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I - 2007
Estruturas são sistemas compostos de uma ou mais peças, ligadas entre si e ao meio exterior
de modo a formar um conjunto estável, isto é, um conjunto capaz de receber solicitações
externas, absorvê-las internamente e transmiti-las até seus apoios, onde estas solicitações
externas encontrarão seu sistema estático equilibrante.
P Viga
P P P
Pilar Pilar
Para caracterizar os elementos veja alguns exemplos de dimensões usuais (em centímetros):
• Reticuladas
Pilar de concreto: 15x15x300, viga de concreto: 12x40x400, Treliça: 2x4x120
• Superfícies
Laje: 300x400x10, Parede: 300x260x12
• Volumétricas
Bloco de fundação: 50x120x50
Vigas
Pórticos
Treliças
Grelhas
Vigas
Laje
Lajes Pilar
Sistema plano: todos os elementos são rigidamente vinculados a um plano, isto é, podem se
movimentar apenas nas direções contidas neste plano, e todas as forças, ativas e reativas são
aplicadas neste plano (isto é uma idealização, não existe na realidade).
• Nó: é uma articulação em que são juntadas várias barras pelas suas extremidades;
• Vínculos: são apoios e articulações pelos quais são unidas as chapas entre si ou, no caso
dos apoios, à “chapa terra”.
No sistema plano uma chapa tem 3 graus de liberdade, ou seja, pode se movimentar, se
deslocar de três formas: 2 translações (eixos x e y) e uma rotação. Os vínculos têm a função
de impedir os deslocamentos em uma determinada direção.
Veja a figura (a) abaixo, onde uma viga AB é solicitada por uma carga inclinada P no ponto
C. A carga P pode ser decomposta em suas componentes horizontais (Ph) e verticais (Pv)
aplicadas no ponto C. Na forma em que se apresenta, esta chapa é solicitada verticalmente, de
cima para baixo e, horizontalmente, da direita para a esquerda. Para que a chapa esteja em
equilíbrio são necessárias reações verticais e horizontais. Observe que o esquema proposto na
figura (b) equilibra apenas as forças horizontais e verticais e a chapa ainda pode girar no
sentido horário. As figuras (c) e (d) mostram a chapa em equilíbrio, sendo que em (c) o
equilíbrio é mostrado pelas “reações de apoio” e em (d) pelos símbolos que representam estas
reações de apoio.
Ph Ph Ph Ph
P Pv RAh P Pv RAh P Pv P Pv
A C B C B C A C B
RAv RAv RBv
a) b) c) d)
ESTÁTICA – DEC 3674 4
Para representar a vinculação de uma “chapa” à outra chapa, ou à “chapa terra” são usados
símbolos para representar as vinculações ou apoios. Na tabela abaixo os traços fortes ou as
zonas hachuradas e os traços finos as barras vinculares.
Engastamento 2
móvel
Articulação 4
Entre
3 chapas
Articulação n _____ 2 (n-1)
1
Entre
2
n chapas
O apoio fixo (2º gênero) impede dois deslocamentos, o vertical e o horizontal e permite a
rotação (giro) em torno do apoio
O engastamento (3º gênero - considera-se o fixo quando não for especificado) impede os
deslocamentos verticais e horizontais e a rotação (giro) em torno do apoio.
ESTÁTICA – DEC 3674 5
a) Estruturas ISOSTÁTICAS
Todos os esforços internos e externos podem ser determinados com a aplicação das equações
de equilíbrio estático: Σ Fx = 0, Σ Fy = 0 e Σ M(i) = 0.
b) Estruturas HIPERESTÁTICAS
Quando não é possível a determinação de todos os esforços externos e internos apenas com a
aplicação das equações das equações de equilíbrio da Mecânica Geral recorre-se a equações
de compatibilidade das deformações.
Incógnitas hiperestáticas (ou redundantes): são os esforços externos ou internos que existem a
mais do que aqueles que podem ser determinados com as equações de equilíbrio.
c) Estruturas HIPOSTÁTICAS
Uma estrutura composta de barras e nós (os vínculos podem ser representados por barras) é
uma treliça. Chamando de b o número de barras e n o número de nós (apoio móvel substituído
por uma barra e o fixo por duas) tem-se:
b = 2n treliça isostática
a) b) c) d)
a) b) c) d)
Barras de apoio - bap 3 3 4 3
Barras internas - bint 7 11 19 16
Número de nós - n 5 7 10 9
b-2n= 10-2x5 = 0 14-2x7 = 0 23-2x10 = 3 19-2x9 = 1
bap – 3 = (2+1) – 3 = 0 (2+1) – 3 = 0 (2+2) – 3 = 1 (2+1) – 3 = 1
Isostática Isostática Hiper. ext. e int Hiper. Int. 1 x
Observe que a treliça (d) é uma vez hiperestática internamente, ou seja, tem uma barra a mais.
Para que a treliça seja internamente determinada (isostática), vamos considerar uma treliça
base, sem os vínculos de apoio, composta por 3 barras e 3 nós. A este triângulo podemos
acrescentar outros nós, porém, sempre vinculados a duas barras. As treliças que formarmos
através deste processo serão internamente isostáticas. Veja a construção da treliça (d) abaixo.
F
8 9
B 4
1 2 D
5 7 11
A 3 C 6 E 10 G
NR = 3, ge = 0 NR = 3, ge = 0 NR = 4, ge = 1
No sistema plano as entidades (forças, deslocamentos etc.) estão contidas neste plano. No
sistema espacial, dado por um sistema ortogonal x, y e z, as entidades podem atuar nas três
direções.
y
z
x x
Sistema plano y Sistema espacial
No sistema tridimensional um ponto pode ter seis deslocamentos (seis graus de liberdade):
três translações (nas direções x, y e z) e três rotações (em torno os eixos x, y e z).
Na figura abaixo o pórtico espacial tem, entre outros, os seguintes tipos de apoios:
Apoio simples/fixo
Engaste espacial
Quando estiver formando um “anel”, há necessidade de abrir o anel através de um corte. Uma
ESTÁTICA – DEC 3674 10
chapa ao ser cortada perde três barras vinculares, que transmitiam N, Q e M. Uma barra
interna articulada nas extremidades ou um tirante ao ser cortado perde apenas uma barra
vincular. Cada articulação para se transformar em nó rígido precisa receber mais uma barra
vincular.