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Vivemos em Portugal uma época muito difícil onde existe uma clara inversão das
prioridades dos Partidos Políticos que têm assumido o comando do País. Estes
governam-se, dando apoios e favorecimentos a empresas e instituições bancárias e
deixam o resto do país “desgovernado” e sem fundos para se fazerem os avanços
necessários para que o País evolua, aumentando também a qualidade de vida dos
portugueses.
Os seus habitantes vivem momentos de sufoco pois não têm focos de emprego
capazes de lhes dar o sustento e vão sobrevivendo à custa dos trabalhos precários ou
dos parcos recursos originados pelos diferentes subsídios, e que originam situações
sociais graves. Esta situação foi sendo agravada no último ano sem que se vislumbre
nenhuma preocupação dos órgãos autárquicos para que se tente alterar o rumo. Já
que as obras emblemáticas pouco ou nada contribuíram para a melhoria da
qualidade de vida da grande maioria das pessoas que cá habita.
Não queremos ser mais um Partido Politico, nos últimos 10 anos, o Bloco é o Partido
Politico com maior desenvolvimento por uma razões muito simples: identificamos o
que está mal, apresentamos as nossas propostas, debatemo-nos por elas e,
sobretudo, não temos interesses secundários. Só queremos que Portugal melhore e
que se viva melhor no nosso País em geral e em Olhão em particular.
É também por isso que este programa é um documento aberto, ou seja, nós
começámos e iremos acrescentando os contributos dos cidadãos que respondam ao
inquérito por nós lançado na iniciativa: “Connosco a sua opinião conta!”. Será
também uma oportunidade de verificar a opinião das pessoas acerca do estado do
Concelho.
Para o Bloco de Esquerda, esta é uma situação que só se consegue resolver com a
ocupação e/ou emprego destas pessoas, este ultimo ponto desenvolveremos mais à
frente neste documento.
Também os mais idosos têm sido quase esquecidos. Existem algumas iniciativas
dispersas mas não existe uma resposta séria e concreta às necessidades básicas. Este
é um problema que se agrava para o interior do Concelho pois aí as repostas são
agravadas pela necessidade de uma deslocação.
Criar uma rede de lojas solidárias em cada freguesia em que se possam reutilizar
bens que possam ser úteis aos mais desfavorecidos. (ex. roupas, electrodomésticos,
mobiliário, etc.)
Criar um banco alimentar concelhio em parceria com o banco alimentar nacional
para que se possa dar uma resposta à população com carências alimentares.
Aumentar o número de respostas para a ocupação dos idosos, através de centros
comunitários, centros de dia.
Criação de um serviço de pequenos arranjos e obras a preços acessíveis para
idosos e desfavorecidos.
Reforçar o apoio às IPSS’s do Concelho para que estas melhorem as suas
respostas aos utentes.
Estimular o arrendamento jovem através da criação de uma bolsa de
arrendamento do Concelho.
A educação tem que ser uma das maiores apostas num Concelho que regista um
nível significativo de abandono escolar e, também, onde se regista uma forte
percentagem de criminalidade juvenil. Este é um reflexo de uma sociedade que não
compreende os seus jovens e onde estes não vislumbram as vantagens de prosseguir
os estudos. É esta a tendência que temos de inverter pois se tivesse havido uma maior
acção por parte dos sucessivos governos, não precisaríamos de programas como as
Novas Oportunidades.
Quanto à Casa da Juventude, salvo reduzidas excepções, tem uma actuação quase
nula e acreditamos que muitos jovens nem saibam da sua existência. É necessário
aumentar o interesse dos jovens na sua cidade dando-lhes ocupações úteis e criando
a possibilidade de experimentarem e aumentarem a sua formação em áreas diferentes
das abordadas nos currículos escolares.
O desporto tem sido um dos temas mais controversos nos tempos que antecedem
estas eleições. O S.C. Olhanense, emblema com mais adeptos em Olhão subiu à I Liga.
Para nós, este é um facto que dignifica o Concelho mas consideramos que os escalões
Infelizmente, uma das marcas de Olhão é o mau cheiro e quem nos visita leva essa
má recordação. Quem cá vive acaba por se acostumar e só se apercebe
verdadeiramente do mau quando este está no seu auge. Ora esse mau cheiro tem uma
proveniência conhecida por todo: o funcionamento deficiente das ETAR. Também é
certo que nunca houve nenhuma vontade política para resolver o problema.
Algo que também ocorre ao longo de vários anos são as descargas de águas
provenientes das ETARS ou mesmo de esgotos sem tratamento na Ria Formosa, o
nosso maior tesouro e que deveria receber a nossa maior atenção e cuidado. Isso não
tem acontecido e quem trabalha na Ria sabe disso. Os mariscadores de pouco em
pouco tempo têm a sua laboração interdita devido à má qualidade da água e/ou a
existência de toxinas prejudiciais aos bivalves e humanos. Os pescadores sabem que
é a Ria que é a maternidade de muitos dos peixes que eles pescam em alto mar.
Por outro lado, querem converter Olhão ao turismo de massas que, para ser
saciado, tem que voltar costas às condições naturais e lá construir os seus
empreendimentos. Queremos que o Concelho evolua e que tenha turismo mas não à
custa dos Ecossistemas naturais da Ria mas sobretudo não queremos que o traço
urbanístico de Olhão desapareça.
Por último, a lixeira ilegal que existe em Quelfes continua a ser utilizada apesar de
todas as recomendações, reprovações por parte da CCDR.
Além disso é necessário ser mais audaz nas questões ambientais inovando e
apresentando novas soluções.
Resolver de uma vez por todas a situação das ETAR, criando uma nova estação
de tratamento ou modernizando a existente.
Acabar com as descargas das águas tratadas para a Ria e utilizá-las para outros
fins (ex. agricultura).
Equipar com painéis fotovoltaicos os edifícios camarários, escolas e habitações
cuja posse seja do município. É uma medida que irá promover a utilização de energias
renováveis, reduzirá a factura energética do município e dos munícipes que vivem em
habitação social.
Estudar a possibilidade de instalar uma central fotovoltaica que produza as
necessidades energéticas do concelho.
Aumentar o número de ecopontos para cobrir a totalidade do Concelho.
Construir um ecocentro que dê resposta aos resíduos produzidos pela
população.
Aumentar a eficiência dos serviços de limpeza camarários.
Aumentar a eficiência dos sistemas de rega do município para promover a
poupança de água.
Intervenção em toda margem da Ria Formosa para eliminar os diferentes focos
de poluição.
Elaborar estudos de impacte ambiental em todas as intervenções dentro da
zona protegida.
Construção de um canil/gatil que permita retirar os animais abandonados das
ruas e torná-los disponíveis para adopção.
Olhão era conhecida como a cidade cubista, mas quem não conhece a história de
Olhão não percebe o porquê dessa designação pois as casas típicas deram lugar a
prédios sem nenhum tipo de característica típica, sem se vislumbrar nenhum tipo de
ordenamento ou ponderação estética.
Neste ponto, há ainda a salientar a falta de sensibilidade para com os cidadãos com
mobilidade reduzida. Os multibancos estão inacessíveis, os lugares de
estacionamento são raros e apertados e, ao contrário do que está na lei em vigor,
vários serviços camarários ou governamentais têm barreiras arquitectónicas que
impossibilitam o seu acesso a uma pessoa incapacitada.
Por outro lado, consideramos que a programação cultural nestes espaços está
bastante aquém das suas potencialidades e que a sua divulgação tem sido bastante
deficiente. Além claro, de não estar vocacionada para uma grande maioria da
população que não se pode dar ao luxo de retirar do seu orçamento familiar o valor
das entradas para um evento.
Este é um dos pontos mais sensíveis pois é a chave para o futuro do Concelho. O
Bloco acha que tem que haver uma modificação das prioridades após o qual se
poderão promover novas soluções. De que serve ter um turismo de 5 estrelas se
matamos os nossos recursos naturais ou se os olhanenses continuam a viver próximo
do limiar da pobreza?
Contudo, não devemos olhar só para o Turismo enquanto forma única de obtenção
de rendimentos. Devemos estimular todas as outras áreas, tendo como prioridade as
actividades tradicionais como a pesca, marisqueio e agricultura.
O cidadão comum está cada vez mais desiludido com os políticos e os partidos que
os têm governado. É uma reacção normal pois, tal como nós, estão fartos de tantas
promessas e tão pouco trabalho feito e de verem as situações de profunda injustiça
em que muitas pessoas mais capazes e mais qualificadas são preteridas para dar lugar
aos militantes do partido x ou y.
Os partidos maioritários não ouvem nem se interessam pelo que os eleitores dizem
ou opinam. Isto não lhes interessa pois não existe qualquer intenção de governar
para o cidadão comum mas sim para os da sua cor política. É este o grande defeito da
política local e que o Bloco se apresenta como alternativa.
Criar uma linha de alerta para que os munícipes possam denunciar situações
(ex. buracos na estrada, condutas de água, focos de lixo, etc) e dar uma resposta em
tempo útil, no máximo 1 semana.
Informar a população de qualquer intervenção que a afecte com, pelo menos
uma semana de antecedência.
Fomentar a criação de referendos locais para que as populações expressem as
suas opiniões acerca das grandes questões que possam afectar toda a população
Promover sessões de esclarecimento onde a população possa colocar as suas
dúvidas e questões acerca das diferentes temáticas.
Caberá aos eleitores decidirem qual o destino de Olhão e nós, com humildade
aceitaremos a sua decisão. Estamos preparados para desempenhar qualquer um dos
papéis: governante ou oposição.