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Indicadores de qualidade
e quantidade em saúde
Parte II
Quality and quantity
indicators in healthcare
Part II OLÍMPIO J. NOGUEIRA V. BITTAR1
RESUMO ABSTRACT
Introdução: Na área de saúde existem indicadores Introduction: There are traditional indicators in the
tradicionais que medem o desempenho de programas, healthcare field that measure the performance of pro-
serviços e unidades. Entretanto, a complexidade da área grams, services, and units. The complexity of this area,
exige mais do que estes indicadores. Objetivo: Trazer à however, requires more than such indicators. Objective:
tona indicadores que possibilitem medir atividades como To develop indicators that will allow the measurement
as de ensino, pesquisa, de atividade industrial, de ativi- of activities such as teaching, research, industrial activ-
dades extra-hospitalares, além da necessidade de cria- ity, out of the hospital activities, and to develop indica-
ção daqueles para avaliação tecnológica de eventos-sen- tors for technological evaluation and of sentinel events.
tinela. Método: Levantamento bibliográfico e resultados Method: Literature research and consulting results.
de consultorias. Resultados: Oito tabelas contendo Results: Eight tables with suggestions of indicators to
sugestões de indicadores a serem aplicados nas insti- be applied in healthcare institutions.
tuições de saúde. Key words – Indicators. Healthcare indicators. Services/meth-
Palavras-chave – Indicadores. Indicadores de saúde. Indica- ods indicators.
dores de serviços/métodos.
INTRODUÇÃO
Bernstein(1) comenta que no século comprovado por expoentes da adminis- só cabeça, como em empresas de alta
XVIII um inglês de nome Francis Galton, tração, como Peter Drucker(2) e Henry tecnologia ou em hospitais, as estraté-
fanático por medições, foi o responsá- Mintzberg(3), nas afirmações colocadas gias precisam ser elaboradas coletiva-
vel por uma afirmação: “sempre que pu- a seguir: mente. À medida que os implementa-
der, conte”, trazendo notável contribui- ”poucos processos industriais são tão dores formulam, a organização aprende“
ção para a estatística e a administração complicados quanto o hospital” (Dru- (Mintzberg).
do risco. cker). Esta complexidade e o risco inerente
Muito se tem falado sobre a comple- “no outro caso, quando aquilo que da atividade obrigam medições constan-
xidade dos hospitais, o que pode ser tem de ser sabido é demais para uma tes e variadas, devendo-se criar indica-
1. Médico especialista em Administração de Serviços de Saúde e Políticas de Saúde; Professor Doutor com Livre-Docência em Saúde Pública
pela FSP/USP. Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
E-mail: bittar@usp.br