campo
magnético

Frigorífico Tecnozim

campo campo
distância(cm) magnético(μT) eléctrico(V/m)

0 20 (não há
alterações
10 15 significativas)

20 10

30 4,5

40 ≈4,5

Campo magnético

25
Intensidade do CM (μT)

20

15

10

0
0 10 20 30 40 50
Distância (cm)

62
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Televisão ligada (SONY)

distância(cm) campo magnético(μT) campo eléctrico(V/m)

0 28 -

10 18 -

20 10 -

30 8 -

40 ≈8 -

63
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Secador (resultados iguais com o aparelho ligado à corrente


sem estar accionado e accionado)

distância(cm) campo magnético(μT) campo eléctrico(V/m)

0 19 600

5 2,1 560

10 1,2 420

15 0,55 250

20 0,18 120

25 0,1 80

30 0,07 30

35 0,033 25

40 0,026 23

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GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Na rua

Antena Celware (telemóveis)

Campo eléctrico
Não há alterações significativas
Campo magnético

65
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Antena Parabólica FCE

distância à campo campo


antena(cm) magnético(pT) eléctrico(V/m)

0 130 125

10 13 25

20 7 ≈25

25 5 ≈25

30 ≈5 -

Campo magnético

140
Intensidade do CM (pT)

120
100
80
60
40
20
0
0 10 20 30 40
Distância (cm)

Campo eléctrico

140
Intensidade do CE (V/m)

120
100
80
60
40
20
0
0 10 20 30
Distância (cm)

66
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Antena

distância à campo campo


antena(cm) magnético(μT) eléctrico(V/m)

0 600

10 110

20 (não há alterações 90
significativas)
30 60

40 47

50 35

60 6

70 5

Campo eléctrico

700
Intensidade do CE (V/m)

600
500
400
300
200
100
0
0 20 40 60 80
Distância (cm)

67
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

68
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Poste de alta tensão

distância(m) campo magnético(μT) campo eléctrico(V/m)

0 - 422

5 - 244

10 - 236

15 - 230

20 - 226

25 - 53

30 - 17

Campo eléctrico

450
Intensidade do CE (V/m)

400
350
300
250
200
150
100
50
0
0 10 20 30 40
Distância (m)

Conclusões

69
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Valores mais altos do campo eléctrico que encontrámos quando comparados


com o limite para a exposição em casa:

12000
11000
10000
Limite de exposição: 9091
9000 V/m
Campo eléctrico (V/m)

8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000 10 vezes abaixo do limite
0

Valores mais altos do campo eléctrico que encontrámos quando comparados


com o limite para a exposição em locais públicos:

12000
11000
10000
9000
Campo eléctrico (V/m)

8000
7000
6000
5000
Limite de exposição: 4545
4000 V/m
3000
2000
1000 5 vezes abaixo do limite
0

70
GRUPO RED ÁREA DE PROJECTO 08/09

Valores mais altos do campo magnético que encontrámos quando comparados


com o limite para a exposição em casa:

600
Limite de exposição: 454,54
μT
500
Campo magnético ( μT)

400

300

200

100

Valores mais altos do campo magnético que encontrámos quando comparados


com o limite para a exposição em locais públicos:

600

500
Campo magnético ( μT)

400

300

200

100 Limite de exposição: 90,9


μT
0

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Nota: Utilizamos o limite de exposição para a frequência de valor 55 Hz


uma vez que fizemos medições com o aparelho no intervalo de frequências
[45 Hz – 65 Hz]. Aqui encontram-se os limites para outras frequências:

Limites do campo
eléctrico para a
exposição em casa

45 Hz 11111 V/m

55 Hz 9091 V/m

65 Hz 7692,3 V/m

Limites do campo eléctrico para


a exposição em espaços públicos
no geral

45 Hz 5555,56 V/m

55 Hz 4545,5 V/m

65 Hz 3846,15 V/m

Limites do campo
magnético para a
exposição em casa

45 Hz 555,56 μT

55 Hz 454,54 μT

65 Hz 385,62 μT

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Limites do campo magnético


para a exposição em espaços
públicos no geral

45 Hz 111,11 μT

55 Hz 90,9 μT

65 Hz 76,92 μT

Os limites presentes foram estipulados pela Comissão Internacional de


Protecção contra as Radiações Não-Ionizantes (ICNIRP).

Assim, pela observação dos gráficos e pelas medições que fizemos,


concluímos que:

 Quando estávamos a fazer medições verificamos que quando um


objecto estava entre o aparelho e a fonte geradora dos campos, o
campo eléctrico reduzia a intensidade enquanto o campo magnético
pouco ou nada reduzia;
 A extensão dos campos eléctrico e magnético normalmente é reduzida
(excepto nos postes de alta tensão);
 Os campos eléctrico e magnético dos electrodomésticos são menos
extensos do que os dos postes de alta tensão, mas estamos expostos a
uma maior intensidades destes campos por parte dos electrodomésticos
pois no nosso dia-a-dia estamos perto destes;
 Por serem de reduzida extensão, as pessoas nem sempre se encontram
expostas a estes campos mesmo quando estão perto das fontes
geradoras dos campos;
 Os valores medidos de campo eléctrico e de campo magnético
estiveram quase sempre abaixo dos limites e, quando não estiveram,
havia sempre uma margem de distância da pessoa ao objecto (tendo

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em conta que os únicos limites de exposição que vimos serem


superados foram os limites para sítios públicos);
 O campo eléctrico mais intenso medido foi de 600 V/m e o limite deste
campo para pessoas com pacemakers é de 1000 V/m, logo não
apresentam um risco para estas pessoas;
 A maior parte das notícias que alertam para os perigos dos campos
eléctricos e magnéticos são sensacionalistas (algumas destas notícias
podem ser vistas na secção das notícias do site);
 Para as intensidades de campo eléctrico e magnético a que estivemos
expostos, não devem existir efeitos imediatos nas pessoas, pois nem
nós nem qualquer pessoa exposta a estes campos sofreu de tal efeitos
momentâneos;
 Não podemos afirmar que os campos eléctricos e magnéticos não
causam efeitos nas pessoas a longo prazo, apenas podemos concluir que
para exposições a curto prazo não existe qualquer perigo desde que os
limites sejam respeitados.

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Inquéritos

Sim Não Total


1 94 7 101

1 - Costumas transportar o telemóvel num bolso


ou numa mala que esteja sempre próxima do teu
corpo?

Não Sim
Sim 7% Não
93%

Sim Não Total


2 74 27 101

2 – Costumas dormir com o telemóvel ou


despertador próximo de ti?
Não
27%

Sim
Não

Sim
73%

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Sim Não Total


3 53 48 101

3 – Na tua opinião o uso do telemóvel


regularmente é prejudicial à saúde?

Não
48% Sim
Sim Não
52%

1a2 3a5 6a8 mais menos Total


4 32 43 18 6 2 101

4 – Quantas horas por dia passas em frente ao


computador/televisão?
mais menos
6% 2% 1a2
6a8
32% 1a2
18%
3a5
6a8
mais
menos
3a5
42%

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Postes de ala
tensão Monitores Telemoveis Total
5 72 9 20 101

5 – O que é que achas que emite mais radiação:


postes de alta tensão, monitores ou telemóveis?

Telemoveis
20%
Monitores Postes de ala tensão
9% Monitores
Postes de ala Telemoveis
tensão
71%

Sim Não Total


6 12 89 101

6 – Vives perto de postes de alta tensão?


Sim
12%

Sim

Não

Não
88%

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Sim Não Total


7 78 23 101

7 – Tens o hábito de usar auriculares para


ouvir música ou outros fins?
Não
23%

Sim
Não

Sim
77%

Sim Não Total


9 41 60 101

9 – Achas que uma lâmpada apagada emite


radiações electromagnéticas?

Sim
41%
Sim

Não Não
59%

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Sim Não Talvez Total


10 34 65 2 101

10 - Se fosse provado que usar telemovel provoca


doenças graves, deixarias de o usar?
Talvez
2% Sim
34%
Sim
Não
Talvez
Não
64%

Sim Não Total


11 86 15 101

11 - Achas que uma TV em stand by emite


radiações?
Não
15%

Sim
Não

Sim
85%

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Conclusões

Ao observarmos os resultados dos inquéritos, verificamos que mais de


90% dos inqueridos transporta consigo o telemóvel. No entanto, cerca de
metade dos inqueridos acha que o telemóvel é prejudicial a saúde.
Por outro lado, os inqueridos também admitem estar perto de outros
aparelhos, ficando assim expostos a campos eléctricos e magnéticos no dia-a-
dia. Apesar dos membros da comunidade escolar que responderam ao
inquérito poderem pensar que o telemóvel é perigoso, mais de 80% respondeu
que mesmo que fosse provado que causava doenças graves, não o deixariam
de usar.
Quanto à pergunta nº8, que era de resposta aberta, concluímos que
pouca gente tem uma noção do que é uma radiação electromagnética no
entanto não ficámos admirados porque achamos que é algo difícil de ser
definido por uma pessoa que não esteja dentro do assunto.
Com isto podemos concluir que o mais importante não é tentar
sensibilizar as pessoas dos perigos mas sim evitar que elas estejam expostas a
esses perigos.

80
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Bibliografia

Grelha de sites utilizados

URLs dos sítios Web/páginas Temas


Título do sítio Web Autoria Observações
visitados abordados

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Medicina Avançada - Efeitos da
http://www.drashirleydecampos.com.br Shirley
Dra. Shirley de Radiação em Nenhuma
/noticias/20097 de
Campos Seres Vivos
Campos
Efeitos na
saúde Direcçã Alguma
http://www.dgs.pt/upload/membro.id/fic Sistemas de humana e o Geral informação
heiros/i009078.pdf comunicação móveis Sistemas de da com imagens
comunicação Saúde razoáveis.
móveis
Sistemas de
http://en.wikipedia.org/wiki/Communica Communications Descon Está em
comunicação
tions_system system hecida inglês.
móveis
Noções de
onda, de Escola
onda Secund
http://profs.ccems.pt/PauloPortugal/CH Radiações
electromagné ária / 3º Nenhuma
YMICA/REM/REM.html electromagnéticas
tica e CEB da
espectro Batalha
magnético
Pequeno
http://pt.shvoong.com/exact- artigo com
Noção de
sciences/engineering/1828613- Fotão MIT linguagem
fotão
fot%C3%A3o/ acessível e
objectiva
Carla
Oliveira,
Tudo um Carlos Bastante
pouco acerca Fernand informação.
http://193.136.221.5/item/docs/ABC_O
ABC_OEM das radiações es, Imagens
EM.pdf
electromagné Gonçalo bastante
ticas. Carpinte boas.
iro, Luís
Correia
Conceitos Alguns erros a
Radiação
http://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3 gerais de nível de
electromagnética - Descon
%A7%C3%B5es_electromagn%C3%A radiações escrita mas
Wikipedia, a hecida
9ticas electrmagnéti informação
encicolpédia livre
cas bastante boa
Projecto MEDEA ::
Medição de Campos
Projecto Nenhuma
http://www.spf.pt/medea/ Eléctricos e SPF
Medea
Magnéticos no Meio
Ambiente:

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Grelha de sites utilizados

URLs dos sítios Web/páginas Temas


Título do sítio Web Autoria Observações
visitados abordados

As equações de Maxwell e as
http://pt.wikipedia.org/wiki/Equa%C3% Descon Nenhuma
axwell - Wikipédia, a suas
A7%C3%B5es_de_Maxwell hecida
enciclopédia livre equações

http://www.ime.unicamp.br/~vaz/maxw As Equações de As Equações Descon Nenhuma


ell.htm Maxwell de Maxwell hecida

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Conclusões

Ficámos satisfeitos por termos conseguido explorar os conteúdos de


forma mais aprofundada e de termos obtido novos conhecimentos sobre um
tema bastante controverso nos dias de hoje. Assim, conseguimos conjugar isso
tudo a fim de criar um trabalho acessível a qualquer pessoa que esteja
interessada pelo tema.
Por outro lado, e por estarmos inscritos no projecto MEDEA, tomámos a
iniciativa de investigar os efeitos nocivos que as radiações e os campos
eléctricos e magnéticos possam ter no ser humano e partilhar as nossas
conclusões com a comunidade escolar, através do nosso trabalho, bem como
qualquer outra pessoa, através do nosso site. Também foi bastante
importante ao longo do nosso percurso, as medições que realizámos com o
aparelho que nos foi cedido pela SPF, pois estas ajudaram-nos a chegar a
conclusões importantes sobre os campos eléctricos e magnéticos que também
temos o gosto de partilhar neste trabalho.
Esperamos que este trabalho ajude e transmita informações
importantes para qualquer pessoa que precise e, por isso, iremos divulgar este
trabalho o melhor que pudermos e colocá-lo a disposição de todos.

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Agradecimentos

Participantes no Projecto Monit;


SPF;
Professor Doutor Augusto Barroso;
Professora Fernanda Riflet.

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