MEDICINA TRADICIONAL CHINESA

Paulo de Tharso S.Castro - 2004

Lendo o artigo de Bárbara Soalheiro na Revista SuperInteressante 196, gostaria sem

grandes pretensões, de oferecer algumas informações que poderiam ser úteis aos leitores, no
que diz a respeito à Medicina Chinesa e Acupuntura. Não preciso dizer que sou totalmente
fascinado com as possibilidades da Acupuntura aliada a Alimentação adequada, e Massagens
Básicas seguindo a filosofia chinesa.

Primeiramente, gostaria de afirmar que “não é possível curar DOENÇAS de fora

para dentro”. As Medicinas (se existir mais que uma) objetivam ajudar o paciente a resgatar
a capacidade de cura do seu próprio corpo e para isto todo tratamento precisaria ser Integral,
ou seja, buscar uma compreensão da origem do desequilíbrio do paciente nos campos
espiritual, mental, emocional, físico, alimentar e também ambiental. O corpo humano é
defeituoso desde sua origem no nascimento e vai apresentar estes defeitos ao longo do
tempo, bem como acumular novos defeitos neste percurso. Cumpre ao individuo se
conscientizar dos desvios orgânicos e procurar ALTERNATIVAS de reequilibrio. Neste
particular, cumpre ao doente buscar uma solução, de qualquer medicina que o ajude a se
curar, com o mínimo de custo para sua saúde ou para o seu bolso. Muitas anomalias humanas
apresentam-se IRREVERSIVEIS cumprindo nos aliviar os sintomas e aumentar o tempo de
vida do paciente.

Os métodos da Medicina Convencional (se assim posso dizer) se concentram em

instrumentos, equipamentos, drogas, radiações e procedimentos com o objetivo de se
“arrancar a doença” do paciente, algumas vezes custando à vida do próprio ou causando
seqüelas colaterais. Obviamente, acho justo estes métodos quando a síndrome assumiu
proporções irreversíveis. Este é um ponto importante para mim: O critério da
Irreversibilidade da doença. No Brasil, esta Medicina, por necessitar de grandes
investimentos e estar envolvida por um mercantilismo selvagem já apresenta um quadro
alarmante de descontentamento pela população. Basta ver as noticias nos jornais, dos fatos
que ocorrem nos hospitais e clinicas particulares e nas farmácias. Entendo que a culpa não
seja apenas dos profissionais médicos, mas da estrutura adotada pelo sistema e da própria
sociedade que não toma atitudes.
 Por outro lado, a Medicina Tradicional Chinesa, milenar, concentra-se em métodos que
buscam a eliminação do desequilíbrio manifestado pela síndrome, usando brilhantemente de
sua capacidade de diagnosticar com base na analogia com a natureza, através da polaridade
Yin/Yang, das cinco propriedades: calor, frio, secura, umidade e vento e dos cinco elementos:
água, fogo, metal, madeira e terra.

O objetivo da MTC não se restringe à cura da síndrome apresentada pelo paciente,

naquele momento, mas reconduzir aquele organismo para um equilíbrio, dito por mim, de
CENTRO. Existe um livro muito interessante e gostoso de se ler sobre estas idéias:
Acupuntura Constitucional Universal – Eu Won Lee – Editora Typus.

Esta medicina “constitucional” ainda não pode ser sentida aqui no Brasil, primeiro
porque ela ainda é novata no mundo todo. Grupos conservadores, corporativistas e
politiqueiros tentam dificultar a divulgação e o trabalho dos profissionais de Acupuntura e a
população continua sendo enganada por espertalhões.

Na revista 196, afirma-se que “Nenhum cientista encontrou os tais canais de energia”.
Tremenda inverdade. Vejam o artigo publicado na Revista Paulista de Acupuntura vol 2
numero 1 de Jan/Jun de 1996 intitulado “Displaying of the meridian courses over human
body surface with thermal imaging system” que com imagens muito ricas descreve o que
vou explicar abaixo.

O corpo humano “vivo”, fisicamente é um saco de fluidos iônicos, que se

polarizam, recebendo e transmitindo fluxos de correntes de matéria e energia. Dizem, os
chineses, que num corpo saudável a energia tem que circular livremente, sem bloqueios.
Estes bloqueios, ou estagnações de fluidos ou energia seriam os causadores das doenças. A
origem dos bloqueios poderiam ser mentais, emocionais ou físicas.

O principio Yin/Yang, exemplificado por uma placa no Sol, diz que, simplificadamente (
vou tentar sintetizar ) um lado seria quente e o outro seria frio. Para não estender muito,
lembremos o processo de convecção natural muito usado em transformadores sem ventilação.
O fluido mais quente por uma diferença de densidade tende a subir e o mais frio a descer por
ser mais pesado.

Este fenômeno também pode ser sentido no ar refrigerado que lançado, mais frio, no
alto da sala tende a descer e levantar o ar quente do ambiente. Pois é, nosso corpo apresenta
vários locais mais quentes e mais frios que continuamente promovem a circulação dos fluidos
deste saco iônico.
 A circulação energética percorreria o corpo através de caminhos identificados, pelos
chineses como canais de energia. Não se trata de canais contidos, como os vasos sanguíneos,
mas caminhos como os rios que podem variar sua largura de acordo com o volume das águas.

Outro fenômeno importante é o fato que a inserção de uma agulha em determinada

região (ponto de acupuntura, localizado por acidentes físicos bem descritos) promove a
mudança de polaridade iônica daquela região, causando (já medido por instrumentos)
mudança da condutividade elétrica daquele terreno junto da agulha.

Desta forma seria possível alterar o volume da água dos rios como se fosse uma
comporta. Outra funcionalidade da agulha seria a religaçao do cérebro com aquele
local forçando restabelecer o cuidado orgânico natural pelo próprio corpo.

Seria difícil explicar neste texto como os princípios chineses de atendimento de um

paciente, de “Ouvir, Observar, Perguntar e Palpar”, da observação da Língua e dos pulsos, das
cores do paciente, das propriedades da síndrome (fria, quente, seca, úmida, migrante,
estagnante, por deficiência ou excesso, etc) alem de identificar com clareza o que poderia
estar ocorrendo, permite ao paciente se conscientizar de como restabelecer ou melhorar sua
saúde.
Acho que estas explicações poderiam ajudar a entender o processo da Acupuntura
corporal e auricular e seus canais de energia, mas não o processo completo da Medicina
Chinesa.
Ela possui muitos dispositivos de grande utilidade e sapiência: moxabustão, ventosas,
pedras quentes, o uso do alho e do gengibre e uma infinidade de conhecimentos auxiliares no
diagnostico dos desequilíbrios, as ervas e remédios naturais não químicos, exercícios,
massagens localizadas ou gerais no corpo, respiração adequada e uma alimentação adequada
e saudável. Outro instrumento valioso seria o diagnostico visual.
 A orientação alimentar segundo os princípios chineses leva em conta o perfil
constitucional do paciente: magro, gordo, forte, fraco e as características básicas de cada
alimento: partes da planta ou do animal (raízes, sementes, folhas, frutos), propriedades
físico-quimicas e estação do ano que o alimento é gerado pela natureza.

Para exemplificar, praticamente, o que estou afirmando apresento o caso do meu filho
que está acontecendo neste ultimo mês. Rapaz de 22 anos, que usa muito computador,
bicicleta, e esportes com raquete vem nos últimos anos desenvolvendo um cisto sinovial que
atingiu a dimensão aproximada de 3 centímetros de raio por 0,8 de altura no punho direito.

Até mês passado ele se recusava a fazer qualquer coisa por que não incomodava e
sabíamos não se tratar de algo grave. Porem, ele resolveu ir a um cirurgião de mãos, no
Hospital Mater Dei que pela dureza do caroço e tamanho recomendou operar.

Voltamos, sem tomar nenhuma decisão. Tenho muito receio de operações, por
experiência própria e as evito ao máximo.

Pesquisei, na Internet, pelo Google “caroço no punho” e “cisto sinovial” encontrando

muitas referencias indicando a cirurgia ou a drenagem do liquido com injeção. Repitam a
pesquisa para vocês verem as soluções apresentadas pelos médicos convencionais.

Propus ao meu filho, fazer um tratamento com base em pedra quente com gengibre e
agulhas de acupuntura. Uma pedra preta, cúbica, de calçada portuguesa, aquecida na trempe
de um fogão a gás e segura com um pano é aplicada sobre uma fatia de gengibre que é
apoiada em cima do caroço. Após a aplicação do calor são inseridas duas agulhas de
Acupuntura para estimular o cuidado do corpo pelo Cérebro. Inacreditável, o caroço dissolveu
na primeira aplicação. Estamos na terceira aplicação com um resultado espetacular, digno de
se divulgar para as pessoas na mesma situação. Desapareceu e ponto final.

Concluindo poderíamos perguntar: “Curou??” Não sei responder ainda, porque como
dizem os chineses: “Fazemos Acupuntura e pedimos a Deus para Curar”.
 Acupuntura Constitucional
Orientaç ão Alimentar e Voc ac ional
Tratamento de doenç as c om uns

Paulo de Tharso S. Castro

Form ado pelo Instituto Cultural Chinês
ptharso@hotm ail.c om

Rua Fernandes Tourinho 735/901 Tel: (31) 32873714 / 32237306

Paulo de Tharso S. de Castro: Engenheiro Eletricista aposentado pela Petrobrás,

trabalhou por 25 anos na área de Projetos Eletricos e Automação Industrial na Refinaria
Gabriel Passos. Despertado pela eficácia e simplicidade da Acupuntura, fez curso de Medicina
Chinesa no Instituto Cultural Chinês (1995) em Belo Horizonte. Utiliza como princípios básicos
de tratamento das doenças comuns a Acupuntura Corporal e Auricular, a Orientação Alimentar
e Massagens Básicas em pontos de alarme da Medicina Chinesa, nas costas.