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APOSTILA – FUNDAMENTOS EM LOGÍSTICA

COLÉGIO COMERCIAL DR. JOÃO ROMEIRO - PROFa. LETÍCIA/2009

O que é logística?
Logística é o processo de planejar, implementar e controlar os fluxos
eficientes de materiais e informações, desde o ponto de origem até o ponto de
consumo (Cadeia de Suprimento) com o propósito de atender às necessidades
dos clientes.

O que é ser um técnico de logística?


É o/a profissional que, no respeito às normas do ambiente, higiene e
segurança, executa operações logísticas de inventário, de armazenagem, de
manuseamento de mercadorias e de materiais, de transporte, otimizando os fluxos
de distribuição física dos produtos de forma a garantir a qualidade do serviço.
As atividades logísticas podem ser divididas em três grandes grupos:

Alguns termos usados em logística:

• Princípios básicos: preceitos que devem ser observados no planejamento


e execução das funções logísticas.
• Objetivos: é o efeito final desejado.
• Controle: é o acompanhamento da execução das atividades decorrentes
do planejamento, permitindo correções e realimentações.
• Coordenação: é a conjunção de esforços de modo harmônico, mesmo que
heterogêneos, mas direcionadas para um mesmo fim.
• Economia de meios: é a busca do máximo rendimento empregando de
forma eficiente, racional e judiciosa os meios disponíveis. É a distribuição
criteriosa e adequada, priorizando a área de ação principal.
• Flexibilidade: é a possibilidade de adoção de soluções alternativas diante
de mudanças de circunstâncias.
• Interdependência: é a dependência recíproca que a logística mantém com
a estratégia e a tática.
• Objetividade: é a identificação clara das ações que devem ser realizadas e
a determinação precisa dos meios necessários a sua concretização.
• Oportunidade: é o condicionamento da previsão e da provisão de meios
ao fator tempo, a fim de que as necessidades sejam atendidas
adequadamente.
• Prioridade: é a prevalência do principal sobre o secundário ou acessório.
• Segurança: é a garantia do pelo desenvolvimento dos planos elaborados, a
despeito de quaisquer óbices, isto é, impedimentos.
• Simplicidade: é o uso da linha de ação mais simples e adequada ao
desenvolvimento das atividades logísticas, de modo a serem
compreendidas e executadas com facilidade.

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Mais alguns conceitos para Logística:

“É a arte de planejar, por em prática e controlar a cadeia de suprimentos”.


“É a aquisição, movimentação, armazenagem e entrega dos produtos aos
clientes”.
Para que as atividades de aquisição de matéria-prima, seu beneficiamento,
isto é, o processo de produção, movimentação, isto é, todas as operações
relacionadas ao transporte, tanto da matéria-prima dos fornecedores, dos produtos
semi-acabados, quanto dos produtos finais entregues aos clientes,
armazenagem, isto é, as atividades de guarda de estoques e distribuição, isto é,
entrega aos clientes, “funcionem” é necessário que o planejamento logístico se
ligue aos processos de produção e marketing, isto é, toda ação de uma empresa
para satisfazer seu público alvo: o cliente.
A Logística não gera receita financeira, mas pode fazer com que uma
organização tenha mais ou menos custos envolvidos no preço final de um produto.

Quais são as atividades logísticas?

As atividades logísticas podem ser divididas em três grandes grupos:

• Atividades estratégicas: a função logística deve participar de decisões


sobre serviços, produtos, mercados, alianças de investimentos, alocação de
recursos, etc.
• Atividades táticas: desdobramento das metas estratégicas e planejamento
do sistema logístico. Envolvendo decisões sobre fornecedores, sistemas de
controle de produção, rede de distribuição, sub-contratação de serviços,
etc.
• Atividades operacionais: envolve manutenção, melhoria do sistema da
rede logística e soluções de problemas.

O que são Canais de Distribuição em uma Cadeia de Suprimentos?

Canais de Distribuição: são estruturas funcionais que mediante suas


operações, geram a movimentação de produtos e serviços entre os membros
participantes de um mercado. Tais estruturas são indispensáveis, pois criam uma
otimização de tempo, de lugar e de posse, atendendo às necessidades de servir a
demanda.
• Otimização de tempo: é valor acrescentado pela existência do produto
quando este é necessário, no período de tempo/prazo adequado às
demandas do consumidor.
• Otimização de lugar: é colocar o produto onde ele é necessário.
• Otimização de posse: é tornar a posse do produto possível ao
consumidor.

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Estas estruturas podem ser:

• Produtoras:- empresas que transformam o produto primário.


• Atacadistas:- intermediários que se dedicam às funções de venda a
varejo, usuários comerciais, industriais e institucionais.
• Varejistas:- empresas que vendem bens e serviços ao público para seu
uso e benefício.
• Empresas auxiliares:- empresas que participam do processo de
distribuição como prestadoras de serviço.

A American Marketing Association define canal de distribuição, como


“estrutura das unidades organizacionais internas e externas, dos agentes,
representantes, atacadistas e varejistas através dos quais produtos e serviços são
comercializados”.

FLUXO SIMPLIFICADO DE COMERCIALIZAÇÃO

FORNECEDOR
DE MATÉRIA INDÚSTRIA DE
PRIMA MANUFATURA

ATACADISTA VAREJISTA CONSUMIDOR

Contudo, esta representação não mostra a complexidade e a multiplicidade


de relacionamentos existentes dentro de uma cadeia de comercialização
existente entre fornecedor de matéria prima mais básica de um produto até
chegar às mãos do consumidor.
É necessário alongar o raciocínio do simples fluxo físico percorrido pelos
insumos, isto é, bem ou serviço necessário na produção de outro bem ou serviço
e produtos ao longo de uma cadeia de comercialização para uma visão mais
abrangente de valor. Devemos considerar os relacionamentos que possam
tornar essa cadeia mais competitiva e com custos menores para cada um dos
elementos da mesma.
Gerenciamento da Cadeia de Suprimento – SCM é como se denomina hoje,
esse conjunto de relacionamentos que necessitam ser gerenciados e orientados.

GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTO – SCM


(Supply Chain Management)

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RELACIONAMENTOS
FLUXO DE MATERIAIS (DEMANDA DE SUPRIMENTOS)

(SUB-FORNECEDORES / FORNECEDOR) COMPRA FÁBRICA VENDA ( CLIENTE / CONSUMIDOR)


DISTRIBUIDOR
VAREJISTA

FLUXO FINANCEIRO (DEMANDA PELOS PRODUTOS)

A complexidade destes relacionamentos e a necessidade de que os


mesmos se façam em intervalos de tempo cada vez mais curtos e muitos deles
em tempo real fomentou, o aparecimento de muitas tecnologias de informação nos
últimos anos.
Segundo Chopra-Meindl, “Informação é essencial para tomar boas decisões
em um curto espaço de tempo”. Para Ballow, “o conceito básico de logística é
colocar o produto certo, na hora certa e no local certo ao menor custo possível”.

O objetivo principal do gerenciamento de uma cadeia de suprimento é a


obtenção do melhor atendimento ao cliente, com o menor custo possível.

Para ocorrer o atendimento ao consumidor deverá ocorrer uma integração


das informações de todos os agentes de mercado, o que gera dois fluxos
principais: o fluxo de materiais e o fluxo financeiro.
• Fluxo de materiais:- ocorre com a configuração do produto conforme os
requisitos do consumidor, ou seja, saem dos fornecedores as matérias-
primas, os componentes, as embalagens, etc., passando pelos canais de
distribuição até chegarem aos consumidores.
• Fluxo financeiro:- inicia com a aquisição das matérias-primas, dos
componentes, embalagens, etc., pelos fabricantes para a elaboração do
produto e vai até a aquisição do produto pelo consumidor, passando pelos
canais de distribuição necessários.

Para que haja esse gerenciamento é necessário que antes se faça um


planejamento das decisões e atitudes que irão definir a metodologia que será
empregada na busca dos objetivos desejados.

O que é Planejamento?

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É a atividade de estabelecer os objetivos, enumerar como serão utilizados
os recursos a fim de alcançar esses objetivos e fixar a duração das tarefas que
serão desenvolvidas para atingir os objetivos preestabelecidos. É, também, a
decisão antecipada do que fazer, quando fazer, quem deve fazer e porque fazer.
Um planejamento compreende uma série de fases que podem apresentar-
se separadamente ou ao mesmo tempo, tais como:

1. Definição e possíveis soluções preliminares para o problema.


2. Elaboração das diretrizes básicas para a solução do problema.
3. Fixação inicial dos objetivos.
4. Colheita preliminar de dados.
5. Realização de levantamentos de dados e pesquisas.
6. Estabelecimento de projeções e previsões.
7. Análise e discussão dos dados apurados.
8. Apresentação de alternativas ou propostas para obtenção dos objetivos.
9. Formulação das decisões ou propostas.
10. Integração de planos parciais, desdobramentos em planos derivados ou re-
planejamento geral.

Um planejamento exige estudo daquilo que pode ser executado, daquilo


que tem condições de se realizar e durar. Estudo daquilo que é compatível
com o que pode co-existir, que é conciliável com outro planejamento.
Um planejamento evita desperdícios, controla custos e avalia benefícios.

A Logística e o atendimento ao cliente:

O atendimento ao cliente, atualmente, pode ser considerado, sem dúvida,


um dos grandes diferenciais competitivos do mercado. A principal causa disto é
a crescente exigência do público consumidor e a concorrência acirrada entre
empresas do mesmo ramo.
A relação entre empresa e cliente vem sendo responsável pela
sobrevivência ou pelo fracasso de muitas organizações em nosso país.
Fidelizar o cliente, ou seja, conquista-lo e mantê-lo, é uma tarefa árdua para
diversos empresários, pois sabemos que a satisfação de nossos clientes
depende diretamente da superação de suas expectativas e da excelência no
atendimento por parte das empresas. Portanto, a logística requer também o
melhor atendimento ao cliente, ou seja, excelência no tratamento do mesmo.

A Logística e a Ética Profissional:

A ética é por definição: “parte de uma filosofia que tem por objetivo a
elaboração de um sistema de valores e o estabelecimento dos princípios
normativos da conduta humana, segundo esse sistema de valores”.
A ética profissional tem por premissa maior o relacionamento do profissional
com seus clientes e com outros profissionais, levando em conta valores como
dignidade humana, auto-realização e sociabilidade.

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A ética profissional deve se concentrar em dois pontos importantes:
cumprimento das obrigações e atendimento correto dos clientes, dentro das
normas preestabelecidas.

Você é um profissional ético?

Agir corretamente, hoje, não é só uma questão de consciência, mas um dos


quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira longa, respeitada e
sólida.
Responda com sinceridade:
• Seu colega teve uma idéia brilhante para um novo produto. Dias depois,
você está sozinho, cara a cara com o diretor da empresa, falando sobre
esse projeto. Ele acha a idéia excelente e pergunta que é o autor. O que
você responde?
• Você sonha há anos fazer uma viagem com a família, mas nunca sobra
dinheiro. Eis que um de seus fornecedores oferece uma semana com
tudo pago para Cancun, como premio por você ser um ótimo parceiro
nos negócios. Você aceita?
As respostas a essas duas questões devem ser: dizer que foi o colega e
recusar a viagem, respectivamente.
Segundo, Robert Henry Srour, executivo e professor da USP, autor do livro
Ética Empresarial, ser ético profissional é ser altruísta, isto é, não ser egoísta,
individualista, é estar tranqüilo com a consciência pessoal. E como se consegue
isso?
1. Sendo honesto em qualquer situação. A credibilidade é fruto da franqueza.
2. Ter coragem para assumir decisões, mesmo que seja preciso ir contra a
maioria.
3. Ser tolerante e flexível. Saber ouvir sem pré-julgamentos.
4. Ser íntegro. Agir conforme seus princípios.
5. Ser humilde. Ter a consciência de que o sucesso individual é resultado do
trabalho de uma equipe.

Vamos fazer outro teste?

O que você faria?

Suponha que você é um dentista e que sabe fazer seu trabalho com
competência. Chega hora de um paciente, e quando ele entra você descobre que
se trata de ninguém mais que um assassino cruel como aquele pai que matou a
própria filha, ou aquela filha que planejou a morte dos próprios pais ou aqueles
que mataram aquela criança arrastando-a, pendurada do lado de fora do carro,
enfim, um desses que tenha cometido algum crime hediondo. O que você faz?

Assinale uma das alternativas abaixo e justifique a sua resposta.

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( )a) você é um dentista, você faz o que jurou fazer.
( )b) você manda o cliente procurar outro dentista, pois antes de ser dentista,
você é um ser humano.
( )c) você bate no cara antes de mandá-lo para outro dentista. Você é humano
e se revoltou com o que ele fez.
( )d) você o atende, mas faz o pior procedimento; o mais doloroso e
humilhante possível.

O que é Serviço ao Cliente?

Definições típicas de serviço ao cliente:

“Todas as atividades necessárias para receber, processar, entregar e faturar


os pedidos dos clientes e fazer o acompanhamento de qualquer atividade em que
houve falha”.
“Pontualidade e confiabilidade na entrega de materiais, de acordo com a
expectativa do cliente”.
“Um complexo de atividades envolvendo todas as áreas do negócio que
combina entre si, para entregar e faturar os produtos da companhia de maneira
que seja percebida como satisfatória pelo cliente e que demonstre os objetivos da
companhia”.
“O total de entrada de pedidos, todas as comunicações com os clientes, todas
as remessas, todos os fretes, todas as faturas e controle total dos reparos dos
produtos.”
“Entrega pontual, exata dos produtos pedidos pelos clientes, com um
acompanhamento cuidadoso e resposta às perguntas, incluindo envio pontual da
fatura”.

Em termos práticos, serviço ao cliente é fornecer “utilidade de tempo e de


lugar” na transferência de mercadorias e serviços entre o vendedor e o comprador.
É promover a disponibilidade do produto e serviço, incluindo a freqüência e a
confiabilidade da entrega, níveis de estoque e tempo consumido no ciclo de
pedidos. Assim, o serviço ao cliente final é determinado pela interação dos fatores
acima mencionados, que colocam o processo de fabricação dos produtos e a
prestação dos serviços disponíveis para os clientes.

O serviço ao cliente pode ser examinado sob três títulos:

• Elementos da pré-transação.
• Elementos da transação.
• Elementos da pós-transação.

Os elementos da pré-transação do serviço ao cliente relacionam-se às


políticas ou programas da corporação, isto é, regras ou estatutos da administração
de serviços, adequação da estrutura organizacional e flexibilidade do sistema.

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Os elementos da transação são aquelas variáveis do serviço ao cliente,
diretamente envolvidas no desempenho da distribuição física, como a
confiabilidade do produto e da entrega.
Os elementos da pós-transação são aqueles que geralmente apóiam o
produto durante o seu uso, como garantia do produto, peças e serviços de
assistência técnica, processos para reclamação do cliente e substituição do
produto.

Questões que auxiliam as empresas a se auto-avaliarem:

Elementos da pré-transação:
Por exemplo:
• Política formal de serviço ao cliente:- Ela é comunicada interna e
externamente, compreendida, específica e quantificada quando
possível?
• Acessibilidade:- É fácil fazer contato/negócio conosco? Há um único
ponto de contato?
• Estrutura organizacional:- Existe uma estrutura de gerenciamento do
serviço ao cliente? Qual é o nível de controle que ela tem sobre os
processos dos serviços?
• Flexibilidade do sistema:- Nós podemos adaptar nossos sistemas de
entrega de serviços para satisfazer necessidades específicas dos
clientes?

Elementos da transação:
Por exemplo:
• Ciclo do pedido:- Qual é o tempo transcorrido desde o recebimento
do produto até a entrega do produto? Qual a
confiabilidade/variabilidade?
• Disponibilidade de estoque:- Qual a porcentagem da demanda de
cada item que pode ser encontrada no estoque?
• Taxa de cumprimento do pedido:- Qual é a proporção de pedidos
completamente atendida dentro do prazo estabelecido?
• Informações sobre a posição do pedido:- Quanto tempo, nós
levamos para responder uma pergunta com a informação solicitada?
Nós informamos os clientes sobre problemas ou são eles que nos
procuram?

Elementos da pós-transação:
Por exemplo:
• Disponibilidades de peças de reposição:- Quais são os níveis de
estoques de peças de reposição?
• Tempo de atendimento de chamada:- Quanto tempo o técnico leva
para chegar ao local e qual é o índice de conserto na primeira
chamada?

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• Rastreamento/garantia do produto:- Nós podemos descobrir a
localização de pedidos depois de comprados? Podemos
manter/estender a garantia para os níveis esperados pelo cliente?
• Queixas, reclamações, etc. do cliente:- Com que rapidez, nós
tratamos as reclamações e devoluções? Nós medimos a satisfação
dos clientes com nossa resposta?

Como se mede o Nível de Serviço Logístico?

O serviço ao cliente é cada vez mais valorizado, tanto pelos consumidores


finais, quanto pelos clientes institucionais, pois apenas bons produtos e bons
preços, não são suficientes para atender às exigências de uma transação
comercial.
Embora, produto e preço sejam fatores essenciais, a rapidez na entrega, a
disponibilidade de produtos, o bom atendimento, a ausência de avarias entre
vários outros exemplos de serviços criam valor ao reduzir os custos para o cliente
e ou aumentar sua vantagem competitiva.

O que Nível de Serviço Logístico?

• É a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado.


• É o desempenho oferecido pelos fornecedores a seus clientes.
• É o resultado líquido de todos os esforços logísticos da empresa.
• É aquilo que o cliente percebe além do produto em si.

Assim, como principais indicadores de nível de serviço logístico, podemos


citar:

• Tempo médio de entrega.


• Variabilidade do tempo de entrega.
• Informações sobre o atendimento do pedido (rastreabilidade).
• Serviços de urgência.
• Resolução de reclamações.
• Políticas de devolução.
• Procedimento de cobranças.
• Flexibilidade do sistema.
• Serviços técnicos.
• Nível de estoque e reposição temporária do produto durante reparos.

O que é ANS (Acordo de Nível de Serviço) ou SLA, do inglês Service


Level Agreement?

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É a parte do contrato de serviços entre duas ou mais entidades no qual o
nível da prestação de serviço é definido formalmente. Na prática, é usado na
determinação de tempo de entregas de um serviço ou de um desempenho
específico.
Pode incluir, portanto:

• Disponibilidade: Por exemplo, durante o ano o sistema de um


provedor de Internet, poderá ficar indisponível no máximo, 8,7 horas,
isto é, deverá ter 99,9% de disponibilidade.
• Incidência de erros: Por exemplo, durante um ano, o sistema de
compensação de cheques não deverá registrar, mais que 1 (um) erro
a cada 1000000 (um milhão) de operações processadas.
• Performance (desempenho): Por exemplo, o sistema de
processamento e impressão da folha de pagamento dos servidores
do governo estadual, deverá processar e imprimir a folha de
pagamento em no máximo 2 segundos a cada 10 servidores
processados.
• Prioridades e performance (desempenho): Por exemplo, solicitações
classificadas como “urgentes”, deverão ser resolvidas em até 8
horas; solicitações “importantes”, serão resolvidas em até 24 horas e
solicitações “rotineiras”, serão resolvidas em até 42 horas.

Transporte:

O transporte mobiliza o produto entre diferentes estágios da cadeia de


suprimento. Exerce grande influência tanto na resposta, quanto na eficiência. O
tipo de transporte adotado por uma empresa também afeta os estoques e a
localização das instalações na cadeia de suprimento.
As empresas possuem seis opções básicas de meios de transporte:

• Via aérea:- meio mais caro, porém o mais rápido.


• Rodoviário:- meio relativamente rápido e barato, com altos níveis de
flexibilidade.
• Ferroviário:- meio barato utilizado para grandes quantidades.
• Fluvial/marítimo:- meio mais lento, mas muitas vezes, a única
opção econômica para grandes transportes que atende a certas
regiões ou o exterior.
• Dutos:- usados para transportar óleo e gás.
• Transporte eletrônico:- o mais novo meio de transporte via
INTERNET. O CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico) é um
documento emitido e armazenado eletronicamente, com intuito de
documentar, para fins fiscais, uma prestação de serviços de
transporte de cargas ocorrida entre partes, garantida juridicamente
pela assinatura digital do emitente pela autorização de uso do
documento eletrônico, fornecida pelo fisco.

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Cada meio de transporte possui características diferentes no que se refere
à velocidade, dimensão das entregas, desde pacotes individuais à paletes
(plataformas com carga empilhada) de caminhões carregados à navios, custo da
entrega e flexibilidade de rota. Essas particularidades definem os meios e ajudam
a empresa a definir a melhor opção.
Outra grande decisão que deve ser tomada diz respeito à seleção da rota e
da rede. A rota é o caminho pelo qual o produto é transportado e a rede é o grupo
de locais e rotas pelo qual, um produto pode ser transportado.
O transporte ainda pode ser in house ou terceirizado. Tradicionalmente, a
maior parte do transporte é realizada internamente (in house), isto é, a empresa
possui seu próprio meio de transporte, contudo a terceirização desse segmento
vem tomando grandes proporções. Assim, sistemas logísticos inteiros têm sido
terceirizados.

Instalação da Empresa:

A localização mais adequada para as instalações da empresa é um ponto


crucial para a cadeia de suprimento.
A escolha básica pode estar em centralizar para ganhar em economia ou
descentralizar para se tornar mais responsiva (poder de resposta), mantendo-se
mais próxima do cliente.
Além disso, deve se levar em conta qualidade e custo dos funcionários,
custo da instalação, disponibilidade de infra-estrutura, proximidade do cliente e
com o restante da rede e impostos.
A capacidade da instalação é outro fator de flexibilidade versus eficiência.
Excesso de capacidade permite que a instalação seja bastante flexível e
responda a grandes oscilações de demandas. Contudo, o alto custo pode reduzir
a eficiência.
A metodologia de fabricação a ser adotada pela instalação também
influencia na escolha de sua capacidade e local, pois uma empresa focada no
produto pode promover sua fabricação e montagem, na produção de um único
tipo de produto. Já uma fábrica focada na função pode apenas fabricar diferentes
produtos ou apenas monta-los.
A metodologia de armazenagem também é outro fator a ser considerado.
As empresas podem optar por projetar suas próprias instalações para depósito de
estoque e de produção ou optar por um “cross-docking”, onde os produtos não
são na verdade armazenados em uma instalação e sim diretamente transportados
para caminhões de fornecedores que alimentarão outras instalações que por sua
vez, alimentarão outras instalações, chegando ao varejo.

Instalação dos Centros de Distribuição:

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A logística de distribuição é uma das ferramentas que provêm a
disponibilidade de produtos onde e quando são necessários, coordenando fluxo
de mercadorias e informações de milhares de pontos de vendas dos mais
variados bens e serviços.
A central de distribuição dos produtos deve agir dentro de critérios que
otimizem o uso das instalações para que não haja interrupções no fornecimento.
Constituem pontos de apoio ao rápido atendimento às necessidades dos
clientes de uma região geográfica, distante dos centros de produção. Atendendo
adequadamente pontos de vendas, tais como, por exemplo; padarias,
lanchonetes, bares, restaurantes, os quais têm uma demanda firme e constante,
com rápido giro de seus produtos, normalmente de alto perecimento (alimentos
perecíveis) e com pequeno tempo de comercialização.
Na escolha adequada do canal de distribuição deve se levar em conta:
• O número de intermediários existentes e/ou necessários.
• Exclusividade ou multiplicidade dos canais de distribuição.
• O tamanho da área a ser atendida e a estrutura mínima necessária
para efetuar um serviço com qualidade e eficiência.
• O tipo de produto a ser entregue.
• Estrutura operacional mínima necessária.
Um centro de distribuição (CD) deve ser um meio de minimização de
custos, melhoria no uso dos recursos e apoio ao processo de venda e pós-venda.
Para isso, um CD deve apresentar elevado grau de qualidade de serviços,
custos operacionais competitivos em relação aos concorrentes e retorno
adequado ao capital aplicado.
Os CDs buscam uma ligação mais efetiva entre comprador/vendedor, que
traga como resultado a qualidade de serviços, como: entrega no prazo, precisão
do atendimento, qualidade do produto entregue e suporte no pós-venda, quando
necessário.

Estoques:

Por estoques, entende-se todo e qualquer depósito de mercadoria ou


matéria-prima para produção ou venda em data futura.
Podemos dizer que estoques são acúmulos de recursos materiais entre
fases específicas no processo de produção.
Algumas razões para a existência de estoques:

• Impossibilidade ou inviabilidade de coordenar recursos produtivos e


demanda.
• Escassez de suprimentos.
• Incertezas na demanda do mercado.
• Formação de estoque de segurança.

Os estoques podem ser classificados em diversos tipos:

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• Estoque de matéria-prima, normalmente em quantidade proporcional
ao volume da produção.
• Estoque de produtos em processo produtivo; considera-se produtos
que estão em diferentes fases durante o processo de produção.
Corresponde a todos os materiais que sofreram algum tipo de
transformação, mas não atingiram a forma final do produto a ser
comercializado.
• Estoque de materiais de embalagens; correspondem as caixas para
acondicionamento dos produtos, filmes plásticos, recipientes, rótulos,
etc.
• Estoque de produtos acabados; compreendem os produtos que
sofreram um processo de transformação e estão prontos para serem
vendidos.
• Estoques de suprimentos; encontra-se aqui, todos os itens não
regularmente consumidos pelo processo produtivo. São os
componentes utilizados para a manutenção dos equipamentos,
instalações, etc.

Custos dos estoques: A boa gestão de estoques passa pela análise e


avaliação de todos os custos envolvidos no seu controle. Alguns custos que estão
diretamente relacionados aos estoques podem ser assim classificados:

• Custo de pedir: são os custos fixos administrativos relativos ao


processo de aquisição da quantidade solicitada para reposição de
estoque.
• Custo para manter estoques: corresponde a todos os custos
necessários para manter certa quantidade de mercadorias por
determinado período de tempo. Normalmente, estão inclusos aqui os
custos de armazenagem, seguro, deterioração e obsolescência.
• Custo total: é a soma do custo de pedir e de manter estoques.

O gerenciamento da relação entre custos e nível de serviço tem sido


considerado hoje, como o principal desafio da logística moderna.
A redução do prazo de entrega com maior disponibilidade de produtos sem
aumentar exageradamente a quantidade e os custos, o cumprimento do prazo de
entrega e maior facilidade de colocação de pedidos tem sido a busca constante
dos estudiosos da logística.

Logística no pós venda:

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Logística no pós venda pode ser acionada para desenvolver as atividades e
processos motivados pela observação da garantia e qualidade dos produtos.
A satisfação dos clientes é uma vertente que apresenta relação direta com
a qualidade dos produtos.
A aplicação do processo de logística reversa pode oferecer uma melhor
performance para redução dos custos, pois disponibiliza, para as empresas, um
maior acompanhamento e gerenciamento dos processos operacionais.
As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis
retornos às empresas de embalagens retornáveis ou reaproveitamento de
materiais.
Os varejistas acreditam que os clientes valorizam as empresas que
possuem políticas mais liberais de retorno de produtos. Esta é uma vantagem
percebida onde os fornecedores ou varejistas assumem riscos pela existência de
produtos danificados. Isto envolve, é claro, uma estrutura para recebimento,
classificação e expedição de produtos retomados. Esta é uma tendência que se
reforça pela existência de uma legislação de defesa dos consumidores,
garantindo-lhes o direito de devolução ou troca.
Acredita-se, portanto, que a logística reversa pode auxiliar a empresa na
retenção e manutenção de seus clientes.

Logística Reversa:

Logística Reversa é, portanto, a área da logística que trata dos aspectos de


retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo ou ponto
de descarte.
O Objetivo principal da logística reversa é o de atender aos princípios de
sustentabilidade ambiental como o da produção limpa onde a responsabilidade
pelo destino final dos produtos gerados é de quem produz, de forma a reduzir o
impacto ambiental que eles causam. Assim as empresas organizam canais
reversos, ou seja, de retorno de materiais seja para conserto ou após o seu ciclo
de utilização, para terem melhor destino, seja para reparo, reutilização ou
reciclagem.
Existe um aumento constante do nível de descartabilidade dos produtos
devido principalmente à redução do ciclo de vida dos produtos e maior giro dos
estoques. O avanço da tecnologia também acelera a obsolescência dos produtos.
Com o aumento do descarte, há um desequilíbrio entre as quantidades
descartadas e as reaproveitadas, tornando o lixo urbano um dos mais graves
problemas ambientais de nossa época. Isto acontece porque as empresas não
possuem canais de distribuição reversos e pós-consumo, devidamente
organizados e estruturados.
Logística reversa é o processo de planejamento, implementação e
controle, eficiente e eficaz do fluxo de matéria prima, estoque em processamento
e produtos acabados, assim como do fluxo de informação, desde o ponto de
origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um descarte final adequado.
Jamais a história registrou uma preocupação tão intensa, da humanidade,
com a preservação do meio ambiente como a apresentada no período
compreendido entre o final do século XX e início do século XXI. A preservação do

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meio ambiente também está diretamente ligada aos diversos sistemas logísticos,
daí surgindo a Ecologística ou Logística Verde. A Logística Verde ou Ecologística
é a parte da logística que se preocupa com os aspectos e impactos ambientais
causados pela atividade logística (compras, transporte, distribuição,
movimentação, armazenagem, embalagem, etc.)

A Logística de Ponta:

Em um mundo cada vez mais globalizado e sem fronteiras, encontrar um


diferencial competitivo se torna cada vez mais necessário para a sobrevivência
das empresas no mundo todo. A integração dos diversos setores da empresa e o
pensamento comum na redução de custos, qualidade de produção e fluxo rápido
de informações, vem levando grandes empresas para esse novo mundo chamado
logística. Empresas de ponta vêm investindo em logística. Um dos grandes
diferenciais competitivos é justamente o controle de custos. Essa vantagem é
obtida através de uma boa administração logística que engloba uma planta
(fábrica) de produção compacta, estoques reduzidos, número de produtos
adequados com o objetivo de atender às vendas e obter economia de escala e
centralização da compra de matéria prima. Com esse esforço produtivo, as
empresas de ponta podem oferecer um produto ou serviço de melhor qualidade e
preço para o cliente, obtendo grande vantagem competitiva contra seus
concorrentes.
As empresas de ponta utilizam-se da logística como uma ferramenta
multifuncional, atuando nas áreas de marketing, qualidade, finanças,
planejamento, produção, armazenagem, distribuição, transporte, etc., contribuindo
muito para uma gestão eficiente.
Na área de Marketing, a logística aparece focada nos produtos ofertados,
formação de preços, modos de distribuição e prazos de entrega. Em Finanças; na
necessidade de giro do estoque e políticas de investimento. No Controle da
Produção; em orçamentos, planejamentos dos custos de revenda, quadros
demonstrativos e em todos os níveis produtivos. Na Gestão de RH; em políticas
de recrutamento e formação de pessoal.
Mais do que um conceito operacional, a logística é hoje um conceito
estratégico e um mecanismo de concorrência frente ao mercado global.
A logística deixou de ser um mito e passou a ser uma grande fonte de
competitividade.
As tendências apresentadas pelas empresas de ponta em logística podem
ser resumidas da seguinte maneira:
• Centralização.
• Diminuição da quantidade de CDs.
• Uso de instalações intermediárias de quebra-carga.
• Uso da técnica de cross-docking.
• Operação de distribuição sem estocagem.
• Transporte multimodal e intermodal.
• Terceirização – uso de operadores logísticos.

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• Estratégias conjuntas de componentes da cadeia para melhorar a
eficiência.
• Uso intensivo de TIs:
**GIS – (Geographycal Information System) sistema de informações
geográficas digitalizadas.
**Roterizadores – defimen as melhores rotas para entregas.
**MRP (Manufacturing Resource Planning) planejamento de recursos de
manufatura (matéria prima).
**ERP (Enterprise Resource Planning) gestão empresarial integrada.
**EDI (Eletronic Data Interchange) troca eletrônica de dados entre
componentes da cadeia produtiva.
**Simuladores e Previsões de vendas.

Como exemplo de empresa com logística de ponta: MAC DONALD’S.

A MC DONALD’S pode ser considerada a maior cadeia de lojas tipo “fast


food” presente no Brasil, atuando em todas as regiões do país.
O processo logístico do MAC DONALD’S é bastante eficiente e condizente
com as diversas tendências da logística no Brasil e no mundo.
As principais características desse processo logístico são as seguintes:
• Uso de, praticamente um operador logístico; a MARTIN BROWER,
empresa que faz a logística em todos os setores, da MAC
DONALD’S em 50% das lojas da rede nos EUA. Este operador é
responsável pela entrega de quase todos os insumos, exceto
refrigerantes, cuja entrega é feita totalmente pelos representantes
dos fabricantes.
• CDs estão localizados em São Paulo (“Food Town”). Rio de Janeiro,
Curitiba e Recife, sendo o de São Paulo o que mantêm o estoque
central do sistema, estando localizado próximo ao maior mercado
aos principais fornecedores de pão e carne.
• Os CDs possuem estrutura mínima de administração e estoques. No
Brasil, o estoque médio do sistema é de apenas seis (6) dias.
• Utiliza a técnica do cross-docking no Rio de Janeiro e Curitiba,
principalmente com os fornecedores de hamburguês.
• Os caminhões possuem palm-tops, através dos quais são fornecidas
informações sobre as entregas efetuadas e a performance da
viagem.

Um estudo elaborado na América do Norte para o Council of Logistics


Management, procurou identificar as características das companhias que
possuíam a liderança em logística.

Essas características são:


• Demonstram um profundo comprometimento com os clientes.
• Enfatizam o planejamento.

1
• Fazem alianças externas com fornecedores de serviços.
• Possuem um processo logístico altamente formalizado.
• Incentivam a flexibilidade operacional.
• Empregam medições de desempenho de grande alcance.
• Investem na tecnologia de informações.
É evidente que para alcançar sucesso em todas as áreas é necessário
fazer mudanças significativas dentro da companhia. Essas mudanças podem ser
resumidas, evidenciando cinco áreas importantes:
• De funções para processos.
• De lucro para lucratividade.
• De produtos para clientes.
• De transações para relacionamentos.
• De estoques para informações.
1. De Funções para Processos:- o gerenciamento passa a ser um sistema
integrado, derrubando a idéia clássica de gerenciamento funcional.
(TRADE-OFFs).
2. De Lucro para Lucratividade:- controle dos recursos e custos na busca
de um melhor retorno sobre investimentos.
3. De Produtos para Clientes:- a satisfação do cliente passa a ser o
objetivo primordial de todas as atividades da empresa.
4. De Transações para Relacionamentos:- manter parcerias de longo prazo
com fornecedores e clientes enfatizando o estabelecimento de
relacionamentos de longa duração através do serviço e qualidade.
5. De Estoques para Informações:- a redução das necessidades de
estoques com a implantação e incremento das tecnologias de
informação.

“O desenvolvimento de uma estratégia logística envolve a integração


das dez áreas chave”. (Martin Christopher).

1
Apostila elaborada pela Profa. Letícia – 2008
Bibliografia:

Bibliografia:
• Martin Christopher, Logística e Gerenciamento da Cadeia de
Suprimento.
• Chopra-Meindl, Estratégias para Redução de Custos e
Melhoria dos Serviços.
• Site: tigerlog-Consultoria e Treinamento em Logística
• Donato Vitório; Logística Verde, uma abordagem sócio-
ambiental. RJ Ciência Moderna, 2008.
• Leite, Paulo Roberto; Logística Reversa: Meio ambiente e
competitividade. SP Prentice Hall, 2003

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