seminário feito para a disciplina "PSICOLOGIA ESCOLAR CRÍTICA".
1. Introdução
2. O início da relação Saúde, Educação e Psicologia
3. A mudança da visão acerca da Saúde e sua interface com a educação e a Psicologia
4. O papel do Psicólogo diante desta nova relação Saúde-Educação
5. Saúde Pública
5.1 Saúde Pública e Saúde Mental
5.2 Saúde Pública em Belo Horizonte
5.3 Saúde Pública da criança e do Adolescente - o Psicólogo fora do contexto Escolar
6. “Saúde e Educação: muito prazer!”
6.1. Relato de um trabalho feito em Grajaú-SP em 1993
7. Link do Papel do Psicólogo na Saúde e Educação no século XXI
8. Conclusão
seminário feito para a disciplina "PSICOLOGIA ESCOLAR CRÍTICA".
1. Introdução
2. O início da relação Saúde, Educação e Psicologia
3. A mudança da visão acerca da Saúde e sua interface com a educação e a Psicologia
4. O papel do Psicólogo diante desta nova relação Saúde-Educação
5. Saúde Pública
5.1 Saúde Pública e Saúde Mental
5.2 Saúde Pública em Belo Horizonte
5.3 Saúde Pública da criança e do Adolescente - o Psicólogo fora do contexto Escolar
6. “Saúde e Educação: muito prazer!”
6.1. Relato de um trabalho feito em Grajaú-SP em 1993
7. Link do Papel do Psicólogo na Saúde e Educação no século XXI
8. Conclusão
seminário feito para a disciplina "PSICOLOGIA ESCOLAR CRÍTICA".
1. Introdução
2. O início da relação Saúde, Educação e Psicologia
3. A mudança da visão acerca da Saúde e sua interface com a educação e a Psicologia
4. O papel do Psicólogo diante desta nova relação Saúde-Educação
5. Saúde Pública
5.1 Saúde Pública e Saúde Mental
5.2 Saúde Pública em Belo Horizonte
5.3 Saúde Pública da criança e do Adolescente - o Psicólogo fora do contexto Escolar
6. “Saúde e Educação: muito prazer!”
6.1. Relato de um trabalho feito em Grajaú-SP em 1993
7. Link do Papel do Psicólogo na Saúde e Educação no século XXI
8. Conclusão
Departamento de Psicologia Seminrios Interdisciplinares I
Profa: Deborah Rosria Barbosa
ngelo Eucrio de Brito Gabriela Almeida Moreira Lamounier Gabriella Nazrio Cirilo Luiza Augusta Silva Nunes
O Papel do Psiclogo na Interface Sade - Educao
Belo Horizonte Abril/2014 SUMRIO
1. Introduo 2. O incio da relao Sade, Educao e Psicologia 3. A mudana da viso acerca da Sade e sua interface com a educao e a Psicologia 4. O papel do Psiclogo diante desta nova relao Sade-Educao 5. Sade Pblica 5.1 Sade Pblica e Sade Mental 5.2 Sade Pblica em Belo Horizonte 5.3 Sade Pblica da criana e do Adolescente - o Psiclogo fora do contexto Escolar 6. Sade e Educao: muito prazer! 6.1. Relato de um trabalho feito em Graja-SP em 1993 7. Link do Papel do Psiclogo na Sade e Educao no sculo XXI 8. Concluso
1. INTRODUO O sistema de Educao no Brasil sempre esteve alinhado aos ideiais sociais hegemnicos, sendo possvel constatar a constante busca pela padronizao e normatizao das crianas e adolescentes em idade escolar. Desta forma, o conceito de Sade, quando utilizado no contexto escolar, foi trabalhado de modo a produzir um senso comum que compartilha a ideia de sucesso e de normalidade em oposio hierrquica ao fracasso e a anormalidade H, contudo, com a evoluo dos pensamentos terico-cientficos, a alterao do que classificado como bem estar, de forma a adaptar o conceito de Sade a subjetividade de cada um. Tm-se incio, assim, a busca pelo respeito s diferenas individuais, compreendendo as diferentes formas de aprendizagem e desenvolvimento da criana, sendo esta auxiliada por um grupo de profissionais multidisciplinares, no qual cabe ressaltar o papel do psiclogo. O profissional de psicologia interessado em trabalhar na promoo da sade em relao ao desenvolvimento da educao infantil deve estar atento as diversas variveis ambientais que circundam a educao, como a famlia, a escola e o grupo de amigos, por exemplo. A psicologia deve sempre buscar a aproximao entre os contextos tidos como relevantes para o desenvolvimento infantil, trabalhando na mediao desta relao, por meio de estratgias de discusso e fornecimento de informaes acerca de temas como prticas de cuidado, higiene, sexualidade, noes de infncia, etc. Este artigo buscar ressaltar as diferenas entre o trabalho do profissional da psicologia que est presente no ambiente educativo daquele que possui como rea de trabalho as unidades de sade.
2. O INCIO DA RELAO SADE, EDUCAO E PSICOLOGIA Na virada do sculo XIX, observamos com Lima (1985) a chegada ao auge da burguesia e a evoluo do sistema escolar, que se fez necessria uma vez que o conhecimento racional passou a ser supervalorizado em detrimento de explicaes msticas e religiosas. Surge assim a ideia de criana no perodo escolar e, ento, est inaugurada a relao entre a educao e a sade e, de forma indireta, o trabalho do profissional de psicologia no contexto educacional at os dias de hoje. A instituio escolar vista como asseguradora dos valores sociais, de modo que a escola cumpre a funo de reproduo e conservao da sociedade. Paradoxalmente, essa instituio tambm carrega a possibilidade de transformao do contexto social. Assim, ao se estudar o Processo Educacional, imprescindvel que seja levada em considerao a anlise da ideologia da poca. De acordo com Lima (1985), a escola investe nas crianas, dentro deste contexto, com a viso de que elas esto sendo preparadas para ocupar um espao na produo (meio de trabalho), agindo sobre elas como instituio normatizadora a partir de uma ideologia dominante, no sentido de consolidar o senso comum, instalando uma justificativa para o funcionamento social fundado na meritocracia. Assim encontramos o conceito de Sade, e consequentemente, sua inter-relao com a educao vinculada a um carter de padronizao de aes e atitudes, a fim de classificar comportamentos como normais e anormais, ou entre aqueles que seriam aceitveis ou desviantes dentro de uma sociedade. Citando Canguilhem (1978 apud Lima, 1985, p. 29), Sade ser conceituada como o conjunto de segurana e seguros (...), segurana no presente e seguros para prevenir o futuro. Esses autores acreditam que estar em boa sade poder cair doente e se recuperar, sendo que o homem s se sente em boa sade quando se sente mais que o normal, mas tambm normativo, capaz de seguir novas normas de vida (CANGUILHEM, 1978 apud LIMA, 1985, p. 29). As primeiras formas de aproximao entre a Sade e a Escola, segundo Lima (1985), se relacionavam principalmente com a rea da Higiene Pblica. Sendo o significado desta: conjunto de medidas de interveno que se estabelecem sobre o meio, de modo a diminuir sua influncia patognica sobre os corpos. Assim, podemos compreender por Sade Escolar na poca:
Sade escolar a parte da medicina que estabelece os meios de promoo, proteo e recuperao da sade fsica, mental e social da criana e seu desenvolvimento normal durante o perodo de frequncia escola (...). Assim conceituada, os objetivos da sade escolar so em resumo: 1. Favorecer o desenvolvimento normal da criana escolar. 2. Estudar os fatores desfavorveis e os meios de combat-lo. 3. Manter a higidez fsica, mental e social do escolar. 4. Instruir e educar a criana nos cuidados de conservao e melhoria da sade 5. Traar normas especiais de educao para os alunos excepcionais, integrando-os na comunidade (MORAES, 1978, apud LIMA, 1985, p. 28-29).
As propostas da Sade Escolar acompanharam as evolues do conhecimento mdico, que incorporou contribuies da Psicologia, como uma melhor descrio da subnormalidade mental. Podemos observar que a Psicologia era entendida pelos rgos da Sade da poca (e sabemos que existem resqucios nesse modo de fazer cincia ainda hoje) como meio de validao dos diagnsticos psicolgicos capazes de estabelecer a diferena entre normais e anormais. No podemos esquecer que a Psicologia tambm convocada ao lugar da cincia mediadora da relao professor(a)-aluna(o). A literatura mdica incorporou o conceito de criana a partir da dcada de 1930, juntamente com uma viso inatista de que o no aprender ocorria em funo de poucas habilidades e aptides advindas de herana gentica (SOUZA, 2004). Desse modo a Sade Escolar continuava a se justificar essencialmente com a finalidade de fortalecer a moral, o aperfeioamento da raa e a formao de cidados produtivos nao. Conflitos de classe e contexto social eram muitas vezes negados, os problemas eram tratados no plano das individualidades; frente s dificuldades de aprendizado a responsabilidade era individual, ou acontecia por causa da negligncia da famlia. Assim, a Psicologia acabou contribuindo para a alimentao de um sistema de sade que estigmatizava crianas com dificuldade de aprendizagem (LIMA, 1985).
3. A MUDANA DE VISO ACERCA DA SADE E SUA INTERFACE COM A EDUCAO E A PSICOLOGIA As prticas crticas da Psicologia da Educao e de outras reas foram trazendo novos questionamentos e conhecimentos no que tange as diferenas individuais. Dessa forma surge uma nova concepo de processo educativo, que passa a ser entendido como mediador de uma srie de variveis as quais uma criana est exposta durante seu perodo de desenvolvimento e amadurecimento. Esta ideia retira do sujeito a culpa acerca de sua dificuldade, e busca descobrir e entender os fatores envolvidos para a criao e manuteno desta deficincia. Assim, o primeiro desafio da Psicologia neste campo o desenvolvimento de uma construo terica sobre a Sade, o que implica superar sua definio em termos de normalidade, equilbrio e ausncia de sintomas. Sade, ento,
[...] deve ser considerada como um processo permanente que expressa a qualidade do desenvolvimento do sistema, a qual estar referida tanto aos elementos biolgicos, como aos elementos subjetivos e sociais (REY, 1997, p. 4).
De acordo com Rey (1997), a Sade no pode se identificar com um estado de normalidade, pois, a nvel individual o que compreendido como saudvel um processo nico com manifestaes prprias. Assim, transferir a sade de uma definio organicista e contextualiz-la numa definio social, dever ser a nica via para o desenvolvimento de polticas congruentes com a preveno e promoo da sade, entendendo-se que esta est alm das instituies de sade, visto que um funcionamento social e, por isso, responsabilidade de todas as instituies e organizaes comprometidas com o desenvolvimento social.
Promover sade antes de tudo educar um modo de vida diferente, no qual as atividades desenvolvidas pelo sujeito estejam comprometidas com seu desenvolvimento e bem estar (REY, 1997). Isso posto, est determinado que o primeiro passo para os psiclogos interessados em trabalhar com promoo de sade e desenvolvimento na educao infantil a compreenso do desenvolvimento das crianas a partir de diversas variveis, relacionas criana e ao ambiente que a circunda.
4. O PAPEL DO PSICLOGO DIANTE DESTA NOVA RELAO SADE EDUCAO A Psicologia, ao culpabilizar o indivduo isolado por aquilo que acontece a ele, permite o uso de frases como: pessoas que fracassam no aproveitaram bem as oportunidades que lhe foram dadas. Assim, ela exonera o sistema social, econmico e poltico da responsabilidade pela produo da desigualdade social (MACHADO, 2004). Adriana Marcondes Machado (2004) estabelece que a relao da Sade com a Educao ainda marcada pela estigmatizao de alunos com dificuldades, a partir do encaminhamento desses aprendizes para os psiclogos. A autora percebe que a maioria destes encaminhamentos so feitos com ausncia de crtica. E, assim, coloca importantes questes aos profissionais de psicologia: o diagnstico da sade auxilia o fazer pedaggico? At que ponto o professor precisa da avaliao psicolgica para trabalhar com a criana? O que fazer quando o relatrio no coincide com o que se conhece da criana? Por que h tantos laudos parecidos?
Desconsideram-se as diferenas, reduzem os sujeitos encaminhados a funcionamentos padres, realizando trabalhos que enquadram o sujeito em uma estrutura na qual fica parecendo que o sujeito determinado apenas por questes intrnsecas e familiares. Ao se desconsiderar o processo de produo desses sintomas, revela-se uma concepo de sujeito e de mundo no qual o sujeito tratado como objeto. Uma geografia fixa de normais e anormais (MACHADO, 2004, p. 1-3).
A funo do psiclogo passa a ser ento, a fim de desconstruir a ideologia antes citada, a de criao de dispositivos que movimentem aquilo que se apresenta cristalizado no interior da escola. Esses dispositivos tm relao com as prticas, s aes e as crenas estabelecidas no cotidiano escolar (MACHADO, 2004). Uma possibilidade de ao do psiclogo com a finalidade de obter tais mudanas est explicitada no artigo de Macarini, Martins e Viena (2009): busca pela aproximao entre contextos relevantes para o desenvolvimento infantil, tais como a famlia e a instituio de educao infantil. A situao relata demonstra a importncia do profissional de psicologia na mediao das relaes por meio de estratgias e dinmicas de grupo. Com o artigo citado (MACARINI, MARTINS & VIENA, 2009) aprendemos que o psiclogo pode contribuir tambm para a formao daqueles que atuam na instituio, auxiliando-os em sua tarefa cotidiana, por meio de palestras em reunies pedaggicas, grupos de professores. Outros locais de ao do profissional psi so o auxilio construo da proposta pedaggica da escola, apresentar cursos de capacitao que abranjam temas como a sexualidade na educao infantil, processo de socializao na incluso, relaes adulto-criana; e at mesmo em conversas informais no dia a dia. Outra possibilidade de atuao levantada por Machado e Sayo (2009) que trazem a perspectiva da execuo de um trabalho pr relao Sade-Educao, a partir da instalao de um programa de planto institucional constitudo por profissionais de uma mesma organizao, com atendimentos mensais de duas horas, por um perodo em torno de dois anos. Este um espao no qual h potncia de troca, reflexo e criao de saberes a respeito do contexto e situaes que circundam o ambiente educacional; com a capacidade de promover a sade de maneira coerente com o local e os elementos viveis em que acontece o processo educativo.
5. SADE PUBLICA 5.1 SADE PUBLICA E SADE MENTAL A Sade Pblica uma questo de grande importncia na vida de qualquer cidado, independente de sexo e faixa etria. Foi a partir da Reforma Sanitria e da Constituio Federal de 1988 que a Sade Pblica passou a ser definida como dever e direito do Estado. Com a Linha-Guia Ateno em Sade Mental (SOUZA, 2006), foram estabelecidos os conceitos de descentralizao, municipalizao, territrio, vnculo, responsabilizao de cuidados, controle social da sade, entre outros. Estas aes podem ser concretizadas com a criao e consolidao do Sistema nico de Sade (SUS), que caracterizado por ser:
um dos maiores sistemas pblicos de sade do mundo. Ele abrange desde o simples atendimento ambulatorial at o transplante de rgos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a populao do pas. Amparado por um conceito ampliado de sade, o SUS foi criado, em 1988 pela Constituio Federal Brasileira, para ser o sistema de sade dos mais de 180 milhes de brasileiros (BRASIL, 2014, on line).
Alm da Reforma Sanitria, realizava-se tambm, a Reforma Psiquitrica, que acontecia tanto no Brasil quanto no mundo, com o objetivo de fechar progressivamente os hospitais psiquitricos, tambm conhecidos como manicmios. De acordo com a Linha-Guia (SOUZA, 2006), no incio do sculo XX, os manicmios tinham como alvo o tratamento moral, no qual visavam repreender aqueles que haviam perdido a distino entre o bem e o mal. Porm, apesar de afirmar que o louco no culpado de sua doena, ele era tratado para se responsabilizar, tornar-se capaz de sentir culpa por sua doena. O que faz com que h quem diga que o tratamento foi substitudo por punio. Com isso, o manicmio virou lugar de isolamento, abandono, maus tratos e pssimas condies de alimentao e hospedagem. Apesar disso possibilitou a criao da psiquiatria moderna, a partir da descrio e agrupamento dos diversos tipos de sintomas e categorizao de diferentes tipos de transtornos psiquitricos. Segundo a Linha-Guia Ateno em Sade Mental, a reforma psiquitrica tem a seguinte proposta: Instituir um tratamento digno aos pacientes, com o objetivo de ressocializao do indivduo; e reduzir o papel do hospital psiquitrico, a partir da criao de alternativas de tratamento na comunidade que possibilite reduzir o nmero e o tempo das internaes;
Contudo, apesar da busca por uma nova compreenso acerca dos tratamentos psiquitricos no Brasil, de acordo com a Linha-Guia (SOUZA, 2006), h ainda funcionando hospitais psiquitricos que trabalham no controle dos sintomas, impondo a adaptao dos usurios aos padres de normalidade vigentes. Retomando, assim, a grande questo da reforma psiquitrica: qual o papel da insero do hospital psiquitrico no tratamento do paciente? Pergunta esta que ainda no se chegou a uma concluso. A Sade Mental, atualmente, em funo destas buscas de reforma, faz parte do que chamamos de Sade Pblica. Possibilitando, por isso, diversas formas de tratamento aos pacientes portadores de sofrimento mental como, de acordo com a Linha-Guia (SOUZA, 2006): Ambulatrios e Hospital-dia, que esto veiculados ao hospital; e a rede substitutiva, que visa no necessitar dos hospitais. So elas: as Unidades Bsicas de Sade, o CAPS (Centro de Ateno Psicossocial); os Centros de Convivncias, etc.
5.2 SADE PBLICA EM BELO HORIZONTE Em Belo Horizonte a rede substitutiva da Sade Mental bem estruturada e tem obtido resultados positivos, apesar das dificuldades. Alguns exemplos da rede substitutiva de Belo Horizonte so, segundo a Poltica de Sade Mental de Belo Horizonte: o cotidiano de uma utopia (NILO et al, 2008) e Linha-Guia de Ateno em Sade Mental (SOUZA, 2006): Equipes de Sade da Famlia: est acoplada dentro do centro de sade de cada distrito e responsvel pelo acolhimento e tratamento dos casos no priorizados ou estabilizados. Dentro das Equipes de Sade da Famlia, possui uma equipe de Sade Mental multidisciplinar, composta tambm por psiclogos. CERSAM/CERSAMI Em Belo Horizonte, o CAPS reconhecido como CERSAM (Centro de Referencia em Sade Mental). O CERSAM recebe os pacientes mais graves, em que o atendimento em um Centro de Sade no foi possvel, porm, isso no impede que o paciente chegue com a demanda direto para o CERSAM. O objetivo do CERSAM o acompanhamento prximo e intensivo do paciente em crise, sendo em regime de permanncia-dia e quando necessrio, permanncia-noite. H tambm uma equipe multidisciplinar, tambm composta por psiclogos. Em Belo Horizonte, existe CERSAM AD (alcool e drogras) e o CERSAMI (Centro de Referencia de Sade Mental da Infncia), localizado na regio nordeste de Belo Horizonte, e de carter exclusivo da criana e do adolescente. Equipes Complementares de Ateno Criana e ao Adolescente: formada pelo psiquiatra infantil, fonoaudilogo e terapeuta ocupacional. Projeto Arte da Sade: que objetiva o fortalecimento e resgate da capacidade expressiva de crianas e adolescentes, utilizando a arte como instrumento de formao e transformao. Publico alvo so crianas/adolescentes de 6 a 18 anos. Centros de Convivncia: como o prprio nome j diz, esse espao objetiva a convivncia entre os prprios usurios e convivncia com a cidade, atravs de oficinas e atividades em grupo. SUP (Servio de Urgncia Psiquitrica): reponsvel pelo atendimento emergencial noturno em transtornos de sade mental.
5.3 SADE PBLICA DA CRIANA E DO ADOLESCENTE O PSICOLOGO FORA DO CONTEXTO ESCOLAR A poltica de Sade Mental da criana e do adolescente tem como base os direitos garantidos pelo Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), que os tem como sujeitos de direitos e responsabilidades e considerando-os, do ponto de vista clnico, como sujeitos singulares, que devem ser abordados a partir desta condio (MINAS GERAIS, 2008). Para garantir a total implementao desta poltica, necessria a participao de todos os envolvidos na vida da criana/adolescente, ou seja, profissionais das reas da sade, assistncia social, direito, escolas, cultura, usurios e familiares. H certos casos em que a queixa da criana e do adolescente extrapola os muros escolares, chegando uma demanda clnica, psicolgica e psiquitrica. E, como vimos anteriormente, em Belo Horizonte, esta criana escutada pela rede substitutiva, que tem uma boa estruturao. Porm, entende-se como o principal pilar para um bom tratamento da criana, o acolhimento. O acolhimento feito por profissionais de equipe multidisciplinar, inclusive por psiclogos. Neste primeiro contato, a demanda acolhida, feito uma anamnese com a criana/adolescente, sendo calculado se aquele pedido necessita de atendimento imediato ou se pode ser agendado. Portanto, trabalha-se com agenda aberta, priorizando os casos mais graves e que precisam de rpido interveno. De acordo com a Linha-Guia (SOUZA, 2006), essa anamnese deve conter o maior nmero de dados que auxiliem no diagnstico do problema. Deve-se identificar tambm aspectos relacionados socializao da criana e do adolescente, bem como fatores que propiciam sua exposio a riscos, e sua vulnerabilidade social. necessrio observar: constituio familiar e histria de vida em aspectos como: gestao, nascimento e amamentao; elementos que possam ter ocasionado atraso de desenvolvimento; dificuldades familiares; desempenho escolar; sono; alimentao; controle dos esfncteres; alteraes de humor e de comportamento e histria familiar de doenas e de outros agravos. Ainda de acordo com a Linha-Guia (SOUZA, 2006), se confirmado a presena de alguns dos sintomas descritos acima, deve-se investigar: incio e durao; frequncia; intensidade; circunstncias em que ocorrem; manejo familiar do problema; fatores que amenizam e exacerbam os sintomas; tratamentos anteriores; intercorrncias orgnicas; doenas crnicas. Os casos considerados graves so: Neuroses graves; Psicoses; Autismo; Tentativas de autoextermnio; Envolvimento em situaes graves: violncia domstica, abuso sexual, abandono, maus-tratos, e outras situaes que estejam causando danos sanidade mental da criana; Qualquer condio psquica que impossibilita o estabelecimento de lao social. Essas crianas/adolescentes podem ser encaminhadas ao tratamento em Sade Mental por escolas, Juizados da Infncia e Adolescncia, Conselhos Tutelares, clnica mdica, entre outros (NILO et al, 2008). Porm, de acordo com a Linha-Guia (SOUZA, 2006), um detalhe extremamente importante para quem est acolhendo esta criana : crianas e adolescentes com problemas na escola, como dificuldades de aprendizagem, de comportamento ou ateno, no devem ser encaminhadas de forma automtica para o tratamento em Sade Mental. Esse s deve ser feito quando o problema for realmente de distrbio psquico. Como descrito, a rea de Sade Mental do centro de Sade acompanha os casos menos graves ou estabilizados, sendo o CERSAMI o centro de referncia para os casos mais graves. Dependendo da demanda, atua-se em conjunto com as equipes complementares e mdicas. Porm, no s porque no foi identificada um distrbio psquico, que a criana/adolescente fica desemparada. De acordo com Poltica de Sade Mental de Belo Horizonte: o cotidiano de uma utopia (NILO et al 2008), casos encaminhados pelas escolas com dificuldade de comportamento e aprendizagem so indicados para o Projeto da Sade, que visa o fortalecimento e resgaste da capacidade expressiva, permitindo um processo de construo da cidadania, a partir do exerccio de talentos e aptides. O projeto conta com atividades capazes de situar esse pblico no convvio familiar, comunitrio e escolar, enquanto atores criativos, produtivos e comprometidos com a busca da melhoria de sua sociabilidade e condies de cidadania. Portanto, h uma poltica de Sade Pblica estruturada e integrada, principalmente na rea de Sade Mental. Porm, isso no significa que ela funcione plenamente, pois vivemos em um pas de extrema desigualdade social, no qual a Sade Pblica um dos pilares que mais sofre. Nem sempre possvel encontrar o profissional adquado para cada caso, nesses espaos. O que possvel fazer uma reflexo crtica dos elementos presentes e principalmente uma boa capacitao dos profissionais envolvidos. Em todas as instncias citadas, a atuao de um psiclogo bem orientado fundamental pra o bom tratamento no s da criana/adolescente, como tambm de qualquer cidado.
6. SADE E EDUCAO: MUITO PRAZER! O ttulo dessa seo faz referncia ao livro Sade e Educao: muito prazer! Novos Rumos no Atendimento Queixa Escolar (MORAIS e SOUZA, 2001) publicado pela Casa do Psiclogo e organizado pelas pesquisadoras Maria de Lima Salum e Morais e Beatriz de Paula Souza. A obra traz relatos de trabalhos em Sade Mental voltada Educao que aconteceram entre 1993 e 1996 numa regio de concentrao de classes populares e excludos sociais da cidade de So Paulo. De acordo com as organizadoras, foi a partir da busca de uma atuao crtica e conseqente, que superasse prticas histricas equivocadas e mistificadoras, que se desenvolveram os trabalhos relatados e discutidos neste livro. Como ponto de partida terico foi apresentado o conceito de fracasso escolar, cunhado por Patto (1990 apud MORAIS & SOUZA, 2001), que nos aponta para a produo dos maus resultados escolares a partir, principalmente, dos preconceitos que atravessam as relaes professor(a)-aluna(o). Ainda de acordo com essa viso crtica do fenmeno, a produo desse fracasso est localizada nas prticas escolares cotidianas. Dessa forma, a situao socialmente desvalorizada do corpo docente, acrescida das ms condies da maioria das escolas pblicas desse pas e somada com o frequente distanciamento da famlia do processo de aprendizagem so fatores que devem ser tomados em relao uns com os outros e todos sendo em conjunto constitutivos do fenmeno do fracasso escolar. A dificuldade da aprendizagem do contedo escolar no deve ser, a priori, psicologizada e individualizada na pessoa que est em processo de escolarizao, pelo contrrio, esse fenmeno deve ser entendido como resultado de todo um sistema de atuaes e prticas histricas de excluso e preconceito para com determinada parcela da populao. A partir desse panorama conceitual conseguimos perceber que a Escola, ao localizar a questo do fracasso na(o) aluna(o) ou na famlia, cria muitas dificuldades que acabam por ser encaminhadas ao Servio de Sade, direcionando a questo para o mbito clnico. As(os) profissionais da Sade, por sua vez, acatam esses encaminhamentos e respondem a eles com diagnsticos e tratamentos que no levam em considerao o contexto escolar/familiar - e muito menos tentam intervir nesses espaos. Dessa forma, notamos que o ato de patologizar refora o sistema social excludente. Porm, para no generalizarmos as abordagens em sade, destacaremos as diferenas entre elas: Sade do escolar x Sade Escolar. A primeira viso traz consigo paradigmas Assistencialistas, ou seja, busca agir de forma a fornecer respostas rpidas e pontuais s queixas, de forma a no intervir nas condies de vida da pessoa enferma. Exemplo disso so as aes de combate s epidemias de piolho, sarampo ou diarreia nas escolas. J a outra abordagem, a Sade Escolar, segue diretrizes da Descoberta e Conquista da Sade. Isso significa que as aes em relao aos quadros que trazem prejuzos sade de algum partem do respeito aos significados, valores e cultura dos educando e de sua famlia. Na rea da Sade temos tambm outros trs conceitos fundamentais relacionados aos modos de se lidar com a questo das patologias: a proteo, promoo e preveno de quadros. Como os prprios nomes j dizem, a proteo diz respeito manuteno de um quadro saudvel, adotando estratgias que busquem assegurar a continuidade da sade. A promoo se refere a busca de melhorar o nvel de sade em determinado contexto, e a preveno traz a ideia de evitar alguma doena ou o agravamento de algum quadro. Assim, percebemos que a mudana no olhar do corpo docente uma ao a nvel de Sade pois protege, promove e previne que alunas(os) sejam enviados s UBSs ou taxadas(os) como doentes por causa de seu (mau)desempenho escolar. Isto , fazer com que essas pessoas do corpo administrativo das instituies escolares compreendam a importncia da viso crtica sobre o contexto no qual a criana-problema est inserida, no patologizando e individualizando suas aes e dificuldades, deve ser um dos objetivos dos tcnicos de Sade que tm como finalidade abandonar a viso tradicional do conhecimento bio-mdico e tratar a questo da queixa escolar como algo contextual e histrico. Portanto, qual (ou onde) seria a diviso de competncias entre Sade e Educao para tratar das questes do bem-estar dos indivduos? O livro de Morais e Souza (2001) que utilizamos como referncia traz um pouco da histria das tentativas de comunicao entre o sistema de sade com a educao na regio metropolitana da cidade de So Paulo. Entre o final da dcada de 1960 e 1980, existiu um rgo responsvel por gerir essa questo, o DSE: Departamento de Sade Escolar. Porm, aps sua extino, em 1989, a questo da parceria entre os profissionais de sade e a escola deixaram de ser bem delineadas e resolvidas, o que culminou num grande problema de falta de comunicao entre essas reas e a patologizao do fracasso escolar, corroborada tanto pelo saber mdico quanto pelas queixas individualizantes advindas do corpo docente-administrativo das escolas. Assim, os problemas de disciplina, comportamento e aprendizagem eram encaminhados para as(os) psiclogas(os) das UBS, como se essas questes devessem ser resolvidas apenas pelos servios de sade. A seguir traremos um exemplo de trabalho realizado de forma integrada entre equipes de Unidades Basicas de Sade e equipamentos educacionais.
6.1 RELATO DE UM TRABALHO FEITO EM GRAJA-SP EM 1993 O estudo de casos de extrema importncia para profissionais que desejam aperfeioar suas prticas. Este, em especial, ser til para tcnicos da sade que recebem alto volume de crianas e adolescentes de escolas onde no se pode perceber com clareza os critrios de encaminhamento e os fenmenos que causaram os problemas de comportamento e aprendizagem (MORAIS & SOUZA, 2001). Graja uma regio perifrica extensa e, por ser distante dos centros urbanos, no atrai profissionais de nvel universitrio. Alm disso, uma rea com falta de recursos assistenciais e, talvez por causa disso, se caracteriza por ser uma regio em que a populao est unida para enfrentar as dificuldades. A principal preocupao dos profissionais de Sade do local era estabelecer a melhor estratgia para lidar com a alta demanda de crianas e adolescentes que procuram a UBS com queixa de problemas escolares. Nota-se que nenhuma Unidade de Sade daquela rea possua um quadro completo de tcnicos em Sade Mental, e portanto percebe-se a importncia e necessidade do estabelecimento de uma equipe multiprofissional. A partir da parceria entre Sade e Instituies Educacionais foi traada uma proposta que interveno que consistiu em modificar a forma de abordagem das professoras com relao aos problemas de aprendizagem. Para o incio dos trabalhos foi feita a detecco dos aspectos falhos na prtica cotidiana e a escuta de queixas e reclamaes do corpo docente-administrativo para que ento fossem buscadas solues. A partir da questo o que fazer diante de nossas reais condies? foi produzido um inventrio de interesses e prioridades que abarcavam questes trazidas pelas professoras, tais como: distrbios de aprendizagem, agressividade, sexualidade, drogas e papel da famlia. Dessa discusso, os tcnicos priorizaram os temas: professor enquanto pessoa e educador; resistncia a mudanas; problemas de ensinagem x de aprendizagem; e insero grupal da criana-problema. Todas as atividades sugeridas foram feitas de forma participativa, tendo os tcnicos observado que no incio do processo de interveno havia uma tendncia generalizada de depositar no aluno a culpa pelo fracasso, alm de haver uma descrena na possibilidade de parceria entre Educao e Sade pois, segundo as educadores, as diferenas entre as duas reas no possibilitaria uma interveno conjunta e que era responsabilidade da Sade lidar com as dificuldades de aprendizagem. Ao longo do trabalho foram feitas reunies mensais de sensibilizao das educadoras, com tcnicas de dinmica de grupo, exibies de filmes, leitura e discusso de textos pertinentes ao tema abordado e estudos de caso trazidos pelas professoras. Aps os processos interventivos, os tcnicos em sade observaram vrios resultados considerados positivos. Entre eles esto a mudana na forma dos professores de encarar os problemas de aprendizagem; maior disposio da Escola em acolher os problemas, diminuindo os encaminhamentos excessivos das crianas problema; alm da mudana da prtica pedaggica, j que as educadoras aplicavam em sala de aula as tcnicas grupais vivenciadas nas reunies. Link do papel do psiclogo na sade/educao no sec. XXI 7. LINK DO PAPEL DO PSICLOGO NA SADE E EDUCAO NO SCULO XXI Para iniciarmos esta anlise sobre a abordagem do psiclogo na sade / educao do sculo XXI, devemos inicialmente definir os conceitos de sade, de educao e da juno destas em nosso contexto atual. Segundo a psicloga Marisa Rocha: tomar a sade como um aspecto estritamente corpreo uma reduo perigosa de um conceito bem mais amplo, (ROCHA apud CERQUEIRA, 2008) ,conceito este que vai alm do dualismo corpo e mente. Pensar que a falta de sade como corpos defasados pela doena no demonstra o real sentido de sade quando a observamos em um campo maior, o campo coletivo, que o ambiente que observamos na escola. Devemos pensar em sade como o equilbrio entre a mente e o corpo em sintonia com o ambiente (escola) e os demais indivduos presentes. Ainda citando Marisa Rocha, Quando digo que quero trabalhar com sade na escola, digo que quero lidar com o processo de enfrentamento das adversidades no cotidiano da educao (ROCHA apud CERQUEIRA, 2008). O psiclogo no deve se restringir a acolher as demandas da escola no que diz respeito homogeneizao dos alunos, mas sim escutar, acolher e criar novas demandas que visem o respeito mtuo como facilitador do processo de aprendizagem. O papel do psiclogo ao tratar da sade na escola no deve, de forma alguma, passar por um agente disciplinador visando homogeneizar o aluno. Cada aluno deve ser visto como nico e portador de um universo prprio que ir se integrar com os demais possibilitando assim o nascimento do novo, do diferente porm integrado, contribuindo para a diversidade no processo de aprendizagem. O projeto de sade na escola, segundo Maria Jacintha (apud CERQUEIRA, 2008) deve funcionar de maneira interdisciplinar, envolvendo psiclogos, mdicos, professores e outros profissionais presentes na escola. O tratamento de uma criana deve envolver ainda um contato estreito com a famlia e nos casos que se fazem necessrios, um acompanhamento medicamentoso junto ao psiquiatra. Devemos entender a escola como um espao coletivo e individual ao mesmo tempo, viabilizando assim o melhor entendimento da realidade vivida e as possveis aes para promover a harmonia neste ambiente de que deve ser necessariamente de incluso. A violncia tambm se mostra crescente no ambiente escolar e segundo Eliana Bhering e Lsia Mchels : Estamos assistindo a isso diariamente: as crianas esto tendo fcil acesso a instrumentos de ataque, e como se isso no bastasse, s armas de fogo. Dizem os prprios portadores, que estas so utilizadas como instrumentos de proteo e defesa. Ora, o que est nos faltando? Ou melhor, o que est levando nossas crianas a concluir que agora precisam deste tipo de ao para se protegerem fsica, social, moral e psicologicamente? E ainda, proteg-los assim nas escolas?. (BHERING, MICHELS, 1999) No uma tarefa fcil, porm se mostra essencial analisar individualmente a realidade destas crianas fora do contexto escolar para conseguir compreender o que as leva a classificar o ambiente (tanto externo quanto interno a escola) um ambiente hostil, que se faz necessrio se defender, incluindo com armas de fogo. No que diz respeito a metodologia e didtica de ensino, devemos observar a discrepncia entre o papel atribudo ao professor e seu real papel dentro da instituio. Segundo Oliveira (): O papel do professor deslocado. Seu desafio principal no dar aulas ou cumprir o programa - fazer o aluno dar certo. O material de ensino cuida do programa. O professor cuida para que o aluno aprenda o material de ensino e tenha prazer em ler e estudar. O professor aprende a trabalhar com indivduos, pequenos grupos e a turma inteira, prestando ateno no crescimento de cada aluno" (OLIVEIRA apud BHERING, MICHELS, 1999,p. 71-72). Para enfrentar a complicada situao multi-problemtica da realidade do professor no Brasil (sociedade violenta, baixos salrios, plano de estudos defasados, falta de autoridade e autonomia, etc.) temos que nos atentar na criao de um ambiente que propicie chances justas e igualitrias de desenvolvimento para que a criana venha a se tornar um cidado consciente, participante do processo e produtivo. Del Prette (apud BHERING, MICHELS,1999) aponta como emergencial o ingresso do psiclogo no ambiente escolar em detrimento de nossa LDB que no contempla o trabalho deste profissional no ambiente escolar. Tambm se faz necessria a presena dos professores em cursos de reciclagem, j existentes no Brasil, promovidos pelas secretarias de educao. Devemos pensar a educao de nosso pas como um projeto que contemple a presena ativa do aluno, de seus pas e dos educadores. Todos visando o mesmo propsito, o aprendizado, no s do contedo previsto pelo cronograma mas sim o aprendizado da cidadania, do respeito, da liberdade como base para a formao de um cidado consciente de seus deveres e direitos.
8. CONCLUSO EDUCAR: OBJETIVO COMUM DA SADE E DA EDUCAO Como primeiras concluses para esse trabalho, a partir da discusso do caso em Graja, percebemos que a maior dificuldade para a introduo das transformaes na Escola se deve por causa da pouca disposio a mudanas por parte do corpo discente- administrativo das Escolas. Esse bloqueio transformativo tambm pode ser explicado por uma viso esttica do processo ensino/aprendizagem, que ignora as diferenas ou as trata como deficincias. Processo esse responsvel pela produo do fracasso escolar. Outro aspecto que importante de ser levado em conta a rotina (in)tensa a qual est submetida a categoria das(os) professoras(es), que acaba por sobrecarregar o profissional e o desestimula a criar novas tcnicas para o trabalho, acabando por focar em uma transmisso pragmtica e tradicional dos contedos. Para um trabalho interventivo do tcnico de sade com os educadores, a melhor tcnica a ser adotada a dinmica de grupos, pois esta fornece uma gama de instrumentos que podero depois ser reaproveitados em sala de aula. A Sade Escolar deve atender a integralidade da criana. No deve patologizar a queixa escolar e sim entender seu contexto mais amplo de produo. O papel da rea da Sade promover a reflexo crtica, com suporte tcnico-cientfico para fazer ver que a Sade se relaciona com vivncias de lazer, justia, alegria, boas condies de habitao e alimentao, entre outras. Por fim, retomamos referncia da Linha-Guia de Ateno em Sade Mental (SOUZA, 2006), que apresenta, com todas as letras, a orientao para o profissional da sade-psi que ir acolher uma criana. A cartilha orienta que, nesses casos, as crianas e adolescentes com problemas na escola, como dificuldades de aprendizagem, comportamento ou ateno, no devem ser encaminhadas de forma automtica para o tratamento em Sade Mental. Isso s deve ser feito quando o problema for realmente de distrbio psquico. Assim, o trabalho do tcnico em Sade receber essa queixa com crtica, e instruir o corpo docente-administrativo da escola em questo sobre a questo das inmeras outras interferncias ao processo de aprendizagem que no a individualizao do fenmeno.
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