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4486 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 148 — 3 de Agosto de 2005

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA empresas dedicadas sobretudo a I&D, incluindo


o financiamento da valorização dos seus resul-
tados, cuja idoneidade em matéria de investi-
Lei n.o 40/2005
gação e desenvolvimento seja reconhecida por
de 3 de Agosto despacho conjunto dos Ministros da Economia
e da Inovação e da Ciência, Tecnologia e Ensino
Cria o SIFIDE, sistema de incentivos fiscais em investigação
Superior;
e desenvolvimento empresarial
g) Custos com registo e manutenção de patentes;
A Assembleia da República decreta, nos termos da h) Despesas com a aquisição de patentes que sejam
alínea c) do artigo 161.o da Constituição, a lei seguinte: predominantemente destinadas à realização de
actividades de I&D;
i) Despesas com auditorias à I&D.
Artigo 1.o
Objecto 2 — As entidades referenciadas na alínea e) não
podem deduzir qualquer tipo de despesas incorridas em
A presente lei tem por objecto o sistema de incentivos projectos realizados por conta de terceiros.
fiscais em investigação e desenvolvimento (I&D) empre- 3 — Os custos referidos na alínea g) só são aplicáveis
sarial, SIFIDE, o qual se processa nos termos dos artigos às micro, pequenas e médias empresas.
seguintes.
Artigo 2.o Artigo 4.o
Conceitos Âmbito da dedução
Para efeitos do disposto na presente lei, conside- 1 — Os sujeitos passivos de IRC residentes em ter-
ram-se: ritório português que exerçam, a título principal ou não,
a) «Despesas de investigação» as realizadas pelo uma actividade de natureza agrícola, industrial, comer-
sujeito passivo de IRC com vista à aquisição cial e de serviços e os não residentes com estabeleci-
de novos conhecimentos científicos ou técnicos; mento estável nesse território podem deduzir ao mon-
b) «Despesas de desenvolvimento» as realizadas tante apurado nos termos do artigo 83.o do Código do
pelo sujeito passivo de IRC através da explo- IRC, e até à sua concorrência, o valor correspondente
ração de resultados de trabalhos de investigação às despesas com investigação e desenvolvimento, na
ou de outros conhecimentos científicos ou téc- parte que não tenha sido objecto de comparticipação
nicos com vista à descoberta ou melhoria subs- financeira do Estado a fundo perdido, realizadas no
tancial de matérias-primas, produtos, serviços período de tributação que se inicie em 1 de Janeiro
ou processos de fabrico. de 2006, numa dupla percentagem:
a) Taxa de base — 20 % das despesas realizadas
Artigo 3.o naquele período;
b) Taxa incremental — 50 % do acréscimo das des-
Despesas elegíveis
pesas realizadas naquele período em relação à
1 — Consideram-se dedutíveis as seguintes categorias média aritmética simples dos dois exercícios
de despesas, desde que se refiram a actividades de inves- anteriores, até ao limite de E 750 000, o qual
tigação e desenvolvimento, tal como definidas no artigo poderá ser revisto por decreto-lei.
anterior:
2 — A dedução é feita, nos termos do artigo 83.o do
a) Aquisições de imobilizado, à excepção de edi- Código do IRC, na liquidação respeitante ao período
fícios e terrenos, desde que criados ou adqui- de tributação mencionado no número anterior.
ridos em estado novo e directamente afectos 3 — As despesas que, por insuficiência de colecta,
à realização de actividades de I&D; não possam ser deduzidas no exercício em que foram
b) Despesas com pessoal directamente envolvido realizadas poderão ser deduzidas até ao 6.o exercício
em tarefas de I&D; imediato.
c) Despesas com a participação de dirigentes e 4 — Para efeitos do disposto nos números anteriores,
quadros na gestão de instituições de I&D; quando no ano de início de usufruição do benefício
d) Despesas de funcionamento, até ao máximo de ocorrer mudança do período de tributação, deve ser
55 % das despesas com o pessoal directamente considerado o período anual que se inicie naquele ano.
envolvido em tarefas de I&D contabilizadas a
título de remunerações, ordenados ou salários,
respeitantes ao exercício; Artigo 5.o
e) Despesas relativas à contratação de actividades Condições
de I&D junto de entidades públicas ou bene-
ficiárias do estatuto de utilidade pública ou de Apenas poderão beneficiar da dedução a que se refere
entidades cuja idoneidade em matéria de inves- o artigo 4.o os sujeitos passivos de IRC que preencham
tigação e desenvolvimento seja reconhecida por cumulativamente as seguintes condições:
despacho conjunto dos Ministros da Economia a) O seu lucro tributável não seja determinado por
e da Inovação e da Ciência, Tecnologia e Ensino métodos indirectos;
Superior; b) Não sejam devedores ao Estado e à segurança
f) Participação no capital de instituições de I&D social de quaisquer impostos ou contribuições,
e contributos para fundos de investimentos, ou tenham o seu pagamento devidamente
públicos ou privados, destinados a financiar assegurado.
N.o 148 — 3 de Agosto de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4487

Artigo 6.o Lei n.o 41/2005


Obrigações acessórias de 3 de Agosto
o
1 — A dedução a que se refere o artigo 4. deve ser Segunda alteração ao Decreto-Lei n.o 44/2004, de 3 de Março,
justificada por declaração comprovativa, a requerer que estabelece um regime especial de registo de prédios situa-
pelas entidades interessadas, ou de prova da apresen- dos nos municípios do Corvo, das Lajes das Flores e de Santa
tação do pedido de emissão dessa declaração, de que Cruz das Flores, bem como dos direitos e ónus ou encargos
as actividades exercidas ou a exercer correspondem efec- sobre estes incidentes.
tivamente a acções de investigação ou desenvolvimento,
dos respectivos montantes envolvidos, do cálculo do A Assembleia da República decreta, nos termos da
acréscimo das despesas em relação à média dos dois alínea c) do artigo 161.o da Constituição, o seguinte:
exercícios anteriores e de outros elementos considerados
pertinentes, emitida por entidade nomeada por despa- Artigo 1.o
cho do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Supe-
Alteração ao Decreto-Lei n.o 44/2004, de 3 de Março
rior, a integrar no processo de documentação fiscal do
sujeito passivo a que se refere o artigo 121.o do Código Os artigos 3.o e 7.o do Decreto-Lei n.o 44/2004, de
do IRC. 3 de Março, alterado pelo Decreto-Lei n.o 65/2005, de
2 — No processo de documentação fiscal do sujeito 15 de Março, passam a ter a seguinte redacção:
passivo deve igualmente constar documento que evi-
dencie o cálculo do benefício fiscal, bem como docu-
mento comprovativo de que se encontra preenchida a «Artigo 3.o
condição referida na alínea b) do artigo 5.o, com refe- [. . .]
rência ao mês anterior ao da entrega da declaração
periódica de rendimentos. 1—..........................................
3 — As entidades interessadas em recorrer ao sistema 2 — Juntamente com o requerimento, deve o inte-
de incentivos fiscais previsto na presente lei devem dis- ressado apresentar:
ponibilizar atempadamente as informações solicitadas a) Declaração da junta de freguesia respectiva ou,
pela entidade referida no n.o 1 e aceitar submeter-se no caso da ilha do Corvo, da respectiva câmara
às auditorias tecnológicas que vierem a ser determi- municipal que certifique a veracidade das decla-
nadas. rações do requerente e da titularidade do direito
Artigo 7.o cujo registo é pretendido, desde que não sejam
apresentados documentos suficientemente pro-
Obrigações contabilísticas batórios dos factos declarados;
A contabilidade dos sujeitos passivos de IRC bene- b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ficiários do regime previsto na presente lei dará expres-
são ao imposto que deixe de ser pago em resultado 3 — (Eliminado.)
da dedução a que se refere o artigo 4.o mediante menção
do valor correspondente no anexo ao balanço e à Artigo 7.o
demonstração de resultados relativa ao exercício em que
se efectua a dedução. [. . .]

Artigo 8.o Gozam de isenção emolumentar o processo de supri-


mento da prova de registo referente aos prédios situados
Exclusividade do benefício
nos municípios referidos no n.o 1 do artigo 1.o, os docu-
A dedução a que se refere o artigo 4.o não é acu- mentos necessários para o instruir e o primeiro acto
mulável, relativamente ao mesmo investimento, com de registo a lavrar sobre cada um dos prédios cuja situa-
benefícios fiscais da mesma natureza previstos noutros ção jurídica se pretende regularizar.»
diplomas legais.
Artigo 9.o Artigo 2.o
Vigência Entrada em vigor

O regime constante da presente lei vigora por um A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da
período de cinco anos. sua publicação.

Aprovada em 16 de Junho de 2005. Aprovada em 23 de Junho de 2005.


O Presidente da Assembleia da República, Jaime O Presidente da Assembleia da República, em exer-
Gama. cício, Manuel Alegre de Melo Duarte.

Promulgada em 21 de Julho de 2005. Promulgada em 13 de Julho de 2005.


Publique-se. Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.

Referendada em 22 de Julho de 2005. Referendada em 22 de Julho de 2005.


O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
Sousa. Sousa.

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