Professional Documents
Culture Documents
(1890-1915 )
O Simbolismo é originário da França e se iniciou com a publicação de As Flores do Mal, de Baudelaire, em 1857. Nome
inicial: Decadentismo.
Bases Filosóficas
Kiekegaard – o homem passa por três estágios em sua existência – estético (presença do novo), ético (gravidade e
responsabilidade da vida) e religioso (relação com Deus). Bergson – não é a inteligência que chega a compreender a vida. É a
intuição.
Em Portugal, o Simbolismo tem início em 1890, com o livro de poemas de Eugênio de Castro, Oaristos, e com revistas
acadêmicas, Os Insubmissos e Boêmia Nova, cujos colaboradores eram Eugênio de Castro e Antônio Nobre.
Características
Os autores voltam-se à realidade subjetiva, às manifestações metafísicas e espirituais, abandonadas desde o Romantismo.
Buscavam a essência do ser humano, a alma; a oposição entre matéria e espírito, a purificação do espírito, a valorização do
inconsciente e do subconsciente.
Musicalidade: música, a mais importante de todas as artes. “A música antes de tudo.” Aliterações, assonâncias,
onomatopéias, sinestesias
Negação do materialismo: reação ao materialismo e ao cientificismo realistas. Retorno à mentalidade mística: comunhão
com o cosmo, astros. Esoterismo.
10. Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte, assim como momentos de transição como o amanhecer e o
crepúsculo; Interesse pela exploração das zonas desconhecidas da mente humana (o inconsciente e o subconsciente) e pela
loucura.
Observação: Na concepção simbolista o louco era um ser completamente livre por não obedecer às regras. Teoricamente
o poeta simbolista é o ser feliz.
Conteúdo relacionado com o espiritual, o místico e o subconsciente: idéia metafísica, crença em forças superiores e
desconhecidas, predestinação, sorte, introspecção.
Essa maior ênfase pelo particular e individual do que pelo geral e Universal: valorização máxima do eu interior,
individualismo.
Os textos comumente retratam seres efêmeros (fumaça, gases, neve...). Imagens grandiosas (oceanos, cosmos...) para
expressar a idéia de liberdade.
Conhecimento intuitivo e não-lógico. Ênfase na imaginação e na fantasia. Desprezo à natureza: as concepções voltam-
se ao místico e sobrenatural.
Pouco interesse pelo enredo e ação narrativa: pouquíssimos textos em prosa. Preferência por momentos incomuns:
amanhecer ou entardecer, faixas de transição entre dia e noite.
Linguagem ornada, colorida, exótica, bem rebuscada e cheia de detalhes: as palavras são escolhidas pela sua
sonoridade, num ritmo colorido, buscando a sugestão e não a narração.
Autores e obras
Eugênio de Castro e Almeida (1869-1944): a sua obra pode ser dividida em duas fases: simbolista e neoclássica. A
simboliza corresponde aos poemas escritos já no século XX.
Novas rimas, novas métricas, aliterações, versos alexandrinos, vocabulário mais rico, ele expõe no prefácio – manifesto de
Oaristos. Na fase neoclássica apresenta temas voltados à antigüidade clássica e ao passado português (profundamente
saudosista).
Autor de apenas um livro: Clepsidra, influenciou a geração de Orpheu, que iniciou o Modernismo em Portugal.. Passou
grande parte da vida em Macau (China), tornando-se tradutor da poesia chinesa para o português.
Autor considerado de difícil leitura, pois trabalha bem a linguagem. No seu livro predomina o estranhamento entre o eu e o
corpo; o eu e a existência e o mundo.
Em sua obra, Clepsidra, Camilo Pessanha distancia-se de uma situação concreta e pessoal, e sua poesia é pura
abstração.
Teixeira de Pascoaes (1877-1952): é o pseudônimo de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos. Deixou obras de cunho
filosófico e biografias. De seus livros de poesias citam-se Maranos, Regresso ao Paraíso, Sempre, Terra Proibida, Elegias.
Florbela Espanca (1894-1930): embora não pertença propriamente ao período áureo do Simbolismo, possui idéias
simbolistas. É considerada uma das mais perfeitas sonetistas da língua portuguesa. Suas obras: Juvenília, Livro de Mágoas,
Livro de Sóror Saudade, Relíquias e Chameca em Flor.
Raul Brandão (1867-1930): literatura forte e dramática. A sua melhor produção está na prosa de ficção: A Morte do
Palhaço e o Mistério da Árvore, A Farsa, Os Pobres, Húmus, O Pobre de Pedir.
O Simbolismo surge no final do século XIX como movimento de retomada de alguns ideais do Romantismo, bem como de
oposição ao Parnasianismo, Naturalismo, correntes literárias apreciadas pela elite social. Apesar disso, conserva algumas
peculiaridades parnasianas, como a estrutura dos versos, o vasto uso do soneto, e a preciosidade no vocabulário. Sua poesia,
no entanto, vai mais além. Há a constante busca de uma linguagem mais rica, repleta de novas palavras, com o emprego de
novos ritmos que associem de forma harmoniosa a poesia à música, explorando muito o uso da sinestesia, das aliterações,
ecos e assonâncias.
O poeta simbolista não quer somente cantar e evocar suas emoções. Ele quer trazê-las de uma forma mais palpável para o
texto, para que possam ser sentidas em sua plenitude. Por isso, o uso da sinestesia, isto é, a associação de impressões
sensoriais distintas, é amplo. Há também a forte ligação com as cores, ressaltando as sensações que provocam no espírito
humano. A cor branca é sempre a mais presente e já sugere, entre outras coisas, a pureza, ou o opaco, indiciando a presença
de neblina ou nuvem e tornando as imagens poéticas mais obscuras.
Obscuridade, aliás, é uma forte característica simbolista: a realidade é revelada de uma forma imprecisa e vaga. Não há a
preocupação de nomear os objetos, e sim evocá-los, sugeri-los. É o emprego do símbolo, que liga o abstrato ao concreto, o
material ao irreal. Servindo como ponte entre o homem e as coisas, o símbolo preserva o domínio da intuição sobre a razão,
bem como a exaltação das forças espirituais e místicas que regem o universo, contrária ao Cientificismo, ao Positivismo e ao
materialismo naturalista e parnasiano. É o culto ao sonho, ao desconhecido, à fantasia e à imaginação, numa busca pela
essência do ser humano, com todos os seus mistérios, seu dualismo (espírito e matéria) e seu destino frente à vida e à morte.
A poesia, então, ganha o tom subjetivista que a aproxima muito do movimento romântico, disposto a explorar e sentir tudo o
que há entre a alma e a carne, entre o céu e a terra. O poeta se entrega muitas vezes ao seu inconsciente e ao subconsciente
para estar mais próximo dos segredos que ligam o homem a Deus. Esse caminho, por vezes alucinado, leva ao isolamento, à
solidão, à loucura e à alienação, evidenciando um clima mais pessimista, mórbido e algumas vezes satânico. Rompendo com a
linearidade do texto, dando voz ao fluxo da consciência e trabalhando de forma mais desarticulada a palavra e seu significado,
o Simbolismo antecipa características que seriam marcantes dentro do Modernismo.
No Brasil, o movimento simbolista não alcançou o êxito obtido na Europa, devido ao forte predomínio das tendências
parnasianas em nossa literatura. Entre os poetas simbolistas, destacam-se as obras de Cruz e Sousa, autor de nossa primeira
obra simbolista Missal e Broquéis e Alphonsus de Guimaraens, o mais místico de nosso poetas.
Simbolismo
O Simbolismo, movimento essencialmente poético do fim do século XIX, representa uma ruptura artística radical com a
mentalidade cultural do Realismo-Naturalismo, buscando fundamentalmente retomar o primado das dimensões não-racionais
da existência.
Para tanto, redescobre e redimensiona a subjetividade, o sentimento, a imaginação, a espiritualidade; busca desvendar o
subconsciente e o inconsciente nas relações misteriosas e transcendentes do sujeito humano consigo próprio e com o mundo.
Numa visão mais ampla, tanto no campo da filosofia e das ciências da natureza quanto no campo das ciências humanas, a
desconstrução das teorias racionalistas faz-se notar, seja por meio da física relativista de Einstein, da psicologia do
inconsciente de Freud ou das tórias filosóficas de Schopenhauer e de Friedrich Nietzsche.
Assim, o surgimento desse estilo por um lado reflete a grande crise dos valores racionalistas da civilização burguesa, no
contexto da virada do século XIX para o século XX, e por outro inicia a criação de novas propostas estéticas precursoras da
arte da modernidade.
Contexto histórico
Na época em que o simbolismo se desenvolveu no Brasil na Europa a Itália e a Alemanha buscavam a unificação e reinava
uma paz que foi usada na preparação para a Primeira Guerra Mundial. La o simbolismo era forte e o parnasianismo fraco. Aqui
começava a República e o movimento foi abafado pelos parnasianistas que dominavam a produção literária da época.
Origens do Simbolismo
Ao longo da década de 1890, desenvolveu-se na França um movimento estético a princípio apelidado de "decadentismo" e
depois "Simbolismo". Por muitos aspectos ligado ao Romantismo e tendo berço comum ao Parnasianismo ("Parnasse
Contemporain", 1866), o Simbolismo gerou-se quando escritores passaram a considerar que o Positivismo de Augusto Comte
e o demasiado uso da ciência e do ateísmo (procedimentos do Realismo) não conseguiam expressar completamente o que
acontecia com o homem e a Natureza.
A França foi o berço do Simbolismo, que se manifestou no satanismo e no spleen de As Flores do Mal, do poeta Charles
Baudelaire; no mistério e na destruição da linguagem linear de Um lance de Dados e de Tardes de um Fauno de Stéphane
Mallarmé; no marginalismo de Outrora e Agora, de Paul Verlaine e ainda no amoralismo de Uma Temporada no Inferno, de
Jean Nicolas Rimbaud. Segundo algumas fontes, Edgar Allan Poe é considerado o precursor desse movimento, por ter
influenciado nas obras de Baudelaire.
Características do Simbolismo
musicalidade e sinestesia
Características na forma:
Musicalidade.
Características no conteúdo:
Sonho; não o sonho sentimental dos Românticos, mas os sonhos mais escondidos do ser humano.
O Simbolismo em Portugal
Com a publicação de Oaristos, de Eugenio de Castro, em 1890, inicia-se oficialmente o Simbolismo português, durando até
1915, época do surgimento da geração Orpheu, que desencadeia a revolução modernista no país, em muitos aspectos
baseada nas conquistas da nova estética.
Conhecidos como adeptos do Nefelibatismo (espécie de adaptação portuguesa do Decadentismo e do Simbolismo francês), e,
portanto como nefelibatas (pessoas que andam com a cabeça nas nuvens), os poetas simbolistas portugueses vivenciam um
momento múltiplo e vário, de intensa agitação social, política, cultural e artística. Com o episódio do Ultimatum inglês,
aceleram-se as manifestações nacionalistas e republicanas, que culminarão com a proclamação da República, em 1910.
Portanto, os principais autores desse estilo em Portugal seguem linhas diversas, que vão do esteticismo de Eugênio de Castro
ao nacionalismo de Antônio Nobre e outros, até atingirem maioridade estilística com Camilo Pessanha: o mais importante
poeta simbolista português.
Além de Raul Brandão, um dos raros escritores de prosa simbolista, na verdade prosa poética, representada pela trilogia que
compreende as obras A farsa, Os pobres e Húmus, Eugênio de Castro, Antônio Nobre e Camilo Pessanha são os poetas mais
expressivos deste estilo em Portugal.