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Pressupostos:
O atual contexto da saúde no Brasil é marcado por um sério questionamento
quanto à qualidade das políticas públicas implementadas nos últimos anos, incluindo
aquelas diretamente relacionadas à saúde. Tem-se inclusive a noção de que maiores
recursos investidos no setor devem ser acompanhados pela melhoria da qualidade dos
sistemas de saúde sob o risco de desperdício de dinheiro. Esta situação não esta restrita
à subsistemas (público-privado); níveis de atenção (básico-hospitalar) ou regiões do
país.
A Qualidade é um tema ou área de ação que emerge como uma exigência e um
grande desafio. Como facilitador para a mudança temos a crescente regulação do
sistema tanto por meio de políticas públicas quanto pelo fortalecimento de mecanismos
reguladores dos planos de saúde privados.
Conteúdos:
Conceito de Qualidade. Dimensões, Abordagens, Critérios, Padrões e Indicadores.
Efetividade e impacto sobre a saúde a partir da implantação de Programas de Qualidade
em sistemas e serviços de saúde.
Leitura obrigatória:
1. José Carvalho de Noronha. Qualidade nos serviços de saúde
Leitura Complementar:
S.M. Campbell, M.O. Roland, S. A. Buetow Defining quality of care. Social Science &
Medicine 51(2000) 1611-1625.
Enunciado do Problema:
É possível prover aos cidadãos serviços de saúde de boa qualidade, garantindo a
capacidade resolutiva em todos os níveis do sistema, a satisfação do usuário e a
melhoria das condições gerais de saúde da população? Quais são os principais desafios
para a qualidade à médio e longo prazos?
Questões:´
1.Percentual de adultos acima de 50 anos que tiveram pesquisa de sangue oculto nas
fezes investigado no último ano ( a/b )
2.Percentual de pacientes com diabetes que realizaram perfil lipídico no último ano(
a)
3.Percentual de idosos que receberam a vacina anti-pneumocócica ( a )
4.Tempo médio decorrido entre o início dos sintomas e o uso de antibiótico em
crianças com pneumonia ( d/b )
5.Percentual de crianças com diagnóstico de gripe que receberam antibióticos ( b/
a )
6.Percentual de pacientes com diagnóstico de tuberculose que completaram o
tratamento no período de um ano ( b/c )
7.Percentual de pacientes com seqüelas de AVC que experimentaram melhoras em seu
estado funcional no último ano ( c )
8.Percentual de pacientes que obtiveram a medicação prescrita ( a )
9.Percentual de pacientes com pneumonia que receberam antibióticos em até quatro
horas após a confirmação diagnóstica ( a/d )
10.Percentual de pacientes que se mostram esclarecidos à respeito de sua doença ( e
)
11.Percentual de pacientes que se mostram esclarecidos a respeito de sua prescrição
(e)
12.Percentual de pacientes que foram orientados na recepção da unidade com relação
ao seu problema( e )
13.Doses de vacinas/mês não utilizadas e descartadas( a )
14.Números de turnos de atendimento não realizados por problemas de insumos( c a)
15.Número de exames realizados que não foram avaliados até 15 dias em consultas( c
a d)
16.Tempo médio de espera para consulta de referência a especialista maior de 15 dias
(d)
17.Tempo médio de espera para a consulta agendada maior de 60 minutos ( c b e )
18.Percentual de pacientes que se sentem confortáveis para falar de suas preocupações
e problemas ( e )
19.Número de crianças que conseguiram marcar consultas de rotina dentro do prazo
estabelecido ( a/d )
Proponha outros indicadores que possam avaliar as mesmas dimensões
4. Exemplifique 5 casos reais vividos pelo Grupo em que houve falha do tempo de
oportunidade no atendimento acarretando em grave prejuízo para a Qualidade da
Assistência á saúde e como poderia ter sido resolvido por meio de mudanças
organizacionais no serviço
1- Homem que deu entrada com suspeita de IAM ficou esperando por mais de 10
horas quando foi atendido por escândalo da família após paciente ficar
desacordado, frio e pálido.
2- Homem vítima de PAF na cabeça que procurou atendimento em 2 hospitais
públicos antes de ser atendido. Segundo os hospitais, ele não foi atendido por
falta de vagas e/ ou por falta de aparelho de TC e/ou por falta de neurologista na
unidade. Ele só conseguiu ser atendido mais de oito horas após o acontecido
numa instituição muito distante. E, mesmo assim, não foi encaminhado a UTI
também por falta de vagas.
3- Criança com crise de asma grave ficou horas esperando para uso de máscara de
oxigênio e inicio tardio da nebulização com b2 agonista e do uso de
corticosteróide. Quando foi atendida a saturação de oxigênio estava muito baixa
e a criança cianótica e letárgica.
4- Outros casos são as pessoas que têm doença crônica e que não conseguem
atendimento ambulatorial nos serviço público para tratamento e controle da
enfermidade e viram fregueses dos PS nas inúmeras crises por descontrole da
doença. Estes casos são vários e todos os dias, nas emergências, presenciamos
isso.
5- No Hospital Salgado Filho, a internação de pacientes precisamente indicados
muitas vezes é impossibilitada por falta de vagas. Com isso, os pacientes que
procuram atendimento são obrigados a procurar outro hospital ou recebem alta
quando não deveriam ou quando admitidos, ficam pelos corredores com péssimo
atendimento (já que são poucos médicos pra quantidade de pacientes). Nesta
ultima situação, muitos casos são subdiagnosticados e o tratamento ineficaz com
alta taxa de morbimortalidade em problemas que apresentam soluções.