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ADOPTADA NA REUNIÃO INFORMAL DOS MINISTROS

DO DESENVOLVIMENTO URBANO E COESÃO TERRITORIAL


Tradução e reprodução da versão inglesa do documento original.
Realizada pela Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano
para efeitos de divulgação, no âmbito nacional.
DGOTDU, Dezembro de 2008
1000 exemplares
Agenda Territorial da União Europeia

I. TAREFA FUTURA: REFORÇO DA COESÃO TERRITORIAL

(1) A União Europeia (UE) encara com confiança o progresso conseguido em termos econó-
micos, sociais e ecológicos. Os Estados-Membros da UE gerem, em conjunto, uma economia
que corresponde a cerca de um terço do Produto Interno Bruto mundial. É este poder
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económico, bem como um território de mais de 4 milhões de Km e uma população de
490 milhões de habitantes numa variedade de regiões e cidades, que caracteriza a
dimensão territorial da UE.

(2) Nós, como Ministros responsáveis pelo ordenamento e desenvolvimento territorial, apre-
sentamos a Agenda Territorial como um quadro político orientado para a acção da nossa
futura cooperação, preparada conjuntamente com a Comissão Europeia. Com a Agenda
Territorial estamos a contribuir para o crescimento económico sustentável e para a criação
de emprego bem como para o desenvolvimento ecológico e social em todas as regiões
da UE. Estamos por este meio a dar o nosso apoio às Estratégias de Lisboa e de Gotemburgo
do Conselho Europeu, que são estratégias complementares.

(3) Com a Agenda Territorial gostaríamos de promover um desenvolvimento territorial poli-


cêntrico da UE, tendo em vista uma melhor utilização dos recursos disponíveis nas regiões
europeias. Um aspecto importante é a integração territorial dos lugares onde vivem as
pessoas. Contribuiremos, desta forma, para uma Europa que é cultural, social, ambiental
e economicamente sustentável. É especialmente importante incluir os nossos novos
Estados-Membros nesta política de desenvolvimento policêntrico. Com a Agenda Territorial
ajudaremos – em termos de solidariedade territorial – a assegurar melhores condições de
vida e qualidade de vida com oportunidades iguais, orientadas para as potencialidades
regionais e locais, independentemente do local onde as pessoas vivem – quer seja no
centro da Europa quer seja na periferia.

(4) Consideramos a futura tarefa “Coesão Territorial” como um processo contínuo e de coo-
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peração envolvendo os vários actores e partes interessadas no desenvolvimento territorial
a nível político, administrativo e técnico. Esta cooperação é marcada pela história, cultura
e quadro institucional de cada Estado Membro. A política de coesão da UE deveria poder
responder, de forma mais eficiente do que tem feito até agora, às necessidades e carac-
terísticas territoriais, aos desafios geográficos e oportunidades específicas das regiões e
das cidades. Por esta razão defendemos a necessidade da dimensão territorial desempe-
nhar um papel mais importante na futura política de coesão a fim de promover o bem
estar social e económico.

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stakeholders = partes interessadas

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Presidência Alemã da União Europeia
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Agenda Territorial da União Europeia

(5) Só um diálogo activo e permanente entre todas as partes interessadas no desenvolvi-


mento territorial possibilitará alcançar a coesão territorial. Este processo de cooperação
é o que chamamos governança territorial. O sector privado (particularmente o empre-
endedorismo de nível local e regional), a comunidade científica, o sector público
(particularmente as autarquias locais e regionais), as organizações não governamentais
e os diferentes sectores necessitam agir em conjunto para conseguirem utilizar melhor
os investimentos essenciais nas regiões europeias e contribuírem para enfrentar as alte-
rações climáticas.

(6) A Agenda Territorial apresenta o resultado da nossa cooperação. Na nossa Reunião


Informal de Ministros realizada em Roterdão (2004) adoptámos uma política de desen-
volvimento territorial que avaliasse melhor as perspectivas da UE. E no Luxemburgo
(2005) aceitámos que as prioridades territoriais fossem a base das nossas futuras acti-
vidades comuns e a elaboração de um relatório de peritos sobre “O Estado e as Perspectivas
Territoriais da União Europeia” que fornece a base para a Agenda Territorial. A elabora-
ção da Agenda Territorial tem-se apoiado num diálogo entre as partes interessadas a
nível de toda a Europa, que decorre desde o Verão de 2006. Fundamentado nos artigos
2.º, 6.º, 16.º e 158.º do Tratado da CE, a coesão territorial foi considerada como a ter-
ceira dimensão da política de coesão. Foi incluída, por exemplo, no Terceiro e também
no Quarto Relatórios sobre a Coesão bem como nas Orientações Estratégicas da Comunidade
para a Coesão adoptadas em 2006. Confirmamos o nosso compromisso de trabalhar ainda
em maior colaboração e com as instituições da UE para alcançar este objectivo – inde-
pendentemente do debate em curso sobre o processo de reforma da UE (Tratado
Constitucional da UE).

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II. NOVOS DESAFIOS: REFORÇAR AS IDENTIDADES REGIONAIS,


TIRAR MELHOR PARTIDO DA DIVERSIDADE TERRITORIAL

(7) Encontramo-nos actualmente perante novos desafios territoriais importantes. Estes


incluem:

• os impactes das alterações climáticas regionalmente diversificados no território da


UE e dos seus vizinhos, particularmente do ponto de vista do desenvolvimento
sustentável,

• os aumento dos preços da energia, ineficiência energética e diferentes oportunidades


territoriais para novas formas de fornecimento de energia,

• a aceleração da integração das nossas regiões, incluindo das áreas transfronteiriças,


na competição económica global e, simultaneamente, crescentes dependências de
estados e regiões no mundo,

• os impactes do alargamento da UE na coesão económica, social e territorial, espe-


cialmente no que respeita à integração das infra-estruturas de transportes e de energia
da Europa de Leste e dos novos Estados-Membros da UE bem como das suas regiões,

• a sobre-exploração dos recursos ecológicos e culturais e perda de biodiversidade,


particularmente através da contínua expansão urbana2 enquanto áreas remotas enfren-
tam o despovoamento,

• os efeitos territoriais das alterações demográficas (particularmente o envelhecimento)


assim como dos movimentos migratórios e da migração interna sobre os mercados de
trabalho, a oferta dos serviços públicos de interesse geral e o mercado da habitação,
o desenvolvimento das estruturas de povoamento e sobre como as pessoas vivem e
coabitam nas nossas cidades e regiões.

(8) Considerando estes desafios, cremos firmemente que a coesão territorial da UE é um


pré-requisito para alcançar o crescimento económico sustentável e implementar a coesão
económica e social – um modelo social Europeu. Neste contexto, consideramos que
desenvolver condições prévias em todas as regiões é uma tarefa essencial e um acto de
solidariedade que proporciona oportunidades iguais para os seus cidadãos e perspectivas
de desenvolvimento para o empreendedorismo. Consideramos que as identidades e
potencialidades regionais, as necessidades e as diferentes características das regiões,
cidades, vilas e aldeias da Europa ganham significado com uma política de coesão terri-
torial e com outras políticas de desenvolvimento regional.

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Urban sprawl

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(9) Com a Agenda Territorial estamos igualmente a ajudar a fortalecer a competitividade e


sustentabilidade globais de todas as regiões da Europa, o que está em conformidade com
a Estratégia de Lisboa renovada, acordada pelos Estados-Membros em 2005. As diferentes
potencialidades territoriais das regiões para o crescimento económico sustentável e para
a criação de emprego na UE têm que ser identificadas e mobilizadas. Todas as regiões e
cidades podem, através do seu empenhamento, contribuir para a poupança de energia
e para o seu fornecimento descentralizado e para mitigar as alterações climáticas, por
exemplo, apoiando o desenvolvimento de aglomerados com emissões baixas ou nulas,
desenvolvendo potenciais novas fontes de fornecimento de energias renováveis e promo-
vendo a eficiência energética particularmente do parque imobiliário. As nossas cidades
e regiões precisam de se tornar mais resistentes relativamente às alterações climáticas
e estar firmemente vinculadas a processos de governança para a implementação da
Estratégia de Lisboa bem como dos Programas Nacionais de Reforma.

(10) Gostaríamos de salientar a crescente influência territorial das políticas comunitárias.


Isto deveria ser levado em linha de conta uma vez que, por um lado, a elaboração das
políticas da UE deveria ter mais em consideração as potencialidades nacionais, regionais
e locais, e as motivações das partes interessadas através de uma estratégia integrada
de desenvolvimento territorial. Por outro lado, as estratégias de desenvolvimento regional
e de cada cidade individualmente deveriam, de forma explícita, ter mais em conta os
seus contextos nacionais e europeus. É importante que as preocupações nacionais,
regionais e locais se articulem com as políticas da UE. Isto aplica-se, em particular, às
políticas de desenvolvimento rural, às políticas de ambiente e de transportes bem como
à política de coesão da UE.

(11) A Carta de Leipzig sobre as Cidades Europeias Sustentáveis complementa a preocupação


da Agenda Territorial uma vez que reconhece uma dimensão europeia na política de
desenvolvimento urbano integrado. Assim, a política de desenvolvimento urbano inte-
grado e a política de coesão territorial contribuem de forma complementar para a
implementação dos objectivos de desenvolvimento sustentável.

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III. PRIORIDADES TERRITORIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA UNIÃO EUROPEIA

(12) A Agenda Territorial assenta nos três objectivos principais do Esquema de Desenvolvimento
do Espaço Comunitários (EDEC), que permanecem válidos, nomeadamente:

• desenvolvimento de um sistema urbano equilibrado e policêntrico e de uma nova


relação urbano-rural;

• garantia de paridade no acesso às infra-estruturas e ao conhecimento;

• desenvolvimento sustentável, gestão prudente e protecção da natureza e do património


cultural.

Apoia-se igualmente nos Princípios Orientadores para o Desenvolvimento Territorial Sustentável


do Continente Europeu da CEMAT (Conferência Europeia dos Ministros responsáveis pelo
Ordenamento do Território), confirmados pelo Comité de Ministros do Conselho da Europa.
Com base nestes princípios, queremos também intensificar o diálogo com os países vizinhos
que confinam com a UE.

(13) No âmbito da nossa política de coesão territorial, comprometemo-nos com as seguintes


prioridades para o desenvolvimento territorial na UE:

1. Temos por objectivo reforçar o desenvolvimento policêntrico e a inovação


através do estabelecimento de redes de regiões metropolitanas e de cidades

(14) As regiões metropolitanas e as cidades de várias dimensões têm melhores condições para
reunir esforços no contexto de uma cooperação a nível europeu com empresários, bem
como com as partes interessadas políticas e sociais. Se forem bem sucedidas na imple-
mentação de redes num território europeu policêntrico e o fizerem de forma inovadora,
criarão condições que lhes permitirão beneficiar da competição mundial para o seu
desenvolvimento.

(15) As cidades que funcionam como centros regionais devem cooperar como partes de um
modelo policêntrico para garantir a sua mais-valia para outras cidades em áreas rurais e
periféricas bem como para áreas com necessidades e desafios geográficos específicos (ex.
áreas estruturalmente débeis de ilhas, zonas costeiras e áreas de montanha). Para facilitar
este processo, as redes de infra-estruturas no interior e entre as regiões da Europa pre-
cisam de ser continuamente alargadas e actualizadas. Apoiamos, portanto, a cooperação
europeia entre regiões metropolitanas bem como com cidades de pequena e média
dimensão nas fronteiras internas e também para além das fronteiras externas da UE.

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2. Precisamos de novas formas de parceria e governança territorial


entre áreas urbanas e rurais

(16) Uma Europa competitiva e sustentável engloba regiões metropolitanas de várias dimensões
e zonas rurais com uma grande diversidade e com diferentes relações de interdepen-
dência. As regiões metropolitanas estão rodeadas de centros urbanos e áreas com
características rurais; as áreas rurais afastadas dos percursos pendulares directos das
regiões metropolitanas estão rodeadas de centros regionais e de cidades de pequena e
média dimensões. As respectivas autarquias devem, na qualidade de parceiros interde-
pendentes, identificar os seus activos comuns, preparar estratégias conjuntas de
desenvolvimento regional e sub-regional e assim criarem em conjunto os alicerces para
tornarem atractivas as regiões e sub-regiões e para permitir as decisões de investimento,
tanto pelo sector privado como público. A isto chamamos parceria urbano-rural.

(17) As decisões de investimento dirigidas às regiões devem ser preparadas em conjunto pelas
partes interessadas, públicas e privadas. Neste contexto, é necessário, por exemplo, que
as autarquias locais de diferentes dimensões se associem voluntariamente para desen-
volverem estratégias conjuntas de marketing e de resposta a problemas comuns. Face a
um cenário de alterações demográficas, as autarquias confrontadas com perda de popu-
lação jovem necessitam cooperar estreitamente para que lhes seja possível manter
serviços e infra-estruturas atraentes. Esta cooperação implica uma nova dimensão política,
que para ser reforçada, pode exigir novas formas de governança territorial nas regiões
europeias. De um modo geral, gostaríamos de criar oportunidades para o potencial eco-
nómico de inovação para o desenvolvimento, agindo com base em experiências bem
sucedidas de parceria e de cooperação política num contexto regional funcional, que
incluem igualmente as áreas transfronteiriças. Apoiamos, portanto, a concorrência positiva
entre cidades e regiões.

3. Queremos promover clusters regionais de concorrência e inovação na Europa

(18) As zonas de crescimento devem ser alargadas para além da área económica central da
UE, através de uma política de cooperação e estabelecimento de redes. Uma forma de
combinar forças pode ser através da criação de clusters adequados e inovadores em que
os sectores empresarial e científico e as administrações trabalhem em conjunto. Isto
aplica-se igualmente nas fronteiras internas e externas com os nossos vizinhos.

(19) As regiões metropolitanas de diversas dimensões, as cidades de pequena e média dimen-


sões bem como as áreas rurais são encorajadas a cooperar com outras autoridades, mesmo
de outros países, para reforçarem a sua identidade e especialização no contexto inter-

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nacional, como forma de se tornarem mais atractivas para o investimento. É razoável


colocar o enfoque sobre os centros de inovação existentes.

4. Apoiamos o reforço e alargamento das redes transeuropeias

(20) A mobilidade e a acessibilidade são requisitos prévios fundamentais para o desenvolvi-


mento económico de todas as regiões da UE. Para cumprir os requisitos de mobilidade
num território europeu policêntrico, que inclua os países vizinhos, e contribuir para a
valorização do ambiente urbano, é importante assegurar o desenvolvimento integrado e
sustentável de sistemas de transporte multi-modais. Precisamos de redes eficientes e de
transporte ferroviário, rodoviário e aéreo (incluindo redes de aeroportos regionais viáveis),
tanto para passageiros como mercadorias, vias marítimas, de cabotagem e aquáticas
interiores eficazes e de redes secundárias com ligações às respectivas áreas do interior,
bem como de gestão dos transportes transfronteiriços. Apoiamos a remoção de obstáculos
ao transporte rodoviário e ferroviário transfronteiriço e apoiamos particularmente a uti-
lização de medidas telemáticas para prestar assistência às operações em zonas
sobrecarregadas das redes rodoviárias.

(21) Apoiamos um acesso livre e socialmente justo às tecnologias de informação e comunicação


em todas as regiões, para remover as barreiras territoriais à acessibilidade, principalmente
em áreas periféricas e rurais e permitir o trabalho descentralizado e o aprovisionamento
adequado de serviços de interesse geral, incluindo cuidados de saúde e educação. A fim
de assegurar as infra-estruturas necessárias, tais como ligações em banda larga com uma
cobertura geral que responda à respectiva procura, recomendamos combinar as infra-
-estruturas, tais como cabos de banda larga, em novos programas de comunicação e
transportes.

(22) O aumento da procura de energia apesar das reservas limitadas de fontes de energia não
renováveis, e uma dependência crescente da UE da energia importada bem como o desafio
das alterações climáticas, significam que devemos explorar e criar ainda mais oportuni-
dades para a produção de energia renovável (ainda sub utilizada), de forma descentralizada,
eficiente, segura e respeitadora do ambiente. Para uma melhor utilização dos potenciais
regionais neste domínio, que poderá gerar oportunidades especialmente nas áreas rurais,
recomendamos um maior reforço das redes e a harmonização das condições do sector
energético.

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5. Promovemos a gestão transeuropeia dos riscos incluindo


dos impactes das alterações climáticas

(23) As abordagens e estratégias transregionais conjuntas e integradas devem ser mais desen-
volvidas para que seja possível enfrentar os riscos naturais, reduzir e mitigar as emissões
de gases com efeito de estufa e a adaptação às alterações climáticas. É necessário trabalho
adicional para desenvolver e intensificar a política de coesão territorial, principalmente no
relativo às consequências das estratégias de adaptação territorialmente diferenciadas.

(24) Para melhorar a eficiência da actividade de gestão de riscos e orientar o desenvolvimento


de forma adequada, devem ser adoptadas, em cooperação com os países vizinhos, estra-
tégias integradas transeuropeias e transfronteiriças (por exemplo, de protecção contra
inundações, de prevenção de seca e desertificação, gestão integrada da zona costeira e
das áreas de montanha, gestão de riscos tecnológicos, melhoria do sistema de previsão).
Devem ser desenvolvidas novas formas de governança de riscos, particularmente em áreas
multiriscos como zonas costeiras, margens dos lagos, bacias hidrográficas e marítimas e
zonas de montanha.

6. Necessitamos o reforço das estruturas ecológicas


e dos recursos culturais como mais valia para o desenvolvimento

(25) Face às circunstâncias e aos potenciais próprios das regiões, os valores insubstituíveis das
estruturas ecológicas e do património natural e cultural europeu, em especial das paisa-
gens humanizadas e a qualidade da concepção e do processo arquitectónico bem como
o ambiente construído deveriam constituir a base para um desenvolvimento cultural e
ambientalmente orientado, que oferece perspectivas de desenvolvimento, ao mesmo
tempo que salvaguarda as diferentes identidades culturais, particularmente em regiões
menos desenvolvidas ou submetidas a alterações estruturais. As intervenções coordenadas
transnacionais e a respectiva gestão devem promover rotas e redes culturais bem como
outros projectos territoriais com importância cultural e natural.

(26) Defendemos o desenvolvimento adicional de redes de áreas naturais e de paisagens


humanizadas valiosas para criar uma estrutura verde transeuropeia integrada e sustentável
com corredores e áreas adequadas que liguem sítios protegidos com outras áreas de
importância europeia e nacional.

(27) As políticas integradas de desenvolvimento territorial devem ser igualmente reforçadas


em áreas ecológicas ou culturalmente frágeis da UE para fazer frente ao desafio chave
de conciliar o desenvolvimento económico com a sustentabilidade ambiental, social e
cultural.

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IV. IMPLEMENTAÇÃO DA AGENDA TERRITORIAL

(28) Para incluir da melhor forma as seis prioridades territoriais nos debates políticos e nos
processos de tomada de decisão, consideramos que as seguintes iniciativas são importantes
e recomendamos a sua implementação entre 2007 e 2011. Comprometemo-nos a dar
cumprimento às seguintes iniciativas:

1. Iniciativas daas Instituições Europeias

(29) Congratulamo-nos com a Comunicação da Comissão Europeia sobre “A contribuição das


cidades para o crescimento e emprego nas regiões” e solicitamos à Comissão Europeia
que acompanhe o assunto, na perspectiva da Agenda Territorial.

(30) Pedimos à Comissão Europeia para continuar a incluir uma referência explícita à dimensão
territorial da UE em futuros Relatórios sobre a coesão económica e social para incentivar
as cidades e as regiões a apresentarem as suas estratégias de desenvolvimento no con-
texto Europeu. Isto ajudaria a concretizar o princípio da subsidiariedade.

(31) Solicitamos à Comissão de Desenvolvimento Regional do Parlamento Europeu, à Comissão


da Coesão Territorial do Comité das Regiões e ao Comité Económico e Social Europeu que
apoiem e implementem as prioridades da Agenda Territorial nas suas actividades, dando
assim às cidades e regiões um papel mais forte na implementação das políticas da UE.

2. Iniciativas para uma cooperação estreita entre a Comissão Europeia


e os Estados-Membros da UE

(32) Recomendamos que haja um diálogo contínuo e profundo entre os Estados-Membros da


União Europeia (incluindo as autarquias regionais e locais) e a Comissão Europeia sobre
questões estratégicas de desenvolvimento territorial. Para esse efeito deveriam utilizar-
-se de modo eficiente as oportunidades providenciadas pelos comités existentes
(principalmente o Comité de Peritos “Coesão Territorial e Assuntos Urbanos” o qual foi
estabelecido pelo Comité de Coordenação dos Fundos (COCOF)).

(33) Solicitamos à Comissão Europeia e às outras instituições europeias que iniciem um diálogo
com os Estados-Membros, com base no princípio da subsidiariedade, para debater como
avaliar e considerar os efeitos da legislação europeia no planeamento e desenvolvimento
urbano e territorial sustentável e como melhorar a coordenação das políticas e iniciativas
da UE em matéria de política territorial. Esta avaliação e coordenação poderiam realizar-
-se no quadro das instituições e procedimentos existentes.

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(34) Recomendamos que o Programa ESPON 2013 realize, em estreita cooperação com a
Comissão Europeia, uma análise mais aprofundada dos efeitos das políticas da UE sobre
a coesão territorial, revele relações causa-efeito e desenvolva indicadores operacionais
para uma informação regular sobre assuntos territoriais. Neste contexto, é importante
que os programas ESPON e URBACT e a Auditoria Urbana tenham uma estreita
cooperação.

(35) Consideramos a cooperação, inclusive com os países vizinhos, no âmbito dos programas
da UE de cooperação territorial europeia (objectivo 3) como um instrumento financeiro
novo e orientado para o futuro, que oferece oportunidades para o fortalecimento de
redes europeias de cidades e de regiões, bem como de apoio a novos corredores de
desenvolvimento europeu orientados para a inovação. Solicitamos à Comissão Europeia
que nos apoie no desenvolvimento da cooperação interregional, transfronteiriça e trans-
nacional como um instrumento eficaz para a promoção da coesão territorial.

3. Iniciativas para o reforço da coesão territorial nos Estados-Membros da UE

(36) Comprometemo-nos, no âmbito das nossas competências, a integrar as prioridades polí-


ticas da Agenda Territorial bem como os aspectos territoriais das Orientações Estratégicas
da Comunidade para a Política de Coesão 2007-2013 nas políticas de desenvolvimento
nacional, regional e local. À luz das conclusões do Seminário sobre governança de estra-
tégias territoriais, realizado sob a Presidência Austríaca da UE em Junho de 2006 em
Baden, recomendamos a integração da dimensão territorial na definição das estratégias
de suporte à política de coesão a nível da UE e nacional.

(37) Asseguraremos que, nos termos das nossas respectivas disposições institucionais nacionais,
nos comprometemos com processos de tomada de decisão transparentes com as partes
interessadas públicas e privadas, bem como com organizações não governamentais, rela-
tivamente ao desenvolvimento de políticas territoriais relevantes, prioridades territoriais
e iniciativas para a sua implementação.

4. Actividades conjuntas entre os Ministros

(38) A fim de implementar a Agenda Territorial concordamos em manter estruturas informais


de cooperação entre os nossos ministérios, incluindo as respectivas Presidências da UE,
e com o Parlamento Europeu, a Comissão Europeia, o Comité das Regiões, o Comité
Social e Económico Europeu e o Banco Europeu de Investimento. Isto exige um funcio-
namento sem obstáculos do Grupo das Presidências, com recursos adequados de

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secretariado e apoiado por serviços prestados por peritos, adicionalmente de outros


Estados-Membros.

(39) Concordamos em actuar em conjunto para continuar e fortalecer a cooperação entre nós
e com a Comissão Europeia através de uma rede de pontos de contacto relacionados com
a coesão territorial. Pretendemos que o Grupo de Trabalho da Agenda Territorial, consti-
tuído pelos Estados-Membros da UE e pela Comissão Europeia, continue o seu trabalho
na presente fase de implementação da Agenda.

(40) Como um primeiro passo nas nossas actividades conjuntas e na sequência do Conselho
Europeu da Primavera de 2007, comprometemo-nos a contribuir, no âmbito das nossas
competências, para uma política climática e energética sustentável e integrada na UE.

(41) As nossas actividades conjuntas adicionais dedicar-se-ão a facilitar o debate alargado a


nível da UE sobre os dossiers-chave da UE de um ponto de vista territorial. Os mais
importantes incluem:

• O debate sobre o processo de Lisboa pós-2010,

• A revisão intercalar da política de coesão em 2010,

• A revisão intercalar da política de desenvolvimento rural da UE em 2010,

• O novo desenvolvimento da Estratégia de Desenvolvimento Sustentável da UE (EDS)


em 2011,

• O debate em curso sobre a forma de implementar as recomendações do Livro Verde


sobre Política Marítima,

• O debate em curso sobre o 7º Programa de Acção em matéria de Ambiente da UE,

• O debate sobre a política de transportes pós-2010,

• O debate em curso sobre a política de investigação e inovação,

• O debate em curso sobre a política de vizinhança.

(42) Solicitamos às futuras Presidências da UE, a todos os Estados Membros da UE, às institui-
ções europeias, incluindo a Comissão Europeia e o Banco Europeu de Investimento, bem
como às outras partes interessadas que implementem as iniciativas apresentadas nesta
Agenda Territorial. Saudamos a iniciativa da Presidência Portuguesa da UE de facilitar a
implementação da Agenda Territorial, com a preparação do primeiro Programa de Acção,
bem como a vontade manifestada pela Presidência Eslovena da UE de iniciar a imple-
mentação deste programa com as suas actividades.

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(43) Solicitamos à Presidência Eslovena da UE que tenha em consideração a Agenda Territorial


na preparação do Conselho Europeu da Primavera de 2008, tendo em vista conseguir um
maior reconhecimento político mais formal das condições territoriais para o desenvolvi-
mento de regiões e cidades e de novas formas de participação nas decisões da UE.

(44) Concordamos que é necessário incentivar as partes interessadas no desenvolvimento


territorial, quer públicas quer privadas, a participarem na abordagem da coesão territorial
da UE. Os seus interesses específicos devem ser reconhecidos. Um debate conjunto sobre
cenários para o desenvolvimento territorial da Europa pode facilitar o processo de con-
ciliação de diferentes interesses. Solicitamos às futuras Presidências da UE que demonstrem
na prática esta ambição através de actividades específicas em conformidade com as
necessidades específicas para a definição de políticas na Europa. Saudamos a Presidência
Portuguesa da UE pela iniciativa de organizar uma Reunião Informal de Ministros em
Novembro de 2007, bem como a iniciativa da Alemanha de organizar uma conferência
sobre território e economia na Primavera de 2008.

(45) Solicitamos à futura Presidência Húngara da UE que avalie e reveja a Agenda Territorial
no primeiro semestre de 2011.

(46) Consideramos ser nossa tarefa política a sensibilização para os desafios territoriais mais
importantes da UE e, portanto, desempenharemos um papel activo na implementação
da Agenda Territorial a nível europeu e nos nossos estados. Estamos convictos que, com
a Agenda Territorial, estamos a dar um passo em frente no sentido de uma Europa com-
petitiva e sustentável de regiões diversificadas e cidadãos activos.

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