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OMERQUEALIMENTAOM
EUCORPO.MEXOASMÃOS
AGORA QUE ESTAMOS
AQUI SÓ NÓS OS DOIS
EABROABOCAPORORDE
MINTERIOR.SINTOODOC
ESABORDACOMIDACOM
ORECOMPENSAPELAOBE
DIÊNCIA,OUAFOMEAGO
NIZANTECOMOCASTIGO,
TALEQUALCOMOQUEMT
REINAUMCÃO.NÃOSOUA
AGORA QUE ESTAMOS AQUI SÓ NÓS OS DOIS
Transiente
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Dói no coração.
Talvez pares de ler. Ou a dor da verdade fique curiosa com
o que a seguir te vou dizer.
Submetes-te a mim ou a ti? Que importa, é tudo igual.
Vozes que falam cá dentro. É a minha vez, a tua, ou tudo isto é
uma encenação?
E esta grande porta à minha esquerda? Está enferrujada ou
és tu que não me queres deixar entrar? Deito-a abaixo se for
preciso.
Sim, o amor que julgas ter. Aquele, que te faz palpitar o
coração e que te trás a transpiração.
Que de teu não tem nada.
Sabes disso, e por isso não querias deixar entrar, porque
também não queres ver. É mais bonito acreditar. De olhos
fechados, pois não há outra maneira de tal coisa funcionar.
Abanas a cabeça em sinal de negação. Que não tenho
razão. Não é preciso. Estás sozinho. Ou já acreditas que estou
dentro de ti? Que somos dois? Acenas para as letras mortas que
vivem no papel?
Tenho razão. O amor não. O verdadeiro amor é saber
deixá-lo ir quando nos quiser abandonar. Só se possui o amor
no momento do adeus, porque essa é a medida que nos é
entregue por todo o amor que fomos capazes de dar. E a vida
toda é só dor, à espera do momento em que o podemos perder.
Nada a fazer.
Talvez esteja amargurado, talvez não seja capaz de fechar
os olhos, talvez já tenha sido dominado pelas palavras que me
estão a comer, a devorar por dentro tudo aquilo que eu queria
esconder. E quando tudo se iluminar, o que vai acontecer?
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