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FCCE is the o ldest Trade Association dedicated In the recent past, the FOREIGN TRADE CHAM-
Exclusively to Foreign Trade activities. BERS FEDERATION – FCCE signed an accord with
Founded in 1950 by entrepreneur Joao Daudt de the CHAMBERS OF COMMERCE COUNCIL OF THE
Oliveira (who was also the founder of the National Trade AMERICAS, an organization representing the Bilateral
Federation five years earlier), FCCE has been in Chambers of Commerce in the following countries:
operation for over 50 years, motivating and supporting ARGENTINA, BOLIVIA, CANADA, CHILE, CUBA,
the work of Bilateral Chambers of Commerce, Foreign ECUADOR, MEXICO, PARAGUAY, SURINAM,
Consulates, Business Councils and Mixed Commissions URUGUAY, TRINIDAD AND TOBAGO and VENE-
at the federal level. ZUELA.
FCCE, by force of its Statute, has national scope with In addition to the several dozen Bilateral Chambers of
Regional Vice-Presidents in various states of the Commerce affiliated with FCCE throughout Brazil, the
Federation, and also operates in the international realm Presidents of these Chambers of Commerce belong to
through “Cooperation Convention’s” established with the current Administration: Brazil-Greece, Brazil-
various organizations of the highest credibility and Paraguay, Brazil-Russia, Brazil-Slovakia, Brazil-Czech
tradition. Among these is the International Chamber of Republic, Brazil-Mexico, Brazil-Belarus, Brazil- Portu-
Commerce (ICC) founded in 1919, with headquarters gal, Brazil-Lebanon, Brazil-India, Brazil-China, Brazil-
in Paris, which has more than 80 National Committees Thailand, Brazil-Italy and Brazil-Indonesia, in addition to
across the five continents, in addition to running the the President of the Brazilian Committee of the
most important “International Arbitration Court” in the International Chamber of Commerce, the President of
world, founded in 1923. the Brazilian Commercial Exporting Company Association
The FOREIGN TRADE CHAMBERS FEDERATION ABECE, the President of the Brazilian Railroad Industry
headquarters is located at Avenida General Justo 307, Association ABIFER, President of the Brazilian Container
Rio de Janeiro, which is also the main office of the Terminal Association and the President of the Mechanical
National Confederation of Commerce (Confederação Industries and Electric Material Union, among others.Also
Nacional do Comércio – CNC). The FCC and the CNC included are various Consuls and foreign diplomats,
have held a partnership for nearly two decades, working among them the Consul General of the Republic of Gabon,
through the “Administrative Support Convention and the Consul of Sri Lanka (formerly Ceylon) and the Trade
Mutual Cooperation Protocol.” Counselor Minister of the Portuguese Embassy.
The Administration
ADMINISTRATION FOR THE 2003/2006 TRIENNAL
President
1 st V i c e - P r e s i d e n t
Vice-Presidents
Directors
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A profitable meeting
Um encontro proveitoso
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In the Bilateral Seminar of Foreign
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Commerce and Investments Brazil-Belgium-
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A FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO EXTERIOR – FCCE realizou Luxemburg, held by the Federation of
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em 30 de maio de 2005, no Rio de Janeiro, o Seminário Bilateral de Comércio Exterior
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Chambers of Foreign Commerce on May
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e Investimentos Brasil-Bélgica-Luxemburgo. Iniciativa privada e governo de ambas as 30th of 2005, private initiative and
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partes apresentaram seus objetivos e discutiram formas inteligentes de cooperação e government of both parties presented their
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complementação econômica. Os interesses privados, as oportunidades de negócio e os objectives and discussed intelligent ways of
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esforços do governo belga na dinamização de sua economia foram apresentados pelos cooperation and economic
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representantes das regiões da Valônia, de Flandres e de Bruxelas; pelo Presidente da complementation. At the end of the
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Câmara de Comércio Belgo-Luxemburguesa-Brasileira na Bélgica; pelo Presidente do encounter it remained clear: Belgium, whose
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Porto de Ghent; pelo Presidente do Porto de Antuérpia e pelo Sócio-Diretor do escri- ports have proven efficient logistics and is
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tório de advocacia CMS deBacker, que vieram ao Rio de Janeiro para coroar com êxito situated in a privileged position in relation
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os trabalhos do Seminário. Como representante de investimento produtivo bem suce- to the most prosperous countries of the
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dido em território brasileiro, é preciso registrar a ilustre presença do presidente da European Union; Luxemburg, large
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Belgo Arcelor, cuja brilhante exposição elucidou também as vantagens de atuar no international financial market where
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mercado nacional. Brazilian banks operate; and Brazil, exporting
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No Brasil, a atual posição cambial não favorece diretamente as exportações mas potency being enhanced and whose
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indiretamente privilegia o setor exportador, a partir da importação de insumos e compo- government is boosting the business
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nentes mais baratos e do Drawback. Independente da "maré cambial", o Brasil precisa activities connected to foreign commerce,
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ampliar sua eficiência logística a fim de reduzir seus custos e atuar com competitividade no are three friendly countries which have all
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mercado internacional. Nesse sentido, a eficiência dos portos belgas é o exemplo que deve that is necessary to decidedly increase their
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seguir o Brasil em sua trajetória em busca da ampliação de saldos comerciais. Os Portos de interchange.
Ghent e de Antuérpia, e sua logística integrada, aproveitam a posição central da Bélgica e ○
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sua proximidade aos países que constituem o maior PIB da união Européia.
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Este terceiro Seminário realizado pela FCCE, nas palavras de um graduado represen- APOIO
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de traçar objetivos." De fato, a iniciativa da FCCE é uma prévia às negociações que ocorre-
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O que dizer de Luxemburgo? Além de sua importância como praça financeira inter-
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Chegamos ao terceiro número de nossa revista e, com ele, a certeza de que o Brasil,
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sob os ditames de sua política externa universalista e não excludente é uma potência
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rio, mas é preciso que se entenda que por de trás do sucesso está o trabalho. Se, de um
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Boa leitura.
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O EDITOR
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Expediente
Produção Textos e Repor tagens Fotografia
Agência Brasileira de Imprensa Elias Fajardo Christina Bocayuva
Diretores: Eduardo Teixeira e José Antonio Nonato
Maurice Stéphane Habib Marlene Custódio As opiniões emitidas nesta revista são de
responsabilidade de seus autores.
Editor Projeto Gráfico, Editoração e Arte É permitida a reprodução dos textos, desde que
O coordenador da FCCE Estopim Comunicação citada a fonte.
SUMÁRIO
6 E N T R E V I S TA 39 O P O RT U N I DA D E
“Produzir com Brasil/Bélgica: um mercado a
qualidade e ser conquistado
tecnologia pode
aumentar a
exportação e
debelar a inflação”
4 1 EM PAU TA
Laços históricos
e estratégicos
1 6 A B E RT U R A
Longa amizade anima bons
negócios num futuro próximo 4 2 C U LT U R A
O Leão da Bélgica
2 0 PAINEL I
O grande potencial
de comércio entre
4 4 PA N O R A M A
os três países Brasil, Bélgica e
Luxemburgo:
agenda
comercial
2 5 PAINEL II diversificada
Parcerias Público-Privadas, um
investimento seguro e rentável 4 5 PA R C E R I A
Excelência em aço e ética nas ações
2 7 PA I N E L III
Missões realizadas
e resultados
esperados: a visão
4 9 TURISMO
belga A abençoada cerveja
dos mosteiros belgas
3 3 PA I N E L IV Luxemburgo: O pequeno
país que deu certo
Novos rumos e conhecimento da
realidade comercial
5 4 TABELAS
3 6 ENCERRAMENTO
Investir no Brasil
é bom negócio 6 2 C U RTA S
ENTREVISTA
“Produzir com
qualidade e
tecnologia pode
aumentar a
exportação e
debelar a inflação”
A Associação de Comércio Exterior do Brasil – AEB tem mais de
300 empresários associados e se propõe a refletir sobre o comér-
cio exterior, analisando os gargalos e sugerindo alternativas e solu-
ções. Seu presidente, o economista Benedicto Fonseca Moreira,
ex-presidente da Petrobrás e ex-diretor da Cacex, faz questão de
dizer que os empresários do comércio exterior não são “quei-
xadores”, mas parceiros na busca de bons negócios. Ele é um entu-
siasmado com o crescimento do setor e com a evolução do meio
empresarial brasileiro, que quer atuar no mercado interno e ex-
terno. Por isto adverte: “é preciso melhorar custos internos e trans-
formar uma tendência conjuntural em realidade permanente. Nes-
te cenário, a informação é parceira estratégica.”
absorveram 60%, ou mais, da nossa expor- Para que o Brasil possa exportar mais
tação. O Brasil cresceu muito para os demais e ampliar a abertura econômica é
mercados da Ásia, América do Sul, Oriente preciso resolver questões como bu-
Médio e África. Está havendo uma positiva e rocracia pesada, gargalos logísticos e
paulatina diversificação de mercado, um tra- sistema tributário oneroso. Como mo-
balho do ministro Luiz Fernando Furlan dificar positivamente esta realidade?
diretamente e via APEX. Mas a concentra- BFM – Política cambial de taxas flutuantes
ção de mercados pode ser explicada na com- significa dizer que a taxa pode subir ou des-
posição da pauta de exportação, majoritaria- cer. É preciso, portanto, ter política que re-
mente de commodities demandadas pelos duza custos e eleve a capacidade de compe-
mercados desenvolvidos. Mas a diversifica- tição de modo a neutralizar eventuais movi-
ção está ocorrendo, o que é positivo. mentos de valorização artificial da moeda.
Estávamos competindo bem com taxa
Que importância e significação têm desvalorizada, acima de três reais por dólar.
nossos negócios com a Bélgica e Com o real mais valorizado em relação ao
Luxemburgo? dólar, perdemos parte da competitividade.
“
BFM – São dois mercados importantes. As Os empresários reclamam e pedem a des-
O empresariado brasileiro importações giram em torno de 500 a 600 valorização do real, enquanto o governo re-
sabe que hoje o mercado milhões de dólares por ano; as exportações siste porque a taxa é flutuante. Seria reco-
é o somatório do interno são mais ou menos o dobro. Não se deve mendável, além de inteligente reforma do
”
olhar os países europeus isoladamente, mas sistema cambial, atacar os fatores que one-
com o externo como área econômica de mercado integra- ram a exportação. Há várias propostas indi-
do. Muitas vezes a estatística indica Bélgica cando os que podem ser eliminados de
BFM – Isso ocorre tradicionalmente, mas ou Holanda, mas é trânsito. Mercadorias con- modo a que se reduza de 15 a 18% os custos
está havendo amadurecimento do empre- signadas para os portos de Antuérpia, na Bél- dos exportadores e, com isso, se reequi-
sário nacional. Ele sabe que hoje o mercado gica, ou Roterdã na Holanda, vão para a Ale- libraria a capacidade de competição com o
é o somatório do interno com o externo, manha, Rússia, Itália. Deve-se olhar a Euro- real valorizado. Essa seria uma política sadia
investe em tecnologia e escala, portanto, não pa , sobretudo Ocidental, como um todo. que manteria um ritmo forte de crescimen-
pode ficar limitado ao mercado interno; o to da exportação auto-sustentável.
horizonte é mais amplo. O grande estrangu- A exportação é determinante na sus-
lamento são as barreiras internas, o chama- tentação do crescimento e o nosso O real valorizado pode significar
do “custo Brasil”. O exportador, sobretudo sistema é de taxas de câmbio flutu- melhoria macroeconômica. Há quem
pequeno e médio, não agüenta a elevação antes. Explique a importância dos prefira o dólar mais valorizado. Isto
dos custos, agravada pela valorização do real saldos comerciais para a economia afeta nosso comércio exterior?
diante do dólar. A desvalorização que ocor- brasileira. BFM – Já está afetando. Não de imediato o
ria compensava parte do custo interno. À BFM – A taxa de câmbio flutuante é um setor agrícola, que exporta em escala, como
medida que a moeda se valoriza, as empresas sistema muito melhor do que o que se pra- também alguns setores com maior produti-
menores se voltam para o mercado interno ticava antigamente. O Brasil é uma econo- vidade por incorporações de tecnologia e
para sobreviver. De modo geral, o setor em- mia aberta, com crescente inserção interna- aqueles com regimes aduaneiros especiais.
presarial procura se manter no externo: uns cional, engajado nos compromissos e regras Acontece que muitas empresas aumentam
porque o mercado interno não tem dimen- da OMC. A abertura econômica com inser- a importação para reduzir custos, afetando o
são para absorver toda a sua produção; ou- ção internacional deve ser vista como per- nível de emprego interno, o que é um con-
tros incorporaram modernas tecnologias, manente e estratégica; instrumento de de- tra-senso em termos de política de governo.
com saltos na escala de produção; alguns senvolvimento econômico e não fator nega- As pequenas e médias empresas que o go-
têm contratos no exterior e não querem tivo à produção nacional. Assim, a exporta- verno faz grande esforço para incluir na ex-
rompê-los. ção torna-se também política estratégica de portação estão sendo prejudicadas. No setor
caráter hegemônico. Se não houver capa- calçadista ou em alguns segmentos têxteis é
O principal mercado do Brasil, com citação competitiva para que as exportações grande o número de empresas pequenas e
cerca de 24%, é a União Européia, se- cresçam permanentemente, há riscos. É pre- médias saindo da exportação porque não
guido dos Estados Unidos com 21%. ciso arrumar a casa para que a exportação conseguem sustentar o preço. A única alter-
Como vê esse cenário? cresça a taxas superiores àquelas da impor- nativa é mexer nos custos internos. O siste-
BFM – Esta concentração é uma tradição tação. Se não ocorrer, haverá vulnerabilidade ma tributário brasileiro onera a exportação.
brasileira. Já foi maior. Esses mercados já externa e futuras crises cambiais. É o ônus do PIS/Cofins para alguns setores,
“
procedimentos. Como lidar com isto? pela aplicação no mercado financeiro onde
BFM – O Brasil é reconhecidamente exa- Acredita-se ser o atual se consegue rentabilidade maior. Ao invés
gerado.Tem excesso de leis, de decretos, de superávit comercial da dogmatização do controle da demanda,
normas executivas, de ministérios. É um país auto-sustentável, mas que existe há 20 anos, é preciso dogmatizar a
”
controlador, por formação e cultura. necessidade de aumentar oferta. A mas-
Com a abertura econômica e compro- grande parte é conjuntural sificação da produção com qualidade, incor-
missos internacionais assumidos, precisamos porando tecnologia, parece ser o caminho
maximizar a capacidade de competição. No As altas taxas de juros criam sensações mais lógico para debelar a inflação e conso-
comércio exterior existem mais de 300 leis positivas no controle da inflação, mas lidar o crescimento da exportação.
e 600 decretos, cerca de 3.000 atos executi- podem ter efeitos negativos, afetar a
vos e 18 ministérios baixando atos que se exportação e estimular importações. “A informação é arma da sociedade,
conflitam. Os empresários ficam tontos, não É possível conviver com isso? o alimento, a sustentação da liberda-
sabem com quem falar e como falar. Mes- BFM – O governo faz um esforço meritório de”. O senhor escreveu isto e afirmou
mo porque, em país organizado, o empresá- para reduzir a pesada dívida interna, por ou- que, para o comércio exterior, ela é
rio não precisa, a toda hora, estar falando tro lado adota uma política que eleva os ju- fundamental. Por quê?
com pessoas do governo. Deve saber as nor- ros e a própria dívida interna. Não acredito BFM – A vida moderna é complexa e os
mas, diretrizes e deveres e merecer certa no combate à inflação apenas por meio da meios de comunicação fornecem informa-
confiabilidade. É preciso que as pessoas se- taxa de juros. Isso é apropriado numa eco- ções fundamentais. Quem não é bem infor-
jam mais respeitadas, que o governo dê mais nomia organizada, com pleno emprego e alta mado não tem mais condições de gerir seus
liberdade e puna com rigor o descaminho. tecnologia. Nós somos subdesenvolvidos. negócios. A informação é um instrumento
Por exemplo, a Receita Federal baixou a A inflação no Brasil tem muitas faces e o estratégico de tomada de decisões empre-
Instrução Normativa nº 455 com o sadio próprio governo, por meio dos preços ad- sarias, inclusive para o próprio governo.
A solenidade de abertura do Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos foi prestigiada com a presença de ministros, embaixadores e representantes d
Marc Franck maras de Comércio Exterior acontece no âmbito do comércio exterior brasilei-
Cônsul-Geral da Bélgica no Rio de Janeiro num momento duplamente importante, ro, é importante saber primeiramente que
quando o Brasil busca parceiros alternati- a Bélgica representa 3,4 % do comércio
O Embaixador Marc Franck, há três vos e reforça laços tradicionais, através exportador mundial. Esta cifra enorme é
anos servindo como cônsul-geral da desses contatos, reata um diálogo com os mais da metade da totalidade das exporta-
Bélgica no Rio de Janeiro, é um entusi- países chamados clássicos, como a Bélgi- ções da China.
asta do potencial econômico do Brasil e ca. A Bélgica tem uma relação tradicional Como isso é possível para um peque-
da possibilidade de grandes negócios com o Brasil desde 1920, quando o rei no país de 10 milhões de habitantes? É
com a Bélgica. Em seu pronunciamen- Alberto I e sua esposa, a Rainha Elisabeth, possível porque a Bélgica além de expor-
to na sessão solene de abertura do Se- aqui estiveram. Essa foi a primeira visita de tar sua produção, importa do mundo in-
minário Bilateral de Comércio Exterior e um chefe de estado europeu ao Brasil. Para teiro e reexporta para 25 países da Euro-
Investimentos Brasil – Bélgica/Luxem- marcar a ocasião, os brasileiros, com mui- pa, detendo 3,4% dessas transações no
burgo, Franck destacou os laços de ami- ta delicadeza, batizaram uma das princi- âmbito da União Européia. Uma cifra
zade que unem os dois países e sua con- pais ruas do Rio de Janeiro com o nome exemplar.
fiança no avanço de grandes negócios de Rainha Elisabeth; homenagem que se O crescimento das importações brasi-
em futuro próximo. mantém até hoje, quase um século de- leiras provindas da Bélgica acontece es-
O Brasil tem percorrido e, agora, nos pois, e da qual muito nos orgulhamos. pecialmente em três itens: têxteis, péro-
três anos de governo Lula, uma trajetória De uma maneira geral, as relações co- las e calçados.
de estabilidade que ninguém pode des- merciais entre o Brasil e a Bélgica são cres- Os nossos investimentos no Brasil re-
mentir. Por seu vigor econômico, sua so- centes, e atingiram, no último ano, apro- montam a 1920 com a instalação da Belgo
lidez nos fundamentos e suas conquistas ximadamente três bilhões de dólares. As Mineira. Hoje há outros projetos como,
sociais, o Brasil tem despontado como lí- exportações do Brasil para a Bélgica são, por exemplo, o da criação de uma
der regional. O Brasil é um país para o sobretudo, de produtos alimentícios, têx- hidroelétrica no rio Tocantins com a Vale
qual os olhos do mundo estão voltados. teis, calçados e minerais. A grosso modo, do Rio Doce, que representa um investi-
Este seminário da Federação das Câ- para melhor entender o papel da Bélgica mento de 250 milhões de euros.
Marie Christiane Meyers fala da importância de Luxemburgo como centro financeiro mundial. “O Departamento da Europa no Mi-
nistério das Relações Exteriores tem
como finalidade organizar as relações po-
Alain de Waele de um país que é um grande produtor de líticas da Europa para o Brasil.
Presidente da Câmara de Comércio alimentos. Diz-se que o Brasil é o celeiro O Brasil não foi só descoberto e colo-
Belgo-Luxemburguesa-Brasileira, na Bélgica do mundo (potager du monde) mas essa nizado pelos portugueses, mas recebeu, a
imagem é ainda insuficiente e não faz jus- partir da segunda metade do Século XIX,
Alain de Waele, presidente da Câmara tiça aos outros setores da atividade pro- muitas levas de imigrantes do Velho Mun-
de Comércio Belgo-Luxemburguesa- dutiva, às empresas e, sobretudo, à força do, sendo possível hoje encontrar em
Brasileira, defendeu duas idéias essenciais de trabalho e à expertise brasileira. nosso território comunidades de todos os
para o desenvolvimento das relações en- A Bélgica, por sua vez, é um país ape- países europeus.
tre os três países. nas conhecido pela capital, Bruxelas, sede Lembramo-nos sempre, das mais
A primeira é a necessidade de se esta- da UE, e constantemente, por uma importantes: portugueses, espanhóis e
belecer uma ponte entre as nações; fazer conotação de legisladora, de interve- italianos, mas não podemos esquecer as
com que se conheçam melhor. Segundo niente. Essa imagem não corresponde à menores, como ucranianos, lituanos,
ele, ainda nos dia de hoje, a imagem do importância desse pequeno país, hoje um etc. Isso, evidentemente, cria vínculos,
Brasil na Bélgica ou em qualquer outro dos maiores exportadores do mundo. laços culturais muito profundos entre
país da Europa é reduzida à cidade do Rio “Esta ponte que permita aos dois países o Brasil e a Europa. Laços que foram,
de Janeiro, ao Carnaval e, certamente, à melhor se conhecerem é que devemos ao longo do século XX, se expressando
Relações atuais
Algumas das mais importantes empresas brasileiras estão presentes na Bélgica e em Luxemburgo e, no estado de São Paulo, impressiona
a presença de firmas belgas.
”
suas relações comerciais, e apontou como vimentos de produtores, principal-
um bom momento para estreitar estas re- mente na formação e consolidação dos 14% no último ano
lações a visita ao Brasil do príncipe her-
deiro Felipe da Bélgica, em novembro de Relações comerciais Brasil – Bélgica/Luxemburgo por fator agregado
2005, acompanhado de uma comitiva de Brazil – Bélgium/Luxembourg dealing
empresários.
Jan – Abril 2005 – PART. %
“
Jan – April 2005 – PART. %
A venda de produtos
brasileiros manufaturados
no exterior está crescendo
extraordinariamente
”
Em sua exposição, Yves Jadoul traçou
um perfil da Belgalux, apontando tam-
bém em mapas onde estão e quais são as
principais empresas brasileiras na Bélgi-
ca e em Luxemburgo e onde ficam os
investimentos belgas nos principais es-
tados brasileiros.
Jadoul aconselhou os empresários bra-
sileiros interessados em comercializar
com a Europa a ter “paciência e fé”. “A
Balança Comercial Brasileira Acumulada em 12 Meses (US$ milhões)
situação de conforto e desconforto acom-
panha sempre o quadro do comércio”, Mai/2004-Abr/2005 Mai/2003-Abr/2004 Var.%
disse ele. “Neste momento as empresas
Exportação 104.090 78.366 32,8
européias estão com as exportações aba-
ladas e têm que arcar com custos sociais Importação 66.320 51.006 30,0
muito altos. O Brasil é um país muito
Saldo 37.770 27.360
complexo e, para trazer para cá investi-
mentos belgas, é preciso que os belgas Corrente de Comércio 170.410 129.372 31,7
“
A fase que chamamos de fina, é de cres- 20% na América do Sul, sendo menor na
cimento geral a qual vem se adicionar uma A presença do grupo Ásia e nos países do NAFTA onde con-
fase de crescimento extraordinário que a ARCELOR está concentrada centra-se na transformação e comer-
siderurgia nunca havia conhecido. 80% na Europa e cerca de cialização de produtos.”
”
A China produziu, em 2004, 272 mi- Alain De Waele, presidente da Câmara
lhões de toneladas, seguida do Japão com
20% na América do Sul de Comércio Belgo-Luxemburguesa na
113 milhões de toneladas. Na União Eu- Bélgica, lembrou que os laços comerciais
ropéia o maior produtor é a Alemanha. A siderúrgicos europeus: a Cerália, da se reforçam quando se tem em mente que
China foi o país que mais cresceu nos úl- Espanha, a ARBET de Luxemburgo e a estas relações não se dão de forma abstrata,
timos sete anos, passando de 47 milhões Usinor, da França, que queriam criar uma mas sim entre homens e mulheres; entre
para 272 milhões de toneladas, seguida da empresa líder mundial em aço. Em 2004 o seres humanos.
Coréia do Sul de 14 para 47, da Índia de grupo tinha 94 mil empregados em quatro O mediador do painel, Gustavo Affon-
11 para 33 e, mais modestamente do Bra- continentes, com vendas no mesmo ano so Capanema, lembrou que o Brasil está
sil de 20 para 33 milhões de toneladas, de 30 bilhões de euros e uma produção de diversificando cada vez mais sua produção
alcançada o ano passado. 45 milhões de toneladas de aço bruto. para permitir um crescimento seguro das
A ARCELOR nasceu oficialmente em A presença do grupo ARCELOR está exportações. Já exporta itens de alta
2002, por vontade de três grandes grupos concentrada 80% na Europa e cerca de tecnologia como celulares e computado-
”
Comércio Exterior do MDIC, a corrente relations between Brazil, Belgium and
de comércio entre os brasileiros, os bel-
seguro das exportações Luxemburg
gas e os luxemburgueses cresceu em “The difference between the European
14%, o que é um bom resultado, mas registrou um crescimento extraordinário businessmen and those of other countries is
quando se comparam esses números com de exportações de produtos manufa- that the Europeans take a long time to make
o crescimento geral do comércio exteri- turados, acima de 30%, ou seja, acima da decisions but when they decide, they come to
or brasileiro que está em torno de 30% ao média mundial do crescimento do setor. Brazil as immigrants, adopt the land where
ano, chega-se à conclusão de que é possí- “Estamos apresentando produtos de mai- they are going to invest and do not behave as
vel crescer bem mais. “Creio que o Brasil or valor agregado que aumentam nossa opportunistic investors”, stated Yves Jadoul, at
tem mais produtos para oferecer aos dois presença no mundo. Hoje, a maioria do the opening of the panel. All the exhibitors
países e que eles, por sua vez, também que vendemos ao exterior é composta de highlighted the great opportunities of growth
têm muitos produtos a nos oferecer, afir- manufaturados (em torno de 55 a 56%). in the commercial relations between Belgium
mou Ivan Ramalho, que informou que há Podemos dizer que 15% de nossas ex- and Brazil, a potential still to be explored.
uma negociação em curso entre o Merco- portações são de semimanufaturados, que Carlo Panunzi, president of Belgo ARCELOR,
sul e a União Européia que, a longo prazo, também são produtos industrializados. Ou related the trajectory of the group in Brazil and
vai dar muitos frutos. “Mas enquanto isso seja, nossa indústria responde por 70% Ivan Ramalho, Secretary of Foreign Commerce
não se dá, a aproximação bilateral por meio das exportações, e o restante delas são os of the MDIC presented the current picture of
de seminários e rodadas de negócios pode produtos básicos (minério de ferro, soja, Brazilian exports with highlight for the
contribuir para incrementar as relações suco de laranja etc).” manufactured products that had growth of
comerciais”. O Secretário de Comércio Exterior more than 30%.The secretary also informed
Em sua exposição, Ivan Ramalho afir- informou também que, de maio de 2004 that from May of 2004 to April of 2005, our
mou que “neste início de ano, nosso país a abril de 2005, nosso país exportou US$ country exported US$ 104.9 billion.
Parcerias Público-privadas, um
investimento seguro e rentável
Cinco projetos prioritários esperam por investimentos, já em 2006
Antonio José Alves Junior, chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento fez uma explanação sobre a importãncia das PPPs.
C
om o intuito de atender às obras
de infra-estrutura de que o país
necessita urgentemente, o gover-
“ A corrente de comércio entre
Brasil, Bélgica e Luxemburgo
cresceu em torno de
Alves Júnior, Chefe da Assessoria Econô-
mica do Ministério do Planejamento, fi-
zeram uma análise conceitual do progra-
no tem pressa em implementar o progra- ma, já aprovado no Congresso, e exami-
ma das Parcerias Público-Privadas –
PPPs, cujo objetivo é o de atrair o setor
privado para investir em setores impor-
14% no último ano
do Seminário Bilateral de Comércio Ex-
” naram seus cinco projetos prioritários.
Ao abrir os trabalhos do Painel II, o
presidente André Baudru destacou os la-
tantes, como estradas, ferrovias, portos, terior e Investimentos Brasil-Bélgica/ ços de amizade que unem brasileiros,
irrigação, usinas de energia, e reduzir o Luxemburgo, presidida por André Bau- belgas e luxemburguenses e ressaltou a
déficit crônico de recursos aplicados nes- dru, Conselheiro de Comércio Exterior vitalidade do comércio entre seus paí-
sas áreas. da Bélgica e representante da Anglo ses. Quanto ao tema em debate, lembrou
Com a expectativa de que investir em Belgian Corporation no Brasil. Os expo- que o encontro se constituía em rara
PPPs também pode se tornar uma opção sitores Arthur Pimentel, Coordenador- oportunidade para os participantes co-
atrativa e rentável para o capital estrangei- Geral dos Programas de Exportação do nhecerem, de forma clara, os detalhes
ro, e para os belgas e luxemburguenses Ministério do Desenvolvimento, Indús- de um programa de grande importância
em especial, o tema foi objeto do Painel II tria e Comércio Exterior, e Antonio José a ser desenvolvido pelo Brasil, que pode
Raymond Van de Putte, Pierre Goffin, Bernard Fierens Gevaert, Ministro Hélio Magalhães de Mendonça e João Augusto de Souza Lima no Painel III.
No centro da
Europa, a Valônia
A Valônia está localizada, ao sul
da Bélgica, numa região
privilegiada da Europa. Num
raio de mais ou menos 300km
de Bruxelas, pode-se atingir o
norte da França, o sul da
Inglaterra, parte da Alemanha e
todo o Luxemburgo.
Michel Ardui, Cônsul-Geral da Bélgica, em São Paulo e Raymond Van de Putte, presidente do Porto de Antuérpuia: encontro durante o seminário.
cargas que vêm e vão para o Brasil. Ne- gas pelos quatro portos de Flandres e 1,5
nhum outro país na União Européia tem milhão de toneladas de carga por mar e
essa capacidade e, por estar em uma re- pelos rios para os terminais marítimos.
gião atrativa da União Européia, não é de Flandres está situada no meio do sistema
se admirar que a indústria internacional de navegação da Europa.”
invista pesadamente em Flandres. Antu-
érpia se tornou o maior centro petroquí- Missions made and
mico da Europa e provavelmente está en- results expected: the
tre os três maiores do mundo.
Outro serviço que se tornou um dos view of the Belgians
pontos fortes é a montagem e o empacota- Since the beginning of the XX century,
mento de produtos do Canadá para toda Eu- when King Albert and Queen Elisabeth made
ropa, feito no porto de Antuérpia.Volvo, Ge- a triumphal visit to Brazil, the relations
neral Motors são algumas das mais antigas between the two countries, friendly in the
montadoras de carros instaladas em Flandres. diplomatic plane, are more and more intense
Hoje o controle da qualidade é mais feito no with respect to investments and commerce.
próprio porto, com a vantagem de que os The country that had the largest economical
conteineres podem ser abertos no local, Fábio M. Faria, do MDIC, conduziu o painel. growth in Europe in 2004, Belgium has
economizando custos de transporte. Em developed efficient policies to awaken the
Flandres temos mais de 400 centros euro- por acrescentar serviços valiosos como interest of foreign appliers. The different
peus de distribuição. A qualidade do produ- facilidade de escolha, cores e montagem. regions of the country, Brabante, Valônia and
to hoje faz parte do seguro de risco. Estamos no coração das rodovias euro- Flanders invested strongly in works of
Outra vatagem que a região oferece é péias, em melhores posições que a França infrastructure and adopted legal and
a capacidade de transferência de uma e a Alemanha, o mesmo acontece com as administrative instruments that de-
grande variedade produtos. Hoje, o cen- ferrovias. O transporte de barco, em 2004, bureaucratize, speed up and give incentive to
tro de distribuição é sempre responsável foi de 107,4 milhões de toneladas de car- the foreign commerce operations.
A visão empresarial
O Porto de Ghent
tem conexão com
os mais importantes
mercados da Europa
e dispõe de mais de
30 terminais para embarque
e desembarque de contêineres
Raymond Van de Putte: O Porto de Antuérpia é considerado o maior da Europa, em carga geral.
você produzia isso.” Então tem que ser olho for infrastructure and with this the picture of positive. With Belgium we have remained
no olho; temos que lutar por cada dólar, es- favorable expectations grows for investments with a growth of 7.6% in export and 24.4% of
tarmos presentes em todos os mercados, e in railways, highways, ports, electrical energy imports, modest for the possibilities. This year
com todos os níveis de autoridade, do presi- and telecommunications. exportation reacted a little and we have
dente, ao ministro e aos técnicos da área. The steel projects are voluminous: in already achieved the index of 15.7 % growth
Nossa despesa com viagem é muito alta. No various states we have projects under way, in the last four months.
nosso ministério tem sempre alguém via- from Ceará, going through Espírito Santo with Apex already has work developed with
jando e isso talvez tenha sido o motivo dos studies already done of VEJA, of the South Belgium and I believe that the action of
resultados que temos alcançado.Agora, pas- and of ARCELOR We also have large sized Itamaraty, of the Ministry of Industry and
sei pela ABDI e todo mundo está viajando, projects in Maranhão, also with the presence Commerce and seminars such as this,
porque a maneira de fazer negócio é viajar. of ACELOR together with the Chinese and organized by the FCCE are efforts that are
Nunca vi empresário ficar sentado na mesa also with the Koreans. The attraction of going to add to our narrowing even more this
esperando que caia alguma coisa do céu. O investments is done in a climate of very high relationship with Belgium and Luxemburg.
governo então resolveu ser empresário e os competitiveness in the modern world. Brazil, Luxemburg is an important market in the
resultados estão aparecendo. India, Russia and China are also in this financial area. It has agencies of large
Agradeço a todos a presença na certe- game and our ministry, through the Secretary Brazilian banks, which is important for the
za que este encontro vai ser o começo de of Foreign Commerce, accompanies the development of business.
grandes negócios entre nossos países. competitiveness, checking all that the others The objective of this seminar, with the
do and what we do not do. support of the Ministry of Industry, Commerce
The Secretary of Federal Income seeks to and Development, support from Apex and
To invest in Brazil is satisfy us in the best possible way and it was from Itamaraty is to visualize the existent
good business in this way that we got this new MP, which we weak points in the bilateral relations with
Governmental actions create a favorable have called “Provisional Measure of Good”, each country. President Lula has been
condition for the construction of new which was thought of to attract investors and obstinate in relation to this policy, being one
partnerships to reduce taxes on investments, something of the most enthusiastic persons of the
one has not heard of for some time in this program. The president insists on always
On speaking in the closing session of the country. This measure is going to deal not being on our side, saying that the ministry
Bilateral Seminar of Brazil Foreign Commerce only with this reduction of the PIS/ Cofins for that defends production is the ministry that
and Investments Brazil – Belgium/Luxemburg, investment but also important actions for the defends tax revenues. He greatly
the Interim Minister of State for Development, qualification of labor, not only of the natural commemorated this last MP, which was a
Industry and Foreign Commerce, Márcio Fortes person but including the very small great victory in the question of reduction of
de Almeida made an exposition about the companies with the cheapening of computers taxes on investments. The president also
measures that Brazil has been adopting to and also the exemption of the PIS/Cofins in wishes to reestablish here, at the Latin
become a country in which it is more and more the sale. We also have a new law of American level, a very intense Brazilian
worthwhile investing. innovation for the qualification. presence with the exportation of services and
“The number of European investments in The coming of the Belgian mission in at world level to place Brazil (the brand
Brazil has increased a lot. Countries that had November fits perfectly into this new scenario. Brazil) in each country and to balance the
small inversions in Brazil jumped in the The president of the Brazil/Belgium Chamber relationships.
statistical picture, as was the case of Portugal in Brussels told me that various new In commerce what is important is eye to
and Spain. It is not different with Belgium; by investments should come to Brazil and that eye to know persons. Many times we wonder
means of investments in the steel industry they are expecting Brazilian investments there. why Brazil does not (export) some products; is
and the marked presence in the electrical I think that this part of Brazilian investments it for lack of quality, for logistics, for price or
sector. Associations have been occurring in there goes to the action of the ports, which is for financing. We go out there and ask and
different branches of business. The beer very important, since the question is not only many times the answer is: “We did not even
sector, for example, has highlighted action in to sell; it is necessary to have logistics to sell know that you produced this.” Then it has to
this sense. well and rapidly. Belgium and its neighbor be eye to eye; we have to fight for each dollar,
The electrical energy sector has been the Holland have it. be present in all the markets and with all the
major attraction. The new rules that were I do not know how the EU will follow after levels of authority, from the president to the
issued by the Brazilian government, in spite the decision of France but democracy is this minister and to the technicians of the area.
of some restrictions had in the last auction, and we are going to await some days more to I thank you all for your presence in the
could bring even more investments. With the know what the position of the EU will be with certainty that this encounter is going to be
PPPs, Public-Private Partnerships, we will be relation to the approval of the group the start of big business between our
creating conditions for the full development constitution. The picture of investments is countries.
Brasil/Bélgica:
um mercado a ser conquistado
A Bélgica, um pequeno país de Na sua opinião, quais são as reais mercado europeu, se houvesse uma mu-
possibilidades de crescimento do dança e uma atenção maior ao estilo do
pouco mais de dez milhões de comércio bilateral entre Brasil e produto por parte da indústria. É preciso
habitantes, tem uma participa- Bélgica? um cuidado maior com a estética, mais
MF – A Bélgica é hoje o sétimo cliente do personalidade no design e mais refinamen-
ção de 3,4% no mercado expor- Brasil no comércio bilateral. O volume to na qualidade do acabamento. Acho que
tador mundial. Enquanto isso no de operações comerciais é de três bilhões está na hora de o empresário brasileiro
Brasil, um país continental, com de dólares, com a balança pendendo posi- investir mais no estilo de seu produto e
tivamente para o lado brasileiro em R$1,5 agregar mais qualidade. Caso contrário vai
uma riqueza extraordinária, milhão. Os principais produtos importa- continuar competindo com os chineses,
essa participação não represen- dos pela Bélgica são alimentícios, madeiras que disputam uma faixa de consumo me-
e celulose, mas existe uma grande margem nos exigente e sofisticada.
ta mais do que 1,1% do merca- para crescimento com a exportação de têx-
do mundial. teis, calçados e pérolas cultivadas. Quais os problemas que nossos pro-
dutos enfrentam, além da concor-
Para o cônsul-geral da Bélgica Quais são os trunfos do produto rência com produtos oriundos da
no Rio de Janeiro, Embaixador brasileiro no exigente mercado eu- China?
ropeu? MF – Acho que há uma certa timidez na
Marc Franck, um entusiasta das MF – Os tecidos brasileiros, por exem- colocação de alguns produtos no merca-
relações comerciais entre os dois plo, não perdem em do. De forma geral, a produção artesanal
qualidade para os e toda a produção brasileira se compor-
países, muito pode ser melho- produtos ára- tam como uma manufatura africana, eu-
rado nesse setor: “Na minha opi- bes e os calça- ropéia ou japonesa. Falta personalidade ao
dos pode- produto do Brasil, cujo povo tem um ta-
nião, Bélgica e Brasil têm um riam ocu- lento criativo enorme, ainda pouco ex-
grande futuro pela frente no que par um es- plorado no mercado exterior.
se refere aos negócios na área paço muito
maior no Quais os nichos ainda poucos explo-
internacional. A Bélgica, que rados e que poderiam receber uma
tem uma bem estruturada ca- atenção maior do Brasil, melhoran-
do a performance do país
pacidade de armazenamento neste mercado?
e transporte, pode re- MF – Eu penso que o Brasil
pode ser o primeiro país
presentar uma porta de do mundo na produ-
entrada ao produto ção de ítens na área
da farmacologia
brasileiro na Europa.” ou da cos-
O Embaixador Marc
Franck acredita na
sofisticação do
design para
conquistar o
exigente mercado
europeu.
Brazil – Belgium, a
market to be conquered
Today Belgium is the seventh client of
Brazil in bilateral commerce. The volume of
the operations reaches three billion dollars,
with the commercial balance pending
positively to the Brazilian side. Apart from
importing for itself, Belgium constitutes an
excellent entry door to Europe, where the
success of the Brazilian industrial products
can be greater still if there is more
refinement in their design, finish and quality
in general. A good example is that of the
Brazilian cosmetic company Natura; and a
hope that the Brazilian Amazon preserved
can offer the World the rational use of its
treasures. A Amazônia pode fornecer, de modo sustentável, matéria prima para a indústria cosmética.
“O Leão da Bélgica” e as
origens da Heráldica
HENRIQUE DO AMARAL O próprio SPQR dos estandartes das
legiões romanas, embora represente uma
Dentre os heraldistas, ate o dia de hoje, das primeiras provas de cabotinismo polí-
existem enormes discussões, debates e tico, já que o Senado nunca foi o povo de
controvérsias, quanto à origem, o início, o Roma, também registrava e identificava as
“aparecimento” da Heráldica. poderosas legiões que dominaram o mun-
Essa discussão é estéril e infrutífera, já do antigo por vários sáculos, caracterizan-
que a Heráldica nada mais é do que o do o auge da Idade Antiga, e o marco de
“registro”, a “identidade” de cada individuo, uma grande civilização.
de cada família, profissão ou território. Verificamos, assim, que, no que diz res-
Em termos práticos, a Heráldica foi, peito ao “nascimento” da Heráldica, são
no passado, sobretudo na Idade Media, tantas as possibilidades de interpretação,
exatamente o que é hoje o Instituto que passa a ser uma tarefa absolutamente
Felix Pacheco, isto é, um documento impossível de se precisar, tornando-se as-
de identidade, um documento de iden- sim, por definição, irrelevante.
tificação, uma prova de parentesco, ori- Todavia, é importante, em termos de Dessa forma, nossos heróis da alta Ida-
gem e cidadania. registro histórico, definir-se quando a de Média podiam se trucidar e se esquar-
Assim sendo, concluímos que a He- Heráldica passou a existir como uma ci- tejar tranqüilamente, sem correrem o ris-
ráldica existe desde que o mundo é mun- ência-arte definitiva, oficial, reconhecida. co de estarem acabando com a sua pró-
do, desde que o segundo homem sentiu Esse fato se deu exatamente durante as pria dinastia, liquidando o titio ou o irmão
necessidade de se diferenciar do primei- primeiras Cruzadas, as primeiras incursões caçula sem saber ...
ro, desde que se instalou, no ser humano, dos nobres e religiosos europeus para li- Curioso registrar que foi nessa época,
a vaidade, a necessidade da afirmação pes- bertar a Terra Santa dos infiéis. das Cruzadas, que ficou consagrada a uti-
soal e a importância da individualidade. Naquela época, sécs. XI e XII, os cava- lização da figura Heráldica da cruz, por
Impossível, portanto, classificar, no leiros e titulares usavam, na guerra, em razões óbvias, e que se mantêm até hoje.
tempo, a origem, exata, do nascimento combates, armaduras completas, e elmos Em vários países da Europa, até os dias
da Heráldica. Não vamos nos esquecer absolutamente fechados, não deixando de hoje, as famílias que possuem, em seus
de que quando o Arcanjo Gabriel expul- nem um pequeno pedaço de seus corpos a brasões, uma cruz, seja da natureza que
sou do Paraíso o espírito do mal, Lúcifer, descoberto, evitando assim o assédio da for, alardeiam orgulhosamente sua des-
ele já portava, em seu braço esquerdo infantaria, com suas lanças e espadas curtas. cendência de cavaleiros daquela época.
(segundo as ilustrações religiosas) um Suas Excelências eram verdadeiras “la- Em Heráldica, a cruz se transformou
escudo composto de: cruz de gales em tas de sardinha”, hermeticamente fecha- em uma peça tão popular e importante,
campo de argento (frase em termos herál- das, de alto a baixo, e, portanto ... IM- que hoje em dia registramos mais de 60
dicos que significa “cruz vermelha em POSSÍVEIS DE SE IDENTIFICAR! tipos de cruzes diferentes! (cruz gironada,
escudo branco” Como fazer, então, para que os ilustres filetada, canelada, potenciada, recruzetada,
Caminhando um pouco mais na histó- barões e condes não se esquartejassem , latina, de Lorena etc.)
ria, em termos heráldicos, registramos a se mutilassem entre si, se ninguém sabia A cruz é, portanto, a figura Heráldica
famosa identificação INRI (Jesus Naza- quem era quem? mais importante. Mas, logo depois dela,
renus Rex Iudeorum) colocada como significando coragem, dignidade, valentia
dístico acima da cabeça de Cristo crucifi- Ai, então, entra a HERÁLDICA! e honradez, aparece o LEÃO.
cado. Também podemos citar o não me- Os diversos grupos de cavaleiros passa- O Leão rompante, o Leão passante, o
nos conhecido IN HOC SIGNO VINCES, ram a se identificar, a se reconhecer, usando Leão leopardado etc. etc., tal é o grande
pregado pelo todo poderoso Jeová nos símbolos e cores. Assim tínhamos os cava- número de representações deste nobre
céus do Imperador Constantino, e de sua leiros do “Leão Vermelho”, os da “Águia animal, considerado, até hoje, o “Rei dos
piedosa genitora, Helena. Preta”, da “Torre prateada”, e aí por diante. Animais” !
E o Reino da Bélgica adotou o LEÃO day e Jean Claude Van Damme (isso, se figura do leão representado em seus bra-
como seu símbolo. não quisermos incluir nessa lista o sões, nas mais diversas posições.
O leão esta de tal forma ligado à Bélgi- “super-star” Tin-Tin ... ). A Alemanha tem a águia como sua re-
ca, e aos belgas, que, em Heráldica, hoje As “Grandes Armas” do Reino da Bélgi- presentação Heráldica mais conhecida,
em dia, não se diz simplesmente “Leo”, ca, aqui reproduzidas, mostram, de forma assim como a França tem a “fleur de lys”,
para identificar esse animal, mas sim “Leo inequívoca, essa preferência dos belgas. a Inglaterra os leopardos, Portugal as
Belgicus” ... Temos o leão de jalne, lampassado e Quinas, e a Espanha a representação de
O Rei dos Animais, considerado e armado de goles, em campo de sable no seus 4 reinos, com “Bourbon” em abismo.
homenageado heraldicamente, por tan- escudo principal; o leão, em par, como Nada, porém, nenhuma representação
tas famílias, territórios e reinos, passou suportes afrontados de jalne, e, impor- heráldica, nenhuma designação “braso-
assim a ser propriedade dos conter- tante ressaltar, dos 9 estandartes repre- nária” é tão forte e tão significativa quanto
râneos de Hercule Poirot, Johny Halli- sentativos de províncias, oito possuem a o LEÃO DA BÉLGICA!
Excelência em aço
e ética nas ações
O maior produtor do Brasil pensa
principalmente no ser humano
O Grupo Arcelor foi criado em 2002, com a união das siderúrgicas
Arbed, de Luxemburgo, Acerália, da Espanha, e Usinor, da Fran-
ça. Trabalha com aços planos, aços longos e aços planos especiais.
Produziu 45 milhões de toneladas de aço bruto em 2004 e gera
aproximadamente 94 mil empregos nos quatro continentes.
No Brasil, controla as empresas Belgo, Acesita, Companhia Side-
rúrgica Tubarão e Vega do Sul, cuja capacidade instalada de produ-
ção é de 9,3 milhões de toneladas de aço bruto, quase um terço do
que se produz no país. Por isto, o Arcelor é considerado o grupo
com maior volume de produção de aço no Brasil, exportando prin-
cipalmente para a América do Sul, do Norte e para a Ásia.
“Nosso pessoal é o
nosso ativo principal”
A política do grupo, informa Carlo Panunzi, presidente da
Belgo ARCELOR, é pensar mais em margens de lucro do que
em volumes de negócio. Para a Belgo, o principal neste momen-
to é internacionalizar uma cultura empresarial fortemente vol-
tada para resultados e fundamentada no desenvolvimento sus-
tentável e na qualificação das pessoas. Daí o lema: “excelência
em aço, ética nas ações”.
De uma maneira geral, a estratégia hoje pode ser definida como:
agregar valor ao longo da cadeia produtiva, expandir a produção e
aumentar as vendas.Trata-se de um grupo voltado basicamente para
a siderurgia, mas que desenvolve também atividades nas áreas flo-
restal e de carvoejamento, de geração de energia elétrica e de servi-
ços. Atualmente, a Belgo procura reduzir a dependência externa de
matérias-primas básicas para a produção do aço. Por isto, arrendou
para a Companhia Vale do Rio Doce a Mina do Andrade e estabele-
ceu uma joint venture com a Companhia Siderúrgica de Tubarão e a
Sun Coal & Coke Company. Essas iniciativas garantem o suprimento
atual e futuro de minério de ferro e a auto-suficiência do coque para
a Usina Integrada de Monlevade.
“As empresas do grupo”, informa Carlo Panunzi, “estão dian-
te do desafio de gerenciar toda a cadeia produtiva do aço para
criar valor, e também buscar um relacionamento harmonioso
com todos aqueles que têm, de maneira direta, algum contato
com as atividades da empresa: os acionistas, o nosso pessoal
empregado, as comunidades onde atuamos, nossos clientes e O presidente Carlos Panunzi traçou uma política que valoriza o fator
fornecedores. Damos uma importância muito grande ao fator humano e prioriza o relacionamento harmoniosos entre dirigentes,
humano, pois achamos que nosso pessoal é o nosso ativo princi- empregados, clientes, fornecedores e as comunidades onde atua a
pal. É preciso ter um pessoal motivado e bem treinado”. Belgo ARCELOR.
econômicos,
Acindar – produtora de aços longos na Argentina
sociais e
ambientais Acesita – produtora de aços planos especiais no Brasil
Para que possa ser considerada susten- CST – produtora de semi-acabados e laminados planos no Brasil
tável, qualquer atividade humana tem que
garantir não só as nossas necessidades atuais,
Vega do Sul – transformadora de aços planos no Brasil
mas também as necessidades das gerações
futuras. Segundo Pannunzi, “a busca da
sustentabilidade tem um impacto na evo-
lução social das áreas onde atuamos e tam-
bém implica em respeito ao meio ambien- Belgo: Setores de Atuação
te em qualquer atividade que fazemos”. Esta
preocupação se expressa no cuidado com
a natureza, com a saúde e a segurança
ocupacional dos empregados. O grupo
Belgo possui as seguintes certificações: ISO
14001 (meio ambiente), ISO 9002 (quali-
dade), OHASAS (saúde e segurança) e SA
8000 (responsabilidade social).
As empresas do grupo estão preocupa-
das com a convergência dos interesses de
natureza econômica, social e ambiental. Uma
parte considerável do material utilizado nos
fornos é sucata. “A siderurgia à base de suca-
ta”, explica Carlo Pannunzi, “é uma tendên-
cia e um procedimento natural no mundo
inteiro para se fazer aços longos e já se co-
meça também a fabricar alguns aços planos
com este sistema. A indústria siderúrgica é,
pois, considerada uma das maiores reci-
cladoras do mundo, em vez de tirar o metal
da terra, fica mais barato, e é mais vantajoso
para o meio ambiente, usar aquilo que já foi
retirado e usado. Com o desenvolvimento
do Brasil, a geração de sucata aumenta e nós
vamos aproveitando isso”.
Mas não é só na sucata que a preocupa-
ção ambiental se manifesta. “A reutilização
da água é um outro ponto de grande aten-
ção em todo o processo industrial”, afirma
Pannunzi. “Desde o conceito até a defini-
ção das plantas industriais e a compra de
equipamentos modernos, tudo leva aos cir-
cuitos fechados de água e faz com que a
Belgo reutilize em torno de 98% da água
que seus processos de atuação necessitam”. A proteção de mananciais é parte das atribuições de planejamento da empresa.
Atuação da
Fundação Belgo
na área de
cidadania
A Fundação Belgo trabalha principal-
mente com educação, saúde e cultura. A
sua atuação é gerenciada hoje como uma
parte integrante dos negócios do grupo e
está sempre na ponta de uma atividade so-
cialmente responsável. Por causa desta
preocupação, pela quinta vez, a Belgo foi
eleita uma das dez empresas-modelo em
responsabilidade social pelo Guia Exame
da Boa Cidadania Corporativa. Além dis-
to, a revista Exame/Você S.A a reconhe-
ceu como uma das dez melhores empre-
sas para se trabalhar no Brasil, de acordo
com uma pesquisa realizada pelo Great
Place toWork Institute, uma organização nor-
te-americana que avalia o grau de satisfa-
ção no trabalho.
Em 2004, a Usina de Juiz de Fora ga- O trabalho desenvolvido
nhou o Prêmio Nacional de Qualidade, o pela Fundação Belgo em
mais importante do país; as usinas de educação, saúde e cultura
Monlevade e de Juiz de Fora foram as ven-
cedoras do Prêmio Mineiro de Qualida- é tido como um dos dez
de e a Usina de Vitória ganhou o Prêmio melhores do Brasil,
Espírito Santo de Qualidade. pelo Guia Exame da Boa
O Código de Ética Belgo é o docu-
mento que orienta as ações e o compor-
Cidadania Corporativa
tamento da empresa e de seu corpo fun-
cional. Em 2004 foram criados comitês
de ética nas fábricas e o assunto foi discu- Excellence in steel and
tido em documentos, palestras e oficinas. Ethics in actions
Em reuniões, os empregados ou seus re- The Arcelor Group, created in 2002,
presentantes levam informações sobre o produced 45 million tons of raw steel last
trabalho e têm a oportunidade de expres- year and generates around one hundred
sar suas opiniões sobre a empresa. A cada thousand jobs on four continents. In Brazil it
dois ou três anos é realizada uma pesquisa controls the companies Belgo, Acesita,
de clima e os pontos de melhoria identifi- Companhia Siderúrgica Tubarão and Veja do
cados pelos grupos de empregados pas- Sul, and is the group that most produces
sam a fazer parte dos Planos de Ação de steel in the country. The use of scrap in the
Clima Organizacional. Programas de su- material processed by the ovens and the re-
gestões também são estimulados para en- use of the water in closed circuits denotes
volver os empregados nos processos de the social-environmental preoccupation of its
gestão. De 1996 a 2004, as sugestões apre- companies; and the investments made in the Crianças no Centro de Educação Ambiental
sentadas na Unidade de Juiz de Fora gera- areas of education, health and culture has Casa da Natureza, em Juiz de Fora, um dos
ram uma economia de R$ 6.682.376,00, projetos educionais da Fundação Belgo.
already brought them various prizes for
com 1.120 autores premiados. quality. Para saber mais: www.belgo.com.br
Nessa abundante produção, um tipo da cos com a Abadia da Grande – ou Abadia – de Chimay é o
bebida se destaca e constitui-se em uma Trapa, na Normandia, daí o mais novo e foi fundado em
gostosa especialidade do país: a cerveja nome trapistas. 1850. Construído em um
trapista, elaborada por monges, em seus A origem da produção platô sobre uma reserva
antiquíssimos mosteiros, com abadias me- de cerveja dos trapistas de água puríssima (e a pu-
dievais. Elas são comercializadas com a vem, quase sempre, da Ida- reza da água é a condição
proteção de direitos autorais, que são atri- de Média. A produção de mais essencial para a produ-
buídos a marcas que pertencem à Ordem cerveja em escala industrial, ção de uma boa bebida), co-
Cisterciense. Essa proteção legal implica no entanto, é uma atividade re- meçou a produzir cerveja, in-
em alguns requisitos: esse tipo de cerveja lativamente recente dos trapistas belgas. dustrialmente, em 1862, para prover
tem que ser produzida em um mosteiro No início do século XX, as cervejas dos as necessidades dos monges e gerar em-
da Ordem Cisterciense, sob a supervisão trapistas alcançaram um sucesso tão gran- pregos na região. A cerveja, hoje muito
de monges trapistas. de que apareceram inúmeras imitações, famosa, tem “safras”, como as dos mais
até que, em 1962, elas passaram a ser pro- famosos e sofisticados vinhos. Os mon-
Os trapistas, seus mosteiros tegidas por lei, devendo ser produzidas ges de Chimay foram os primeiros a
e segredos num mosteiro cisterciense, sob a super- comercializar a bebida além das paredes
visão de monges trapistas para obterem o de sua abadia.A produção foi aumentada e
Os trapistas pertencem à Ordem dos devido copyright. modernizada em 1990. O mosteiro não é
Cistercienses da Observação Estrita que, Existem na Bélgica seis mosteiros de aberto ao público, que só pode assistir à
como o nome indica, cumprem sua vida monges trapistas. Cinco deles têm pro- fase de engarrafamento do produto.
monacal no silêncio, na oração e no traba- dução própria de cerveja e três estão na A Abadia de Nossa Senhora de Orval,
lho. A ordem foi fundada no século região da Valônia: Chimay, Orval na Província de Luxemburgo, fica em uma
XII, no Mosteiro de Cîteaux, e Rochefort. região ocupada por comunidades religio-
na Borgonha. Seus monges O Mosteiro sas desde o ano de 1070. Em 1132, as
aderiram à Regra de São construções foram harmonizadas, de acor-
Bento, que data do do com as exigências da Ordem dos
4º século. Eles Cistercienses. O século XVIII assinalou o
têm laços ponto mais alto da história do mosteiro
históri- que, no entanto, foi destruído durante a
Revolução Francesa e só voltou a existir
em 1926, tendo as obras de reconstru-
ção durado até 1948. Desde 1931 pro-
duz cerveja, atualmente, apenas um
tipo, cuja elaboração emprega
ingredientes e técnicas alemãs
e inglesas, incluído o lúpulo
seco, cru. Orval é fechado
aos turistas e os visitantes só
têm acesso às ruínas das ve-
lhas edificações medi-
evais.
A Abadia de Nossa
Senhora de São Remi
foi fundada em 1230
por Gilles de Wal-
court, Conde de Ro-
chefort, e destinou-se,
inicialmente, às freiras
da Ordem Cisterciense.
Como o meio ambiente era ri-
goroso demais para a sobrevivên-
cia das religiosas, elas foram subs-
tituídas por monges, em 1464.
Luxemburgo:
O pequeno país que deu certo
Discrição e eficiência são marcas ine- a influência dos poderosos vizinhos mistu- Patrimônio da humanidade
gáveis do Grão Ducado de Luxemburgo, ra-se às peculiaridades locais para formar Nesse país de sonho, 40% das terras
um dos menores e mais desenvolvidos uma sociedade multicultural e democráti- são ocupadas por florestas, 24% se desti-
países do mundo. Uma população de 600 ca. Luxemburgo é uma monarquia consti- nam ao plantio de cevada, aveia, batata, tri-
mil habitantes, cem por cento alfabetizada tucional e tem seis partidos políticos, que go e frutas e à criação de gado. O resto são
e cuja estimativa de vida é de 74 anos para atuam sob o regime parlamentarista. Com cidades, das quais a principal se chama tam-
os homens e 80 para as mulheres, ocupa níveis baixíssimos de inflação e desempre- bém Luxemburgo, tem cerca de cem mil
um território com apenas 2 586 km² de go – inferiores a 3% anuais – a população habitantes e é a capital do país. A impor-
superfície, entre a França, a Bélgica e a Ale- dispõe de um nível de vida que pode ser tância histórica da Cidade de Luxemburgo
manha. medido pelo índice de automóveis do país: remonta ao século IV, quando ali foi
Fala-se o luxemburguês, mas todos os 632 para cada 1000 habitantes. Esse alto construída, no cruzamento de duas estra-
habitantes conhecem o francês e o alemão, índice de desenvolvimento tem sido acom- das abertas pelos romanos, uma torre de
idiomas administrativos de um país em que panhado da consciência de que é preciso vigília. No século X, reafirmando o valor
apoiar economicamente os países mais ne- estratégico do local, o conde Sigefroi fez
cessitados: desde 1992, Luxemburgo vem construir sobre o Rochedo de Bock um
destinando 0,78% de seu produto nacio- pequeno castelo, o Lucilinburhuc, que
nal bruto para a luta contra a pobreza mun- deu seu nome à cidade.
dial, sendo o quarto país do mundo mais Ao longo dos séculos a pequena forta-
ativo nessa área. leza foi aumentada com inúmeros muros
de arrimo, diversas torres de guarda, vári-
as casamatas subterrâneas e uma infinida-
de de fortes e bastiões. No século XVII,
Vauban, comissário geral de fortificações
de Luís XIV, transforma as instalações de
defesa da cidade (o país estava sob inter-
venção francesa) em uma das mais pode-
Visitas reais mais representativas desejam que ela produza um seus produtos passassem pelo
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Em 1920, o Rei Alberto I, homenagens recebidas por impacto tão grande nas relações território belga. Os interesses
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(1909-1934), chamado suas majestades esteve a do entre os dois países quanto a dos dois países são
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carinhosamente pelos belgas mais importante sambista vinda do Rei Alberto I. complementares. A Bélgica
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de “Rei Cavaleiro”, esteve no carioca do seu tempo, José pode colaborar e compartilhar
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Brasil naquela que foi Barbosa da Silva, o Sinhô, que Cultura de exportação seu know-how em dragagem e
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considerada a primeira visita fez questão de entregar-lhes Durante o Seminário manutenção de portos e em
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de um chefe de estado ○
um álbum com suas músicas. Bilateral de Comércio Exterior transportes. O mais
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europeu ao nosso país no Na volta para a Bélgica, um e Investimentos Brasil- importante é que o Brasil está
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século XX. Os brasileiros, pequeno quarteto divertia a Bélgica/Luxemburgo, a entendendo a importância da
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que desde a proclamação da Rainha Elisabeth tocando no maioria dos representantes de abertura da economia e a
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República, em 1889, não tombadilho do navio um governos e de empresas promoção comercial no
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viam um rei, dispensaram repertório carioca, que estrangeiros louvou o fato de exterior”.
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uma recepção triunfal ao encantara a rainhaA visita real que o Brasil está criando uma
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soberano e até as crianças das marcou o interesse dos “cultura de exportação” que Aviões brasileiros em
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escolas públicas do Rio de belgas em se aproximar valoriza o comércio exterior. Luxemburgo
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Janeiro aprenderam o hino cultural e comercialmente Segundo Michel Ardoui, A Lux-air, uma empresa
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belga para cantar em honra do nosso país. cônsul geral da Bélgica em São de aviação de Luxemburgo,
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ao ilustre visitante. O rei Em janeiro de 2005, Paulo, a Bélgica é um grande tem quase a metade de sua
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chefiava uma missão teremos outra visita real: o especialista em infra- estrutura frota de aviões comprada da
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comercial e trouxe consigo príncipe Felipe, herdeiro do e em distribuição de produtos Embraer brasileira. A
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sua esposa, a Rainha trono da Bélgica, vai visitar o para os mais diferentes países. informação é de Marie-
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Elisabeth, que batizou com Brasil à frente de uma missão “Gostaríamos”, disse Ardoui, Cristine Meyers, Cônsul-
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seu nome uma importante comercial. Os promotores e “que o Brasil exportasse cada honorário do Grão Ducado
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rua de Copacabana. Entre as incentivadores dessa iniciativa vez mais para a Europa e que de Luxemburgo.
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EM BREVE Agência Brasileira
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de Imprensa
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as mais destacadas
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personalidades, do Brasil e do
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internacional.
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Procure-nos.
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Brasil-Portugal, Brasil-Marrocos
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e Brasil-Bélgica/Luxemburgo eduardo.teixeira@abrapress.com.br
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Lima, recebeu esta carta do Cônsul Geral da Bélgica no Rio de Janeiro, Embaixador Marck
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