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Aula de 12.02.2008
A audiência em questão é designada pelo juiz no despacho saneador (CPC, art 331,
§ 2º in fine: “... designando audiência de instrução e julgamento, se necessário”).
5. Atos da audiência
A audiência se desenvolve por meio de quatro tipos de atos:
1. Atos preparatórios.
2. Atos de tentativa de conciliação das partes.
3. Atos de instrução
4. Atos de julgamento.
Atos preparatórios:
conciliação, o juiz mandará reduzi-la a termo (CPC, art 448). O termo de conciliação
assinado pelas partes e homologado pelo juiz terá valor de sentença (sentença
homologatória) – CPC, art 449.
Atos de Instrução
Atos de Julgamento
CPC. Art 454: Terminada a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor, ao
advogado do réu e ao representante do Ministério Público, sucessivamente e pelo tempo de
20 minutos para cada um deles, prorrogáveis por 10 minutos, a critério do juiz.
O § 1º do artigo trata da situação em que existe litisconsorte ou terceiros. Nesse
caso, o prazo total (tempo normal mais prorrogação) será dividido por todos os do grupo, se
eles não decidiram outra forma. O §2º trata do caso em que haja opoente. Nesse caso, o
opoente falará em primeiro lugar, seguindo-lhes os opostos, pelo prazo de 20 minutos cada.
Depois, segue-se o previsto no caput. O §3º abre a possibilidade de o debate, ao invés de
ser oral, se fazer por meio de memoriais, apresentados no prazo fixado pelo juiz. Mas isso
ocorrerá apenas quando o caso apresentar questões complexas.
O art 456, do CPC, determina que no prazo de 10 dias do encerramento do debate
ou da entrega dos memorais, quando for o caso, o juiz profira sua sentença. Prolatada a
sentença, o escrivão lavrará, sob ditado do juiz, termo com o resumo do ocorrido na
audiência e, por extenso, os despachos e a sentença.
6. Sentença
Definições
A seguir, a definição de alguns autores:
Pontes de Miranda → A sentença é emitida como prestação do Estado pela sua
obrigação na relação processual, quando as partes solicitam a tutela jurisdicional.
Vicente Grecco Filho → A sentença é o ato terminativo que decide ou não a lide.
Nelson Nery Jr → A sentença é o pronunciamento do juiz que contém algumas
circunstâncias dos artigos 267 e 269 e que ao mesmo tempo extingue o processo ou
o procedimento do 1º grau de jurisdição, resolvendo ou não o mesmo.
Abelha Rodrigues → A sentença é o ato culminante do processo, o ato final no
primeiro grau de jurisdição.
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Requisitos
São cinco os requisitos, sendo que os três primeiros são requisitos estruturais. Então,
são requisitos essências da sentença, (CPC, art 458): Esses três apresentados no artigo
referido são: o relatório, os fundamentos (ou motivação) e o dispositivo. Tem mais a
clareza e a precisão.
1. O relatório (Art 458, I): que conterá o nome das partes, a suma do pedido e da
resposta e registrará, também, as principais ocorrências do processo. Segundo
Humberto Theodoro Jr. → O relatório é o resumo de todo o processo e o intróito da
sentença.
Segundo Abelha Rodrigues → O relatório identifica as partes, todos os atos
importantes do processo.
Para Pontes de Miranda, o relatório é condição de validade da sentença. Sua falta
torna nula a decisão. O relatório é peça de grande valia e de fundamental
importância. Por meio dele o juiz delimita o campo do pedido, bem como identifica
a área das controvérsias e as questões a serem resolvidas.
Para Moacyr A Santos, o relatório é a síntese do processo.
Para Vicente Grecco Filho, o relatório é o resumo do processo que garante que o
juiz leu o processo em seus termos essenciais.
19.02.2008
5. Precisão → A sentença deve referir-se ao pedido e limitar-se por ele. Não se pode
dar mais do que o que foi pedido nem se pode dar menos do que o que não foi
pedido. O juiz não pode decidir extra petita nem ultra petita.
Em termos de precisão, a sentença pode ser: precisa ou imprecisa. Ela diz-se precisa
quando respeita os limites impostos pelo pedido. Caso contrário ela é dita imprecisa.
Quando ela decide fora dos limites do pedido ela é dita extra petita.
Se o juiz julga menos que o pedido a sentença é dita intra petita ou citra petita. Por
exemplo, se o pedido é R$ 10.000,00 mais uma moto e ele dá R$ 8.000,00 mais a
moto, ela é dita intra (ou citra) petita. Todavia, no mesmo pedido, se ele tivesse
dado R$ 15.000,00 mais a moto, teríamos uma sentença ultra petita.
Observação: A falta de precisão ou clareza enseja às partes a possibilidade de
embargos.
Tipos de sentença: São dois os tipos principais de sentença:
De acordo com o art 162, do CPP, sentença é o ato do juiz que implica alguma das
situações previstas nos art 267 e 269 do mesmo CPP, ou seja, é o ato do juiz que
extingue o processo sem a resolução do mérito (art 267) ou com a resolução do
mérito (art 269). As sentenças com base no art 267 são chamadas sentenças
terminativas ou sentenças processuais, porque ela põe fim ao processo, mas não
termina a lide. As sentenças com base no art 269 são chamadas sentenças
definitivas ou sentenças de mérito. Esta sentença é sujeita à apreciação dentro do
próprio processo.
Nas sentenças terminativas não pode haver apreciação do mérito.
As sentenças definitivas também acabam com o processo e com a lide.
Mérito é a razoabilidade do pedido. O juiz faz uma valoração do pedido.
No julgamento do mérito previsto no art 269, têm-se as seguintes particularidades:
No caso do 269, I é o próprio juiz que julga o mérito; no caso no 269, IV quem julga
o mérito é a própria lei e nos demais casos (269, II, III, V) o mérito é julgado pelas
partes do processo.
Por que nas sentenças terminativas ele não julga o mérito? Porque o processo
apresenta alguma falha, algum vício insanável.
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7. Coisa julgada
O que é coisa julgada? A resposta é encontrada no art 467, do CPC: coisa julgada
material é a eficácia que torna a sentença imutável e indiscutível e não mais sujeita a
recursos ordinário e extraordinário.
É, portanto a imutabilidade e a indiscutibilidade da sentença ou é a eficácia da
sentença tornada imutável e indiscutível.
Por imutabilidade deve entender-se que ninguém pode modificá-la, isto é,
imutabilidade significa que não se pode mudar o dispositivo de coisa julgada. Relaciona,
assim, os dispositivos de duas sentenças, não devendo o segundo contrariar o primeiro
deles. E indiscutibilidade que significa que a fundamentação não pode contrariar
dispositivo de outra sentença anterior transitada em julgado. Relaciona, portanto,
fundamentação de uma sentença com o dispositivo de outra sentença.
Mas, quando é que a sentença se torna eficaz? Quando não cabem mais quaisquer
recursos a ela.
Coisa julgada é a sentença que transita em julgado. A sentença faz coisa julgada
porque o Estado só fornece tutela uma vez para o mesmo assunto, ou seja, o Estado só julga
uma vez a mesma coisa.
Na sentença, o que não faz coisa julgada? A resposta está no art 469, I, II e III: os
motivos, a verdade dos fatos e a ação incidental ao processo (salvo se pedida pela parte que
ela seja considerada coisa julgada), ou seja, a sentença não faz coisa julgada para o relatório
e para a fundamentação, como partes da sentença. Então, só o dispositivo faz coisa
julgada.
em face de A, para pagamento de indenização. Para julgar a nova ação o juiz terá
que julgar a culpa de A, no acidente. O juiz extingue o processo, sem julgamento do
mérito, porque haverá violação de coisa julgada, que é indiscutível.
d. Qual a diferença entre indiscutibilidade e imutabilidade da coisa julgada? A
imutabilidade significa que não se pode mudar o dispositivo de coisa julgada.
Estabelece, portanto uma relação dos dispositivos de duas sentenças, de tal sorte que
o da segunda sentença não pode ofender o da primeira. Já a indiscutibilidade
estabelece relação entre o dispositivo e fundamentação. Como o dispositivo é mais
forte que a fundamentação, porque ele faz coisa julgada e ela não, a fundamentação
de uma sentença não pode discutir o dispositivo de outra.
e. Quais são os limites objetivos da coisa julgada? É o dispositivo que estabelece a
extensão da coisa julgada.
f. É possível ampliarem-se os limites objetivos da coisa julgada? Sim, se houver ação
incidental no processo e sobre ela seja pedida a consideração de coisa julgada. A
questão incidental (prejudicial) deve ser julgada antes. Apenas, se não for pedida
para seja considerada coisa julgada, a decisão dela só vale para o processo em
questão. Como coisa julgada vale para situações fora do processo. (art 5º, 325 e 470,
do CPC). Essa extensão corresponde em estender-se à fundamentação a cobertura
do dispositivo quanto à coisa julgada.
Toda e qualquer sentença faz coisa julgada formal, mas apenas a sentença de mérito ou
definitiva faz coisa julgada material (CPC, art 269). Não pode haver nova ação sobre o
mesmo assunto.
O art 495, do CPC, estabelece o prazo de dois anos, a partir do trânsito em julgado da
decisão, para proposição de ação rescisória de coisa julgada.
26.02.2008
Existem três tipos de sujeitos que podem ser abrangidos pela coisa julgada:
a. Terceiros absolutamente indiferentes à coisa julgada. Pessoas que nada têm a ver
com o processo, pessoas alheias a ele. Passam longe da coisa julgada, não sendo por
ela atingidos.
b. Terceiros com interesse de fato na coisa julgada. Terceiros que são atingidos pela
coisa julgada em suas relações de fato. As relações jurídicas desse terceiro não
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04.03.2008
Conceito: recurso é o meio voluntário e idôneo para impugnação de atos jurídicos que
impliquem em decisões judiciais, que acontece no mesmo processo onde está o ato
judicial em questão, com o intuito de reformá-lo, anulá-lo ou invalidá-lo, ou integrá-lo (ou
esclarecê-lo). A rigor, representa muito mais um ônus em face da conseqüência que produz
à parte por deixar de exercer a possibilidade de o adotar.
Abrindo parênteses, vamos tratar das ações autônomas de impugnação, que não
constituem recursos. E a diferença entre essas ações autônomas de impugnação e os
recursos consiste no fato de que estes acontecem dentro do mesmo processo onde é tratada
a lide e as ações mencionadas constituem uma relação jurídica processual nova. Ainda
mais, outra é a finalidade das ações autônomas de impugnação: rescindir a sentença anterior
para que a lide receba nova sentença. O resultado da ação autônoma de impugnação deve
ou conceder a impugnação, ou não concedê-la.
São seis as modalidades das sentenças autônomas de impugnação:
1. Ação rescisória → Visa desconstituir uma sentença de mérito transitada
em julgado, uma vez que após o trânsito em julgado não cabe qualquer
espécie de recurso. Se obtiver êxito cabe nova sentença. Ela só cabe,
todavia, com relação a sentenças de mérito ou sentenças definitivas, pois
quando ocorrer sentença processual ou terminativa, existe a possibilidade de
se propor novamente a ação julgada (CPC, art 485). O prazo para entrar com
a ação rescisória é de 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado.
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2. Ação anulatória → (CPC, art 486). Trata-se de uma ação que visa anular a
sentença homologatória exarada pelo juiz em decorrência de ajustes de
iniciativa das partes, previstos no art 269, II, III e IV e que respeitem a lei
civil. Infringir esse direito torna o ajuste anulável. O prazo para essa ação é
de 10 (dez) anos.
3. Querela Nullitatis (Ação autônoma de impugnação tipo querela nullitatis).
Ação similar às duas primeiras e corresponde a uma criação doutrinária.
Aplica-se no caso de sentença material transitada em julgado que tenha
violado pressupostos processuais ou condições da ação. O prazo para
interposição dessa ação é indeterminado. O direito a ela é imprescritível.
4. Mandado de segurança → Lei 1533/51. Visa proteger direito líquido e
certo.
5. Correição parcial → Não é cabível na justiça estadual, sendo, portanto,
admitida apenas na Justiça Federal. Será admitida quando um ato processual
provoca inversão tumultuária dos atos de um processo. O instrumento
estadual que lhe corresponde é o agravo de instrumento.
6. Habeas Corpus → ação que visa assegurar o direito de ir e vir, no caso de
prisão por dívida de alimentos ou de depositário infiel. Ou no caso de
ameaça de prisão.
Destes, apenas o despacho não é um ato de decisão, como o são a sentença e decisão
interlocutória.. O despacho não contém conteúdo de decisão.Portanto dos despachos não
cabem recursos (CPC, art 504). Todavia, pode acontecer que um ato jurídico se revista da
forma de despacho, mas tenha conteúdo de decisão. Em tal caso, cabe recurso.
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3º Pressuposto: Regularidade formal. Exemplos estão nos art 514, 524, 525 e
541 do CPC. Alguns requisitos devem ser atendidos para possibilitar o recurso:
1) Apresentar os motivos, os fundamentos da impugnação.
2) Pedir o que se pretende com o recuso: reforma, anulação ou integração.
3) Preparo. Este requisito está relacionado com o pagamento das custas devidas,
como previsto pela Lei 11.608/73. O não pagamento torna o recurso deserto.
07.03.2008
Pressupostos Subjetivos de Admissibilidade Recursal
2º Principio da taxatividade.
Só é cabível recurso previsto na lei. As normas que tipificam os recursos não podem
ser interpretadas extensivamente ou analogicamente.
3º Princípio da Singularidade.
Para cada decisão existe um e um só tipo de recurso cabível, por vez. Todavia pode
ocorrer que, conforme o tipo de recurso, possa a situação ensejar novo recurso.
Neste caso, os recursos serão sucessivos, de modo que, só cabe um recurso por vez.
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4º Princípio da Fungibilidade.
Por este princípio, um recurso pode ser substituído por outros em certas condições.
Se uma situação particular resultar em dúvida sobre o tipo de recurso a propor e em
sendo possível a escolha de dois recursos, pode-se ficar com qualquer um deles.
Todavia, em sendo os prazos de interposição de tais recursos diferente, ainda que se
entre com o que tenha prazo maior, deve-se fazê-lo dentro do menor prazo.
5º Princípio do Dispositivo.
Não existe para a parte vencida obrigatoriedade em recorrer, ou seja, a parte que
perdeu pela sentença recorre dela se quiser.
11.03.208
1º) Extensão da litispendência. A ação que se iniciou com a distribuição (ou despacho
onde houver uma só vara) e se completou com a citação do réu, tem a lide instaurada
finalizada com a sentença de mérito. Como a sentença é passível de recurso, a lide continua
até o julgamento do recurso.
2º) Impedimento de preclusão. O processo nasce para morrer. A preclusão (em suas três
modalidades: a temporal, a lógica e a consumativa) existe exatamente para por fim a ele.
Todas as decisões são impugnáveis em determinado prazo, exatamente quando preclui o
prazo de recurso. Assim, a preclusão torna a matéria preclusa definitiva. O recurso impede
a preclusão
3º) Devolutivo. Esse efeito do recurso significa que o conhecimento da matéria impugnada
é devolvido ao Poder Judiciário (mas a outro órgão desse Poder).
São duas as espécies de efeito devolutivo.
Primeira espécie:
a. Efeito devolutivo por extensão → Devolvida a matéria impugnada ao Tribunal, este
só pode julgar aquilo de que se recorreu. Por exemplo: A cobra judicialmente R$
10.00,00 de B. O juiz fixa, por sentença, que B deve pagar ao A R$ 5.000,00. A
pode recorrer da decisão, mas o tribunal deverá respeitar, na sua decisão, os limites
estabelecidos pelo recurso: de 5 a 10 mil reais. (Não pode haver reformatio in
pejus). Se o recurso fosse de B, os limites seriam de 0 a 5 mil reais).
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6º) Efeitos translativos. Diz respeito às matérias de ordem pública (CPC, art 301; algumas
devem ser conhecidas de ofício) para as quais não há preclusão enquanto existir o processo.
Após o trânsito em julgado da sentença, se uma dessas matérias não foi argüida, poderá
haver um derradeiro momento para o fazer, pela ação autônoma de impugnação tipo
querela nullitatis, cujo direito é imprescritível.
7ª) Efeito regressivo ou Juízo de retratação. Efeito previsto no art 296, do CPC. O juiz
pode, em 48 horas, rever seu indeferimento da petição inicial em caso de recurso nesse
sentido. Se ele de fato modificar sua decisão, nessa revisão, o processo terá prosseguimento
normal. Se ele mantiver a sua decisão inicial, o recurso será remetido ao tribunal. Tanto
essa apelação como a revisão do juiz é facultativa.
8º) Efeito substitutivo. Significa a substituição da sentença (ou de outra decisão) do juízo
de primeiro grau pela decisão resultante da apreciação em grau de recurso. Ainda que o
Tribunal mantenha a decisão do primeiro grau, ainda assim diz que a decisão do tribunal
substitui a sentença ou decisão do primeiro grau. Todavia, se o recurso não é conhecido,
não haverá não haverá julgamento de seu mérito. E é o julgamento do mérito que produz
a substituição. O efeito substitutivo se aplica a todos os efeitos.
9 – APELAÇÃO
Conceitos:
1. Apelação é o recurso ordinário cabível contra sentenças em primeiro grau de
jurisdição. (Vicente Greco Filho).
2. Apelação é o recurso que se interpõe das sentenças de juízes de primeiro grau de
jurisdição para levar a causa ao reexame dos tribunais de segundo grau, visando a
obter uma reforma total ou parcial da decisão impugnada.
3. Apelação é o recurso que cabe em toda e qualquer sentença e representa de modo
eficiente, pelo sistema brasileiro, do princípio do duplo grau de jurisdição. (Luiz
Rodrigues Wambier).
4. A apelação é o primeiro e mais emérito dos recursos previstos no CPC. É o recurso
padrão, sendo que sua disciplina, no que for cabível, pode ser aplicada nos demais
recursos, É cabível para impugnação de sentenças.
Cabimento
A apelação é cabível contra atos judiciais de decisão que põe fim ao processo no
primeiro grau, decidindo ou não a lide, ou seja, contra a sentença nas ações de
conhecimento, de execução, cautelar e procedimentos especiais de jurisdição voluntária e
contenciosa. Mas tudo acontece na mesma relação processual na qual o ato foi proferido.
Espécies de apelação
A apelação pode ser: plena (quando busca a impugnação de toda a sentença) ou
parcial (quando busca a impugnação de parte da sentença).
Na apelação pode haver fato novo? O art 517, do CPC, estabelece a regra para a
questão: não pode haver fato novo na apelação, em virtude do efeito devolutivo em
profundidade (relativo aos fundamentos da sentença). Quer dizer que uma vez apresentada
a apelação não se pode mais alegar fatos novos. Mas a regra admite exceções. O próprio
artigo 517, em sua parte final, admite a possibilidade de se incluir na apelação fatos novos
quando comprovadamente eles não foram incluídos na primeira fase por motivo de força
maior. Por exemplo, A aciona B para pagamento de R$ 10 mil. B, condenado que fora,
recorre e na apelação apresenta contrato novo, com data posterior à de sentença, em
substituição ao primeiro. Ele pode fazer isso? Pode, pois se trata de um fato superveniente,
conforme permite o mencionada art 517 e também o art 462, que trata da inclusão de fatos
novos ainda no primeiro grau de jurisdição.
Assim, como exceções à regra que não se pode alegar fato novo da apelação, temos:
1. Fato superveniente.
2. Matéria de ordem pública (art 301, exceto o previsto no § 4º - compromisso
arbitral, que deve ser alegado pelas partes). Todos os demais itens o juiz
pode agir de ofício
3. Motivos de força maior (art 517, CPC). Por exemplo, a pessoa deixou de
incluir na fase própria documento que ofenderia seu pai. Mas com a morte
do pai pode incluí-lo na apelação.
4. Decadência e prescrição, que alguns autores incluem no item dois. Ressalte-
se que a decadência convencional o juiz não pode conhecer de oficio.
Tudo para economia processual e pelo Princípio do duplo grau de jurisdição. Do acórdão
não caberá apelação, embora se trata do primeiro (e único) julgamento do mérito da ação.
Por isso costuma-se dizer que o § 3º mencionado apresenta uma exceção à regra geral, que
é a de haver para as decisões judiciais uma segunda apreciação do decidido. Todavia, a
questão pode justificar-se porque qualquer recurso sempre cabe à instância superior à do
julgamento inicial. No caso essa instância superior já emitiu o seu julgamento da questão e
qualquer que tivesse sido o julgamento do 1º grau de jurisdição, esse julgamento seria
substituído pelo emitido pelo 2º grau de jurisdição. Se ele valeria no caso, então não há
razão para permitir recurso.
25.03.2008
Efeitos da apelação
1º efeito: Efeito devolutivo – Como todo recurso, a apelação será recebida em efeito
devolutivo, ou seja, o conhecimento da questão retorna ao Judiciário, em outro órgão.
(CPC, art 520)
Ressalve-se, como exceção a esta regra o fato do § 3º, do art 515, do CPC, pois para o caso
em questão não haverá efeito devolutivo porque não há a quem devolver o conhecimento.
2º efeito: Efeito suspensivo – a regra é que toda apelação tem efeito suspensivo, isto,
suspende a eficácia da sentença recorrida. Mas o art 520, do CPC, apresenta os casos de
exceção a essa regra.
Art 520: “A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no
entanto, só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: I - homologar a
divisão ou a demarcação; II –condenar à prestação de alimentos; III – revogado; IV –
decidir o processo cautelar; V – rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los
improcedentes; VI – julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem e VII –
confirmar a antecipação dos efeitos da tutela”. Todavia os efeitos suspensivos ou não
podem ser alterados pela decisão da apelação.
3º efeito: Regressivo – O juiz pode rever sua decisão no caso de indeferimento da petição
inicial, no prazo de 48 horas. (CPC, art 296).
4º efeito: Translativo.
5º efeito: expansivo.
O art 508, do CPC fixa o prazo de 15 dias tanto para apresentação da apelação
como para resposta a ela da outra parte. Esta é a regra e, como tal, tem exceções:
Art 191, do CPC, que trata do caso de litisconsortes com diferentes
procuradores. Terão prazo em dobro para contestar, para recorrer e para falar
nos autos, de modo geral.Por isso o prazo para apresentação da contestação
será de 30 dias. O prazo em dobro vale também quanto à réplica.
Art 188, do CPC trata do caso em que a parte é a Fazenda Pública ou o
Ministério Público. Nesses casos o prazo será contado pelo quádruplo para a
contestação e em dobro para recorrer. O prazo para a apelação é, portanto, de
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Procedimento da apelação
2. O prazo será contado em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar quando
a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. (CPC, art 188)
3. Pelo CPC, art 507, se sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado, ou se
ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, será o prazo
restituído em proveito da parte, de seus herdeiros ou sucessores sobre quem
começará a correr novamente, da intimação. (Motivo de força maior, por exemplo,
doença que impeça o advogado de substabelecer a procuração, inundação da cidade
que impeça a parte ou seu representante de chegar ao fórum, etc).
Trata-se de prazo peremptório, ou seja, prazo que não pode ser alterado pelas partes.
O § 1º, do art 511, do CPC, apresenta exceção à exigência do preparo: São dispensados do
preparo os recursos interpostos pelo MP, pela União, Estado, Municípios e suas autarquias,
pelo que gozam de isenção legal. (benefício respaldado na CF, art 5º. LXXIV),
A quem é dirigida a Apelação? Ao juiz a quo, ou seja, ao juiz do 1º grau, ao mesmo que
proferiu a sentença recorrida. Ele é o encarregado do pré-exame das condições de
admissibilidade, devendo verificar se estão presentes todos os requisitos positivos e se não
existe nenhum requisito negativo. Ele não analisa o mérito da apelação cuidando tão-
somente de uma pré-análise das condições de admissibilidade. Nesse sentido ele pode
aceitar ou não a apelação.
Se ele negar a aceitação, existe recurso próprio para essa decisão: agravo de instrumento,
encaminhado ao tribunal. Não se trata de agravo retido. Se ele deferir a apelação não cabe
à outra parte qualquer tipo de recurso, pois ela tem possibilidade de se pronunciar quando
da oportunidade de apresentar a sua contra-razões. Não existe, pois, interesse recursal
para ela recorrer.
quando existe até a possibilidade de ocorrer o julgamento do mérito pelo tribunal (art 515, §
3º, do CPC).
Outro caso de retratação do juiz está considerado no art 285-A. Quando a matéria
controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de
improcedência em casos idênticos, poderá ele proceder à sentença de improcedência, sem a
citação do réu, reproduzindo o teor da sentença anterior. Mas o autor pode apelar dessa
sentença. E o juiz poderá, apreciando a apelação, retratar-se da sentença anteriormente
prolatada no prazo de 5 dias, dando prosseguimento à ação (art 285-A, § 1º). Mas poderá
também manter a sua sentença, situação em que deverá proceder à citação do réu, para que
ele apresente resposta à apelação e encaminhará o processo ao tribunal que terá condições
de apreciar o recurso e julgar o mérito da apelação.
Em resumo, existem duas possibilidades de retratação do juiz do 1º grau quanto à
sentença:
1. Pela art 515, § 3º - sentença terminativa. Prazo 48 horas (art 296,CPC)
2. Pelo art 285-A, § 1º, sentença de mérito. Prazo 5 dias
A apelação, como regra geral, é recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. O art 520
apresenta situações em que ela é recebida apenas em efeito devolutivo, ou seja, o efeito
suspensivo continua mesmo durante a apelação. São os seguintes:
1. Homologar a divisão ou a demarcação.
2. Condenação à prestação de alimentos.
3. Decidir sobre processo cautelar.
4. Rejeitar liminarmente os embargos à execução ou julgá-los improcedentes.
5. Julgar procedente pedido de instituição de arbitragem.
6. Confirmar os efeitos da antecipação de tutela.
Se ele já participa do processo ele é intimado. Se, entretanto, ainda não está no processo
(caso do art 285-A) ele será citado (réu).
Quando a sentença é tal que as duas partes perdem, ou seja, quando ela atende parte do
pedido do autor e parte do pedido do réu, às duas cabe o direito de apelar. Pode ocorrer,
entretanto, que uma das partes não quer recorrer e só recorrerá se a outra recorrer. Esta
outra recorre no último dia do prazo, não havendo tempo hábil para a outra recorrer. Nesse
caso, o direito permite que a outra, além das contra-razões à apelação, pode apresentar a sua
apelação esclarecendo que só está apelando porque a outra apelou. É o caso do recurso
adesivo, ou seja, essa segunda apelação fica ligada à primeiro. Se a primeira morrer, morre
também a segunda.
04.04.2008
Depois da citação ou da intimação, conforme seja o caso, o que deverá fazer o juiz?
Deverá analisar novamente as condições de admissibilidade da ação (CPC, art 518),
podendo a apelação ser admitida ou não pelo juiz. Se ela for admitida, o processo segue
para o tribunal. Mas se ela não for admitida cabe recurso de agravo de instrumento.
Não ocorrendo contra-razões a apelação, o processo vai para o tribunal.
08.04.2008
Mas,
5. O relator poderá dar provimento ao recurso se a decisão recorrida estiver em
confronto com súmula ou com a jurisprudência dominante do STF ou de Tribunal
Superior. (art 557, § 1º A, CPC). (Isso não é possível nos embargos infringentes).
Estabelece o art 557, § 1º, CPC, a possibilidade de agravo regimental das decisões do
relator, no prazo de 5 dias. O relator poderá rever sua decisão, dando andamento ao
recurso, ou confirmar sua decisão e encaminhar o recurso à mesa proferindo o seu voto. Se
o recurso for provido, o recurso terá seguimento.
O § 2º do art 557, diz que, se o agravo for manifestamente inadmissível ou infundado, a
parte agravante será condenada a pagar à agravada multa de 1 a 10% do valor corrigido da
causa, e não poderá interpor outros recursos sem que efetue o depósito da multa.
Mas o relator poderá não se valer do artigo 557 do CPC, indo, então para o art 549 do
mesmo código. Diz o art 549 que distribuído o recurso, em 48 horas ele sobe ao relator que
deverá estudá-lo devolvendo-o a secretaria com o seu “visto”. O relator deverá ter
elaborado o seu relatório fixando os pontos controvertidos.
Dependendo do tipo de ação a que se refere a apelação, esta deverá ser encaminhada ao
revisor. É o que prevê o art 551: “tratando-se de apelação, de embargos infringentes e de
ação rescisória, os autos serão conclusos ao revisor”. O revisor será sempre o juiz que se
seguir ao relator em ordem descendente de antiguidade (§ 1º). O revisor aporá nos autos o
seu “visto”, pedindo ao Presidente da respectiva Câmara a fixação da pauta para o
julgamento do recurso. (§ 2º) e entre a data da publicação da data fixada para o julgamento
e a data do julgamento deverá haver intervalo de pelo menos 48 horas.
Nos casos de recursos interpostos em causas de procedimentos sumários, ação de despejo e
de indeferimento da petição inicial não haverá revisor (§ 3º). Em não havendo revisor, a
própria secretaria remete os autos ao presidente para fixação da data de julgamento.(art
552, § 1º). No julgamento, que será feito por três juízes (art 555), salvo caso de força maior,
participará o juiz que houver aposto “visto” nos autos (relator e revisor) (art 552, § 3º).
A sessão de julgamento: Depois de feita a exposição da causa pelo relator e desde que o
recurso não seja de embargos declaratórios ou de agravo de instrumento, o presidente dará
a palavra às partes, por 15 minutos cada e desde que tenha havido pedido delas neste
sentido (art 554).
O art 555, no caput, define que o julgamento deverá ser feito por três juízes, presente o
contido no art 552, § 3º quanto a eles.
22
O § 1º, do art 555, abre possibilidade ao relator de outra opção quando de seu estudo do
recurso: se o recurso se referir a questão de direito e para prevenir o risco de divergências
entre câmaras ou turmas do tribunal, o relator poderá propor que o recurso seja julgado pelo
órgão colegiado que o regimento indicar. Reconhecendo no recurso o interesse público na
assunção de competência do recurso, este órgão o julgará. Em caso contrário, devolve o
recurso ao relator que dará andamento normal ao mesmo. Qualquer um dos três juizes,
inclusive o próprio relator poderá pedir vista do processo e terá prazo de 10 dias, contados
da data que o recebeu, para devolvê-lo. Neste caso, o julgamento prosseguirá na 1ª sessão
ordinária subseqüente à devolução, não havendo nova publicação de pauta. Proferidos os
votos dos três juízes, o juiz anunciará o resultado, designando para redigir o acórdão o
relator ou, se este foi voto vencido, o juiz do primeiro voto vencedor. O parágrafo único do
artigo diz que os votos, o acórdão e demais atos processuais serão registrados
eletronicamente, devendo ser impresso para juntada aos autos, quando este não for
eletrônico.
O artigo 559, do CPC, determina que a apelação não será incluída em pauta antes do
agravo de instrumento interposto no mesmo processo. Se ambos devem ser julgados na
mesma sessão, o agravo será julgado antes da apelação, até porque ele poderá influir na
apelação. Dessa forma, a pauta da apelação aguardará sempre a decisão do agravo. Ainda
mais: qualquer decisão preliminar será decidida antes do mérito (art 560). Versando a
preliminar sobre nulidade suprível, o tribunal poderá transformar o julgamento em
diligência, enviando o processo ao juiz de origem a fim de que o vício seja sanado.
O recurso cujo julgamento já tenha sido iniciado terá preferência em relação aos outros
recursos (art 562).
O acórdão deverá ser publicado dentro de 10 dias (art. 564).
O art 565 trata do caso em que as partes farão sustentação oral no julgamento. Poderão os
advogados pedir para que, na sessão imediata, o recurso seja julgado em primeiro lugar,
respeitadas as preferências legais.
Exercício: João Luiz promove ação indenizatória juntamente com Ernesto, contra Luiz. Os
litisconsortes ativos foram representados em juízo por procuradores distintos. Proferida a
sentença desfavorável aos demandantes, os mesmo interpuseram o competente recurso de
apelação, computando o prazo em dobro como autorizado pelo CPP. Não obstante, o douto
magistrado de 1ª Instância rejeitou o processamento das apelações, por entender serem
manifestamente intempestivas. O que deverão fazer os recorrentes para apreciação de seus
recursos. Justifique a sua resposta.
Caso a decisão quanto à intempestividade houvesse sido proferida pelo relator, o que
deverão eles fazer para verem apreciados seus recursos?
Resposta: Os autores da ação deverão entrar com agravo de instrumento com base no art
522, do CPC, 2ª parte (inadmissão da apelação). Deverão alegar interpretação errada do juiz
quando ao prazo, uma vez que o art 191, do CPC autoriza a contagem do prazo em dobro
quando os litisconsortes tiverem advogados distintos.
Se a intempestividade houvesse sido alegada no tribunal pelo relator do recurso, caberia
recurso de sua decisão por meio de agravo regimental, com base do art 557, do CPC, § 1º,
alegando-se o mesmo equívoco por parte do relator quando a interpretar o art 191, do CPC.
23
15.04.2008
10 – AGRAVO
Conceitos:
→Agravo é o recurso cabível contra toda e qualquer decisão interlocutória proferida no
processo civil. (Luiz R. Wambier).
→ Recurso cabível contra as decisões interlocutórias (art 522) ou contra os atos pelos
quais o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. (Humberto Theodoro Júnior).
→ Agravo é o recurso admitido para todas as decisões que não sejam extintivas ou que
não sejam despachos. (Vicente Grecco Filho).
Cabimento
Modalidades
Agravo retido – Art 523, do CPC. De forma escrito ou oral, contra decisão
interlocutória. –Prazo de 10 dias, ou imediata e oralmente, em audiência.
Agravo de instrumento – Art 524, do CPC. Interposto diretamente ao Tribunal.
Prazo de 10 dias
Agravo regimental – Art 537, § 1º, do CPC. Cabe quando o relator, no tribunal,
rejeitar a apelação. Prazo de 5 dias.
Requisitos
5 Razões – Todo agravo deve ter suas razões explicativas, sob risco de preclusão
consumativa.
Efeitos
Modalidades de Agravo
I – Agravo Retido
Conceito: Agravo retido é o agravo interposto contra decisão interlocutória proferida na
primeira instância, para apreciação futura pelo tribunal. Vai depender de futura
interposição de apelação. Por isso, ele fica entranhado nos próprios autos do processo, A
sua apreciação pelo tribunal depende de reiteração pela parte (pedido), se houver prejuízo,
o qual gera a legitimidade da parte e o seu interesse recursal. Evita a preclusão de direito.
25
Se a parte for vencedora, ainda assim pode reiterar o pedido de apreciação, fazendo-
o nas contra-razões à apelação da outra parte. É uma solicitação condicionada a que a
sentença que lhe é favorável seja reformada.
29.04.2008
II – Agravo de Instrumento
Diferentemente do que ocorre com o agravo retido, o agravo de instrumento deve ser
proposto à órgão distinto daquele que emitiu a decisão interlocutória agravada. E como ele
é proposto a órgão distinto daquele em que encontra o processo, é preciso “formar o
instrumento” desse agravo, com cópias das peças do processo ao se propor o agravo ao
tribunal. Constitui, portanto outro processo quanto ao processo original.
Cabimento: ele é cabível em caso de decisão interlocutória quando existe risco de dano
imediato à parte, contrariamente do agravo retido que pressupõe dano futuro e incerto.
Prazo para interposição do agravo de instrumento: 10 dias, conforme art 522, do CPC.
Prazo para as contra-rações do embargado: 10 dias, conforme art 527, V, do CPC.
Requisitos do instrumento: (art 525, CPC). A falta dos requisitos deste artigo implica
negação ao seguimento do processo, por falta de regularidade procedimental. São requisitos
formais. São os seguintes os requisitos quanto à instrução do agravo de documento,
devendo levar: (requisitos obrigatórios).
1. Cópia da decisão agravada.
2. Copia da certidão da respectiva intimação (para possibilitar a verificação quanto ao
atendimento dos prazos recursais).
3. Cópias das procurações outorgadas aos advogados (para possibilitar a verificação da
capacidade de representação dos mesmos quanto ao recurso).
4. Comprovante do pagamento do respectivo preparo.
Outros requisitos não obrigatórios: Juntar cópias de outras partes do processo que a parte
agravante considerar úteis. Os requisitos obrigatórios dizem respeito a que o Tribunal
reconheça ou não do recurso. Já os requisitos não obrigatórios estão ligados ao provimento
ou não do recurso. Podem, portanto, influir na motivação dos juizes para a decisão do
recurso.
Juntada de cópia do recurso ao processo principal: no prazo de 3 dias (prazo de preclusão)
da entrada do processo no tribunal, o agravante deverá requerer a juntada de cópia do
mesmo (petição inicial do agravo de instrumento, comprovação de sua interposição e
documentos que instruíram o recurso) ao processo na primeiro instância.(art 526, do CPC).
O parágrafo único do artigo estabelece que o não cumprimento dessa providência, desde
que alegado e provado pelo agravado, implica na não admissibilidade do recurso.
Com a juntada dos documentos ao processo o juiz a quo pode retratar-se de sua decisão.
Se o fizer, comunicando essa retratação ao tribunal, o relator do recurso pode considerá-lo
prejudicado. Nesse caso, todavia, cabe ao apelado pedir a continuidade do recurso, sem
necessidade de refazer a peça, pois já está tudo no tribunal, bastando pagar o preparo, pois
passa a haver novo recurso em que apelado e apelante invertem suas posições. O prazo para
o apelado tomar essa posição é o mesmo de suas contra-razões: 10 dias.
Observação: Importante o parágrafo único do artigo, dizendo que as decisões liminares dos
incisos II e III são passíveis de reforma somente no momento do julgamento do agravo a
menos que o próprio relator a reconsidere.
O art 528, do CPC, estabelece prazo máximo para o relator pedir data de julgamento: 30
dias da intimação do agravado.
O art 551, do CPC, estabelece que nos casos apelação, de embargos infringentes e de ação
rescisória os autos serão enviados ao revisor. O § 3º do artigo estabelece que nos recursos
nas causas de procedimentos sumários, de despejo e nos casos de indeferimento liminar da
petição inicial não haverá revisor..
No caso de agravos de instrumento não haverá revisor (como regra).
Retratação na decisão de 1º grau: Se o juiz de primeiro grau modificar sua decisão enquanto
corre o agravo, ele deverá comunicar o fato ao tribunal e o relator considerará prejudicado
o recurso. Entretanto, o agravado poderá recorrer dessa decisão do relator e pleitear a
continuidade do agravo, sem que haja necessidade de se montar nova peça. Tudo já está no
tribunal. Haverá tão-somente a inversão nas posições de agravado e agravante. Mas o
inicialmente agravado, neste caso, deverá pagar e comprovar o pagamento do preparo.
O julgamento, no tribunal, será sempre feito por três juizes. Um deles será, salvo caso de
força maior, o próprio relator. (art 555, CPC).
O art 564, do CPC, estabelece que, lavrado o acórdão, deverá ele ser publicado, no órgão
oficial, em 10 dias.
Diz o art 510, do CPC, que, transitado em julgado o acórdão, o escrivão ou o secretário,
independentemente de despacho, providenciará a baixa dos autos junto ao juízo de origem,
no prazo de 5 dias.
Cabimento: O próprio artigo 535 define os dois casos de cabimento desse recurso:
Art 535, I → Se houver na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição.
Art 535, I I → for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciar-se o juiz ou o tribunal.
Processamento:
O embargo de declaração é emitido contra a própria autoridade que emitiu a
decisão em questão. (art 536, CPC).
Prazo: o embargo de declaração deve ser proposto no prazo de 5 (cinco) dias, em petição
dirigida ao juiz ou relator que emitiu a decisão, contendo expressamente o ponto obscuro,
contraditório ou omisso. (art 536, CPC).
Preparo: o embargo de declaração não está sujeito ao preparo. (art 536, parte final).
13.05.2008
O próprio advogado pode embargar, em nome próprio, quanto a assuntos relacionados com
os honorários advocatícios.
O Ministério Público pode embargar como parte ou como fiscal da lei.
O art 537, do CPC, define o prazo para apresentar embargo de declaração: 5 dias. Como no
caso do embargo de declaração não se busca modificação da decisão embargada, mas
apenas aclará-la, a situação não comporta contra-razões, até porque o embargo de
declaração beneficia a todos do processo.
Entretanto, existe situação em que o embargo de declaração traz para o processo documento
novo que pode provocar modificação na decisão (fato modificativo - efeito infringente do
embargo). Nesse caso o juiz dá prazo à outra parte para apresentar contra-razões: o mesmo
prazo para apresentação dos embargos de declaração: 5 dias.
O art 536, do CPC, permite deduzir que os embargos de declaração deverão ser sempre
escritos, ainda que sejam suscitados em audiência. Os embargos de declaração poderão ser
propostos mais de uma vez, até que a situação seja totalmente aclarada.
Se houver entrada simultânea de embargos de declaração por uma parte e apelação pela
outra, esta poderá ser aditada. Até porque o embargo de declaração interrompe os prazos
processuais para as duas partes (art 538, CPC). Pela interrupção de um prazo, entende-se
que ele será restabelecido, na totalidade, a partir do julgamento do embargo ou de sua
recusa, o que significa que mesmo o embargo não conhecido ele interrompe os prazos.
Caso: Se o embargo de declaração for declarado protelatório sem que seja imposta a multa
referida, o embargado pode entrar com embargo de declaração, por omissão na decisão.
Conceito: é o instituto jurídico para atacar decisão em acórdão não unânime que
reforme sentença de mérito, em grau de apelação, ou julgue procedente ação rescisória.
Assim, a lei prestigia o que foi decidido na primeira instância.
Os embargos infringentes são apostos contra decisão de colegiado (acórdão) não
unânime, que pretende ver a questão reexaminada por órgão superior ao que emitiu a
decisão, pretendendo conseguir que o voto vencido na decisão embargada se transforme em
vencedor. Mas só o que tiver sido alvo de divergência comporta o embargo infringente.
Sobre o que houve unanimidade do colegiado, não, pois transita em julgado.
É, portanto, proposto contra julgado em grau de apelação (ou recursos similares a
ela) , que constitua decisão não unânime (ou por maioria de votos) de mérito ou que julga
procedente a ação rescisória.
Caso: se o Tribunal tomar decisão positiva, não unânime, que reforme sentença de primeiro
grau que tenha afastado questões que interfiram no mérito (decadência ou prescrição, por
exemplo), podem receber embargos infringentes, uma vez que tal decisão do tribunal se
equipara a uma sentença não unânime.
5. Contra acórdãos que anulam a sentença, extinguindo o processo (não houve decisão
de mérito no tribunal).
6. Também não cabem embargos infringentes em acórdão que são conheça do recurso
(apelação).
Procedimento: Quando o acórdão contiver parte decidida por unanimidade e parte por
maioria de votos, cabem, evidentemente, embargos infringentes nesta segunda hipótese e
recurso especial ou extraordinário na outra. Nesse caso, o prazo para estes últimos recursos
fica sobrestado até a intimação da decisão dos embargos infringentes. Enquanto couberem
embargos infringentes, só eles deverão ser propostos, sem que o prazo para os outros
recursos comece a correr. Se o prazo (15 dias) para os embargos infringentes transcorrer in
albis, só após o transito em julgado da decisão por maioria de votos começará correr o
prazo para recurso especial ou extraordinário.
Prazo para interposição dos embargos infringentes: 15 dias (CPC, art 508).
22.05.2008
Prova:
1. Um autor move uma ação para cobrar a primeira parcela de um contrato. O réu alega a
nulidade desse contrato, O juiz reconhece que o processo é válido e sentencia – a sentença
transita em julgado. O trânsito em julgado impede que haja uma segunda demanda
discutindo a 2ª parcela do mesmo contrato, com o mesmo fundamento (nulidade de
contrato)? Ou seja, nessa segunda demanda pode ser reconhecida a nulidade do contrato?
Justifique sua resposta.
2. A apelação tem dois efeitos em regra. O efeito devolutivo é tratado pela doutrina em dois
aspectos. Quais são? O legislador trata desses aspectos de forma diferente? O que é
33
Resposta: Quando o artigo diz o juiz pode aplicar..., está dando ao juiz a faculdade de
decidir pela aplicação ou não do contido no artigo. As condições para a aplicação do
contido no artigo em questão é que a questão seja exclusivamente de direito, tenha havido
decisões de total improcedência em casos anteriores, no mesmo juízo. Mas o juiz deve
concordar com essa tese para aplicar a mesma decisão dos casos anteriores. Mas se ele não
concordar com essa tese, como é o caso, pode não aplicá-la, mudando a decisão em relação
às anteriores.
5. Você conhece a expressão “efetivo ativo do agravo”? O que significa. Justifique sua
resposta.
Resposta: Quando o juiz do 1º grau negar algo pedido pela parte, ela pode recorrer
pleiteando no pedido o efeito ativo, que nada mais é do que conseguir uma decisão do
tribunal no sentido de anular a decisão do juiz para que aquilo que fora solicitado seja
autorizado. Significa, portanto, pedir ao tribunal para autorizar algo negado pelo juiz. O
relator pode conceder ou negar o efeito ativo. Dessa sua decisão não cabe qualquer recurso,
a não ser pedir-lhe a retratação de sua decisão.
30.05.2005
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Questões do Testão
VI – Recurso Ordinário
Conceitos
⇒ Os recursos ordinários são os previstos no processo comum para correção de algum
prejuízo – Vicente Greco Filho
⇒ É um dos três recursos para o STF e STJ. Sua finalidade é permitir a reapreciação de
desvios procedidos naquelas ações de competência originária dos tribunais. Busca a
reforma ou a anulação de acórdãos nas hipóteses questionadas na CF, art 102, II “a” e
art 105, II, “b” e “c”. (Marcus Vinicius Rios Gonçalves).
⇒ Recurso ordinário é o que tem sua fonte de origem na lei processual – CR, art 102,
II, “a” e art 105, II. “b” e “c”. (Moacyr Amaral dos Santos).
Cabimento
a) No STF: É cabível em caso de decisão denegatória ou prejudicial (não concessiva)
proferida pelos tribunais, em Mandado de Segurança, Habeas data e Mandado de
Injunção.
Efeitos
Processamento
Conclusão do Relator
Conceito
Cabimento
Conceito
Cabimento
comum há mais de um ano. A referida ação foi proposta em Belo Horizonte. Como
advogado da varoa você deve argüir a incompetência na:
a) Preliminar de contestação, eis que incompetência é absoluta, requerendo a
extinção do processo, sem análise do mérito.
b) Preliminar de contestação, eis que incompetência é absoluta, requerendo a
remessa dos autos ao juiz competente.
c) Exceção declinatória de foro, eis que a incompetência é relativa, indicando a
comarca de Nova Lima.
d) Em exceção de incompetência, eis que a incompetência é relativa,
requerendo a extinção do processo sem julgamento de mérito.
Resposta: C
2. Sobre recursos cabíveis, assinale a alternativa incorreta:
a) A renúncia ao direito de recorrer depende da aceitação da outra parte.
b) O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos
litisconsortes, desistir do recurso.
c) A parte que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão, não
poderá recorrer.
d) Dos despachos não cabe recurso.
Resposta: A
3. Na modalidade de agravo retido o agravante requererá:
a) O traslado das peças obrigatórias e a remessa dos autos ao tribunal.
b) A paralisação do processo mediante efeito suspensivo, com o fundamento no
perigo de dano irreparável ou de difícil reparação.
c) Que o tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da
apelação.
d) Fique registrado o protesto, sem necessidade de razões recursais que serão
oportunamente apresentadas.
Resposta: C
4. O juiz recebeu a apelação no efeito meramente devolutivo, quando deveria tê-lo
feito no duplo efeito, ou seja, devolutivo e suspensivo. Qual o recurso cabível?
a) Agravo retido.
b) Agravo de instrumento.
c) Correição parcial.
d) Mandado de segurança. Eis que não há recurso previsto, no caso.
Resposta: B
5. Em ação cível, pelo rito ordinário, o advogado tinha prazo de 15 dias para interpor
apelação. Optou por interpor no 5º dia, embargos de declaração. Após o julgamento
dos embargos, querendo apelar, terá o prazo de:
a) Cinco dias, visto que não houve assinação pelo juiz.
b) Dez dias, ou seja, o restante do prazo.
c) Quinze dias, ou seja, prazo integral.
d) Vinte e cinco dias, tendo em vista que primeiro dever-se certificar que a
outra parte não recorreu.
Resposta: C
6. Tem natureza jurídica de sentença:
a) O ato judicial que acolhe a exceção de incompetência.
b) O ato que determina às partes a especificação das provas.
37
recurso poderia ser interposto pelo advogado de João Jacó, excluídos os embargos
de declaração?
a) Agravo de Instrumento ao STJ.
b) Embargos infringentes.
c) Nenhum recurso será admitido contra essa decisão.
d) Recurso Especial e Recurso extraordinário ao STJ e STF, respectivamente.
Resposta: B
Verticais
1 – Apenas em dois casos o indeferimento da inicial implica na extinção
do processo com julgamento do mérito. Um deles ocorre quando se verificar ter
havido _______ . (Resposta: Decadência)
5 – O efeito ______ também é denominado de antecipação da tutelo
recursal. (Resposta: ativo)
6 – O efeito _______ é aquele que permite ao órgão ad quem apreciar
matéria de ordem pública. (Resposta: devolutivo).
8 – A fungibilidade permite que um recurso seja conhecido pelo outro
quando houver _______ objetiva. (Resposta: dúvida)
39
Diagrama:
(1)D
(2)R E G R E S S I V O
C
(3)A P E L A Ç Ã O
D
E (4)B O A - F É
N T
C (6)T I
I R V
(7)A G R A V O
(8) D N
U (9) G R O S S E I R O
V L
I A
(10)D E V O L U T I V O
A I
V
O
40
SEGUNDO SEMESTRE
05.08.2008
PROCESSO DE EXECUÇÃO
Conceito:
• Segundo Luiz Rodrigues Wambier: A ação de execução consiste na atuação de um
direito e uma prestação, isto é, na atuação de uma conduta prática do devedor
• Para Vicente Grecco Filho, a ação de execução é o conjunto das atividades
atribuídas aos órgãos judiciários para a realização prática de uma vontade concreta
da lei previamente consagrada num título.
• Moacyr A. dos Santos entende que a ação de execução é a atuação da sanção
inerente a um título executivo.
9. Princípio do Resultado. Toda execução deve ser bem específica e será bem sucedida
quando for entregue fielmente ao credor a prestação inadimplida, acrescidos de
valores dos prejuízos que a inadimplência provocou.
13. Princípio de que a execução tende apenas à satisfação do direito do credor. A ação
de execução tutela apenas o credor, não tendo o devedor qualquer direito. Tanto que
ele não pode contestar as alegações do credor, lhe sendo permitido tão-somente
entrar com embargo, ou seja, uma ação de conhecimento proposta incidentalmente
quanto à forma de execução. Trata-se de ação incidental. Será uma ação autônoma
dentro do próprio processo de execução. Na execução, não há, portanto, defesa para
o devedor. A execução visa, portanto, apenas atender aos interesses do credor. Como
a execução visa a satisfação do direito do credor, esse direito limita a atividade
jurisdicional executiva, de maneira que o patrimônio do devedor seja atingido pela
execução na medida do direito do credor, ou seja, ele seja atingido parcialmente se
parte do patrimônio for suficiente para atender tal satisfação. Nunca será exigido
mais que o suficiente para a satisfação do direito do devedor (CPC, art. 659).
14. Princípio da especificidade – A execução visa satisfazer o credor quanto aos seus
direitos e não punir o devedor. Por isso ele deve proporcionar ao credor o mesmo
que teria proporcionado se o devedor cumprisse espontaneamente a sua obrigação.
Assim, a prestação há de ser específica, podendo, todavia, ocorrer a sua prestação
pelo equivalente em dinheiro, quando impossível a entrega da coisa devida. (CPC,
art 627). Por este princípio, o credor propõe a ação de execução contra o devedor
para que este lhe dê o que está especificado no título, ou seja, o título executivo tem
que especificar exatamente o objeto da obrigação.
16. Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana. A execução não deve ferir a
dignidade da pessoa humana, não podendo por isso a execução causar-lhe a ruína,
fome e o desabrigo de sua família, condições incompatíveis com sua dignidade
humana. A propósito, o art 649 do CPC e a conseqüente Lei da impenhorabilidade
dos bens de família.
12.08.2008
Titulo Executivo
2. Eficácia: a eficácia do título executivo é presumida juridicamente até que, por meio de
ação própria do executado – embargo – (ação incidental de conhecimento) se prove o
contrário e o juiz acolhendo essa prova desfaz o título por sentença. A eficácia do título
executivo é o fazer valer, de plano, o direito nele contido. A eficácia do título executivo é a
prova constituída da causa de pedir (remota) da ação, enquanto o descumprimento do
credor é a causa de pedir próxima (causa jurídica).
Os efeitos do título executivo podem ser vistos de uma forma tríplice:
a) Posição do exeqüente (credor) – é aquele que, na ação de execução, ocupa o pólo
ativo. É o autor da ação de execução. A posição do exeqüente é vantajosa porque
o título executivo dispensa a ação de conhecimento quanto ao direito representado
pelo título, além do que ele tem a opção da ação executiva.. Ordinariamente é o
credor do título que tem legitimidade para impetrar a ação executiva.
Extraordinariamente, o exeqüente pode ser o Ministério Público, conforme
previsão no art 566, do CPC. Podem também, propor a ação de execução ou nela
prosseguir, no lugar do credor, o espólio (decorrência de causa mortis), e também o
cessionário e o sub-rogado conforme previsão no art 567, do CPC,
b) Posição do Estado: A ação não é contra o réu, mas contra o Estado, até porque ele
já reconheceu a força executiva do título executivo, o que obriga o Estado a agir. O
Estado tem então a posição de intermediar o conflito entre as partes. Ao direito de
ação do exeqüente corresponde o dever do Estado de prestar tutela, a quem cabe,
portanto, aplicar os meios executórios pedidos pelo credor. Somente o Estado pode
prestar a tutela jurisdicional no campo da execução e estará presente, na tríplice
relação, na pessoa do juiz. (CP, art 345), invadindo a esfera jurídica do réu.
44
02.09.2008
09.09.2008
4. Sentença arbitral
a) O que é. É a decisão proferida pelo árbitro que não pertence à magistratura, mas que
exerce a jurisdição, escolhido pelas partes. É, portanto, o ato que encerra o processo
de arbitragem. Quando a sentença arbitral é condenatória ou (tem conteúdo
condenatório), tem-se título executivo judicial. Aliás, a sentença arbitral se equipara
à sentença judicial.
c) Competência para execução: Conforme dispõe o art 475-P, inciso III, o juízo cível
competente (estadual), ou seja, o do local da execução ou da situação dos bens.
a) O que é? É uma decisão de tribunal estrangeiro que não tem autoridade no território
nacional, pela própria soberania do país. Para valer no território brasileiro precisa
ser reconhecida no Brasil por meio de homologação do STJ (CPC, art 483).
a) Distinção entre formal e certidão de partilha. (CPC, art 1027 e seu parágrafo único).
Formal de partilha é a carta de sentença extraída dos autos do inventário, para título
e conservação dos direitos do interessado, a favor de quem a carta foi passada.
Quando o quinhão resultante da sucessão hereditária não ultrapassar o valor de
cinco salários mínimos, o formal de partilha pode ser substituído por certidão do
pagamento do quinhão hereditário. Esta situação ocorre nos pequenos inventários ou
arrolamentos. (CPC, art 1027 e seu parágrafo único). O formal de partilha é um
título executivo especial, pois advém de uma sentença que, a rigor, não é uma
sentença condenatória. O formal e a certidão, atuam com eficácia como título
executivo em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título
universal ou singular, como consta do CPC, art 475-N, VII).
b) Legitimidade ativa.
c) Legitimidade passiva.
19.09.2008
PROVA
Resposta: A afirmativa não está correta. Pelo menos não está totalmente correta. A sentença
arbitral é título executivo judicial, de fato. Mas quanto à execução há a se considerar que
sua execução depende de ela ter conteúdo condenatório. Nesse caso, a execução não estará
na competência do juiz que a proferiu. Tratando-se de sentença arbitral, ela foi prolatada
por um árbitro escolhido pelas partes, não sendo, portanto um juiz do judiciário. Por isso
50
ele não tem competência para a execução. Se ela tiver conteúdo condenatório, o juiz
competente para conhecer do processo de execução é juiz da justiça estadual. A execução
constituirá processo autônomo, conforme disciplina o art 475-J e seguintes, implicando na
citação do réu. A definição do juiz competente segue as regras normais para tanto.
Resposta: Conforme prevê o art 407, se o juiz não fixar o prazo, o rol será apresentado até
10 (dez) dias antes da audiência. Foi o que aconteceu no presente caso: o juiz omitiu-se.
Logo as partes deverão depositar em cartório o rol até dez dias antes da audiência,
05.11.2007, que é o dies a quo. A contagem deve ser feita de traz para frente, ou seja,
contar-se a partir do dia 5. Mas o dies a quo deve ser excluído, começando-se a contagem
no primeiro dia útil que o antecede. Começará, pois a contagem no dia 31, pois 1º e 2
(feriados) 3 e 4 (sábado e domingo). Conta-se, pois, 10 dias a partir do dia 31, retroagindo-
se no tempo. O que nos leva o dia 22.10.2007. Esse é o fim do prazo em que as partes
devem depositar o rol de testemunhas. A partir do dia 23.10, o prazo estará expirado.
Portanto a resposta é: até o dia 22.10.2007, uma segunda-feira, dia útil.
5. A sentença proferida por um tribunal estrangeiro não terá eficácia no Brasil senão
depois de homologado pelo STF. Esta afirmativa está certa ou não? Por que existe
necessidade de homologação? Explique.
Resposta: Não, porque a sentença estrangeira deve ser homologada pelo STJ conforme
dispõe o art 483, do CPC, devidamente modificado pela EC nº 45, de 08.12.2004, que
alterou o art 105, I, i, da Constituição Federal.
Por que a homologação é necessária? Porque a sentença emitida por tribunal estrangeiro
não tem autoridade no território nacional. Questão de preservar a soberania do país sob dois
aspectos. Primeiro, porque no território nacional só têm jurisdições os órgãos do Judiciário
brasileiro. Depois, porque há necessidade de que seja verificada se a sentença estrangeira
não fere algum dispositivo de nossa estrutura jurídica, ou seja, se ela é compatível com o
nosso ordenamento jurídico.
30.09.2008
Os títulos executivos extrajudiciais estão elencados no art 585, do CPC. São eles:
1. Art 585, I: A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o
cheque.
Letra de câmbio: criado pelo saque, corresponde a um título formal, literal,
autônomo. Trata-se de uma ordem de pagamento dada a alguém, para pagar a
outrem determinada quantia em certa data. Nesse título aparecem as figuras do:
• Sacador – aquele que emite a letra de cambio.
• Sacado – aquele contra quem a letra é emitida. E quem deve pagá-la,
• Beneficiário – aquele que vai receber o valor da letra.
• Endossantes e avalistas, de participação eventual.
Prazos de prescrição: de 3 anos, do vencimento, quanto ao sacado e seus avalistas.
De 1 ano, do protesto, contra endossantes e seus avalistas.
De 1 ano, do vencimento, sem protesto não sendo título de
custas.
De 6 meses do respectivo pagamento por iniciativa daquele
que pagou a letra contra os outros intervenientes (Direito de regresso).
Nota promissória: Diferentemente da letra de câmbio, a nota promissória é uma
promessa de pagamento. As defesas pessoais podem ser alegadas pelo devedor
contra o beneficiário da nota, mas não contra outros beneficiários a quem ela tenha
sido transferida. Na nota promissória aparecem as figuras do emitente e do
beneficiário, obrigatoriamente e de endossantes e avalistas, eventualmente.
Prazos de prescrição: de 3 anos, contra o emitente.
De 1 ano contra endossantes e seus avalistas.
De 6 meses para exercer o direito de regresso.
Para a execução não há necessidade de protesto contra emitente e seus avalistas.
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Duplicata: trata-se de um título de crédito causal, por sua emissão está ligada a uma
transação mercantil ou a uma prestação de serviços. Sua emissão sucede a emissão
da fatura e da nota fiscal. É regulada pela lei 5.474/68
Prazos de prescrição: Sãos os mesmos anteriores, com a diferença de que o prazo
para se exercer o direito de regresso e de 1 ano.
Debênture: trata-se de um título emitido pelas sociedades anônimas, de médio e
longo prazo, para captação de capital.
2. Art 585, II: A escritura ou outro documento público assinado pelo devedor; o
documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento
de transação referendado pelo MP, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos
transatores.
A escritura ou outro documento público qualquer deve ser assinado pelo devedor. O
documento público por excelência é a escritura, que representa um direito real sobre
bens imóveis e deve ser registrada no CRI. Como espécies de outros documentos
públicos pode-se mencionar o B.O. (boletim de ocorrência) de um acidente de
trânsito no qual aquele que se dispõe a pagar o “estrago” deve assumir essa
obrigação expressamente no próprio B.O.
Quanto aos documentos particulares, além da assinatura do devedor, deve ser
assinado, também, por duas testemunhas, sem o que ele não tem força executiva.
Ex: o testamento (o testamento cerrado não é título extrajudicial pela falta de
testemunhas).
Instrumento de transação referendado é o acordo extrajudicial feito pelas partes
referendado pelo MP, pela Defensoria Pública ou pelos advogados das partes (pode
ser um mesmo advogado para ambas).
3. Art 585, III: Os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese, caução, bem
como os seguros de vida.
São as várias maneiras de se garantir um crédito (garantia real). Eles não significam
o pagamento do crédito, mas a garantia dele. São formas de caução.
A caução pode ser de duas espécies: fidejussória e real. A caução fidejussória pode
ser judicial, legal ou convencional. A caução real é sobre bens móveis (penhor, por
exemplo) e imóveis (hipoteca, por exemplo). A apólice do seguro de vida é outra
forma de título executivo prevista na lei e visa, também, garantir o crédito.
A anticrese é direito real que decorre de cessão que o devedor faz de um bem seu ao
credor, para que o credor aproveite os frutos até a liquidação do seu crédito. Quer
dizer, no final, que o credor terá seu bem administrado pelo devedor.
4. Art 585, IV: O crédito decorrente de foro e laudêmio.
O foro e o laudêmio estão ligados à enfiteuse (hoje direito de superfície). Na
enfiteuse aparecem as figuras do enfiteuta e do senhorio direto. O enfiteuta paga um
valor fixo e anual ao senhorio, pelo direito de uso e gozo do imóvel o que constitui
o foro. Já o laudêmio é a compensação monetária (comissão de 2,5% sobre o valor
da venda) que o enfiteuta para ao senhorio toda vez que ceder o domínio útil do bem
objeto da enfiteuse e desde que o senhorio não exerça seu direito de preferência.
5. Art 585, V: O crédito documentalmente comprovado decorrente de aluguel de
imóvel, bem como os encargos acessórios. O direito de execução do locador é
extensivo ao sublocador em relação aos subinquilinos. As execuções abrangem
tanto a locação urbana como a rural, as residenciais e as não residenciais e se
estendem aos contratos de renovação compulsória. No que se refere às despesas de
53
03.10.2008
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
incompatível com o processo de execução que pressupõe sempre um título que represente
uma obrigação líquida, certa e exigível. A execução forçada não é de índole contraditória,
não se prestando a acertamento ou definição, mas apenas à realização prática de uma
situação jurídica cuja legitimidade é comprovada pelo próprio título. Assim, se o juiz
executivo não vai julgar, mas apenas realizar o conteúdo do título, é imprescindível que
esse título seja líquido, ou seja, especificamente determinado quanto à quantidade, à coisa
e aos fatos devidos, donde a necessidade de recorrer-se à sua prévia liquidação, sempre que
a sentença não determine o valor devido. Por isso, faltará a liquidez a ele, a qual lhe será
agregada por nova decisão no processo liquidatório, que tem natureza de conhecimento. É
providência própria do título executivo judicial. Ao título executivo extrajudicial, a falta da
determinação exata da soma devida faz com que o título perca sua força executória, só
podendo ser cobrado em processo de conhecimento. Não há, portanto, liquidação de título
executivo extrajudicial ilíquido.
Assim, a ação de liquidação de sentença só terá lugar quando a sentença
condenatória proferida no processo de conhecimento for ilíquida. A sentença ilíquida é
incompleta quanto à quantidade, à coisa ou ao fato.
Casos de iliquidez da sentença: Como se viu, a iliquidez pode ser quanto à quantidade, à
coisa, ou ao fato devido.
A. Nas dívidas em dinheiro, dá-se a iliquidez da sentença, em relação ao quantum
debeatur quando:
1) Condena ao pagamento de perdas e danos, sem fixar o respectivo valor.
Como, geralmente as perdas e danos são fixados depois, a sentença em
questão, sendo incompleta, deverá ser liquidada.
2) Condena em juros, genericamente. Quando o título executivo judicial, a
sentença não detalha as condições dos juros, quanto à taxa e ao seu tipo, por
exemplo.
3) Condena à restituição de frutos, naturais ou civis. Ex: de frutos civis:
aluguéis recebidos indevidamente.
4) Condena o devedor a restituir o equivalente à coisa devida. A sentença já
fixa a obrigação a ser cumprida em valor equivalente à coisa pedida, que
pode ter desaparecido.
5) Em lugar do fato devido a que foi condenado o devedor, o credor opta por
executar o valor correspondente, ainda por determinar. Neste caso, a
sentença estabelece que a coisa que deve ser dada para seu cumprimento.
Todavia, como é direito de credor, ele decide transformar a coisa em
dinheiro, cujo montante será estabelecido na liquidação da sentença.
que a sentença possa ser cumprida há necessidade de que tais fatos sejam
devidamente especificados.
Questão: A sentença declaratória pode ser liquidada (quanto ao mérito)? Pode, dependendo
do tipo de sentença declaratória. Se ela declara a existência de um direito e esse direito é
violado, pode exigir-se a sua liquidação para que ele seja executado. (CPC, art 4º parágrafo
único).
Limite da liquidação da sentença: na liquidação da sentença se busca tão somente
completar uma sentença incompleta (ilíquida). Nesta fase do processo, só se pode discutir
na liquidação da sentença o que for relativo ao quantum debeatur, sendo defeso discutir a
lide, que já foi decidida. Portanto, o limite da liquidação da sentença é o quantum
debeatur. (CPC, art 475-E).
Todavia, permite-se que alguma coisa possa ser acrescida ao quantum debeatur. A
propósito, o art 293 e à súmula 254 do TSF, que esclarece que. embora o pedido deva ser
interpretado restritivamente, no principal devem ser incluídos os juros legais (moratórios),
ainda que não estejam no pedido.
Questões:
1) É possível ao devedor pedir o cumprimento da sentença? Não, pois ele tem é que
cumpre-la.
2) O devedor pode pedir a liquidação da sentença? Como o devedor não tem apenas o
dever de cumprir a sentença, mas também o direito de livrar-se da obrigação ele
pode pedir a liquidação da sentença, quando esta for ilíquida. Como atualmente a
liquidação de sentença é um meio preparatório ao seu cumprimento, se o credor
ficar inerte quanto à liquidação de sentença ilíquida, o devedor pode pedir essa
liquidação, escudado pelo seu direito de livrar-se da obrigação. Neste caso ele não
pede o cumprimento, mas tão-somente pede sejam estabelecidas condições para que
ela a cumpra.
Neste caso, o juiz decide sem julgamento do mérito, porque ficou a liquidação
frustrada. Há a possibilidade, entretanto, de ser proposta nova liquidação pelo credor,
porque não houve coisa julgada material. Trata-se assim, de sentença, para a doutrina.
Questão: O que é liquidação zero? Quando julga a liquidação de sentença, o juiz poderá
concluir que o quantum reclamado pelo credor seja igual ao quantum já pago pelo devedor,
inexistindo portanto valor a ser paga ao primeiro. A sentença liquidatória, neste caso,
encerrará o processo declarando a inexistência de crédito ao autor da ação, ou seja o saldo
final das compensações de valores reclamados e valores pagos é zero. Temos a liquidação
zero, diferente da liquidação frustrada, quando não foi possível apurar o quantum.
Obs. Os pagamentos ao credor serão informados na contestação, uma vez que a liquidação
de sentença segue o procedimento comum.
10.10.2008
PROCEDIMENTOS DA LIQUIDAÇÃO
condições, outros fatos serão recusados pelo juiz. Nessa fase só se discute a liquidação e
sob nenhum pretexto se discutirá a lide, que já está decidida.
Então, na petição inicial da liquidação de sentença, a parte articulará cada artigo, com a
respectiva prova. A outra parte deverá contestar cada artigo da petição inicial. Por exemplo,
no processo de conhecimento deverá o lesado provar a existência do dano, como ruína do
prédio, estragos em veículo, paralisação dos serviços, redução da capacidade de trabalho
etc. Na liquidação de sentença, o dano já foi devidamente provado e por isso na liquidação
da sentença apurar-se-á apenas o valor do dano, dividido pelos artigos apresentados.
Apresentado o requerimento do credor da condenação, o vencido será intimado na pessoa
de seu advogado a acompanhar a liquidação dos artigos, que seguirá o procedimento
comum. Ele não será citado por já está no processo. Existem casos, todavia, que o devedor
deverá ser citado, por não estar ainda em processo. É o caso da ação penal condenatória que
enseja ação civil. Nesse caso ele deve ser citado porque ainda não há processo no cível.
Outro exemplo é quando o credor opta por liquidação a sentença em outra comarca, a da
situação do imóvel, por exemplo, No caso do art 475-B, também haverá citação.
Prazo: quando intimado ou citado, qual o prazo do devedor para se manifestar? Depende
do procedimento adotado: se rito ordinário, o prazo será de 15 dias (CPC 297) e se rito
sumário o devedor deverá manifestar-se na própria audiência (CPC, 278)
Na liquidação de sentença não cabe agravo retido.
14.10.2008
CUMPRIMENTO DA SENTENÇA
cumprimento da sentença. Se não concordar, à ação será atribuído o valor ofertado pelo
credor, mas a penhora obedecerá ao valor do contador judicial.
A) Exceção de executividade.
Trata-sede meio de defesa do devedor stricto sensu, devendo conter matéria sobre
a qual o juiz não pode decidir de oficio, como, por exemplo, o pagamento efetuado ou
qualquer outra forma de extinção da obrigação.
Esse recurso deve ser interposto no prazo de 15 dias, contados da intimação do
patrono do devedor. (CPP, art 475-J, §1º).
Quais as defesas que poderão ser interpostas no caso de exceção de executividade?
Pelo princípio do contraditório, o credor poderá se valer de dois os tipos de defesas
contra a exceção de executividade, dentro do prazo fixado pelo juiz: o agravo e a apelação.
Depois do prazo concedido ao credor, havendo ou não defesa, o juiz decide a exceção,
cabendo dessa decisão uma das defesas acima: agravo ou apelação, conforme o tipo de
decisão. Se a exceção for rejeitada pelo juiz, tem-se uma decisão interlocutória da qual cabe
agravo; se a acolhe extinguindo a execução, tem-se uma sentença, que pode ser impugnada
por apelação e se a acolhe sem extinguir a execução tem-se, também, decisão
interlocutória, contra a qual cabe, também, agravo.
Requisitos da exceção de executividade. A petição deve conter:
• Pedido de extinção da execução ou a modificação de seu valor por ter havido
pagamento parcial, ou outro fato que tenha efeito de pagamento, como remissão,
consignação em pagamento, sub-rogação, dação em pagamento.
• Documentos probatórios da alegação. O devedor deve ter prova pré-constuída de
sua alegação.
B) Objeção de Executividade
É a defesa do devedor sobre matéria que o juiz deveria conhecer de ofício – matéria
de ordem pública, sobre as quais o juiz deve manifestar-se de ofício. O excipiente apenas
60
alerta o juiz sobre tais matérias, quando apresenta a objeção à executividade. Por isso
mesmo independe a apresentação desse recurso da segurança do juiz pela penhora.
Como se trata de matéria que o juiz deve conhecer de oficio, a objeção de
executividade pode ser proposta a qualquer tempo e em qualquer frase do processo.
Conteúdo da objeção:
São as constantes do CPC, art 267m incisos IV, V e VI e as contidas no CPC, art
301, destas, menos a convenção de arbitragem. São elas:
a) A ausência dos pressupostos processuais positivos;
b) a presença de pressupostos processuais negativos (litispendência, coisa julgada e
perempção):
c) as condições de ação (legitimidade das partes, interesse processual e possibilidade
jurídica do pedido):
d) preliminares de contestação, a inexistência ou nulidade da citação, a incompetência
absoluta, a inépcia da petição inicial: a perempção, a litispendência, coisa julgada, a
conexão. Continência, incapacidade da parte defeito de representação, carência de
ação:
e) Objeções de direito material, como decadência e prescrição.
Efeitos da impugnação (CPC, art 475-M). Não ocorre efeito suspensivo no recebimento da
impugnação, salvo quando presentes o fumus boni júris e periculum in mora (quando a
execução pode causar ao executado grave dano e de difícil reparação) . O que permite ao
juiz receber a impugnação com efeito suspensivo. Por isso, a impugnação será autuada
separadamente do processo. Se houver efeito suspensivo a autuação da impugnação será no
mesmo processo. Conforme § 1º do art 475-M, ainda que atribuído efeito suspensivo à
impugnação, o credor pode requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando
caução suficiente e idônea, arbitrada pelo juiz e prestada nos próprios autos.
Julgada a impugnação, ela pode ser procedente ou improcedente. Se improcedente,
portanto por decisão interlocutória, cabo agravo de instrumento pelo devedor que
apresentara a impugnação; se procedente, portanto por sentença que importa na extinção do
processo de execução, cabe apelação ao credor.
62
Como se mencionou antes, a execução pode ser imposta em juízo diverso do que
apreciou a ação de conhecimento respectiva. Daí caber a alegação de suspeição, de
impedimento ou de incompetência. Aliás, a suspeição e o impedimento podem ser alegados
a qualquer momento, inclusive no próprio juízo.
Resumo: Como vimos, o devedor pode apresentar três tipos de defesa (CPC, art 475-L):
1) Exceção de executividade. (CPC, art 326)
2) Objeção de executividade. (CPC, art 301)
3) Impugnação ao cumprimento da sentença
Na linha do tempo, essas defesas podem ser apresentadas em momentos diversos. Nesse
sentido é preciso fixar algumas referências, como o momento da propositura da ação, o
momento da intimação do devedor quanto à penhora e avaliação do bem a ser penhorado, o
prazo para impugnação e a sentença de extinção do processo.
Como a objeção se refere a matérias que o juiz deve conhecer de ofício, o devedor
pode se antecipar a ele e oferecer objeção sobre tais matérias até mesmo antes de iniciada a
ação.
A exceção de executividade pode ser ofertada até a intimação.
Depois da intimação, entretanto, nasce para o devedor o direito de apresentar a
impugnação, no prazo de 15 dias contados da intimação para penhora e avaliação do bem.
Nesse prazo, ele já não pode mais apresentar a exceção de executividade em peça própria,
mas deverá fazê-lo na própria impugnação. Também nesse prazo, a objeção de
executividade poderá ser apresentada em peça própria ou na impugnação.
Vencido o prazo de 15 dias, já não pode mais apresentar impugnação nem a exceção de
executividade, salvo, para esta, a ocorrência de fatos supervenientes. Mas a objeção de
executividade continua sendo possível, mas só em peça própria. Com a sentença que põe
fim ao processo, essas defesas não poderão mais ser apresentadas. Ressalve-se que as
objeções, podendo ser alegadas a qualquer tempo, podem ser apresentadas depois, mas por
meio de nova ação (rescisória ou anulatória).
Como se viu, antes da intimação mencionada podem ser alegados os motivos previstos nos
artigos 301 e 326, do CPC.
21.10.2008
prática por meio de manado judicial dirigido ao devedor, determinando suas providências
imediatas ou providências das medidas a cargo do credor ou de terceiros, sob sua direção.
Portanto, tarefas que tradicionalmente competiam ao devedor podem ser atribuídas
ao credor que as executará, conforme prevê o art 259, do CC, e seu parágrafo único. Tudo
deve constar da sentença. Em casos de comprovada urgência, pode o credor executar (ou
mandar executar) o fato, independentemente de autorização judicial, para depois reclamar o
respectivo ressarcimento de seus gastos.
Pode também o juiz adotar outras medidas em nome da efetividade co cumprimento
da sentença, para que o resultado prático da sentença seja assegurado. Pode, por exemplo,
mandar substituir aparelho defeituoso em lugar de consertá-lo. Existem, pois, diversos
caminhos para que a tutela específica seja, de fato, concedida ao autor.
2. Tutela substitutiva: O autor tem direito à tutela específica. Todavia há duas situações
em que a tutela específica possa ser convertida em perdas e danos:
O art 620, do CPC, permite ao juiz escolher a forma menos gravosa ao devedor para
o devido cumprimento da sentença, pressupondo, todavia, que a tutela específica possa ser
de mais de um modo, o que não implica em modificar o pedido do autor.
3. Medidas de apoio: Quando a tutela específica por possível, quer pelo fato pleiteado,
quer por outra equivalente, o juiz pode fazer constar da sentença medida de apoio ao
efetivo cumprimento da sentença. A primeira dessas medidas é a multa diária (astreinte),
que o juiz pode impor ao devedor pelo retardamento do mencionado cumprimento. O art
461, do CPC, as medidas possíveis, num rol não taxativo, ou seja, podem ser impostas
outras medidas não constantes do rol. São exemplos de medidas de apoio: “busca e
apreensão” para coisas móveis, “impedimento de atividade nociva”, “desfazimento de
obra”, imissão de posse etc. São medidas coercitivas que podem implicam até em uso de
força policial para sua consecução. Mas se houve conversão da tutela específica em seu
equivalente econômico, estas medidas são inaplicáveis, com exceção da astreinte.
a quo para o devido cálculo da multa. É necessário que haja um procedimento de execução
do principal para orientar a definição do inadimplemento da obrigação. Assim, antes de
reclamá-la em juízo,é preciso definir a sua certa e liquidez. Não é preciso, todavia, um
procedimento de liquidação. Bastante um incidente processual (CPC, art 475-A a 475-H).
1. Procedimentos pos sentença: A sentença condenatória à entrega de coisa fixa prazo para
que a obrigação seja cumprida (CPC, art 461-A, caput). Se o devedor não a cumprir nesse
prazo, o juiz expedirá mandado para o cumprimento forçado da sentença, que implica em:
a) Busca e apreensão, em se tratando de coisa móvel.
b) Imissão de posse, quando for imóvel.
Executado o mandado, ele será juntado aos autos do processo, encerrando-se este
sem necessidade de nova sentença.
O juiz deve resolver o embaraço havido por meio de uma decisão interlocutória,
transformando a tutela específica em tutela substitutiva, ou seja, a obrigação poderá ser
cumprida pelo equivalente em moeda. Da decisão interlocutória (deferimento ou
indeferimento) cabe recurso de agravo de instrumento.
Liquidada a sentença quanto ao valor da indenização, se não ocorrer o depósito do
valor definido no prazo estabelecido pelo juiz, haverá mandado de penhora e avaliação de
bens do devedor, como na situação anterior.
24.10.2008
Complemento da Impugnação ao cumprimento da sentença de aula anterior.
31.10.2008
QUESTÕES DO TESTÃO
5. (OAB / SP 132) São matérias que o juiz pode conhecer de ofício e a qualquer tempo e
grau de jurisdição:
a) legitimidade das partes.
b) prescrição.
c) incompetência absoluta.
d) todas estão corretas.
Resposta: Alternativa d.
11.11.2008
PROVA
Resposta: alternativa B
Resposta: alternativa A.
Resposta: alternativa B
Resposta: Alternativa B.
Resposta: D.
Resposta: alternativa D
Resposta: alternativa A
8. Julgada procedente a ação de despejo por falta de pagamento, em que houve vício
de citação, o locatário é citado para a execução da sentença., a fim de pagar o débito
decorrente da condenação ou nomear bens à penhora. A medida processual cabível
para o executado evitar a penhora de seus bens é
a) embargos à execução.
b) ação declaratória de nulidade do processo de conhecimento, por vício da
citação, com pedido, com pedido de antecipação de tutela (CPC, art 273).
c) exceção de pré-executividade, sob o fundamento de que o vício da citação é
matéria de ordem pública.
d) Embargos declaratórios cumulados com pedido de antecipação de tutela.
Resposta: alternativa C.
Resposta: alternativa C
Resposta: alternativa D.
1.E X I B I L I D A 2.D E
I
S
3.A 4 I M P U G N A Ç Ã O
R O
B N
I 5.O F E N D I D I D O
T B
R 6.Q U E S I T O S
A L 7.S
M 8.D E S A T Q U I V A M E N T O
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9.C O N D E N A T O R I A
T D
O 10.R E A L I D A D E