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E NOSSOS FILHOS, COMO VÃO?

Ivone Molinaro Ghiggino


Quanto mais tratamos do assunto família, mais se torna mandatório que nos conscientizemos da importância
da paternidade e da maternidade para a evolução humana: é missão que aceitamos antes de reencarnar, para a
qual nos preparamos com “cursos” no plano espiritual alertando-nos sobre nossa responsabilidade.
Recordemos que é nosso compromisso perante Deus, que nos confia outros filhos Seus para que os
amparemos e esclareçamos em sua jornada de aprendizado e progresso. Assim, somos co-criadores junto ao
Pai! Por isso,“os deveres dos pais em relação aos filhos estão inscritos na consciência.” (“S.O.S. família” –
Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo P. Franco – cap: “Deveres dos pais”).
Dois seres se unem, ligados pela afeição, formando o lar, “...garantindo os alicerces da civilização. Através
do casal, aí estabelecido, funciona o princípio da reencarnação, consoante as Leis Divinas, possibilitando o
trabalho executivo dos mais elevados programas de ação do Mundo Espiritual.” (“Vida e sexo” – Emmanuel,
psicografia de Chico Xavier – cap. 2). Os benfeitores fartamente nos relatam que os filhos, necessitando
“nascer” para nova existência no corpo físico, não raro cooperam de modo decisivo na aproximação dos futuros
pais.
O espírito que aí vem nessa nova oportunidade de aprendizado e evolução, mesmo recém-nascido, é
“antigo”, pois já existia antes do momento da concepção; portanto, ele já traz consigo uma herança psicológica
de suas outras encarnações: sua própria personalidade, com aptidões e tendências adquiridas anteriormente.
Daí que, inclusive renascendo numa mesma família, todos os filhos são diferentes, “como os dedos da mão”:
ligados entre si, têm estágios evolutivos distintos, com experiências diversas, que geram comportamentos
desiguais...
Há filhos “companheiros”, afinizados com os pais, encarnados juntos visando crescerem em mútua
cooperação; e há filhos “credores”, com os quais os pais têm que transformar mágoas e anular dívidas de
outrora, mediante trabalho e educação com amor. Esses filhos são nossos “instrutores diferentes”.
O lar é valiosa e viva escola da alma: reconduzido aos pais através do berço, o espírito aí vem humilde,
pequenino, frágil, emudecido - para aprender com eles (desde o período da gestação, pois está comprovado
cientificamente que o feto já percebe sons) a palavra da paz, do bem e da brandura. Retornando à vida física,
ele vê nos pais as primeiras imagens de Deus e da vida... Mesmo “credores”, não cobram as dívidas, graças ao
esquecimento do passado ao reencarnar: procuram o colo dos pais para nova fase de entendimento, respiram
seu hálito, apóiam-se em suas mãos para aprenderem os primeiros passos...
Nós, espíritas, já sabemos que o espírito, após seu nascimento na carne, mantém-se numa espécie de
“dormência” (os queridos benfeitores costumam usar esse termo por falta de outro mais indicado na linguagem
humana) até atingirem os sete anos, quando se completa o processo reencarnatório. Por conseguinte, nessa fase
ele é muito sensível a influências, o que ainda acontece, em menor escala, até parte da adolescência.
Daí o dever dos pais de serem educadores integrais, conduzindo seus filhos ao caminho da retidão, da ética
cristã, da fraternidade universal, isto é, cultivar-lhes os bons sentimentos, aliados à noção de que são
responsáveis por seus atos... Respeitando a individualidade de cada filho, corrigir-lhes os caprichos e as
tendências nocivas, iluminando-lhes a estrada da vida através do esclarecimento lúcido e, principalmente,
através do exemplo edificante. Nessa educação verdadeira, saber manter o equilíbrio, sem exagero de disciplina
nem de tolerância.
E nenhum pai pode alegar a impossibilidade de fazê-lo por falta de tempo. É bastante conhecido o caso de
um homem que, por trabalhar longe, saía de madrugada de casa, retornado tarde da noite, só tendo possibilidade
de encontrar o filho acordado quando de sua folga semanal. Normalmente, essa ausência poderia causar um
baixo rendimento escolar no menino; entretanto, ao contrário, suas notas eram excelentes, o que levou a
psicóloga da escola a chamar esse pai e conversar com ele. Então, ele lhe relatou que combinara com o filho
que toda noite, ao chegar ao lar, beijava o filho adormecido e dava um nó na ponta do lençol: assim, quando a
criança despertava, sabia que o pai estivera junto a ele, acarinhando-o. Sem dúvida, esse é o no do afeto!
Em 1999, um benfeitor nos transmitiu a seguinte mensagem através da psicografia de um amigo:
“O bom combate é no lar, / pois a vida nos conduz / à luta do bem amar, / acendendo nossa luz.
Onde o passado de trevas / retorna em ninho de lutas, / pedindo à vida que levas / o fim de velhas disputas.
Pais e filhos, nesta hora, / vivem paz, dedicação, onde já foram, outrora, / personas de oposição.
Hoje a luta é benfazeja! / E socorremos amigos,/ amparando a quem fraqueja / em meio a novos perigos.
Bendito lar que nos une / na vida de redenção! / Não a cadeia que pune... / Um ninho no coração!”

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