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Pedro Markun

Diretor

Felipe Meyer
Daniela Silva
Editores

Daniela Silva
Felipe Meyer
Júlia Almeida Alqueres
A primeira empreitada do Jornal de fizemos bastante sucesso com a camiseta distribui-los no sábado, quando levaremos
Redação
Debates na FLIP foi realizada em do Bob Esponja levando a pergunta "Pra a leitura para além das correntes do centro
situações precarias. É certo que nem tudo que serve um intelectual?" –, mas também histórico, libertando conhecimento pela
Aristeu Nogueira
mudou: naquela época, já vínhamos de propusemos uma linha mais séria de Grande Paraty.
André Cervinskis
São Paulo na mesma Quantum/93 a álcool debates, como o da regulamentação da
Cida Almeida
que nos trouxe a Paraty hoje, e também já profissão do escritor. Produziremos também um podcast
Colaboração
usávamos camisetas provocativas – que diário na redação do jornal, com
então ecoavam a máxima de Nelson Também em 2008, lançamos na FLIP o transmissão ao vivo pela internet. Quem
Felipe Meyer (diagramação)
Rodrigues, em tom inquisitivo: "Toda una- projeto Livro Livre, com a proposta de quiser nos acompanhar mais de perto,
Novaes (ilustração)
nimidade é burra?". retirar a poeira dos livros nas estantes e pode pedir informações para o pessoal do
Capa
dar a eles uma nova vida, libertando-os Jornal de Debates, identificados nas ruas
A equipe, em 2007, éramos apenas eu efetivamente. Distribuímos cerca de 400 de Paraty por suas memoráveis
Felipe Meyer
e a Bianca Santana. Ficamos hospedados livros para moradores e visitantes camisetas. Ou então é só bater lá na
Diagramação
em uma barraca no Quilombo do (lembrando que livros livres não são cozinha da nossa redação pra tomar um
Campinho, a 20 quilômetros do festival. presentes para ficar na estante, e que eles café (por favor, tirem os sapatos!), e aí
Daniela Silva
Ainda assim, a experiência foi suficiente deveriam ser lidos e repassados para conversamos melhor.
Revisão
para entendermos que o Jornal de De- outros leitores), gerando curiosidade e
bates tinha uma missão fundamental na interesse por onde passávamos. Grato,
Jornal de Debates é um informativo
FLIP: promover a discussão e estimular a Pedro Markun
gratuito publicado e distribuído pela
reflexão critica pelas ruas de Paraty, Agora, em 2009, já nos sentimos
Nunklaki Comunicações. Venda
aproveitando o fervor dos intelectuais e a efetivamente parte da Festa!
expressamente proibida.
cumplicidade à meia-luz dos botecos da
cidade. Com uma redação muito melhor
Publicidade estruturada, localizada no centro histórico,
(24) 8146 7930 A missão gerou quarenta ao lado da livraria Nova Paraty, acre-
(11) 9257 4276 depoimentos, registrados em vídeo e ditamos que vamos interagir muito mais
comercial@jornaldedebates.com.br disponibilizados no site www.jornal com a dinâmica da cidade. O Jornal
dedebates.com.br. A resposta dos também cresceu e ganhou 12 páginas,
colaboradores, longe de ser unânime, com capa e contra-capas coloridas. Abri-
Tiragem: 3.000 exemplares mostrou a diversidade de pessoas e mos espaços para colaborações literárias
pensamentos que coexistem dentro dessa e intervenções artísticas da galera da
Apoio mesma festa. flipinha, além de microcontos e de uma
agenda que queremos construir colabo-
No ano passado, 2008, conseguimos rativamente, recebendo informações pela
mobilizar uma estrutura de trabalho internet e pelo celular, e republicando tudo
melhor. Apoiados pelo IG e pela Imprensa de legal que vai acontecer na OFF-OFf-
Oficial, alugamos, durante a FLIP, uma Off-off flip!
Realização pequena redação, a 2km do centro da
cidade, de onde produzimos a primeira Vamos fazer novamente o mutirão do
versão desse jornal. Na época, ele era LivroLivre, e contamos com vocês para
uma folha A4 frente e verso, que servia nos ajudarem, tanto deixando livros na
como mecanismo de feedback para o site. caixa de coleta que ficará na frente da
Mantivemos o tom provocativo – aliás, nossa redação, quanto ajudando a

Esse jornal está licenciado em Creative


Commons. Isso significa que, em vez dos Em 2008, a Festa Literária Interna-
direitos sobre ele serem reservados totalmente cional de Paraty homenageava o escritor
"Ao vencedor, todas as "Você tem que buscar, como
aos seus autores ou ao Jornal de Debates, eles brasileiro Joaquim Maria Machado de batatas, porque é justo quem vencedor, as suas batatas,
estão sendo compartilhados muito mais
pessoas – que podem portanto copiá-lo,
Assis, criador dos maiores clássicos da ganhar levar a melhor. Na porque se você não for buscá-
literatura brasileira como Dom Casmurro,
distribui-lo e remixá-lo, considerando algumas
Memórias Póstumas de Brás Cubas e
guerra, vale tudo." las, ninguém irá por você."
condições:
Quincas Borba. O Jornal de Debates não Marina, estudante Jane Machado, arquiteta
Atribuição. Você pode copiar e poderia fazer diferente e decidiu abrir o
distribuir esse jornal, assim como as seu ciclo de discussão na Flip com a
ilustrações e os textos aqui publi- questão: ao vencedor, as batatas?
"Você não pode esquecer os "Acho que aos vencedores, os
cados. Mas é essencial que você A célebre frase sintetiza a teoria do ideais em função das batatas." chuchus, pois eu não acredito
atribua o crédito a aos seus autores,
citando o seu nome toda vez que você for
humanitismo, criada por Machado de Elizabeth Olinto Costa, nem em vencedores nem em
Assis para o seu personagem-filósofo
reproduzir os seus textos ou utilizá-los em
Quincas Borba, que apresenta o "caráter
professora/tradutora perdedores."
outros trabalhos.
conservador e benéfico da guerra": o ser Ryana Gabech, poetisa
Compartilhamento pela mesma humano deseja a vitória sobre o outro "Aos vencedores que,
Licença. Você pode utilizar esse mesmo que para isso tenha que prejudicá-
jornal e tudo o que encontrar dentro lo. Segundo Borba, a guerra é uma situ-
simplesmente, usam de meios "Na guerra não vale tudo, o
dele para construir novas obras, ação inevitável, em que um lado precisa ilícitos e que conseguem ideal é dividir as batatas com
textos, desenhos, artesanatos. Mas como dese-
jamos que o conhecimento, a cultura e a
morrer para que o outro sobreviva. É a lei vencer na vida por meio de os perdedores."
do mais forte.
informação se mantenham livres, pedimos que
Confira a seguir algumas das
algumas situações que não Sindy Oliveira, estudante
você também escolha licenças brandas na hora
de licenciar as produções que derivem do que respostas dadas por visitantes da FLIP do são adequadas, as batatas
você encontra aqui. ano passado, e aproveite para dar sua não são merecidas."
opinião em www.jornaldedebates.com.br.
Eliana Beltrão, professora
Dicionário Popular Brasileiro Texto: Isabel Colucci Arte: Felipe Cunha

O que vem à sua mente quando você escuta palavras


como casa, vida, distância, trabalho, saudade?

No quinto país em área e população do ficação das diferentes línguas entendimento de uma mensagem. fogem das margens rígidas do dicionário
mundo, há mais de dez formas de se dizer portuguesas sob a égide do novo regime Usualmente fala-se do exemplo de Babel, para virem se ocultar e penetrar o campo
"pão". Embora não haja consenso sobre a ortográfico. Este é, pois, um momento com sua torre e o castigo divino das da cultura, da oralidade e dos usos
questão, teóricos indicam a existência de importante para a criação desse diferentes línguas, que acabaram por populares.
11 dialetos derivados da língua portuguesa repositório central de significados, que dê inviabilizar o término de construção.
no Brasil. Mapear os diferentes sentidos, conta não só dos registros dos letrados, Esquece-se, no entanto, que mesmo que Durante a FLIP a equipe do Jornal de
sotaques e modos de dizer é a proposta do mas que - através da multimidia e da exista um só idioma, as interpretações e Debates vai lançar uma primeira versão do
Dicionário Popular Brasileiro, projeto que oralidade - possa acolher o entendimento significados estão tão atrelados às projeto que pretende entender e definir
vai criar um mosaico audiovisual de sig- daqueles que não conseguem ou não individualidades e aos valores regionais "Dicionário", "Popular" e "Brasileiro". Para
nificados, composto pelas percepções de querem transpor as barreiras técnicas da que acabam por muitas vezes tornando-se participar, basta gravar um vídeo-
pessoas das várias regiões, etnias, escrita. também ruído. O Dicionário Popular depoimento e enviar através de www.dici
crenças e classes sociais do país. Brasileiro surge com o intuito de explicitar onariopopular.com.br ou procurar
Em teoria de comunicação, chama-se essa realidade, trazendo à tona os alguém de nossa equipe.
Enfrentamos a iminência de uma uni- de ruído toda a interferência que dificulte o multiplos significados das palavras, que
O Diabolô da Augusta Crônica
Mariana Ruggieri
Pedi um copo de uísque para aquecer minutos, percebi que ele não parecia dar desajeitado em minha direção. No rosto do Nunca antes tinha visto alguém tão
a goela na tarde fria. Os prédios lá fora conta dos seus arredores, completamente menino, detectei um ar de assombro, constante, tão apático com os aconte-
enquadravam o céu em leituras tene- absorto pelo seu brinquedo. Observei-o rebocado por um sorriso insano. Temi pela cimentos adjacentes. O olhar sempre
brosas. Eu tinha um apego bizantino à em silêncio por alguns tragos e então sua imperturbabilidade. Peguei o objeto e boiando, sonâmbulo, como quem se
observação detalhada de todas as coisas chegou meu amigo, artista irreparável, e dirigi-me até ele, pronto a devolvê-lo. esquece de enxergar. Perdi-o na Sé, esse
que não podia apreender. Tímida, reduzia- tomamos mais algumas doses de uísque. Tomou-o de volta das minhas mãos em um grande cômpito paulistano, talvez pelo
me sempre aos cantos escuros dos Ocasionalmente esgueirava em sua assalto e subiu peremptório a rua. Segui-o, empurra-empurra, talvez pela descon-
estabelecimentos abarrotados da cidade. direção para certificar-me de que ele ainda meu amigo logo atrás sem nada entender. fiança de que o meu chinesinho não
Espiava por muitas janelas em um voyeu- estava lá, torcendo para que meu olhar Desceu as escadas da estação Conso- passasse de um moinho quixotiano – uma
rismo inconspícuo pelo qual temia ser fosse interceptado pelo seu. O menino, lação, passou debaixo da catraca e comparação óbvia, porém certeira.
descoberta. Abri um livro de poemas do porém, não fitava nada se não o diabolô. postou-se, recomposto, a esperar os Lembrando da gravidade do jogo, percebi
Lee Harwood e debrucei-me sobre as Evidenciei o chinesinho para o meu amigo, vagões. Acompanhei-o de longe, sem ser que eu nunca conseguiria dar atenção
páginas, aproximando o rosto a cada que, embora não tão convencido de que visto, ou assim penso. Meu amigo, simultaneamente àquela voz terríssona
estrofe. No man an island (ha-ha Buddha). não se tratava de um japonesinho, visivelmente confuso com o meu compor- dentro de mim e à sua voz provavelmente
Na esquina havia um menino chinês – era pareceu ficar igualmente fascinado pela tamento, anunciou que ia para casa e me límpida, mas eu sentia com todos os fiapos
só olhar bem os olhos para ver que não era figura inusitada. É um dândi moderno, aconselhou a fazer o mesmo. Acome- de tentativa latejando dentro de mim que
japonês – brincando com um diabolô de chegou a dizer; comentário ao qual não dei timentos de pânico assim são normais, eu poderia, se me esforçasse, escutar a
madeira. Ao início imaginei que ele pedia muita bola pelo seu reconhecível exagero. disse ele, é um mal da modernidade. Vá primeira e confiá-la a ele, a ele e a mais
dinheiro no farol e tinha encontrado no Pedimos a conta, meu amigo e eu, a qual para casa, leia um livro, distraia-se. Não o ninguém no mundo. Segui, desamparada,
diabolô uma inovação para concorrer com foi paga por ele, já que me devia da quinta- obedeci; seu diagnóstico equivocado. meu caminho, sem virar o rosto ou tentar
as milhares de outras crianças mala- feira passada. Ao pisar no calçamento, Enfiei-me discretamente no mesmo carro uma segunda busca pelo menino, rumo à
baristas da cidade. Mas passados alguns veio o diabolô rolando como um pião que o chinesinho. Baldeamos no Paraíso. estação Consolação.

Arte: Felipe Cunha


Resposta a Manuel Bandeira
Aristeu Nogueira Seja um colaborador do
“Vi ontem um bicho / Na imundície do Hoje não é mais sujeira.
pátio / Catando comida entre os detritos./ O que diz o último laudo?
Quando achava alguma coisa, / Engolia É o “humanae habitat” ou nicho.
com voracidade. / O bicho não era um cão, Desenvolvemos raças de cães
/ Não era um gato, / Não era um rato. / O Que nem vivem mais como bichos,
bicho, Meu Deus, / Era um homem.” Mas para os homens nem pães:
Continuam comendo lixo.
– Manuel Bandeira (1886-1968) Não têm nem mais a vaca como mãe
E o estoque de restos tá mixo.
Após tanto tempo, óh Manuel Inúteis transgênicos e genoma
Da sua indignação Com lucros enormes e não fixos.
Quero que chegue aos Céus Deus cria a vida e o doutor toma Durante todos os dias da Flip, o Jornal de Debates
A atual situação: Registrando inclusive a patente. publicará colaborações nesse espaço. Se você
Agora somos canibais, Desnutridos e em estado de coma
Quando milhões vivem ao léu Ironia cada vez mais latente. escreve contos, poemas ou crônicas e quer
Nutrindo-se das lixeiras de hospitais. Cadê o ensinamento de Roma? participar, fale com a redação pelo e-mail
No seu tempo uma civilização Qu’eu num traGO MORRA,
Surgia em torno de uma igreja. Dando adeus aonde o diabo SÓ contato@jornaldedebates.com.br.
Hoje é em torno do lixão DOMA.
Onde o Governador beija e verseja. Enquanto persisto nesta zorra
Seu texto, assim como tudo o que sai no JD
Ratos e moscas varejeiras, Carrego uma triste verdade: durante a FLIP, será publicado em Creative
Cruz sanitária do seu amigo Osvaldo, A que como como um frade.
Commons (veja o que isso significa na página 2).
Basta seguir as instruções abaixo e utilizar o tabuleiro disponível nas páginas 6 e 7. Cada pergunta no tabuleiro está identificada por uma letra,
correspondente ao verbete onde se encontra a respectiva resposta, por isso, se você não sabe a resposta, sinta-se à vontade para conferir na
matéria Manuel Bandeira For Dummies se você acertou ou errou. Claro que, para manter o bom clima no jogo e não deixar que ninguém lhe
acuse de espiar as respostas das outras perguntas, sugerimos que você deixe a cargo de alguém de fora a tarefa de conferi-las.

Texto: Felipe Meyer Arte: Felipe Cunha

O Livro Livre é uma iniciativa do No entanto, diferentemente do onde possa ser encontrado por um
Jornal de Debates que visa difundir o bookcrossing - focado na troca indi- novo leitor.
hábito da leitura e formar novos vidual de títulos entre bibliófilos - o
leitores. O conceito é livremente ins- Livro Livre trabalha com a ideia de Qualquer pessoa pode cadastrar
pirado no bookcrossing, prática Blitz Literárias: ações em que um um livro para ser libertado no site do
surgida nos Estados Unidos e que grande volume de livros é libertado em Livro Livre (www.livrolivre.art.br),
conta hoje com mais de 600 mil um curto espaço de tempo, permitindo tomando o cuidado de imprimir a
participantes em cerca de 130 países. uma maior interação com o público, etiqueta e colá-la na parte interna da
Criado pelo programador Ron que absorve melhor a proposta da obra, com o código informado. Ao colar
Hornbacker em 2001 como forma de iniciativa e passa a ter maior interesse uma etiqueta no interior de um livro e
rastrear livros pela internet, o em participar do projeto. deixar o mesmo em um bar, café,
bookcrossing virou um fenômeno que praça ou outro local público, é quase
ultrapassa barreiras geográficas e até Os livros participantes dessa ação como se o leitor estivesse presen-
mesmo temporais. contínua são identificados por uma teando o livro com sua "carta de alfor-
etiqueta em seu interior que avisa ao ria", dando-lhe liberdade para con-
A ideia por trás do Livro Livre é a de leitor logo na primeira leitura: "Este quistar e encantar outras mentes.
que os livros não possuem donos e livro não é um presente". A etiqueta
são na verdade um patrimônio cultural traz ainda um código que, quando A primeira Bliz do Livro Livre acon-
da humanidade. Por isso, devem ser digitado no site do projeto, permite que teceu durante a sexta edição da FLIP -
continuamente transferidos para as o leitor adicione críticas e comentários Festa Literária Internacional de Paraty
mãos de novos leitores em vez de ao banco de dados do Livro Livre, além - quando foram distribuídos à popula-
serem esquecidos em estantes e de acompanhar os lugares por onde ção local e turistas cerca de 400 livros.
prateleiras, acumulando poeira e aquela obra já passou antes de chegar
relegados à mera condição de objetos às suas mãos. Ao receber o "não- Hoje já são mais de quatro mil
decorativos ou itens de coleção. É presente", o leitor assume o com- obras libertadas, um número ainda
como se o mundo todo fosse uma promisso de passá-lo adiante após a muito distante das ambições do
grande biblioteca. leitura, deixando-o em um local público projeto.

No sábado, dia 4 de julho, o Livro Livre irá realizar uma nova Blitz Literária em Paraty, saindo da redação do Jornal de Debates
(ao lado da Livraria Nova Paraty) e percorrendo todo o centro histórico e parte da cidade. Enquanto esse dia não chega,
aproveite para alforriar seus livros esquecidos, deixando-os na caixa de coleta disposta em frente à nossa redação.
Livro Livre. O mundo é uma grande biblioteca.
Texto: Felipe Meyer Arte: Gil Tokio

A Q
n u
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ta s oi
r, ca R

infância? Acerte e

erre e volte oito


ande dez casas,
encontrado na
Bandeira dizia ter
Que grande escritor
ne s os
a
se nh s s a?
u
Diga o nome de três er m e
ra a
figuras religiosas r.
presentes na obra de
Bandeira. Ande duas

F
I
Z
casas para cada acerto.

Ba
qu nde
ca e re ira d

F
iní sas ligiã ecla
cio se o? ra
se ace An va s
err rta de er
Qual o poeta favorito Em que cidade ar. r, v dez de
olt
de Bandeira? Ande 5 nasceu o poeta? ea
casas se acertar. Volte o
Ande seis casas se

D
ao início se errar. acertar ou volte
E quatro se errar.

B
vinte casas.

al
a

E erra
An erta
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ac r.
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Pegue o trem e pule

de de t r ou
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cada erro.
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Qu Man rês volt


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ão ra?
erre e volte seis.

ai

pr l Ba as s uas

em que ano? Ande


se

Bandeira traduziu e
Que obra de Brecht
época áurea de Pasárgada?
Quem governou a Pérsia na

Acerte e ande quatro casas,

três casas para cada


acerto, volte duas para
sa r r p um
as a
s. du ar
ca olta do ha
v ga l
jo sco
E

Bem-vindo a
Pasárgada!
O Rei lhe espera!

Qual a altura do poeta?


Acerte e ande cinco
R casas, erre e volte uma
para cada centímetro de
diferença.

De que doença Bandeira


adoeceu aos dezoito
T anos? Acerte e ande
duas casas, erre e volte
seis.

Diga três frutas das quais não


gostava o poeta. Ande ou volte
H três casas para cada acerto ou
erro.

Qual foi o primeiro livro Faça a um outro jogador uma


inteiramente modernista pergunta sobre o poeta. Se ele
L de Bandeira? Acerte e acertar, você anda cinco casas e
ande seis casas, erre e ele dez. Se errar, ele volta dez e
volte duas. você cinco. Ele não pode se abster.

On
e d
N sco e go
A "n n st
Ba amo der a ava
an de ada pri de s
n r
err de t ira? " de meir e
Que profissão e e rês Ac a
Bandeira sonhava em vo cas erte
lte as e
exercer? Acerte e qu ,
atr
ande uma casa, erre e o.
fique onde está.
Caricatura de Bandeira pelo
A face ignorada de Manuel Bandeira pintor Emiliano Di Cavalcanti,
que em 1919 ilustrou o livro
‘’Carnaval’’ do poeta.
André Cervinskis
A vida expressa em verso. Este foi Andrade usou em sua coletânea de foi, dominando os gêneros da prosa
o grande objetivo desse pernam- crônicas do poeta (ele recebeu essa (crônica) e da poesia, em que foi rei.
bucano ilustre e para o qual dedicou homenagem já com oitenta anos, em
toda sua vida. A poesia poderia ter 1965); e Reis vagabundos, Ed. do Foi através do tradicional, nas
sido e não foi seu consolo na vida e na autor, em 1966. escolas parnasiana e simbolista, que
doença. Sem dúvida, quem vier a ler Bandeira aprendeu a amar as artes;
Bandeira não sairá com a mesma Em todas essas crônicas, Bandeira mas se revelou plenamente no revo-
visão da realidade, pois descobrirá mostra-se o homem que retira do lucionário, no inovador. É por isso que
que as palavras traduzem a beleza, a cotidiano lições de vida. Além disso, se realizou plenamente no moder-
tragédia e o profundo humor que a merece destaque o coloquial, nismo. Na verdade, com Oswald, que
vida traz dentro de si. presente no poeta moderno, entran- representava o próprio sarcasmo e
hando-se também, no cronista, gírias com Mário, eterno desbravador,
Escrevia numa linguagem aces- como: "abagunçado", "ficou pra tia", "é Bandeira conseguiu formar a "trinca"
sível, agradável, familiar, que, como de morte" etc., que colocam o leitor modernista que, com seu humor
em sua poesia, antes de assustar, dentro de seu tempo, de modo a fazê- crítico, fecha com bravura.
convidava o leitor a adentrar cada vez lo reconhecer o mundo em que vive,
mais no mundo da crônica. Dentro na crônica que lê. Constituem ver- Só ele tratou a palavra com
desse estilo todo próprio foi publi- dadeiros instrumentos para o leitor tamanha ludicidade; só ele alcançou
cando seus livros: Crônicas da tomar conhecimento de quatro déca- tão refinado ritmo; só ele consagrou o
Província do Brasil, editado pela das da vida brasileira, precisamente humor como traço característico do
Civilização Brasileira, em 1937; de 1917 (data da primeira crônica) e modernismo; e só ele alcançou a arte
reunindo crônicas escritas para os 1957 (quando a produção bissemanal suprema do verso livre com uma
jornais: A Província, do Recife, então encontrava-se em seu auge, pontuação ritmada. Só ele destacou o
dirigido por Gilberto Freire; O Estado transformando-se em plena obra de social sem meias-palavras e a política
de Minas, de Belo Horizonte; o Diário arte). com uma imparcialidade incomum aos
Nacional, de São Paulo; Flauta de artistas em geral.
Papel, publicado em 1957 pela Poucos são os artistas que con-
Alvorada Edições de Arte, com seguem conviver tão bem com dois É por isso tudo que Bandeira é um
crônicas em sua maioria oriundas do gêneros tão diferentes, da forma dos maiores poetas da modernidade André Cervinskis é produtor cultural,
estudioso da obra bandeiriana e autor do livro
Jornal do Brasil; e, finalmente, maravilhosamente honrosa que literária no Brasil. E é por isso que seu A Identidade do Brasil em Manuel Bandeira.
Andorinha, Andorinha, título de um Bandeira conseguiu. É mais uma nome ainda hoje é exaltado no meio Leia a versão integral desse artigo em
poema seu que Carlos Drummond de performance do artista completo que artístico-literário nacional! www.jornaldedebates.com.br/flip

Estátua do poeta às
A prosa da vida inteira de Manuel Bandeira
margens do rio Capiberibe Cida Almeida
Ultimamente, o que mais tenho alma e identidade. E Bandeira, sem- Interessava-se por arquitetura,
feito na vida é bestar. E com toda a pre sintonizado com o homem da rua, música, balé, pintura, violão, desenho,
fineza da conjugação e o bom humor revela o Brasil para os brasileiros. escultura e conversas do homem da
do verbo preferido de Manuel Ban- Esse é um legado da prosa de rua.
deira: bestar. E o melhor de tudo, Bandeira que se incorpora ao nosso
bestando com a prosa viva e inteli- patrimônio. E está ao alcance da mão, E apesar dos pulmões compro-
gente de Bandeira, o velho bardo que nos livros. metidos pela tísica (tuberculose), da
nos legou uma vida inteira de poesia, qual felizmente se curou, o homem
mas também uma prosa deliciosa de Cada crônica é uma aula de Brasil, tinha fôlego e tenacidade. Nas suas
se ouvir, mesmo agora, vinda lá dos porque o circunstancial em Bandeira é prosaicas escrevinhações Bandeira
confins do século passado. valioso. E Bandeira atualiza o Brasil debruça o olhar sobre a imensa janela
para além do século em que viveu e do Brasil de seu tempo e de outros
E tenho bestado em todos os produziu a sua obra. Arqueólogo da tempos e vai lustrando o espelho de
sentidos da palavra com Manuel. nossa alma mergulhou no fundo do nossas artes e artimanhas. Muito bom
Assim, fico besta de pura admiração, poço dos nossos primórdios para viajar com Bandeira pelas crônicas da
de ver o quanto a prosa de Manu é resgatar das sombras das verdes Província do Brasil, ouvir a sua sen-
instigante, divertida, bem-humorada e matas a nossa produção artística. sível Flauta de Papel perenizada nas
instrutiva; e ando bestando de páginas dos jornais e segui-lo nos
vagabundear mesmo, indo ao léu das Entre uma poesia e outra, os altos vôos brasileiríssimos de Andorinha,
coisas, ao sabor do vento, sem e baixos da saúde precária, o ofício de Andorinha (publicação póstuma,
compromisso e nem grandes preocu- professor, a predileção comovente organizada por Carlos Drummond de
pações na minha inquieta navegação pelas janelas e pelas ruas, Bandeira Andrade), com aquela vontade de um
pelo mundo da leitura. Digo: é uma estudava. E estudava muito. E de seus versos batendo asas de
das melhores coisas do mundo bestar estudava com dedicação e esmero andorinha no corpo da gente, passar a
com Manuel Bandeira. Um livro atrás metódico de historiador. Lia relatórios, vida à toa, à toa, bestando, bestando
do outro; vários livros ao mesmo documentos de sacristia, livros e mais com a riqueza nossa de sua prosa que
tempo. livros de historiadores de outros também dá em poesia.
tempos e de além-mar e escrevia
A prosa de Bandeira é essencial cartas para estudiosos e bibliotecas Cida Almeida é jornalista e poetisa. Lançou
em 2008 o livro de poesias Flor da Pedra,
para se compreender melhor o Brasil, mundo afora. E Bandeira não se com apoio da Lei de Incentivo à Cultura da
os nossos artistas, as obras que contentava apenas com a pesquisa Prefeitura de Goiânia.
compõem o painel profundo de nossa documental e livresca, ele viajava. Leia a versão integral desse artigo em
www.jornaldedebates.com.br/flip
Participe pelo celular das edições
especiais do Jornal de Debates.
#cartas E enquanto anoitece, vou #sapos vede como primo em comer a primeira vez que eu vi #teresa, Envie seus microcontos por sms
lendo, sossegado e só, as cartas os hiatos! que arte! e nunca rimo os achei que ela tinha pernas para 81467930 (não esqueça de
se identificar). Amanhã, quinta-
que meu avô escrevia a minha avó. termos cognatos. estúpidas. achei também que a cara feira, o tema da edição é
parecia uma perna. Quadrinhos.
#bodaespiritual E te amo como #epilogo Eu quis um dia, como Você também pode mandar seus
sem ama um passarinho morto. Schumann, compor um carnaval #mozartnoceu a Virgem beijou-o na microcontos pela internet,
usando o site de microblogging
todo subjetivo: um carnaval em que testa, e desde então Wolfgang Twitter (http://twitter.com). É só
#sorriso Vinha caindo a tarde. Era só o motivo fosse meu próprio ser Amadeus Mozart foi o mais moço escrever a tag #jdflip na
um poema de agosto. A sombra já interior. dos anjos. mensagem. Ou então mande
encantava as moitas. A umidade e-mail para
contato@jornaldedebates.com.br.
aveludava o musgo. E tanta #filhadorei aquela cor de cabelos #voumeemboraprapasargada Lá
suavidade. Havia, de fazer chorar que eu vi na filha do rei – mas vi tão a existência é uma aventura, de tal
nesse sol-posto. subitamente – será a mesma cor da modo inconsequente, que Joana, a
axila, do maravilhoso pente? como Louca de Espanha, Rainha e falsa
a #antonionobre Mas tu dormiste agora saberei? demente, vem a ser contraparente
em paz como as crianças. Sorriu a da nora que nunca tive.
Glória às tuas esperanças. E beijou- #vulgivaga esse era médico. um,
Procura-se: o melhor ponto de
te na boca... O lindo Som! poeta. outro, nem sei mais. tive em #poetica não quero mais saber do encontro da Flip. Envie suas
meu leito enciclopédico todas as lirismo que não é libertação. sugestões de eventos que
#bacanal quero beber! cantar artes liberais. acontecem em Paraty amanhã,
asneiras. No esto brutal das quando vi #teresa de novo, achei quinta-feira, mas que não fazem
parte da programação oficial do
bebedeiras que tudo emborca, e faz #martelo as rodas rangem na curva que os olhos eram muito mais velhos Festival, por sms para o número
em caco... #evoébaco! dos trilhos. Inexoravelmente. que o resto do corpo (os olhos 81467930.
nasceram e ficaram dez anos Você também pode mandar suas
#vulgivaga Não posso crer que se #maçã por um lado de vejo como um esperando que o resto do corpo sugestões de Agenda pela
conceba do amor senão o gozo seio murcho. pelo outro te vejo como nascesse). Da terceira vez, não vi internet, usando o Twitter. É só
escrever a tag #jdflip na
físico! O meu amante morreu um ventre de cujo umbigo pende mais nada. mensagem. Ou então mande e-
bêbado. E meu marido morreu ainda o cordão placentário. mail para
tísico. assim eu queria que fosse meu contato@jornaldedebates.com.br.
#último poema.

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