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IADE

Ciência Aplicada ao Design 2008/9


Exercícios para a 2a Frequência
Constantes: c = 3 × 108 m/s

Relatividade
Equações importantes:

Adição das velocidades de Galileu: v = v 0 + u


v0 + u
Adição das velocidades de Lorentz: v = 0
1 + vc2u
∆t0
Dilatação dos tempos: ∆t = q
2
1 − uc2

1. Uma nave desloca-se à velocidade de u = 0,9c em relação ao planeta


X. Qual a velocidade da luz emitida pelos faróis da nave em relação a
esse planeta

(a) segundo a Relatividade Clássica?


 a) v = 0,9c  b) v = c
 c) v = 1,9c  d) v = 0 m/s.
(b) segundo a Relatividade Restrita?
 a) v = 0,9c  b) v = c
 c) v = 1,9c  d) v = 0 m/s.
2. Um neutrão em repouso decai num protão, num electrão e num neu-
trino ao fim de 11min. Ao fim de quanto tempo se dará este decaimento
se o neutrão estiver à velocidade de 0,5c?

Resposta:
Dilatação dos tempos:

∆t0 11 11
∆t = q =q =√ = 12,7 min.
2
1 − uc2 (0,5c)2 1 − 0,25
1 − c2

1
3. Enuncia o paradoxo dos gémeos. Apresenta a sua solução com seguinte
exemplo: segundo o gémeo na Terra, o seu irmão viajou durante 10
anos à velocidade de 0,8c.

Resposta:
Enunciado:
O paradoxo dos gémeos consiste no seguinte raciocínio: Um de dois
gémeos faz uma viagem espacial numa nave a uma velocidade próxima
da da luz, enquanto que o seu irmão fica na Terra. Designemos por A
o gémeo que viaja e por T o que fica na Terra. Para o gémeo que ficou
na Terra (T ), o seu irmão A envelheceu menos, devido à contracção
dos tempos:
∆t0
∆t = q .
u2
1 − c2

(Nota que ∆t0 é o tempo que passou na nave do ponto de vista da


Terra e que u é a velocidade da nave em relação à Terra.)
No entanto, o gémeo que viajou (A) pode afirmar que ele é que esteve
imóvel e que o irmão na Terra (T ) é que se afastou e aproximou. Se-
gundo este gémeo A, foi irmão T que sofreu a contracção dos tempos
e que envelheceu menos. Tem-se novamente

∆t0
∆t = q ,
2
1 − uc2

mas agora ∆t0 é o tempo que passou na Terra do ponto de vista da


nave e u é a velocidade da Terra em relação à nave (portanto, simétrico
da velocidade anterior).
Temos assim um paradoxo: segundo T , A está mais novo; segundo A,
é T quem está mais novo. Afinal, quem tem razão?
Resolução:
Este é um paradoxo falso. Os gémeos não estão em situações simétricas.
Para que os gémeos se encontrem e possam comparar as idades, um
terá que voltar para trás. Nesse momento de mudança de direcção, irá
notar a desaceleração e a aceleração, e a simetria fica quebrada.
Existem assim 3 pontos de vista inérciais: o do gémeo na Terra (T ), o
do gémeo na nave (A) durante a viagem de ida e o do gémeo da nave
durante a viagem de regresso. Com os dados do enunciado, podemos
fazer os seguintes cálculos:

2
Gémeo na Terra (T ): O meu irmão A viajou 5 anos para lá e 5 anos
para cá. A distância máxima que esteve foi:

∆x0 ∆x0
u= ⇐⇒ 0,8c =
∆t 5
⇐⇒ ∆x0 = 5 × 0,8c = 4c = 4 anos-luz

Para mim, o tempo na nave do meu irmão gémeo passou mais


devagar:

∆t0 ∆t0
∆t = q ⇐⇒ 10 = q
2 2
1 − uc2 1 − (0,8c)
c2

⇐⇒ ∆t0 = 10 1 − 0,64 = 6 anos.


p

Portanto o meu irmão A afastou-se da Terra durante 5 anos à


velocidade de 0,8c, ficando a 4 anos-luz. Depois voltou com a
mesma velocidade e demorou os mesmos 5 anos. Dentro da nave
passou apenas 6 anos (3 anos na ida e 3 anos no regresso).
Gémeo na nave (A): Eu vi a Terra a afastar-se de mim à velocidade
de 0,8c durante os primeiros 3 anos e depois a aproximar-se de
mim com a mesma velocidade durante outros 3 anos. Enquanto
nos afastámos, notei que na Terra o tempo passou mais devagar:

∆t0 ∆t0
∆t = q ⇐⇒ 3 = q
2 2
1 − uc2 1 − (0,8c)
c2

⇐⇒ ∆t0 = 3 1 − 0,64 = 1,8 anos.


p

Pode parecer então que, para o gémeo na nave, passam apenas 2 ×


1,8 = 3,6 anos na Terra. No entanto, durante a viagem de regresso o
gémeo da nave não pode acrescentar que na Terra o tempo passa mais
devagar, devido à dilatação dos tempos. Esta dilatação só é verificada
na primeira parte do movimento, enquanto a Terra se afasta da nave.
Na segunda parte, quando a Terra se aproxima da nave, a simetria
é finalmente quebrada e o gémeo A vê o gémeo T a envelhecer muito
mais depressa que ele, até se obter o resultado de 10 anos para o gémeo
T.

4. A figura seguinte representa o diagrama espaço-tempo de um aconte-


cimento A. Coloca nesse diagrama os seguintes novos acontecimentos:

(a) Um acontecimento que possa ser influenciado por A.


(b) Um acontecimento que possa ter influenciado A.
(c) Um acontecimento que A não possa influenciar.

3
(d) Um acontecimento que não possa influenciar A.

Resposta:

ct
a)
a)
c) c)
45º

45º A x
d)
d)
b)
b)

Modelização
5. Calcula a equação da potência do motor de um guindastre (P ), sabendo
que depende da velocidade a que consegue elevar massas (v) e da força
(F ) que consegue suportar. Nota que:

[F ] = N = Kg m/s2 ,
[P ] = W = Kg m2 / s3 .

Resposta:
Começamos por admitir que a equação da potência do motor será do
tipo:
P ∝ F AvB .
Temos que calcular o valor de A e B.
Segundo a nossa hipótese, as unidades da potência serão:

[P ] = [F ]A [v]B
Kg m A  m B
 
=
s2 s
KgA mA mB
=
s2A sB
A A+B
Kg m
= .
s2A+B

4
Por outro lado, do enunciado sabemos que
Kg m2
[P ] = .
s3
Igualando estas duas expressões temos que:

A = 1
 (
A=1
A+B =2 ⇐⇒
 B = 1.
2A + B = 3

Ou seja, a equação é:
P ∝ F v.

6. Descobre a fórmula para o cálculo da potência (P ) de uma turbina,


admitindo que depende da densidade do ar (d), do raio das pás (r) e
da sua velocidade de rotação (v). Lembra que as unidades de potência
são [P ] = W = Kg m2 / s3 e que as de densidade são [d] = Kg/m3 .

Resposta:
Começamos por admitir que a equação da potência será do tipo:

P ∝ dA rB v C .

Temos que calcular o valor de A, B e C.


Segundo a nossa hipótese, as unidades da potência serão:

[P ] = [d]A [r]B [v]C


Kg A B  m C
 
= m
m3 s
KgA B mC
= m
m3A sC
A
Kg m −3A+B+C
= .
sC
Por outro lado, do enunciado sabemos que
Kg m2
[P ] = .
s3
Igualando estas duas expressões temos que:
 
A = 1
 A = 1

−3A + B + C = 2 ⇐⇒ B = 2
 
C=3 C = 3.
 

5
Ou seja, a equação é:
P ∝ d r2 v 3 .

7. Admite que a equação da potência de uma turbina é P = d r2 v 3 .

(a) Quanto aumentará a potência de fizer uma turbina 5× maior?


(b) Fez-se um modelo 5× menor. Quantas vezes mais rápido terá
que rodar a turbina do modelo para ter a mesma potência que a
turbina real?

Resposta:
2 v 3 a potência do modelo e P = d r 2 v 3 a potência da
Seja Pm = dm rm m r r r r
turbina real.

(a) Neste caso, dm = dr , 5rm = rr e vm = vr . Então:

Pr = dr rr2 vr3
= dm (5rm )2 vm
3

2 3
= 25(dm rm vm )
= 25Pm .

Aumentará a potência 25×.


(b) Neste caso, dm = dr , 5rm = rr e Pm = Pr . Então:
2 3
dm rm vm = dr rr2 vr3 ⇐⇒dm rm
2 3
vm = dm (5rm )2 vr3
3
⇐⇒vm = 25vr3
p
⇐⇒vm = 3 25vr3
3
⇐⇒vm = 2,9vr .

O modelo terá que rodar 2,9 vezes mais rápido.

8. Qual a expressão para o período T de oscilação de uma mola, sa-


bendo que depende da massa m pendurada na mola, da constante de
elasticidade K da mola e da aceleração da gravidade g? Nota que
[K] = N/m = Kg/s2 .

Resposta:
Podemos assumir que
T ∝ mA K B g C .

6
Por outro lado, sabemos que:

[m] = Kg,
[K] = N/m = Kg s−2 ,
[g] = m s−2
[T ] = s.

Então,

[T ] = KgA (Kg s−2 )B (m s−2 )C


= KgA KgB s−2B mC s−2C
= KgA+B mC s−2B−2C .

Ora como temos que [T ] = s, podemos escrever:


 
1

 A + B = 0 A = 2

C=0 ⇐⇒ C = 0
 
−2B − 2C = 1 B = − 12 .
 

A expressão final fica então:


r
m
T ∝ ,
K
que não depende de g, ao contrário do que era sugerido no enunciado.

9. Construi-se um modelo da suspensão de um carro. As molas do modelo


têm uma constante de elasticidade 100× menor que as molas reais e
a massa do modelo do carro é 50× menor que a massa do carro real.
Qual a relação entre o período das vibrações da suspensão do modelo
e do carro real? (Usa a equação da pergunta anterior.)

Resposta:
Temos que

mr = 50mm
Kr = 100Km ,

7
logo,
r
mr
Tr =
Kr
r
50mm
=
100Km
r r
50 mm
=
100 Km
= 0,71Tm .

10. A resistência de uma raquete é proporcional à área da secção do braço


da raquete. Um modelo de uma nova raquete quebra-se quando sujeito
a uma força de 80 N, e é 10× menor que a raquete real. Qual a
resistência da raquete real?

Resposta:
Seja Fm a força a que o modelo resiste, enquanto que Fr é a mesma
força para a raquete real. Se a raquete real é 10× maior que o modelo,
então a área é 102 = 100× maior. Logo a resistência aumenta 100×,
passando para 80 × 100 = 8000 N.

Fractais e Caos
11. Quais são as características mais importantes de uma geometria frac-
tal?
 a) simplicidade  b) dimensão elevada
 c) dimensão fracional  d) auto-semelhança
 e) ser muito colorido  f) complexidade elevada.
12. Quais são as características mais importantes de um sistema caótico?
 a) grande dependência das condições iniciais 
 b) previsibilidade 
 c) imprevisibilidade 
 d) evolução para estados conhecidos 
 e) não repetir o mesmo estado 
 f) periódico 
 g) aperiódico. 
13. Quais dos seguintes espaços de fase podem representar um sistema
caótico? Justifica.

8
(a) (b)

Resposta:
A figura (a), porque tem as características de um fractal (autoseme-
lhança, grande complexidade) e mostra um sistema aperiódico.

14. Calcular a dimensão de Hausdorff das seguintes figuras:


 a) curva de Peano  b) triângulo de Sierpinski
 c) floco de neve de Koch  d) poeira de Cantor.

Resposta:
A dimensão de Hausdorf é calculada como
log N
N = ID ou D=
log I
onde N é o número de cópias e I o factor de zoom. Os cálculos das
alíneas a)–c) foram feitos na aula. A alínea d) consiste numa linha à
qual se retira o terço do meio e assim sucessivamente.

Assim, a dimensão de Hausdorff é:


log 2
2 = 3D ou D= = 0,63.
log 3

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