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Uma experiência educacional inclusiva deve ser entendida como uma atuação
“situada”, que ganha sentido e é viável a partir de uma realidade concreta, dos
condicionantes estruturais que a tornam única. Não há boas experiências ideais. Elas são
dependentes invariavelmente do contexto onde se desenvolvem. O que se considera
como boa experiência na zona rural da Guatemala ou do Paraguai pode ser diferente na
avaliação das experiências na periferia da grande São Paulo ou em uma comunidade dos
bairros abastados de Santiago. Não se trata tanto de comparar ou imitar o que os outros
fazem. Trata-se de refletir sobre a situação atual de cada escola, elaborar perguntas para
identificar os passos a seguir para que nos aproximemos dos indicadores que se
desprendem da definição e que, na medida do possível, tentamos abarcar nos princípios
contemplados neste guia. Identificar as experiências educacionais inclusivas são
oportunidades de conhecer o processo de construção dos sistemas educacionais em
sistemas educacionais inclusivos.
De todas as maneiras, a singularidade da “boa experiência” não pode servir
como desculpa ou álibi para reafirmar que a nossa realidade é tão diversa que não vale a
pena tentar alguma mudança. Se nos propusermos avançar na reflexão sobre os passos
a serem seguidos na identificação das barreiras impostas pela escola, as quais impedem
ou limitam a participação e aprendizagem dos alunos, perceberemos que a distância não
é tão grande.
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Podemos concluir que constitui uma “boa experiência” toda atuação que se
oriente a partir do compromisso dos professores, dos alunos e das famílias, em promover
o acesso, a participação e a aprendizagem de todos os alunos.
1. Concepção de escola.
Neste módulo faz-se uma reflexão de como a escola entende a inclusão, as
necessidades educacionais do corpo discente e o valor da presença de
alunos com deficiência na escola. Explora-se também o nível de
compromisso com a identificação e a eliminação das barreiras na
participação e na aprendizagem.
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para os alunos com deficiência e o conceito de valorização das diferenças
que impulsiona as experiências.
USO DO GUIA.
O guia foi elaborado com a finalidade de ser uma ferramenta fácil e simples.
No item A serão analisados cada um dos quatro itens sob os quais está
estruturado: sala de aula, escola, comunidade escolar e gestão escolar. O formato da
resposta varia em função dos itens a serem respondidos. Assim podem ser encontradas:
• Respostas quantitativas: aquelas que deverão ser respondidas de forma
numérica, por exemplo, o número de alunos.
• Respostas qualitativas: aquelas nas quais serão apresentadas duas ou
três opções e uma delas deverá ser assinalada. Por exemplo, no item
formação de professores, deverá ser assinalada suficiente ou insuficiente,
em função da reflexão realizada.
No item dos comentários, poderão ser acrescentados outros fatores
considerados de interesse, acompanhando a reflexão ou a avaliação com os comentários
considerados oportunos.
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Com respeito ao item B, o formato apresentado é um questionário no qual
consta (como descrito no item anterior) uma série de enunciados com seus
correspondentes indicadores.
Antes de preenchê-lo, cada uma das descrições fornecidas deve ser lida
minuciosamente. A seguir, deve-se considerar com exatidão como cada princípio
descreve a experiência e as atuações desenvolvidas na sua escola, descrevendo
conjuntamente a experiência desenvolvida na escola.
As opções de resposta são:
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Item A:
Situação de partida.
Sala de Aula Quantidade
Número de alunos total matriculados na escola
Destes, quantos possuem alguma deficiência?
Número de professores
Número de professores atuando em classes comuns
Nº de professores atuando no AEE
Destes, quantos possuem alguma formação em Educação Especial?
Formação dos Professores
Quantos são somente graduados?
Quantos possuem especialização?
Quantos possuem mestrado?
Quantos possuem doutorado?
Quais recursos de acessibilidade são utilizados na experiência escolar?
Sugestões para a escola
Uma vez obtida informação realize uma análise das condições iniciais da sua escola refletindo
sobre:
• Interatividade existente entre os alunos da escola
• Relação professor‐aluno.
• Relação professor de AEE e alunos com deficiência.
A relação entre os recursos de acessibilidade existentes e não utilizados na escola e a necessidade de
se buscar novos recursos para garantir a acessibilidade de todos os alunos.
Comentários
Escola Avaliação
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Ótimo| Bom| Regular| Insuficiente| Inexistente
Dimensões da escola
Acessibilidade física.
Rampas, elevadores, plataformas de acesso
Portas e passagens alargadas
Espaços e circulação acessíveis
Banheiros e sanitários acessíveis
Sinalização sonora
Sinalização tátil
Sinalização visual
Acessibilidade à informação
Acessibilidade ao currículo
Estabilidade docente
Experiência de trabalho colaborativo
Experiência de trabalho de formação
Liderança da direção
Sugestões para a escola
As dimensões da escola serão avaliadas em função do número de alunos e profissionais. Também
poderão ser avaliadas a quantidade e a qualidade da infra‐estrutura da escola:
Comentários
Comunidade Escolar Avaliação
Ótimo| Bom| Regular| Insuficiente| Inexistente
Relação escola‐famílias
Relação escola‐comunidade
Sentido de comunidade escolar
Sugestões para a escola
A relação da família com a escola e a comunidade poderá ser avaliada em função de:
• Convocatória de reuniões com as famílias e sua participação;
• Participação da família em eventos escolares como, por exemplo, festas de fim de
curso;
• Envolvimento das famílias no progresso escolar de seus filhos e de suas filhas;
• Trabalho conjunto das famílias para a execução de iniciativas a favor da escola.
Comentários
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Administração Escolar Avaliação
Ótimo| Bom| Regular| Insuficiente| Inexistente
Políticas implementadas na escola que favorecem
a educação inclusiva
Ações para aquisição e adequação de recursos de
acessibilidade
Ações para organização e oferta de recursos de
acessibilidade
Sugestões para a escola
As medidas e os recursos de apoio à inclusão fomentados pela administração escolar podem ser
avaliados em função da:
• Dotação econômica fornecida;
• Dotação de pessoal fornecida;
• Dotação de material.
Comentários
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Item B:
1. CONCEPÇÃO DE ESCOLA.
Indicadores:
• A escola entende a inclusão como um processo de mudança e de melhoria da
qualidade da educação para todos.
• O Projeto Político Pedagógico reflete o processo de transformação da prática
pedagógica inclusiva.
• Existência por parte da escola de planos de trabalho que impliquem a reflexão
dos direitos dos docentes com a finalidade de propiciar a transformação de
experiências não inclusivas.
Avaliação:
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1.2. A escola compreende que as necessidades específicas dos alunos com
deficiência não são oriundas unicamente das suas características pessoais,
senão que o contexto também interfere, facilitando ou dificultando as futuras
aprendizagens.
Indicadores:
• O Atendimento Educacional Especializado não realiza intervenção clínica ou
de reabilitação.
• A prática educacional está centrada na aprendizagem na sala de aula comum,
junto aos outros alunos, ainda que possam ser oferecidos, em ocasiões
específicas, atendimento educacional especializado voltado para as suas
especificidade de forma complementar ou suplementar.
Avaliação:
1.3. A escola considera que a matrícula de alunos com deficiência contribui para
o fomento dos valores inclusivos como, por exemplo, valorizar a diversidade
ou contribuir para uma sociedade justa e democrática, supondo o
reconhecimento efetivo dos seus direitos.
Indicadores:
• A escola considera uma atitude positiva para o reconhecimento das diferenças
como valor de incremento às possibilidades educacionais de todos.
Avaliação:
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1.4. A escola, valorizando a diferença, vê como positiva a presença de alunos
com deficiência.
Indicadores:
• Considera-se positiva a presença de alunos com deficiência na escola.
• Reconhecem-se os benefícios, que podem propiciar tanto para os professores
como para os alunos, a presença dos alunos com deficiência.
• A escola oferece o apoio e a atenção necessários às necessidades específicas
dos alunos com deficiência e dos demais alunos.
• Atende as necessidades educacionais específicas dos alunos
Avaliação:
Indicadores:
• .A escola possui instalações fisicamente acessíveis a todos.
• A escola possui sinalização visual, tátil e sonora que torna os ambientes
acessíveis aos alunos com deficiências sensoriais. Realizam-se as
experiências pedagógicas inclusivas que promovem o acesso ao currículo para
todos os estudantes.
Avaliação:
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1.6. A escola, em seu projeto político pedagógico, demonstra a concepção
inclusiva adotada pela escola.
Indicadores:
• Existência de um Projeto Político Pedagógico que inclua as linhas ideológicas
da educação inclusiva.
Avaliação:
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2. AS ATUAÇÕES E AS EXPERIÊNCIAS DA ESCOLA.
Avaliação:
2.2. A equipe dirigente está comprometida e apóia o avanço realizado pela escola
rumo à educação inclusiva, assegurando o direito de todos os alunos a uma
educação de qualidade.
Indicadores:
• A meta da inclusão está explicitada no Projeto Político Pedagógico da Escola.
• A meta da inclusão está explicitada no planejamento de ações da equipe
dirigente.
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• Existem ações da direção para fomentar a formação continuada dos
professores na área da educação inclusiva.
• A equipe dirigente apóia os processos de mudança e melhoria.
Avaliação:
Indicadores:
• Existência de espaços e períodos destinados ao trabalho em equipe dos
professores, com o objetivo de fomentar a reflexão sobre a experiência.
• Encontros periódicos entre os distintos membros da comunidade escolar para
debater as iniciativas de melhoria.
Avaliação:
Indicadores:
• O professor do AEE atua na Sala de recursos multifuncionais, na oferta do
AEE aos alunos com deficiência, TGD ou altas habilidades/superdotação
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• O professor do AEE articula-se com o professor da sala comum, orientando
sobre o uso de equipamentos e materiais de acessibilidade e coletando
informações sobre a aprendizagem do aluno
• O professor do AEE realiza observações dentro da sala de aula comum da
interação do aluno com deficiência com os demais alunos e para detectar a
necessidade e avaliar o uso de recursos de acessibilidade
Avaliação:
Indicadores:
• Utilização de recursos de Tecnologia Assistiva para atender às especificidades
dos alunos com deficiência nas diversas atividades desenvolvidas pela escola.
• Existência de ajudas individuais, em grupos para a atenção à diversidade do
corpo discente.
Avaliação:
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3. A INCLUSÃO COMO PROCESSO DE INOVAÇÃO E DE MELHORIA NA ESCOLA.
Indicadores:
• No planejamento da experiência, a equipe responsável realiza uma análise da
situação através de trabalhos ou estudos anteriores.
• Justificativa da experiência a partir de trabalhos científicos publicados.
• O documento que relata a experiência inclui as referências bibliográficas das
experiências próprias ou de pesquisas publicadas.
Avaliação:
Indicadores:
• Na origem ou no desenvolvimento da experiência inclusiva participaram um
grande número de membros da comunidade educativa.
• A opinião dos alunos com deficiência e seus familiares, é levada em
consideração no planejamento da experiência.
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Avaliação:
Indicadores:
• Os objetivos das atividades pedagógicas estão claramente formulados.
• Existem indicações sobre as formas de avaliação dos objetivos, dos critérios e
do nível de consecução dos objetivos.
Avaliação:
Indicadores:
• Realiza-se uma avaliação prévia dos alunos para determinar seu
conhecimento inicial, e desta forma poder conhecer os recursos de
acessibilidade para se alcançar os objetivos.
• Existência de atividades que permitem a participação de todos os alunos,
oferecendo suportes variados na apresentação da informação.
• Valorização do esforço de participação de cada aluno.
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• As programações propiciam diferentes atividades ou conteúdos para a
consecução do mesmo objetivo, propondo distintos caminhos para a mesma
atividade.
• As estratégias de avaliação objetivam verificar os avanços dos alunos.
Avaliação:
3.5. Na sala de aula trabalha-se a concepção das diferenças com todos os alunos.
Indicadores:
• As características próprias de cada aluno são objetos de aprendizado em sala
de aula.
• São incluídas atividades que permitem a reflexão sobre as contribuições da
diversidade.
• Utilização do conflito como elemento para o aprendizado.
Avaliação:
Indicadores:
• Uso regular de grupos heterogêneos (com distintos níveis de habilidades).
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• Utilização das diferenças dentro dos grupos como fonte de aprendizagem
(distribuição de papéis ou de informações distintas igualmente necessárias
para o alcance do objetivo).
• Habitual uso em sala de aula de métodos de aprendizado colaborativo e
cooperativo.
• Promove-se a colaboração entre os alunos em sala da aula, evitando as
situações de dependência.
• Existem atividades de reflexão sobre as aprendizagens adquiridas quando se
ensina aos outros.
Avaliação:
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4. OS APOIOS À INCLUSÃO.
Indicadores:
• Todos os alunos que frequentam a escolas estão matriculados nas classes
comuns do ensino regular.
• Os professores assumem a responsabilidade de promover o aprendizado de
todos os seus alunos.
• Os professores conhecem os recursos de acessibilidade utilizados pelos
alunos com deficiência na classe comum, necessários para atender as suas
especificidades .
Avaliação:
Indicadores:
• Existem articulação, planejamento conjunto e discussão de casos entre os
professores da classe comum e os professores de AEE para promover
experiências pedagógicas inclusivas a todos os alunos.
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Avaliação:
Indicadores:
• Na escola são realizadas atividades que incluem a participação das famílias
e/ou da comunidade.
Avaliação:
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5. AS PERSPECTIVAS DAS EXPERIÊNCIAS INCLUSIVAS.
Indicadores:
• No trabalho cooperativo da comunidade escolar, são realizadas propostas de
melhoria nas experiências inclusivas e sua sustentabilidade.
Avaliação:
Indicadores:
• Tem-se consciência do custo adicional que a implementação da experiência
requer.
• Analisa-se quais custos iniciais serão mantidos no futuro.
• Analisa-se as distintas possibilidades para viabilizar os recursos necessários
com a finalidade de dar continuidade à experiência.
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Avaliação:
Indicadores:
• Difundem-se as experiências educacionais inclusivas em seminários,
encontros de formação continuada, revistas direcionadas aos docentes e à
comunidade científica.
Avaliação:
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