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  Tiragem: 30000   Pág: 19

  País: Portugal   Cores: Preto e Branco

  Period.: Diária   Área: 23,08 x 34,61 cm²

ID: 25562044 17­06­2009   Âmbito: Regional   Corte: 1 de 1

Festival “ignorado” e “desconsiderado” pelos decisores políticos

Companhias criticam
centralismo do Governo D.R.

Os grupos de teatro
que participaram no
Festival das Companhias
Descentralizadas
criticam centralismo da
Administração Central.
Os seis grupos de teatro que parti-
ciparam no Festival das Companhias
Descentralizadas lamentam ter sido
“ignorados” pelo Governo, “cujos
discursos «descentralizadores», são
permanentemente contrariados
por práticas centralistas”.
As companhias sustentam, em co-
municado, que a política do Ministé-
rio da Cultura para o sector “assenta
num profundo desconhecimento
sobre o que acontece no terreno e
ignora as especificidades do traba-
lho realizado longe dos centros de
decisão política, económica e me-
diática”.
A terceira edição do Festival, que
terminou segunda-feira em Campo
Benfeito, Castro Daire, envolveu as
companhias A Escola da Noite – Gru-
po de Teatro de Coimbra, a ACTA –
Companhia de Teatro do Algarve, o
Centro Dramático de Évora, a Com-
panhia de Teatro de Braga, o Teatro
das Beiras e o Teatro de Montemuro.
Organizado pelo Teatro de Mon-
temuro, o evento incluiu seis espec-
táculos, um seminário de escrita
criativa e outro de teatro, um debate
sobre «O teatro na descentralização» Festival Companhias Descentralizadas. «Presos por uma
e contactos com uma associação cul- Corrente de Ar» foi a peça apresentada pelo Teatro do Montemuro
tural local sobre trabalho artístico
com jovens.
As companhias concluíram que
o que aconteceu no Festival “é um Exigem “a separação entre
exemplo dessa desconsideração”, apoios à criação e apoios à pro-
visto que a Direcção Geral das Artes gramação” e “que seja diferencia-
não compareceu ao debate sobre as do o apoio a estruturas de criação
normas do financiamento público da dos apoios a projectos pontuais
criação artística. e a novos criadores”. Tal implica,
Os grupos decidiram fazer novas assinalam, “a definição objectiva
recomendações aos decisores políti- do conceito de «companhia» e a
cos, a primeira das quais passa pela quantificação realista dos custos
necessidade de se “retomar a discus- decorrentes da actividade regular
são com os agentes culturais sobre e das obrigações legais a que estão
o modelo de financiamento público sujeitas”.
às artes”. As companhias pretendem, por
Pedem “o cumprimento do pro- outro lado, “a racionalização dos
grama de Governo no que respeita à financiamentos públicos, valori-
dotação orçamental do Ministério, zando as estruturas que melhores
aproximando-se da meta de um por condições têm para cumprir o ser-
cento do Orçamento de Estado”. viço público”.

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