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O objetivo principal de qualquer flor é atrair o agente polinizador, para garantir a perpetuação de espécie pela
polinização. Os agentes polinizadores geralmente são insetos (entomofilia), aves (ornitofilia) e morcegos
(quiropterofilia). Normalmente, as flores coloridas atraem seu agente com eficiência, devido aos diferentes tons
e quantidade de cores.
Os insetos conseguem perceber tons que variam do amarelo ao vermelho com grande facilidade. As flores
coloridas também se destacam entre os vários tons de verde da vegetação. Mas, as flores brancas não dispõem
deste mecanismo, e, portanto utilizam o seu perfume. Este também é um mecanismo muito eficaz.
Após ser atraído, o inseto se alimenta e, ao retirar o néctar de uma planta, acaba levando o pólen dela para
outra, garantindo assim a variabilidade genética. Mas quais são as partes da flor que recebem o pólen? Como
ocorre a fecundação? Antes de responder estas questões, vejamos as partes de uma flor.
Partes da flor
Primeiramente as flores são formadas por três partes distintas, são elas;
O cálice é o conjunto de sépalas (folhas verdes modificadas), enquanto que a corola corresponde ao conjunto
de pétalas (folhas coloridas). O androceu é o órgão masculino da flor e é formado por estames. Os estames são
formados por filete, antera e conectivo. Na antera se localizam dois sacos polínicos, local onde são produzidos e
armazenados os grãos de pólen.
O gineceu é o órgão feminino da flor e é formado por um ou mais carpelos. O carpelo ou pistilo é formado por
estigma, estilete e ovário. No interior do ovário podemos encontrar os óvulos. Algumas plantas amadurecem
apenas um óvulo por ovário como, por exemplo, o pêssego, o abacate entre outros, enquanto outras plantas
amadurecem vários óvulos como é o caso do tomate, melancia, etc.
O caminho do pólen
Agora que já desvendamos as partes da flor, vejamos o caminho que o pólen realiza para que ocorra a
fecundação. A maioria das flores é hermafrodita, pois apresentam o androceu e o gineceu, mas geralmente as
plantas não realizam a autofecundação, ou seja, o grão de pólen não atinge o seu estigma. Plantas como a
ervilha são capazes de serem fecundadas antes mesmo da abertura da flor.
Há ainda flores hermafroditas em que isto não ocorre, pois no momento em que o pólen está sendo dissipado, o
gineceu da mesma planta não se encontra "aberto", ou apresenta mecanismos para impedir a autofecundação,
como maturidade dos gametas em momentos diferentes, ou disposição do androceu em relação ao gineceu.
Existe um grande caminho entre a formação de uma planta, abertura da flor, polinização, desenvolvimento do
fruto e da semente, até o reinício de um novo ciclo no Reino plantae e só nos resta observar, contemplar e
respeitar o tempo estipulado pela natureza.
ANGIOSPERMAS
As angiospermas são as verdadeiras plantas superiores. São o grupo vegetal atual mais
representativo e com a maior diversidade morfológica, variando de ervas a árvores,
além de serem também o grupo com a maior distribuição geográfica e de ambientes
(existem algumas espécies marinhas). São fanerógamas que além de produzirem flores,
também produzem os frutos, que conferem proteção às sementes além de auxiliarem na
sua dispersão (angios – urna, caixa). Antes de se entrar em detalhes sobre o ciclo de
vida destas plantas, deve-se inicialmente analisar a estrutura das flores e frutos.
A flor é constituída por uma haste que termina em um pedúnculo, este por sua vez,
apresenta uma extremidade dilatada (receptáculo floral), que sustenta um conjunto de
folhas especializadas com funções relacionadas à reprodução, os verticilos florais.
Denomina-se verticilo floral, um conjunto de folhas especializadas do mesmo tipo. Os
elementos florais e o nome dos verticilos que eles constituem são listados a seguir:
• ESTAMES: São microsporófilos formados pelo filete, uma haste que sustenta
uma estrutura chamada antera, que por sua vez abriga microsporângios
denominados sacos polínicos. A antera é unida ao filete por um tecido
denominado conectivo. Ao conjunto de estames dá-se o nome ANDROCEU.
• CARPELOS: São macroesporófilos formados pelo ovário (base, que abriga os
macrosporângios, os óvulos), estilete ( porção alongada que serve de substrato
para o crescimento do tubo polínico), e a porção dilatada do estilete, chamada
estigma (onde os grãos de pólen se aderem). Ao conjunto de carpelos dá-se o
nome GINECEU. Obs: Os carpelos (ou o único carpelo) forma uma estrutura
denominada PISTILO, que recebe este nome por ser semelhante à uma mão de
pilão.
Caso as pétalas sejam iguais às sépalas de forma que não se pode diferenciá-las, o
perianto passa a ser chamado PERIGÔNIO, e as pétalas e sépalas passam a ser
chamadas TÉPALAS. Além das sépalas, pode haver a presença de uma outra folha
modificada com a função de proteção da flor ou de uma inflorescência, a BRÁCTEA (a
palha da espiga de milho é uma bráctea).
Quando o grão de pólen cai sobre o estigma, germina e forma o tubo polínico, que
cresce ao longo do estilete em direção ao óvulo. Ao contrário da fecundação das
gimnospermas, nas angiospermas ocorre uma dupla fecundação, onde o 1º núcleo
espermático fecunda a oosfera e forma o zigoto (2n), e o 2º núcleo espermático fecunda
a célula central (que contém os dois núcleos polares) e a célula resultante (3n) originará
por mitose o endosperma (tecido de reserva nutritiva). A partir daí, o óvulo se
desenvolve originando a semente, o zigoto origina o embrião, e o ovário origina o fruto.
Como já visto anteriormente, elas são o grupo vegetal mais diverso e representativo.
Sendo assim, são muito importantes para o homem em diversos aspectos, como a
agricultura (são os principais componentes da dieta dos seres humanos!), medicina
(plantas medicinais), economia (indústria madeireira e de celulose) e ornamentação.
Têm também papel fundamental na reciclagem do O2 e CO2 atmosféricos e regulação
climática (as grandes florestas seriam grandes aparelhos de ar-condicionado).