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Universidade Católica de Brasília

Curso de Física
Disciplina: Estagio Supervisionado II
Professora: Dra.Maria Inês Ribas

Pesquisa de Campo
Porque os professores não usam experimentos
durante as aulas? Será que eles realmente
colaboram para o aprendizado?

Aluna: Rayanne Oliveira Mat: UC04051353

Brasília, 21 de Novembro de 2007.


Objetivo da Pesquisa

Esta pesquisa tem como objetivo analisar o porquê da dificuldade dos


alunos no aprendizado da Física procurando averiguar, se a utilização de
experimentos poderia facilitar ou não durante as aulas, na melhor compreensão
dos alunos mediante a disciplina.
Analisar o verdadeiro porque dos professores não usarem estes
experimentos durante suas aulas se é por mero desinteresse ou se de fato eles
não disporem de recursos necessários para a execução de um melhor trabalho.
Contudo o que se pretende é encontrar as raízes dessa grande
dificuldade e do trauma que os alunos em relação à disciplina da Física,
buscando possíveis soluções para o problema procurando colaborar para uma
melhoria na qualidade no Ensino da Física para que os alunos possam
entender e adequar à matéria no seu dia-a-dia já que ela se aplica em diversas
situações de nosso cotidiano.

Introdução Teórica

Um dos maiores problemas encontrados no Ensino das Ciências Exatas é


a dificuldade e rejeição dos alunos por essas matérias, e esse cenário não é
diferente no Ensino da Física, por isso esse problema tem sido abordado em
varias pesquisas, onde os motivos são analisados na esperança de encontrar
uma solução ou ao menos amenização do problema. O que se observa no
resultado das pesquisas é que o Ensino carece de uma melhora num âmbito
geral que vai desde uma renovação na formação do professor até os
equipamentos usados em sala de aula.
Sempre que se fala na dificuldade que os alunos têm no aprendizado da Física,
duas questões são levantadas e são essas questões que serão analisadas
neste estudo: Por que os professores não usam experimentos durante as
aulas? Será que eles colaboram para o aprendizado dos alunos? Como
resposta dessas questões as pesquisas apontam resultados diferentes que
envolvem a formação continuada.
"A formação do professor deve acontecer de forma dinâmica,
onde o primeiro degrau é a formação continuada, que não oferece produtos acabados,
mas dá origem a um longo processo de desenvolvimento profissional, através da
formação permanente" (RODRIGUES e CARVALHO. 2002).
Durante as aulas a metodologia usada pelo professor precisa ser
reflexiva, pois existem turmas e alunos diferentes e cabe ao professor fazer
com que todos os alunos ou pelo menos a maioria deles compreenda o
conteúdo e aplique em seu cotidiano, pois nos dias de hoje as mudanças são
constantes (vários autores) "As constantes transformações em todos os
campos do conhecimento cobram a cada instante que o cidadão seja
consciente e capaz de assimilar e interagir de forma a tomar parte dessa rede
complexa rede de informações”. O professor no ensino da Física tem como
recurso a experimentação em laboratório, pois a eficácia desse processo é
comprovada, porém não se sabe ao certo o motivo dos professores não
usarem experimentos já que eles alavanca o aprendizado dos alunos e essa
questão têm sido levantados nos quatro cantos do mundo, como resposta para
esse problema, surge algumas hipóteses como falta de recursos, de espaço e
dinheiro, no entanto a prática aliada à teoria traz excelentes resultados e isso
fica perceptível quando a interação entre teoria e prática é feita e como se a
exploração teórica do conteúdo buscasse nas experimentações respostas a
seus modelos trazendo clareza para os alunos. Segundo uma pesquisa feita e
uma nova proposta e sugerida a utilização de computadores com programas de
experimentos de Física observe: por COLINVAU e, BARROS. 2000, “O laboratório
tem sido assim considerado uma espécie de ‘vareta mágica’ que faria milagres na
abordagem de Física, embora cada vez mais em competição com a introdução do
computador em sala de aula”.
Pois como uma parte das escolas atualmente dispõe de laboratórios de
informática essa nova proposta iria facilitar muito as aulas dos professores que
têm interesse na utilização de experimentos durante suas aulas.
A troca de experiências durante as pesquisas é um outro fator muito
importante, pois surgem idéias novas e muito boas por sinal a todo tempo e fica
claro que como qualquer outro trabalho a colaboratividade é incentivadora nas
buscas de novas técnicas de ensino que sejam eficazes, porque o professor
precisa estar preparado para propiciar novas experiências e acrescentar algo
novo aos alunos independente do tempo que lecionam.
“Como o instrumento utilizado
pelos professores-pesquisadores para
discutirem as inovações fora o dialogo
oral, acreditamos que este seja um
elemento gerador de reflexão crítica
dentro do grupo como um todo. Caso
fossemos analisar os níveis de reflexão
individuais, teríamos de utilizar outras
categorias, já que os professores do
grupo possuem níveis de conhecimento
e evolução profissional distintos.”
(COLINVAUX e BARROS. 2000).
Contudo o que se observa é que o trabalho colaborativo, ou em equipes é
sem dúvida um grande aliado do desenvolvimento do trabalho não só dentro,
mas também fora da sala de aula, o seu papel é tão importante que na grande
parte das pesquisas pedagógicas este é o tema abordado. Desde a década de
70 são feitas pesquisas que procuram solucionar dificuldades da prática
escolar , pois o que se percebe durante esse processo é que o professor é
formado num contexto tradicional distante da realidade escolar.
O problema do distanciamento
entre teoria e prática resulta do modelo
da racionalidade técnica predominante
no currículo da Licenciatura. Segundo
este modelo, resultados teóricos são
levados para a pratica pelo professor,
que nem mesmo tem a chance de
questionar ou refletir a respeito das
origens dos projetos.Como um mero
executor de projetos dos quais não
participou da elaboração em momento
algum, professor segue consumindo
pesquisas definidas fora do contexto da
escola.
(SHON, 1992).
Quando retomamos ao problema da ausência de pratica nas aulas o que
podemos deduzir e que independente das causas este problema vem acoplado
a vários outros, o fato do professor não fazer aulas praticas prejudica não
somente os alunos, mas o Ensino de forma geral o professor alcança objetivo
maior que é a colaboração do aprendizado do aluno e somos levados a outro
problema qual seria a formação ideal que o professor poderia propiciar?
“Na perspectiva da formação desejada, o conhecimento e as competências
promovidos somente adquirem sentido pleno quando transformados em ação.”
(PCN+.2002).
Enfim diante de tudo que foi observado nesse estudo chega-se a
conclusão de que esse problema é apenas um dos muitos encontrados no
ensino publico hoje em dia, a falta de interesse de todo o corpo escolar por um
ensino de qualidade tem tomado dimensões que fogem do nosso alcance e
trazendo conseqüências drásticas no ensino que vão desde seres sem
nenhuma qualificação incapazes de terem opinião diante de diversas situações
do mundo globalizado até professores desestimulados que não oferecem
nenhuma formação e sim o dinheiro reforçando a ideologia do capitalismo
selvagem. Deduz-se assim que o ensino urge de uma transformação não só no
Ensino da Física, mas no ensino de um modo geral e essa mudança começa
com uma graduação inovadora que seja capaz de preparar profissionais com
responsabilidade social que possam assumir o papel de educadores
competentes e comprometidos a dar uma verdadeira formação e daí às outras
mudanças necessárias ocorrerão por si só.
Metodologia da Pesquisa

Para a realização desse estudo foram usadas como fonte de pesquisa: o


Estagio supervisionado realizado no Centro de Ensino Médio de Taguatinga
Norte CEMTN nos meses de setembro e outubro no turno vespertino em duas
turmas de 1º ano.
Durante as observações notou-se a necessidade de aulas inovadoras que
pudessem propiciar uma melhor compreensão e possibilitar algum acréscimo
de conhecimento aos alunos, e nessas observações foram detectados os
seguintes problemas e eles consistem na falta de utilização de experimentos
durante as aulas de Física e pergunta-se: Porque os professores não usam
experimentos durante as aulas? Será que eles colaboram para o aprendizado
dos alunos? Para tentar corroborar essas hipóteses foram dadas aulas que
agregavam a parte teórica e a parte experimental com materiais simples e de
fácil acesso que não requeriam nenhum artefato especial, por exemplo:
bombons, caixa de sapato, rádio a pilha e etc. No que se referem às aulas
teóricas elas tiveram dinamicidade e boa aceitação dos alunos é importante
evidenciar que elas são de suma importância porque a prática sozinha não e
eficaz.
Buscando responder as questões acima foi aplicado um questionário
entre os alunos que receberam essas aulas e alguns professores de Física
dessas turmas no CEMTN e este questionário continha as seguintes perguntas:

Questionário do professor:

1. Você utiliza experimentos na sua aula?Se utiliza com que


freqüência?
2. Caso não utilize, qual o motivo?(Falta de espaço, recursos,
tempo..). etc?
3. A implantação de experimentos propicia alguma melhoria
no processo de aprendizagem?
Questionário dos Alunos

1. Você encontra dificuldade nas aulas de Física?Explique?


2. Você prefere aula de Física com ou sem experimento?
3. A implantação de experimentos propicia alguma melhoria
no processo de aprendizagem?

As respostas a essas perguntas foram às esperadas a maioria dos


professores não utiliza experimentos em sala de aula apenas um diz usar de
vez em quando, e de um modo geral eles colocam os mesmos empecilhos
como: a falta de recursos, de espaço, de tempo para a preparação dos
experimentos, grande números de alunos em sala de aula e outros, no entanto
estes pretextos não são verídicos, são apenas meras desculpas, pois existem
experimentos simples e de baixo custo que podem ser aplicados em todas as
situações citadas acima e no que se trata da terceira pergunta trataremos a
seguir juntamente com as respostas dos alunos. Esse descaso do professor
com os alunos ficou claro durante o estagio no CEMTN, onde o professor
regente fala aos estagiários no primeiro dia de aula no termino da mesma “No
final da aula fomos perguntar para o professor o que ele tinha achado da nossa
abordagem e método de aula, ele simplesmente disse: “Que tava boa, mas que
pena que agente tinha optado pela forma mais dolorosa que é o do
experimento”“. Quando ele falou isso sentir que ele estava incomodado pela
forma como os alunos estavam ansiosos para a próxima aula e a aceitação dos
alunos quanto à aula que tinha sido dada. (relatório em anexo).
No questionário dos alunos a maioria tem dificuldade no aprendizado da
Física, pois não conseguem associar o que aprendem ao cotidiano, alguns
poucos não encontram essa dificuldade por terem facilidade com a disciplina,
no entanto o papel da escola e incluir e não excluir, assim sendo ela tem que
propiciar conhecimento a todos. Quando se fala na preferência dos alunos por
aulas experimentais as respostas são as mesmas para todos eles querem ter
aulas mais interessantes, dinâmicas que sejam capazes de transmitir o
conhecimento de forma clara e fácil e o experimento possibilita isso.
Essa resposta dos alunos por preferência de aulas com atividades
experimentais ficou muito evidente durante as aulas do estagio realizado no
CEMTN, quando realizamos aulas mais dinâmicas e atrativas com atividades
experimentais com a utilização de materiais simples a aceitação dos alunos e
compreensão dos conteúdos repassados foi surpreendente. A aula foi muito
produtiva a interação dos alunos com nos os estagiários o empenho em
realizar a tarefa da melhor forma possível, o interesse em aprender o que
estava sendo passado, foi realmente gratificante saber que o nosso trabalho é
reconhecido e aceito pelas turmas, até mesmo na turma de sexta onde e vista
como uma turma desinteressada e bagunceira, em nenhum momento teve
problemas de comportamento ou falta de interesse com a atividade. (Relatório
da 3°aula).
Retomando a terceira pergunta que foi feita tanto para os professores
quanto para os alunos, as respostas na sua maioria foram positivas, o que se
observa realmente e que por parte dos professores o que há e um grande
desinteresse pela aula experimental e isso é uma irresponsabilidade, pois na
terceira pergunta fica claro que eles conhecem a importância da aula
experimental e sabem que isso iria facilitar e melhorar o processo de
aprendizagem dos alunos, já no que se refere alunos, eles também afirmam
que os experimentos facilitam a compreensão da matéria e tornam as aulas
mais interessantes, ou seja, a teoria aliada à prática quando feita de forma
coesa possibilita um melhor fluxo no ensino.
Conclusão

Após a observação, a coleta de dados e as aulas dadas, a conclusão


chegada e que o Ensino da Física esta sendo principalmente prejudicado pelos
professores que não buscam inovações que vêm de uma simples graduação
que não foi capaz de prepará-los para lidar com o ambiente escolar e que se
afugentam em desculpas esfarrapadas para explicar os fracassos de suas
aulas e embora eles tenham consciência de que algo está errado não buscam
se aprimorar numa formação continuada que poderia auxiliá-los e dar base
para que eles pudessem executar um melhor trabalho.
A falta de experimentação durante as aulas de Física e um grave
problema que sem nenhuma dúvida é prejudicial no processo de
aprendizagem, no entanto esse é apenas um dos problemas, pois se vivencia
nos últimos anos uma crise no sistema escolar que desencadeia problemas
que muita das vezes jamais poderá ser resolvidos. A educação tem sido um
processo retroativo onde os alunos vão à escola, mas não absorvem nenhum
conhecimento estão ali apenas por estar, a escola não é capaz de agregar
nada de novo aos mesmos, ela quantifica mais não qualifica a formação dos
alunos que muitas vezes se tornarão ensinadores como o que eles tiveram
anteriormente, dando origem a um ciclo vicioso infindável de mera ignorância e
isso leva a concluir que a transformação no Ensino precisa ocorrer a longo
prazo e forma gradativa para desfazer esses nos que vão ficando pelo caminho
e como apagar as pegadas do passado para a construção de um novo caminho
onde as nossas escolas serão capazes de formar seres aptos a vivenciar o
mundo globalizado e poderem participar ativamente dele de forma a colaborar
para o verdadeiro desenvolvimento do país.
Referência Bibliográfica

RODRIGUES, Maria Inês Ribas; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de;


Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo,VIII EPEF,2002.
Pesquisa-Ação: Desenvolvimento Profissional do Professor e a Melhoria
No Ensino de Física.

COLINVAUX, Dominique; BARROS, Susana de Sousa; Faculdade de


Educação, Universidade Federal Fluminense; Instituto de Física, Universidade
Federal do Rio de Janeiro. O Papel da Modelagem no Laboratório Didático
de Física: O que há para se aprender?

RODRIGUES, Maria Inês Ribas; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de;


Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.Professores
Pesquisadores:Reflexão e a Mudança Metodológica no Ensino de Física.

PCN+ - Ensino Médio, Orientações Educacionais Complementares aos


Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC-SEMTEC, 2002)

RODRIGUES, Maria Inês Ribas. FEUSP, 2006; Capítulo 2 Doutorado. As


especificidades da formação continuada no âmbito da melhoria no ensino
de Ciências. Aspectos do desenvolvimento profissional dos formadores
de formadores, no contexto de integração Universidade, DRE e escolas.
Anexos

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