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MINICURRICULO DO PROFESSOR
Email: claragomes@una.br
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO
3. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
4. FONTES DE FINANCIAMENTOS
5. TERMINOLOGIAS EM CUSTOS
8. NOMENCLATURA DE CUSTOS
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
1 - INTRODUÇÃO
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
2.1 - Introdução
Uma empresa precisa manter um nível satisfatório de capital de giro. Os ativos circulantes
da empresa devem ser suficientemente consideráveis de modo a cobrir seus passivos
circulantes, garantindo-se com isso margem razoável de segurança.
Cada uma dessas fontes de financiamento, a curto prazo, deve ser cuidadosamente
administrada, para se ter a garantia de que os financiamentos são obtidos e usados da
melhor forma possível.
2.2 Definição
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A maioria das empresas precisa operar com um certo montante de CCL, mas a
quantidade exata depende muito do setor industrial.
A aplicação do CCL (bem como de outros índices de liquidez) para determinar a liquidez
da firma baseia-se num fundamento teórico que estabelece que quanto maior for a
margem com a qual os ativos circulantes de uma empresa cobrem as suas obrigações a
curto prazo (passivos circulantes), maior será sua capacidade de pagar suas contas na
data do vencimento. Esta expectativa baseia-se na crença de que os ativos circulantes
são fontes de recebimentos, ao passo que os passivos circulantes são fontes de
desembolso.
Contudo, surge um problema devido aos diversos graus de liquidez relativos a cada ativo
circulante e passivo circulante.
Embora os ativos circulantes não possam ser convertidos sem caixa exatamente no
momento desejado, quando maior for o montante de ativos circulantes, será mais
provável converter-se alguns ativos circulantes em caixa, para se pagar uma dívida na
data de seu vencimento.
É necessário um nível de CCL, já que quase todas as entradas e saídas de caixa não são
perfeitamente sincronizadas. As saídas de caixa resultantes do pagamento de obrigações
correntes são relativamente previsíveis.
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
O que é difícil de prever são as entradas de caixa. É muito difícil prever quando os ativos
circulantes, exceto caixa e títulos negociáveis, serão convertidos em caixa. Quanto mais
previsíveis forem essas entradas de caixa, menos CCL se requer. Uma vez que
companhias de eletricidade possuem um padrão previsível de entradas de caixa, podem
operar com pouco ou nenhum CCL.
As empresas com entradas de caixa mais incertas precisam manter níveis de ativos
circulantes adequados para cobrir as obrigações correntes.
EXEMPLO:
Se o hotel GNI tiver a posição corrente conforme mostrada na Tabela abaixo, a seguinte
situação pode existir. Vencem no fim do período corrente $600 de duplicatas, mais $200
de promissórias e $100 de ordenados e salários a pagar. Sabe-se com certeza que será
preciso desembolsar $900, mas é difícil determinar de que forma a empresa cobrirá estes
pagamentos. O hotel pode garantir que terá $700 disponíveis, pois possui $500 em caixa
e $200 em títulos negociáveis, que podem ser facilmente convertidos em caixa.
Os restantes $200 devem vir da cobrança de duplicatas e/ou venda do estoques à vista
(uma venda do estoque a crédito apareceria como uma nova duplicata a receber, que
poderia não ser facilmente convertida em caixa).
Só uma venda à vista, garantirá que aumentou a capacidade de um hotel saldar suas
contas durante o período da venda.
O hotel não pode garantir quando fará uma venda à vista ou a cobrança de uma duplicata.
É muito mais incerta a cobrança de duplicatas do que uma venda à vista.
Embora os clientes que compram serviços a prazo devam pagá-las na data especificada
no acordo de crédito, quase sempre atrasa o seu pagamento. Assim, os fluxos de caixa
referentes a vendas não ocorrerão no momento esperado.
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Um nível adequado de estoque deve ser mantido para atender à provável demanda de
produtos da empresa. Se o hotel estiver gerando e cobrando duplicatas no vencimento,
deverá haver o suficiente para satisfazer suas obrigações.
O hotel GNI tem $1.100 de CCL ($2.700 - $1.600) que muito provavelmente bastarão para
cobrir todas as suas dívidas. Seu índice de liquidez corrente de 1,69 ($2.600/$1.600) deve
refletir bastante liquidez, contanto que suas duplicatas e estoques sejam relativamente
líquidos.
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Capital de giro fixo (ou permanente) – refere-se ao volume mínimo de ativo circulante
necessário para manter a empresa em condições normais de funcionamento.
Capital de giro variável (ou sazonal) – é definido pelas necessidades adicionais e
temporais de recursos verificadas em determinados períodos e motivadas principalmente
por compras antecipadas de estoques, maior morosidade no recebimento de clientes,
recursos do disponível em trânsito, maiores vendas em certos meses do ano, etc. Estas
operações promovem variações temporais no circulante.
Capital circulante líquido (CCL) é mais diretamente obtido pela diferença entre o ativo
circulante e o passivo circulante. Reflete a folga financeira da empresa e, dentro de um
conceito mais rigoroso o CCL representa o volume de recursos de longo prazo
(exigibilidades e patrimônio líquido) que se encontra financiando os ativos correntes (de
curto prazo).
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Liquidez Seca – Mede o percentual das dívidas de curto prazo em condições de serem
liquidadas mediante o uso de ativos monetários de maior liquidez (basicamente disponível
e valores a receber)
Liquidez Corrente – Identifica para cada $1 de dívida de curto prazo, quanto à empresa
mantém em seu ativo circulante. É importante ratificar que o capital circulante líquido não
é um indicador incontestável para se conhecer a situação de curto prazo de uma
empresa, pois engloba, sem qualquer ponderação, contas de giro com diferentes níveis
de liquidez.
Existe uma relação entre o retorno e o risco de uma empresa. O retorno, nesse contexto,
é medido pelas receitas menos os custos, enquanto o risco é medido pela probabilidade
de a empresa tornar-se tecnicamente insolvente. (incapaz de pagar suas contas no
vencimento).
O risco diz respeito à variabilidade do fluxo de caixa de uma empresa, de modo que
quanto mais variáveis forem os fluxos da empresa, tanto maior será o risco e vice-versa.
O lucro de uma empresa pode ser aumentado de dois modos: (1) através de um número
maior de receitas ou (2) através de redução dos custos. Os custos podem ser reduzidos,
pagando-se menos por um item ou serviços, ou usando-se os recursos existentes de
maneira mais eficiente. Qualquer redução nos custos deve aumentar o lucro de uma
empresa.
O lucro pode também ser aumentado, investindo-se em ativos mais rentáveis, que
possam gerar mais níveis elevados de receitas. É fundamental compreender como o lucro
é aumentado e reduzido, para se ter uma idéia da relação entre retorno e risco.
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Uma das formas mais comuns de se mensurar o risco de insolvência técnica do montante
do CCL ou do índice de liquidez corrente. Neste estudo, o montante de CCL é usado
como uma medida. Supões-se que quanto maior o montante de CCL ela tiver, mais líquida
será e, portanto, menor será a probabilidade de insolvência técnica.
O oposto também é considerado verdadeiro: níveis baixos de liquidez estão relacionados
a altos níveis de risco da empresa. A relação entre CCL, liquidez e risco é tal que se o
CCL ou a liquidez aumentarem o risco da empresa diminuirá, e vice-versa.
A capacidade de gerar lucros. Espera-se que uma empresa industrial possa ganhar
mais com seus ativos permanentes do que com seus ativos circulantes (Os ativos
permanentes consistem basicamente em imobilizado e investimento, Supões-se que o
ativo permanente contenha somente ativos fixos, isto é, imobilizados).
Os ativos permanentes representam os verdadeiros ativos rentáveis da empresa.
Terrenos, prédios, máquinas e equipamentos possibilitam à empresa elaborar seus
produtos acabados que finalmente possam ser vendidos com lucro.
Em outras palavras, caso uma empresa não possa obter mais nos investimentos em
ativos permanentes do que nos investimentos em ativos circulantes, deve vender os seus
ativos permanentes e usar os produtos para adquirir ativos circulantes. Na discussão a
seguir, supões-se que a empresa possa ganhar ativos permanentes do que em ativos
circulantes.
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um custo estabelecido. Isto porque títulos a pagar representam à única forma negociada
de financiamento.
Duplicatas a pagar e despesas provisionadas a pagar, representam cerca de 75% dos
passivos circulantes da empresa industriais, são fontes mais baratas de recursos, uma
vez que não possuam qualquer tipo de pagamento de juros.
Historicamente, nos últimos 50 anos, o custo dos empréstimos a curto prazo tem sido
inferior aos empréstimos a longo prazo. Porém, desde 1974, tem prevalecido a situação
oposta. Devido ao nível excepcionalmente elevado das taxas de juros, a expectativa geral
de menores taxas futuras levou os credores a cobrar taxas maiores sobre empréstimos a
curto prazo do que a longo prazo.
Tendo em vista que apenas cerca de 25% dos passivos circulantes estão representados
por estes empréstimos a curto prazo com custo (títulos a pagar), sendo o restante
basicamente sem Custo (duplicatas a pagar e despesas provisionadas a pagar), pode-se
supor seguramente que os passivos circulantes são formas de financiamento mais barato
do que os recursos a longo prazo. A forma de financiamento mais barata para a empresa
é, portanto, o passivo circulante.
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3 - ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
Questão Central
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Essa técnica de análise procura avaliar, em valor atual, todos os fluxos de caixa
pertinentes a um determinado projeto de investimento. Ou seja, contrapõe, sempre em
valor presente, os desembolsos que o investidor deverá realizar aos retornos que ele terá
na forma de fluxos de caixa líquidos.
Todos os valores são trazidos à data presente através de uma taxa de desconto
específica, também conhecida como taxa de atratividade.
A taxa de atratividade pode ser definida como sendo o Custo de Capital (Próprio) da
empresa, que é a expectativa mínima de remuneração dos investidores.
A Taxa de Atratividade deve incluir o "spread", que é a taxa adicional de risco, que varia
conforme as características conjunturais, de um lado (risco sistemático), e conforme os
aspectos setoriais e específicos de cada projeto de investimento, de outro lado (risco não
sistemático). A taxa de atratividade, portanto, reflete a relação entre retorno, risco e
liquidez imposta pelo investidor.
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Se o VPL > Zero, aceita-se o projeto de investimento, pois os retornos oferecidos cobrirão
o capital investido, o retorno mínimo exigido e ainda oferecerão um ganho líquido
extraordinário ao investidor.
Se VPL = Zero, o projeto de investimento apresenta-se indiferente de um ponto de vista
de retorno, pois o retorno do mesmo apenas cobrirá o capital investido e o retorno mínimo
exigido pelo investidor, não oferecendo qualquer vantagem ou ganho além disso.
Se VPL < Zero, rejeita-se o projeto de investimento, pois os retornos oferecidos não
cobrirão o capital investido acrescido do retorno mínimo exigido pelo investidor.
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(ou seja, o valor futuro de revenda, ao final de sua vida útil, do equipamento que está
sendo adquirido).
Exemplo:
Um hotel está avaliando a viabilidade de investir R$ 10.000 em um novo espaço (filial).
Acredita-se que esta nova planta proporcionará retornos líquidos anuais de R$ 1.500, R$
1.500, R$ 2.000, R$ 4.000 e R$ 4.000 respectivamente ao final de cada um dos próximos
5 anos. Sabendo-se que a taxa de atratividade exigida pelo investidor é de 5% ao ano,
verificar se esse projeto é válido pelo método do VPL.
Exemplo:
Um Hotel está sendo vendido por R$ 18.000. Espera-se que esta empresa ofereça um
fluxo de caixa de R$ 3.000 ao final do primeiro ano e de mais R$ 3.000 ao final do
segundo ano. Além disso, este hotel poderá ser revendido por R$ 15.000 ao final do
terceiro ano. Sabendo-se que o MF remunera o seu dinheiro a 11% ao ano, taxa essa que
você gostaria de utilizar como parâmetro de avaliação, vale à pena adquirir esta
empresa?
Exemplo:
Um hotel tem duas alternativas para aquisição de um equipamento. Considerando-se uma
taxa de desconto de 10% ao ano, qual dos equipamentos deve ser adquirido?
Equipamento A:
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VPL = - 245.685,22
Equipamento B:
VPL = -369.932,82
O equipamento A representa a melhor alternativa, pois é a mais barata!
Questão Central:
Em quanto tempo um determinado projeto de investimento se paga?
Resposta em períodos de tempo (Anos, meses, dias...)
Esse método apura, portanto, o tempo necessário para que um determinado investimento
se recupere. Ou ainda, o tempo necessário para que um determinado capital investido
retorne ao investidor.
Payback Simples:
Exemplo:
Supondo que dois projetos (A e B) apresentem os seguintes fluxos de caixa:
Projeto A: (-1000, 500, 400, 300, 100)
Projeto B: (-1000, 100, 300, 400, 600)
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Nesse caso, o tempo de payback acima calculado refere-se ao tempo necessário para
que o investidor recupere seu capital principal investido.
Payback Descontado:
Refere-se ao tempo necessário para que o projeto recupere o investimento realizado e
mais o retorno mínimo exigido pelo investidor (investimentos e retornos são considerados
em valor presente). No exemplo anterior, considerando-se uma taxa de atratividade de
10% ao ano:
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Questão Central:
Que taxa de retorno oferece um determinado projeto de investimento?
Resposta em taxa média de retorno por período de tempo.
Não há caminho resolutivo convencional para o cálculo da TIR, podendo-se adotar uma
abordagem de "tentativa e erro". Mais aconselhável, para se evitar perda de tempo, é
utilizar uma calculadora ou software financeiro
Exemplo:
Uma empresa analisa um projeto de investimento de R$ 1.000, com retornos anuais
previstos, ao final de cada ano de: R$ 220; R$ 605; R$ 399,30. Qual a TIR desse projeto?
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A TIR desse projeto é portanto de 10% ao ano. Note-se que, o VPL desse projeto,
descontado a uma taxa de atratividade de 10% ao ano é igual à zero!
Regra de Decisão Básica da TIR:
Se a TIR for > que a taxa de atratividade, aceita-se o projeto de investimento.
Se a TIR for < que a taxa de atratividade, rejeita-se o projeto
Se a TIR for = à taxa de atratividade, o VPL será zero (indiferente)
Exemplo:
Um hotel pretende adquirir um equipamento por R$ 300.000. Com esse novo
equipamento a empresa espera os seguintes retornos anuais, ao final de cada ano:
110.000, 121.000 e 133.100.
Observação importante:
As deficiências da TIR, bem como as modalidades alternativas de VPL, Payback e TIR
serão estudadas nos módulos que dão seqüência a esta série de cursos de Administração
Financeira: Intermediário e Avançado.
4 - FONTES DE FINANCIAMENTOS
4.1 Franquia
Origens e conceito: Este sistema de parceria teve sua origem em 1860, nos EUA,
quando a empresa Singer Sewing Machine, estabeleceu novos pontos de venda o
território americano. Em seguida, surgiram as franquias da General Motors (1898) e da
Coca Cola (1899).
Contudo, o grande passo para o desenvolvimento dessa nova modalidade de comércio foi
dado pelos irmãos Dick e Maurice Mcdonald, ao abrir sua primeira lanchonete em 1955;
no mesmo ano venderam-na, e esta pequena lanchonete transformou-se em um dos
líderes mundiais deste segmento no mercado.
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A Lei No 8.955/94 define franquia como o sistema pelo qual um franqueador cede ao
franqueado o direito de uso da marca ou patente, associado ao direito de distribuição
exclusiva ou semi-exclusiva de produtos e serviços e, eventualmente , também o direito
de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante
remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo
empregatício.
Este tipo de associação tem tido grande crescimento no Brasil com a entrada de grandes
redes de hotéis internacionais. Este tipo de parceria tem os direitos definidos em contrato,
portanto, um sistema de franquia pode ser bem diferente de outro.
Um exemplo desse modelo é a cadeia de hotéis Best Western, umas das maiores cadeias
mundiais de hotéis, com mais de 4 mil unidades e com sede em Arizona (EUA). Os
interessados em abrir hotéis com a marca geralmente pagam à detentora uma taxa de
inscrição e mensalidade. Os hotéis associados também precisam seguir certos padrões
estabelecidos na franquia.
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• recursos próprios;
• empréstimos contraídos diretamente no exterior;
• empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais;
• repasses de recursos oficiais de crédito destinados a programas específicos;
• colocação de debêntures de emissão pública ou particular;
• cessão de direitos creditórios de contratos de arrendamento mercantil;
• cessão de contratos de arrendamento mercantil a entidades nacionais ou
domiciliadas no exterior.
4.3 Leasing
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prioridade do cedente até o final do contrato, quando então é transferido para o “tomador
de empréstimo” mediante o pagamento de um valor residual, estimado no contrato.
O turismo no Brasil vem crescendo nos últimos anos em média 3,5%. O que significou
uma contribuição de 7,0% para formação do Produto Interno Bruto no ano de 2000.
Segundo a EMBRATUR, o crescimento do apelo turístico baseado na preservação e
conservação da natureza (fauna e flora), além do patrimônio histórico e cultural pelos
países do Primeiro Mundo, coloca o Brasil na vanguarda como destino nos próximos 10
anos.
Uma das decisões mais importantes que precisam ser tomadas com respeito aos ativos
circulantes e passivos circulantes da empresa é como usar os passivos circulantes para
financiar ativos circulantes. Existem inúmeras formas de se ver a questão. Um dos fatores
críticos que se deve ter em mente é que qualquer empresa só pode dispor de um
montante limitado de financiamento (passivo circulante) a curto prazo. O montante de
passivos circulantes disponíveis é limitado pelo montante em dinheiro de compras a
prazo, no caso de duplicatas a pagar, pelo montante das provisões no caso de despesas
provisionadas a pagar, e pelo empréstimo sazonal, considerando aceitável pelos credores
no caso de títulos a pagar. Os credores só concedem empréstimos a curto prazo. Caso a
empresa precise financiar aumentos sazonais de estoques e duplicatas a receber;
geralmente não emprestam dinheiro a curto prazo para aplicações a longo prazo.
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Tabela 5.
Necessidades de Recursos Estimados para a Companhia GNI
Ativos Ativos Ativos Necessidade Necessidade
Circulantes Permanentes Totais* Permanente Sazonal
Mês (1) (2) (1)+(2) = (3) (4) (3)-(4) = (5)
Janeiro 4.000 13.000 17.000 13.800 3.200
13.80
Fevereiro 3.000 13.000 16.000 2.200
0
13.80
Março 2.000 13.000 15.000 1.200
0
13.80
Abril 1.000 13.000 14.000 200
0
13.80
Maio 800 13.000 13.800 -
0
13.80
Junho 1.500 13.000 14.500 700
0
13.80
Julho 3.000 13.000 16.000 2.200
0
13.80
Agosto 3.700 13.000 16.700 2.900
0
13.80
Setembro 4.000 13.000 17.000 3.200
0
13.80
Outubro 5.000 13.000 18.000 4.200
0
13.80
Novembro 3.000 13.000 16.000 2.200
0
13.80
Dezembro 2.000 13.000 15.000 1.200
0
∗ Representam a necessidade de recursos totais pela empresa.
As necessidades de financiamento da empresa podem ser subdivididas em permanentes
e sazonais.
A necessidade permanente, que consiste nos ativos permanentes mais a porção
permanente dos ativos circulantes da empresa, permanece inalterada ao longo do ano,
enquanto que a necessidade sazonal, que se pode atribuir à existência de certos ativos
circulantes temporários, varia ao longo do ano.
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20.000 Necessidades de
Recursos Totais
Recursos Necessários ($)
10.000
Recurso
5.000 Permanente
-
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na suposição de que a empresa possui uma estrutura financeira flexível, que pode ser
ajustada quando necessário).
TÉCNICA AGRESSIVA
A técnica agressiva requer que a empresa financie suas necessidades imediatas com
recursos a curto prazo, e suas necessidades a longo prazo com recursos a longo prazo.
(A técnica agressiva é usada neste capítulo para indicar um processo em que os
vencimentos da dívida coincidem com a duração de cada uma das necessidades
financeiras da empresa). As variações sazonais nas necessidades de recursos da
empresa são cobertas com origens de recursos a curto prazo, enquanto que as
necessidades de financiamento permanente são cobertas com origens de recursos a
longo prazo. O empréstimo a curto prazo é feito devido à necessidade de recursos num
determinado momento. Essa abordagem pode ser mostrada graficamente, através de um
simples exemplo, usando-se dados da companhia GNI, apresentados anteriormente.
Exemplo. A estimativa feita pela Companhia GNI de suas necessidades de recursos
totais, (isto é, ativos totais) numa base mensal para o ano seguinte foi dada na Tabela
5,coluna 3. As colunas 4 e 5 dividem essas necessidades de recursos totais nos
componentes permanentes e sazonais.
Necessidades
20.000
de Recursos
18.000
Totais
Recursos Necessários ($)
16.000
Recursos a
14.000
curto prazo
12.000
10.000
8.000
Recursos a
6.000
Longo Prazo
4.000
2.000
-
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Tempo (meses)
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Usando a técnica agressiva, a empresa neste exemplo teria CCL num montante igual à
porção dos ativos circulantes financiada com recursos a longo prazo. O CCL da GNI,
portanto, seria de $800, que é a porção de seus ativos circulantes financiados com
recursos a longo prazo (financiamento permanente de $13.800 menos $13.000 de ativos
permanentes). Esta estratégia, portanto, seria muito arriscada, devido ao baixo nível de
CCL.
Custo dos recursos a curto prazo. O custo dos recursos a curto prazo pode ser estimado
calculando-se a necessidade média anual de recursos sazonais e multiplicando-se esse
valor pelo custo anual de recursos a curto prazo de 3%. A necessidade média anual de
recursos a curto prazo pode ser estimada dividindo-se a soma das necessidades
mensais de recursos sazonais (coluna 5 da tabela 5) por 12 (ao calcular a necessidade
média de recursos, converte-se simplesmente as necessidades mensais de recursos num
saldo equivalente para o ano inteiro. Em outras palavras, em vez de calcular o custo para
cada mês e somar os montantes mensais, multiplica-se o saldo médio pela taxa anual de
juros, com o propósito de encontrar o custo anual de juros). A soma das necessidades de
recursos sazonais é $13.400, e a necessidade média de recursos a curto prazo é $1.950
($13.400 12). Por isso, o custo dos recursos a curto prazo sob este plano é de
aproximadamente $58,50 (3% x $1.950).
Custo dos recursos a longo prazo. O custo dos recursos a longo prazo pode ser
calculado, multiplicando-se a necessidade média anual de recursos permanentes de
$13.800 (coluna 4 da Tabela 5) pelo custo anual dos recursos a longo prazo de 11%. O
custo resultante dos recursos a longo prazo segundo o plano agressivo é $1.518 (11% x
$13.800).
Custo total do plano agressivo. O custo total do plano agressivo pode ser obtido,
adicionando-se o custo dos recursos a curto prazo ($58,50) e o custo dos recursos a
longo prazo ($1.518). Então, o custo total do plano é $1.576,50. Esse valor tornar-se-á
mais significativo quando comparado com o custo de vários outros planos.
Considerações sobre o risco. O plano agressivo funciona com o mínimo de CCL, pois
penas a porção permanente dos ativos circulantes está sendo financiada com recursos a
longo prazo; nenhuma das necessidades sazonais a curto prazo é financiada com
recursos a longo prazo. Para a GNI, o nível de CCL é, portanto, igual a $800, que é o
montante de ativos circulantes “permanentes”(necessidade permanente de $13.800
menos $13.00 de ativos permanentes). O plano agressivo é arriscado não só do ponto de
vista do baixo CCL, mas também porque a empresa está sacando tanto quanto possível
nas origens de recursos a curto prazo, para cobrir as flutuações sazonais nas suas
necessidades de recursos. Se acontecer que a sua necessidade de recursos totais seja o
nível indicado pela linha pontilhada B na figura 3, a empresa poderá achar muito difícil
obter um montante suficiente de recursos a curto prazo. Ademais, pode ser impossível
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obter recursos a longo prazo com a rapidez suficiente para cobrir necessidades a curto
prazo da empresa. Este aspecto do risco referente à técnica agressiva advêm do fato de
que uma empresa tem só um montante limitado de capacidade de empréstimo a curto
prazo, e se aproveitar demais essa necessidade pode se tornar muito difícil atender às
necessidades inesperadas de recursos.
TÉCNICA CONSERVADORA
Ao ilustrar esta abordagem, a distinção entre aqueles itens será ignorada. Para a GNI, a
técnica conservadora envolveria cobrir todas as necessidades financeiras projetadas,
mesmo todos os $18.000 necessários em outubro, com recursos a longo prazo, e reservar
o uso do financiamento a curto prazo para contingências.
Figura 4.
Necessidades
20.000
de Recursos
18.000
Totais
16.000
C C L ($5.000)
Recursos Necessários ($)
14.000
12.000
10.000
8.000 Recursos a
6.000 Longo Prazo
4.000
2.000
-
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Tempo (meses)
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A maioria das empresas usa uma técnica de financiamento que está entre a técnica
agressiva, caracterizada por alto lucro-alto risco, e a técnica conservadora, com baixo
lucro-baixo risco. A relação exata feita entre a lucratividade e risco depende muito da
atitude de quem toma decisões com respeito ao risco. Uma das diversas relações
possíveis no caso da GNI é descrita abaixo.
Exemplo. Após uma análise cuidadosa, a GNI decidiu-se por um plano de financiamento
baseado num montante de financiamento permanente, igual ao ponto médio da
necessidade mínima e máxima mensal de recursos para o período. Um exame da tabela
5 revela que a necessidade mínima mensal é $13.800 (em maio) e a máxima mensal é
$18.000 (em outubro). O ponto médio entre esses dois valores é $15.900 [($13.800 +
$18.000) / 2]. Desse modo, mensalmente a empresa usará $15.900 de recursos a longo
prazo e obterá quaisquer recursos adicionais necessários de fontes a curto prazo. O
desdobramento a longo prazo sob este plano é dado na Tabela 6.
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
20.000 Necessidades
de Recursos 2
18.000
Totais
Recursos Necessários ($)
16.000 Recursos a 3
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Custo dos recursos a curto prazo. O custo dos recursos a curto prazo pode ser
estimado, calculando-se a necessidade de recursos médios a curto prazo e multiplicando-
se por 3%. Os recursos médios anuais requeridos a curto prazo podem ser calculados
dividindo-se a soma das necessidades mensais (sazonais) de recursos(extraídas da
coluna 3 da Tabela 6) por 12. A soma das necessidades de recursos sazonais é $5.400.
As necessidades de recursos requeridos a curto prazo é, portanto, $450 ($5.400 12), e o
custo dos recursos a curto prazo sob este plano é $13.50 (3% x $450).
Custo dos recursos a longo prazo. O custo dos recursos a longo prazo pode ser
calculado, multiplicando-se a necessidade média de recursos requeridos a longo prazo,
isto é, $15.900 (extraída da coluna 2 da Tabela 6), pelo custo anual dos recursos a longo
prazo, 11%. O custo dos recursos a longo prazo sob este plano é, portanto, $1.762,50.
Custo total da técnica intermediária. O custo total da técnica intermediária pode ser
obtido somando-se o custo dos recursos a curto prazo ($13,50) ao custo dos recursos a
longo prazo ($1.749). O custo total da técnica intermediária é, portanto, $1.762,50.
5 TERMINOLOGIAS EM CUSTOS
a) GASTO:
Exemplos de gastos:
Com a compra de MP; com MO; com a produção e distribuição; com honorários da
diretoria; com a compra de um imobilizado; etc..
34
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
b) INVESTIMENTO:
Exemplos de Investimentos:
Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são
“estocados” nos ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de
seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente
chamados de Investimentos.
c) CUSTO:
Exemplos de Custos:
d) DESPESA:
Exemplos de Despesas:
35
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Todo produto vendido e todo serviço ou utilidade transferidos provocam despesa. São os
chamados CPV, Custo dos Produtos Vendidos.
O significado mais correto que poderíamos dar ao CPV poderia ser: “despesa que é o
somatório dos itens que compuseram o custo de fabricação do produto ora sendo
vendido”
Cada componente que fora custo no processo produtivo agora, na baixa com a venda,
torna-se despesa.
Logo, todas as despesas são ou foram gastos. Porém, alguns gastos muitas vezes não se
transformam em despesas (terrenos que não são depreciados) ou só se transformam
quando de sua venda.
e) DESEMBOLSO:
f) PERDA:
36
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Exemplos de Perdas:
Não deve ser confundida com despesa ou custo, exatamente pela sua característica de
anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção de obtenção de
receita.
Não devem ser confundidas com perdas na produção, pois estas são custos considerados
na fabricação dos bens.
Teoricamente é fácil:
- Há casos em que a administração geral e de fábrica estão juntas; daí faz-se o rateio
dos custos de forma arbitrária já que não há maneira técnica suficiente (número de
pessoas; área ocupada; porcentagens especificadas pela direção).
37
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
• Materiais;
• Mão-de-obra e
• Gastos gerais de fabricação (GGF) ou custos indiretos de fabricação (CIF).
38
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Custos Diretos: são os que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos
produtos, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão-de-obra ou de
máquina, quantidade de força consumida etc.). Em geral, identificam-se com os produtos
e variam proporcionalmente à quantidade produzida.
São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há
uma medida objetiva de seu consumo na fabricação.
Exemplos:
Custos Indiretos: são os que, para serem alocados aos produtos, necessitam da
utilização de algum critério de rateio. Exemplos: aluguel, iluminação, salário de
supervisores etc..
39
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Em suma:
• Custos diretos são aqueles que podem ser diretamente apropriados aos
produtos.
• Custos Indiretos são aqueles que não permitem apropriação objetiva, isto é, não
permitem mensuração exata para apropriação direta.
40
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Custos variáveis são aqueles que se afetam com a produção, ou seja, se a produção
aumenta os custos variáveis também e vice e versa (Ex.: matéria-prima).
Custos fixos não se alteram com o volume de produção (Ex.: aluguel da fábrica).
Exemplo: o aluguel, independente de ser ou não reajustado, será sempre um custo fixo.
Exemplo:
• repetitivos: salários da chefia da fábrica, manutenção preventiva
• não-repetitivos: manutenção eventual de equipamento
Alguns tipos de custos podem ter componentes dos dois tipos (semi-variáveis).
41
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Exemplo: energia elétrica apresenta uma parcela variável (que se altera com o volume
de produção) e outra fixa (energia consumida com a iluminação das dependências da
fábrica).
ATENÇÃO
Diretos e Indiretos são classificações dos custos propriamente ditos.
Fixos e Variáveis aplicam-se tanto aos custos como às despesas.
Exemplo:
• Despesas de Vendas Fixas – gasto com propaganda, salários da administração de
vendas.
• Despesas de Vendas Variáveis – comissão dos vendedores, despesas de entrega.
8 NOMENCLATURAS DE CUSTOS
• Custo de Produção do Período ou Custo Fabril: é a soma dos custos incorridos
no período dentro da fábrica compostos pela matéria-prima, mão-de-obra direta e
pelos custos indiretos de fabricação.
• Custo dos Produtos Vendidos: é a soma dos custos incorridos na fabricação dos
bens que só agora estão sendo vendidos. Pode conter custos de produção de
diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversas
épocas diferentes.
42
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
CT = MOD + CIF
CUSTO DE FABRICAÇÃO
Para o cálculo do custo da hora – de mão-de-obra (quer direta, quer indireta) – deve levar
em conta todos os encargos sociais, como INSS, FGTS, 13º salário etc., e também deve
43
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Custeio significa apropriação de custos. Assim, existem Custeio por Absorção, Custeio
Variável, ABC, etc.
Os gastos não fabris (despesas) são excluídos. Este método é adotado no Brasil pela
legislação comercial e pela legislação fiscal. Não é um princípio contábil em si, mas uma
metodologia decorrente da aplicação desses Princípios. Dessa forma, o método é válido
para a apresentação das Demonstrações Contábeis e para o pagamento do Imposto de
Renda.
Nesse método, todos os custos são alocados aos produtos fabricados. Assim, tanto os
custos diretos como os indiretos incorporam-se aos produtos. Os primeiros, pela
apropriação direta, e os indiretos, por sua atribuição por meio de critérios de rateio.
Assim, temos que, no Custeio por Absorção, todas as despesas são lançadas na
apuração do resultado do período, enquanto os custos somente são lançados na
apuração do resultado a parcela correspondente aos produtos vendidos, permanecendo o
restante como estoque.
44
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Exemplo:
Estrutura Básica:
CUSTOS DESPESAS
CUSTOS CUSTOS
INDIRETOS DIRETOS
RATEIO
PRODUTO
A
PRODUTO
B
PRODUTO
C
CPV VENDAS
RESULTADO DO EXERCÍCIO
Gastos $
Comissão de vendedores 80.000
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Gastos $
Salários da fabrica 120.000
Matéria-prima consumida 350.000
Salários da administração 90.000
Depreciação na fábrica 60.000
Seguros da fábrica 10.000
Despesas financeiras 50.000
Honorários da diretoria 40.000
Honorários diversos – fábrica 15.000
Energia elétrica da fábrica 85.000
Manutenção da fábrica 70.000
Despesas de entrega 45.000
Correios, telefones e telex 5.000
Material de consumo do escritório 5.000
Total dos gastos 1.025.000
Custos de Produção:
Salários da fabrica 120.000
Matéria-prima consumida 350.000
Depreciação na fábrica 60.000
Seguros da fábrica 10.000
Materiais diversos – fábrica 15.000
Energia elétrica da fábrica 85.000
Manutenção da fábrica 70.000
Total 710.000
Despesas Administrativas:
Salários da administração 90.000
Honorários da diretoria 40.000
Correios, telefones e telex 5.000
Material de consumo do escritório 5.000
Total 140.000
Despesas de Vendas:
Comissão de vendedores 80.000
Despesas de entrega 45.000
Total 125.000
Despesas Financeiras:
Despesas financeiras 50.000
46
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Total 50.000
Os custos diretos já estão alocados aos produtos, mas os custos indiretos, no valor de $
225.000, ainda precisarão ser alocados aos produtos.
No exemplo, a alocação dos custos indiretos aos produtos será proporcional ao que cada
um já recebeu de custos diretos. Teremos então:
Custo
Produtos Custos Diretos Custos Indiretos
Total
A 115.000 23,71% 53.351 23,71% 168.351
B 202.000 41,65% 93.711 41,65% 295.711
C 168.000 34,64% 77.938 34,64% 245.938
Totais 485.000 100,00% 225.000 100,00% 710.000
9.2- DEPARTAMENTALIZAÇÃO
47
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Indiretos Diretos
R Comuns Alocáveis
diretamente
aos
Departamentos
Dep Serviço A
Dep Serviço B
Dep Produção C
Dep Produção
D
R Prod. X
Prod. Y
Estoque
R Rateio
CPV Vendas
Resultado do Período
(Departamentalização).
48
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Departamentos
É a menor unidade administrativa de uma empresa, para efeito de acumulação dos custos
indiretos de fabricação.
• Administração Geral;
• Ambulatório Médico;
• Almoxarifado;
• Recrutamento, Seleção e Treinamento de pessoal;
• Conservação e Manutenção;
• Controle de Qualidade;
• Estudos e Projetos;
• Corte;
• Montagem;
• Usinagem;
• Acabamentos; etc.
Nesses departamentos são gerados, em relação aos produtos, Custos Diretos e Indiretos,
onde os custos diretos são atribuídos aos produtos sem maiores complicações, conforme
já estudado.
A melhor maneira de ratear esses custos aos produtos é inicialmente transferi-los entre os
departamentos, até que os custos indiretos de fabricação gerados em todos os
departamentos de serviços sejam devidamente transferidos para os departamentos
produtivos.
49
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Centro de Custos
Desde que seja economicamente viável e permita melhor apropriação dos Custos
Indiretos aos produtos, um departamento pode ser representado por mais de um centro
de custos, desde que essa subdivisão seja economicamente viável, permitindo melhor
apropriação dos custos aos produtos.
Observações:
A margem de erro na atribuição dos custos Indiretos aos produtos é bem menor quando
se adota a departamentalização.
Produto D $ 50.000
Produto E $ 30.000
Produto F $ 45.000
Total $ 125.000
50
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Quadro 9.2.1
Custos Indiretos
$ % Custos Diretos ($) Total ($)
Produto D 46.000 40 50.000 96.000
Produto E 23.000 20 30.000 53.000
Produto F 46.000 40 45.000 91.000
Total 115.000 100 125.000 240.000
Estariam por esses valores acima os Custos Totais de Produção dos três produtos.
Suponhamos que após levantamento verificamos que: o produto D gasta um total de 400
hm, distribuídas nos setores de Corte, Montagem e Acabamento, enquanto que o produto
E só passa pelo Corte, e o produto F só passa pelos setores Montagem e Acabamento. A
distribuição total é assim levantada:
Quadro 9.2.2
51
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Quadro 9.2.3
Podemos agora efetuar uma apropriação dos Custos Indiretos de forma mais adequada,
levando em conta o tempo de cada produto em cada Departamento (Quadro 9.2.2) e o
Custo por hora-máquina de cada Departamento (Quadro 9.2.3)
Quadro 9.2.4.
Podemos fazer uma comparação entre os valores dos custos indiretos alocados a cada
produto sem a Departamentalização (uso de uma única taxa horária para todos) e com a
Departamentalização (uma taxa para cada departamento), usando os Quadros 9.2.1 e
9.2.4.
Quadro 9.2.5
52
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Custos Indiretos
Sem Com
Departamentalização Departamentalização Diferença
(Quadro 6.2.1) (quadro 6.2.4)
$ $ Em$ Em %
Produto D 46.000 51.875 5.875 12,8
Produto E 23.000 30.000 7.000 30,4
Produto F 46.000 33.125 (12.875) (28,0)
Total 115.000 115.000 - -
Conclusão:
Assim atentando para a coluna “diferença”, verificamos o grau de distorção existente entre
as duas formas, concluímos que na alocação com base na Departamentalização estarão
sendo cometidas menos injustiças e diminuídas as chances de erros maiores.
Todos sabem que uma empresa é composta por diversos departamentos, e que tem
aqueles de produção (por onde passa todos os produtos) e que também existem os
departamentos de serviços (departamentos considerados como apoio aos demais
departamentos, de produção e serviços).
Suponhamos que os seguintes custos indiretos tenham incorrido por uma empresa em
determinado período:
53
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Para alocar os custos aos produtos, é necessário que sejam distribuídos pelos diversos
departamentos, para que haja uma distribuição racional.
Faz-se então uma investigação sobre a ligação entre cada custo e departamento onde foi
incorrido e verifica-se:
54
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Quadro 6.2.6
Quadro 6.2.7
ADM
CUSTOS INDIRETOS ALMOX. USINAG CROMEAÇ MONTAGEM C. QUALID MANUT TOTAL
GERAL
A) ALUGUEL: 150.000 - - - - - - 150.000
B) ENERGIA ELÉTRICA 40.000 - 30.000 10.000 10.000 - - 90.000
C) MATERIAIS INDIRETOS 18.000 10.000 6.000 4.000 8.000 5.000 9.000 60.000
D) MÃO-DE-OBRA INDIRETA 80.000 60.000 40.000 30.000 50.000 30.000 60.000 350.000
E) DEPREC.DE MÁQUINAS 8.000 - 21.000 13.000 2.000 10.000 16.000 70.000
55
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
56
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Suponhamos que após a empresa objeto de estudo fizer uma análise de seus
departamentos de serviços, verifique:
a) A Administração Geral é a primeira a distribuir seus custos, uma vez que muito
mais presta que recebe serviços, além de ser o maior valor relativo em custos
por apropriar.
b) A Manutenção será o segundo departamento. A distribuir seus custos por mais
prestar serviços ao almoxarifado e ao Controle de Qualidade do que recebe.
c) O almoxarifado distribuirá seus custos aos departamentos que tenham
recebido seus préstimos.
d) O departamento de Controle de Qualidade, apesar de às vezes prestar
serviços ao departamento de manutenção fará sua distribuição somente aos
departamentos de produção que se beneficiaram de seus préstimos. Ficou em
último lugar, pois mais recebe benefícios da Manutenção do que presta a ela.
Almoxarifado $20.000
Usinagem $30.000
Cromeação $20.000
Montagem $40.000
Controle de Qualidade $15.000
Manutenção $25.000
Total $150.000
Almoxarifado $6.000
Usinagem $4.000
Cromeação $2.000
Montagem $7.000
Controle de Qualidade $8.000
Manutenção $13.000
Total $40.000
Almoxarifado $9.000
Usinagem $19.000
57
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Cromeação $16.000
Montagem $21.000
Controle de Qualidade $19.000
Manutenção $22.000
Total $106.000
Almoxarifado $15.000
Usinagem $50.000
Cromeação $40.000
Controle de Qualidade $40.000
Total $145.000
Usinagem $40.000
Cromeação $40.000
Montagem $40.000
Total $120.000
58
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Usinagem $308.000
Cromeação $219.000
Montagem $193.000
Total $720.000
Quadro 9.2.9
59
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
60
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Quadro 9.2.10
C. ADM
CUSTOS INDIRETOS USINAGEM CROMEAÇÃO MONTAGEM ALMOXARIF. MANUT. TOTAL
QUALIDADE GERAL
ALUGUEL - - - - - - 150.000 150.000
ENERGIA ELÉTRICA 30.000 10.000 10.000 - - - 40.000 90.000
MATERIAIS INDIRETOS 6000 4.000 8.000 5.000 10.000 9.000 18.000 60.000
MÃO-DE-OBRA INDIRETA 40.000 30.000 50.000 30.000 60.000 60.000 80.000 350.000
DEPRECIAÇÃO 21.000 13.000 2.000 10.000 - 16.000 8.000 70.000
SOMA 97.000 57.000 70.000 45.000 70.000 85.000 296.000 720.000
RATEIO DA ADM.GERAL
(150.00
- ALUGUEL 30.000 20.000 40.000 15.000 20.000 25.000 0) -
- ENERGIA 4.000 2.000 7.000 8.000 6.000 13.000 (40.000) -
(106.00
- MOI, MI'S E DEPREC. 19.000 16.000 21.000 19.000 9.000 22.000 0) -
SOMA 150.000 95.000 138.000 87.000 105.000 145.000 - 720.000
RATEIOS COMPLEMENTARES
RATEIO DA MANUTENÇÃO: 50.000 40.000 - 40.000 15.000 (145.000) - -
RATEIO DO ALMOXARIFADO: 40.000 40.000 40.000 - (120.000) - - -
RATEIO DO C. DE
QUALIDADE: 68.000 44.000 15.000 (127.000) - - - -
CUSTOS IND. DE FABRICAÇÃO 308.000 219.000 193.000 - - - - 720.000
PRODUTO G 132,.000 87..600 80.000 299.600
PRODUTO H 105.600 87.600 70.000 263.200
PRODUTO I 70.400 43.000 43.000 157.200
TOTAL 308.000 219.000 193.000 720.000
61
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Esquema
Todos os custos indiretos só podem ser apropriados, por sua própria definição, de forma
indireta aos produtos, ou seja, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de
comportamento de custos, etc.
Sabemos que ao estabelecer critérios de rateio para alocação de custos aos produtos,
estes vêm carregados com certo grau de subjetivismo e com isso, a arbitrariedade
sempre existirá nas alocações.
Exemplo:
- A empresa tem seus prédios e instalações alugadas, todos sob um contrato único e se
vê obrigada a separar a parte que corresponde à produção e aos demais setores. Isso
pode resultar em alguns critérios de rateio, mas o primeiro a ser lembrado, é o de
rateio por m² ocupado por setor ou departamento. Porém alguns problemas poderão
surgir:
62
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
a) Caso haja, por exemplo, um silo vertical na produção e este funcionar como fator
importante no preço do aluguel, talvez seja mais correto alterar a base de m² para m³
para se obter um número considerado mais justo.
Para esse rateio, é necessário verificar a base mais adequada, o mesmo acontece
quando da apropriação dos custos dos departamentos de produção. Vejamos um
exemplo:
M N TOTAL
Matéria-prima aplicada em cada produto 5.000.000 7.000.000 12.000.000
Mão-de-obra direta aplicada 1.000.000 1.000.000 2.000.000
Custos diretos totais 6.000.000 8.000.000 14.000.000
Custos indiretos a ratear ? ? 5.400.000
Total ? ? 19.400.000
Horas-máquinas utilizadas 1.400 hm 1.000 hm 2.400 hm
$5.400.000/2.400 hm = $2.250/hm
M => 1.400 hm x $2.250/hm = $3.150.000
N => 1.000 hm x $2.250/hm = $2.250.000
Total = CIF = $5.400.000
63
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Total = $19.400.000
Total = $19.400.000
Total = $19.400.000
Cada um dos critérios adotados poderá causar variações nos custos tanto do produto “M”
como no “N” se comparados entre si.
64
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
a) O ambulatório médico precisa ter seus custos rateados para outros departamentos,
quer de serviços, quer de produção;
c) O ambulatório possui quase que exclusivamente custos fixos, e se for feito um rateio
com base variável (número de atendimento), o valor em reais a ser alocado passará a
depender não só dos atendimentos a cada departamento, mas também do número
total de consultas.
a) Departamentos onde os custos sejam em maioria fixos devem ser rateadas à base de
potencial ou probabilidade de uso;
65
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Custo fixo, por mês: mão-de-obra indireta, depreciação, seguros, parte do aluguel,
etc.: $800.000;
Custo variável: consumo de energia, materiais, ferramentas, etc.: $500/hm
Para verificar o potencial que cada departamento representa como beneficiário dos
serviços da Manutenção, a empresa elaborou um estudo para verificar a média de
serviços prestados aos departamentos nos últimos cinco anos e concluiu que:
No presente mês, houve um trabalho total de 1.800 horas (530 para Furação, 880 para
Fresagem e 390 para Laboratório, nada para a Pintura), e o custo total da Manutenção foi:
Nota:
Se a distribuição fosse feita com base apenas no potencial, a pintura receberia do total de
$1.700.000 uma parcela de $255.000.
66
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Com base na última observação e lembrando ainda que, qualquer erro ou mudança sem
critérios provoca grandes variações nos custos e conseqüentemente no resultado final da
empresa, mostrado através da Demonstração de Resultado, para evitar distorções e
questionamentos fiscais e de auditorias, nossos critérios de rateio devem possuir o
máximo de consistência possível e com o mínimo de subjetividade.
Resumo:
Os custos indiretos devem ser rateados segundo os critérios julgados mais adequados
para relacioná-los aos produtos em função dos fatores mais relevantes que se conseguir.
Critérios bons para uma empresa podem não sê-los para outras. É absolutamente
necessário que as pessoas responsáveis pela escolha dos critérios conheçam bem o
processo produtivo.
10 - CUSTEIO VARIÁVEL
Custeio Variável (também conhecido como Custeio Direto) é um tipo de custeamento que
consiste em considerar como custo de produção do período apenas os Custos
Variáveis incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem mesmo que haja produção,
não são considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo
encerrados diretamente contra o resultado do período. Desse modo, o Custo dos
Produtos Vendidos e os Estoques Finais de Produtos em Elaboração e Produtos
Acabados só conterão Custos Variáveis.
O termo Gastos Variáveis designa os custos e despesas que, em valor absoluto, são
proporcionais ao volume da produção, isto é, oscilam na razão direta dos aumentos ou
reduções das quantidades produzidas.
CASO PRÁTICO
O Hotel Floripa Ltda., disponibiliza para seus hóspedes dois tipos de apartamentos com o
seguinte número de unidades:
67
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Luxo Standard
A) Determine o custo total das unidade Luxo e Standard pelo método variável.
B) Calcule o custo total para a unidade Luxo e Standard, pelo método de absorção,
utilizando a MOD como base de rateio.
C) Faça a DRE com todos os custos e despesas.
Solução:
68
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
DRE completa
69
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
70
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Exemplo
Suponhamos que um produto X cujo preço de venda unitário seja $15,00 e cujos custos
variáveis sejam $3,00 de matéria-prima e $4,00 de mão-de-obra direta. Além desses
custos variáveis, a empresa, por ocasião da venda, incorre no pagamento de comissões
aos vendedores, à base de 5% do preço de venda e de impostos, à base de 15% do
mesmo.
MC = PV – CV - DV
71
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A Cia. São Januário apresentou os seguintes dados referentes a seu último mês de
atividade:
A empresa recebe uma proposta de exportação de 2.000 unidades de seu produto por
$ 5.000 a unidade. Deve aceitar ou rejeitar?
Entretanto, poder-se-ia alegar que houve um erro no cálculo. Os custos e despesas fixos
unitários foram calculados com base na produção atual de 10.000 unidades.
Considerando-se que a produção aumentaria para 12.000 unidades:
72
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A empresa deve aceitar a proposta, uma vez que a produção adicional de 2.000 unidades
trará uma Margem de Contribuição total de 2.000 x 400 = 800.000, que ajudará a
amortizar os custos fixos e aumentará marginalmente (adicionalmente) o lucro da
empresa nessa importância.
Quando existe capacidade ociosa, os custos e despesas fixas normalmente não variam
quando uma empresa recebe um pedido que não necessite de um investimento adicional
na capacidade instalada. Desse modo, a aceitação de um pedido como esse dependerá
principalmente do preço que se pretende pagar dos custos e despesas variáveis. Caso o
preço supere os custos e as despesas variáveis, a margem de contribuição unitária
do pedido será positiva, o que determinará um aumento nos lucros.
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
• Fixas 12.000.000
(=) Lucro Líquido 14.800.000
O Lucro Líquido aumentou $800.000 em relação à situação original. Por essa razão, o
Custeio Variável também é chamado de CUSTEIO MARGINAL, por ser mais adequado
para decisões “na margem” (quando há variações nos níveis de produção e vendas).
Ressalta-se que, como toda a produção está sendo vendida, não há diferença no lucro
apurado pelo Custeio por Absorção e pelo Custeio Variável.
Até esse ponto, a empresa está tendo mais Custos e Despesas do que Receitas,
Ponto de Equilíbrio
$
ro
L uc
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A empresa obterá seu ponto de Equilíbrio quando suas Receitas Totais equalizarem seus
Custos e Despesas Totais:
ou seja,
Realmente, quando houver esse volume de vendas, teremos como Custos e Despesas
Totais:
Variáveis: 4.000 u x $350/u $1.400.000
Fixos: $ 600.000
Soma = $2.000.000
com resultado então igual a zero.
A partir da unidade de número 4.001, cada Margem de Contribuição unitária que até aí
contribuía para a cobertura dos Custos e Despesas Fixos passa a contribuir para a
formação do lucro. Logo, 4.100 unidades produzidas e vendidas darão um lucro
equivalente à soma das Margens de Contribuição das 100 unidades que ultrapassaram o
Ponto de Equilíbrio:
Comprovemos:
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Este cálculo só é válido, no Custeio por Absorção, quando a produção for igual à venda,
em termos de unidades; caso contrário, haverá sempre o problema dos Custos Fixos
mantidos em estoque que provocarão distorções, ora para mais, ora para menos. No
Custeio Variável, o Resultado será sempre igual ao calculado em função dessas relações
entre o Custo e o Volume.
Suponhamos que uma construtora esteja produzindo um tipo de casa pré-fabricada com
as seguintes características:
Suponhamos que ela esteja produzindo e vendendo 14 casas por mês obtendo com isso
um lucro de:
Dizemos que a empresa está com uma Margem de Segurança de quatro casas, pois pode
ter essa redução sem entrar na faixa de prejuízo. Em termos percentuais, podemos dizer
que está com uma Margem de Segurança de 28,6%:
$3.360.000
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Pode reduzir essa porcentagem nas Receitas antes de entrar na faixa de prejuízo (28,6%
x $3.360.000 = $960.000 = 4 x $240.000).
Se passar a uma atividade de produção e venda de 17 unidades por mês, seu resultado
passará a: 7 u/mês x $100.000/u = $700.000/mês
O que teria acontecido se, ao invés de passar de 14 ara 17, passasse de 14 para 21
unidades?
Logo,
Para cada ponto em que se encontrar, sua Alavancagem é diferente; ela não é sempre
igual a 3,5, pois esse número é válido para as comparações a partir do volume atual de
14 u.
Por exemplo, se estiver produzindo agora as 21 unidades, com lucro de 100.000, o que
acontecerá se passar para 25? Seu novo resultado será de
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A Margem de Segurança, por outro lado, com produção de 21 unidades é de 52% (21–10
/ 21), bem maior que a anterior de 28,6%.
sabemos que seu Ponto de Equilíbrio será obtido quando a soma das Margens de
Contribuição ($2.000/u) totalizar o montante suficiente para cobrir todos os Custos e
Despesas Fixos; esse é o ponto em que contabilmente não haveria nem lucro nem
prejuízo (supondo produção igual à venda).
Mas um resultado contábil nulo significa que, economicamente, a empresa está perdendo
(pelo menos o juro do capital próprio investido).
Supondo que essa empresa tenha tido um Patrimônio Líquido no início do ano de
$10.000.000, colocados para render um mínimo de 10% a.a., temos um lucro mínimo
desejado anual de $1.000.000. Assim, se essa taxa for a de juros no mercado, concluímos
que o verdadeiro lucro da atividade será obtido quando contabilmente o resultado for
superior a esse retorno. Logo, haverá um ponto de equilíbrio econômico (PEE) quando
houver um lucro contábil de $1.000.000.
O PEE será obtido quando a soma das Margens de Contribuição totalizar então
$5.000.000, para que, deduzidos os Custos e Despesas Fixos de $4.000.000, sobrem os
$1.000.000 de lucro mínimo desejado:
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$2.000 / u
Essa é de fato uma hipótese simplista para o cálculo do Resultado Financeiro, pois
estamos admitindo todas as receitas recebidas e todos os custos e despesas (exceto
depreciação, é claro) pagos; mas também podemos admitir que o conceito de "Caixa"
seja ampliado para "Disponível + Valores a Receber de Clientes - Valores a Pagar a
Fornecedores dos Insumos (Bens e Serviços)". Poderia também ser calculado outro Ponto
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Por exemplo, suponhamos que a empresa tenha feito um Empréstimo de $8.000.000 para
somar a seus Recursos Próprios a fim de conseguir os recursos totais para operar; e,
mais, que os encargos financeiros desses $8.000.000 já estejam contidos dentro dos
$4.000.000 de Custos e Despesas Fixos. Entretanto, a parcela da amortização não estava
lá colocada. Supondo que tenhamos que amortizar esse empréstimo em parcelas anuais
de $2.000.000, concluímos que, financeiramente, a empresa precisa obter em cada
período os $3.200.000 de desembolsos fixos dos Custos e Despesas mais essa parcela
de $2.000.000. Logo, o Ponto de Equilíbrio Financeiro para conseguir esse objetivo será:
Assim, se estiver trabalhando num volume de 2.550 u, estará com um Resultado Contábil
de $1.100.000, Econômico de $100.000, Financeiro de $1.900.000, se considerarmos só
as operações, e Financeiro deficitário em $100.000, se levarmos em conta que não
conseguiu todo o recurso necessário ao pagamento da amortização da dívida.
Outros cálculos podem ser feitos dentro dessa mesma linha de idéias; apenas expusemos
os exemplos iniciais suficientes para o desenvolvimento individual de outras alternativas.
Para Nickels & Wood (1999), o que faz com que uma troca de marketing seja mutuamente
benéfica é o processo universal de valor e de preço, que se preocupa com o fato de a
troca beneficiar tanto o vendedor quanto o comprador. Para as empresas, o processo de
determinação, ou apreçamento, é crítico porque ele afeta tanto o volume de receitas
quanto a lucratividade da organização.
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Não importa qual seja o produto a ser comercializado, o processo de apreçamento inicia-
se com uma compreensão completa dos desejos e percepção de valor dos consumidores
e os objetivos que se tem em mente, e também as diferenciações e características de
compra, que o produto possui.
Nickels & Wood (1999) alerta para a estrutura de custos, que envolve o lançamento ou
venda de um produto ou mix de produtos. As empresas devem se preocupar com a
análise marginal, ou seja, as implicações financeiras que a venda de uma única unidade a
mais provoca nos resultados da organização.
Apreçamento com base na demanda. Esta estratégia dá mais ênfase na influência das
necessidades do consumidor do que na influência dos custos, lucros ou forças
competitivas. Entre as estratégias com base na demanda, podemos citar:
PENETRAÇÃO
É uma estratégia de apreçamento na qual um novo produto recebe um preço inicial baixo
para atrair muitos clientes, de forma rápida, e, ao mesmo tempo, desestimular os
concorrentes.
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APREÇAMENTO DE PRESTÍGIO.
Determinados nichos de mercados são formados por clientes, que dão alta relevância ao
status; esse grupo de clientes está disposto a pagar por produtos mais caros, caso eles
possuam status e qualidade. Essa modalidade se diferencia do skimming, que é usado
apenas na fase de introdução no ciclo de vida dos produtos.
ORDENAMENTO DE PREÇO
No apreçamento, partindo da demanda, em primeiro, lugar é criado um preço que irá criar
um nível desejado de demanda; o produto é, então, desenvolvido e comercializado, de
forma a ajustar-se àquele preço. Dessa forma, todas as atividades relacionadas com a
produção, gerenciamento de cadeia de valor e marketing são ajustadas para adequar-se
ao preço que foi determinado.
APREÇAMENTO DO MARK-UP
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Quando se utiliza o apreçamento com base no lucro, determinam-se preços que atingem
determinadas metas de lucro. O apreçamento com base no lucro concentra-se nas
finanças internas em vez da economia de mercado.
Determina-se o preço, de forma a atingir uma medida de lucro específica, tal como retorno
sobre as vendas, retorno sobre o investimento ou retorno sobre os ativos.
APREÇAMENTO COSTUMEIRO
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APREÇAMENTO PROMOCIONAL
ENFOQUE GERENCIAL
A fixação dos preços de venda dos produtos fabricados e ou serviços pela empresa é uma
tarefa bastante complexa, na qual deverão ser considerados vários fatores, entre outros:
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o da margem de contribuição;
o de valor presente.
Estes conceitos tornam-se ainda mais úteis quando temos o mercado que opera com
altas taxas de custos financeiros.
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O contrário deve ocorrer, provavelmente, quando se tratar de bens com um ciclo de vida
curto (produto de moda, por exemplo).
Uma vez identificado o tipo de comportamento competitivo, cabe à empresa avaliar seu
posicionamento dentro dele. Autores abordam essa avaliação, alertando que, ao julgar a
posição competitiva de uma unidade de negócios, os administradores devem considerar
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Os efeitos da relação preço versus quantidade não podem ser, no entanto, analisados
exclusivamente sob o ângulo racional clássico do enfoque econômico.
Há, na realidade, ao lado desses aspectos, outros fatores, de ordem subjetiva, que,
muitas vezes, assumem função de primordial relevância. Esses fatores estão
particularmente relacionados com aspectos de natureza psicológica, como status, moda
etc. Nesses casos, muitas vezes, uma elevação do preço pode até significar um aumento
da demanda do produto, mercadoria ou serviço.
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Outros diversos fatores devem ser levados em conta na fixação do preço de venda:
as necessidades do comprador;
sua disposição para pagar;
as reações da concorrência e a possibilidade do aparecimento de novos
competidores;
as expectativas de preços dos insumos e as restrições de fornecimento;
o grau de utilização da capacidade instalada;
os níveis de estoque;
a situação financeira da empresa; e
as restrições governamentais.
Neste método, a margem de lucro é calculada sobre o custo unitário total do produto,
englobando custos e despesas variáveis e fixos. Esse método apresenta algumas
desvantagens para a análise e tomada de decisões por dois motivos:
Por não dizerem respeito a este ou àquele produto (mercadoria), sempre são distribuídos
à base de critérios de rateio.
Como principal fator complicador, os custos e despesas fixos são fixos no total, mas são
variáveis na unidade, fato que faz com que sua participação monetária e percentual na
composição do custo final guarde relação direta com o volume de atividade (vendas).
Neste método, a margem de lucro é calculada sobre a soma dos custos com as despesas
variáveis e não sobre a soma do total de custos com o total das despesas, como ocorre
no custo por absorção.
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
É um método muito mais flexível que o baseado no Custeio por Absorção, uma vez que
permite aceitar pedidos de clientes mesmo que os preços propostos de compra sejam
inferiores ao custo unitário total de produção.
É necessário apenas que o preço seja superior à soma dos custos e despesas variáveis
por unidade para que a margem de contribuição unitária seja positiva e passe a amortizar
os custos e despesas fixas e a dar lucro para empresa
Após isso, a margem a ser aplicada deverá cobrir, além da rentabilidade mínima
almejada, também os custos e despesas fixos, que não foram alocados aos produtos.
MARK-UP
PIS/COFINS;
ICMS;
Comissões;
Despesas Administrativas;
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Exemplo Prático
A seguir é demonstrada a forma de determinação do preço à vista, utilizando-se o custeio
por absorção e o custeio variável.
Determinação do “Mark-Up”
Comissão - 5% 48,22
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MC = 40%
13 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Para que a situação futura planejada possa ser atingida, faz-se necessário traçar um
plano estratégico, que deverá orientar e controlar as medidas e operações necessárias
para a consecução dos objetivos propostos.
O planejamento estratégico procura estabelecer metas que, se atingidas, possibilitarão à
empresa alcançar estes objetivos definidos. Desse modo, ele indica a forma e os meios
através dos quais estas metas serão alcançadas a curto e médio prazos. As metas, para
serem factíveis, devem levar em consideração o cenário em que a organização atua e o
meio ambiente onde ela vive. Devem incluir também uma avaliação realista quanto aos
recursos humanos, materiais e tecnológicos existentes na entidade e quanto aos que se
encontram acessíveis e podem ser adquiridos.
O planejamento estratégico em nível operacional e gerencial inclui também a definição
dos setores envolvidos com metas, objetivos e atribuição das responsabilidades inerentes
a cada área.
A situação futura projetada é aquela obtida com base nas informações e nos números do
orçamento. Ela é mensurada através de uma projeção das demonstrações contábeis e
financeiras para um período futuro, decorrente do processo orçamentário.
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PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
13.4. EXECUÇÃO
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A situação real da empresa é comparada com a que havia sido anteriormente projetada
com base nos objetivos e metas definidos no orçamento e demonstrações contábeis e
financeiras projetadas. Essa comparação termina por cobrir todo o processo, já que inclui
o seguinte:
Uma comparação entre os valores orçados e os efetivamente realizados. As causas das
variações são apuradas, as áreas responsáveis são identificadas e medidas corretivas
são
propostas e adotadas.
A etapa final deste processo é a avaliação da execução realizada com base nas
conclusões decorrentes do processo de comparação de valores projetados e realizados,
conforme indicado no tópico anterior. Com esta avaliação, identificam-se as áreas que
necessitam de reestruturação e as metas e os objetivos que devem ser reavaliados.
13.9. ORÇAMENTO
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• Projeção do futuro;
• flexibilidade na aplicação;
• participação direta dos responsáveis;
• grau de acerto aceitável;
• adaptabilidade ao ciclo operacional;
• capacidade de demonstrar com rapidez pontos problemáticos;
• Indicar decisões corretivas através de relatórios emitidos.
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O hotel deve escolher, o orçamento que melhor se adequar aos objetivos – ferramenta a
serviço do gestor.
Orçamento que estima receitas para vários níveis de ocupação do hotel e projeta custos /
despesas para estes níveis, possibilitando melhor controle e avaliação de desempenho.
As discrepâncias entre planejado e desempenho real podem ocorrer por três razões:
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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