A CULTURA

MEDIEVAL

Letícia Gomes Enne

2ó período/07
Ciências Sociais
HESP
Introdução

O progresso da cultura medieval expõe o impacto da produção material artística e

intelectual da época. Logo, a produção cultural mais interiorizada da Alta Idade Média foi

correspondida pela pobreza ao passo que o dinamismo da Baixa Idade Média foi refletido

em obras mais complexas e exuberantes, porém sempre demonstravam traços da

religiosidade.

A Alta Idade Média

A Alta Idade Média demonstra uma forte ruralização, este período demarcou a

substituição da grande efervescência da cultura urbana romana pela lentidão dos feudos

isolados. A produção cultura medieval foi caracterizada pela simplicidade e rusticidade dos

povos germânicos e pela religiosidade da Igreja que influenciava toda a vida feudal.

A denominação feita pelos homens do renascimento acerca da Idade Média como Idade

das Trevas deve-se à referência ao que consideravam estagnação cultural, desta forma os

renascentistas expressavam a visão de mundo Moderno que estava se formando. Entretanto,

a Idade Média apresentava uma cultura singular e diversa mesmo que não tivesse atingido o

brilho da cultura greco-romana.

A Igreja

A mentalidade da época era baseada na ideologia teocêntrica que refletia o grande

monopólio cultural da Igreja e a intensa religiosidade. A instituição clerical ficou

responsabilizada pela educação que entrou em crise na Alta Idade Média. O período

Merovíngio determinou a manutenção das escolas episcopais pela Igreja garantindo assim a

formação do Clero ao passo que dentro dos mosteiros eram realizadas a cópia e leitura de

alguns livros das civilizações grega, romana e árabe. Desta forma os principais pensadores

surgidos no período Medieval eram religiosos, à exemplo temos o filósofo Santo

Agostinho(345-430), um dos doutores da Igreja responsável pela síntese entre a filosofia

clássica e o cristianismo. Santo Agostinho Nasceu no Norte da África, estudou em Roma e

Cartago, uma de suas principais obras são: Confissões e Cidade de Deus. O filósofo

Medieval Inspirava-se em Platão e buscava conhecer a essência humana como forma de

salvação. Homem era denominado como ser corrompido, impuro, feito de carne e mortal.

A Arquitetura

Na arquitetura Medieval a religiosidade exacerbada também era expressa. A Igreja foi

um dos principais monumentos arquitetônicos refletindo um estilo predominante mente

românico. Eram edifícios maciços, com grossas paredes poucas janelas e predominância de

linhas horizontais. A impressão de proteção no interior das igrejas era proporcionada por
suas grossas paredes que mantinham o ambiente escuro e frio. Essa idéia de manter o

interior frio e escuro refletia a idéia teológica da fé e reflexão em detrimento da razão e

ação. Já a pintura e escultura evoluíram pouco, predominantemente estando a serviço da

Igreja. Assim como a pintura e escultura, a literatura também pouco evoluiu entre os

séculos V e X, quando poucos dominavam a leitura. Geralmente a língua utilizada era o

latim, porém as pessoas se comunicavam utilizando variações tanto do latim quanto da

língua germânica. Seguindo a pintura, literatura e escultura a ciência também não

apresentou grande avanço na Alta Idade Média, a Igreja e sua monopolização do

conhecimento contribuiu para este atraso impondo sua ideologia teocêntrica.

A Baixa Idade Média

Ao contrario da alta Idade Média a Baixa Idade Média foi marcada pelas influencias da

expansão comercial. O contato do homem Medieval com o desconhecido, principalmente, o

Oriente fez com que o homem adquirisse outros valores, ao invés de se subordinarem à

vontade divina.

Aos poucos aconteceu um renascimento urbano que tornava as cidades centros culturais

menos vinculadas aos valores da igreja. Nesse processo de renascimento urbano surgiram

as universidades que a partir do século XII se tornaram importantes centros de ensino.

Estas universidades que antes eram locais onde ocorria basicamente o estudo de textos

religiosos se transformaram em centros de estudos brilhantes e inovadores. O termo

universitas fazia referencia antes à coletividade urbana, suas liberdades e aos trabalhadores

de um oficio, passou a fazer referencia à trabalhadores intelectuais .

Nesse centro de estudos os cursos eram formados pelo trivium (gramática, retórica e

lógica) e pelo quadrivium (aritmética, geometria, astronomia, e música). Depois de

concluído esses estudos iniciais o aluno era encaminhado ás áreas da teologia, direito ou

medicina, as chamadas artes liberais.

As pessoas que freqüentavam as universidades eram isentas de impostos, serviço militar e

os julgamentos eram feitos em tribunais especiais. No século VIII, já existiam 80

universidades européias, foi o chamado século das universidades, representando o

verdadeiro renascimento da cultura laica.

A concepção filosófica da Baixa Idade Media era ainda dominado pela religião muito

embora a teologia agostiniana da Alta Idade Média fosse aos poucos sendo substituída pela

concepção da filosofia escolástica.

O tomismo surgiu fundamentado pela idéias de São Tomás de Aquino, era professor na

universidade de Paris e se inspirava nas idéias de Aristóteles, desenvolveu a tese de que o

progresso não dependia somente da vontade divina, mas também da vontade do homem,

um ser dotado de razão e privilegiado, estava preparado para assumir seu destino. Como ser

racional o homem teria condições de buscar a salvação, através do livre arbítrio. Da mesma

forma preservava-se a função do clero como orientador da sociedade nas questões morais e

espirituais. Cabia ao clero indicar o caminho da salvação, orientando o homem a fazer boas

ações e caridade. Esta concepção refutava o lucro e o ganho em plena época em que a

expansão comercial se ascendia , criando assim conflitos, visto que até alguns membros da

Igreja foram tolerando às novas praticas econômicas, uma vez que a própria igreja buscava

o lucro e praticava empréstimos à juros.

 A Arquitetura da Baixa Idade Media ao contrario da Alta Idade media apresentava um

estilo gótico, as catedrais construídas nas cidades tinham um aspecto de leveza, ao contrario

das construções românicas da Alta Idade media. Novas técnicas foram utilizadas que deram

suporte a edificações mais elevadas com paredes menos espessas, apresentavam grandes

janelas cobertas com vitrais multicoloridos permitindo assim a iluminação interior. A

catedrais góticas apresentavam detalhes ornamentais, no centro das cidades, era um local de

culto, reunião e assembléia civil, e centro de cultura.

O uso do latim na Idade Media prevaleceu nos documentos escritos até o século XI,

após este século diversos idiomas e literaturas nacionais começaram a aparecer. A poesia

épica foi umas das primeiras manifestações culturais a aparecer, nela ficava refletido a

sociedade feudal viril, guerreira e rude, nestas poesias ficavam descritos feitos heróicos de

cavaleiros nobres.

Surgida no sul da França a poesia épica foi inaugurada pelo trovadorismo no século

XII. Oriundo da região de Provença e espalhou-se pela Europa, o tema preferido era o

amor, em que se exaltava a mulher. Com o tempo surgiu um outro tipo de literatura urbana

que criticavam tipos sociais decantes como cavaleiros e membros do clero, os chamados

fabliaux.

O afastamento da cultura religiosa se apresenta ao final da Idade Media havendo uma

renovação cultural com concepção mais humanista.

Consulta:

História para o Ensino Médio historia geral e do Brasil (série Parâmetros)