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PROBLEMAS ESTRUTURAIS DA AGRICULTURA PORTUGUESA

que são bloqueios de desenvolvimento da agricultura e que


explicam o seu atraso/estagnação,,
atraso/estagnação,, destacam
destacam--se

Impactos ambientais

Inadequação
Dependência externa
dos usos do solo

Insuficiências técnico-
técnico-
m virtude do financeiras

Reduzido grau de Insuficiências ao nível das redes


auto-aprovisionamento
auto- de distribuição e comercialização

Baixos níveis de
rendimento e produtividade

Fraca expressão das


indústrias agro-
agro-alimentares

e ainda Insuficiências na
________ relacionadas estrutura fundiária e
Doc. 1 – Evolução da balança comercial com da população agrícola
da agricultura portuguesa (milhões de €)

A dependência externa portuguesa em relação à maioria dos produtos


agro--alimentares (Doc. 2)
agro 2) tem vindo a aumentar de ano para ano,ano, sendo
a balança comercial agrícola altamente deficitária (Doc. 1).1). É que, não
obstante terem aumentado as exportações, as importações cresceram ainda mais
nos últimos anos (especialmente devido ao valor mais elevado dos produtos
importados, como, por exemplo, os produtos tropicais).

________
Doc. 2 – Balança comercial
de alguns produtos agro-
agro-
pecuários (ton
ton.)
.),, em 2005
________
Doc. 3 – Grau de aprovisionamento (%)
de alguns produtos agrícolas e pecuários,
em 2001-
2001-2002

O fraco grau de auto


auto--aprovisionamento de muitos produtos vegetais e animais traduz a
dependência externa neste sector vital para a economia. E assim, se em termos de
produtos animais a situação se pode considerar satisfatória
satisfatória,, já o mesmo não se pode
afirmar em termos de produtos vegetais,
vegetais, onde as produções portuguesas são
nitidamente insuficientes para fazer face ao consumo interno.
interno.
O grau de aprovisionamento dos cereais é de 26,3%, o que quer dizer que produzimos,
aproximadamente, ¼ do que consumimos (Doc.
(Doc. 3). Relativamente ao vinho, leite e produtos
hortícolas apresentamos, em 2001 e 2002, valores de produção excedentários, ainda que a
nossa capacidade de exportação se saliente relativamente ao vinho (30,1%).
A fraca competitividade da nossa agricultura no mercado comunitário e mundial é o
reflexo do baixo rendimento e produtividade do sector.
sector.

Coeficiente entre a produção nacional e a utilização (consumo)


interna total. Mede, para um dado produto, o grau de
dependência de um território relativamente ao exterior
(necessidade de importação) ou a sua capacidade de
éa exportação. Se o índice for inferior a 100%, isso significa que a
produção interna não é suficiente para a satisfação das
necessidades de consumo interno. Se exceder os 100%, a
produção é superior às necessidades de consumo interno
Baixos níveis de cujo
rendimento e produtividade conceito de

Relação entre a produção/quantidade


Rendimento
? produzida e a área cultivada
(kg/ha ou t/ha).

e de
Factores
Quantidade de produção obtida per
Produtividade capita, num determinado período de
capita,
como tempo (normalmente, um ano)

• condições meteorológicas, por vezes, desfavoráveis


depende de
• população agrícola envelhecida A aplicação de novas tecnologias
• baixo nível de instrução e deficiente formação
profissional dos agricultores A aposta na formação profissional
Factores
• predomínio de técnicas tradicionais dos agricultores
• fraca mecanização
• uso deficiente de adubos e pesticidas O grau de mecanização
• tamanho médio reduzido das explorações e a
que, por sua vez, se reflecte no
fragmentação excessiva
• desajustamento das culturas à aptidão dos solos
rendimento das explorações e
• elevados custos de produção dos agricultores

que contribuem/consequências para

irregularidade do rendimento (produção), nos


altos custos de produção e na pluriactividade
agrícolas,, apesar dos progressos verificados na
agrícolas encarecem os produtos e criam dificuldades de
utilização de máquinas e de novas tecnologias,
logo competir nos mercados interno e externo
graças, muitas vezes, aos apoios no âmbito do
fundos da PAC (Política Agrícola Comum)
Na sua concepção mais moderna e
alargada, hoje em dia, o sector agro-
agro-
alimentar estende-
estende-se a toda a cadeia
Fraca expressão das alimentar, razão pela qual é frequente
indústrias agro-
agro-alimentares falar--se em fileira agro-
falar agro-alimentar (do
Complexo agro-
agro-florestal),
florestal), para cobrir
todo o circuito, desde «a porta da quinta
até ao prato do consumidor»

Em Portugal, as profundas deficiências que existem ao nível da comercialização e da


distribuição fazem com que o sector agro-
agro-industrial não apresente o progresso que tem
noutros países da UE. Quando consideramos a distribuição regional das agro- agro-
indústrias (ou indústrias agro-
agro-alimentares
alimentares),), constatamos a existência de profundas
assimetrias.. Assim, o número de empresas e o volume de negócios concentram-
assimetrias concentram-se
predominantemente nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto (pela proximidade dos
maiores mercados), sendo o conjunto das indústrias de alimentação as principais
responsáveis pelo emprego e volume de negócios.
É, ainda, muito insuficiente o aproveitamento que se faz de um sector com inúmeras
potencialidades,, excepção feita para as indústrias de concentrado de tomate e, mais
potencialidades
recentemente, dos lacticínios.
lacticínios. Assim, ao contrário de outros países mais avançados, em
que as exigências de transformação, comercialização e distribuição levaram a uma profunda
e positiva reforma do sector primário, Portugal apresenta ainda profundos atrasos neste
domínio,, resumindo
domínio resumindo--se,
se, muitas vezes, o sector agro-
agro-industrial à transformação ou
conservação dos produtos agrícolas excedentários do consumo em fresco (Doc. 5). 5).
Efectivamente, o sector absorve muito pouca produção, ficando aquém das
potencialidades e deixando que as indústrias agro- agro-alimentares invadam o país
(sobretudo, empresas espanholas), ou seja, não defendemos a nossa produção como nos
vemos obrigados a consumir produtos que, de outra forma, não estariam disponíveis no
mercado.
Insuficiências ao nível das redes
de distribuição e comercialização

especificamente, em Portugal há grande

Individualismo agrário Insuficiência do cooperativismo agrícola

em que concretamente visto que

O produtor singular autónomo domina na Num país onde se verifica um predomínio das
maioria das explorações agrícolas (95%
95%).
). pequenas explorações, muitas das quais sem
O produtor agrícola empresário e viabilidade económica ao nível da produção
sociedades abrangem apenas uma pequena para o mercado, seria fundamental existirem
percentagem das explorações (< a 5%) cooperativas fortes e organizadas

existe um insuficiente, porém desejável


• dispersão da oferta
• ineficácia (particularmente do
transporte frigorífico) e custo elevado Associativismo
do transporte,
transporte, resultante dessa
dispersão
Insuficiências
• dificuldade de acesso às cadeias que permitiria
de distribuição,
distribuição, dadas as exigências de
qualidade/segurança alimentar
• melhor resposta face à concorrência
• falta de formas organizativas
• um acesso mais fácil ao crédito
eficientes na comercialização
• a afirmação dos produtos tradicionais de
região demarcada
• o uso de tecnologias mais avançadas
• a criação de uma melhor rede de distribuição
• uma modernização das explorações agrícolas

contribuindo, desta forma, para

• a melhoria da produtividade agrícola


• o aumento do nível de vida dos agricultores
Insuficiências na
Estrutura fundiária e
da população agrícola

designadamente

• as explorações agrícolas de pequena dimensão e demasiado fragmentadas


(elevado número de blocos);
• o envelhecimento e baixos níveis de instrução/qualificação da população agrícola;
• as limitações na receptividade à inovação e modernização;
• a fraca ligação da produção agrícola e florestal à indústria;
• o abandono de terras agrícolas;
• sistemas de cultura/produção inadequados que conduzem a um empobrecimento e
degradação dos solos, etc.
Insuficiências técnico-
técnico-
financeiras

as dificuldades da agricultura ligam-


ligam-se frequentemente às profundas
carências de capitais (apesar dos subsídios da UE), à estrutura
fundiária e ao nível técnico, ainda algo rudimentar

________
Doc. 4 – Número média de tractores
por exploração e por classes de SAU,
em 2005

Nos últimos anos, a agricultura portuguesa tem vindo a modernizar-


modernizar-se, embora ainda esteja muito longe
de níveis indispensáveis para poder concorrer com os restantes países da União Europeia.
Em Portugal, o grande número de pequenas explorações condiciona o desenvolvimento da
agricultura, uma vez que limita a mecanização e a modernização dos sistemas de produção/cultura
(Doc
Doc.. 4). Explica, igualmente, a baixa produtividade que se continua a registar no nosso país. A
maior parte das tarefas agrícolas continuam a ser realizadas manualmente e com recurso e
técnicas artesanais (enxada, charrua, etc.).
Inadequação
dos usos do solo

• na orla litoral;
áreas que se
• no Ribatejo;
situam
• no Baixo Algarve;
principalmente • nalgumas regiões do Alentejo.

________
Em Portugal, a utilização dos solos nem sempre respeita e
Doc. 5 – Aptidão
potencia/aproveita a sua aptidão.
Mais de metade dos solos têm uma boa aptidão florestal e e utilização do
apenas ¼ são aptos para a agricultura (Doc. 5). solo em Portugal
É um problema, a % de solos ocupados agricolamente continua a Continental, em
ser bastante superior àquela que é reservada à floresta, o que 2005
significa que muitas das actividades agrícolas se desenvolvem em
solos pouco aptos para esse fim. Outro problema deve-
deve-se ao facto
de se escolherem culturas a praticar sem se realizarem
estudos prévios que permitam ajustar a aptidão ao uso
(selecção de sementes). Também a aplicação deficiente dos
sistemas de cultura/produção constitui outro problema, pois
conduz ao empobrecimento e à degradação dos solos (por
exemplo, no sistema extensivo, a utilização do pousio absoluto,
sem recurso a plantas forrageiras ou às pastagens artificiais,
facilita a erosão dos solos, uma vez que, sem cobertura vegetal,
os seus horizontes superficiais ficam mais expostos aos agentes
erosivos; a monocultura; a excessiva mecanização que compacta
os solos; a perda de fertilidade pela utilização massiva de
químicos; etc
etc.).
.).
Perante problemas como a diminuição da qualidade dos
solos, a sua incorrecta utilização e aceleração da erosão,
erosão, o
ordenamento do território assume um papel de grande
importância [por exemplo,
exemplo, com a criação da Reserva Agrícola
Nacional (RAN) – D.L. n.º 196/89].
196/89].

http://geoclick.blogspot.com/
prof.geo.fernando@sapo.pt

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