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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

I PROCESSO TC 02390/06

Administração Direta Municipal. PRESTAÇÃO DE


CONTAS ANUAIS do EXERCíCIO de 2005, da MESA DA CÂMARA
MUNICIPAL DE PRINCESA ISABEL, da responsabilidade do
Senhor EUGÊNIO PACELLI COSTA MANDÚ - Infringência a item
do Parecer Normativo PN TC 52/04 - Verificação de que o Gestor
deixou de recolher as contribuições previdenciárias dos
Vereadores - IRREGULARIDADE.
ATENDIMENTO PARCIAL às exigências da Lei de
Responsabilidade Fiscal.

ACÓRDÃO APL Te 115~-12.008

Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO TC - 02390/06 e,


CONSIDERANDO que o Gestor deixou de descontar e, por isso mesmo, recolher
à Previdência Social, as contribuições devidas a este titulo, que estaria obrigado a
fazê-Io, configurando hipótese prevista no Parecer Normativo PN TC 52/04 que
redunda em julgamento dando pela irregularidade das contas prestadas;
CONSIDERANDO os fatos narrados no Relatório;
CONSIDERANDO o mais que dos autos consta;
ACORDAM os Membros do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA
(TCE-Pb), à unanimidade, com a declaração de suspeição suscitada pelo Conselheiro
Antônio Nominando Diniz Filho, na Sessão realizada nesta data, de acordo com a
Proposta de Decisão do Auditor Relator, em:

1. JULGUEM IRREGULARES as contas da Mesa da Câmara de Vereadores de


PRINCESA ISABEL, relativas ao exercicio de 2005, de responsabilidade do
Senhor EUGÊNIO PACELLI COSTA MA ND Ú, considerando nestas que o
Chefe do Poder Legislativo atendeu parcialmente as exigências da Lei de
Responsabilidade Fiscal;
2. RECOMENDAR à Administração da Câmara Municipal de Princesa Isabel, no
sentido de que não mais se repitam as falhas observadas nestes autos;
3. ORDENAR a formalização de autos apartados destes com vistas à
verificação, pela DEAPGIDIGEP, acerca da ocorrência de contratação de
servidores sem concurso público;
Publique-s , . time ,re istre-se e cumpra-se.
Sala das Sessõ do C b- ário Ministro João Agripino
Jo Pes o. 6 e rço de 2.008.

Tribunal
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

I PROCESSO TC 02390106 lillJ!


Administração Direta Municipal. PRESTAÇÃO DE
CONTAS ANUAIS do EXERCíCIO de 2005, da MESA DA CÂMARA
MUNICIPAL DE PRINCESA ISABEL, da responsabilidade do
Senhor EUGÊNIO PACELLI COSTA MANDÚ • Infringência a item
do Parecer Normativo PN TC 52/04 - Verificação de que o Gestor
deixou de recolher as contribuições previdenciárias -
IRREGULARIDADE - APLICAÇÃO DE MULTA.
ATENDIMENTO PARCIAL às exigências da Lei de
Responsabilidade Fiscal.

RELATÓRIO E PROPOSTA DE DECISÃO

RELATÓRIO

o Senhor EUGÊNIO PACELLI COSTA MANDÚ apresentou, dentro do prazo


legalmente estabelecido, a Prestação de Contas Anual da Mesa da Câmara Municipal de
PRINCESA ISABEL, relativa ao exercício de 2005, sob a sua responsabilidade, cuja
documentação foi encaminhada e analisada pela DIAFI/DIAGM VI, que emitiu Relatório,
com as seguintes observações, que a seguir se fez resumir:
1. No orçamento estimou-se a receita e previu-se a despesa em igual valor de
R$ 398.303,00, sendo efetivamente transferidos 100,00% da receita prevista e a
despesa realizada foi de 110,02%1 da fixada;
2. A remuneração de cada Vereador durante o exercício foi de R$ 12.000,00 e a do
Presidente da Câmara importou em R$ 30.000,00, estando dentro dos limites
estabelecidos na legislação específica, seja local seja constitucional;
3. A despesa com pessoal correspondeu a 2,78% da Receita Corrente Líquida do
exercício de 2005, cumprindo do que dispõe o art. 20 da LRF;
4. A folha de pagamento do Legislativo atingiu 76,79%2 das transferências recebidas,
cumprindo o artigo 29-A, parágrafo primeiro da Constituição Federal;
5. Balanço Orçamentário incorretamente elaborado':
6. A despesa total do Poder Legislativo Municipal foi de 7,91% da receita tributária e
transferências realizadas no exercício anterior, não cumprindo o art. 29-A da
Constituição Federal;
7. Quanto à gestão fiscal, consignou-se o ATENDIMENTO PARCIAL às disposições
da LRF, porquanto o Gestor deixou de atender à LRF respeitante:
7.1. Gastos com folha de pagamento, equivalente a 76,79% de sua receita em
relação ao que dispõe o § 1° do art. 29-A da Constituição Federal;
7.2. Não comprovação da publicação dos RGF;
7.3. Incompatibilidade de informações entre o RGF e a PCA.
8. Quanto às disposições constitucionais e legais e demais aspectos examinados,
inclusive os itens do Parecer PN TC 52/04, constatou-se:
8.1. Déficit orçamentário equivalente a 10,02% das transferências recebidas pelo
Poder Legislativo;
8.2. Não recolhimento das contribuições previdenciárias aos órgãos competentes
devidas por empregador, incidentes sobre remunerações pagas pelo
Município;
8.3. Despesas não licitadas, no valor de R$ 31.200,00, referente à contratação de
advogado e contador; 7
8.4. Balanço Orçamentário incorretamente elaborado, pela omissão de despes~ \" I

com obrigações patronais; ;;/ I"

1 A Auditoria, utilizando-se de estimativa, concluiu pela omissão de despesa com encargos sociais junto ao INSS-PAR \ //
EMPRESA, no valor de R$ 40.733,67, às fls. 99, gerando, conseqüentemente, deficit orçamentário. I. /
2 Foi incluído pela Auditoria o valor de R$ 31.200,00 referente à contabilização incorreta no elemento 3.3.90.36 - Outro X"
Serviços de Terceiros quando o correto seria no elemento de despesa 3.1.90,04 - Contratação por tempo determinado. \
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PROCESSO TC 02390/06 ~I
8.5. Nomeações irregulares de cargos comissionados.
Regularmente intimado para o contraditório, o Chefe do Poder Legislativo apresentou
a defesa de fls. 110/190, que a Auditoria examinou e concluiu no sentido de considerar
sanada a falha referente às despesas não licitadas na importância de R$ 31.200,00,
mantendo o seu anterior pronunciamento no tocante às demais irregularidades.
A destempo, o interessado apresentou a documentação de fls. 210/311, respeitante ao
débito previdenciário, que a Auditoria examinou e concluiu por manter a irregularidade,
posto que não houve parcelamento do débito junto ao INSS, porquanto com este não
concordou o Chefe do Executivo, não apondo a sua necessária assinatura no documento
específico (fls. 215/225), conforme relatório às fls. 312.
Instado a se pronunciar, o Parquet, através da Ilustre Procuradora Ana Terêsa
Nóbrega, teceu comentários e opinou pelo (a):
1. IRREGULARIDADE das contas da Mesa da Câmara Municipal de Princesa Isabel,
relativas ao exercício de 2005;
2. ATENDIMENTO PARCIAL às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Foram feitas as comunicações de estilo.
É o Relatório.

PROPOSTA DE DECISÃO

o Relator ousa divergir da Unidade Técnica de Instrução e do Ministério Público


Especial no tocante à restrição concernente aos gastos com folha de pagamento, uma
vez que despesas com serviços advocatícios e contábeis não são consideradas como
despesas com pessoal a integrar o limite previsto no artigo 29-A da Constituição Federal.
No mais, concorda integralmente com as restrições apontadas pela Auditoria,
especialmente quanto ao não recolhimento das contribuições previdenciárias ao órgão
competente (INSS) incidentes sobre remunerações pagas pela Câmara Municipal, inclusive
sobre os subsídios dos vereadores, que redunda na desaprovação das contas prestadas, na
inteligência do subitem 2.5 do PARECER NORMATIVO 52/2004.
Com efeito, o Relator propõe aos integrantes deste egrégio Tribunal Pleno que:
1. JULGUEM IRREGULARES as contas da Mesa da Câmara de Vereadores de
PRINCESA ISABEL, relativas ao exercício de 2005, de responsabilidade do
Senhor EUGÊNIO PACELLI COSTA MANDÚ, considerando nestas que o Chefe
do Poder Legislativo atendeu parcialmente as exigências da Lei de
Responsabilidade Fiscal;
2. RECOMENDEM à Administração da Câmara Municipal de Princesa Isabel, no
sentido de que não mais se repitam as falhas Observad;;rs !J~ autos.
É a Proposta. ~./.-
João Pessoa, 2 Ide arço d .0 .

\\\1, \
)f. uditor :Marcos

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