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Um mal crônico a erradicar
É
uma pena que a política econômica do país, direta, por não ser este o
cadeia produtiva bens de consumo de massa fórum para tal tipo de deba-
de embalagem não vêm girando em maior te. No entanto, convidamos
possa comemorar índices volume e maior velocida- os leitores a procurar ver,
de crescimento tão eleva- de nos pontos-de-venda, e no crescimento de uns ou
dos quanto os obtidos por a indústria de embalagem outros segmentos de mer-
alguns setores que têm sem dúvida só tem a ganhar cado, às vezes até margi-
Wilson Palhares razões de sobra para sol- com isso. Essa agradável nais, a razão primordial
tar rojões. Mas não deixa situação só não é melhor que leva a isso. De nossa
Bens de consumo de ser motivo para festejar porque o país não conse- parte, entendemos que tal
de massa vêm a informação da Fundação gue erradicar – ao lado da razão é provavelmente a
girando em maior Getúlio Vargas de que, no dengue, do analfabetismo, possibilidade financei-
primeiro semestre deste da corrupção, do compa- ra das pessoas de atender
volume e maior
ano, a produção física de drismo e da gula governa- necessidades e de satisfazer
velocidade nos
embalagem no país reagiu mental em todos os níveis desejos de consumo que a
pontos-de-venda, e cresceu 2,7%, a maior – a crônica doença da má falta de uns poucos centa-
e a indústria de taxa desde o quarto trimes- distribuição de renda. vos muitas vezes impedia.
embalagem tre de 2004. Nas reportagens feitas por Se um dia todos puderem,
sem dúvida só O fato é que, não obstante E MBALAGEM M ARCA , tais todos estaremos melhor.
tem a ganhar todas as críticas que possam questões obviamente não Trabalhemos por isso. Até
com isso ser feitas à condução da são abordadas de forma outubro.
nº 97 • setembro 2007
Diretor de Redação
Wilson Palhares
12 Design
Coca-Cola Femsa refina os
desenhos das garrafas das
36 Plásticas
Coquetéis de frutas confiam
em frascos com gatilhos spray
palhares@embalagemmarca.com.br
Reportagem
águas minerais Crystal para circular em micaretas redacao@embalagemmarca.com.br
13 40
Metálicas Entrevista: Flávio Palhares
flavio@embalagemmarca.com.br
Sucos Minute Maid Mais Hugo Agustín Chaluleu
atacam em nova frente com Guilherme Kamio
Porta-voz da indústria brasileira guma@embalagemmarca.com.br
minilatinha de 235 mililitros de aerossóis explica por que Leandro Haberli Silva
ela corre risco de aniquilação
16 Plásticas
Schincariol aposta em multi-
packs de filme encolhível para 46 Fechamentos
Chega ao Brasil nova tampa
leandro@embalagemmarca.com.br
Marcella de Freitas Monteiro
marcella@embalagemmarca.com.br
agrupar garrafas long neck esportiva para bebidas da
Seaquist Closures Departamento de Arte
20 Reportagem de capa:
achocolatados em pó
Diversificação de embala-
48 Marcas
Sinais de recuperação da
Parmalat: volta dos mamíferos
arte@embalagemmarca.com.br
Carlos Gustavo Curado
José Hiroshi Taniguti
gens acompanha disparada e adoção de novas cartonadas
de competitividade no setor Administração
50 Opinião
Tetra Pak abriu sua sede para
mostrar por que é referência
Eunice Fruet
Marcos Palhares
em responsabilidade ambiental Departamento Comercial
54 Marketing comercial@embalagemmarca.com.br
Novas garrafas da vodca Karin Trojan
Absolut incorporam trabalhos Wagner Ferreira
26
de artistas plásticos nacionais
Sondagem GNPD Circulação e Assinaturas
56
Painel da Mintel apresenta Evento assinaturas@embalagemmarca.com.br
novidades internacionais Quem se deu bem no Prêmio Assinatura anual: R$ 99,00
em achocolatados em pó de Design da Associação
Brasileira de Embalagem
28
Público-Alvo
Plásticas
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais
Vulcan tateia oportunidades
no Brasil para sachê-refil de
filme técnico de PVC
60 Evento
Em sua segunda edição,
Embala Nordeste volta a mos-
que ocupam cargos de direção, gerência
e supervisão em empresas integrantes da
cadeia de embalagem. São profissionais
trar a dinamização da região
62
Doce belorizontino desfila em Codificação embalagens e com poder de decisão colo-
embalagem com inovador Roche aposta em novo sistema cados principalmente nas indústrias de bens
mecanismo de consumo de identificação e rastreamento de consumo, tais como alimentos, bebidas,
dos seus medicamentos cosméticos e medicamentos.
31 Metálicas
Latas cilíndricas com perfil
slim são as novas apostas da 64 Artigo
Embalagem, publicidade e Filiada ao
Brasilata para azeites marca, por Victor Basso
3 Editorial
A essência da edição do mês, nas palavras do editor
66 Conversão e Impressão
Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
resguardado por direitos autorais. Não é per-
72 Índice de Anunciantes mitida a reprodução de matérias editoriais
Relação das empresas que veiculam peças publicitárias nesta edição publicadas nesta revista sem autorização
74 Almanaque da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões
expressas em matérias assinadas não refle-
Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens tem necessariamente a opinião da revista.
faltava ter em mãos a última edição 2007). É uma satisfação poder ter essa
para que nos sentíssemos extremamente visibilidade em uma revista de qua-
lisonjeados e felizes. O motivo da ale- lidade e de grande valor no setor de
gria foi a reportagem sobre a tecnologia embalagens.
Foil Less Sealing, que desenvolvemos Felipe Doutel
como alternativa mais econômica às Sukest Indústria de
películas de alumínio utilizadas nas Alimentos e Farma Ltda.
bandejas de iogurtes (“Custos em que- Marketing
da”, EMBALAGEMMARCA 96, pág. 54, Bauru, SP
agosto de 2007).
E. G. Valadares Chocolatíssimo pela Romiti
Diretor
Polipaper
Guarulhos, SP
N a página 11 da edição nº 96 de
EmbalagemMarca (agosto de 2007),
sob o título “Dona Benta Brilha”, as
Agradando na Argentina fotos reproduzem caixas de papel car-
FOTOS: DIVULGAÇÃO
A linha de produtos para que facilita o transporte. As
emagrecimento Fibrothin, do barrinhas e as sopas são prote-
Laboratório Catarinense, ganha gidas por filmes laminados da
um kit completo criado pela Relipel. As cápsulas ganharam
Design Inverso, com a modelo frascos de PVC da AB Plast,
Ana Hickmann em destaque com tampas da Alcoa, também
nas embalagens. As caixas de de PVC, rótulos auto-adesivos
papelão microondulado impres- impressos em off-set pela
sas em off-set pela Gráfica Baumgarten e cartuchos de
Meyer acondicionam o kit, com- cartão impressos também em
posto por barras de proteínas e off-set pela Caeté. O shake é
cereais, dosador de cápsulas, acondicionado em potes de
gelatina, shakes e sopas. O PVC da AB Plast que levam
destaque fica com a alça colo- rótulos auto-adesivos
cada na parte superior da caixa, impressos pela Sanavita.
AB Plast Alcoa Baumgarten Caeté Design Inverso Gráfica Meyer Relipel Sanavita
(47) 3451-9104 (11) 4195-3727 (47) 3321-6666 (51) 3303-7373 (47) 3028-7767 (47) 3433-3044 (19) 3404-4244 (19) 3437-2000
www.abplast.com.br www.alcoa.com.br www.baumgarten.com.br www.caete.com.br www.designinverso.com.br www.graficameyer.com.br www.relipel.com.br www.sanavita.com.br
Talco em frasco
de polietileno
Desenho em Foco
Mariah Cosméticos (11) 6406-3161
aposta em bebês www.desenhoemfoco.com.br
Tagawa/TWN
(11) 5054-3251
www.tagawa.com.br
FOTOS: DIVULGAÇÃO
As embalagens de CloseUp Fresh Whitening, da Uni-
lever, estão com novo design. O produto incorpora
as duas plataformas distintas da categoria de cremes
dentais: refrescância (associada a pastas em gel) e Brasilgrafica
(11) 4133-7777
benefício funcional específico (associada aos cremes www.brasilgrafica.com.br
ditos “brancos”). Assim, a embalagem evidencia cada
uma das plataformas separadamente no painel frontal Cebal
(11) 6875-3100
– fundo verde e gotas refrescantes para o “Fresh”; www.alcan.com.br
azul com hot stamping prateado para o “Whitening”.
A impressão dos cartuchos de papel cartão ficou a Rex Design
(11) 3862-5121
cargo da Brasilgrafica. As bisnagas e as tampas são www.rexnet.com.br
fornecidas pela Cebal. O layout é da Rex Design.
Inverno e primavera
Box Print
(11) 5505-2370
Caixas de lenços remetem a estações do ano
www.boxprint.com.br A Softy’s apresenta a linha de lenços Aroma-
SP.OK Design therapy, mais uma variante para a Coleção
(11) 3815-9155 2007. Os produtos são acondicionados em
www.spokdesign.com.br caixas de papel cartão com 75 unidades for-
necidas pela Box Print. As embalagens têm
ilustrações com tramas de tecidos quentes,
remetendo ao inverno. Os cartuchos de 100 e
150 lenços têm grafismos coloridos baseados
em flores, que lembram a primavera. A SP.OK
Design assina o layout dos cartuchos.
design >>> águas
N
o disputado mercado de águas
minerais, que enfrenta concorrência
cada vez maior de produtos como
chás e sucos prontos, refrigerantes
com zero caloria e preparados líquidos aroma-
tizados, entre tantas outras bebidas definidas
como “saudáveis”, o que tem feito a diferença é
a embalagem. E é justamente neste quesito que
a Crystal aposta suas fichas. A marca da
Coca-Cola Femsa, reconhecida pela
diversidade de suas embalagens, reno-
va todo o visual das linhas de águas
minerais Sport, VIP e Family. “Desde
AÇÃO
1995 a Água Crystal investe na diferen-
FOTOS: DIVULG
ciação de suas embalagens para valori-
zar as características do produto”, diz MAIS OPÇÕES – Crystal
a diretora de marketing da Coca-Cola padroniza embalagens e lança
novos produtos, para atender
Femsa, Silmara Olívio. diversos tipos de público
Todas as garrafas de PET da linha
de águas Crystal ganharam formas de
cristais em relevo na área de manuseio around, fornecido pela Dixie Toga, tem
Alcoa CSI
(pega), “o que valoriza o ícone de identi- detalhes em azul, que identificam a versão (11) 4134-2500
ficação da marca”, diz Silmara. A embalagem sem gás, e em roxo, para a água com gás. www.alcoa.com.br
squeezable da Crystal Sport cresceu, e passa Novidade, a Mundi é a versão infantil da
Cimplast
a ter 600 mililitros, 90 mililitros a mais que a água Crystal, em garrafinhas da Engepack de (11) 3601-2004
versão anterior. 250 mililitros, tamanho ideal para a lancheira e www.cimplast.com.br
A nova capacidade da garrafa, produzida também dotadas de tampas Sport Lok da Alcoa
Dixie Toga
pela Engepack, foi definida através de pes- CSI. Os rótulos termoencolhíveis da Sleever (11) 6982-9200
quisas realizadas pela multinacional com seu International destacam elementos lúdicos e www.dixietoga.com.br
público-alvo, os praticantes de esportes, motivo dicas de saúde do personagem-mascote Super Engepack
pelo qual o sistema de fechamento é a tampa Crystal. (11) 2149-8800
Sport Lok, da Alcoa CSI, que permite o consu- A última novidade da marca é o garrafão www.engepack.com.br
mo direto com o uso de apenas uma das mãos. de 5 litros da Crystal Family, fornecido pela Garboni
O rótulo plástico termoencolhível, redesenha- Cimplast, que tem formato anatômico e pode (24) 2244-3300
do em tons de azul, é fornecido pela Sleever ser transportado pela alça da tampa, fabricada www.garboni.com.br
International e faz alusão a várias modalidades pela Garboni. Os “cristais” incorporados ao Müller & Camacho
de esporte. corpo da embalagem fazem parte da padroni- (11) 3819-4417
zação da linha. O rótulo, estreito, é impresso www.mullercamacho.com.br
A hora da latinha
Minute Maid Mais inova na categoria de sucos
prontos com miniembalagem de 235 mililitros
A
linha de sucos Minute consumidores, oferecendo um pro-
Maid Mais, da Coca-Cola duto de qualidade a um preço aces-
Brasil, traz mais uma sível”, diz Andréa Mota, diretora
opção de embalagem para de marketing de Novas Bebidas da
os consumidores. Após o lançamen- Coca-Cola Brasil.
to, em maio, em embalagem carto- A empresa também aposta em
nada asséptica de 750 mililitros com canais alternativos, como drogarias,
tampa de rosca, da Tetra Pak, chega bancas de jornais e lojas de conve-
agora ao mercado uma embalagem niência. “O foco inicial é conquis-
inovadora na categoria de sucos tarmos clientes em pontos-de-venda
prontos para beber: a minilata de onde não estamos presentes”, res-
235 mililitros, fornecida pela Rexam. salta Andréa. “O mercado de sucos
Inicialmente, a nova embalagem será prontos para beber vem crescendo
comercializada, nas versões pêssego muito no Brasil, mas sabemos que
e uva, nos estados de São Paulo, há um grande percentual de poten-
Paraná e Minas Gerais. ciais consumidores que ainda não
A Coca-Cola decidiu colocar o aderiram à categoria”, afirma a exe-
preço sugerido na embalagem, que cutiva. Ela argumenta que para os
teve o layout criado pela Ana Couto canais que já comercializam Minute
Branding Design, para assegurar Maid Mais em outras versões, a
que o consumidor compre o produto minilata é um diferencial, “pois ofe-
por R$ 1,50 em qualquer ponto-de- rece uma nova opção de tamanho e
venda. “A idéia é conquistar novos preço”. (FP)
N
ão é difícil entender porque os shrinks, Packtec dos equipamentos, contudo, os custos da mudança
(19) 3881-8600
como são conhecidas as embalagens podem causar ressaca. “Mas, para grandes cerveja-
www.packtec.com.br
múltiplas feitas de filme termoenco- rias, esse investimento é amortizado em no máximo
lhível, se tornaram um sistema de uni- RES Brasil 12 meses”, estima o diretor da Packtec.
(19) 3871-5185
tização padrão em diferentes categorias do varejo. www.resbrasil.com.br
Avaliada pelos consumidores como prática, leve e Rápida degradação
conveniente, no lado das indústrias usuárias essa No caso da linha Nova Schin, o uso de shrinks em
solução apresenta custos produtivos atraentes. Ao garrafas long neck não é exatamente uma novida-
longo dos anos, porém, determinadas categorias de de. A própria Packtec afirma fornecer esse tipo de
produtos de consumo se mostraram refratárias aos fil- embalagem há mais de seis anos para garrafinhas da
mes de polietileno (PE) que se amoldam a conjuntos Schincariol. Comenta-se que a estratégia seria uma
de embalagem mediante exposição em equipamen- forma de aproveitar sobra de capacidade das linhas
tos que produzem calor. É o caso das cevejas long de latas de alumínio. Seja como for, Juan Berenguer
neck. Diferentemente das latinhas de alumínio, fortes informa que, desde o ano passado, quando a cerve-
adeptas de shrinks, tal setor é amplamente dominado jaria de Itu fez anuncipu o uso de shrinks de rápida
por multipacks de papel cartão, numa estratégia degradação nas suas linhas de latinhas, as multipacks
para alguns alinhada com o posicionamento mais das long necks também passaram a ser produzidas
nobre das embalagens de vidro. Todavia, até entre com aditivos que tornam os filmes plásticos biode-
as garrafinhas one way de cerveja os shrinks vêm gradáveis. A tecnologia, denominada d2w, é da
ganhando força. As long necks da linha Nova Schin, inglesa Symphony Plastic Technologies,
por exemplo, incluindo as versões pil- representada no mercado nacional pela
sen, sem álcool e escura (Munich) RES Brasil (ver EmbalagemMarca 83,
podem ser encontradas em diferentes julho de 2006) (LH).
supermercados do país unitizadas em
filmes termoencolhíveis.
Os responsáveis pela marca pre-
ferem não comentar o assunto, mas
já se vislumbra a possibilidade de
mudanças no setor. “Não há nada
confirmado ainda, mas existe a
expectativa de que outras gran-
des cervejarias adotem shrinks
para long neck em médio prazo”,
diz Juan Lledó Berenguer, diretor
comercial da Packtec, fabricante de
shrinks de Valinhos (SP) que fornece
para diferentes indústrias de bebida,
inclusive a Schincariol. Segundo ele,
em alguns supermercados bahianos
as long necks da cerveja Bavaria também
ÇÃO
DÚVIDA NO AR
: DIVU
expectativas
da metade” do que multipacks de papel cartão. Dada na indústria
a complexidade dos processos produtivos, no lado cervejeira
R
econhecida como pro- refrescante, de fácil assimilação.
dutora de vinhos de boa De acordo com o Grupo Garvey,
qualidade, comercializa- controlador da Cavas Hill, a embala-
dos a preços populares, a gem metálica é completamente her-
vinícola espanhola Cavas Hill lançou mética, o que evita qualquer alteração
no início de agosto o que define da bebida provocada por oxidação ou
como sua “maior inovação nos últi- exposição à luz. Embora não reve-
mos anos”: vinhos em latinha, propa- le a identidade do fornecedor das
gandeados como os primeiros acondi- embalagens, a empresa detalha que
cionados nessa embalagem com alta as latinhas possuem um enverniza-
qualidade. mento especial nas paredes internas,
FOTOS: DIVULGAÇÃO
As latinhas, de alumínio e perfil que mantém intactas as propriedades
slim, com volume de 250 mililitros, organolépticas dos vinhos.
o equivalente a uma taça, abastecerão
lanchonetes (especialmente cadeias Juventude na mira
de fast food) e serviços de catering e “Nosso objetivo, com a novidade, é
hotéis na Espanha e em países euro- atrair um público mais jovem”, declara
peus vizinhos. a Cavas Hill no comunicado oficial
São duas versões de vinho em lati- de lançamento do produto. Segundo
nha. O Hill Vino Blanco, como o nome a vinícola, a latinha acondiciona uma
denuncia, é um vinho branco produzi- quantidade ideal para acompanhar
do com base na uva Sauvignon Blanc. refeições, evitando consumo abusivo de
Por sua vez, o tinto Hill Tempranillo álcool. “Com a lata, também é possível
deriva da varietal homônima. Ambas degustar um bom vinho sem a necessi-
ESTANQUEIDADE – Cavas Hill diz que latinha
as versões são produzidas de modo a dade de se abrir uma garrafa grande”, evita oxidação do vinho. Embalagem leva
apresentar buquês mais suaves e sabor argumenta a vinícola. (GK) verniz, no interior, para evitar interações
D
ona do maior consumo mento de um botão situado no topo
anual per capita de cer- da embalagem, gelam em sessenta
veja no mundo – 163 minutos, permanecendo na tempe-
litros, segundo leituras ratura média de 5º C por cerca de
referenciais – e país-natal da popula- doze horas.
ríssima variante pilsen, a República O processo de auto-resfriamento
Tcheca era um alvo natural para se baseia numa técnica de reação
o CoolKeg, barril metálico auto- entre água e zeólita, um silicato poro-
refrigerante para grandes volumes so embutido num compartimento a
de loira gelada. Era. A embalagem, vácuo construído na parede da emba-
criada pela alemã Cool-System KEG lagem. Ao se acionar a válvula, um
GmbH e abordada em edições ante- vaporizador de água no interior do
riores de EMBALAGEMMARCA (mais barril começa a trabalhar. A zeólita
recentemente na de nº 67, de março adsorve o vapor e o resfria, gelando a
de 2005) acaba de ganhar a pri- cerveja. A temperatura ambiente não
meira adoção no mercado tcheco, influi no desempenho do barril, que
que marca também seu début na é retornável. Disponível nas capaci-
Europa Central. Quem protagoniza dades de 5, 8, 10, 12, 15 e 20 litros,
a ação é a Staropramen, cervejaria o CoolKeg já contou com represen-
de 3 milhões de hectolitros anuais tação oficial para o Brasil. “Hoje,
e integrante do grupo belga InBev, as cervejarias interessadas devem
controlador da brasileira AmBev. nos procurar diretamente”, informa
A Staropramen em barril contém Gerd-Albrecht Graf, gerente-geral
20 litros de cerveja, que, ao aciona- da Cool-System KEG. (GK)
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Cool-System
+49 (911) 9776-754
www.coolsystem.de
reportagem de capa >>> achocolatados
A
o explorar cada vez mais o apelo Abeaço
da economia, embalagens flexí- (11) 3842-9512
www.abeaco.com.br
veis e potes plásticos injetados
têm facilitado o aumento de parti- Brasilata
(11) 3871-8500
cipação de fabricantes regionais e de marcas
www.brasilata.com.br
próprias no mercado de achocolatados em
pó. O mesmo não pode ser dito sobre as Igel
(51) 3041-8300
estratégias que envolvem latas de aço. Nas www.igel.com.br
palavras de Thaís Fagury, assessora execu-
tiva da Associação Brasileira de Embalagem Interject
(11) 6561-0835
de Aço (Abeaço), assim como em outras www.interject.com.br
categorias, na de achocolatados de preparo
instantâneo o material “busca o caminho do Santa Rosa Embalagens Flexíveis
CAIXA – Cartucho de papelão (11) 3622-2300
microondulado da Igel é uma nova valor agregado”. Isso fica claro na opção de www.santarosaembalagens.com.br
alternativa comercial para o Toddy diferentes fabricantes de achocolatados pela
lata com fechamento Ploc Off, produzida Sinimplast
lagem de achocolatado, esta recentemente (11) 4061-8300
pela Brasilata. Plástica, a tampa utilizada www.sinimplast.com.br
adotada pela marca Toddy. A caixa comporta
apresenta lacre de fácil abertura e dispensa
2 quilos de produto, oferecendo economia
o uso de selos, já tendo seduzido antigos
de aproximadamente 15% aos consumidores
adeptos da lata convencional com selo de
na comparação com as versões vendidas em
alumínio (easy peel). É o caso do achocolata-
potes plásticos de 400 gramas ou menos.
do Energia, produzido pela Zaeli Alimentos,
A preocupação dos fabricantes de acho-
de Umuarama (PR). “A marca participava de
colatados em pó – grandes, médios ou peque-
nosso mix há cerca de dez anos com vendas
nos – em oferecer produtos mais acessíveis
de certa forma coloca em evidência aquilo
que se convencionou chamar de “consumidor
estrategista”. No desafio de manter despen-
sas abastecidas, ele é obrigado a comparar
preços, calcular mentalmente e em frente às
prateleiras dos supermercados o custo por
grama de determinados produtos e, quando
não consegue preservar o consumo de mar-
cas notórias, partir para chancelas alternati-
FOTOS: BLOCO DE COMUNICAÇÃO
ÃO
DE COMUNICAÇ
em produtos orgânicos do país. A empresa
adotou as embalagens da Brasilata deixan-
do para trás a antiga apresentação em pote
FOTOS: BLOCO
plástico. Com maior concentração de cacau,
MIMO – Ao comprar
o produto apresenta litografia em três idio- duas embalagens-
mas (português, inglês e francês), e vem refil, consumidor do
Ovomaltine ganha lata
sendo exportado para países como Canadá,
Coréia, Líbano, Malásia e França. Até o
As informações apresentadas nesta seção são provenientes de levantamentos e análises da Mintel e são protegidas por direitos autorais.
EMBALAGEMMARCA não se responsabiliza pelo conteúdo.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
I
lustre fabricante de filmes e laminados de PVC, de vendas da área de embalagens da Vulcan. “Misturado com
a Vulcan aposta em um conceito ainda inédito no água, um sachê de 500 mililitros de amaciante concentrado
Brasil em embalagem plástica flexível. Trata-se pode repor o conteúdo dos tradicionais garrafões de 2 litros
de um sachê confeccionado a partir de bobinas do produto”. Nos cálculos de Lobo, enquanto um garrafão
técnicas de filme de PVC, o SoftPack, especialmente voltado plástico vazio pesa, em média, 80 gramas, um SoftPack
ao uso como refil para embalagens rígidas de cosméticos e de vazio não ultrapassa as 15 gramas. “O sachê poupa espaço
produtos de limpeza doméstica. na movimentação e na estocagem, nas gôndolas, na despensa
Sósia dos clássicos saquinhos de leite, o SoftPack foi do consumidor e no descarte”, resume o executivo da Vulcan.
criado na França pela Alkor Draka, multinacional holandesa “Isso garante uma política de menor consumo de plástico por
da área de PVC que teve algumas plantas industriais européias embalagem.”
adquiridas em janeiro deste ano pela Vulcan (empresa de capi- Mais à frente, Lobo vê potencial para o SoftPack em sabo-
tal 100% nacional, controlada pela holding Grupo Brasil). Na netes líquidos, especialmente para aqueles comercializados
França, 400 milhões de SoftPacks são consumidos anualmen- nos mais sofisticados – e caros – frascos com válvulas pump.
te. O sachê também faz sucesso na África do Sul e começa a
engrenar na Oceania e em outras regiões (veja o quadro). “Smell-through”
Como pré-marketing, no fim de julho a Vulcan iniciou No quesito apelo de vendas, um charme do SoftPack é o
visitas a potenciais indústrias usuárias do SoftPack. Um alvo chamado efeito smell-through, ou seja, a permeabilidade aos
em vista é o amaciante para roupas. “Como esse produto aromas do produto acondicionado. Com isso, as consumi-
pode ser vendido concentrado, fica evidente o benefício do doras não precisam abrir embalagens nas lojas para sentir a
SoftPack como refil econômico”, explica André Lobo, gerente fragrância do conteúdo. “Esse é um diferencial que não pode
ser explorado pelo stand-up pouch, natural concorrente do
O consumo do SoftPack em SoftPack na área de embalagem-refil flexível”, lembra Lobo.
outros mercados (em unidades/ano) O sachê pode também incorporar paredes translúcidas e com
superfície leitosa, acetinada, agradável ao toque.
FONTE: ALKOR DRAKA/VULCAN
Thimmonier Vulcan
+33 47 208-1919 (21) 3362-2037
www.thimmonier.com www.vulcan.com.br
Mineirice rebuscada
Embalagem engenhosa viabiliza a industrialização de canudinho doce caseiro
H
it de consumo em Belo Horizonte e adja-
cências, onde é vendido fresco por docei-
ras e ambulantes, o canudinho de massa
crocante recheado com doce de leite, versão
tupiniquim dos italianíssimos cannoli, acaba de ganhar
versão industrializada graças a uma criativa embalagem.
No Puxe Tac, da mineira Nova Alimentos, canudinho é
acoplado a um calço plástico, parecido com uma tampinha.
Uma fenda na base dessa peça expõe a aba de um envoltó-
rio acomodado no interior do canudinho, contendo o doce
de leite. Ao segurar o calço e puxar essa aba de filme plás-
tico, o consumidor faz a bolsa interna se romper, liberando
o recheio dentro do tubinho (veja o gráfico).
A guloseima tem vida-de-prateleira de 90 dias, não só
pela proteção especial do doce pastoso, mas também pelo PUXADA – Acima, diagrama
emprego de atmosfera modificada no empacotamento, que mostra o funcionamento do
doce. Canudo é protegido por
preserva a crocância do canudinho. Para tanto, uma emba- injeção de nitrogênio
ladora horizontal foi adaptada. “Fizemos uma modificação
própria, pois a injeção de nitrogênio em snacks é mais
comum em empacotadoras verticais”, detalha José Roberto
Gesualdo, diretor da Nova Alimentos e mentor do Puxe
Tac. A flow pack que apresenta o produto no varejo é con-
feccionada em filme de BOPP (polipropileno biorientado)
transparente laminado com filme de BOPP metalizado, e
impressa com cinco cores em rotogravura pela Converplast,
também fornecedora da bolsinha de BOPP transparente que
retém o doce de leite.
Estufada com nitrogênio, a flow pack do Puxe Tac ganha
outro atributo importante: protege o canudinho de danos no
transporte e por manuseio nos pontos-de-venda. O Puxe Tac
é distribuído em displays de papel cartão da Cartográfica Cartográfica Fênix
Fênix, projetados de modo a expor o doce na vertical. “Com (31) 3361-6199
www.fenixembalagens.com.br
isso, o produto não ‘morre deitado’, sem visibilidade, e não
empilham outros itens sobre o nosso”, afirma Gesualdo, Converplast
que admite que o display para apenas quinze unidades, (11) 6462-1177
www.converplast.com.br
somado à sofisticação da embalagem primária do doce, tem
um custo alto. “Mas ele compensa, pois alcançamos o país Filadélfia Comunicação
inteiro”, diz o dirigente da Nova Alimentos. (31) 3516-0100
www.filadelfiacom.com.br
A patente do mecanismo do Puxe Tac já foi devida-
mente depositada por Gesualdo. O empresário já planeja Implas
extensões de linha light e diet e até versões salgadas, com (31) 3333-8844
www.implas.com.br
recheios de queijo fundido e de patês. Em tempo: o calço do
canudinho é injetado em polietileno pela Implas, tradicional
EXPOSIÇÃO – Display
transformadora de plásticos mineira. Já o design gráfico da acomoda doces em pé e
embalagem coube à Filadélfia Comunicação. (GK) evita empilhamentos
Esguio apelo
Brasilata tem novas opções slim
para azeites e óleos especiais
A
zeites e óleos Brasilata. “Para o consumi-
de alta nobre- dor final, outro diferencial
za agora têm à importante do óleo espe-
disposição uma cial envasado em lata é a
nova opção em embalagem garantia de um produto com
metálica projetada pela menor grau de oxidação
Brasilata. Em dia com a ten- e que dispensa totalmen-
dência de design que asso- te o uso de conservantes,
cia recipientes de formato pois oferece barreira à luz
delgado a alimentos mais e mantém o óleo vegetal
leves e saudáveis, a meta- em condições ideais para o
lúrgica lança uma família de consumo”.
latas de aço cilíndricas com A novidade está dispo-
perfil slim e sistema dosa- nível em três tamanhos: 250
dor incorporado para óleos mililitros (53 x 112 milíme-
comestíveis premium. tros), 500 mililitros (57 x
As novas latas foram 206 milímetros) e 750 mili-
desenvolvidas com priori- litros (65 x 238 milímetros).
dades na ergonomia e no Em tempo: famosa pelo seu
apelo de repouso à mesa. incentivo às inovações, a
“Por serem longilíneas e de Brasilata foi apontada
menor diâmetro, as novas como uma das 100 melho-
latas oferecem manuseio res empresas para trabalhar
confortável, com melhor no Brasil, segundo a edi-
‘pega’ para o consumidor e ção 2007 da pesquisa Great
facilidade para servir duran- Place to Work, divulgada
te as refeições”, afirma João no fim de agosto por uma
Vicente Tuma, diretor da edição especial da revista
Divisão Alimentícia da Época. (GK)
Brasilata
(11) 3871-8500
www.brasilata.com.br
Tudo azul
Um estudo do PMMI, a entidade de
classe dos fabricantes americanos de Incubação local
máquinas de embalagem, aponta que,
em 2006, a expedição dos produtos do SIG Corpoplast inaugura Centro Tecnológico no Brasil
setor superou a casa dos 6 bilhões de
Nome forte na área de máquinas testes de processo, contando com
dólares pela primeira vez na história.
sopradoras para embalagens de uma estação-piloto de moldagem
Há seis anos esse mercado apresenta
PET, a SIG Corpoplast inaugurou equipada com uma sopradora Blo-
crescimento, e promete evoluir a taxas
médias de 3% até 2009. em agosto um Centro Tecnológico max III. Um dos primeiros projetos
em São Paulo. A unidade, a primeira aprovados no laboratório será para
Reuso para o banho do gênero da empresa alemã nas a Pepsi Brasil.
Deu no site Ciência Hoje On-line: o Américas, buscará dar suporte a
Núcleo de Pesquisa do Centro Univer- projetos de clientes brasileiros e Centro da SIG em
sitário de Itajubá (Universitas), Minas latino-americanos, tornando mais São Paulo: suporte em P&D
Gerais, criou um painel de latinhas de rápida a introdução de novos pro-
alumínio que funciona como aquecedor dutos no mercado. “A troca de
de água. O aparelho, que usa energia informações será mais fácil e rápi-
solar e tem custo ínfimo, poderá bene-
da, e conseqüentemente o prazo
ficiar famílias de baixa renda.
de entrega também será reduzido
devido ao fornecimento local”, expli-
Upgrade virtual
Produtora de caixas de papelão ondu- ca Frank Haesendonckx, diretor
lado, a Paraibuna Embalagens refor- de marketing da SIG Corpoplast.
mulou sua página na internet (www. “Tempos atrás, isto só seria possível
paraibuna.com.br). O site traz informa- em nossa matriz em Hamburgo”. O
FOTO: DIVULGAÇÃO
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Potes de PET reci-
clado e polipropileno também estão clado são novida-
des da Huhtamaki
à disposição dos consumidores.
C
oncorridas festas de rua regadas
A retranca argentina na
peleja dos aerossóis
D
e uma qualidade mundialmente reconhecida produção nacional de antitranspirantes em dois anos. Nós esta-
e uma vitalidade histórica, em poucos anos a mos sofrendo desindustrialização! (enfático) A Ceras Johnson
indústria brasileira de aerossóis poderá fechar fechou sua fábrica. A Unilever, que fabricava aerossóis perto
as portas. O alerta é da Associação Brasileira de Campinas numa planta industrial excelente, também se
de Aerossóis e Saneantes Domissanitários mandou. Uma das primeiras fábricas que fecharam foi a da
(Abas), segundo a qual a aniquilação do setor vai de vento Gillette. Hoje, você vê que a maioria das espumas de barbear
em popa desde que a Argentina congelou a rés-do-chão, há é importada... Calculamos 5 000 empregos fechados nos últi-
cerca de cinco anos, os preços de seu gás propelente, impor- mos cinco anos, somados, em escala, os empregos indiretos:
tante componente dos aerossóis. Praticando uma política de embalagens, válvulas, tampas, cartonagem, distribuição etc.
preços arbitrária para um insumo normalmente regido como
commodity, a Argentina cada vez mais domina a produção A política argentina de preços para o butano e o propano,
dos aerossóis vendidos no Brasil – de inseticidas a produtos os gases propelentes dos aerossóis, é apontada como a
de beleza, de tintas a espumas de barbear. Se espernearam vilã da situação. Qual a importância desse insumo?
contra o avanço, em seu país, de artigos brasileiros como Cabe esclarecer que não existe aerossol sem propelente, mas
calçados, têxteis e eletroeletrônicos, pleiteando salvaguardas a participação do gás varia de produto a produto. Em alguns
comerciais – que lhes foram concedidas –, os argentinos não casos ela nem é tão significativa, mas em outros, como no
querem saber de conversa com os aerossóis. Recusam-se a dos antitranspirantes, ela chega a representar 85% do conte-
negociar e contam com complacência do governo brasilei- údo. A Argentina produz excelentes propelentes, e há cinco
ro. Presidente da Abas e da Federação Latino-Americana anos congelou os preços desses gases. É uma distorção de
de Aerossóis (Flada), Hugo Agustín Chaluleu conversou custos de commodities, já que os propelentes argentinos não
com EMBALAGEMMARCA sobre a situação. Ironia do desti- acompanham os preços internacionais estabelecidos. Quando
no: Chaluleu nasceu na Argentina. “Mas sou um brasileiro os preços mundiais estouram, nossos preços acompanham,
insuspeito nessa questão”, ele esclarece, do alto dos quase resultando num gás propelente sideralmente mais caro. O
quarenta anos dedicados à indústria brasileira de aerossóis propelente argentino é mais barato que o americano e o euro-
em seu currículo. peu, e por isso a Argentina hoje tem um volume de exporta-
ção muito importante não só para o Brasil, mas também para
De que maneira as importações da Argentina vêm prejudi- a Venezuela, para o México e para outros países latinos.
cando a indústria brasileira de aerossóis?
A situação é extremamente séria. De cerca de cinco anos para Certamente os argentinos se beneficiam de incentivos fiscais
cá o Brasil vem perdendo o mercado para o país vizinho. O na exportação de aerossóis. Esses mecanismos chegam a
segmento de antitranspirantes, por exemplo, é dominado por resultar em aerossóis argentinos vendidos aqui com latas de
produtos argentinos num nível acima dos 80%. Se a coisa matéria-prima brasileira?
continuar do jeito que está, a projeção é uma aniquilação da Com aço brasileiro, não, mas com alumínio brasileiro, sim.
O Brasil exporta para a Argentina o disco de alumínio, e entre os dois países. O problema é que o MAC até hoje não
ele volta para cá como tubo de aerossol para desodorantes e foi internalizado. Com isso, continuamos a sofrer um ataque
outros produtos sofisticados. É o mesmo que dizer que expor- muito pesado. Existem reuniões bilaterais mensais do setor
tamos folhas-de-flandres e importamos Mercedes-Benz. Todo de aerossóis, mas lamentavelmente a Argentina não veio
o valor agregado ficou onde? Fora. O fato é que, além de os à última reunião (de 10 de agosto, no Rio de Janeiro). Os
argentinos terem propelente de muito boa qualidade a preço argentinos não querem diálogo, o que é lamentável.
baixo, os componentes com drawback para exportar os aju-
dam bastante. Aqui, nós enfrentamos sérios problemas devido O avanço argentino incapacita investimentos em inovações
à carga tributária. Se você produz para o mercado interno, tecnológicas pelos fabricantes brasileiros de aerossóis?
não tem vantagem. Se você produz para exportar, aí você tem Não tenha dúvida. É claro que, a despeito da situação alar-
vantagem. Alguns produtos em aerossol chegam a pagar o mante, a indústria continua a investir. Mas não como poderia.
absurdo de 30% de IPI. Isso é triste, pois o Brasil tem uma história edificante, muito
bonita, no campo dos aerossóis. Em 1978 os Estados Unidos
A Argentina recentemente chiou por causa do avanço, em seu e o Canadá iniciaram a restrição à produção de aerossóis com
mercado, de produtos brasileiros como calçados, vestuário clorofluorcarbonos, os populares CFCs, que migram lenta-
e eletroeletrônicos, o que resultou em contingenciamentos mente e atacam a camada de ozônio. O Brasil foi o terceiro
compulsórios nas exportações desses produtos. Por que não país do mundo a aderir a essa iniciativa, em 1979. Com o
exigir uma contrapartida no caso dos aerossóis? programa de substituição dos CFCs por butano e propano
Estamos batalhando para que o governo olhe nossa posição como propelentes, nosso setor industrial teve que pratica-
com mais atenção. No ano passado, a pedido do governo mente recomeçar do zero, a mudar todos os equipamentos.
vizinho, Brasil e Argentina discutiram e criaram o MAC, O Brasil também teve participação ativa no Protocolo de
ou Mecanismo de Adaptação Competitiva. Em resumo, o Montreal (acordo pela redução da produção mundial de
MAC é um tratado que institui salvaguardas comerciais para CFC, assinado em 1987 no Canadá). Nessa época, propano
setores produtivos que se sintam prejudicados nos negócios e butano eram importados em volume muito grande, como
gás liquefeito de petróleo (GLP), para atender à produção de craqueamento. Só que a Bolívia não tem uma indústria que
de botijões de uso doméstico. Os propelentes recebiam altas acompanha, e há de se levar em conta todo imbróglio recente
doses de contaminantes para exalar cheiro, para a detecção com aquele país. A Venezuela e o México também têm bom
de vazamentos. Nossa indústria teve que lutar muito para propelente. Mas posso lhe adiantar duas boas novidades, que
purificar esses gases, o que o fez muito bem. poderão nos injetar competitividade. Primeiro, há um com-
promisso da Petrobras, que encontrou excelentes propelentes
Quais as situações do Brasil e da Argentina em termos na Bacia de Santos e que sinaliza uma oferta do produto a
de tecnologia para a produção de um preço coerente. Outro aspecto
aerossóis? As indústrias de aerossóis importantíssimo é a iminente abertura
dos dois países vivem em patamares
tecnológicos similares?
“Fomos pioneiros na de uma empresa que fornecerá local-
mente o dimetil éter, um derivado do
O Brasil é formador de opinião em gás natural com características físicas
aerossóis sofisticados e de alta qua- utilização de água similares às do GLP e que é conside-
lidade. As tintas do Brasil são exce- rado o propelente do futuro. O dimetil
lentes. Na parte de produtos domis- como solvente de éter já é bastante utilizado por aeros-
sanitários, o Brasil foi pioneiro na sóis na Europa, 100% no Japão e tem
utilização de água como solvente, inseticidas. Nossos um alto consumo também na China.
naquilo que chamamos de produtos Ele está crescendo muito porque é
water based. Nossos inseticidas, por cosméticos em aerossol solúvel em água e emite baixíssima
exemplo, começaram a trabalhar com taxa de VOCs, os gases poluentes.
água como solvente há trinta e poucos O butano e o propano precisam de
anos. O Brasil é o único país que
vendidos porta-a-porta emulsificantes, necessitam ser chaco-
proíbe a adição de perfume aos inseti- alhados para que tenham uma com-
cidas, numa decisão ética, para evitar são de primeiríssima posição homogênea. O dimetil éter,
que o produto possa ser erroneamente não. O Brasil promete ser o primeiro
usado como odorizador de ambien- qualidade. O Brasil é país da América Latina a ter dimetil
te. Essa excelência explica por que éter local como propelente.
a penetração do produto importado formador de opinião em
ainda é menor em inseticidas que em Com seus produtos a preços em geral
outros segmentos. Tecnologicamente menores, em todas as áreas, a China
nós estamos muito bem posicionados.
aerossóis sofisticados é hoje o grande fantasma do setor
Veja-se também o caso dos cosméticos industrial. Mas, no caso de aerossóis,
em aerossol vendidos porta-a-porta. e de alta qualidade” é viável importá-los daquele país,
São de primeiríssima qualidade. considerando o frete, que deve agra-
var-se quando se trata de embalagens vazias?
Uma fonte alternativa de gás propelente, um “plano B”, não Com uma população de mais de 1,3 bilhão de pessoas, a
poderia restaurar um pouco da competitividade da indústria China consome apenas 850 milhões de latas de aerossóis
brasileira de aerossóis? Onde se concentram as principais por ano. Na América Latina, com 523 milhões de habitan-
reservas desses gases? tes, consumimos anualmente 1,22 bilhão de latas. Estive lá
Em matéria de gás, é inevitável falar da Bolívia. O gás natural recentemente, por ocasião de um congresso sobre aerossóis,
é muito puro, tem muita qualidade, é bem melhor que o gás e reforcei a visão de que honestamente a China não nos
preocupa. A China não tem como subvencionar aço, alu-
Produtos argentinos que mais cresceram mínio, petróleo e derivados, que são os componentes dos
no mercado brasileiro de aerossóis (taxas de aerossóis. Portanto, creio que ela não é um inimigo virtual.
participação nos respectivos segmentos nacionais) Quando você exporta produtos com grau de flamabilidade,
há um custo adicional. No caso isolado das embalagens, os
2004 2007
FONTE: MDIC-DEINT/ABAS
Beleza no on-the-go
Famosa pelas tampas para
cosméticos, Seaquist Closures
lança nova flip-top “esportiva”
para águas minerais e
outras bebidas sem gás
M
ais conhecida pelas tampas e pelos
sistemas de fechamento destinados
a cosméticos e produtos de higiene
pessoal, a Seaquist Closures quer
crescer também como fornecedora da indús-
tria de bebidas. Tanto é que está alardeando o
lançamento mundial, inclusive no Brasil, da
Original, nova tampa com design flip-top inte-
grado para bebidas não carbonatadas.
A tampa é especialmente direcionada a
bebidas com apelo para consumo em movi-
mento (on-the-go) e com perfil esportivo,
FOTOS: DIVULGAÇÃO
como águas minerais, chás, sucos e isotônicos.
Permite a utilização de apenas uma mão para
sua abertura e fechamento, o que, de acordo
com Marcelo Garcia Chiara, gerente de contas
da subsidiária brasileira da Seaquist Closures,
ERGONOMIA
assegura mais higiene em relação às tampas Desenho flip-top da conforto no consumo direto do bocal. Uma
esportivas push-pull existentes no mercado. tampa Original garante depressão no desenho da tampa (finger recess)
manuseio com uma
só mão e abertura da
evita que as mulheres quebrem as unhas tentan-
Consumo confortável sobretampa em 180o, do acionar o mecanismo flip-top.
facilitando o consumo Desenvolvida pela Seaquist General Plastic,
“O usuário não precisa tocar na superfície que
irá usar para beber, mantendo assim o bico filial francesa da Seaquist Closures, a Original
sempre limpo e livre de qualquer contamina- tem o corpo externo construído em polipropi-
ção”, argumenta o profissional. A sobretampa leno (PP) e o bocal em polietileno (PE). Desse
flip-top abre num ângulo de 180º, garantindo Seaquist Closures modo, pode ser produzida em duas cores, por
(11) 4143-8900
www.seaquistclosures.com
bi-injeção. Chiara ressalta que a nova tampa
esportiva da Seaquist Closures permite um
fluxo médio de cerca de 3 litros de bebida por
minuto, “ao contrário da média de menos de
2 litros por minuto atualmente oferecida pelo
mercado”. Inicialmente disponível no diâme-
tro de 28 milímetros, com versões de 30 e de
38 milímetros com lançamentos programados
para breve, a Original pode ainda receber a
BICOLOR – Processo inserção do dispositivo SimpliSqueeze, válvula
de bi-injeção desenvolvida pela Seaquist Closures para con-
permite trabalhar
bocal e sobretampa trolar o fluxo do produto e evitar vazamentos,
em cores distintas sujeiras, desperdícios e respingos. (GK)
Um prisma
de retomada
Em recuperação, Parmalat resgata mamíferos e
troca garrafas de PEAD por cartonadas premium
D
epois de enfrentar séria No seu retorno à mídia, a Parmalat
crise financeira, afastar- resgata os mamíferos, que fize-
se da mídia e ser com- ram sucesso na década de 1990 e
prada por um fundo de agora ressurgem como “Mamíferos
investimentos, a Parmalat está de Crescidos”. A campanha, assinada
volta com tudo. O foco agora é cen- pela Africa, mostra os mesmos atores
trado nos leites premium da marca. que, crianças, vestiam fantasias de
Todas as embalagens desses produtos mamíferos e agora tentam colocar
foram trocadas: saem as garrafas de suas antigas fantasias, sem conse-
polietileno de alta densidade (PEAD) guir, porque tomaram leite Parmalat
e entram as embalagens cartonadas e cresceram.
assépticas Tetra Prisma Aseptic, com
tampas de rosca, da Tetra Pak, e “Potencial crescimento”
design criado pela agência Africa. A A meta da Parmalat é aumentar a
empresa investiu forte na diferencia- participação dos leites especiais no
ção, colocando seus produtos numa faturamento (15% dos 901 milhões
versão de embalagem asséptica que de reais obtidos em 2006), sempre
FOTOS: DIVULGAÇÃO
se destaca na categoria dos leites, com novos lançamentos – ou seja,
onde predominam as caixinhas de produtos com algum diferencial,
formato tipo paralelepípedo. reforçando o conceito de valor agre-
A linha de frente da marca, com- gado. “É um mercado com poten-
posta pelos produtos Extra Premium, cial de crescimento ao qual estamos
Dietalat (0% de gordura) e Zymil (de muito atentos”, diz João Audi. De
fácil digestão), ganhou mais duas acordo com o executivo, os investi-
versões: Fibresse (com fibra funcio- mentos em lançamentos, em emba-
nal) e Physi-CAL (com cálcio extra). lagens e em comunicação chegarão
“Pesquisas mostraram que a emba- a 40 milhões de reais até o final
lagem de leite com tampa de rosca é deste ano.
aprovada pelos consumidores”, afir- Mesmo afastada da mídia devido
ma João Audi, presidente da Parmalat à crise interna, a empresa ainda é líder APROVAÇÃO – Tampa de rosca agradou o consumidor
R
ecentemente, a Parmalat, líder no
FOTOS: DIVULGAÇÃO
mercado de leites, voltou à mídia
com os mesmos “mamíferos” que
tanto sucesso fizeram nos anos
1990. Literalmente os mesmos, alguns anos
mais velhos, agora anunciando a linha pre-
mium da companhia que promete se reer-
guer nas mãos de um grupo de investidores.
Ganham destaque na propaganda as embala-
gens Tetra Prisma Aseptic, da Tetra Pak (ver
reportagem na página 48). Além de inovar
o visual na categoria, amplamente dominada
por outra embalagem da Tetra Pak, a Tetra
Brik Aseptic, chama a atenção a frase que Reciclagem, que há
alguns anos era o
encerra o comercial: “em novas embalagens calcanhar de Aquiles
recicláveis”. das cartonadas
Acompanho há alguns anos o debate sobre assépticas, hoje virou
diferencial competitivo
o impacto que as embalagens têm sobre o
meio natural, mais especificamente desde que embalagem que mais aposta na comunicação
estudei o assunto na Universidade de Oxford, para transmitir seus valores fundamentais e
na Inglaterra, entre 2001 e 2002. O que se reforçar a sua marca, e que há alguns anos
observa é uma ofensiva cada vez maior de vem investindo pesado na gestão ambiental,
governos e grupos ambientalistas contra as de olho nas potenciais dores de cabeça que o
embalagens, e uma reação relativamente tími- desconhecimento de consumidores e legisla-
da da cadeia do packaging, onde o discurso da dores pode dar a uma empresa que trabalha
proteção ambiental ganha força mais rapida- com embalagens que combinam papel, polie-
mente do que ações concretas. tileno e alumínio.
Por isso, o comercial da Parmalat foi uma Ao trazer para o grande público a questão
grata surpresa para mim. Ele traz nas entreli- da reciclagem, ao mesmo tempo em que tra-
nhas a inteligência da Tetra Pak, empresa de balha incessantemente na busca por soluções
Garrafas valorizadas
Artistas brasileiros criam versões para embalagem de Absolut Vodka
D
esde seu lançamento, em 1979, a lectible”, o objeto do desejo dos coleciona- Sleever International
dores de itens da Absolut. Hoje, a coleção de (11) 5641-3356
Absolut Vodka sempre procurou www.sleever.com
valorizar suas embalagens, que itens da Absolut inclui mais de 400 obras de
hoje são reconhecidas de imediato arte, que variam de mobiliário e escultura até
no mundo inteiro. A primeira “garrafa artísti- fotografias, arte digital e tecidos.
ca” surgiu em 1985, quando o americano Andy Além das duas garrafas, a Absolut encomen-
Warhol, guru da pop art, pintou uma embala- dou trabalhos para outros dez jovens artistas
gem da bebida. Aquela foi a primeira vez que plásticos brasileiros: Nando Costa, Adhemas,
a marca que integrou publicidade e arte. Desde Abiuro, Glauco Diogenes, Gui Borchert,
então, a Absolut já patrocinou exposições, Marconi, Nitrocorpz, Colletivo, Rubens Lp e
desfiles de moda e festivais de música, entre mooz. Eles criaram versões virtuais da garrafa,
outras formas de expressões artísticas, sempre que estão disponíveis no website da marca. A
com a garrafa como tema. aposta da Absolut no Brasil é justificada, já que
Agora, a arte está de volta às embalagens por aqui suas vendas aumentam a vertiginosos
comercializadas no Brasil. A iniciativa foi bati- 100% ao ano, a maior taxa de crescimento para
zada de Absolut Brasil, e faz parte da estraté- a marca no globo. (FP)
gia global de comunicação adotada pela marca ARTE E EMBALAGEM
– além do Brasil, a campanha passou por Iniciativa da Absolut
de utilizar artistas
Estados Unidos e França e chega em breve à plásticos começou
Itália. O objetivo é apresentar uma releitura da em 1985, com Andy
Warhol (acima), nos
garrafa da vodca pela ótica de artistas plásti- EUA. Projeto Absolut
cos nacionais. Nelson Leirner e Daniel Senise Brasil traz garrafas
foram os pintores escolhidos para representar de Nelson Leirner
(esquerda) e
o Brasil nas embalagens. Com tiragem limita- Daniel Senise
da de 48 000 unidades, as garrafas assinadas
por Leirner e Senise permanecerão nos pontos-
de-venda por apenas um mês cada (setembro
e outubro, respectivamente). A embalagem
de Nelson Leirner traz imagens de borboletas
coloridas. A garrafa criada por Daniel Senise
tem a imagem de um macaco em meio a esti-
lhaços de madeira.
auto-adesivos no Brasil.
Com investimentos
constantes em tecnologia,
seja em equipamentos,
do segmento.
aplicações, e exporta
Projetos vencedores
Abre divulga os vencedores de 2007 do seu Prêmio de Design & Embalagem
E
m cerimônia realizada na Casa Petra, em São Embalagem. Os vencedores concorreram em três módulos:
Paulo, no dia 29 de agosto, a Abre – Associação Design, Tecnologia de Embalagem e Estudante, divididos em
Brasileira de Embalagem anunciou os vencedo- 30 categorias, incluindo as categorias especiais Ecodesign,
res da 7ª edição do Prêmio Abre de Design & Empresa do Ano e Voto Popular. A seguir, os premiados.
Categoria:
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Alimentos doces
Categoria:
Categoria: Bricolagem
MÓDULO DESIGN
Categoria: Miscelânea
Produto: Cartucho para
celular Real Flat GF 970
Vencedor: Rigesa
Design: Gradiente Eletrônica
Convertedor: Rigesa
Usuário: Gradiente Eletrônica Categoria: Embalagem
promocional
Produto: Ovo de Páscoa
Categoria: Bebidas Diamante Negro
Produto: Nescafé Dawn Jar Vencedor: Itap
Vencedor: Nestlé Design: Narita Design
Design: FutureBrand Convertedores: Itap/Emplal
Convertedores: Gráfica 43/ Usuário: Kraft Foods
Saint-Gobain/Sonoco
Categoria: Embalagem para perfumes
For-Plas/Owens-Illinois
Produto: Isabela Capeto
Usuário: Nestlé Categoria: Design industrial
Boneca Frasco Vermelho
Produto: Acholatado Light Taeq
Vencedor: Casa Granado
Vencedor:
Design: Holos Design
Sart/Dreamaker
Convertedores: WS Moldes e Peças
Design:
Plásticas/Tech Spray/Vidraria Anchieta
Sart/Dreamaker
Usuário:
Convertedores:
Casa
Sinimplast/Zeviplast
Granado
Usuário:
Pão de Açúcar
Categoria: Ecodesign
Produto: Natura Ekos –
Óleos Trifásicos
Vencedor: Natura
Design: Natura
Convertedores:
BahiaPet/AB Plast
Usuário: Natura
EMPRESA DO ANO
evento >>> embala nordeste
A
segunda edição da Embala empresa organizadora do evento, a presença
Nordeste Feira Intermacional de de empresas regionais aumentou expressi-
Embalagens, realizada entre 20 e vamente em relação a 2006. “Devido aos
23 de agosto, constituiu-se, acima investimentos que vêm sendo feitos em
de tudo, numa confirmação de que a região infra-estrutura no Nordeste, com ênfase na
é mais do que promissora para a cadeia petroquímica, várias empresas de diferentes
produtiva de embalagem, como é aliás do segmentos de consumo estão se instalando na
conjunto da economia brasileira. O Nordeste região, daí a percepção da importância estra-
cresce acima da média brasileira e, no campo tégica da área pelos fornecedores de maté-
específico do packaging, é um exemplo de rias-primas, embalagens e seus insumos”
grande dinamismo, pelo menos a julgar pelo Essa percepção, aliás, é manifestada também
que se viu na feira realizada no Centro de por empresas regionais, que tratam de ocupar
Convenções de Olinda, em Pernambuco. espaços cobiçados por concorrentes do Sul
O evento foi 60% maior do que a primei- e do Sudeste do país. De acordo com outro
ra edição, no ano passado, e teve mais de diretor da Greenfield, Jayme Wiss, “isso é
250 expositores, dos quais aproximadamente evidenciado pelo aumento do interesse de
dois terços originários de Estados do Sul e fornecedores locais em estarem presentes na
do Sudeste do país, numa clara evidência Embala Nordeste 2008, que já vendeu 70%
do interesse das empresas fornecedoras em do espaço”.
ganhar espaço na região. Os restantes 20% A feira fechou seu balanço final com apro-
eram, em sua quase totalidade, empresas ximadamente R$ 380 milhões em compras de
de Pernambuco, mais algumas oriundas de máquinas e serviços. O destaque ficou com a
Estados vizinhos. área gráfica, o Graphium Show, que comercia-
No entanto, segundo Luiz Fernando lizou quase todas as oitenta máquinas expos-
Pereira, diretor da Greenfield Promotions, tas por diferentes empresas.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
da Embala Nordeste, a Greenfield,
EMBALAGEMMARCA empreendeu na
Embala Nordeste uma ação institucional e ao
mesmo tempo didática. Foi a mostra Espaço
Almanaque – Memória da Embalagem, cons- de que, sem a pretensão de registrar de forma
tituída pela reprodução, em tamanho ampliado “científica” a história das embalagens e das
(0,80m x 1,20m), de dezesseis páginas da marcas, atingiu um dos objetivos da iniciativa:
seção Almanaque, publicada regularmente nas mostrar a importância, geralmente ignorada,
edições mensais da revista e prestigiada com da embalagem como instrumento de preser-
um dos mais elevados índices de leitura. vação da memória da sociedade. O conceito
Não foi diferente no evento, onde os pai- básico da mostra, como constava do painel
néis constituíram, num estande de 42 metros de apresentação, foi o de que “a História não
quadrados, uma atração. Muitos visitantes des- é feita apenas de gestos políticos; os objetos
cobriam com surpresa fatos e curiosidades produzidos pelas pessoas no trabalho diário,
sobre as embalagens e as marcas de produtos entre eles as embalagens, também a contam”.
de consumo brasileiros e estrangeiros, às vezes Do ponto de vista institucional, o Espaço
relacionados a épocas passadas de suas vidas. Almanaque cumpriu o objetivo de reforçar a
Nesse sentido, EMBALAGEMMARCA enten- imagem de marca da revista.
codificação >>> medicamentos
Remédio com RG
Roche cria sistema de identificação e rastreamento para seus fármacos
A
Roche é a primeira indústria farmacêutica do do produto, registraremos que determinados números de
país a lançar um sistema de identificação de série referem-se a produtos não-validados pela Roche”,
medicamentos, batizado de RocheID. Cada explica Fábio Bellucio, gerente de Distribuição e Serviços a
caixa dos remédios Herceptin, MabThera e Clientes da farmacêutica. Aí a empresa não garante mais a
Xeloda, para tratamento de oncologia e hematologia, leva- qualidade nem a procedência desses medicamentos.
rá um código único, como se fosse um RG. A criação do
sistema tem como objetivo rastrear a procedência dos Identificação individual
medicamentos para diminuir a falsificação e o roubo de De acordo com Bellucio, a grande diferença do RocheID
cargas. A clínica ou hospital que adquirir o remédio poderá para o sistema de marcação de lotes com números e data está
imediatamente validá-lo via internet, evitando a aquisição na possibilidade de identificar os cartuchos individualmente.
de medicamentos de origem suspeita e, conseqüentemente, “A marcação em lote não permite reconhecer cada unidade.
prejuízos aos pacientes. Ou seja, se temos 1 000 cartuchos de um produto, eles não
No novo sistema de identificação é aplicado um selo podem ser diferenciados entre si. Quando há um problema
auto-adesivo de segurança em cada embalagem dos pro- em uma caixa, o lote todo está comprometido”. Como o
dutos. O selo tem um número de série seqüencial, visível, Roche ID cria um RG único (constituído de número de série
e outro número aleatório associado ao primeiro, oculto em e número aleatório) para cada cartucho, “é possível rastrear
uma raspadinha. Essa associação é sigilosa e somente quem uma caixa de remédio suspeita em um distribuidor ou clínica,
a possui é a Roche. Dessa maneira, quando o cliente recebe e podemos afirmar com certeza se aquele produto é oriundo
o produto, terá a opção de validá-lo, raspando e descobrindo de roubo ou extravio”, ressalta o gerente da Roche.
o número oculto, e em seguida, informando-o à Roche, via Inicialmente, o novo sistema de identificação foi implan-
telefone ou internet. Como elementos adicionais de segu- tado para medicamentos de uso controlado por clínicas e
rança, a etiqueta possui fundo numismático (fundo formado hospitais e de preço mais alto. A Roche tem planos para
por linhas sinuosas, que dificulta falsificações), linha louca ampliar o RocheID para outros produtos vendidos ao con-
(também chamada de “linha de segurança”, é uma série de sumidor final, porém ainda estuda a viabilidade de custos.
desenhos lineares, com inscrições em letras pequenas) e “Mas o sistema, sem dúvida, dificultará roubos e falsifica-
tinta termocrômica. Quando há a tentativa de remoção do ções, o que nos faz crer que iremos implantar a identificação
selo, o cartucho do medicamento é danificado. individual para produtos de varejo”, conclui Belucci.
“Outro ponto importante é que a cada expedição auten- A Roche diz que o novo sistema de identificação pro-
ticamos quais números de série (RocheID) estão associados vocou aumento de custo de “apenas alguns centavos” por
a cada nota fiscal. Assim, em caso de roubo ou extravio embalagem, o que, segundo a empresa, é muito pouco se
comparado ao alto valor dos produtos. A farmacêutica não
informou quem fornece as etiquetas. (FP)
FOTOS: DIVULGAÇÃO
PROCEDÊNCIA
GARANTIDA
Selo de identificação
da Roche assegura
rastreamento do
produto
Marca, packaging e
embalagem como publicidade
O poder de fogo da embalagem vem aumentando, e a publicidade
representa hoje papel mais natural do que o que tinha há cinqüenta anos,
quando se acreditava que um mercado podia ser inventado a partir dela
Por Victor Basso (*)
É
interessante ver a evolução do um campo propício para o surgimento de
conceito das marcas de merca- novos fatores: as marcas, a embalagem e a
do e o packaging (1) no tempo. publicidade.
O packaging moderno, expresso O packaging evoluiu a partir da Revolução
como ciência da engenharia aplicada às Industrial. As marcas foram a resposta à
embalagens, começou em 1860. Antes disso, desconfiança em relação à venda por des-
havia apenas garrafas de vidro conhecidos ou em relação à
que eram utilizadas para ven-
der bebidas ou medicamentos
“Foram três compra sem ajuda de alguma
pessoa, com o aparecimento
e as velhas latas de estanho dos supermercados (1922). A
grosso, pois as lâminas finas elementos marca era o compromisso de
ainda não tinham sido inventa- um industrial de que o pro-
das. Os ícones da época inicial juntos (marca, duto teria sempre a mesma
foram: Quaker Oats, que acon- qualidade, o que possibilitou
dicionou pela primeira vez a
aveia enrolada em uma caixa
publicidade e a venda objetiva, na qual a
embalagem cumpriu o papel
de cartolina; a Cadbury, que do vínculo emocional que tinha
já embalava seus chocolates packaging) sido perdido. Por fim, a publi-
em duas folhas – uma de papel cidade permitiu a divulgação
e outra de estanho, exemplo que permitiram dos produtos novos que iam
seguido pela Uneeda (biscoi- sendo criados. Estes três novos
tos), que juntou os dois concei-
tos: caixa e lâminas; a Borden
a entrada de elementos juntos – marca +
publicidade + packaging – é
e a Campbell Soup, com latas
para leite condensado e molho um grande leque que permitiram um desenvol-
vimento fenomenal e a entrada
de tomate; e também a Heinz, de um leque de produtos novos
com seu ketchup em garrafas, de produtos novos no mercado.
em 1876. Ou seja, as marcas criaram
Em plena Revolução
Industrial, as famílias se muda-
no mercado” uma imagem através do valor
agregado que os clientes viam
vam do campo para viver nas cidades gran- nelas e se diferenciavam por serem únicas
des, onde a venda deixava de ser realizada e singulares, mas estavam sustentadas por
de forma personalizada pelo comerciante uma consistência de resultados que lhe ofe-
e amigo de antigas relações. Uma pessoa reciam confiabilidade.
conhecida podia nos vender commodities, Os atributos da marca e do produto devem
fracionadas no momento. Mas esta realidade ser complementares (do mesmo tipo) e, se
já não existia, e era necessário transitar da não forem, a marca deve ter atributos supe-
venda subjetiva à objetiva. Agora, havia riores que incluam os atributos do produto.
E
tiquetas auto-adesivas dotadas de microchip, mas
GUARDIÃ
que não se destinam a aplicações de identificação Mudanças de
por radiofreqüência (RFID, na sigla em inglês). temperatura podem
ser checadas em
Essa é a aposta da convertedora RR Etiquetas, sensores de luz e a
que recentemente anunciou o lançamento da RR TXi, etiqueta partir de microchip
com circuito próprio voltada a aplicações de medição de tem-
peratura de produtos sensíveis durante processos logísticos.
O produto pode ser fixado a paletes ou embalagens de des-
pacho, permitindo registrar alterações de temperatura e indi-
car, em tempo real, se os produtos estão sendo transportados
adequadamente. “A solução é capaz de fornecer uma leitura
precisa da temperatura do ambiente durante todo o processo
de transporte de produtos frigorificados, congelados e resfria-
dos”, exemplifica Ronald Sagula, gerente de desenvolvimento
de novos produtos da RR Etiquetas.
Importada dos Estados Unidos, onde é conhecida como
Pak Sense, a tecnologia tem entre seus mercados-alvo prin-
cipalmente alimentos e bebidas frescas. Mas medicamentos e descarrega a mercadoria e para o pessoal de qualidade, em
até sangue para transfusão também podem ser monitorados virtude da facilidade visual proporcionada.
com a RR TXi. Para que funcione corretamente, a etiqueta A etiqueta também gera relatórios detalhados das mudan-
precisa ser pré-programada de acordo com a faixa de tempe- ças de temperatura ocorridas Neste caso, as variações preci-
ratura especificada para cada produto. A tarefa é tão simples sam ser descarregadas numa planilha de computador a partir
quanto a aplicação da etiqueta, garante Sagula. de uma tecnologia de leitura que a RR Etiquetas também está
“O próprio cliente ou seu operador logístico podem fazer a oferecendo. “Isso favorece a identificação, com precisão, do
programação”, salienta. Antes de o lote de produto ser embar- momento exato em que houve desvios das especificações de
cado, a etiqueta deve ser ativada, dobrando-se um dos seus temperatura e por quanto tempo, permitindo resolver proble-
vértices. Uma das maneiras de fazer a leitura dos dados se dá mas de custo de distribuição e tomar melhores decisões sobre
através de emissores de luz localizados na própria etiqueta. segurança do produto”, ressalta Sagula. (LH)
A cor verde indica que o produto esteve sempre dentro dos
RR Etiquetas
parâmetros aceitáveis e o amarelo é sinal de alerta quanto a (11) 6525-9000
possíveis desvios. O procedimento é útil para o pessoal que www.rretiquetas.com.br