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- Conceito de testes:
Teste é uma palavra de origem inglesa que significa “ prova”; deriva do latim testis
e é usada internacionalmente para denominar uma modalidade de medição bastante
conhecida hoje em dia em diversos campos científicos e técnicos. “ Uma medição só é
chamada de teste se for usada, primordialmente, para se descobrir algo sobre o indivíduo,
em vez de responder a uma questão geral.( Tyler, 1973).
- Classificação de testes:
Não existe um modo inteiramente satisfatório de classificar os testes que seja adotado
por unanimidade pelos diversos autores. Diferentes critérios podem ser adotados. O que
será feito a seguir é definir cada uma dessas características , integrando-as em uma única
classificação.
- Segundo a Finalidade:
Para que um teste psicológico cumpra com os seus objetivos como instrumento de
medida cientificamente válido, é necessário que o usem de forma adequada. É
imprescindível o controle em relação à sua utilização, limitando-lhe a venda e o uso a
pessoas habilitadas para tal, e também evitando a divulgação de seu conteúdo.
A necessidade de se permitir a administração dos testes somente a pessoas preparadas
é importantíssima pois, evidentemente, um mínimo de preparo é necessário, variando a
qualidade do treinamento de acordo com a complexidade do instrumento. Os testes de
personalidade exigem maior esforço e compreensão por parte do aplicador, por exemplo.
A escolha do teste:
A aplicação do teste:
Wartegg
O teste foi idealizado por Ehrig Wartegg, em 1930, na Alemanha e apresentado pelo seu
autor ao XV Congresso de Psicologia de Jena (cidade da Alemanha Oriental) em 1937.
Nessa ocasião expôs as linhas gerais de seu teste inspirado em um trabalho de Sander. Este
último tinha apresentado no IX Congresso de Jena em 1928 uma prova que consistia em
integrar um desenho; eram uns sinais sem coerência aparente, para que os sujeitos
submetidos à prova tratassem de coordená-los entre si, dando-lhes um sentido determinado.
Esta única prova apresentada por Sander, foi modificada por Ehrig Wartegg, que a
transformou em uma série, com o objetivo de conseguir maiores e melhores resultados, e
captar melhor o estilo pessoal do examinando.
São oito campos onde o testando deverá realizar oito desenhos, na seqüência que desejar, o
tema que quiser, de acordo com seu próprio ritmo.
No WZT, a simbologia é algo primordial, bem como a execução, seqüência, conteúdo, etc;
sendo necessário, desta forma, que o avaliador se prepare profundamente para estar apto a
uma avaliação coerente e fidedigna.
No Brasil temos alguns livros que são de leitura obrigatória, os quais indico a seguir, numa
ordem de importância que eu mesmo classifiquei:
· Kfouri, N.J. – Wartegg Da Teoria à Prática – Vetor Editora Psicopedagógica
· Wartegg, Ehrig – Teste de Wartegg, Diagnóstico de Camadas – Casa do Psicólogo
· Freitas, ªM.L. – Guia de Aplicação e Avaliação do Teste de Wartegg – Casa do Psicólogo
Teste de Zulliger
Seu autor, Hans Zulliger (suíço, 1895 – 1965), o criou em 1942, em função da necessidade
de selecionar um alto contingente de soldados para o exército suíço, em curto espaço de
tempo.
Sua aplicação pode ser individual ou coletiva, para toda e qualquer finalidade
(psicodiagnóstico, avaliação da personalidade, seleção de pessoal, avaliação de
desempenho, etc.).
A interpretação integrada das três pranchas propicia uma visão muito aprofundada da
personalidade humana, seja em sua estrutura ou em sua dinâmica, especialmente em relação
aos seus aspectos afetivo-emocionais, bem como em termos de intelectualidade,
pensamento, objetivos de vida, sociabilidade, relacionamento interpessoal, etc.
O Psicodiagnóstico Miocinético (PMK), foi criado pelo Prof. Emílio Mira y López em
Londres. Seu autor nasceu em Cuba (1896) e reuniu, no decorrer de sua vida uma
experiência profissional-científica invejável, como se conhece em poucas pessoas, e que
culminou no Brasil, em 1945, no ISOP; mas foi a partir de 1949 que o seu teste passou a ser
amplamente divulgado até ser reconhecida como uma das principais técnicas psicológicas
para a avaliação e compreensão da personalidade.
Ele nos dá uma visão bastante clara e diferenciada da personalidade humana, sua estrutura e
dinâmica, mostrado como a pessoa é em sua essência e como ela reage em contato com o
meio ambiente: Tônus vital (elação e depressão), Agressividade (hetero e auto), Reação
vivencial (extra e intratensão), Emotividade, Dimensão tensional (excitabilidade e
inibição), Predomínio tensional (impulsividade e rigidez/controle).
O teste originalmente se constitui de 8 folhas, mas no Brasil, é mais utilizada uma forma
resumida: folhas 1, 2, 5 e 6. Esta forma, apesar de ser bastante válida, vale lembrar que para
uma avaliação mais aprofundada é necessário que se utilize o teste em sua forma completa.
Existe uma tendência muito grande de se avaliar o PMK pelo que se chama de “olhômetro”,
isto é, com uma simples visualização dos traçados feitos, eliminando-se a mensuração e
tetronagem do mesmo... Este é um erro muito grave, pois como se sabe o PMK lida com
milímetros e não é possível a olho nu determina-los com tanta precisão; portanto, mensura
o teste é de fundamental importância para a fidedignidade de sua avaliação.
Vale lembrar também do Prof. Joel Gosling, que há décadas é um pesquisador e divulgador
de várias técnicas psicológicas, em especial do PMK; portanto, tudo que for possível
assimilar de seus conhecimentos é de valor inestimável. Conhecer o PMK sem ter contato
com as idéias do Professor é, no mínimo, não prezar por um enriquecimento pessoal. Eu fui
seu aluno no IPPA, na época em que trabalhava na CMTC (antiga casa do Professor
também) e posso afirmar que, todo Psicólogo ou estudante de Psicologia deveria ter um
contato com ele, pois sua riqueza de conhecimento é comparável a todo e qualquer grande
mestre da nossa área.
Teste Palográfico
O teste PLG foi idealizado e elaborado pelo Prof. Salvador Escala Milá, do Instituto
Psicotécnico de Barcelona, na Espanha.
No Brasil, os estudos a respeito da validação desta técnica foram realizados pelo Prof.
Agostinho Minicucci, quando era Diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Botucatu e Professor de Psicologia (1960), introduziu nessa escola, um Centro de Estudos
de Grafoanálise (Análise da Escrita) e Teste Gráficos, onde efetuou estudos a respeito da
validação desta técnica. Seu uso foi mais largamente difundido a partir dos anos 70.
É uma técnica projetiva de movimento expressivo e, como tal, apresenta semelhanças como
o P.M.K, do professor Mira Y Lopes Graphe, O Tapping Test, o Teste Grafoescritural de
Honroth Zarza e outros.
O teste palográfico (PLG), pode ser entendido como a avaliação da personalidade com base
na expressão gráfica. A folha de papel, representa o mundo no qual o indivíduo se coloca
afetivamente e a maneira pela qual ele se relaciona com o meio externo, através dos
traçados.
Ao escrever, projetamos sobre o papel formas simbólicas, vivas em nós, que expressam
nossa vida interior, ou seja, modificamos as formas tradicionais ou caligráficas, de acordo
com as idéias conscientes e as imagens inconscientes que determinam a nossa
personalidade.
Leitura obrigatória para se conhecer bem este teste, são os livros do Augustinho Minicucci,
todos encontrados na Vetor, que também fornece gratuitamente um software para
Psicólogos, que permite uma “pré-avaliação” do teste.
HTP
Partiu do princípio de que estes temas são bastante familiares a todas as pessoas, mesmo na
mais tenra idade, o que facilita a idealização dos desenhos, facilitando a projeção de suas
experiências internas.
Segundo Hammer (1981), “o HTP investiga o fluxo da personalidade à medida que ela
invade a área da criatividade artística”... e , mesmo que haja uma infinidade de
possibilidades nos tipos de figuras desenhadas, é possível se fazer uma avaliação
quantitativa e qualitativa, utilizando-se das simbologias, que torna a técnica fidedigna.
Pode ser aplicado somente com lápis preto (no. 2) ou ainda incluir os coloridos (vermelho,
verde, amarelo, azul, marrom, preto, violeta e laranja). Também pode-se usar um inquérito,
previamente elaborado que enriquece muito a interpretação.
A partir de sua criação surgiram algumas “variações”, como por exemplo, além de desenhar
a casa, árvore e pessoa, pode-se pedir também que desenhe uma figura do sexo oposto a
anteriormente feita, bem como o desenho da família.
Numa situação de avaliação para Recursos Humanos, os três desenhos originais são
suficientes para um parecer completo a respeito do testando, mas numa situação clínica,
para um maior aprofundamento, pode-se incluir os outros desenhos.