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2.4.

8 PAREDES TROMBE

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As Paredes Trombe (não ventiladas) não necessitam de novamente o vidro duplo. O calor que se acumula neste espaço
manutenção e funcionam como radiadores gratuitos, vai progressivamente aquecendo a parede de betão, penetrando
aquecendo os espaços em que se encontram, sempre que depois de algumas horas até à face interior. O calor que é
haja sol no Inverno. libertado para o interior da habitação por irradiação pela
Parede Trombe, aumenta o conforto no Inverno e reduz,
As Paredes Trombe (não ventiladas) têm a capacidade de consideravelmente, a necessidade de aquecimento.
acumular o calor dos raios solares durante os dias de Inverno
com céu limpo, que são os dias mais frios, e transmitir de A integração da Parede Trombe na Arquitectura é relativamente
noite o calor acumulado para o interior dos espaços, o que é simples. Vista pelo lado exterior, aparenta ser uma janela e,
particularmente positivo no contexto climático Mediterrânico. pelo interior, assemelha-se a uma parede comum. As Paredes
Durante o Verão, estas paredes, que são exclusivamente Trombe (não ventiladas e correctamente dimensionadas) são
orientadas a Sul, não têm capacidade significativa para colocadas nos alçados orientados a Sul, nos espaços em que
acumular os raios solares, dado que o sol incide num ângulo se pretende receber ganhos solares indirectos durante os
muito íngreme sobre o vão envidraçado que as protege, meses frios do ano, aproveitando, durante a noite, o calor que
resultando na reflexão da maior parte da radiação. acumularam durante o dia. Esta medida contribui para
aumentar o conforto térmico e para reduzir as necessidades
A Parede Trombe (não ventilada) é composta por um vão energéticas dos edifícios habitacionais com alçados orientados
envidraçado com vidro duplo orientado a Sul, por uma caixa- a Sul.
de-ar com, aproximadamente, 20 mm e por uma parede de
betão com, aproximadamente, 200 mm de espessura (a As Paredes Trombe são sempre orientadas a Sul, porque
dimensão e densidade do betão devem ser especificadas pelo apenas nesta posição é possível captar a maior intensidade
Engenheiro Térmico) que, na face exterior, é pintada com uma da radiação solar (período entre o final da manhã e o início
cor muito escura que potencie a absorção dos raios solares da tarde). Esta orientação favorece a baixa altitude solar
e, na face interior, estucada e pintada, ficando com um aspecto (Inverno), sem prejudicar o conforto com ganhos indirectos
idêntico a qualquer outra parede na habitação. Quando os excessivos durante o Verão.
raios solares de Inverno atravessam o vão envidraçado da
Parede Trombe (não ventilada) acontece o fenómeno QUANTIFICAÇÃO DO IMPACTO DA MEDIDA
denominado “Efeito de Estufa”, em que os raios solares, por Uma Parede Trombe pode satisfazer até 15% das necessidades
alteração da frequência de onda, ficam acumulados na caixa- de aquecimento no período de Inverno quando correctamente
de-ar, entre o vidro e o betão sem conseguirem atravessar dimensionada e orientada a Sul.

Dia: as paredes Trombe colocadas por baixo de uma janela absorvem o As Paredes Trombe (não ventiladas) podem ocupar a totalidade de um
calor da radiação solar. vão ou apenas parte de um vão, ficando integradas com uma janela.
Uma Parede Trombe (não ventilada) que ocupa uma faixa na altura do
Noite: as paredes Trombe colocadas por baixo de uma janela libertam assento, por baixo de uma janela, proporciona conforto junto da janela,
o calor acumulado para o interior dos espaços. também durante o Inverno.

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Segundo o Professor Nick Baker, a transferência de calor por a Parede Trombe pelo exterior (ver desenho de pormenor),
uma Parede Trombe é de cerca de 18min por cada 10mm de que devem ser montados (e manterem-se desmontáveis) pelo
espessura. Numa parede de 200mm de betão, a parede retarda exterior, no caso de substituição desse vidro.
em 6 horas (18*20=360min=6h) a irradiação do calor
armazenado. Com o início da absorção da radiação solar no Outro cuidado importante a ter na pormenorização e execução
Inverno por volta das 12h (11h solares), a parede começará de uma Parede Trombe é o isolamento térmico em volta da
a irradiar calor para o espaço interior por volta das 18h (fim caixa-de-ar que separa o vão envidraçado da parede de betão,
de tarde, início de noite). para que o calor acumulado não seja libertado sem ser através
do próprio betão.
PORMENORIZAÇÃO
A pormenorização é essencial para uma boa execução do
projecto. Dado que as Paredes Trombe são um pormenor
construtivo ainda pouco comum, é essencial que este seja
minuciosamente pormenorizado para que o resultado seja
aquele que se pretende. Um aspecto muito importante é o
pormenor dos bites do caixilho do vão envidraçado que protege

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Nota: Os bites dos caixilhos das paredes “trombe” estarão sempre colocados na face exterior do vão permitindo a desmontagem e limpeza do
mesmo.

O fornecedor de materiais de construção – betões, argamassas e agregados – contempla todos os aspectos relacionados com a construção
sustentável descritos no âmbito desta medida. Para obter mais informação especifica do gabinete de informação e apoio técnico:
Betecna - Betão Pronto SA - Lafarge
Rua Quinta das Palmeiras 91-1º A|B|C. 2780-154 Oeiras
Tel: +351 214 569 410 | Fax: +351 214 569 439
E-mail: info@betecna-lafarge.com | www.betecna.pt

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2.4.9 COBERTURAS AJARDINADAS

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Desde tempos recuados, há jardins flutuantes para enriquecer forma criativa, o conforto em espaços exteriores.
o cenário urbano, contribuir para a consolidação de Quando dispomos de áreas que libertam humidade (como o
comunidades e para aumentar o conforto e bem-estar dos fazem as superfícies de água, as áreas com vegetação densa…),
habitantes. a frescura resultante pode contribuir para o arrefecimento
passivo e aumentar, deste modo, o conforto ambiental no
O conceito de tratamento paisagístico dos espaços exteriores interior das habitações adjacentes, bem como reduzir o efeito
permanece marcadamente relacionado com as especificidades de ilha de calor na cidade.
locais e com o controlo das variáveis de conforto climático, Espaços ajardinados, que sejam acessíveis a todos os
através do coberto vegetal nas coberturas edificadas (radiação habitantes do edifício, são contextos ideais para reuniões
solar recebida, sombras projectadas, regime de ventos, regime festivas (durante os meses mais quentes) e são também locais
de chuvas). em que as pessoas podem interagir informalmente e aumentar
a solidariedade e cooperação da comunidade em que habitam.
A plantação de espécies vegetais em áreas de cobertura As áreas de cobertura ajardinada são, certamente, um
resulta na criação de ecossistemas que albergam muitos dos elemento de valorização do edifício também sob a perspectiva
organismos que encontramos na natureza e que são benéficos da sua mera presença no meio edificado, porque enriquecem
para a absorção da poluição atmosférica na cidade, causada o cenário urbano.
pelas actividades humanas.
Neste país, a urbanização é um fenómeno relativamente
As áreas ajardinadas em coberturas tornam-se espaços de recente, pelo que as pessoas se identificam ainda com o meio
atenuação climática do próprio edificado e contribuem para rural e com a natureza. A natureza pode fazer parte integrante
reduzir o impacto dos extremos menos confortáveis do clima da cidade, mesmo à escala dos edifícios, especialmente
exterior. Uma área com densa vegetação junto a um espaço quando é possível integrar em coberturas de um mesmo
de estar semi-exterior protege do sol e do vento e melhora edifício, diversas áreas ajardinadas - sendo algumas privadas
as condições de conforto. Conhecendo as características do e outras semi-privadas às quais têm acesso todos os habitantes
micro-clima local, é possível determinar e moldar, de uma do edifício.
MANUTENÇÃO
As coberturas ajardinadas carecem de atenção e de
manutenção, mas, muitas vezes, são um local em que as
pessoas que habitam o edifício revelam criatividade.

PORMENORIZAÇÃO
É de extrema importância que a impermeabilização, o
isolamento térmico, a terra e as espécies especificados para
as coberturas ajardinadas sejam adequados a este contexto
e uso específico. O sistema de impermeabilização, por exemplo,
deve resistir à perfuração por raízes das espécies escolhidas
e apresentar garantias de funcionamento para um prazo de
10 ou mais anos.
Nota: A boa execução das impermeabilizações é de extrema importância em coberturas horizontais ajardinadas.

O fornecedor de materiais de impermeabilização, responsável também pela sua aplicação, contempla todos os aspectos relacionados com a construção
sustentável descritos no âmbito desta medida. Para obter mais informação especifica do gabinete de informação e apoio técnico:
INTEMPER Portugal, Soluções de Impermeabilização, Lda.
Rua Hernâni Cidade 3, Vale Fetal | 2820 – 653 Charneca da Caparica
Tel: +351 212 555 850 | Fax: +351 212 555 859
E-mail: portugal@intemper.com | www.intemper.com

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2.4.10 ESPAÇOS DE ATENUAÇÃO CLIMÁTICA

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Os espaços de atenuação climática podem ser, entre outros, > Interagir, efectiva e alargadamente, entre o exterior e o
varandas, áreas ajardinadas junto a fachadas de edifícios, interior, explorando o potencial de espaços de transição
recuos na fachada e nichos. São espaços que, apesar de serem (“buffer zones”), permitindo enriquecer a qualidade de vida
exteriores, beneficiam de um grau de protecção das de qualquer pessoa, porque oferecem a possibilidade de
intempéries que os torna habitáveis ao longo de quase todo usufruir do exterior sem sofrer os efeitos menos confortáveis
o ano. Têm também um efeito atenuador em relação à do clima;
optimização do comportamento térmico dos edifícios e > Criar uma transição entre o interior e o exterior,
constituem uma camada de protecção entre o interior e os representando também um enriquecimento estético do
extremos do clima exterior. Na cidade, os espaços semi- panorama urbano pela sua integração no meio construído,
exteriores ou de transição são extremamente importantes, porque, ao criar profundidade nas fachadas, conferem ao meio
porque quando são bem explorados permitem às pessoas edificado mais informação do que uma simples fachada plana
passar mais tempo em contacto com o ar exterior, que, como consegue revelar.
anteriormente referido, tem maior qualidade do que o ar
interior. Criam as condições de conforto para as pessoas se Criar condições de conforto no contexto climático mediterrânico
poderem sentir bem em espaços exteriores, mesmo quando foi um desafio intensamente abraçado pela Universidade de
o clima, por si só, não oferece conforto, permitindo assim que Sevilha que desenvolveu e realizou, no âmbito da Feira
certas actividades mais poluidoras possam ser exercidas no Internacional EXPO '92, um conjunto de espaços exteriores
exterior e não poluam o ar interior. Estes espaços de transição diferentes, extremamente atractivos e com um excelente
conferem uma sensação libertadora. Encontram-se entre desempenho, em termos de conforto. Em alguns destes
duas identidades marcadas (a interior e a exterior) que se espaços exteriores foi possível baixar, em pleno Verão, a
anulam ou se sobrepõem nestes espaços, fazendo com que temperatura em 10ºC, quando comparada com a temperatura
a sua experiência liberte o utilizador das condicionantes que, exterior local, predominantemente através de medidas
normalmente, restringem a sua perspectiva existencial. passivas, mas explorando também algumas medidas activas.
A Universidade de Cambridge, mais precisamente o Martin
Objectivamente, os espaços semi-exteriores contribuem para: Centre, tem igualmente desenvolvido estudos e programas
> Atenuar as intempéries, nestes espaços de transição, ambiciosos e relevantes na área do conforto em espaços
permitindo a sua utilização durante uma considerável parte exteriores.
do ano;

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2.4.11 VENTILAÇÃO NATURAL E ARREFECIMENTO PASSIVO

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No contexto climático português, a ventilação natural é > O ar usado e que transporta as toxinas está, normalmente,
extremamente importante para garantir a optimização do mais quente e sobe;
conforto no interior dos edifícios; utiliza-se um recurso > Pelo impulso natural de se equilibrar e de se estabilizar,
renovável, a temperatura no exterior, e a renovação do ar a o ar movimenta-se sempre do local onde é mais pesado (mais
uma taxa adequada, fundamental para manter no edifício o fresco) para o local onde é mais leve (mais quente);
ar interior com boa qualidade. > Quando o ar que foi aquecido pelas actividades humanas
Durante a época mais quente do ano, uma das formas mais no interior de uma habitação atinge uma superfície mais fria
eficientes para arrefecer a temperatura no interior das nossas (como acontece no Inverno no caso de áreas envidraçadas),
casas é a de ventilar, especialmente durante a noite, quando ele arrefece e, tornando-se mais pesado, cria uma corrente
as temperaturas são mais frescas. Durante uma grande parte de ar descendente junto dessa superfície (efeito de transmissão
dessa época do ano, o ar no exterior apresenta valores de de calor por convecção);
temperatura bastante confortáveis, apesar da grande amplitude > Sempre que o ar se encontra numa zona à sombra, arrefece,
térmica diária. porque os materiais que estão em seu redor irradiam menos
A ventilação dos espaços deriva, por consequência, de dois calor;
processos espontâneos, nos quais o movimento do ar resulta > Sempre que o ar está em contacto com água em movimento
do seu impulso natural para manter o equilíbrio entre tende a baixar a sua temperatura. O efeito evaporativo da
temperatura e pressão: passagem do estado líquido para o estado gasoso aumenta
> Quando incide sobre as fachadas de um edifício, junto de a quantidade de vapor de água presente na atmosfera
fachadas com orientações opostas, o vento local causa uma envolvente, retirando energia do ar e, por consequência,
diferença de pressão no ar presente provocando a sua baixando a sua temperatura;
movimentação (ventilação), sobretudo naqueles espaços que > Em espaços que têm um pé-direito baixo, o ar estratifica-
contactam directamente com duas fachadas opostas, se consoante a sua temperatura, podendo manter zonas de
ventilando através de frinchas, janelas, portas e aberturas; ar usado estagnado;
> A diferença de temperatura, entre o ar exterior e o ar > Em espaços mais altos, idealmente com duplo pé-direito,
interior, também provoca a sua movimentação. Esta ventilação o ar cria circuitos de convecção natural e dilui as toxinas que
acontece mais facilmente entre duas fachadas com orientação transporta através do movimento com que atravessa os
solar oposta, porque enquanto uma está ao sol, a outra estará espaços abertos;
forçosamente à sombra. O ar fresco, que se encontra junto > A pressão do vento sobre a fachada exposta e (negativa)
da fachada à sombra, atravessa o espaço em direcção da sobre a fachada oposta gera uma ventilação natural dos
fachada ao sol e mantém uma temperatura mais elevada. O espaços, atravessando frinchas, janelas e portas;
ar quente, mais leve no interior, é então empurrado e renovado
pelo ar fresco, mais pesado, proveniente da fachada à sombra. Características a ter em consideração na especificação das
Este efeito é tanto mais eficiente, quanto maior for a diferença ferragens que comandam os movimentos de envidraçados e
das temperaturas. Para um arrefecimento passivo eficiente seus acessórios relevantes:
devem, portanto, aproveitar-se as amplitudes térmicas diárias, > Quando a habitação dispõe de fachadas com orientações
por exemplo, durante a noite e durante o início da manhã, solares opostas ou apenas diferentes, é muito importante
privilegiando os períodos mais frescos do dia e da noite. dotar as janelas, em cada uma das orientações solares, com
No nosso clima, a ventilação natural conjugada com uma um sistema de abertura que permita ventilar com segurança,
adequada inércia térmica, permite que, nos espaços interiores, mesmo quando as pessoas não se encontram em casa - uma
sejam minimizados os ganhos excessivos e os extremos de abertura em função basculante não permite a intrusão;
calor. A inércia térmica garante a estabilidade térmica interior > Idealmente, em cada espaço da casa deve existir, pelo
ao longo de todo o ano. A ventilação natural permite a redução menos, uma janela oscilo-batente porque permite uma
imediata de extremos de temperatura em situações onde a ventilação mais eficaz;
inércia térmica não é, por si só, suficiente para “varrer” os > Os puxadores das janelas devem ser equipados com uma
espaços com o ar que vem de fora, preferivelmente de uma fechadura;
zona que está à sombra, ou durante a noite. > Idealmente, em cada espaço da casa deve existir uma
O comportamento do ar e da ventilação é, por vezes, difícil de grelha de ventilação integrada num dos vãos envidraçados,
controlar por parte dos utilizadores, podendo ocorrer situações para garantir as renovações de ar necessárias;
de movimentação de ar menos confortáveis. No entanto, há > Em zonas em que existam insectos, deverão integrar-se
algumas regras que são de fácil entendimento e aplicação: redes mosquiteiras nos vãos.
> O ar mais quente é mais leve do que o ar mais frio - as Se todas as características apresentadas forem tidas em
actividades humanas e os aparelhos domésticos produzem consideração, é possível garantir um clima interior saudável
calor, sendo normal o efeito ascendente do ar mais quente, e confortável durante todo o ano.
dentro de casa;
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2.4.12 PERMEABILIDADE DAS SUPERFÍCIES
EM CONTACTO COM O AR INTERIOR

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É muito importante que todos os edifícios, mesmo sem vãos As tintas que revestem as paredes e os tectos na totalidade
abertos, possam “respirar” implicando este aspecto que a devem ser extremamente permeáveis ao vapor e permitir uma
envolvente construída permita a saída do vapor do interior interacção com a humidade suspensa no ar. A capacidade das
para o exterior. Para além da permeabilidade ao vapor dos superfícies para absorverem num curto espaço de tempo uma
sistemas construtivos empregues na envolvente de edifícios parte da humidade excessiva, gerada no momento, é
- o estuque, o betão, os tijolos, os rebocos, os isolamentos especialmente conveniente nas zonas “húmidas” da habitação
térmicos - torna-se crítica a qualidade das tintas utilizadas (cozinhas e casas de banho), sendo esta humidade
no interior e no exterior dos edifícios. imediatamente devolvida ao ar, quando dissipa a humidade
excessiva.
É igualmente importante garantir que a maior proporção das
paredes e tectos tenham capacidade para interagir (absorver Toda a humidade suspensa no ar, quando entra em contacto
e devolver) com parte da humidade que se encontra suspensa com uma superfície impermeável e mais fria (espelho, pedra
no ar, resultante de actividades humanas (a respiração, a ou revestimentos cerâmicos) condensa e forma gotas de água,
evaporação da transpiração, todas as actividades relacionadas que, apenas sob temperaturas muito elevadas, poderiam
com água, como o processo de cozinhar ou tomar duche...). novamente voltar à forma de vapor de água, suspenso no ar.
Como estas temperaturas não são atingidas, as gotas de água
escorrem pelas superfícies mais frias e deixam um rasto que
obriga à limpeza regular. Quando a limpeza das superfícies
impermeáveis não é efectuada com regularidade, a humidade
pode ser responsabilizada pelo aparecimento de fungos, cujas
esporas poluem o ar e são a causa de muitas doenças
contemporâneas.

É, por este motivo, muito importante manter-se um bom


equilíbrio entre superfícies permeáveis e superfícies
impermeáveis, especialmente em casas de banho e cozinhas,
para optimizar a qualidade do ar e minimizar a necessidade
de manutenção.

Paredes estucadas e pintadas com a tinta adequada e também


paredes em tijolo cru, têm a capacidade de absorver odores.

O QUE EVITAR
Quaisquer tintas aplicadas sobre superfícies verticais (interiores
ou exteriores) que criem uma barreira ao vapor são a principal
causa de condensações, do aparecimento de humidades e de
fungos. É um erro crasso considerar as tintas “impermea-
bilizantes” como a solução para eliminar humidades no interior
da habitação. Quem as recomenda, esquece que,
quotidianamente, devido às actividades humanas, é gerado
um considerável volume de água no interior da habitação que,
ao impermeabilizar as paredes exteriores, fica retido no interior.

O fornecedor de tintas e vernizes contempla todos os aspectos relacionados com a construção sustentável descritos no âmbito desta
medida.Para obter mais informação especifica do gabinete de informação e apoio técnico:
CIN – Corporação Industrial do Norte, S.A.
Estrada Nacional 13 – Km 6, Apartado 1008 4471-909 Maia
Tel: +351 229 405 000 | Fax +351 229 485 661
E-mail: cin@cin.pt | www.cin.pt

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2.4.13 SISTEMAS DE AQUECIMENTO A BIOMASSA

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QUESTÕES: SIM | NÃ0

> EXISTE UM SISTEMA DE AQUECIMENTO A BIOMASSA?

> O SISTEMA DE AQUECIMENTO A BIOMASSA ESTÁ LOCALIZADO JUNTO A UMA PAREDE INTERIOR DA HABITAÇÃO?

> O SISTEMA DE AQUECIMENTOA BIOMASSA É UM RECUPERADOR DE CALOR ?

> O SISTEMA DE AQUECIMENTO A BIOMASSA PERMITE ELIMINAR O CONTACTO DIRECTO ENTRE A ÁREA DE COMBUSTÃO
E O AR INTERIOR ?

> EXISTE UMA ADUÇÃO DE AR PROVENIENTE DO EXTERIOR À CAIXA DA COMBUSTÃO?

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A biomassa é uma fonte de energia renovável e pode ser lareira de fogo aberto – sendo os sistemas disponíveis no
utilizada em habitações. Tanto sob a sua forma mais tradicional mercado basculantes, de abrir e de guilhotina – sempre que
(lenha e pinhas) como sob uma forma mais processada se pretende o contacto directo com o fogo.
(pellets), a biomassa, proveniente de resíduos florestais, é
uma das fontes locais de energia renovável ao nosso dispor Para além de produzirem calor no local onde se encontram,
para produzirmos calor. os recuperadores de calor podem estar integrados num
sistema de tubagens que distribuem uma parte do ar aquecido
A eficiência da sua utilização como fonte de energia é para outros espaços na habitação, podendo, desta forma, ser
extremamente importante para podermos tirar o melhor a fonte de calor de um sistema de aquecimento centralizado.
proveito desse recurso, mas também porque a queima desta Para além dos recuperadores de calor, existem também
biomassa produz emissões de CO2 para a atmosfera que caldeiras para sistemas de aquecimento central que funcionam
devem ser minimizadas. a biomassa (lenha, pinhas ou pellets) e que aquecem a água
da mesma forma que hoje conhecemos as caldeiras que
Enquanto que a lareira aberta tradicional não é eficiente, funcionam a gás ou electricidade.
porque apenas 10% do calor produzido na queima da biomassa
chega a ser usufruído pelas pessoas que se encontram É importante que a localização e o dimensionamento de um
próximas, os recuperadores de calor, que têm uma caixa de sistema de aquecimento a biomassa seja especificado e
combustão fechada, conseguem ter um rendimento de até dimensionado por um engenheiro térmico, de forma a poder
88%. obter a melhor eficiência do aparelho. Por exemplo, convém
que um recuperador de calor esteja encostado a uma parede
Um dos motivos porque o calor não chega às pessoas que se interior, para que todas as suas perdas térmicas sejam úteis
encontram junto a uma lareira tradicional aberta, é o efeito para os espaços habitacionais. Quando um recuperador de
de convecção produzido pela queima, que aspira o ar calor está encostado a uma parede exterior do edifício, parte
circundante pela conduta de fumos, produzindo correntes de do calor que é produzido com a queima é perdido para o
ar, extremamente desconfortáveis, sobretudo no Inverno. A exterior, tendo neste caso que garantir que a parede esteja
lareira tradicional aberta consome oxigénio do ar interior nas bem isolada. Todos estes aspectos, bem como o adequado
nossas habitações e contamina este ar, porque está em dimensionamento devem ser tidos em consideração quando
contacto directo com a combustão. se toma a decisão de instalar um sistema de aquecimento a
biomassa.
Os recuperadores de calor são equipamentos que conseguem
produzir o calor desejado de forma muito eficiente e À escala nacional, o Plano Nacional de Acção para a Eficiência
simultaneamente resolver todas as situações menos Energética, promove incentivos à instalação de recuperadores
convenientes associadas à queima de biomassa em fogo de calor para substituição de lareiras tradicionais porque
aberto. Com a caixa de combustão separada por uma porta estes equipamentos produzem calor utilizando biomassa de
de vidro do ar interior da habitação, continua a ser possível uma forma mais eficiente. A medida Calor Verde prevê, numa
usufruir da imagem primordial das chamas, usufruir de uma primeira fase, 200.000 sistemas de aquecimento de ambiente
proporção muito superior do calor produzido pela queima, eficientes, com enfoque em recuperadores de calor a biomassa
enquanto não existe contacto directo com o ar interior, sendo, em habitações.
por este motivo eliminadas a contaminação insalubre e as
correntes de ar desconfortáveis. Para alcançar estes resultados
é importante garantir que o ar que entra na caixa de combustão
do recuperador de calor é proveniente do exterior (por via de
uma tubagem instalada aquando da construção ou reabilitação
do edifício) e o ar que é aquecido por convecção, aumenta o
conforto dentro da habitação, sem ter contacto com o ar que
se encontra na caixa de combustão. O ar aquecido e que
aumenta o conforto térmico do espaço flui pelos canais criados
à volta da caixa de combustão.

A porta de vidro que separa a caixa de combustão do ar interior


é hoje mais transparente e maior em dimensão, realçando a
expressão e a imagem da chama. O painel de vidro também
pode ser recolhido (tornando a combustão temporariamente
menos eficiente) transformando o recuperador de calor numa
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Nota: É importante provienciar a admissão de ar proveniente do exterior à caixa de combustão do recuperador de calor, para que durante a queima
de biomassa não seja retirado oxigénio ao ar interior da habitação.

O fornecedor de lareiras e recuperadores de calor comtempla todos os aspectos abordados no âmbito da Iniciativa CONSTRUÇÃO
SUSTENTÁVEL e descritos nesta medida. Para obter mais informações específicas do gabinete de informação e apoio técnico:
IMPORCHAMA, LDA
Tel: +351 224 631 103 | Fax: +351 224 670 265 | Telemovel: +351 968 578 878
E-mail: imporchama@imporchama.pt | www.imporchama.pt

192
2.4.14 SISTEMAS ENERGÉTICOS

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Os sistemas energéticos, que se encontram integrados nos Em edifícios reabilitados, destinados ao uso habitacional,
edifícios para aumentar o conforto e as funções disponibilizados poderá haver condicionantes que, por não facilitarem a
aos moradores, são a outra componente que determina implementação de algumas medidas passivas, obrigam a um
(positiva ou negativamente) as emissões de CO 2 para a maior consumo de energia. Analisadas individualmente,
atmosfera, a qualidade do ar interior e, por consequência, a poderão ser compensadas por outras medidas mais activas
saúde dos seus utilizadores. Os consumos de energia em sem que fiquem a depender do consumo de energias
edifícios, bem como os respectivos custos de operação e de convencionais.
manutenção, resultam também do correcto dimensionamento
e da especificação dos sistemas energéticos, pelo que se torna Um factor que aumenta a eficiência dos sistemas de energia
relevante a forma como os sistemas tiram o melhor partido é a sua centralização, à escala de um edifício singular ou de
do desempenho passivo do edifício no qual se integram. Hoje uma zona compacta da cidade. Em edifícios de habitação é
é possível optimizar o desempenho energético-ambiental dos muito benéfico, sob a perspectiva energético-ambiental, criar-
sistemas energéticos através do seu correcto dimensionamento se um sistema centralizado para o aquecimento das águas
e da integração dos sistemas disponíveis de gestão de energia. quentes sanitárias e para o aquecimento central. A energia
necessária para fornecer, a todos os utilizadores no edifício,
Enquanto no clima mediterrânico, em edifícios destinados ao o serviço de água quente sanitária e de aquecimento central
uso habitacional (sempre que integrem as medidas da será consideravelmente inferior à necessária quando os
construção sustentável) não se justifica a dependência de sistemas são individuais, por habitação. Outro benefício da
sistemas para o arrefecimento, é importante que, para alcançar centralização dos sistemas energéticos nos edifícios é a
o grau de conforto desejado, haja a hipótese de os aquecer possibilidade de se eliminar o gás do interior da habitação, o
no Inverno. que contribui consideravelmente para o aumento da qualidade
do ar. Sistemas centralizados tornam-se ainda mais atractivos,
Ao observarmos o comportamento de edifícios construídos do ponto de vista energético-ambiental, quando são associados
de forma convencional, mesmo que possuam sistemas de a sistemas solares térmicos e dão prioridade ao contributo
aquecimento, verificamos que se mantêm extremamente das energias renováveis.
desconfortáveis no Inverno, devido ao facto deste tipo de
construção ser muito pouco adequada ao clima local. Existe a possibilidade de conceder a gestão destes sistemas
centralizados a entidades com competência para a sua gestão
Em edifícios habitacionais em que estão incorporadas as e manutenção técnica permanente, para não sobrecarregar
melhores tecnologias disponíveis da construção sustentável os gestores temporários de condomínios.
(o isolamento térmico adequado, a inércia térmica e a
ventilação natural...), o contributo da frescura necessária para É muito importante para o utilizador, que os consumos do
alcançar conforto, nos períodos em que as temperaturas são edifício se tornem perceptíveis, podendo utilizar, para tal,
mais elevadas, surge sem recorrer a sistemas de arrefecimento diversos meios sobretudo para aqueles consumos que o
que dependem do consumo de energias convencionais. Quando utilizador final poderá reduzir. Assim, a indicação na factura
um edifício destinado ao uso habitacional necessita de sistemas relativa ao serviço energético da média de consumo e um
de arrefecimento, demonstra um sintoma de falha na sua “display” (em tempo real) dos consumos do edifício podem
concepção e ou execução. contribuir para que as práticas dos utilizadores se tornem
cada vez melhores.
SISTEMAS DE AQUECIMENTO CENTRAL
Num edifício com um excelente desempenho energético-
ambiental, esta necessidade é consideravelmente reduzida,
existindo muitas habitações em edifícios bioclimáticos que
nunca activaram os seus sistemas de aquecimento (mesmo
quando pré-instalados), beneficiando, contudo, durante todo
o ano de temperaturas confortáveis e estáveis (entre os 20 e
os 28ºC).

Os sistemas de aquecimento central devem ser adequa-


damente dimensionados e correctamente executados - e é
sob este ponto de vista que os sistemas precisam de ser
concebidos e instalados por entidades com o “know how” e
com os meios correctos - tanto as entidades responsáveis
pelos projectos como as responsáveis pela execução.
194
2.4.15 SISTEMAS SOLARES TÉRMICOS

195
O novo paradigma energético, que descentraliza a produção operados de forma eficiente. Neste sentido, os sistemas devem
e transformação da energia, transforma todos os utilizadores ser concebidos, executados, instalados e operados por
de energia em potenciais produtores (ou transformadores) de entidades com o “know how” necessário e com meios
energia. O primeiro passo, neste sentido, é a integração de relevantes.
sistemas solares térmicos em edifícios de habitação (novos
ou a reabilitar), de acordo com a obrigatoriedade do Decreto- Os sistemas solares térmicos carecem sempre de uma fonte
Lei 80/06 de 4 de Abril. de energia que complemente ou parcialmente substitua a
energia solar apenas quando esta não esteja disponível - de
Esta nova regulamentação mudará o aspecto dos telhados e noite e em dias encobertos. É extremamente importante que
das coberturas dos edifícios habitacionais neste país, pelo um sistema de aquecimento de águas quentes sanitárias dê
que a sua integração adequada é de extrema relevância. prioridade à energia solar - e complemente com uma fonte
de energia convencional (como o gás natural ou a electricidade)
Trata-se de uma medida política corajosa que assenta no facto apenas a parcela não fornecida pela energia solar.
de Portugal ser, na Europa, o país com o maior número de
horas de sol, este com elevada intensidade. Um sistema solar Num edifício com múltiplos apartamentos, o sistema solar
para aquecimento de águas quentes sanitárias, correctamente térmico deve ser centralizado e ter o apoio de uma caldeira
instalado numa habitação unifamiliar (com uma área de 1 m2 central a gás natural, para alcançar uma eficiência ainda mais
de painel solar por morador, contribui, com aproximadamente elevada. Para além de fazer todo o sentido instalarem-se
70% das necessidades energéticas anuais para o aquecimento painéis solares térmicos em edifícios habitacionais, numa
das suas águas quentes sanitárias, consumo que, de acordo perspectiva de optimização do desempenho energético-
com a Matriz Energética de Lisboa, corresponde a 25% do ambiental, estes fazem também todo o sentido do ponto de
consumo de energia primária do sector doméstico. Este vista económico, sendo os períodos de retorno do respectivo
consumo é muito elevado e resulta também do facto dos investimento inferiores a 5 anos. Quando não é possível integrar
portugueses consumirem mais água (sobretudo quente) do um sistema centralizado (conforme pode ser o caso na
que a maior parte dos países Europeus. reabilitação de edifícios) existe a opção de se utilizar a cobertura
do edifício para instalar sistemas individuais para abastecer
Os sistemas solares térmicos devem ser correctamente cada um dos apartamentos, cuja caldeira pré-existente poderá
dimensionados, executados com precisão, bem instalados e passar a dar apoio apenas à água pré-aquecida pelo sol.

Se pedimos a uma criança com 7 anos para desenhar uma casa, os resultados são diferentes na Grécia e em Portugal. Em Portugal a criança desenha
a casa e coloca no telhado uma chaminé. Na Grécia a criança poderá ou não colocar a chaminé no telhado mas colocará certamente um painel solar
térmico. Este é o resultado de 20 anos de alargamento exponencial de instalação de sistemas solares térmicos na Grécia, que iniciaram com um acordo
governamental de oferecer 5 minutos por dia de publicidade gratuita na televisão à divulgação destes sistemas.

196
Os sistemas solares térmicos, disponíveis no mercado, são Ao instalar sistemas solares térmicos em edifícios está-se,
propostos com e sem depósitos em mochila. Para integrar os assim, a contribuir para o enriquecimento dos utilizadores de
sistemas é muito mais adequada a versão sem o depósito em cada sistema e também para o enriquecimento do país, a
mochila, porque pode ser integrada mais facilmente na própria reduzir a dependência do abastecimento de energia importada
cobertura, se esta possuir inclinação na orientação certa. A e, (muito importante!), a reduzir as emissões de CO2 para a
integração estética dos sistemas solares térmicos em atmosfera.
coberturas é importante para todos os utilizadores mas, para
as entidades licenciadoras, é de extremo interesse gerirem É o momento de se inverter a realidade Europeia actual, onde
e protegerem o património construído, pelo que deverão países como a Áustria, a Alemanha e a Grécia se podem
disponibilizar guias que descrevam as formas de integração orgulhar de ter 20 vezes mais painéis solares térmicos “per
mais adequadas, tanto na reabilitação de edifícios como na capita” do que Portugal. Enquanto esta oportunidade da
construção nova. integração de sistemas solares térmicos não for abraçada e
massivamente alargada nas habitações, estamos a investir,
Existem no mercado cinco tipos de colectores solares: sistematicamente, no nosso progressivo empobrecimento.
absorsores de plástico, plano de circulação forçada, plano de
termossifão, cilíndrico parabólico composto e tubos de vácuo. Com o recurso renovável do sol à disposição, mais do que em
A aplicação mais comum em edifícios de habitação é o colector qualquer outro Estado Membro da Europa, é criminoso
plano de termossifão. continuarmos a importar combustíveis fósseis com custos
económicos, ambientais e sociais incomportáveis, para cumprir
Multiplicar a instalação de sistemas solares térmicos em o papel que a energia solar consegue facilmente desempenhar.
edifícios de habitação representa uma oportunidade Correctamente concebidos, instalados e operados, os sistemas
extremamente importante para Portugal, na medida em que solares térmicos contribuem sistematicamente para o nosso
pode substituir uma parte considerável do seu consumo de enriquecimento e para um melhor relacionamento com o
energia no sector doméstico, utilizando uma energia endógena ambiente e com a sociedade.
e renovável. Para além de renovável, a energia solar térmica
é um recurso endógeno, ao contrário dos 85% da energia de
origem fóssil e importada, que está a ser consumida neste
país.

Homem à Máquina | Parque Expo

197
Sistema de painéis solares térmicos colectivos, Sistema de painéis solares térmicos individuais,
com depósito comum com depósitos individuais.

Rede pública de abastecimento de água Painel solar


Rede individual de abastecimento de água
Painel solar com depósito incorporado
Rede individual de abastecimento de água quente
Entrada da rede de água quente na habitação Aparelho de apoio eléctrico/gás
Depósito comum de água quente
Contador individual de consumo de água

O fornecedor de colectores solares térmicos contempla todos os aspectos abordados no âmbito da Iniciativa CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL
e descritos nesta medida. Para obter mais informações específicas do gabinete de informação e apoio técnico:
RIGSUN Solar Systems
Loteamento Industrial de Loulé, lote 39 · 8100-272 Loulé · Portugal
Tel: +351 289 401 040 | Fax: +351 289 432 357
Email: info@rigsun.pt | www.rigsun.pt

198
2.4.16 ILUMINAÇÃO DE BAIXO E MUITO BAIXO CONSUMO

199
A substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas de As iniciativas, aqui referidas, são lideradas por concessionárias
baixo consumo - fluorescentes - é uma das medidas mais de energia, porque estas são as principais interessadas na
fáceis e mais económicas para reduzir o consumo de energia eficiência bem como no controlo dos consumos e visam
e, consequentemente, as emissões de CO2 para a atmosfera alcançar um mercado muito alargado. Mas as lâmpadas de
no sector doméstico. Existem no mercado produtos que podem baixo consumo estão ao alcance de cada pessoa e, nem que
ser introduzidos já na fase de projecto e outros que o utilizador sejam adquiridas gradualmente para substituir as lâmpadas
final também pode introduzir na sua habitação ou escritório, convencionais existentes, o investimento em questão é ínfimo
caso não disponha já de soluções de baixo consumo para perante os benefícios energético-ambientais. Hoje já se
iluminação. Estes produtos reduzem para um quarto o encontra disponível uma tecnologia ainda mais evoluída que
consumo de energia e a sua vida útil é treze vezes superior reduz, em comparação com as lâmpadas convencionais
àquela das lâmpadas incandescentes convencionais. incandescentes, para um décimo o consumo de energia. Estas
lâmpadas de muito baixo consumo, denominadas Diodo
No Sul da Califórnia, uma concessionária de energia optou Emissor de Luz (“Light Emitting Diode”), LED, apresentam
por oferecer graciosamente mais de 1 milhão de lâmpadas benefícios como a facilidade em controlar a qualidade da luz
compactas, de baixo consumo, aos seus Clientes, para evitar emitida, a longevidade, até cinquenta vezes superior àquela
o custo, muito superior, de investimento na construção de das lâmpadas incandescentes convencionais, e a sua dimensão.
uma nova central de energia - que representa uma medida Com a tecnologia LED, o potencial de redução de consumo à
de eficiência energética menos onerosa, quando comparada escala global é considerável, sobretudo se tivermos em conta
com o custo da respectiva produção imediata de energia. Dado que 19% da electricidade produzida no planeta é consumida
o preço destas lâmpadas ser, por enquanto, superior ao das em iluminação. Na aquisição de uma lâmpada LED, o
lâmpadas incandescentes, a mesma concessionária de energia investimento em questão nem deveria ser contemplado na
subsidiou, também na Califórnia, os fabricantes de lâmpadas óptica do período de retorno, que é suficientemente curto,
de baixo consumo de energia de forma a conseguirem uma pois os benefícios são muito relevantes para o planeta e o
redução para um terço do seu preço de mercado e incentivou, preço está ao alcance de todos. Para além do reduzido consumo
desta forma, os consumidores a adquiri-las sem hesitação. de energia, uma característica de grande importância a ter
Outras concessionárias nos Estados Unidos optaram por também em consideração é a restrição de alguns materiais
tornar estas lâmpadas mais acessíveis fornecendo-as em utilizados na produção de lâmpadas LED (como o mercúrio
regime de aluguer - com substituição automática sempre que e o fósforo) por fazerem parte daquele conjunto de elementos
avariarem (exemplos citados por Paul Hawken na obra Natural dificilmente absorvidos pelos ecossistemas quando as suas
Capitalism). concentrações são excessivamente elevadas.

A iluminação do mundo nocturno, mostrada nesta


fotografia, mostra as zonas mais densamente
populadas e também a utilização de energia que,
em vez de estar a iluminar a terra, está a iluminar
o espaço - um desperdício de energia.

O fornecedor de sistemas de iluminação contempla todos os aspectos relacionados com a construção sustentável descritos no âmbito
desta medida.
Para obter mais informação especifica do gabinete de informação e apoio técnico:
PHILIPS PORTUGUESA, S.A. – SECTOR DE ILUMINAÇÃO
R. Dr. António Loureiro Borges, 5, Apartado 300, Arquiparque, Miraflores, 2796-975, Linda-a-Velha (Sede)
Tel: +351 214 163 333 | Fax: +351 214 163 222
E-mail: geral.iluminacao@philips.com | www.philips.pt/iluminacao

200
2.4.17 ELECTRODOMÉSTICOS EFICIENTES CLASSE A

201
Uma grande parte do consumo de energia doméstica está máquina de lavar é preparada para arrancar ao final do dia,
concentrada na cozinha. Se consultarmos a Matriz Energética sempre que não necessitemos urgentemente do seu conteúdo,
de Lisboa, no que diz respeito à factura energética doméstica, tanto importa se arranca de imediato ou se arranca a meio
apercebemo-nos que os equipamentos de frio doméstico da noite, desde que o ciclo - silencioso - esteja concluído de
(frigoríficos e congeladores) são responsáveis por 18%, a manhã. Porque não deverá a máquina arrancar exactamente
preparação de refeições por 16% e a lavagem mecânica por no momento em que a rede de abastecimento eléctrica tem
6%. energia disponível?

A dimensão adequada dos electrodomésticos e a sua utilização A compra de electrodomésticos CLASSE A é uma medida ao
eficiente (por exemplo, as máquinas de lavar só devem alcance de todos e terá uma maior expressão à escala do
funcionar quando estão cheias) são, certamente, um primeiro balanço energético nacional se for mais generalizada.
aspecto a considerar. Ao adquirir um frigorífico, por exemplo,
devemos ter em conta se a sua dimensão é a mais adequada
para armazenar a quantidade de produtos habitualmente
necessárias em casa. Sendo demasiado grande, acabamos
por consumir muito mais energia do que o necessário, mesmo
que o electrodoméstico seja extremamente eficiente.

A eficiência dos equipamentos que utilizamos tem sido uma


área de grande aposta da Comissão Europeia e resultou na
obrigatoriedade de afixar, em cada electrodoméstico que se
encontra à venda, o respectivo desempenho energético e o
consumo de água, desagregado em classes entre A e G.
Os electrodomésticos CLASSE A (de que existem também as
classes A+ ou A++) são muito mais eficientes no uso da energia
e no uso da água do que aqueles com outras classificações
e contribuem para a optimização do desempenho energético-
ambiental da habitação. Na generalidade, são também mais
silenciosos, o que os torna mais fáceis de operar fora das
horas de pico de consumo (durante a noite, sempre que o
ruído não seja perturbador), período este em que a energia
é vendida a um preço inferior. Quando os electrodomésticos
CLASSE A não estão em promoção, poderão ser ligeiramente
mais caros do que aqueles com classes de desempenho
inferior, mas compensará adquiri-los, porque a eficiência se
fará imediatamente sentir na conta de electricidade, cujo valor
será inferior. A eficiência dos electrodomésticos faz-se-á
também sentir à escala do abastecimento, porque os picos
de consumo se tornam menos extremos, o que permite às
concessionárias de energia reduzir a quantidade de energia
que injectam na rede.

Quando o funcionamento dos electrodomésticos eficientes é


integrado num programa de gestão dos consumos domésticos,
as economias tornam-se ainda mais evidentes. Quando uma

O fornecedor de electrodomésticos contempla todos os aspectos relacionados com a construção sustentável descritos no âmbito
desta medida. Para obter mais informação especifica do gabinete de informação e apoio técnico:
SIEMENS BSHP Electrodomésticos, Lda.
Rua do Alto do Montijo, 15, 2790 – 012 Carnaxide
Tel: +351 214 250 720 | Fax: +351 214 204 481
E-mail: siemens.electrodomesticos.pt@bshg.com | www.electrodomesticos.siemens.pt

202
2.4.18 SISTEMAS DE GESTÃO DE ENERGIA
E MONITORIZAÇÃO CONTINUA

203
É durante a sua vida útil - a fase em que são habitados - que disponham da informação relevante em tempo útil, pelo que
os edifícios consomem mais de um terço da energia será importante proceder-se a uma monitorização contínua
transformada na Europa, em média, na ordem dos 40%, mais dos consumos energéticos e de água. Os dados devem ser
do que o sector dos transportes e do que o sector da indústria! tão perceptíveis quanto possível e desagregados de forma a
permitir acções correctivas. Existem, hoje em dia, tecnologias
É igualmente durante a sua utilização que os edifícios e aplicações baseadas na Internet, que possibilitam que de
promovem ou criam obstáculos à qualidade de vida das uma forma económica se faça a gestão e a monitorização
pessoas, na medida em que facilitam ou dificultam um conjunto contínua dos consumos de energia e de água. Toda a
de actividades importantes para o seu próprio bem-estar e informação resultante poderá ficar alojada de uma forma
para o da comunidade. segura em servidores, os quais também podem conter
ferramentas de controlo e de análise energética.
Para além do conforto ambiental e da optimização da procura
de energia, é na concepção e reabilitação de edifícios que Para facilitar as boas práticas é também importante
podem ser integradas as medidas que vão facilitar as boas disponibilizar Manuais de Utilização a cada utilizador e aos
práticas dos utilizadores durante a vida útil dos edifícios, gestores do condomínio, bem como aos prestadores de
nomeadamente a separação correcta e sistemática dos Serviços de Energia.
resíduos, a interacção positiva com a comunidade à qual
pertence e a utilização racional de recursos. É neste contexto A gestão de energia torna-se mais relevante quando se instala
que a integração de sistemas de gestão de energia se torna o novo paradigma energético - a descentralização da produção
relevante, porque permite que exista um maior controlo da / transformação de energia / microgeração. Com a instalação
quantidade de recursos energéticos utilizados e da forma de sistemas de energias renováveis, as fontes de energia são
como são utilizados, permitindo, deste modo, acompanhar e mais diversificadas e o contributo das energias renováveis
determinar os resultados do desempenho energético dos para o “mix” energético consumido no edifício deve ser
edifícios (novos ou reabilitados). controlado e optimizado. Esta optimização resulta, sobretudo,
da boa concepção e execução dos sistemas sendo importante,
Os sistemas de gestão de energia permitem controlar os perante tecnologias ainda recentes, uma monitorização e
resultados de desempenho energético dos edifícios, mas gestão contínuas, de modo a evitar, ao máximo, o recurso a
também potenciam bons comportamentos, na medida em energias não renováveis.
que tornam perceptível a quantificação dos fluxos energéticos
contabilizados. Esta quantificação precisa de ser associada Para motivar as boas práticas durante a vida de um edifício,
a metas de desempenho para poder distinguir o bom do mau a expressão ideal dos sistemas de gestão de energia e da
desempenho e pode tornar-se, por si só, um instrumento monitorização contínua é a presença de um “display” dinâmico
motivador para que os utilizadores contribuam para a no hall de entrada de cada edifício, que comunica, de forma
optimização do desempenho energético do edifício em que didáctica, o equilíbrio entre a oferta e a procura de energia no
habitam. Para que os utilizadores finais colaborem é, no edifício, comparando-o com o objectivo de desempenho
entanto, necessário que se identifiquem com as metas de optimizado, mas que também indica quais as práticas à escala
desempenho estabelecidas, que devem ser consensuais. A doméstica que carecem de melhoria. Na habitação, o ideal é
comunicação das metas de desempenho e a integração da que também exista um “display” dinâmico que permita a boa
expressão individual e colectiva dos utilizadores nestas metas, gestão dos consumos domésticos, que adapte a procura à
que servirão de referência para o bom desempenho, fará com oferta de energia e optimize, deste modo, a utilização das
que as mesmas possam influenciar todos os actos regulares energias renováveis, quer produzidas quer transformadas e
que decorrem da rotina diária dos habitantes de um edifício. disponíveis no mesmo edifício.

Para que os habitantes possam proceder a uma optimização A utilização da energia da rede, predominantemente
da energia que utilizam é necessário que os utilizadores proveniente de fontes de combustíveis fósseis, deve ser

Em média, na Europa, os edifícios duplicam o seu custo de construção num prazo entre 7 a 20 anos. Mas este prazo poderá ser muito mais
alargado quando os edifícios são concebidos de forma a garantirem um excelente desempenho energético-ambiental.
Existem arquitectos de renome que consideram como suficiente e adequado o prazo de 30 anos de vida para um edifício. Mas se tivermos
em conta a realidade de forma integrada - considerando os pilares da sustentabilidade (social, económica e ambiental)
- torna-se claro que os edifícios devem ser concebidos e construídos para uma vida útil de 100 a 200 anos, devendo ser mantidos e podendo
ser reabilitados durante a sua vida.

204
minimizada porque implica sempre poluição, para além do todas as medidas que promovem a máxima eficiência, sejam
facto dos respectivos custos reais da dimensão ambiental não incorporados os sistemas de gestão de energia que permitam
serem internalizados no modelo económico que rege o optimizar o desempenho do edifício durante a sua operação.
funcionamento da sociedade. A escolha da fonte de energia
que abastece cada utilização torna-se apenas possível através É ainda possível introduzir sistemas de controlo que simplificam
de sistemas de gestão de energia e de uma monitorização e tornam mais eficiente a gestão dos recursos (energia e
contínua da oferta disponível e da procura. água), podendo estes ser mais ou menos automatizados. Por
um lado, a introdução de um interruptor no quadro eléctrico,
Os parâmetros de monitorização contínua (com expressão em que desliga todos os circuitos que não aqueles que não
tempo real) ultrapassam os fluxos energéticos e incluem os precisam de ficar ligados enquanto não se está em casa,
demais recursos que utilizamos nas nossas habitações: permite que à saída, com um simples gesto, se elimine todo
o consumo desnecessário. Por outro lado, e sobretudo edifícios
> As condições climáticas exteriores que medem a que dependem do consumo de energia para garantir condições
temperatura de bolbo seco, a humidade relativa e a radiação estáveis de conforto térmico durante o ano, existem também
solar global horizontal - Estações Meteorológicas (Instituto os sistemas de domótica que, quando bem concebidos e
de Meteorologia) e Centros de Monitorização Ambiental; implementados, facilitam uma gestão eficiente dos recursos.

> As condições ambientais interiores nas habitações que Os sistemas de domótica permitem o acompanhamento da
medem a temperatura de bolbo seco, a humidade relativa, os evolução do conforto térmico de acordo com a efectiva utilização
níveis de iluminação natural - Data Loggers, Luxímetros; da habitação, podendo ser programados horários e
temperaturas de conforto distintas para cada espaço e podem
> Tomando em consideração as condições de funcionamento actuar sobre os circuitos de iluminação e também sobre
específicas, é medido o consumo de energia eléctrica, de gás, estores eléctricos, caso existam, de modo a controlar os
de energia térmica associado ao aquecimento ambiente e de ganhos energéticos através da radiação solar.
consumo de energia térmica associado à utilização de água
quente doméstica - contadores de electricidade, de gás, de
entalpia;

> O contributo de todas as energias renováveis instaladas no


edifício - contadores de electricidade e de entalpia;

> O consumo de água potável fria - contadores de água de


consumo;

> O consumo de água quente doméstica - contadores de


água de consumo;

> O consumo de água reciclada (reutilizada) - contadores de


água de consumo.

Com base nos dados medidos é possível aferir, de forma


contínua, o desempenho energético ambiental dos edifícios
habitados em operação. Para optimizar o desempenho
energético-ambiental dos edifícios habitacionais (novos e a
reabilitar) é muito importante que, após a implementação de

O fornecedor de sistemas de controlo de segurança e conforto contempla todos os aspectos relacionados com a construção sustentável
descritos no âmbito desta medida. Para obter mais informação especifica do gabinete de informação e apoio técnico:
SIEMENS Technologies
Rua Irmãos Siemens, 1 Edifício 3 - Piso 3, 2720-093 Amadora
Tel: +351 214 204 140 | Fax: +351 214 204 479
E-mail: service.sbt.pt@siemens.com | www.siemens.pt/sbt

205
2.5 MEDIDAS DE DESCENTRALIZAÇÃO DA OFERTA
DE ENERGIA (TRANSMATERIALIZAÇÃO)
Com a Directiva da Comissão Europeia sobre Eficiência Energética e Serviços de Energia - são criadas as condições para
as Concessionárias de energia poderem vir a transcender a sua função tradicional, limitada a fornecedoras de recursos, e
tornarem-se prestadoras de serviços de energia assim como de água. A grande vantagem, nesta mudança de posicionamento
no mercado, é que as Concessionárias poderão passar a ter um verdadeiro benefício, inclusive financeiro, ao investirem,
desta forma, na eficiência dos recursos que transformam e distribuem.

Os Serviços que podem ser prestados pelas Concessionárias são os seguintes: serviço água quente de consumo, serviço
água potável, serviço conforto térmico, serviço água secundária (para rega, para a lavagem de espaços exteriores, para
as cisternas das sanitas, para as máquinas de lavar), serviço máquina de lavar roupa, serviço máquina de lavar loiça, serviço
iluminação artificial e serviço outros equipamentos eléctricos.

O novo paradigma energético da descentralização da produção e transformação de energia e da micro-geração, que


transforma todos os utilizadores em potenciais produtores (ou transformadores) de energia, é também um impulsionador
para introduzir sistemas de gestão de recursos nos edifícios.

Para que o posicionamento das Concessionárias se possa adequar, de forma segura e sistemática, a estas novas realidades,
será necessária uma monitorização contínua e pormenorizada de todos os consumos de recursos em edifícios. Hoje, tudo
isto se tornou possível através do desenvolvimento tecnológico dos equipamentos de medição, de gestão e de controlo
disponíveis para serem integrados em edifícios novos, durante a fase da construção, e, à posteriori, em edifícios existentes
ou durante a sua reabilitação.

206
WASSERMUEHLE de Franz Marc
SE PRETENDE AFERIR A IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS DE DESCENTRALIZAÇÃO DE OFERTA DE ENERGIA
DEVE SELECCIONAR AS PERGUNTAS COM AS QUAIS MAIS SE IDENTIFICA E COLOCÁ-LAS AO INTERLOCUTOR MAIS
RESPONSÁVEL QUE ENCONTRAR, QUANDO FOR VISITAR A HABITAÇÃO QUE TENCIONA ARRENDAR OU COMPRAR:
SIM | NÃ0

1. O FORNECIMENTO DOS SEUS SERVIÇOS É CONTABILIZADO RELATIVAMENTE À QUALIDADE E EFICIÊNCIA DO SERVIÇO


ENERGIA E NÃO À UNIDADE DE CONSUMO ?

2. A CASA POSSUI SISTEMAS QUE PERMITAM A PRODUÇÃO DE ENERGIA PARA USO PRÓPRIO TORNANDO-O NUM
CONSUMIDOR - PRODUTOR ?

3. SE SIM, EXISTE A POSSIBILIDADE DE DISPONIBILIZAR A ENERGIA PRODUZIDA EM EXCESSO À REDE ELECTRICA


PÚBLICA ?

4. EXISTE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA ACESSÍVEL AO UTILIZADOR FINAL, QUE LHE PERMITE ACEDER
AOS DADOS DOS CONSUMOS DOS DIVERSOS SERVIÇOS, IDEALMENTE EM TEMPO REAL ?

5. OS SISTEMAS DE ENERGIA RENOVÁVEIS EXISTENTES POSSUEM UMA GARANTIA DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO


SUBSCRITA POR ENTIDADE IDÓNEA ?

SE AS RESPOSTAS FOREM TODAS OU NA SUA MAIORIA SIM, TERÁ ENCONTRADO UMA HABITAÇÃO EM QUE A
DESCENTRALIZAÇÃO DA OFERTA DE ENERGIA CONTRIBUI PARA AUMENTAR A SUA QUALIDADE DE VIDA E DAS GERAÇÕES
VINDOURAS.

208
As energias renováveis no planeta são infinitas mas estão e operação de sistemas de energias renováveis e de
distribuídas de uma forma desigual - Portugal é um país equipamentos associados ao serviço por prestar aos
extremamente rico em recursos renováveis e, se os souber utilizadores. Em edifícios existentes, sujeitos a intervenções
utilizar melhor, usufruirá sempre mais dessa riqueza. de reabilitação, o papel das Concessionárias poderá significar
investirem em medidas de eficiência energética, ao abrigo de
A energia solar, a energia eólica e a energia geotérmica, contratos de prestação de serviços de energia. Entretanto,
disponíveis em Portugal, um pouco por todo o lado, revelam- proporciona-se igualmente uma importante intervenção das
se uma riqueza que pode ser captada e transformada, também Concessionárias no âmbito do licenciamento de projectos de
por todo o lado, desde que a rede de abastecimento de energia edifícios ou de empreendimentos, permitindo-lhes antecipar
tenha a capacidade e disponibilidade para absorver o que o e melhorar as condições de fornecimento de energia.
próprio utilizador-produtor não utilize na hora.
O desafio tecnológico encontra-se agora com capacidade de
Para todos podermos participar na descentralização da oferta interacção entre a rede de abastecimento e a procura
de energia, precisamos apenas de aproveitar o acesso que doméstica, além da gestão inteligente dos consumos, para
temos às energias renováveis e de instalar sistemas que conseguir incorporar na rede de abastecimento toda aquela
captem e transformem essas energias para converter a energia energia proveniente de fontes renováveis, que não se torne
solar, eólica, geotérmica e de biomassa em electricidade ou necessária no momento e no próprio edifício em que é
em energia térmica. A electricidade proveniente de energias produzida.
renováveis deverá ser aproveitada, em primeiro lugar, no
próprio edifício em que é transformada para usos que sejam Além de minimizados, os consumos - conforme refere o
mais compatíveis com as características e com a capacidade Professor Eduardo de Oliveira Fernandes: “tudo o que não é
do sistema instalado. Quanto mais directa for a utilização da eficiência é poluição” e “o quilowatt mais barato é aquele de
energia renovável, transformada em electricidade, maior será que nem precisamos” - devem ser geridos de forma a que os
a eficiência e maiores serão também os benefícios associados picos sejam minimizados (“smoothing”) e que a utilização da
ao correspondente investimento. energia disponível na rede de abastecimento seja optimizada.

As tecnologias relevantes para transformar as energias Salvo excepções, a máquina de lavar roupa ou loiça, pronta
renováveis em energia que se possa utilizar no meio edificado para iniciar um ciclo de lavagem, poderá arrancar quando a
são recentes e carecem de cuidados específicos na sua rede de abastecimento de energia tiver disponibilidade, em
instalação e operação para que funcionem de forma eficiente, vez do momento em que nos vamos deitar, sempre que o ciclo
pelo que é importante que se promova a instalação de sistemas fique terminado antes de nos levantarmos de manhã. O mesmo
de energias renováveis com outros parceiros, idóneos e acontece com o frigorífico num ciclo temporal mais curto,
competentes. É certo que o desenvolvimento tecnológico sem que coloque em risco a salubridade dos alimentos nele
colocou no mercado, à disposição de todos, uma variedade armazenados, e que arranca quando a rede de abastecimento
de sistemas capazes de produzirem calor e electricidade a de energia tem disponibilidade.
partir de fontes de energias renováveis. Enquanto,
presentemente, os recursos ainda nos são fornecidos e Cuidados a ter na especificação de sistemas que transformam
medidos por unidade de consumo, muito em breve as energias renováveis:
Concessionárias irão prestar aqueles serviços de energia e Os sistemas solares urbanos, fotovoltaicos como eólicos,
de água de que verdadeiramente precisamos, e a qualidade devem ser dimensionados de um modo adequado e
do serviço prestado irá aferir o sucesso e relacionamento com correctamente executados. Neste sentido, os sistemas
o Utilizador Final. No rumo de melhorar o desempenho precisam de ser concebidos e instalados por entidades com
energético-ambiental das cidades, as Concessionárias tornam- “know-how” e com meios relevantes - tanto as entidades
se um parceiro estratégico, pelo que é importante que as responsáveis pelos projectos, como as responsáveis pela
mesmas se tornem também 'parceiras promocionais', execução.
vocacionadas para alcançar a optimização do desempenho
dos edifícios (novos e a reabilitar), porque, deste modo, irão Entre os sistemas passíveis de serem integrados no meio
nascer novas áreas de negócio que, com o objectivo de edificado, encontram-se os sistemas híbridos que integram
melhorar o serviço prestado, poderão, simultaneamente, para a climatização, por exemplo, o fotovoltaico com o eólico
melhorar o desempenho energético-ambiental do meio urbano, os sistemas geotérmicos e de energia de biomassa.
edificado da cidade. Estes sistemas transformam a energia renovável endógena
em energia que se revela útil no dia a dia.
Sem qualquer alteração do “core business” das Conce-
ssionárias, a parceria com as mesmas passa pela instalação
209
2.6 MEDIDAS DE OPTIMIZAÇÃO DA PROCURA
DE ÁGUA (DESMATERIALIZAÇÃO)
A água própria para consumo humano existe em quantidade ínfima no nosso planeta. Trata-se de um recurso extremamente
precioso que deve ser gerido de forma eficiente e justa para com as gerações actuais e as gerações vindouras.

Hoje, 1.200 milhões de pessoas não têm acesso a água em condições para consumo humano, e a Organização das Nações
Unidas estima que, em 2025, 1.800 milhões de pessoas habitarão em regiões sem acesso a água em condições para consumo
humano e dois terços da população mundial poderão sofrer condições de stress ou falta de água.

Os edifícios podem ser concebidos e construídos de forma a optimizar consideravelmente a procura de água potável, durante
a fase de operação. Por um lado canalizando a água potável apenas para os usos que precisam de todas as suas qualidades
e, por outro lado, reduzindo a quantidade necessária para o uso que lhe é dado.

210
Walter Matos
SE PRETENDE AFERIR A IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS DE OPTIMIZAÇÃO DA PROCURA DE ÁGUA DEVE
SELECCIONAR AS PERGUNTAS COM AS QUAIS MAIS SE IDENTIFICA E COLOCÁ-LAS AO INTERLOCUTOR MAIS RESPONSÁVEL
QUE ENCONTRAR, QUANDO FOR VISITAR A HABITAÇÃO QUE TENCIONA ARRENDAR OU COMPRAR: SIM | NÃ0

1. AS TORNEIRAS USADAS NA CASA SÃO OPERADAS POR UM MONOCOMANDO ?

2. POSSUEM DISPOSITIVOS DE REDUÇÃO DE FLUXO DE ÁGUA ?

3. O CHUVEIRO DO DUCHE OU BANHEIRA TEM SISTEMA DE REDUÇÃO DE FLUXO DE ÁGUA (DEBITANDO MENOS DO QUE
9 L POR MINUTO) ?

4. AS SANITAS INSTALADAS NA CASA SÃO EQUIPADAS COM DESCARGA SELECTIVA, ISTO É, POSSUEM PELO MENOS DOIS
BOTÕES CORRESPONDENTES A DIFERENTES QUANTIDADES DE ÁGUA PARA DESCARGA?

5. OS ELECTRODOMÉSTICOS TÊM CERTIFICADO CLASSE A NO QUE DIZ RESPEITO AO CONSUMO DE ÁGUA?

SE AS RESPOSTAS FOREM TODAS OU NA SUA MAIORIA SIM, TERÁ ENCONTRADO UMA HABITAÇÃO EM QUE A OPTIMIZAÇÃO
DA PROCURA DE ÁGUA CONTRIBUI PARA AUMENTAR A SUA QUALIDADE DE VIDA E DAS GERAÇÕES VINDOURAS.

112
Não existe qualquer dúvida de que a utilização racional da > Todas as torneiras utilizadas na função de água corrente
água é um tema que, só por si, merece um livro inteiro. No devem ser munidas de dispositivos de redução do fluxo de
contexto da construção sustentável, serão abordadas duas água (torneiras dos lava-loiças, lavatório e do bidé);
perspectivas distintas para optimizar o consumo de água. A
primeira descreve os cuidados a ter no processo de concepção, > O chuveiro do duche deve consumir menos do que 9 litros
de construção e de operação de um edifício para que a procura de água por minuto;
de água potável seja optimizada, sem reduzir o grau de conforto
e de salubridade que o seu uso proporciona. A segunda > As sanitas devem ser equipadas com descarga selectiva
descreve como se torna hoje possível e desejável produzir e (pelo menos 2 botões); a descarga mais reduzida deve debitar
fornecer “água secundária” para satisfazer os usos que não menos de 6 litros de água;
carecem de água potável. Assim, a água que utilizamos
quotidianamente é abordada tanto na óptica da procura como > Os electrodomésticos devem ter o certificado classe A com
na óptica da oferta, focando, sobretudo, as medidas que podem respeito ao consumo de água;
contribuir para melhorar o “serviço água” prestado.
Todos os dispositivos e equipamentos, anteriormente referidos,
No nosso planeta, a água com a qualidade necessária para existem no mercado e estarão listados na página na Internet
se tornar potável existe numa quantidade ínfima e, mesmo www.construcaosustentavel.pt
que algumas regiões possuam reservas maiores, a realidade
é que, todas elas, são finitas e nos cabe partilhar estas reservas Torna-se particularmente importante a utilização de chuveiros
do planeta com um número crescente de co-habitantes. Ainda eficientes, porque, de acordo com um estudo sobre a
hoje, um terço da população do planeta não tem acesso a desagregação do consumo doméstico de água potável em
água potável nem canalizada. Lisboa, desenvolvido pela EPAL, é no duche que se consome
quase 50% da água potável. Também as descargas selectivas
Para que o serviço “água potável”, que consideramos básico nas sanitas são relevantes, porque, de acordo com o mesmo
para a nossa sobrevivência e para que o desenrolar das nossas estudo, estas são responsáveis por 22% do consumo de água
actividades quotidianas possa continuar a ser prestado com potável.
qualidade e de forma estável, a sua gestão terá que assentar
nos princípios da sustentabilidade. Para além destas medidas, é certo que os nossos
Em primeiro lugar e da mesma forma em que a eficiência é comportamentos podem conduzir a uma redução ainda maior
o primeiro passo na optimização da utilização de energia, a do consumo de água potável.
procura de água potável terá que ser optimizada para que
toda a água de que não necessitamos permaneça ao dispor Por exemplo, quando lavamos os dentes, com torneiras de
das gerações vindouras. monocomando, será fácil fechar a água enquanto os
Se a prestação do serviço “água potável” pertence às escovamos, reabrindo-a facilmente quando passamos por
obrigações da respectiva concessionária, fazendo chegar água água a escova. Quando preparamos um chá, ao aquecermos
às nossas torneiras com a qualidade necessária, na quantidade a quantidade certa de água, reduzimos o consumo de água,
desejada e com a pressão adequada, então os utilizadores bem como o consumo de energia.
têm a obrigação de consumirem esta água apenas para Nenhum destes comportamentos altera a qualidade do nosso
aqueles fins que carecem da qualidade “potável” e apenas na prazer de contacto com a água.
quantidade absolutamente necessária.
É muito importante e economicamente viável substituirmos
O consumo de água em Lisboa, por exemplo, é muito superior todos os dispositivos existentes por dispositivos que reduzam
à média do país e à média da Europa (dados da Matriz da Água o consumo de água, sem reduzirem as condições de conforto
de Lisboa). As medidas, que se apresentam em seguida, na sua utilização. Também os equipamentos domésticos que
pretendem a redução do consumo de água, sem reduzir o utilizam água devem ser Classe A.
conforto, nem o grau de higiene associados ao seu uso.

Na óptica da gestão da procura, existem medidas que, ao


serem implementadas em fase de projecto e de construção
ou reabilitação, podem contribuir para reduzir até metade a
procura de água potável nas nossas habitações:

> Devem ser utilizadas torneiras misturadoras monocomando


nos lava-loiças, lavatório e bidé;
213
2.7 MEDIDAS DE DESCENTRALIZAÇÃO DA OFERTA
DE ÁGUA [TRANSMATERIALIZAÇÃO]
Como recurso extremamente precioso para a sobrevivência das espécies e para a qualidade de vida das pessoas, a água
própria para consumo humano deve ser utilizada apenas para as funções que carecem de todas as suas qualidades.
No entanto, hoje em dia, a água potável é utilizada para usos que devem ser satisfeitos por uma água que pode ter uma
qualidade inferior.

A água potável que utilizamos deve ser reciclada e reutilizada e, também, toda a água da chuva que cai nas coberturas dos
edifícios, deve ser recolhida em depósitos e, com o devido tratamento, reutilizada para as funções que não carecem de água
potável.

214
Livia Tirone
SE PRETENDE AFERIR A IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS DE DESCNTRALIZAÇÃO DA OFERTA DE ÁGUA DEVE SELECCIONAR
AS PERGUNTAS COM AS QUAIS MAIS SE IDENTIFICA E COLOCÁ-LAS AO INTERLOCUTOR MAIS RESPONSÁVEL QUE
ENCONTRAR, QUANDO FOR VISITAR A HABITAÇÃO QUE TENCIONA ARRENDAR OU COMPRAR: SIM | NÃ0

1.EXISTE IMPLEMENTADO NA HABITAÇÃO OU NO EDIFÍCIO, UM SISTEMA DE RECOLHA DE ÁGUAS PLUVIAIS


PARA POSTERIOR REAPROVEITAMENTO (POR EXEMPLO, REGA DE ESPAÇOS VERDES E LAVAGEM
DE ESPAÇOS EXTERIORES) ?

2.EXISTE IMPLEMENTADO NA HABITAÇÃO OU NO EDIFÍCIO, UM SISTEMA DE RECOLHA DE ÁGUAS CINZENTAS PARA


RECICLAGEM E POSTERIOR REAPROVEITAMENTO (POR EXEMPLO, DESCARGA DE AUTOCLISMOS) ?

SE AS RESPOSTAS FOREM TODAS OU NA SUA MAIORIA SIM, TERÁ ENCONTRADO UMA HABITAÇÃO EM QUE A
DESCENTRALIZAÇÃO DA OFERTA DE ÁGUA AMBIENTAL CONTRIBUI PARA AUMENTAR A SUA QUALIDADE DE VIDA.

216
Como se pode observar num dos mapas que ilustra a para atenuar o impacto de grandes precipitações, o que é
introdução deste livro, Portugal é um país rico no recurso importante nas cidades, onde grande parte da superfície está
chuva que, para além de restabelecer os níveis de água nas impermeabilizada e não tem capacidade para absorver, nem
reservas, enche as barragens e é também utilizada para a temporariamente, uma maior quantidade de chuva.
produção de electricidade.
A implicação principal de qualquer sistema de reciclagem de
Hoje existem no mercado tecnologias relevantes para produzir águas da chuva e de águas cinzentas é a construção de
água reciclada a partir de água da chuva e de águas cinzentas, reservatórios, capazes de armazenar a quantidade de água
água esta que, ao ser regenerada, pode satisfazer os usos a reciclar, podendo estes, na sua maioria, ser subterrâneos.
que não carecem de água potável. Alguns dos sistemas Um depósito, onde a água é regenerada com o contributo da
disponíveis no mercado para reciclagem de águas da chuva atmosfera e da radiação solar, poderá permanecer à vista e
e de águas cinzentas estão homologados, outros encontram- tornar-se um valor estético acrescentado para qualquer
se ainda em fase experimental em vários países Europeus. empreendimento.

Como a água potável é um recurso escasso, e considerando A legislação e regulamentação nacional estão a ser adaptadas
que seremos um número sempre maior a partilhar este para permitir a implementação, de forma alargada, de sistemas
recurso, torna-se muito importante implementar todos os de reciclagem de águas pluviais e de águas cinzentas.
sistemas de regeneração e de reciclagem de águas da chuva
e de águas cinzentas, passíveis de serem integrados em
contextos urbanos.

A água pode ser regenerada, reciclada, reutilizada e alcançar


um grau de qualidade que pode satisfazer muitas das
necessidades quotidianas, uma vez que nem todas obrigam
à escolha de água potável.
Os usos que não carecem de água potável são os seguintes:

> Rega de espaços verdes ajardinados;


> Lavagem de espaços exteriores e veículos;
> Descarga em sanitas;
> Lavagem de loiça e roupa à máquina.

Esta água reciclada não é, de forma alguma, nociva à saúde


humana, porque os sistemas de reciclagem, na sua última
fase de tratamento, devem garantir a eliminação de bactérias.
Nas nossas habitações devemos, por isso, ter dois
abastecimentos de água distintos, com contadores individuais.
Um será para a água potável e o outro para a água reciclada.
As redes nunca se deverão cruzar, dado que não deverá
realizar-se a contaminação da rede de água potável.

Na óptica da gestão da oferta existem medidas que, ao serem


implementadas em fase de projecto e de construção ou
reabilitação, podem contribuir para reduzir consideravelmente
a procura de água potável nas nossas habitações:

> O aproveitamento de águas da chuva (com recolha nas


coberturas), através da instalação de um sistema de
reciclagem;

> O aproveitamento de águas cinzentas (usadas, provenientes


dos lava-loiças, lavatórios, duches, banheiras e bidés), através
da instalação de um sistema de reciclagem.
A recolha de águas pluviais em reservatórios também contribui
217
2.8 MEDIDAS PARA MELHORAR A QUALIDADE
DA PROCURA DE MATERIAIS (DESMATERIALIZAÇÃO)
O consumidor final decide quais os produtos que compra, em função do que o mercado lhe coloca à disposição e em função
da informação que tem ao seu dispor.

Cada acto de compra é a nossa expressão de poder individual mais directa, e é interpretada como o nosso desejo em relação
à forma como o mercado se deve transformar. É por este motivo importante que como consumidores estejamos tão informados
quanto possível sobre os produtos que compramos e consumimos.
Para além do custo de aquisição, a informação que devemos exigir deve abranger a origem do produto, os seus impactos
energético-ambientais e sociais durante o seu fabrico e ao logo da sua vida útil, os efeitos sobre a nossa saúde e os impactos
relacionados com o seu fim de vida.

Todos os produtos úteis com impactos positivos que possam ter uma longevidade maior, contribuem para reduzir as pressões
ambientais.

218
Sandra Evangelista

213
SE PRETENDE AFERIR A IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS DE OPTIMIZAÇÃO DA PROCURA DE MATERIAIS DEVE
SELECCIONAR AS PERGUNTAS COM AS QUAIS MAIS SE IDENTIFICA E COLOCÁ-LAS AO INTERLOCUTOR MAIS RESPONSÁVEL
QUE ENCONTRAR, QUANDO FOR VISITAR A HABITAÇÃO QUE TENCIONA ARRENDAR OU COMPRAR: SIM | NÃ0

1. ESTÁ DISPONÍVEL A INFORMAÇÃO SOBRE A ORIGEM E RESPECTIVO IMPACTO AMBIENTAL DOS MATERIAIS USADOS ?

2. OS MATERIAIS EMPREGUES CONTRIBUEM PARA MELHORAR O DESEMPENHO ENERGÉTICO-AMBIENTAL DA HABITAÇÃO ?

3. NA SUA MAIORIA, OS MATERIAIS USADOS SÃO AMBIENTALMENTE CERTIFICADOS ?

SE AS RESPOSTAS FOREM TODAS OU NA SUA MAIORIA SIM, TERÁ ENCONTRADO UMA HABITAÇÃO EM QUE A OPTIMIZAÇÃO
DA PROCURA DE MATERIAIS CONTRIBUI PARA AUMENTAR A SUA QUALIDADE DE VIDA E DAS GERAÇÕES VINDOURAS.

220
Da mesma forma em que as cidades concentram as pressões > Uma excelente qualidade do ar interior;
ambientais associadas aos demais consumos já abordados
neste livro, também o consumo de materiais resultam em > Um excelente desempenho energético-ambiental resultante
consideráveis pressões ambientais. Por um lado, para fazer da sua aplicação;
chegar os bens de consumo aos Lisboetas, as emissões de
CO 2eq para a atmosfera, associadas ao transporte de > A minimização do respectivo impacto ambiental, tendo em
mercadorias em Lisboa, atingem quase 50% das emissões consideração a globalidade do ciclo de vida;
associadas aos transportes rodoviários, isto é,
aproximadamente um quinto das toneladas de CO2eq emitidas
em Lisboa todos os anos. > A origem dos materiais, perante o impacto do transporte
dos mesmos (a distância de onde provêm os materiais a
Tendo ainda em conta o exemplo de Lisboa e contabilizando utilizar).
as unidades físicas de material que entra na cidade, verifica-
se que uma grande parte está destinada a permanecer durante Torna-se ainda mais relevante que o promotor especifique a
mais de 11 anos e a contribuir para aumentar e consolidar o classe de desempenho que pretende atingir com o edifício,
meio edificado. Estes materiais acumulados na cidade - em no âmbito da certificação energética ou / e da certificação
edifícios e em infra-estruturas - se forem adequadamente ambiental do edifício.
utilizados, vão contribuir, ao longo de muitos anos, para o
bem-estar das pessoas, pelo que, neste âmbito não se torna Os objectivos de desempenho energético-ambiental podem
necessário reduzir ao mínimo as necessidades materiais, resultar num valor de construção ligeiramente superior,
sobretudo se tivermos em consideração que o contexto quando comparado com um edifício convencional, mas no
climático português requer uma elevada inércia térmica contexto de mercado, que é sempre mais competitivo, a
(materiais pesados) para poder acumular e transmitir para diferenciação positiva no âmbito da dimensão de desempenho
o interior dos edifícios calor em temperaturas consideradas energético-ambiental terá sempre mais sucesso.
confortáveis.
Ao exigir certificados ambientais que comprovem a origem,
A importância das decisões tomadas aquando da concepção a composição e os impactos ambientais dos materiais, para
inicial reflete-se, por um lado, no custo da construção (pelo além do certificado energético (obrigatório) e das garantias
que é nesta fase que devem ser tidas em conta todas as de materiais e de sistemas empregues na construção, que
condicionantes que definem o edifício e devem ser convidados devem assegurar o seu bom desempenho ao longo do tempo
a participar todos os especialistas) e, por outro lado, no impacto e as respectivas reparações, caso necessário, o utilizador final
ambiental dos edifícios. É na concepção dos edifícios que se está a exercer pressão sobre a indústria da construção, o que
deve especificar a origem dos materiais de construção, que poderá ter um efeito extremamente positivo sobre o
se deve determinar o respectivo impacto ambiental e que os alargamento das boas práticas na produção de sistemas e de
conhecimentos individuais de todos os elementos da equipa materiais no sector da construção. Por exemplo, um sistema
projectista devem contribuir para a optimização do desempenho de soalho flutuante pode ser composto por madeira reciclada,
energético-ambiental do edifício, bem como para a pode ser proveniente de florestas replantadas e deve ser
minimização do respectivo custo de construção. envernizado com vernizes adequados e não nocivos -
características que contribuem para a redução do respectivo
Mas, mesmo que para o edifício se tenham tido em impacto ambiental.
consideração todos os impactos, quando o Dono de Obra ou
Promotor consulta empreiteiros para a execução da obra,
nem sempre é possível manter as especificações do projecto,
especialmente quando o preço se torna o factor decisivo, a
não ser que sejam salvaguardadas, no programa de consulta,
as características dos materiais que garantem:

O fornecedor de materais comtempla todos os aspectos abordados no âmbito da Iniciativa CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL e descritos nesta
medida. Para obter mais informações específicas do gabinete de informação e apoio técnico:
RECER - Indústria de Revestimentos Cerâmicos, SA
Apartado 20 · 3771-953 Oliveira do Bairro · Portugal
Tel: 234 730 500 | Fax: 234 730 502
e-mail: recer@recer.pt | www.recer.pt

221
2.9 MEDIDAS PARA MELHORAR A EFICÁCIA DOS
SISTEMAS PRODUTIVOS QUE PROMOVEM A
REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DE PRODUTOS EM FIM
DE VIDA (TRANSMATERIALIZAÇÃO)
Os edifícios devem contribuir para promover a reutilização e reciclagem de produtos em fim de vida. Por um lado todos os
resíduos associados ao processo de construção deverão ser minimizados, o que terá efeitos muito positivos também do
ponto de vista económico. Por outro lado, o meio edificado deve dispor de espaços a várias escalas (privada, colectiva e
pública) que facilitem aos utilizadores dar o seu melhor contributo para os processos de valorização de resíduos.

222
Walter Matos
SE PRETENDE AFERIR A IMPLEMENTAÇÃO DAS MEDIDAS PARA MELHORAR A EFICÁCIA DOS SISTEMAS PRODUTIVOS
QUE PROMOVEM A REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DE PRODUTOS EM FIM DE VIDA, DEVE SELECCIONAR AS PERGUNTAS
COM AS QUAIS MAIS SE IDENTIFICA E COLOCÁ-LAS AO INTERLOCUTOR MAIS RESPONSÁVEL QUE ENCONTRAR, QUANDO SIM | NÃ0
FOR VISITAR A HABITAÇÃO QUE TENCIONA ARRENDAR OU COMPRAR:

1. EXISTEM ESPAÇOS ADEQUADOS PARA A REGULAR SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS NA COZINHA ?

2. EXISTEM ESPAÇOS ADEQUADOS PARA A REGULAR SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS NAS ÁREAS COMUNS
DO EDIFÍCIO ?

3. EXISTE NO EDIFÍCIO ACESSO A UMA REDE DE RECOLHA DE LIXO, POR EXEMPLO POR VÁCUO? SE SIM, ESTA INCORPORA
A SEPARAÇÃO DE LIXOS ?

4. SE NA ÁREA ENVOLVENTE AS INFRA-ESTRUTURAS URBANAS NÃO DISPÕEM DE REDE DE RECOLHA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
DOMÉSTICOS, EXISTEM PONTOS DE RECOLHA DE PRODUTOS EM FIM DE VIDA PARA RECICLAGEM (ECOPONTOS) ?

5. EXISTE NAS PROXIMIDADES UM PONTO DE RECOLHA DE PRODUTOS ELÉCTRICOS E ELECTRÓNICOS EM FIM DE VIDA,
POR ENTIDADE COMPETENTE ?

6. NA HABITAÇÃO OS MATERIAIS FORAM FIXADOS MECANICAMENTE ? (EXEMPLO: O RODAPÉ DEVERÁ SER FIXADO COM
BUCHAS E NÃO COM COLA PARA PERMITIR A SUA REMOÇÃO E REUTILIZAÇÃO)

SE AS RESPOSTAS FOREM TODAS OU NA SUA MAIORIA SIM, TERÁ ENCONTRADO UMA HABITAÇÃO EM QUE A MELHORIA
DA EFICÁCIA DOS SISTEMAS PRODUTIVOS QUE PROMOVEM A REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DE PRODUTOS EM FIM DE
VIDA CONTRIBUI PARA AUMENTAR A SUA QUALIDADE DE VIDA E DAS GERAÇÕES VINDOURAS.

224
Para além de emissões lançadas para a atmosfera e de São os padrões de utilização de materiais, que resultam do
efluentes líquidos, na cidade o consumo de materiais resulta comportamento das pessoas, que precisam de melhorar
na produção de resíduos sólidos, que devem ser reduzidos, consideravelmente. Na gestão do ciclo de materiais nas nossas
reutilizados, reciclados e valorizados. Numa sociedade cidades, o grande desafio são todos os pequenos gestos de
sustentável, todos os materiais que entram na cidade deverão todas as pessoas, todos os dias, que contam!
contribuir para o seu crescimento e todos os resíduos devem
ser valorizados. Alguma da valorização necessária poderá
acontecer à escala local e outra a uma escala mais alargada.

Os resíduos produzidos pelo sector da construção são


consideráveis e possuem um enorme potencial de redução,
dado que a sua valorização já pode ser integrada nos próprios
processos de fabrico. Neste sector existem restrições muito
exigentes, com o objectivo de alcançar um ponto em que já
não haja resíduos a eliminar, apenas a reutilizar e a reciclar.

No sector doméstico são sobretudo relevantes os resíduos


que resultam dos produtos alimentares e dos bens de consumo
em fim de vida (equipamentos eléctricos e electrónicos, entre
outros) que podem ser optimizados através do comportamento
das pessoas. Para que o metabolismo das nossas cidades se
torne mais eficiente, é importante que todos contribuam com
boas práticas.

A forma como as pessoas dispõem de todos os resíduos


sólidos produzidos deve ser a mais adequada para facilitar a
respectiva valorização. Por um lado, as pessoas devem ser
exigentes na procura, consumir apenas o que lhes é necessário
e evitar consumir o que não precisam, devem escolher produtos
com um impacto ambiental reduzido. Por outro lado, devem
separar os resíduos para que sejam facilmente reutilizados
ou reciclados.

No meio edificado é, por isso, relevante que existam pontos


de recolha de produtos para reutilização, pontos de recolha
de resíduos sólidos biodegradáveis e pontos de recolha de
produtos em fim de vida para reciclagem, diferenciando os
recicláveis (metal, plástico, vidro e papel e cartão) por fileira
de produto.

Tornar prática comum e sistemática a separação de resíduos


sólidos domésticos, potenciando a respectiva reciclagem, é
um acto de responsabilidade social que parte de cada família
e de cada indivíduo.

Quando o sistema de recolha é realizado através de uma infra-


estrutura urbana, como uma rede de recolha por vácuo,
existem outros benefícios associados, como a redução de
ruído no acto da recolha e um grau de higiene mais elevado.
Por consequência do desenvolvimento tecnológico que permite
transformar resíduos em matéria-prima para novos processos
produtivos, as grandes indústrias que produzem os bens que
consumimos estão a implementar processos cada dia mais
eficientes.

225
Ao introduzir a construção sustentável, assente na realidade de Portugal ser um país extremamente rico em recursos naturais renováveis
e endógenos, tendo apresentado os conceitos e as medidas que visam, em primeiro lugar, atingir uma maior eficiência de desempenho
do meio edificado e, de seguida, diversificar as fontes de energia, resta, na conclusão, enquadrar e resumir, de forma muito concisa, qual
o papel que o leitor pode assumir:

> Como decisor no processo de concepção ou de realização de um edifício residencial, deve definir e cumprir as respectivas metas de
desempenho energético-ambiental, da mesma forma como está definido no programa.

> Como utilizador final, quem escolhe onde vai viver, deve procurar obter as garantias devidas e necessárias para salvaguardar a sua
salubridade e o seu conforto, pelo que o certificado energético (Decreto-Lei 78/06 de 4 de Abril) se torna extremamente importante, assim
como, sempre que possível, a certificação ambiental LiderA.

Para além da atractividade do meio edificado, as medidas mais importantes para optimizar o desempenho energético-ambiental das
nossas habitações passam, em primeiro lugar, por maximizar a respectiva eficiência, o que, por sua vez, significa: - criar uma excelente
envolvente dos edifícios, com uma boa orientação solar (mesmo que em áreas consolidadas nem sempre possamos implementar esta
medida), com um excelente isolamento térmico, aplicado de forma contínua e preferivelmente pelo exterior, o que contribui para que a
inércia térmica funcione a favor do clima interior, garantir uma óptima qualidade nos vãos envidraçados e minimizar as necessidades
energéticas, também na procura de água e de materiais. Em segundo lugar, a optimização do desempenho energético-ambiental das
nossas habitações passa pela integração de sistemas que permitam utilizar as energias renováveis, bem como as melhores e mais
eficientes fontes de energias convencionais e de águas recicladas.

Para além das características relacionadas com o meio edificado, existe sempre o importante contributo dos comportamentos de cada
um de nós: a forma como os habitantes dos edifícios poderão influenciar o desempenho do edifício durante a sua vida útil. Neste contexto
e para potenciar as boas práticas, um sistema didáctico de monitorização contínua do desempenho energético-ambiental pode fazer
entender quais os comportamentos que podem ser optimizados.

Exigente e consciencioso, o cidadão português pode potenciar o desafio de uma competitividade que assenta na optimização do desempenho
energético-ambiental dos edifícios. Resta que os seus contributos se tornem mais sistemáticos numa sociedade que se desenvolve rumo
à sustentabilidade, sabendo que os seus actos devem partir de uma atitude de cooperação, solidariedade e concertação.

Este livro abordou a construção sustentável na óptica dos edifícios novos, indicando, no entanto, para cada medida, quais os cuidados a
ter, no caso de se tratar de uma reabilitação.

No próximo livro da série CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL serão abordadas medidas específicas e relevantes para a reabilitação sustentável
de edifícios. Apesar de ficar inevitavelmente condicionada às realidades do edificado pré-existente, a reabilitação é uma área de intervenção
com um enorme potencial e assumirá um papel preponderante na optimização do desempenho nas nossas cidades.
Este livro, que apresenta os conceitos essenciais e as medidas práticas da construção sustentável para permitir optimizar o desempenho
energético-ambiental do meio edificado, será traduzido e lançado, com as adaptações relevantes, noutros países Europeus com clima e
cultura afins.

Os princípios divulgados neste livro encontram-se também disponíveis na página na Internet sobre construção sustentável
www.construcaosustentavel.pt , acrescidos das opiniões de especialistas nas diversas áreas em que o desenvolvimento tecnológico não
pára, de entrevistas com os líderes das empresas que desenvolvem soluções construtivas relevantes para a construção sustentável e
da actualização permanente da informação.

Cada gesto conta...

227
TORRE VERDE Passeio do Levante. Esta parcela, é constituída por um único lote com
Situada na área de requalificação urbana da zona ribeirinha oriental de uma área total de 1.225m2. A TORRE SUL tem uma área bruta de
Lisboa (hoje Parque das Nações) e construída entre 1996 e 1998, a TORRE construção de 7.200m2, sendo esta distribuída por 12 pisos acima do
VERDE foi a primeira torre residencial, em território nacional, em que solo, para além de 2 pisos de estacionamento, um dos quais em
foram implementadas as melhores tecnologias disponíveis para optimizar embasamento e outro em cave. Beneficia de uma localização privilegiada,
o respectivo desempenho energético-ambiental. A TORRE VERDE foi usufruindo de infra-estruturas de ponta e de amenidades naturais e
promovida por uma cooperativa em que participaram todos os primeiros humanizadas excelentes, bem como de óptimas condições de
proprietários de apartamentos e foi um dos primeiros edifícios a iniciar acessibilidade aos transportes locais, à cidade e ao aeroporto de Lisboa.
a construção no Parque das Nações (então a área de intervenção da Todo o espaço ocupado à cota do solo foi devolvido aos habitantes do
EXPO '98) tendo sido habitada logo a seguir ao encerramento da Feira edifício. Criou-se um jardim na cobertura do piso 1 que estabelece a
Mundial EXPO '98. ligação com a mancha verde do Parque do Tejo. No piso 12 foi criado um
Com o apoio do Programa da Comissão Europeia Thermie '96, foi possível deck, com jardim integrado, para que todo o condomínio usufrua da
integrar um sistema solar térmico colectivo no edifício, que contribui magnífica vista e estabeleça momentos de comunicação e convívio. A
para reduzir em 60% as necessidades energéticas de aquecimento das restante cobertura é ocupada com terraços que pertencem aos
águas quentes domésticas mantendo, na altura, o valor de venda dos apartamentos individuais.
apartamentos extremamente competitivo. Respeitaram-se as cores dominantes apresentadas no Plano de Pormenor
A TORRE VERDE foi alvo de um programa de monitorização contínua 4, escolheu-se o branco e a tijoleira para revestimento das paredes
durante 12 meses, entre 2000 e 2001, que demonstrou um excelente exteriores, estabelecendo-se diálogo também com a TORRE VERDE.
desempenho energético, fruto das medidas solares passivas e activas Criaram-se vãos de grandes dimensões, principalmente, nos alçados
(bioclimáticas) implementadas. Durante os primeiros 9 anos de ocupação, Sul e Nascente, de modo a que os apartamentos beneficiem do sol e
metade dos apartamentos não necessitaram de ligação ao sistema de das magníficas vistas sobre o estuário do Tejo.
aquecimento central pré-instalado nos mesmos e, dos 3 apartamentos No edifício existem 55 apartamentos de 21 tipologias distintas. Esta
monitorizados pode-se verificar que as condições de conforto térmico diversidade, uma mais-valia em termos arquitectónicos e comerciais,
são estáveis e dentro dos parâmetros da ASHRAE. constituiu um desafio em termos de projecto, envolvendo os projectistas
A TORRE VERDE localiza-se no Parque das Nações pertencendo à área de todas as especialidades num diálogo permanente desde a primeira
abrangida pelo Plano de Pormenor 4 (PP4) e ocupa a parcela 4.19 no hora. Neste processo tornou-se fundamental a optimização de soluções,
Passeio do Levante. Esta parcela, é constituída por um único lote com num processo de lapidação constante que permitiu conciliar o que, por
uma área total de 1.225m2. A TORRE VERDE tem uma área bruta de vezes, parecia inconciliável.
construção de 7.200m2, sendo esta distribuída por 12 pisos acima do A diversidade de tipologias e os conceitos de valorização espacial conferem
solo, para além de 2 pisos de estacionamento, um dos quais em ao edifício uma qualidade única muito apreciada pelos habitantes.
embasamento e outro em cave. Beneficia de uma localização privilegiada, Entre os conceitos de valorização espacial implementados na TORRE
usufruindo de infra-estruturas de ponta e de amenidades naturais e SUL estão os seguintes: salas amplas, apartamentos duplex, espaços
humanizadas excelentes, bem como de óptimas condições de com duplo pé-direito, aberturas interiores amplas (passa pratos, vãos
acessibilidade aos transportes locais, à cidade e ao aeroporto de Lisboa. para duplos pé-direitos, vãos entre quarto e sala de estar), espaços para
Todo o espaço ocupado à cota do solo foi devolvido aos habitantes do trabalhar de casa (Small Office Home Office), varandas flexíveis e com
edifício. Criou-se um jardim na cobertura do piso 1 que estabelece a duplo pé-direito, entre outros.
ligação com a mancha verde do Parque do Tejo. No piso 10 foi criado um
deck, com jardim integrado, para que todo o condomínio usufrua da COLMEIA SINTRA
magnífica vista e estabeleça momentos de comunicação e convívio. A Situada na área urbana da aldeia de Carrascal, Sintra, iniciada a
cobertura é ocupada por painéis solares térmicos que reduzem construção em 2007, o empreendimento COLMEIA SINTRA foi o terceiro
consideravelmente as necessidades energéticas do edifício. empreendimento residêncial na zona de Sintra, em que foram
implementadas as melhores tecnologias disponíveis para optimizar o
TORRE SUL respectivo desempenho energético-ambiental. O empreendimento
Situada na área de requalificação urbana da zona ribeirinha oriental de COLMEIA SINTRA é promovido pela cooperativa Colmeia - Cooperativa
Lisboa (hoje Parque das Nações) e construída entre 2000 e 2002, a TORRE de Habitação e Construção, CRL , tendo os seus primeiros proprietários
SUL foi a segunda torre residencial, em território nacional, em que foram de apartamentos entrado no programa promocional logo desde a
implementadas as melhores tecnologias disponíveis para optimizar o concepção do projecto.
respectivo desempenho energético-ambiental. A TORRE SUL foi promovida A experiência da QUINTA VERDE, primeiro empreendimento residencial
pela Tirone Nunes SA, tendo os seus primeiros proprietários de bioclimático, contribuiu de forma decisiva para a definição do programa
apartamentos entrado no programa logo desde a concepção do projecto. do empreendimento COLMEIA SINTRA, permitindo introduzir novas
A TORRE SUL está habitada desde Junho de 2002. soluções levando mais longe o que na QUINTA VERDE foi introduzido
A experiência da TORRE VERDE, primeira torre residencial bioclimática, com sucesso.
contribuiu de forma decisiva para a definição do programa da TORRE Foram integradas as medidas solares passivas e activas, bem como um
SUL, permitindo introduzir novas soluções levando mais longe o que na conjunto de medidas de valorização social e espacial.
TORRE VERDE foi introduzido com sucesso. O empreendimento COLMEIA SINTRA localiza-se na aldeia de Carrascal,
Com o apoio do Programa da Comissão Europeia ALTNER II, foi possível Sintra, a dois quilómetros da Serra de Sintra numa área em que existia
integrar todas as medidas solares passivas e activas, bem como um um campo de futebol abandonado. O terreno com aproximadamente
conjunto de medidas de valorização social e espacial mantendo, na 20.000 m2 foi loteado em 28 lotes com áreas entre 500 m2 e 1.000 m2
altura, o valor de venda dos apartamentos muito competitivo. aproximadamente. As áreas das casas variam entre aproximadamente
Durante os primeiros 5 anos de ocupação foi possível verificar que o 130 m2 e 200 m2. O empreendimento beneficia de uma localização
desempenho energético-ambiental do edifício é excelente e que a privilegiada, usufruindo das infra-estruturas relevantes para os serviços
comunidade funciona extremamente bem. de água, energia e telecomunicações e de amenidades naturais excelentes.
A TORRE SUL localiza-se no Parque das Nações pertencendo à área
abrangida pelo Plano de Pormenor 4 (PP4) e ocupa a parcela 4.20 no

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CONDOMÍNIO JADE retenção de terras, todos realizados com pedra local, existe um jardim
Situada na área urbanizável da aldeia de Nafarros, Sintra, realizada a colectivo que permite a todos os habitantes usufruírem da magnífica
construção entre 1989 e 1991, o CONDOMÍNIO JADE foi o primeiro vista e de estabelecerem momentos de comunicação e convívio.
empreendimento residencial na zona de Sintra, em que foram
implementadas as melhores tecnologias disponíveis para optimizar o PARQUE ORIENTE
respectivo desempenho energético-ambiental. O CONDOMÍNIO JADE foi Situada na área de requalificação urbana da zona ribeirinha oriental de
o primeiro projecto da Tirone Nunes em Portugal e foi também promovido Lisboa (junto ao Parque das Nações) o empreendimento PARQUE ORIENTE
pela Tirone Nunes, que ganhou com este projecto experiência em todas é o primeiro quarteirão multifuncional sustentável, em território nacional,
as áreas relevantes (de gestão de obra, promoção e mediação imobiliária), em que são implementadas as melhores tecnologias disponíveis para
que mais lhe serviram para viabilizar novos projectos. optimizar o respectivo desempenho energético-ambiental. O
Foi também neste empreendimento que foram desenvolvidas e empreendimento PARQUE ORIENTE ocupa o espaço de uma instalação
implementadas as medidas que mais tarde foram integradas em todos de indústria têxtil abandonada nas vésperas da consolidação do Parque
os projectos e empreendimentos da Tirone Nunes. Integraram-se assim das Nações, regenerando e requalificando desta forma o tecido urbano.
todas as medidas solares passivas e activas, bem como um conjunto de O Plano de Pormenor Projecto Urbano PARQUE ORIENTE foi desenvolvido
medidas de valorização social e espacial. pela Câmara Municipal de Lisboa com base no projecto que a Tirone
Durante os primeiros 16 anos de ocupação foi possível verificar através Nunes elaborou entre 2001 e 2004 e define os parâmetros exigidos por
do testemunho dos habitantes e por via de campanhas de monitorização lei bem como, pela primeira vez no território nacional, um conjunto de
realizadas pelo INETI que o desempenho energético-ambiental das casas indicadores e de metas de desempenho energético-ambiental para o
é excelente. empreendimento a realizar.
O empreendimento CONDOMÍNIO JADE localiza-se na aldeia de Nafarros, Está prevista a integração das melhores tecnologias disponíveis no que
Sintra, a dois quilómetros da Serra de Sintra numa área que anteriormente respeita a eficiência energética, a integração de sistemas de energias
era agrícola. Foram associados três terrenos resultando um único com renováveis (solar térmico, fotovoltaico e eólico urbano), bem como uma
9.700 m2 para inserir seis casas. Uma casa é isolada, duas são geminadas instalação centralizada para a reciclagem das águas pluviais e cinzentas.
e três são em banda. As áreas das casas variam entre 150 m2 e 340 m2. Através de sistemas de gestão e de monitorização contínua prevê-se a
Para servir as seis casas há uma piscina e um campo de ténis bem como optimização do desempenho energético-ambiental também durante a
amplas áreas ajardinadas - todo o terreno é propriedade comum e fase de operação.
partilhada entre as seis casas. O empreendimento PARQUE ORIENTE localiza-se no cruzamento entre
O empreendimento beneficia de uma localização privilegiada, usufruindo a Avenida de Pádua e a Avenida Infante D. Henrique, a 200 metros do
das infra-estruturas relevantes para os serviços de água, energia e Parque das Nações e a 300 metros da Gare do Oriente e ocupa um
telecomunicações e de amenidades naturais excelentes. As amenidades terreno com aproximadamente 20.000 m2. O empreendimento PARQUE
humanizadas são muito boas a as condições de acessibilidade aos ORIENTE tem uma área bruta de construção de aproximadamente 41.000 m2,
transportes locais são aceitáveis. Para além das infra-estruturas viárias sendo esta distribuída por 8 pisos acima do solo, para além de 2 pisos
e dos passeios, todos realizados com pedra local, o jardim, a piscina e de estacionamento que se encontrarão abaixo do solo. A área destinada
o campo de ténis são colectivos e permitem aos habitantes usufruírem ao uso habitacional é de aproximadamente 28.000 m2, aquela destinada
da magnífica vista e de estabelecerem momentos de comunicação e ao uso de escritórios é de aproximadamente 8.000 m2 e ao uso comercial
convívio. é de aproximadamente 5.000 m2. Existem dois equipamentos - um Centro
para a Construção Sustentável e uma Biblioteca Municipal. O
QUINTA VERDE empreendimento é constituído por 13 lotes edificados que enquadram
Situada na área urbanizável da aldeia de Nafarros, Sintra, realizada a uma praça aberta com aproximadamente 5.000 m2 e um jardim de
construção entre 1996 e 1999, o empreendimento QUINTA VERDE foi o utilização colectiva com 2.000 m2. sEste jardim é acessível através da
segundo empreendimento residencial na zona de Sintra, em que foram maioria dos edifícios e permitirá o convívio entre os habitantes. As
implementadas as melhores tecnologias disponíveis para optimizar o coberturas dos edifícios são ocupadas por jardins e terraços e pelos
respectivo desempenho energético-ambiental. O empreendimento QUINTA respectivos painéis solares térmicos e outros sistemas de energias
VERDE foi promovido pela cooperativa Quinta Verde, Cooperativa de renováveis que reduzem consideravelmente as necessidades energéticas
Habitação CRL, tendo os seus primeiros proprietários de casas entrado do edifício. Beneficia de uma localização privilegiada, usufruindo de
no programa promocional logo desde a concepção do projecto. infra-estruturas de ponta e de amenidades naturais e humanizadas
Com o apoio do Programa da Comissão Europeia THERMIE '93, foi excelentes bem como de óptimas condições de acessibilidade aos
possível integrar todas as medidas solares passivas e activas, bem como transportes locais, à cidade e ao aeroporto de Lisboa. O acesso à estação
um conjunto de medidas de valorização social e espacial mantendo, na do Metropolitano Cabo Ruivo é efectuado directamente da praça.
altura, o valor de venda das casas muito competitivo, apesar de algumas
dificuldades encontradas durante a sua realização.
Durante os primeiros 8 anos de ocupação foi possível verificar pelo
testemunho dos habitantes que o desempenho energético-ambiental
das casas é excelente e que a comunidade funciona bem.
O empreendimento QUINTA VERDE localiza-se na aldeia de Nafarros,
Sintra, a dois quilómetros da Serra de Sintra numa área em que existia
uma quinta abandonada. O terreno com aproximadamente 70.000 m2
foi loteado em 80 lotes com áreas entre aproximadamente 400 m2 e 1.000 m2.
As áreas das casas variam entre 120 m2 e 240 m2. O empreendimento
beneficia de uma localização privilegiada, usufruindo das infra-estruturas
relevantes para os serviços de água, energia e telecomunicações e de
amenidades naturais excelentes. As amenidades humanizadas são muito
boas a as condições de acessibilidade aos transportes locais são aceitáveis.
Para além das infra-estruturas viárias e dos passeios e dos muros de

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GLOSSÁRIO DO REGULAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS DE COMPORTA-MENTO TÉRMICO BIBLIOGRAFIA
DOS EDIFÍCIOS (RCCTE) - DL 80/2006 DE 4 DE ABRIL: 1. AAVV; A Green Vitruvius - Princípios e Práticas de projectos para uma Arquitectura
A Sustentável; Ordem dos Arquitectos; 2001;
Águas quentes sanitárias (AQS) > é a água potável a temperatura superior a 35ºC 2. AAVV; Matriz Energética do Concelho de Lisboa; Ed. Lisboa E-Nova - Agência Municipal
utilizada para banhos, limpezas, cozinha e outros fins específicos, preparada em de Energia-Ambiente de Lisboa; Lisboa, 2005;
dispositivo próprio, com recurso a formas de energia convencionais ou renováveis. 3. AAVV; Matriz da Água do Concelho de Lisboa; Ed. Lisboa E-Nova - Agência Municipal
C de Energia-Ambiente de Lisboa; Lisboa, 2005;
Coeficiente de transmissão térmica de um elemento da envolvente > é a quantidade 4. AAVV; Matriz dos Materiais do Concelho de Lisboa; Ed. Lisboa E-Nova - Agência
de calor por unidade de tempo que atravessa uma superfície de área unitária desse Municipal de Energia-Ambiente de Lisboa; Lisboa, 2005;
elemento da envolvente por unidade de diferença de temperatura entre os ambientes 5. BAKER, Nick; Daylight in Architecture - A European Refrence Book; James & James,
que ele separa. for the Commission of the European Communities; Londres, 1993;
Condutibilidade térmica > é uma propriedade térmica típica de um material homogéneo 6. BAKER, Nick; Energy and Environment in Non-domestic Buildings - A Technical
que é igual à quantidade de calor por unidade de tempo que atravessa uma camada de Design Guide; Cambridge Architectural Research, and The Martin Centre for Architectural
espessura e de área unitárias desse material por unidade de diferença de temperatura and Urban Studies; University of Cambridge;
entre as suas duas faces. 7. BAKER, Nick; STEEMERS, K.; Energy and Environment in Architecture; E & FN Spon;
E Londres, 2000;
Energia final > é a energia disponibilizada aos utilizadores sob diferentes formas 8. BENTO, Pedro; Novos Edifícios - Um Impacte Ambiental Adverso '03; Colecção
(electricidade, gás natural, propano ou butano, biomassa, etc.) e expressa em unidades Expoentes; Parque EXPO; Lisboa, 2007;
com significado comercial (kWh, m3, kg,...). 9. FERNANDES, Eduardo de Oliveira, ALMEIDA, Francisco de, CARDOSO, Paulo; Energy
Energia primária > é o recurso energético que se encontra disponível na natureza and Environment in Cities: A Global Strategy for EXPO'98 Lisbon - Principles and Tools;
(petróleo, gás natural, energia hídrica, energia eólica, biomassa, solar). Exprime-se, Parque EXPO 98 SA; Lisboa, 1997;
normalmente, em termos da massa equivalente de petróleo (quilograma equivalente 10. FERNANDES, Eduardo de Oliveira, FERREIRA, Almerindo Domingues, ALMEIDA,
de petróleo - kgep - ou tonelada equivalente de petróleo - tep). Há formas de energia Francisco de; Energia e Ambiente nas Cidades: Uma Estratégia Global para a EXPO '98
primária (gás natural, lenha, Sol) que também podem ser disponibilizadas directamente - Circulação Atmosférica e Espaço Urbano; Parque EXPO 98 SA; Lisboa, 2000;
aos utilizadores, coincidindo nesses casos com a energia final. 11. FERNANDES, Eduardo de Oliveira, ALMEIDA, Francisco de, ALVAREZ, Servando;
Energia renovável > é a energia proveniente do Sol, utilizada sob a forma de luz, de Energia e Ambiente nas Cidades: Uma Estratégia Global para a EXPO '98 - Conforto em
energia térmica ou de electricidade fotovoltaica, da biomassa, do vento, da geotermia Espaços Exteriores; Parque EXPO 98 SA; Lisboa, 2000;
ou das ondas e marés. 12. GONÇALVES, Hélder; Edifícios Solares Passivos em Portugal; Instituto Nacional de
Energia útil, de aquecimento ou de arrefecimento > é a energia-calor fornecida ou Engenharia, Tecnologia e Inovação; Lisboa; 1997;
retirada de um espaço interior. É, portanto, independente da forma de energia final 13. GONÇALVES, Hélder, GRAÇA, João Mariz; Conceitos Bioclimáticos para os Edifícios
(electricidade, gás, Sol, lenha, etc.). em Portugal; Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação; Lisboa; 2004;
F 14. GORE, Al; An Inconvenient Truth; Rodale Press; 2006;
Factor de utilização dos ganhos térmicos > é a fracção dos ganhos solares captados 15. GOULDING, John R., LEWIS, J. Owen, STEEMERS, Theo C., Energy Concious Design
e dos ganhos internos que contribuem de forma útil para o aquecimento ambiente - A primer for Architects; Batsford; Londres, 1992;
durante a estação de aquecimento. 16. PINHEIRO, Manuel Duarte; Ambiente e Construção Sustentável; Ed: Instituto do
Factor solar de um vão envidraçado > é o quociente entre a energia solar transmitida Ambiente; Amadora 2006;
para o interior através de um vão envidraçado com o respectivo dispositivo de protecção Para mais consultar a página na Internet www.construcaosustentavel.pt
e a energia da radiação solar que nele incide.
G FONTES
Graus-dias de aquecimento (base 20ºC) > é um número que caracteriza a severidade 1. United Nation Population Division, Department of Economic and Social Affairs.
de um clima durante a estação de aquecimento e que é igual ao somatório das diferenças Percentage urban, World.
positivas registadas entre uma dada temperatura de base (20ºC) e a temperatura do ar http://esa.un.org/unpp/
exterior durante a estação de aquecimento. As diferenças são calculadas com base nos 2. People and Households, International, International Data Base, World Population
valores horários da temperatura do ar (termómetro seco). Information, World Populations Trends.
I www.census.gov
Isolante térmico > é o material de condutibilidade térmica inferior a 0,065 W/m.ºC, ou 3. Notícia publicada no Journal of Epidemiology and Community Health.
cuja resistência térmica é superior a 0,30 m2.ºC/W. 4. Estudo efectuado pela Edifícios Saudáveis juntamente com a International Energy
M Agency.
Mix energético > é a distribuição percentual das fontes de energia primária na produção 5. Dados do Rocky Mountain Institute.
da energia eléctrica da rede nacional. Este valor é variável anualmente, nomeadamente, 6. Ambiente e Construção Sustentável, Manuel Duarte Pinheiro.
em função da hidraulicidade. 7. Lemnis lighting, our vision.
N www.lemnislighting.com
Necessidades nominais de energia útil de aquecimento (Nic) > é o parâmetro que 8. Matriz energética de Lisboa - Lisboa E-Nova - www.lisboaenova.org
exprime a quantidade de energia útil necessária para manter em permanência um
edifício ou uma fracção autónoma a uma temperatura interior de referência durante a
estação de aquecimento. LINKS
Necessidades nominais de energia útil de arrefecimento (Nvc) > é o parâmetro que 1. Agência para a Energia - http://www.adene.pt
exprime a quantidade de energia útil necessária para manter em permanência um 2. Agência Portuguesa do Ambiente - http://www.iambiente.pt
edifício ou uma fracção autónoma a uma temperatura interior de referência durante a 3. An Inconvenient Truth - http://www.climatecrisis.net
estação de arrefecimento. 4. BREEAM - Building Research Establishment Environmental Assessment Method
Necessidades nominais de energia útil para produção de águas quentes sanitárias http://www.breeam.org/
(Nac) > é o parâmetro que exprime a quantidade de energia útil necessária para aquecer 5. CASBEE - Comprehensive Assessment System for Building Environmental Efficiency
o consumo médio anual de referência de águas quentes sanitárias a uma temperatura http://www.ibec.or.jp/CASBEE/
de 60ºC. 6. NASA - Earth observatory - http://earthobservatory.nasa.gov/Observatory/
P 7. European Commissions - "You Control Climate Change"
Ponte térmica plana > é a heterogeneidade inserida em zona corrente da envolvente, http://ec.europa.eu/environment/climat/campaign/index.htm
como pode ser o caso de certos pilares e talões de viga. 8. European Commissions, Environment - http://ec.europa.eu/environment/index_en.htm
R 9. HQE - Association pour la Haute Qualité Environnementale - http://www.assohqe.org/
Resistência térmica de um elemento de construção > é o inverso da quantidade de 10. Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação - http://www.ineti.pt
calor por unidade de tempo e por unidade de área que atravessa o elemento de construção 11. LEED - Leadership in Energy and Environmental Design - www.usgbc.org/LEED/
por unidade de diferença de temperatura entre as suas duas faces. 12. LiderA - http://www.lidera.info
S 13. Lisboa E-nova - Agência Municipal de Energia e Ambiente - http://www.lisboaenova.org
Sistema de climatização centralizado > é o sistema em que o equipamento necessário 14. PLEA - Sustainable Architecture + Urban Design - http://www.plea-arch.org
para a produção de frio ou de calor (e para a filtragem, a humidificação e a desumidificação, 15. Sociedade Portuguesa de Energia Solar - http://www.spes.pt
caso existam) se situa concentrado numa instalação e num local distinto dos espaços 16. The Natural Step International Gateway - http://www.naturalstep.org/com/nyStart/
a climatizar, sendo o frio ou calor (e humidade), no todo ou em parte, transportado por 17. Tirone Nunes - http://www.tironenunes.pt - http://www.construcaosustentavel.pt
um fluido térmico aos diferentes locais a climatizar. http://www.sustainableconstruction.eu
Sistema de ventilação mecânica > é a instalação que permite a renovação do ar interior 18. UNEP - United Nations Environment Programme - http://www.unep.org/
por ar novo atmosférico exterior recorrendo a ventiladores movidos a energia eléctrica. Para mais links consultar a página na Internet www.construcaosustentavel.pt.

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Agradecemos aos nossos patrocinadores.

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